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Efeitos do programa de ginástica laboral na saúde e na qualidade de vida dos funcionários de um hospital do município de Ijuí

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROSTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DHE - DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITOS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA SAÚDE E NA QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS DE UM HOSPITAL DO MUNICÍPIO

DE IJUÍ

DINACIR INES NORO

IJUÍ/RS 2017

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DINACIR INES NORO

EFEITOS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA SAÚDE E NA QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS DE UM HOSPITAL DO MUNICÍPIO

DE IJUÍ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof.º Paulo Carlan

IJUÍ/RS 2017

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A Banca Examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de conclusão de curso:

EFEITOS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA SAÚDE E NA QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS DE UM HOSPITAL DO MUNICÍPIO

DE IJUÍ

Elaborado por

Dinacir Ines Noro

como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Ijuí (RS), 15 de dezembro de 2017.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Professor Dr. Paulo Carlan (orientador) - UNIJUÍ

_________________________________________________ Professora Ms. Eloisa de Souza Borkenhagen Bohrer

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4 AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, pelo amor, ajuda e apoio nos momentos que mais precisei.

Agradeço ao meu namorado por todo o apoio e ajuda prestada. Aos meus irmãos pela contribuição valiosa.

Ao meu orientador professor Paulo Carlan, que desde o início do meu percurso me ajudou com quem aprendi muito sobre a vida, dentro ou fora da sala de aula, agradeçopelos grandes ensinamentos.

A professora Eloisa de Souza Borkenhagen Bohrer, na qual aprendi muito no percurso acadêmico.

A Unimed Noroeste- RS agradeço por acreditarem em mim e ter me oportunizado a desenvolver meu trabalho.

Aos meus colegas de trabalho que de uma ou outra forma colaboraram e com os quais aprendi muito.

Aos professores do curso de Educação Física, que colaboraram para minha formação.

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5 DEDICATORIA

Assim como todas аs minhas demais conquistas, dedico este trabalho аоs meus amados pais Orestes Miguel Noro e Liane Noro. Em especial a minha mãe, pessoa maravilhosa, sempre esteve ao meu lado nos momentos que mais precisei! Te amo. Obrigado por terem me dado educação, ensinado valores e sempre acreditar em mim. Valeu а pena toda distância, todo sofrimento, toda a saudade... Valeu а pena esperar... Hоjе estamos colhendo, juntos, os frutos do nosso empenho! Obrigada por tudo.

Aos meus irmãos Cristian Rafael Noro e Dione Luzia Noro, que sempre me apoiaram e me incentivaram, por compreender a importância dessa conquista e aceitar a minha ausência quando necessário.

Ao meu amado Diórgenes Genaro Rasia, que encontrei no decorrer da faculdade. Obrigada por estar comigo nos momentos de tensão, pela paciência, incentivo, compreensão, pela força е principalmente pelo carinho. Te amo....

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6 RESUMO

A Ginástica Laboral é uma atividade física realizada nas empresas com seus funcionários que visa melhorar a qualidade de vida dos mesmos. Este estudo abordará a prática da Ginástica Laboral em um hospital da cidade de Ijuí- RS e tem por objetivo diagnosticar quais foram os benefícios na saúde e na qualidade de vida dos funcionários do hospital através do programa de Ginástica Laboral. Trata-se de um estudo descritivo quanti-qualitativo, realizado com uma amostra intencional. O instrumento utilizado para avaliar os objetivos propostos foi um questionário com questões de âmbito fechado e aberto a questões individuais dos sujeitos e questões referentes ao Programa de Ginástica Laboral. A Testagem de ABRAHAMS; MARKS; HUTCHINGS (2005) foio instrumento para verificar de prevalência de dores e desconforto muscular, o indivíduo deve marcar o local que sente dor ou desconforto muscular através de um boneco representando o corpo humano.A amostra contou com 26 funcionários do hospital, 11 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. Os resultados indicam que o programa de Ginástica Laboral contribuiu para melhorar as dores musculares e alterou positivamente o fisiológico e o psicológico dos indivíduos participantes. Conclui-se que a Ginástica Laboral contribuiu positivamente na qualidade de vida e na saúde dos funcionários.

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7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico1-Idade...41

Gráfico 2–Gênero...42

Gráfico 3– Tem filhos. ... ...42

Gráfico 4 – Qual a sua escolaridade...43

Gráfico 5– Qual a sua renda mensal...43

Gráfico6 – Qual é sua forma de deslocamento usual ao trabalho...44

Gráfico7 – Faz alguma atividade física fora do ambiente de trabalho...45

Gráfico8 – Quantas vezes na semana faz atividade física...46

Gráfico 9 – Qual o tempo de sua atividade física ...47

Gráfico 10 – É fumante...48

Gráfico11–Dorme quantas horas por noite...49

Gráfico 12 – Apresenta algum tipo de doença...50

Gráfico 13 – Faz uso de medicamento continuo ...51

Gráfico 14-Qual motivo te levou a participar do programa de Ginástica Laboral ...51

Gráfico 15-Você se sente satisfeito com o Programa de Ginástica Laboral ...52

Gráfico 16-Quando faz a Ginástica Laboral sente- se mais humorado...53

Gráfico 17-Quando faz a Ginástica Laboral sente-se menos estressado mentalmente...53

Gráfico 18-Depois que inicio o programa regular de Ginástica laboral sente-se mais disposto para realizar as tarefas cotidianas ...54

Gráfico 19-Depois que inicio o Programa de Ginástica Laboral sente-se com mais autonomia no trabalho...55

Gráfico 20-Depois que inicio o Programa de Ginástica Laboral sente-se com melhor qualidade no sono...55

