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Valoração da inovação tecnológica nos projetos de pesquisa e desenvolvimento : aplicação de um modelo para o setor elétrico Brasileiro

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Academic year: 2021

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ELIAS BARQUETE ALBARELLO

Valoração da Inovação Tecnológica nos

Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento:

Aplicação de um Modelo para o Setor

Elétrico Brasileiro

CAMPINAS 2016

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

ELIAS BARQUETE ALBARELLO

Valoração da Inovação Tecnológica nos Projetos de Pesquisa e

Desenvolvimento: Aplicação de um Modelo para o Setor Elétrico

Brasileiro

Orientadora: Prof. Dra. Carla Kazue Nakao Cavaliero

Coorientador: Prof. Dr. Moacyr Trindade de Oliveira Andrade

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO

ELIAS BARQUETE ALBARELLO, E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. CARLA KAZUE NAKAO CAVALIERO.

CAMPINAS 2016

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Dedico este trabalho aos meus saudosos pais, Wlademir e Mathilde, pelos valores e ensinamentos, fundamentais para a minha formação e educação.

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Agradecimentos

À Adriana e ao Caio, pela incentivo e apoio incondicional, abdicando de compromissos pessoais para me acompanhar nesta árdua mas gratificante trajetória e, principalmente, pela compreensão durante os períodos em que estive ausente do convívio familiar.

À minha Família e de minha esposa que, de alguma forma, contribuíram para a conclusão deste trabalho.

À minha orientadora, Profa. Dra. Carla Kazue Nakao Cavaliero e ao meu coorientador Prof. Dr. Moacyr Trindade de Oliveira Andrade, pela paciência, ensinamento, dedicação, orientação segura e...pela amizade.

À Banca Examinadora, pelas preciosas contribuições e direcionamento do trabalho em sua etapa final.

Aos amigos e Profs. Francisco Scarfoni Filho e Marcelo Antonio Treff, pela motivação e palavras de incentivo nos momentos críticos.

Aos Profs. e colegas do Programa de Pós-Graduação em Planejamento de Sistemas Energéticos da Unicamp e colegas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela convivência e aprendizado.

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Resumo

O principal objetivo deste estudo científico é a adequação e aplicação de um modelo de valor monetário de avaliação da inovação tecnológica em projetos de pesquisa e desenvolvimento propostos no âmbito das empresas de energia elétrica do Brasil. O uso do modelo de valor monetário, em prática, ainda é incipiente, pois não existe um único método universalmente aplicável, independente das diferenças nos aspectos tecnológicos e de mercado. A escolha do setor elétrico deveu-se, principalmente, à sua importância para o desenvolvimento econômico e social do país e pela grande influência na expansão do sistema de suprimento de energia em suas formas diversas, um requisito indispensável para o funcionamento do aparelho produtivo de que dispõe uma determinada sociedade. O método de avaliação adequado deveria se basear em um módulo integrativo, onde módulos individuais se focam em funções específicas. Para isso, há necessidade de rever aspectos das três abordagens básicas do modelo de valor monetário e discutir a respeito das vantagens e desvantagens de cada uma, propondo, então, um procedimento detalhado de um método de avaliação que considere as características do modelo adotado. Assim, aplicou-se o método adotado em dois casos exemplares para ilustrar e avaliar o uso prático e assegurar a sua viabilidade. Ao final, a aplicação do modelo nos projetos de P&D visa demonstrar que, apesar da subjetividade na classificação dos fatores de tecnologia, é bastante possível utilizá-lo como uma ferramenta auxiliar na decisão de priorização destes projetos, pois apresenta vantagens comparativas na determinação do valor monetário de ativos intangíveis associados à inovação.

Palavras-chave: Setor elétrico, Projetos de pesquisa e desenvolvimento, Inovação

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Abstract

The main objective of this scientific study is the adaptation and application of a monetary value model for assessing technological innovation in research and development projects proposed under the electric power companies in Brazil. The use of monetary value model in practice is still incipient, because there is no single universally applicable method, regardless of differences in the technological and market aspects. The choice of the energy sector was due mainly to its importance for economic and social development of the country and the great influence on the rise of the power supply system in its various forms, an essential requirement for the operation of the productive apparatus that It has a particular society. Proper valuation method should be based on an integrative module, where individual modules focus on specific tasks. For this there is need to review aspects of the three basic approaches of the monetary value model and discuss about the advantages and disadvantages of each, proposing then a detailed procedure for an evaluation method that considers the characteristics of the model adopted. Finally, we applied the proposed method in two exemplary cases to illustrate the practical use and to ensure the viability of the method. The application of the model in the R & D project aims to demonstrate that despite the subjectivity in the classification of technology factors, it is quite possible to use it as an auxiliary tool in prioritizing decision of these projects because it has comparative advantages in determining the monetary value of intangible assets associated with innovation.

Keywords: Eletric sector, Research and development projects, Technological innovation, Cash flow.

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Lista de Quadros

Quadro 2.1: Uma proposta para classificação de ativos intangíveis...16

Quadro 2.2: Principais trabalhos desenvolvidos sobre o tema de avaliação de...16

ativos intangíveis no mundo. Quadro 2.3: Métodos de mensuração de ativos intangíveis em ordem cronológica...21

Quadro 2.4: Abordagens dos métodos de monetização de ativos intangíveis...33

Quadro 2.5: Resumo das abordagens existentes para monetização... 36

de ativos intangíveis. Quadro 4.1: Fatores VOT, juntamente com as definições operacionais...48

Quadro 4.2: Definição operacional dos fatores de monetização de tecnologia...49

Quadro 5.1: Aplicação do Modelo em Projetos de P&D...57

Quadro 5.2: Exemplo de Aplicação do Modelo no Projeto 1 - P&D...66

Quadro 5.3: Exemplo de Aplicação do Modelo no Projeto 2 - P&D...68

Quadro 5.4: Aplicação do Modelo no Projeto 1 - P&D por Especialistas...70

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Lista de Figuras

Figura 2.1: Relação estrutural entre VOT e VOM...35 Figura 4.1: Fluxograma da metoologia de pesquisa...50

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Lista de Tabelas

Tabela 3.1: Percentuais Mínimos de Investimentos em...39 Programas de P&D e de Eficiência Energética pelas Empresas de Energia Elétrica.

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Lista de Abreviaturas e Siglas

AHP - Analytic Hierarchy Process

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica CT - ENERG - Fundo Setorial de Energia DFC - Discounted Clash Flow

DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica FCD - Fluxo de Caixa Descontado

EVA - Economic Value Added

MCM - Métodos de Capitalização de Mercado MDCI - Métodos Diretos de Capital Intelectual MIB - Método de Indicadores Balanceados MME - Ministério de Minas e Energia MRA - Método de Retorno sobre os Ativos P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

RESEB - Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro ROL – Receita Operacional Líquida

SEB - Setor Elétrico Brasileiro T&D - Transmissão e Distribuição TIR - Taxa Interna de Retorno VOM - Fator de Mercado VOT - Fator da Tecnologia VP - Valor Presente

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Lista de Apêndices

Apêndice 1: Aplicação do modelo por especialistas...94 Apêndice 2: Apêndice 2: Artigo científico elaborado pelo autor, em...104 conjunto com a Orientadora e Coorientador, submetido e aprovado para publicação

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 16

1.1 Formulação da Situação Problema ... 18

1.2 Objetivos Geral e Específicos ... 19

1.3 Justificativa do Tema ... 19

1.4 Delimitações do Trabalho ... 20

1.5 Estrutura da Pesquisa ... 21

2 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E MODELOS DE AVALIAÇÃO MONETÁRIA ... 22