Gráfico 21-Quando faz a Ginástica Laboral sente-se menos deprimido...56

Gráfico 22-Quando faz a Ginástica Laboral sente-se menos ansioso...57

Gráfico 23-Quando faz a Ginástica Laboral Sente-se menos agressivo ...58

Gráfico 24-Depois que inicio o Programa de Ginástica Laboral quando não faz sente falta....58 Gráfico 25-Depois que iniciou o programa regular de Ginástica Laboral sente-se melhor para

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exercer as atividades no trabalho...59

Gráfico 26-O Programa de Ginástica Laboral ajudou a melhorar a sociabilidade com os colegas...60

Gráfico 27-O Programa de Ginástica Laboral te incentivou a buscar uma pratica de atividade física e\ou a continuar a fazer ...60

Gráfico 28-visto que você sente dores em algumas partes corpo, quando você faz a Ginástica Laboral essa dor minimiza...61

Gráfico 29- Em sua opinião se tivesse mais sessões de Ginástica Laboral durante a semana, as dores musculares poderiam melhorar consideravelmente...62

Gráfico 30- Como você classifica as aulas de Ginástica Laboral realizadas pela professora...62

Gráfico 31- Quais as partes do corpo que sente dor ...63

Gráfico 32- O que é ter saúde para você ...64

Gráfico 33- Você acha que tem saúde ...65

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9 SUMARIO INTRODUÇÃO ... 11 PROBLEMA DE PESQUISA ... 13 1. OBJETIVOS ...13 1.1OBJETIVO GERAL ... 13 1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ... 13 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 14 2.1 TIPO DE PESQUISA... 14 2.2 POPULACÇAO E AMOSTRA...14 2.3 CRITÉRIO DE INCLUSÃO ... 15 2.4 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO ... 15 2.5 PRODUÇÃO DE DADOS. ... 15

2.6 INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ... 15

2.7 CUIDADOS ÉTICOS ... 16

2.8ESTUDO PILOTO ... 16

2.9 DIAGNÓSTICO DOS SETORES PARTICIPANTES...16

2.10 AÇÕES DENTRO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL...20

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 22

3.1.SAÚDE PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE ... 22

3.2.1HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL ... 26

3.2CONCEITO E DEFINIÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL ... 27

3.2.2 CLASSIFICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL...28

3.2.3 IMPORTANCIA DO ALONGAMENTO NA GINÁSTICA LABORAL...29

3.2.4DISTÚRBIOS OSTEOSMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT) E LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO (LER)...30

3.2.5 ESTRESSE OCUPACIONAL ... 32

3.2.6LOMBALGIA... 34

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3.3.1 PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

SEGUNDO ALGUNS ESTUDIOSOS ... 38

4. ANÁLISE E DISCUÇÕES DOS RESULTADOS... 41

5. CONSIDERAÇÕES FINAS ... 67

REFERÊNCIAS ... 69

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11 INTRODUÇÃO

Na indústria capitalista, a exigência por produtividade torna muitas vezes constante o trabalho ininterrupto pelos profissionais competentes, estes por sua vez, estão sendo afligidos por consequências laborais negativas de cunho psicológico e físico.

Com os avanços tecnológicos ocorrido, a indústria passou por grandes transformações durante o seu processo de produção, estes por sua vez resultaram na criação das estruturas de ocupações laborais para os funcionários. Esta nova forma de organização, passou a exigir um trabalhador mais especializado em desenvolver apenas uma específica função, tornando as atividades laborais monótonas, repetitivas e por algumas vezes estressante.

As empresas, por sua vez, começaram a buscar meios para melhorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho, visando melhorar a saúde do trabalhador, dando a devida importância a questões ligadas à satisfação, motivação, quanto à capacidade produtiva do funcionário e, sobretudo buscando manter um ambiente agradável. Esta busca por qualidade de vida no trabalho é cada vez mais presente nas organizações laborais, pois, estes espaços precisaram buscar se adequar a realização pessoal no trabalho, de saúde, do equilíbrio entre tempo dedicado ao trabalho e à família valorizando as relações sociais.

As novas tecnologias e seu impacto na vida das pessoas acabam sendo um fio condutor importante para interpretar os avanços no desenvolvimento social, mais ainda, na qualidade de vida do trabalhador, sendo que atualmente as pessoas passam grande tempo do dia no ambiente de trabalho.

A Ginástica Laboral surge como uma ferramenta na busca de uma melhor qualidade de vida no trabalho, através dela proporciona ao trabalhador um ambiente mais agradável, satisfatório e motivador.

A Ginástica Laboral vem ganhando importância no setor das organizações e espaços nas discussões acadêmicas e empresariais, despertado o interesse de

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empresários e administradores pela contribuição que pode proporcionar para a satisfação do empregado e a produtividade empresarial.

O interesse de desenvolver esta pesquisa se deu pelo fato da pesquisadora estar atuando com a Ginástica Laboral nesta instituição, esta pesquisa é de grande importância para a área da Educação física, pois opapel dos profissionais de saúde, sobretudo do Educador Físico é fundamental para a qualidade de vida do trabalhador, pois quando estes profissionais estão inseridos dentro da empresa, é ele responsável em educar e possibilitar alternativas que possam vir a melhorar a saúde do trabalhador.

A função do Educador Físico não se resume somente a prescrição dos exercícios, este profissional também irá trabalhar com orientação a respeito do benefício da prática da atividade física, fatores motivacionais, inclusão social, cultura e educação para a saúde, alertar sobre problemas posturais, tentar dentro destes e de outros aspectos aumentar a adesão ao exercício, fator de suma importância na saúde do trabalhador.

Esta pesquisa tem por objetivo verificar os benefícios do Programa de Ginástica Laboral na saúde e na qualidade de vida dos funcionários de um hospital da cidade de Ijuí - RS.

Conforme Lima (2005), um Programa de Ginástica Laboral bem elaborado pode proporcionar grandes benefícios físicos e mentais, tornando o ambiente de trabalho um local agradável, melhorando a qualidade de produtividade da empresa e também para o crescimento pessoal do funcionário.

Ibidem (2005) as empresas encontraram no Programa de Ginástica Laboral, uma maneira de conseguir ganhosem épocas que a sociedade esta tão competitiva, tanto a eficiência quanto a produtividade aumentam pelo fato dos funcionários estarem mais dispostos, cada vez mais tem aumentado o número de empresas que busquem alternativas para proporcionar aos seus trabalhadores atividades físicas no próprio ambiente de trabalho.

Segundo Mendes e Leite (2004) o Programa de Ginástica Laboral possui vários objetivos, dentre eles, buscarem uma melhor qualidade de vida e promoção da saúde. Os principais objetivos para o trabalhador são: melhorar a postura e movimentos executados durante as atividades laborativas, diminuírem o cansaço, combater o sedentarismo, diminuir o estresse ocupacional. Para a empresa são: diminuir os acidentes de trabalho reduzir o absenteísmo e troca de funcionários, aumentar a produtividade, prevenir e melhorar sintomas de doenças ocupacionais.

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O estudo proposto inicia-se com o problema de pesquisa, os objetivos, a metodologia demonstrando os passos efetuados para a realização deste estudo.

Após a revisão de literatura que está composta da seguinte maneira: o referencial teórico, contendo os seguintes subtítulos; conceito de saúde promoção dasaúde e educação para a saúde,alongamento,a história da Ginástica Laboral,conceito e definição da GL, doenças relacionadas ao trabalho, qualidade de vida no trabalho, principais conceito sobre qualidade de vida segundo alguns estúdios,diagnostico dos setores participantes, a análise dos resultados e finalizando com a conclusão.

Problema

Como a Ginástica Laboral pode contribuir na saúde e na qualidade de vida dos funcionários de um hospital do município de Ijuí?

1. Objetivos

1.1. Objetivo geral:

Verificar quais foram os efeitos de um Programa de Ginástica Laboral na saúde e na qualidade de vida dos funcionários de um hospital do município de Ijuí-Rs.

1.2. Objetivos específicos:

a) Identificar quais foram os benefícios fisiológicos que Programa de Ginástica Laboral proporcionou aos funcionários.

b) Verificar se o Programa de Ginástica Laboral contribuiu para os funcionários começaram alguma prática de atividade física ou a continuar a fazer.

c) Constatar quais foram os benefícios psicológicos que a Ginástica Laboral proporcionou ao funcionário.

d) Verificar se os funcionários estão satisfeitos com o Programa de Ginástica Laboral.

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14 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesse capítulo, apresento as opções metodológicas desse estudo. Primeiramente, relato o tipo de pesquisa, na sequência abordo sobre os participantes da investigação. Após, explico o desenvolvimento do estudo e os instrumentos utilizados no levantamento de dados e suas aplicaçõespara realização da pesquisa. Por fim, apresento os cuidados éticos e o estudo piloto.

2.1 TIPO DE PESQUISA:

A pesquisa é do tipo descritivo. Este tipo de pesquisa leva em consideração o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador.

Segundo Gil (2008), a pesquisa descritiva, descreve as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tal como o questionário.

O método de pesquisa utilizado foi quanti-qualitativo podendo levar uma compreensão e explicação mais ampla do tema estudado.

Segundo Minayo (1993), a relação entre qualitativo e quantitativo não deve ser pensada como oposição contraditória, pois esta forma de pesquisa possibilita integração das relações sociais estudada, alem de borda os aspectos mais concretos e aprofundadosatribuindo significado qualitativo. Assim o estudo quantitativo pode geram questões para serem aprofundadas qualitativamente e vice-versa.

2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população constitui-se de um grupo de indivíduos que trabalham num hospital situado no município de Ijuí, Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

A amostra contou com 26 funcionários do hospital, 11 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. Para seleção da amostra foi levado em consideração alguns critérios, o mais relevante foi que os funcionários devem ter participado do Programa de Ginástica Laboral, quando se iniciou a prática sendo esta no mês de novembro de 2016. Será selecionado um funcionário por setor.

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2.3 CRITÉRIO DE INCLUSÃO

Participaram da pesquisa os funcionários que vinham estar participando do Programa de Ginástica Laboral proposto pelo hospital, desde seu inicio, ainda serão levados em consideração os funcionários da amostra em questão que obtiveram uma maior participação nas sessões de Ginástica Laboral, sendo classificado um por setor independente do sexo.

2.4 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO

Não participaramda pesquisa os estagiários, pessoas terceirizadas e funcionários que começaram a trabalhar depois que o programa já havia se iniciado.

2.5 PRODUÇÃO DE DADOS

Os dados foram produzidos pelo próprio pesquisador, através de um questionário com perguntas fechadas e abertas para obtenção das respostas. O questionário foi entregue ao funcionário na terceira semana do mês de outubro este teve até o ultimo dia do mesmo mês para retornar o questionário, a maioria retornou antes desse período.

Conforme Gil (2002, p. 115) “questionário pode ser entendido como um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado e também constitui o meio mais rápido e barato de obtenção de informações”.

2.6 INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

O instrumento da pesquisa foi um questionário estruturado, já validado e desenvolvido por Pereira (2003), que avaliaram o bem estar físico e funcional dos indivíduos praticantes da Ginástica Laboral sendo que algumas questões foram adaptadas de acordo com a realidade que se pretende investigar, com perguntas abertas, fechadas pertinentes ao assunto.Na primeira parte o questionário, foi abordado questões pessoais,a segunda parte foi evidenciado questões que visam identificar através da

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percepção do funcionário o que ele percebe que melhorou na qualidade de vida e na sua saúde, a partir do Programa de Ginástica Laboral.