2.1 Natureza, Processo e os Pilares da Inovação ... 22

2.2 A Relevância da Apropriabilidade da Inovação ... 25

2.3 Conceituação de Ativos Intangíveis e Criação de Valor ... 27

2.4 Classificação dos Ativos Intangíveis ... 28

2.5 Modelos ... 33

2.6 Avaliação e Monetização de Ativos Intangíveis ... 38

2.7 Avaliação Tecnológica em um Valor Monetário ... 40

3 MUDANÇAS NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO (SEB) ... 49

3.2 Inovação e Investimentos em P&D no SEB ... 52

3.3 O Programa de P&D Regulado pela ANEEL ... 55

4 DETERMINAÇÃO DE VALOR MONETÁRIO - METODOLOGIA DE PESQUISA . 59 4.1 Método Proposto - Valor de Tecnologia e Valor de Mercado ... 59

4.2 Procedimento Detalhado da Aplicação do Método ... 61

4.2.1 Identificação do Fator de Aplicação: Subfator Tipo de Tecnologia do Projeto ... 63

4.2.2 Estimativa do Fluxo de Geração de Receita ou de Redução de Custos durante o período de Duração da Tecnologia ... 63

4.2.3 Estimativa da Taxa de Lucro do Projeto para Cálculo dos Ganhos Econômicos .. 63

4.2.4 Cálculo do Fluxo de Ganhos Econômicos do Projeto ... 64

4.2.6 Cálculo do Fluxo Líquido Inicial ... 64

4.2.7 Estimativa dos Subfatores Intrínsecos ... 65

4.2.8 Determinação dos Pesos Relativos dos Subfatores Intrínsecos ... 65

4.2.9 Cálculo da Soma Ponderada da Estimativa dos Subfatores Intrínsecos ... 65

4.2.10 Cálculo do Fator de Ajuste ... 65

(15)

4.2.12 Estimativa da Taxa de Desconto ... 66

4.2.13 Cálculo do Valor Presente ... 66

5 APLICAÇÃO DO MODELO EM PROJETOS DE P&D DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ... 67

5.1 Aplicação do modelo em projetos de P&D ... 68

5.1.1 Identificação do Fator de Aplicação: Subfator Tipo de Tecnologia do Projeto ... 70

5.1.2 Estimativa do Fluxo de Geração de Receita durante o período de Duração da Tecnologia ... 70

5.1.3 Estimativa da Taxa de Lucro do Projeto para cálculo dos Ganhos Econômicos ... 71

5.1.4 Cálculo do Fluxo de Ganhos Econômicos do Projeto ... 71

5.1.5 Estimativa dos demais Subfatores de Aplicação ... 71

5.1.6 Cálculo do Fluxo Líquido Inicial ... 72

5.1.7 Estimativa dos Subfatores Intrínsecos ... 72

5.1.8 Determinação dos Pesos Relativos dos Subfatores Intrínsecos. ... 73

5.1.9 Cálculo da Soma Ponderada da Estimativa dos Subfatores Intrínsecos. ... 73

5.1.10 Cálculo do Fator de Ajuste. ... 74

5.1.11 Cálculo do Fluxo Líquido Final. ... 75

5.1.12 Estimativa da Taxa de Desconto a ser aplicada sobre o Fluxo Líquido Final. ... 75

5.1.13 Cálculo do Valor Presente. ... 75

5.3 Análise dos Resultados ... 79

6 CONCLUSÃO ... 82

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1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira é expressivamente caracterizada pela presença de ativos intangíveis, os quais incluem aspectos como: i) habilidades e know-how dos empregados, ii) inovação, iii) métodos de negócios, iv) marcas e v) propriedade intelectual formalmente registrada, conforme Fingerl (2004). No entanto, ativos intangíveis não constituem um assunto recente, tendo despertado o interesse de pesquisadores nas últimas décadas, particularmente no que se refere ao entendimento de que vantagens competitivas podem não estar nos recursos empregados no processo de produção, mas sim na combinação desses (PENROSE, 1959). Ainda em relação aos ativos intangíveis, conforme Fingerl (2004), a complexidade dos recursos apresenta-se já na tentativa de defini-los. Diante disso, é realçado o grande número de definições para ativos intangíveis que pode ser encontrado na literatura.

De acordo com Copeland et al (1995), muitos aspectos desse tema ainda são fundamentais, tais como a inadequação de instrumentos econômicos tradicionais na gestão financeira, mensuração e apresentação de recursos intangíveis. A busca por um modelo para medir e gerenciar os ativos intangíveis da empresa, visando melhorar significativamente sua medição, é um dos maiores desafios dos gestores, dada a discrepância entre a elevada importância dos intangíveis e da incapacidade geral para a medição destes tipos de ativos.

Um fator que adiciona alto risco aos ativos intangíveis é a constante necessidade de inovação. Ativos intangíveis estão ligados à inovação, contudo, inovação é incerta por natureza e apenas alcançada com investimentos de risco em outros ativos intangíveis, como capital humano, tecnologia e pesquisa (SOUZA & NICOLSKY, 2005).

As inovações podem ser vistas como o resultado da seleção, retenção e aplicação de conhecimentos para criar novos produtos, processos e características organizacionais (BUTLER, 1981). Considerando os reflexos práticos nas atividades e resultados organizacionais, estudos têm mostrado que o desempenho dos negócios está estreitamente relacionado com altos graus de inovação (HULL, 2004); que os níveis de competitividade em novos segmentos ou em novas indústrias estão vinculados à capacidade inovadora (HAGE & HOLLINGSWORTH, 2000; ADAMS et al, 2006) e, ainda, que as organizações inovadoras crescem mais que as não-inovadoras (VYAS, 2005).

Conforme Quandt et al (2008), indústrias e setores específicos inseridos em amplos sistemas de inovação são apoiados por redes de interações com outras empresas e instituições para desenvolver, adquirir e difundir novas tecnologias. Assim, criam-se processos de

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aprendizagem coletiva envolvendo empresas, especialmente aquelas que desenvolvem atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como sistemas e infraestruturas de desenvolvimento científico e tecnológico, instituições de ensino e pesquisa e agências que atuam na transferência de tecnologias (QUANDT ET AL, 2008). No contexto tecnológico, a estratégia configura o método para o desenvolvimento e uso da tecnologia, devendo contemplar as tecnologias relevantes em uso, as trajetórias prováveis das transformações técnico-científicas, a capacitação tecnológica disponível e a seleção de alternativas para a viabilização das tecnologias necessárias ou consideradas críticas (PORTER, 1989).

De maneira geral, o conceito de inovação nas empresas pode ser abordado por diferentes classificações. Alguns autores argumentam que a inovação pode acontecer por meio de produtos ou processos, sendo as inovações de produto aquelas que envolvem a concepção de um novo item, com melhor desempenho do que um antecessor ou uma aprimoração do mesmo. Por outro lado, a inovação de processos abrange a incorporação de novas técnicas de produção ou de comercialização (OECD, 2002).

Nesse contexto, pode-se dizer que a atividade de pesquisa científica e desenvolvimento (P&D) é uma etapa do processo de inovação tecnológica. P&D é definida como o trabalho criativo, feito de forma sistemática, que tem por objetivo aumentar o estoque de conhecimento, incluindo conhecimento humano, cultural e social, bem como gerar novas aplicações para o conhecimento já adquirido (OECD, 2002). Já inovação tecnológica é um conceito complexo e abrangente. Para Pavitt (2006), compreende três processos parcialmente superpostos: a produção de conhecimento científico e tecnológico, a transformação desse conhecimento em produtos manufaturados e o aproveitamento econômico desses produtos. Dessa forma, as atividades de P&D fazem parte do processo de inovação à medida que geram o conhecimento e desenvolvem novas aplicações e produtos a partir do conhecimento adquirido.