O protocoloTestagem de ABRAHAMS; MARKS; HUTCHINGS (2005) foi o instrumento verificador de prevalência de dores e desconforto muscular. Nele o indivíduo marcou o local que sente dor ou desconforto muscular através de um boneco representando o corpo humano.

2.7 CUIDADOS ETICOS

Ao executar o projeto de pesquisa, alguns cuidados éticos foram considerados evitando prejudicar os envolvidos na investigação, principalmente, com relação à identificação dos sujeitos. Por respeito aos participantes, o trabalho não registra suas identidades, a fim de preservar a integridade dos investigados.

A participação dos sujeitos na pesquisa foi voluntária, de forma que eles tinham conhecimento sobre os objetivos propostos no estudo e, portanto, não se opuseram.

2.8 ESTUDO PILOTO

Foi realizado um estudo piloto do questionário, nele participaram do estudo piloto três funcionários, realizado no dia 19 de setembro de 2017. Diante destes resultados o questionário passou por algumas alterações para melhor entendimento das perguntas, estes funcionários que participaram do estudo piloto não participaram da pesquisa.

2.9 DIAGNOSTICO DOS SETORES PARTICIPANTES

Nesse capitulo apresento o diagnostico dos setores participantes da pesquisa e um breve relato de como é executado o trabalho.

LAVANDERIA: O setor é dividido em dois turnos manhã e tarde, o funcionário realiza o trabalho em pé.

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COSTURA: O turno é de nove diárias, neste setor o funcionário realiza seu trabalho sentado.

CALDEIRA:Neste setor o trabalho é divido em três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas cada e o turno da noite com duração de 12 horas e 1 hora de intervalo. O trabalhador executa o trabalho em pé e por algumas vezes pode se sentar.

GUARITA. Divido em três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas e o turno da noite de 12 horas com 1 hora de intervalo. No seu turno o funcionário fica por algumas vezes sentados e em pé caminhando nas dependências do hospital.

HIGINIZAÇÃO:O trabalho é dividido em três turnos, manhã e tarde com duração de 6 horas e o turno da noite com duração de 12 horas com 1hora de intervalo.

TELEFONIA:Neste setor o trabalho é dividido em três turnos, manhã, tarde e noite com duração de 6 horas cada turno, o funcionário realiza seu trabalho sentado.

RESÍDUOS: Neste setor o trabalho é dividido em dois turnos manhã e tarde, com duração de 6 horas cada.

SERVIÇO DE NUTRIÇÃO: O trabalho neste setor divide-se em três turnos manhã, tarde e noite, com duração de 6 horas cada, o funcionário realiza o trabalho em pé.

FARMÁCIA: O trabalho é dividido em três turnos, manhã e tarde com duração de 6 horas e o turno da noite com duração de 12 horas sendo 1hora de intervalo. Durante o expediente o funcionário realiza suas atividades em pé e sentado.

RECEPÇÃO CENTRAL: Neste setor o trabalho é dividido em três turnos, manhã, tarde e noite com duração de 6 horas cada turno,O funcionário realiza o trabalho sentado.

RECEPÇÃO CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM:O funcionário trabalha 9 horas diárias, realiza o trabalho sentado.

CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DIGITADORAS: Neste setor o trabalho é dividido em dois turnos manhã e tarde com duração de 6 horas cada. O funcionário realiza o trabalho sentado,

PRONTO ATENDIMENTO RECEPÇÃO: O trabalho é divido em três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas e noite com duração de 12 horas. O trabalho é realizado sentado.

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LABORATÓRIO: O trabalhoé divido em três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas e noite com duração de 12 horas, o funcionário realiza o trabalho em pé e sentado.

MANUTENÇÃO: O expediente neste setor é de 9 horas. O trabalho é realizado em pé a maior parte do expediente, caminhando e por algumas vezes o funcionário pode se sentar.

SUPRIMENTOS: O expediente neste setor é de 9 horas. O funcionário realiza suas atividades, sentado em pé e caminhando.

FISIOTERAPIA: É dividido em dois turnos manhã e tarde com duração de 6 horas cada. O funcionário passa a maior parte do expediente em pé.

AGÊNCIA TRANSFUSIONAL: O trabalho é realizado tanto em pé quanto sentado, sendo dividido e três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas e noite com duração de 12 horas.

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES: O expediente é de 9 horas diárias, o funcionário realiza suas atividades em pé e por algumas vezes pode se sentar.

TECNOLOGIA INFORMAÇÃO: O expediente é de 9 horas. O trabalho é realizado sentado.

ENFERMAGEM: O trabalho é divido em três turnos manhã e tarde com duração de 6 horas e noite com duração de 12 horas sendo 1 hora de intervalo. A maior parte do expediente o funcionário fica em pé.

ADMINISTRATIVO: O expediente é de 9 horas diárias, o funcionário realiza suas atividades sentado.

HIGIENIZAÇÃO EXTERNA: O expediente é de 9 horas diárias, a maior parte do expediente o funcionário passa em pé e caminhando.

TRASPORTE: O expediente é de 9 horas diárias, o funcionário passa grande parte do tempo sentado dirigindo automóvel.

3.10 AÇÕES DENTRO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL

O Programa de Ginástica Laboral abrange todos os turnos manhã, tarde e noite atendendo todos os setores do hospital, cada setor tem um horário pré- definido.