De acordo com Quandt et al (2008), as inovações tecnológicas constituem a base do aumento da produtividade e do crescimento nos setores mais dinâmicos da economia, com efeitos econômicos e sociais muito amplos. As políticas nacionais de promoção da P&D e as estratégias corporativas refletem a importância crescente da inovação como um elemento estratégico da competitividade.

No Brasil, e mais especificamente no Setor Elétrico Brasileiro (SEB), foi promulgada pelo Governo Federal, em julho de 2000, a Lei n. 9.991, que instituiu como obrigação para as empresas do setor a aplicação de, pelo menos, 1% de sua Receita Operacional Líquida (ROL)

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em desenvolvimento de projetos de P&D tecnológico. Maiores investimentos em P&D passaram a constituir uma exigência instituída pela agência reguladora das concessionárias do setor, formulada com diversos objetivos: fazer com que as concessionárias desenvolvessem uma visão mais voltada para o longo prazo; aumentar a produtividade e a competitividade das empresas do setor; possibilitar o desenvolvimento de tecnologias alternativas, bem como ampliar a interação com a sociedade; apoiar grupos de pesquisa e facilitar a articulação universidade-empresa (OLIVEIRA & FERNANDINO, 2010).

Ainda segundo os autores, o objetivo principal do governo, quando criou essa nova lei, foi assegurar o contínuo desenvolvimento tecnológico e de gestão do setor elétrico num ambiente desregulamentado, composto, em sua maioria, por empresas privadas. Os projetos que podem ser desenvolvidos no âmbito do Programa Anual de P&D do Setor Elétrico são aqueles cujas atividades, caracterizadas como P&D, sejam implementadas pelas empresas de energia elétrica isoladamente ou com a participação de instituições públicas ou privadas de ensino e/ou de P&D, empresas de consultoria ou fabricantes de materiais e equipamentos para o setor elétrico.

Assim, as estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação das empresas do SEB são direcionadas por demandas diversificadas e potencialmente contraditórias. Por um lado, existe a obrigatoriedade de atender satisfatoriamente às demandas da sociedade por melhorias da qualidade no fornecimento, no uso eficiente da energia e na atenuação dos impactos ambientais. Por outro lado, há a necessidade de otimizar investimentos, aumentar a confiabilidade e reduzir os custos operacionais das empresas.

Segundo Martini & Maffei (2005), a gestão da P&D no âmbito das concessionárias do SEB é tratada sob óticas diversas. Para alguns, a gestão dos investimentos cria possibilidades reais de inovação e aumento da competitividade. Para outros, é uma maneira de aplicar recursos existentes para experimentar algumas ideias, sem grandes compromissos.

1.1 Formulação da Situação Problema

Os projetos de investimento em P&D, desde o início do seu desenvolvimento até os resultados constatados na fase de mercado, possuem níveis de incerteza expressivamente consideráveis. Isso supõe a necessidade de estruturas destinadas à análise de decisão, de cujos métodos dependem a avaliação dos projetos. Tendo em vista que os projetos de P&D são caracterizados por diversas fases, a estrutura de análise de decisão deve contemplar essas fases, mediante as incertezas técnicas e econômicas envolvidas (MARTINI & MAFFEI, 2005).

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As ferramentas tradicionais de análise de investimentos, tais como: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Economic Value Added (EVA), e outras, além de possuírem limitações, não incorporam aspectos não observáveis dos projetos de P&D, como por exemplo, inovações tecnológicas, e, portanto, dificultam a mensuração de diversos e possíveis impactos econômicos, sociais e ambientais.

Desta forma, o problema de pesquisa a ser respondido por este estudo é:

Como estimar o valor monetário da inovação tecnológica nos projetos de P&D nas empresas concessionárias do setor de energia elétrica?

1.2 Objetivos Geral e Específicos O objetivo geral desse trabalho é:

Monetizar a contribuição da inovação tecnológica nos projetos de P&D do setor elétrico, a partir da adequação e aplicação do modelo de Park e Park, considerando distintas características destes projetos.

Para atingi-lo, os objetivos específicos definidos foram:

 Identificar aspectos intangíveis nos projetos de P&D que considerem, principalmente, as inovações tecnológicas dos mesmos;

 Adequar e aplicar o modelo sugerido que leva em consideração fatores intrínsecos e fatores de aplicação de tecnologia, de caráter sistemático;

 Avaliar a inovação tecnológica nos projetos de P&D do setor elétrico, considerando fatores de tecnologia e de mercado na valoração monetária.

1.3 Justificativa do Tema

As pesquisas organizacionais relacionadas à inovação e P&D também podem ser mais exploradas nas visões das teorias institucional e regulatória ou a partir da análise de políticas públicas de pesquisa e inovação. As métricas vigentes na regulação de P&D no setor elétrico e a realidade econômica das empresas, que estabelecem metas econômicas e estratégicas na área, fazem com que os responsáveis sejam pressionados pela obtenção de resultados tangíveis, incluindo inovações de processo e produto. Contudo, nem sempre os resultados de P&D são atingidos de maneira satisfatória e, em decorrência, a competência dos gestores pode

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ser questionada, considerando-se a necessidade de obtenção de resultados tangíveis nos programas, incluindo a obrigação de inovar, que, se não atingidos, resultaria em grande prejuízo às empresas nos seus diversos aspectos.

O lado obrigatório é imposto pela regulamentação vigente da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que tem, como um dos seus pressupostos, a inovação como resultado de P&D. A necessidade surge da pressuposição de que as inovações têm alto potencial econômico para as empresas e mercado, o que confirma a definição dada por Schumpeter (1984) em que relata que “(...) as inovações são o fenômeno fundamental do

desenvolvimento econômico e que, portanto, a inovação é essencial para a sobrevivência das empresas em um mercado complexo e dinâmico e em circunstâncias econômicas incertas”.

Tendo em vista as limitações das ferramentas tradicionais de análise de investimentos, já mencionadas, adicionando-se as especificidades do setor elétrico, esta pesquisa, ao concentrar-se no modelo que contempla aspectos intangíveis, especificamente a inovação tecnológica, visa auxiliar no processo de avaliação, classificação e seleção de projetos de P&D.

É fundamental que um método de avaliação de tecnologia possua alguns recursos, como: um modelo de valor monetário, que seja compreensível e aplicável; um modelo estrutural que considera a relação entre o fator de tecnologia (aspectos técnicos de uma tecnologia) e o fator de mercado (aspectos comerciais de uma tecnologia); um modelo flexível, que leve em conta distintas características de tipos de tecnologias e um modelo objetivo, que seja composto de um processo de avaliação dividido em módulos, capaz de proporcionar a elaboração de diferentes análises.

1.4 Delimitações do Trabalho

Devido à amplitude do tema, se faz necessário delimitar o estudo de forma clara, estando direcionada à análise e conceituação de ativos intangíveis associados à inovação. Portanto, não será analisada, nesta pesquisa, a política de investimentos e a estratégia de gerenciamento de programas de P&D e inovação pelas empresas concessionárias do setor de energia elétrica, bem como não será avaliada a aplicação da metodologia para outros ativos intangíveis, como, por exemplo, o compromisso com a sustentabilidade, etc.

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1.5 Estrutura da Pesquisa

Esta tese está dividida em seis capítulos, que objetivam uma visão bastante ampla, não apenas do problema apresentado mas também de sua caracterização.

O primeiro capítulo procura contextualizar a importância da avaliação de investimentos em P&D, considerando ganhos decorrentes da inovação tecnológica. É também formulada a situação problema, apresentados os objetivos geral e específicos, bem como mostrada a importância e justificativa do tema e definidas as delimitações do trabalho e a hipótese a ser comprovada.