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Para o planejamento das sessões, foi levando em conta os grupos musculares mais utilizados na rotina de trabalho dos funcionários, procurando variar os métodos para tornar as aulas mais dinâmicas e descontraídas. Em cada setor a duração da sessão é aproximadamente de 10 minutos, assim sendo possível atender todos os setores.

Nas sessões foram realizados exercícios de flexibilidade e alongamento ativo, este é aquele realizado pelo próprio indivíduo ou passivo é aquele realizado com uma força externa, (ajuda de outra pessoa ou aparelho) sem nenhum esforço do aluno.

Também foram realizadas massagens corporais, em que um funcionário faz massagem no outro com auxílio de “bolinhas de massagens”, ou sem. Além dos exercícios de respiração e relaxamento.

Durante as sessões foram dadas informações importantes quanto à postura ao realizar os exercícios e durante o trabalho, também são abordadas questões sobre a importância da atividade física e estilo de vida saudável.

Por ser realizado em cada setor existem algumas limitações, como espaço físico para realizar as sessões, não foi possível fazer atividades mais dinâmicas, e por ser um ambiente hospitalar não é possível utilizar música.

Um fator bastante positivo foi que o profissional desloca-se para cada setor para realizar a Ginástica Laboral, fazendo com que todos ou funcionários consigam parar aqueles dez minutos para fazer. Isso permite uma aproximação maior com os sujeitos, sendo possível de conhecer um pouco mais da individualidade de cada um.

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20 3. REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo está organizado em nove blocos. No primeiro, trato sobre saúde promoção da saúde e educação para a saúde, enfatizando os conceitos de cada um deles. No segundo, discorro especificamente acerca do histórico da Ginástica Laboral. O terceiro bloco é dedicado conceito e definição da Ginástica Laboral. O quarto bloco classificação da Ginástica Laboral. O quinto bloco composto pelo alongamento. O sexto bloco enfatiza os distúrbios osteosmusculares relacionados ao trabalho (dort) e lesões por esforço repetitivo (ler). O sexto refere-se ao estresse ocupacional. O sétimo referea lombalgia e os fatores que estão relacionadas ao seu surgimento. O oitavo bloco aborda a qualidade de vida no trabalho. Finalmente, no último bloco, discuto os principais conceitos sobre qualidade de vida no trabalho segundo alguns estudiosos.

3.1 SAÚDE PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Partindo do contexto histórico a evolução do conceito de promoção de saúde passou por uma grande transformação, nela a saúde não pode ser vista apenas pela ausência de doença, dor ou defeito, enfatizado no modelo biomédico na qual a medicina se concentrava apenas em tratar as doenças em uma abordagem mecanicista (causa efeito).

Conforme aponta Tangen (apud Farinatti e Ferreira 2006), o modelo biomédico considerava o paradigma da etiologia específica, na qual se baseava em um padrão mecânico do corpo humano, enfrentado como um conjunto de componentes que em algum momento poderiam vir a apresentar defeitos. Nesta perspectiva, a saúde é vista apenas no viés biológico adjunto as necessidades de uma boa função orgânica.

Sendo assim neste paradigma, a promoção da saúde deve enfatizar nutrição, habitação, saneamento, trabalho. A presença de agentes infecciosos não é sinônimo de doença. Foi esse paradigma que embasou o conceito proposto pela organização da saúde(OTTAWA, 1986).

Conforme a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, em 1986, organizada pela OMS, Ministério da Saúde e Bem-Estar do Canadá e Associação Canadense de Saúde Pública, essa conferencia foi consolidada como um marco fundamental da saúde. A Carta de Ottawa reconheceu como “pré-requisitos

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fundamentais para a saúde, a paz, a educação, a habitação, o poder aquisitivo, um ecossistema estável, a conservação dos recursos naturais, a justiça social e a equidade” (OTTAWA, 1986, p. 1). A partir daí se estabeleceu a definição mais amplamente consagrada sobre a promoção da saúde: é o processo que confere às populações os meios de assegurar um grande controle sobre sua própria saúde. A Carta de Ottawa significou a ampliação da concepção de promoção de saúde, incorporando a importância e o impacto das dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais sobre as condições de saúde. As estratégias propostas pela Carta de Ottawa foram: estabelecer políticas públicas saudáveis; criar os meios favoráveis; reforçar a ação comunitária; desenvolver atitudes pessoais; reorientar os serviços de saúde (OTTWA, 1986).

Conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional (2017) a partir da década de 1980, os benefícios atribuídos a práticas de atividades físicas, voltaram-separa um novo olhar, em que antes estavam vinculados ao funcionamento eficiente do corpo, á correção de más posturas e ao auxilio do desenvolvimento motor e vinculado à preocupação com a aptidão física, atualmente a saúde passou a ser considera em uma perspectiva mais ampla, vinculada aos aspectos psicológicos, como a motivação e as percepções pessoais, nos anos seguintes a atividade física regular tornou-se uma preocupação de saúde publica e permanece no centro das atenções ate hoje.

Conforme Antonovsky (apud Kunz e Hildebrandt- Stramann, 2004) elaborou um modelo, que denominou de “modelo salutogenéico da saúde” associando um grande número de constructos com a origem a manutenção da saúde, no centro deste modelo denominou de senso de coerência, este seria uma orientação global que expressa a extensão de sentimentos de confiança, estímulos que derivam de ambientes internos e externos de alguém no curso da vida, não possui uma idade fixa, sua estruturação ocorre no curso da infância e juventude e é influenciada pelas experiências positivas e negativas acumuladas. O autor acredita que em torno dos 30 anos estabiliza o Senso de Coerência, a forma de entender a vida pode ser positiva ou negativa; porem quanto mais positiva for mais forte será o Senso de Coerência do individuo e assim mais chances de sucesso terá frente a fatores estressantes da vida.

Ibidem (2004) o autor na constituição do Senso de Coerência refere-se a três componentes: o primeiro componente é a compressibilidade, este é formado por experiências de consistência que são classificadas, categorizadas e estruturadas, o segundo a maleabilidade que se desenvolve por meio da experimentação de esforço

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equilibrado, pelas condições diárias e seu adequado equilíbrio e o ultimo componente a significação, estimulada pela percepção que é influencia na formação das situações que o sujeito vivencia.

De acordo com Antonovsky (apud Kunz e Hildebrandt- Stramann, 2004) o desenvolvimento de um forte ou fraco senso de coerência vai depender das circunstâncias que o sujeito encontra na sociedade, o equilíbrio entre sobrecarga e alivio contribuirão para um forte senso de coerência, já a falta de controle e incertezas irão acarretar para um fraco senso de coerência.

Conforme descrito na carta de Ottawa (1986), a promoção da saúde vai alem dos cuidados de saúde, que incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. É uma ação conjunta que aponta para a igualdade em saúde, distribuição mais justa da renda e políticas sociais. Essas ações conjugadas colaboram para garantir bens e serviços mais seguros e saudáveis, serviços públicos saudáveis e ambientes mais limpos e desfrutáveis. A política de promoção da saúde exige a identificação e a retirada de empecilhos para o emprego de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. O objetivo maior deve ser aconselhar aos dirigentes e políticos que as alternativas saudáveis são as mais fáceis de alcançar.

Segundo a Organização mundial de saúde promoção da saúde é definida por:

Estímulo aos comportamentos saudáveis, da modificação das condições ambientais e do aumento (...) das oportunidades de escolhas em relação á saúde. Os programas de promoção da saúde são desenvolvidos (...) a fim de estimular o pensamento critico e fornecer bases para políticas, praticas e pesquisa no campo da saúde (WHO, 1984, p.2).

Como descrito acima, a promoção da saúde é direito do todos os indivíduos de forma igualitária e vai muito além dos cuidados de saúde.Com base nisso Tannahill, (apudFarrinatti e Ferreira2006) propôs três esferas de ação: a educação para a saúde, a prevenção da saúde e a proteção da saúde. Em sua análise elencam algumas estratégias possíveis para promover a saúde em uma perspectiva sociológica ou biopsicossocial:

1- Educação para saúde: refere-se a iniciativas de educação voltadas para estimular o sujeito a comportamentos positivos a saúde; por exemplo, incentivar a prática de atividades físicas, assim como preparar o sujeito a realizar atividades satisfatórias na aposentadoria.

2- Serviço de prevenção: atividades com o objetivo principal é a diminuição de problemas relacionados a saúde.

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3- Proteção a saúde: refere-se as decisões nacionais e internacionais de governos ou associações, com o objetivo de promover saúde positiva; por exemplo, aumentar a designação de recursos para a construção de espaços de lazer ou de instalações adaptadas para sujeitos com necessidades especiais.

4- Educação preventiva para a saúde: voltada para educar os sujeitos prevenção, ou seja, que estimule o uso de serviços de proteção.

5- Proteção preventiva da saúde: resoluções que estimulem as medidas preventivas.

6- Educação para proteção da saúde com ênfase positiva: um exemplo disso seria as campanhas para a liberação de recursos para políticas de lazer ou de sistematização de um ambiente favorável ao debate e a critica com relação a legislação de saúde.

7- Educação para a proteção da saúde em ênfase preventiva: por exemplo, decisões do poder público para que a uso do cinto de segurança seja obrigatória.

O mesmo autor aponta que a promoção da saúde é o efeito de diversas ações em benefícios da melhoria das condições de saúde, englobando os elementos de educação, prevenção e proteção á saúde.

Segundo o Ministério da Saúde (1997), a ação educativa tem por objetivo desenvolver no indivíduo a capacidade de analisar criticamente a sua realidade, de decidir ações conjuntas para resolver problemas, modificar situações, de organizar, realizar as ações e de avaliá-las com espírito crítico.

A ação educativa é um processo de capacitação de indivíduos e de grupos para assumir a solução dos problemas de saúde, processo este que inclui o crescimento dos profissionais de saúde, através de reflexão conjunta sobre o trabalho que desenvolvem e suas relações com a melhoria das condições de saúde da população. Esta deve ocorrer em todo e qualquer contato entre o profissional de saúde e a população (BRASIL, 1997, p. 13).

A educação para a saúde tem por objetivos conscientizar os sujeitos para o direito à saúde, sensibilizá-los para a busca do conhecimento de seus determinantes e capacitá-los para a utilização de medidas práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde.

É importante ressaltar que a concepção de saúde passou por grades transformações, e não pode ser pensada de maneira isolada, no modelo biomédico apenas era pensado no biológico e no atual modelo o biopsicossocialé conceituado nas dimensões biológica, psicológica e social, esses aspectos interligados no enfoque da

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promoção de saúde e diretamente articulada em educar o sujeito para a saúde, levar informações que possibilitem os sujeitos a criarem condições de tomar decisões positivas sobre sua saúde, modos ativos de vida, respeitando a individualidade de cada um.

3.2.1. HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL

Conforme demonstra Lima (2005) o primeiro registro da Ginástica Laboral foi encontrado num livro chamado Ginástica de Pausa, que foi editado na Polônia em 1925. A Ginástica Laboral fora designada para os operários, depois de alguns anos se expandiu na Holanda e na Rússia. No Japão em 1928 a Ginástica Laboral surgiu como uma atividade cotidiana, sendo uma forma de relaxamento e um meio de promoção da saúde dentro do trabalho.