No segundo capítulo é apresentada a fundamentação teórica utilizada para servir de base ao trabalho. Ela buscará contextualizar questões tais como natureza, processo, pilares e apropriabilidade da inovação; a conceituação de ativos intangíveis e sua classificação e o valor dos ativos intangíveis. Dessa maneira, o entendimento a ser empregado ao longo dessa tese será estabelecido.

O terceiro capítulo apresenta a natureza e características dos projetos de P&D e sua importância no processo de aprendizagem científico. Apresenta também as mudanças no SEB na década de 1990, retratando a dinâmica tecnológica no setor e, a partir daquela, os programas de P&D e sua aplicação no setor elétrico.

O quarto capítulo busca apresentar a definição e desenvolvimento da pesquisa proposta, onde é descrito o procedimento metodológico adotado, com as devidas adequações, para a valoração da inovação nos projetos de P&D do SEB.

O quinto capítulo apresenta a concepção e aplicação do modelo de monetização de inovação tecnológica em dois projetos de P&D de uma empresa do SEB e, decorrente deste, os resultados atingidos, utilizando-se, para isto, projetos de naturezas distintas, ou seja, abordagem de processo e de produto.

A conclusão consta do sexto capítulo, que apresenta os principais resultados do trabalho e as sugestões para futuras pesquisas.

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2 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E MODELOS DE AVALIAÇÃO MONETÁRIA

A fundamentação teórica tem papel fundamental no trabalho acadêmico pois é através dela que o trabalho é situado dentro da grande área de pesquisa da qual faz parte, contextualizando-o. Através da revisão de literatura, é avaliado o conhecimento produzido em pesquisas prévias, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes para o trabalho. Nesse capítulo do trabalho apresenta-se o estado da arte da inovação tecnológica e dos modelos de avaliação monetária no contexto dos projetos de P&D.

2.1 Natureza, Processo e os Pilares da Inovação

Desde o início do século XX, muito se vem discutindo sobre a inovação, sua natureza, características, fontes e classificação, com o objetivo de compreender o seu papel no desenvolvimento econômico. Ressalta-se, como marco fundamental, a contribuição de Joseph Schumpeter (1984) que, na primeira metade do século passado, focou a importância da inovação no desempenho das empresas e da economia.

Segundo Schumpeter (1984), a inovação tecnológica cria uma ruptura no sistema econômico, tirando-a do estado de equilíbrio, alterando, desta forma, padrões de produção e criando diferenciação para as empresas. Ela representa papel central na questão do desenvolvimento econômico regional e de um país. Para o autor, a inovação é central para o crescimento do produto e da produtividade. Processos inovadores promovem mudanças combinando recursos de maneira diferenciada e original. Assim como o desenvolvimento e o crescimento econômico, as inovações também fazem parte do processo que Schumpeter (1984) chamou de destruição criativa, que pode ser entendido como mutação industrial que revoluciona a estrutura econômica de forma endógena, destruindo a ordem vigente e criando uma nova ordem.

Schumpeter (1984) define cinco tipos de inovação: (1) novos produtos, (2) novos métodos de produção, (3) novas fontes de matéria-prima, (4) exploração de novos mercados e (5) novas formas de organizar as empresas. De acordo com a visão de Schumpeter (1984), o desenvolvimento econômico surge de mudanças da vida econômica, um processo que se inicia espontaneamente, de maneira descontínua, sem imposições, com iniciativa própria, criando pré-requisitos para novos desenvolvimentos. Assim sendo, o autor enfatiza a importância das grandes empresas como pilar central do desenvolvimento econômico, mediante a denominada acumulação criativa e acumulação de conhecimentos não transferíveis em determinados mercados tecnológicos e, principalmente, da capacidade de inovação.

(23)

Rieg & Alves Filho (2003) caracterizam inovação ou desempenho inovador empresarial a partir das inovações tecnológicas de processos e produtos comercialmente viáveis, uma consequência dos esforços tecnológicos realizados pelas organizações. Estas inovações podem ser tanto significativas como incrementais. As inovações significativas relacionam-se a produtos ou processos inteiramente novos, diferentes dos existentes até aquele momento. Já as inovações de produtos ou processos incrementais resultam de aperfeiçoamentos de produtos que já existem e que podem ser melhorados. Os autores ainda discutem que, para medir a inovação empresarial, é necessário considerar tanto as quantidades de inovação em produtos e processos como a parcela do faturamento decorrente das inovações e número de patentes conquistadas.

Por sua vez, vários autores contemporâneos buscaram conceituar o fenômeno da inovação. Barclay et al (1995) associam a inovação à novidade: “(...) é a geração, desenvolvimento e

adaptação de uma ideia ou comportamento novo à organização” , assim como Rogers (2005),

que define a inovação como “(...) uma ideia ou objeto, que é percebido como novo por um

indivíduo”. Por sua vez, Cumming (1999) considera “(...) inovação como a primeira aplicação bem sucedida de um produto ou processo”.

Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação pode ser classificada como inovação em produtos, inovação em processo e inovação em produto e em processo. A inovação tecnológica em produto pode assumir duas formas, uma em produtos tecnologicamente novos, em que as características ou os usos pretendidos diferem das dos produzidos anteriormente, e a outra em produtos tecnologicamente aprimorados, em que um produto existente tem seu desempenho melhorado significativamente ou aprimorado. A inovação tecnológica em processos produtivos é a adoção de processos novos ou significativamente melhorados. Tais mudanças podem ocorrer no equipamento ou simplesmente na organização da produção.

Outra definição clássica para inovação é encontrada no Manual de Oslo (OCDE, 2005):

“Inovações Tecnológicas em Produtos e Processos (TPP) compreendem as

implantações de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processos. Uma inovação TPP é considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada no processo de produção (inovação de processo). Uma inovação TPP envolve uma série de atividades científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais. Uma empresa inovadora em TPP é uma empresa que tenha implantado produtos ou processos tecnologicamente novos ou com substancial melhoria tecnológica durante o período em análise”. (OCDE, 2005)

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Independente do conteúdo tecnológico trazido por uma inovação, é impossível negar o aspecto econômico ligado a ela. As inovações tecnológicas só devem ser realmente introduzidas no mercado quando apresentarem vantagens sobre a velha tecnologia. E o que se vê, geralmente, é um período de transição entre diferentes tecnologias. A rapidez desse processo está atrelada a uma crise no processo antigo. Para Dosi (1988), a inovação está essencialmente relacionada à descoberta, à experimentação, ao desenvolvimento, à imitação e à adoção de novos produtos, novos processos de produção e novos arranjos organizacionais. De acordo com Silva et al (2013), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 2005), define as quatro grandes categorias de inovação:

i. Inovação de produto: é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado com relação aos produtos existentes, tanto de características funcionais como de usos previstos. As inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou novas combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes.

ii. Inovação de processos: é a implantação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Os métodos de produção envolvem técnicas, equipamentos e/ou softwares utilizados para produzir bens e serviços. Além da produção e distribuição, esse tipo de inovação também envolve as atividades de compra, contabilidade, computação e manutenção e a implantação de tecnologias da informação e da comunicação novas ou significativamente melhoradas, caso vise à melhoria de eficiência.

iii. Inovação organizacional: é a implementação de um novo método organizacional, que pode ser uma nova prática de negócio da empresa, uma nova organização do local de trabalho ou nas relações externas. O aspecto distintivo da inovação organizacional, comparada com outras mudanças organizacionais, está no fato de não ter sido usada anteriormente na empresa e que seja o resultado de decisões estratégicas tomadas pela gerência.

iv. Inovação de marketing: é a implementação de um novo método organizacional, que pode ser uma nova prática de negócio da empresa, uma nova organização do local de trabalho ou nas relações externas.

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Enquanto as inovações de produto e de serviço estão frequentemente associadas à inovação em relação ao mercado, a inovação de processo exerce similarmente um importante papel em nível estratégico (TIDD et al, 1998). A classificação da inovação para a empresa engloba modificações e melhoramentos nos seus produtos/processos existentes bem como em produtos/processos que são novos para a empresa, mas não para o mercado (usualmente, trata-se de inovações incrementais).

Na visão da inovação como processo, Pavitt (2005) afirma que o mesmo difere em muitos aspectos de acordo com o setor econômico, campo de conhecimento, tipo de inovação, período histórico e países. Levando em consideração que o processo de inovação envolve a exploração de oportunidades para produtos, processos ou serviços, novos ou melhorados, baseado tanto no avanço de práticas tecnológicas como na mudança da demanda de mercado, o autor propõe uma subdivisão do processo de inovação em três subprocessos que se sobrepõem parcialmente:

 a produção de conhecimento científico e tecnológico;

 a transformação de conhecimento em inovação (produtos, processos e serviços)e  o atendimento e influência da demanda de mercado.

2.2 A Relevância da Apropriabilidade da Inovação

Um autor que se preocupou em analisar a importância da apropriabilidade para a inovação foi Romer (1990), constatando que se existisse algo que fizesse o monopólio ser superior à competição na questão da promoção da inovação, este deveria estar relacionado com a apropriabilidade. De certa forma, o autor concordava com Schumpeter em sugerir que a estrutura de mercado é relevante para a apropriabilidade, embora não se preocupasse em explicar detalhadamente essa relação. Teece (1986), em seu trabalho “Profiting from technological

innovation”, iniciou um processo de convergência entre duas áreas até então pouco relacionadas

no meio acadêmico: inovação e gerenciamento estratégico.

Rumelt (1987) definiu apropriabilidade como sendo mecanismos de proteção que tanto assegurem a apropriação econômica do esforço de inovação como também funcionem como barreiras para que os imitadores não copiem livremente suas criações. Teece & Pisano (1998) definem o regime de apropriabilidade como uma função que mede a facilidade de replicação e a eficácia do sistema de direitos de propriedade intelectual como uma barreira à imitação. A apropriabilidade é forte (ou alta), quando a tecnologia é inerente e de difícil replicação, e o sistema de propriedade intelectual provê barreiras legais à imitação.

(26)

O entendimento da fonte e da evolução dos regimes de apropriabilidade tem sido os tópicos de interesse da comunidade acadêmica no campo do direito. Entretanto, até hoje, não tem sido alvo de pesquisas mais detalhadas no campo do gerenciamento estratégico (PISANO, 2005). Segundo o autor, existem diversas direções em que os conceitos dos ativos complementares estão sendo levados adiante. Uma delas é a possibilidade de empresas comercializarem seus ativos tecnológicos sem precisar investir nas formas tradicionais como manufatura, distribuição e marketing. Uma segunda extensão é a distinção feita por Jacobides et al. (2006) entre a mobilidade do ativo complementar e sua complementaridade no uso ou na produção. Uma terceira perspectiva está relacionada com a noção de tecnologias complementares no contexto do que esses mesmos autores chamaram de “arquitetura da indústria”. Essa é a principal diferença entre os ativos complementares de Teece (1986) e a capacidade de conectar fortemente produtos/serviços dentro de camadas adjacentes de uma indústria (FRANSMAN, 2002).

É muito importante, também, a mensuração dos gastos com atividades de inovação do produto e processos nas empresas e indústrias, que é um dos principais objetivos das pesquisas de inovação. Como se afirma no Manual de Oslo (OCDE, 2005), a P&D é apenas uma etapa no processo de inovação e, assim, os gastos com P&D são apenas uma parte do input financeiro. O exame dos gastos com todos os aspectos da inovação TPP, sejam científicos, tecnológicos, organizacionais, financeiros e comerciais, pode facilitar cálculos mais significativos do retorno dos investimentos em inovação.

Por muito tempo, as grandes empresas foram as principais fontes de tecnologia. Suas estratégias incluíam investimentos em grandes centros de pesquisa internos e a reunião de grandes especialistas na sua área, para gerar e desenvolver sua própria tecnologia (SOUZA, 2005). Com isso, essas grandes empresas esperavam obter grandes lucros que seriam parcialmente reinvestidos em pesquisa para continuar a crescer, evidenciando assim um círculo virtuoso do processo de inovação. Sua convicção era de que, se não investissem maciçamente em P&D próprios, acabariam saindo do mercado, complementa o autor.

Teece (986) contribuiu para a formação de uma estrutura teórica ao explicar e predizer porque e quando inovadores poderiam gerar lucros sustentáveis de suas inovações e quando eles estariam vulneráveis pelo aparecimento de novos entrantes. Antes desse trabalho, o campo da estratégia estava desconectado do campo da inovação. O campo da inovação estava focado no entendimento de outros assuntos importantes, como a taxa de crescimento e direção do progresso tecnológico, as fontes de inovação e uma série de questões sobre organização e gerenciamento de P&D.

(27)

Mitre et al (2008) entendem ainda que fatores externos como a competitividade e a estrutura do mercado, o ciclo de vida dos produtos, regulamentações e os hábitos de consumo podem influenciar diretamente nos custos internos de desenvolvimento e manutenção de produtos. Frente à diversidade de ferramentas e práticas existentes para melhor se aproveitar das atividades inovadoras, fica claro que a P&D não deve ser encarada simplesmente como um dos componentes do custo mas sim como um potencial gerador de receita. Do ponto de vista da relação entre as receitas e as despesas, o modelo aberto de inovação permite uma potencialização das receitas através da venda e licenciamento das tecnologias, ou mesmo pela geração de novas tecnologias (Chesbrough et al, 2006).

2.3 Conceituação de Ativos Intangíveis e Criação de Valor

Há mais de cinquenta anos, Penrose (1959) já tinha considerado que o diferencial entre as empresas não consistem nos recursos utilizados na produção mas na forma com a qual são combinados.

O termo intangível vem do latim tangere ou tocar, logo, os bens intangíveis são os que não podem ser tocados, porque não possuem corpo físico. Contudo, a tentativa de relacionar a etimologia da palavra intangível à definição contábil dessa categoria não será exitosa, haja vista que muitos ativos não possuem tangibilidade e são classificados como se tangíveis fossem, tais como despesas antecipadas, duplicatas a receber, aplicações financeiras, etc. (SCHMIDT & SANTOS, 2005).

Lev (2001) diz que “(...) um ativo intangível, como outro ativo qualquer (uma máquina ou

uma propriedade alugada), é uma fonte de benefícios futuros, mas, diferentemente dos ativos tangíveis, os intangíveis carecem de um corpo físico.”. O mesmo autor concorda que alguns

ativos classificados como tangíveis também carecem de existência física (ativos financeiros, como ações e títulos), mas “(...) não são ativos intangíveis, porque eles representam

essencialmente direitos sobre os ativos da corporação (...)”. Lev (2001) explicita o fato de que

não há um consenso quanto à definição de intangíveis na literatura, existindo divergências em relação à abrangência, à classificação e ao próprio nome, que muda conforme o pesquisador: ativos intangíveis, capital intelectual, ativos invisíveis, goodwill, ativos intelectuais, etc.

Conforme Brito et al (2009), a forma como a inovação afeta a posição competitiva de uma empresa varia de acordo com a profundidade da inovação, permitindo à empresa inovadora desde a simples criação de uma nova relação custo–benefício para seu produto até o estabelecimento de um novo padrão de competição que modifique o modelo vigente antes da inovação.