Ainda, Lima (2005) destaca que no Brasil a primeira aparição de atividade esportiva foi na fábrica Bangu, localizada no Rio de Janeiro, em 1901, em que os trabalhadores da indústria se reuniam em volta de um campo de futebol para realizar algumas atividades físicas.

Nesta linha de pensamento histórico-documental, o autor destaca que no Brasil no ano de 1973 a Escola de educação da Feevale criou uma proposta de exercícios com base em analise biomecânica, elaborou-se o projeto de Educação Física compensatória e de recreação.

Lima (2005) aponta que apenas 1995 iniciaram as bases de estudos sobre a Ginástica Laboral, levando em consideração a importância da reeducação postural, efeitos de minimizar o estresse e também como forma de contemplar a atividade física, sendo ela uma forma de diminuir o sedentarismo, visando à promoção da saúde, a prevenção de lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

A Ginástica Laboral começou a ser compreendida como um grande instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador, reduzindo e prevenindo problemas ocupacionais. Em razão da escassez de estudos nesta importante área, procuramos investigar e pesquisar em diversas repartições para apresentar os resultados dos trabalhos para a sociedade, objetivando enriquecer a qualidade de vida do trabalhador brasileiro. (LIMA, 2005, p.6).

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O projeto de LEI N.º 6.213, de,(2005)institui a ginástica laboral como prática obrigatória em todas as empresas que desenvolvam atividades que gerem esforço físico repetitivo.Art. 1º Fica instituída a ginástica laboral como prática obrigatória em todas as empresas, públicas ou privadas, estabelecidas em território brasileiro, que tenham, entre suas atribuições, atividades profissionais relacionadas a:

I – entrada de dados via computador;

II – digitação ou datilografia que preencham mais de cinqüenta por cento da jornada diária de trabalho;

III – mecanografia;

IV – linhas de montagem em geral; e

V – outras atividades que envolvam esforço repetitivo.

Para cada grupo de vinte funcionários que desenvolvam as atividades previstas nos incisos do art. 1°, deverá ser contratado um estudante do curso de graduação em Educação física,

A Ginástica Laboral se tornou um fator determinante na redução de doenças relacionadas ao trabalho, é um instrumento auxiliar na promoção da saúde e qualidade de vida dentro da empresa, fazendo com que o funcionário cultive hábitos de vida mais saudável.

3.2 CONCEITO E DEFINIÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL

Com a vinda de novas tecnologias de produção na era capitalista, o trabalhador passou a ser cobrado cada vez mais na produtividade, tornando o ambiente de trabalho centrado em atividades monótonas e repetitivas (de acordo com cada função), levando o trabalhador a desencadear doenças relacionadas ao trabalho.

Segundo Lima (2005), a Ginástica Laboral pode ser definida por práticas físicas, que são planejadas de acordo com a função do trabalhador, desenvolvidas durante o expediente de trabalho, que tem por objetivo compensar as estruturas que mais precisam ser utilizadas no trabalho e também ativar as estruturas que não são usadas, relaxando-as e tonificando-as.

Seguindo a linha de pensamento do autor citado acima, a Ginástica Laboral é também uma forma de valorizar e incentivar o trabalhador a praticar atividades físicas fora do ambiente de trabalho, auxiliando na prevenção de lesão, decorrentes a trabalhos repetitivos que acometem tendões, músculos, fáscias e nervos. Sendo assim a Ginástica

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Laboral é uma ferramenta de prevenção e reabilitação das doenças relacionadas ao trabalho, melhorando a qualidade de vida e lazer no próprio ambiente laboral.

Portanto a prática da Ginástica Laboral aproxima os sujeitos, previne o sedentarismo e aumenta a consciência corporal, pois promove a melhora da flexibilidade, a coordenação e a resistência física, promovendo melhora na saúde dos funcionários, possibilitando-os a buscarem alternativas mais saudáveis.

3.2.2. CLASSIFICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL

Segundo Lima (2007), a Ginástica Laboral é classificada de acordo com o horário de aplicação e de acordo com a atividade exercida e as necessidades expostas pela empresa. Portanto a divisão dela se dá por ginástica de aquecimento ou preparatória; compensatória ou de pausa; ginástica de relaxamento ou de final de expediente.

Ginástica de aquecimento ou preparatória é realizada antes dos funcionários começarem o expediente, aquecendo os grupos musculares e despertando-os para iniciar a jornada de trabalho.

Ginástica com duração aproximada de 5 a10 minutos, realizada antes do inicio da jornada de trabalho nas primeiras horas. Tem como objetivo principal preparar os funcionários, aquecendo sobre tudo os grupos musculares que serão solicitados em suas atividades profissionais, proporcionado também maior disposição. (LIMA, 2007, p. 33).

Ginástica compensatória ou de pausa é realizada no meio do expediente de trabalho, quando o funcionário começa a cansar de suas atividades

A ginástica com duração aproximada de 10 minutos é realizada durante a jornada de trabalho. Interrompe a monotonia operacional, com a realização de exercícios específicos de compensação para esforços repetitivos ou estruturas sobrecarregadas, e as posturas solicitadas nos postos de trabalho. (LIMA, 2007, p.35).

Ginástica Laboral de relaxamento ou de final de expediente, como o próprio nome já diz é realizada no final do expediente com uma forma de relaxamento.

Ginástica com duração aproximada de 10 minutos, baseada em exercícios de alongamentos e relaxamento muscular, realizada no final do expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diárias. (LIMA, 2007, p.37).

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Podemos compreender que a Ginástica Laboral é realizada de acordo com a atividade exercida pelo funcionário, pela disponibilidade de tempo que ele pode realizar a pausa necessária para fazer a ginástica, e também encontrar uma melhor adequação de horários para não atrapalhar a produtividade e a efetividade do vinculo empregatício.