(28)

Corporações mantém, com alguma frequência, comportamentos desalinhados com o propósito de criação de valor e sistematicamente, de forma não intencional, tomam decisões que reduzem o valor de seu negócio (LIN & TANG, 2009), provavelmente por miopia gerencial na oportunidade de definir os interesses da firma. Por isso, torna-se imperativo construir um entendimento da dinâmica de criação de valor, que é essencialmente definida pelas capacidades essenciais da companhia, recursos e relações. Estes constituem o conjunto de ingredientes básicos (i.e., ativos que devem ser gerenciados) para a criação de valor de uma companhia em particular. Isto é, empregados, processos, clientes e investidores compõem a trilha para construção de valor.

As ferramentas financeiras tradicionais, como TIR, VPL, etc., bem como os sistemas contábeis da era industrial, são efetivas na avaliação de ativos tangíveis, mas ignoram largamente ativos de difícil avaliação, isto é, satisfação dos empregados, aprendizagem, efetividade de P&D e fidelidade de seus consumidores (HAMEL, 1991). Nessa mesma linha de pensamento, no julgamento do autor, as capacidades e as habilidades da companhia determinam o grau segundo o qual ela consegue atingir esses requisitos e oferecer criação de valor em níveis superiores aos seus competidores. Ainda a respeito do processo de criação de valor, os gestores necessitam identificar quais ativos podem ser considerados drivers no sistema de criação de valor para a companhia. A esse respeito, Ling & Tang (2009) apontam, a título de ilustração e exemplo, o aprendizado dos funcionários e sua satisfação com o trabalho como ativos componentes da contribuição dos empregados para o processo de criação de valor da companhia. Dito de outra forma, empregados mais motivados, bem treinados e recompensados tendem a entregar serviços acima da média. Já programas de investimentos em P&D conduzem a produtos de expressivo valor adicionado, proporcionando margens superiores. No caso dos clientes, inclusive os novos, esses, quando satisfeitos, são responsáveis pelo crescimento da companhia.

2.4 Classificação dos Ativos Intangíveis

Segundo Kayo (2002), propostas mais recentes para uma taxonomia dos ativos intangíveis podem ser atribuídas a autores como Sveiby (1998), Stewart et al (1999) e Lev (2001), para os quais os ativos intangíveis seriam divididos em: a) competências dos empregados; b) estrutura interna; e c) estrutura externa. Segundo o autor, a competência dos empregados envolve a “(...)

capacidade de agir em uma ampla variedade de situações para criar tanto ativos tangíveis quanto intangíveis (...)”. Ainda de acordo com o autor, as pessoas são os únicos verdadeiros

agentes da empresa, sendo tudo o mais (tangível ou intangível) resultado das ações humanas. Embora concordando que os empregados e seus conhecimentos não possam ser de propriedade

(29)

da instituição, propõe que sejam considerados como ativos, visto que não se pode conceber uma organização sem pessoas.

A estrutura interna refere-se a todos os processos e sistemas que fazem a organização ser única e diferente de todas as outras, sendo formada por patentes, conceitos, modelos, sistemas de computação e sistemas administrativos. Fazem também parte da estrutura interna o espírito e a cultura organizacionais (SVEIBY, 1998). A estrutura externa é formada pelos relacionamentos com clientes e fornecedores. Nesses relacionamentos, os fatores relevantes são a marca,

trademarks e a reputação (ou imagem) da companhia. O autor também denomina os intangíveis

de “ativos invisíveis”, uma vez que são aqueles agentes atualmente responsáveis pela geração de valor aos acionistas, mas que não aparecem nos demonstrativos contábeis publicados pelas empresas. Sveiby (1998), contudo, sustenta que a tentativa de avaliação dos ativos do conhecimento com a utilização de medidas financeiras deve ser descartada, pois, com ferramentas antigas, não se pode conseguir perceber corretamente as riquezas criadas de maneira totalmente diferente daquelas utilizadas na chamada “Era Industrial”.

Kayo (2002), depois de estudar várias taxonomias dos ativos intangíveis, propôs uma classificação que visou resumir e uniformizar termos, uma vez que havia taxonomias demasiado amplas e outras extremamente restritas, além de uma série de denominações diferenciadas para uma mesma variável. O Quadro 2.1 apresenta a proposta de Kayo (2002), que tem sido adotada em pesquisas mais recentes acerca da classificação de ativos intangíveis, como a realizada por Lin & Tang (2009).

Quadro 2.1: Uma proposta para classificação de ativos intangíveis Fonte: Adaptado de Kayo (2002).

Tipo de Intangível Principais Ativos Intangíveis

Ativos Humanos Conhecimento, talento, capacidades, habilidades, experiência dos empregados, gestão de qualidade superior, empregados-chave, treinamento e desenvolvimento, e outros.

Ativos de Inovação P&D, patentes, fórmulas secretas, know-how tecnológico, entre outros. Ativos Estruturais Procedimentos, softwares, bases de dados, sistemas de informação,

inteligência de mercado, canais de mercado, entre outros.

Ativos de Relações Marca, copyrights, contratos com clientes, fornecedores, contrato de licenciamento, franquia, trademarks, entre outros.

(30)

De acordo com Kayo et al (2006), os ativos intangíveis são importantes fatores de diferenciação e, dessa forma, contribuem sobremaneira para a obtenção de importantes vantagens competitivas, devido à característica fundamental de todo ativo intangível: sua singularidade. Isto é, os ativos tangíveis como máquinas, equipamentos, fábricas, etc., são adquiridos com relativa facilidade, desde que a empresa possua os recursos financeiros para tal.

A literatura financeira recente tem apontado a monetização de ativos intangíveis como um dos caminhos-chave para explorar um conjunto de instrumentos pouco explorados, os quais podem exercer papel central na gestão financeira da companhia, especialmente na gestão de riscos. O Quadro 2.2 apresenta uma síntese dos principais estudos sobre o tema.

Autoria Objetivo Método Resultados

Sveiby (1998), Stewart (1999), Lev (2001) Analisar problemas críticos emergentes da aplicação empírica das abordagens de valuation disponíveis para ativos intangíveis

A partir de estudo de caso real de patentes médicas, com a colaboração do inventor, que disponibilizou todos os dados relevantes

Os autores apontam aspectos críticos do processo de valuation, e.g.: acesso a informações relevantes, identificação do potencial de mercado, estrutura de custos, estratégia de marketing, definição da taxa de desconto. Garamina e Pavlova (2000) Definir o impacto do valor fundamental de ativos tangíveis e intangíveis sobre o valor da companhia

POLS (Pooled Ordinary Least Squares) com dados de 43 empresas russas e 50 inglesas, empregando modelo de lucro residual

O efeito dos ativos intangíveis sobre o retorno geral pode ser positivo ou negativo. O retorno sobre ativos intangíveis é a diferença entre o retorno da firma e o retorno médio de sua indústria. Park e Park

(2004)

Propor uma nova metodologia de avaliação de novas tecnologias, obtendo valores monetários, em lugar de scores ou índices. Estudos de casos ilustrativos de aplicação do método de valuation de tecnologias proposto.

Os autores propõem uma estrutura relativamente simples de monetização de novas tecnologias, mas reconhecem que o modelo depende: i) da determinação e estimação de alguns parâmetros cruciais, os quais podem ser obtidos com experts da indústria; ii) o modelo carece de validação (o que é difícil de obter, pois o valor das tecnologias não é conhecido ex ante. Danthine e Jin (2007) Estudar as implicações da suposição de que o processo de acumulação de ativos intangíveis difere dos ativos físicos para o valor da firma e

asset pricing

Simulações empregando Modelo de equilíbrio geral

O valor da firma está expressivamente associado ao processo de acumulação de ativos intangíveis

(31)

Autoria Objetivo Método Resultados

Kohlbeck

(2008) Examinar a relevância dos ativos intangíveis no setor bancário

POLS com base no procedimento proposto por Beaver et al. (1989)

Os padrões contábeis norte-americanos oferecem nível de

disclosure que permite a identificação de ativos intangíveis Radneantu

(2009)

Examinar as práticas contábeis adotadas na Romênia com o objetivo de controle de ativos intangíveis Revisão de normas e trabalhos acadêmicos acerca do tratamento de ativos intangíveis na Romênia

É necessário maior volume de pesquisas para construir conceitos e métodos para reconhecimento, avaliação e report de ativos intangíveis

Lin e Tang (2009)

Propor um modelo para avaliação de ativos intangíveis. Contribuir para que a empresa possa apreciar corretamente os índices financeiros, reduzindo o viés decorrente de apenas considerar as Demonstrações Financeiras. Usaram processo analítico hierárquico (AHP) para o processo de avaliação de ativos intangíveis. Adotaram um modelo composto de 5 dimensões, com 22 critérios, ponderados pela sua relevância para ativos intangíveis.

Mostra uma aplicação de métodos AHP como um suporte para o processo de avaliação de ativos intangíveis, alternativamente a métodos DCF.

Quadro 2.2: Principais trabalhos desenvolvidos sobre o tema de avaliação de ativos intangíveis no mundo.

Fonte: Elaboração própria.

Contudo, entende-se que o grau de abertura, transparência e eficiência do mercado de capitais para ativos intangíveis é função do papel do governo, na regulação do mercado, de forma justa e independente. Entre os trabalhos destinados à avaliação de ativos intangíveis, poucos são aqueles destinados à monetização, sendo um deles realizado por Park & Park (2004). Esses dois autores apresentam dois fatores como determinantes do valor de tecnologias: i) Fator da Tecnologia (VOT) e ii) Fator de Mercado (VOM).

No argumento de Park & Park (2004), não é novidade ouvir que a avaliação de tecnologia não é ciência, mas sim arte. Isto em razão de três aspectos básicos:

 Tecnologia não é visível nem tangível. Está implícita ao conhecimento humano, sendo difícil identificar seu exato conteúdo ou escopo.

 O valor econômico da tecnologia é afetado por vários fatores não-técnicos e realizados somente após a comercialização no mercado (Tipping et al., 1995).

(32)

 Valuation, processo de estimar quanto uma empresa vale, determinando seu preço justo e o retorno de um investimento em suas ações. Em si, apresenta-se um procedimento caracterizado por algum grau de subjetividade, estando sujeito ao julgamento do avaliador (Boer, 1999).

Em decorrência disso, entende-se que o valor da companhia (vista como um conjunto de projetos) é dependente da habilidade de avaliar seus ativos, em termos de tecnologias. Ao mesmo tempo, as pressões externas para que a companhia desenvolva expertise na avaliação de tecnologias é crescente (LIN & TANG, 2009). Em resposta a essas pressões, uma gama de propostas de avaliação tem sido identificada. E, nesse contexto, profissionais e pesquisadores da área de gestão do conhecimento têm se interessado por desenvolver e propor estruturas de avaliação alternativas. De acordo com os autores, existem basicamente três tipos de modelos de avaliação, aqueles que expressam o valor da tecnologia por meio de:

 Score: adota um determinado número de fatores e é caracterizado por alguma subjetividade na definição dos fatores. Em geral, o score de um projeto ou tecnologia é decorrente da adição e/ou multiplicação de scores individuais, que são pontuações individuais para cada atributo. A principal vantagem desse tipo de modelo de avaliação é a sua simplicidade de aplicação, o que causa a sua popularidade. No entanto, diversas desvantagens são apontadas, entre elas: dificuldade em apontar um valor para a tecnologia; ignora a interdependência entre os aspectos que compõem a estrutura de avaliação; dificuldade em diferenciar tecnologias de produto e tecnologias de processo (quando essas são muito diferentes).

 Índice: normalmente desenvolve uma forma funcional de avaliação, oferecendo um valor composto para a tecnologia. Esse modelo é mais flexível que o modelo de score.  Valor Monetário: oferece uma métrica monetária de valor para a tecnologia.

Basicamente, esse modelo emprega métodos de orçamento de capital que estimam Fluxo de Caixa Descontado (FCD) para gerar e propor o Valor Presente Líquido (VPL) da tecnologia.

Por esses motivos, os modelos de valor monetário tendem a receber a preferência. Mas a taxa de difusão de modelos de valor monetário para as tecnologias tem sido pequena. As razões para isso são essencialmente o déficit de confiabilidade das estimativas dos parâmetros e a dificuldade de entender o conceito teórico do modelo.

(33)

2.5 Modelos

Os métodos de avaliação contemplam os ativos intangíveis e levam em conta a sua capacidade de geração de riqueza, em termos de passado, presente e futuro (Santos, 2008). De forma complementar, Sveiby (1998) reitera que os ativos intangíveis não são elementos financeiros e exigem medidas tanto financeiras como não-financeiras. O autor define três passos para os métodos de mensuração do desempenho: tópicos de desempenho, fatores críticos de sucesso e indicadores de desempenho. Determina, também, que as métricas devem servir para melhorar o desempenho, medir a capacidade e permitir comparabilidade. Por conseguinte, Sveiby (1998) descreve os indicadores de crescimento e renovação, indicadores de eficiência e indicadores de estabilidade, para os três ativos intangíveis: competência, estrutura interna e estrutura externa. Além desta descrição, agrupa os métodos de avaliação de ativos intangíveis em quatro categorias:

 Métodos Diretos de Capital Intelectual (MDCI): estima o valor dos ativos intangíveis pela identificação de seus diversos componentes. Uma vez que estes componentes são identificados, podem ser diretamente avaliados, individualmente ou como um coeficiente agregado;

 Métodos de Capitalização de Mercado (MCM): calcula a diferença entre a capitalização de mercado da empresa e seu patrimônio líquido com o valor de seu capital intelectual ou ativos intangíveis;

 Método de Retorno sobre os Ativos (MRA): a média do lucro antes de impostos de uma empresa em um período de tempo é dividida pelos ativos tangíveis médios da empresa. O resultado é um MRA da empresa que é então comparado com a média da indústria. A diferença é multiplicada pela média dos ativos tangíveis para calcular um rendimento médio anual dos intangíveis;

 Método de Indicadores Balanceados (MIB): os diferentes componentes dos ativos intangíveis são identificados e os indicadores e índices são gerados e relatados nos

scorecards ou como gráficos. MIB’s são semelhantes aos métodos MDCI, um índice

composto que pode ou não ser produzido.

Sveiby (2001) explica que os métodos oferecem vantagens e desvantagens diferentes. Os métodos que oferecem valorações, tais como métodos MRA e MCM, são úteis em situações de fusão e aquisição e avaliações do mercado de ações, podendo também ser usados para

(34)

comparações entre empresas do mesmo setor. Ainda segundo o autor, os métodos MRA são muito sensíveis às taxa de juros e taxa de desconto. Os pressupostos e os métodos que medem apenas no nível da organização são de uso limitado para fins de gestão; vários deles são de nenhum uso para organizações sem fins lucrativos, departamentos internos e organizações do setor público. Isto é particularmente verdadeiro para os métodos MCM.

Para Rocha Pinto & Maisonove (2012), as vantagens dos métodos MDCI e MIB são a possibilidade de criar uma imagem mais abrangente da saúde de uma organização e métricas financeiras que podem ser facilmente aplicadas em qualquer nível de uma organização. Eles medem um evento e podem, portanto, ser mais rápidos e mais precisos do que puras medidas financeiras. Uma vez que não precisam medir em termos financeiros, eles são muito úteis para organizações sem fins lucrativos, departamentos internos e organizações do setor público e para fins ambientais e sociais. Suas desvantagens são que os indicadores são contextuais e precisam ser customizados para cada organização e cada finalidade, o que torna as comparações muito difíceis (ROCHA PINTO & MAISONAVE, 2012).

A seguir, são apresentados, no Quadro 2.3, 30 métodos de avaliação citados e compilados por Sveiby (2001).

Ano Método Autor

Principal

Categoria Descrição

2010 SICAP Ramirez MIB Projeto financiado pela UE (União Europeia) para desenvolver um modelo de CI geral especialmente concebido para as administrações públicas e de uma plataforma tecnológica para facilitar a gestão eficiente dos serviços públicos. A estrutura do modelo identifica três principais componentes do capital intelectual: o capital humano público, capital estrutural público e capital relacional público.

2009 ICU Report Sanchez 2009

MIB ICU é resultado de um projeto financiado pela UE para projetar um relatório de CI especificamente para as universidades. Contém três partes: (1) Visão da instituição, (2) Resumo dos recursos intangíveis e atividades, (3) Sistema de indicadores. 2009 IAbM (Intellectual Assets-based Management) Johanson, Koga &Skoog

MIB Intellectual Assets-based Management (IAbM) é uma diretriz para relatórios de CI introduzidas pelo Ministério japonês da Economia, Comércio e Indústria, baseados em grande parte nas diretrizes Meritum,

(35)

Ano Método Autor Principal

Categoria Descrição

descrito em Johanson et al. (2009). O relatório deve conter: (1) filosofia de gestão; (2) passado para o presente; (3) presente para o futuro; (4) indicadores de ativos intelectuais.

2008 EVVICAE™ McMcCutch eon (2008)

MDCI Analisa o capital humano, estrutural e relacional em conjunto com a capacidade de renovação do negócio que pode ser usada para produzir uma representação mais precisa de valor futuro. 2007 Modelo Monetário Dinâmico Milost (2007)

MDCI Avaliação monetária dos funcionários da empresa.

2004 Índice Nacional de Capital Intelectual

Bontis MIB Uma versão modificada do Skandia Navigator para as nações. A riqueza nacional é composta por capital humano, capital de processo, mercado de capital e capital de renovação.

2003 Diretrizes Dinamarquesas

Mouritzen, Bukh & al.

MIB Patrocinado pelo governo como projeto de pesquisa para empresas dinamarquesas deve reportar os seus intangíveis publicamente. Declarações de capital consistem de narrativas do conhecimento, conjunto de desafios de gestão, uma série de iniciativas e indicadores relevantes.

2003 IC-dVAL™ Bonfour (2003)

MIB Integra quatro dimensões de medição insumos (inputs), processos, ativos e resultados (outputs), definindo métricas ad hoc para mensurar o CI de forma dinâmica. 2002 Modelo

Intellectus

Intellectus Knowledge

MIB O modelo está estruturado em sete componentes, cada um com elementos e variáveis. Capital Humano; Capital estrutural é dividido em capital organizacional e capital tecnológico; Capital relacional é dividido no capital de negócio e capital social.

2002 FiMIAM (Financial Method of Intangible Assets Measurement Rodov & Leliaert

MIB Avalia os valores monetários dos componentes do CI. Uma combinação de ativos tangíveis e ativos intangíveis. O método serve para vincular o valor do CI para avaliação de mercado sobre e acima do valor contábil.

2002 Meritum guidelines

Meritum Guidelines –

MIB Projeto de investigação patrocinado pela UE, que rendeu uma estrutura para gerenciamento e divulgação de Ativos Intangíveis em três

(36)

Ano Método Autor Principal

Categoria Descrição

União Europeia

etapas: 1) definição de objetivos estratégicos; 2) identificação dos recursos intangíveis; 3) ações para o desenvolvimento de recursos intangíveis. Sendo considerados Capital Humano, Capital Estrutural e Capital de Relacionamento. 2001 Ciclo de Auditoria do Conhecimento Schiuma & Marr

MIB Um método para avaliar seis dimensões do conhecimento das capacidades de uma organização em quatro etapas: definição dos ativos do conhecimento; identificação de processos de conhecimento chaves; planejamento de ações em processos de conhecimento; implementação das ações planejadas; monitoramento do crescimento dos ativos do conhecimento.

2000 VCI (Value Creation

Index)

Baum et al. MIB Desenvolvido pela Wharton Business School, juntamente com a Forbes e a Ernst & Young para o Centro Empresarial de Inovação. Eles estimam a importância de diferentes métricas não financeiras na explicação do valor de mercado das empresas. Fatores diferentes para diferentes indústrias.

2000 KPMG Value Explorer

Andriessen & Tiessen

MIB Metodologia proposta pelo KMPG de cálculo e atribuição de valor para cinco tipos de intangíveis: ativos e doações; habilidades e conhecimento tácito; valores coletivos e normas; tecnologia e conhecimento explícito; processos primários e de gestão.

2000 Avaliação de Ativo Intelectual

Sullivan MDCI Metodologia para avaliar o valor da Propriedade Intelectual. 1999 Lucro do capital do conhecimento (Knowledge Index)

Lev MRA Lucro de Capital de Conhecimentos calculado como a porção de lucros normalizados (estimativa de três anos em média da indústria), acima do lucro atribuível aos ativos contábeis. Lucro utilizado para capitalizar o Capital do Conhecimento. 1998 IVM

(Measure Value Index)

M’Pherson MDCI Subtração do valor contábil pelo valor de mercado de uma organização.

1998 AFTF (Accounting for

Nash MDCI Provê informações prospectivas com base em avaliações para o mercado de capitais, medidas dimensionadas para promover o uso

(37)

Ano Método Autor Principal

Categoria Descrição

the future) eficaz e eficiente do capital.

1997 VIC (Calculated

Intangible Value)

Stewart MCM Adaptação do método q de Tobin para avaliar o valor da marca, sendo os ganhos da empresa maiores devido ao CI, quando comparados com outras empresas do setor com os mesmos ativos tangíveis.

1997 EVA (Economic

Value

Stern & Stewart

ROA Diferença entre o lucro da empresa e o custo de todo o capital empregado, ou seja, o custo médio ponderado de dívida e capital.

1997 VAIC (Value Added

Intellectual Coefficient)

Pullic MRA O VAIC indica a eficiência da criação de valor da empresa, ou capacidade intelectual, quanto maior o coeficiente VAIC, melhor a gestão utiliza o potencial de criação de valor da empresa. 1997 IC – index Índice de CI Roos, Roos, Dragonetti &Edvinsson

MIB Monitora a dinâmica do CI. Concentra em um único índice os diversos indicadores, baseados em mudanças, correlacionando o CI com as mudanças do mercado, sendo capital do relacionamento, capital humano, capital de infraestrutura e capital de inovação. 1996 Technology

Broker

Brooking MDCI O valor de uma organização é definido pela soma dos ativos tangíveis e do capital intelectual. 1996 Citação Ponderada de Patentes Dow Chemical

MDCI Um fator tecnologia é calculado com base nas patentes desenvolvidas por uma empresa. O desempenho do CI é medido com base no impacto dos esforços de pesquisa de desenvolvimento de uma série de índices, como número de patentes e o custo das patentes no volume de negócios. Abordagem descrita em Bontis (2001). 1994 Skandia Navigator Edvinsson & Malone (1997)

MIB O capital intelectual é medido através da análise de até 164 métricas (91 com base em CI e 73 métricas tradicionais) que abrangem cinco componentes: (passado) foco financeiro; (presente) focos consumidor, humano e processos; (futuro) foco renovação e desenvolvimento.

Referências

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