3.2.3 A IMPORTANCIA DO ALONGAMENTO NA GINÁSTICA LABORAL

Na Ginástica Laboral o alongamento é um dos exercícios mais usados, por ser de fácil execução e não necessita de equipamentos, podendo ser feito em qualquer lugar, promovendo o estiramento das fibras musculares aumentando o seu comprimento e assim proporcionando maior flexibilidade.

Alongamentos são exercícios destinados para o aumento da flexibilidade muscular, que geram o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal resultado dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação.

Alongar-se deveria ser uma prática indispensável no dia a dia de qualquer pessoa, visto que, seus benefícios vão desde um simples alívio até a prevenção de doenças geradas por movimentos repetitivos ou expostas a um stress contínuo.

Conforme aponta Lima (2007), os exercícios de alongamento são muito importantes para relaxar o sistema muscular, contribuem para evitar distúrbios do sistema muscular, diminuem a rigidez muscular com promoção de relaxamento, desenvolvem a flexibilidade e favorecem a consciência corporalpara posicionar-se e locomover-se bem durante o trabalho.

Os alongamentos podem ser classificados em:

Alongamento Estático: determinado pela obtenção de uma amplitude de movimento do grupo musculoarticular, chega-se a essa amplitude devagar, mantendo a postura com tensão muscular. (ACHOUR, 2006)

Alongamento passivo: é feito com o auxílio de forças externas (aparelhos, companheiros), o individuo fica numa posição passiva, ou seja, com descontração muscular e numa adequada posição do sistema músculo- articular. Se o individuo contrair a musculatura durante os exercícios de alongamento pelo método passivo, a

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aquisição do movimento será menor, a menos que o mentor produzir mais força para vencer a resistência muscular. Nesta ocorrência estará desenvolvendo uma contração excêntrica, com elevado risco de lesões. Os exercícios de alongamento devem ser conduzidos com leveza e suavidade. Para ter um bom desenvolvimento da flexibilidade, o alongamento precisa manter-sepor um tempo de aproximadamente trinta segundos ou mais, para se obter um bom relaxamento muscular inclusive aumentar um pouco a amplitude do movimento (ACHOUR, 2006).

O alongamento dinâmico: esta relacionada à saúde e pode ser mais apreciado por proporcionar mínimo risco de lesões, por ser determinado pela maior obtenção do movimento voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento dos músculos antagonistas(ACHOUR, 2006).

O alongamento Balístico: é um movimento composto, a primeira etapa estabelece um movimento de força ininterrupta em que se usa um movimento acelerado pela contração concêntrica dos agonistas, sem o impedimento de contração de antagonistas. A segunda etapa é um movimento em que não tem contração muscular. Na amplitude final do movimento necessita uma desaceleração, deixando a resistência por conta dos ligamentos e músculos alongados, obtendo uma resposta elástica, deve-se ter cuidado para não exceder o limite do tecido, pois pode ocorrer micro lesões que não são recomendados para essa finalidade, assim sendo é indicado aquecer antes de praticar o alongamento balístico(ACHOUR, 2006).

3.2.4 DISTÚRBIOS OSTEOSMUSCULARES RELACIONADOS AO

TRABALHO (DORT) E LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO (LER)

Com o advento da revolução industrial, as novas demandas de trabalho passaram a exigir um funcionário cada vez mais especializado, o empregado por sua vez acaba realizando uma determinada função executando os mesmo movimentos de maneira repetitivas, acompanhados de esforço excessivo, ocasionando que muitos destes trabalhadores passaram a sentir desconforto e dor.

Por sua vez, Lima (2005) ressalta que esse distúrbio é bastante preocupante, sendo uma dor desconfortável, podendo até invalidar o sujeito em certos movimentos, lavando a sentir angústia, depressão e diminuir a perspectiva com relação ao futuro.

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Esses fatores têm sido discutidos por organizações e gestão governamentais, pois esses distúrbios são responsáveis por grande número de afastamentos no trabalho, gerando altos custos tanto para a previdência social quanto para as empresas.

São quatro graus existentes de LER/DORT, segundo Oliveira (apud Azevedo, 2010 p. 2 e 3), são eles:

Grau I: Sensação de peso e desconforto no membro afetado, dor leve, melhora atravésdo repouso não interferindo na produtividade.

Grau II: É contínua, persistente e mais intensa durante o trabalho e afeta o rendimento quando exige maior esforço.

Grau III: A dor é mais persistente, forte, tem a irradiação mais definida, perda de força muscular e aparece fora do trabalho.

Grau IV: Dor com sofrimento, contínua, forte e insuportável agrava- se com os movimentos e estende- se por todo membro.

Segundo Mendes e Leite (2004) a prescrição de exercícios físicos com o objetivo de aumentar a força muscular é uma forma de reforçar regiões específicas, estes por sua vez quando associados a um trabalho ergonômico, reduzem a possibilidade dos trabalhadores desenvolverem lesões por esforço repetitivo (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).

Os mesmos autores ressaltam ainda, a importância de que antes da aplicação do Programa de Ginástica Laboral é preciso fazer uma avaliação inicial levantando questõese problemas a respeito do ambiente de trabalho e após a aplicação fazer outra avaliação, verificando se houve modificações após o Programa de Ginástica Laboral na diminuição e prevenção da LER.

Conforme Pampuch (apud Mendes e Leite 2004) fora realizado um estudo entre 1994 e 1998 com uma amostra de 241 funcionários de ambos os sexos. Nele se constatou que a maior parcela atingida pela LER foi a de trabalhadores do sexo feminino. Ainda se constatou que a Ginástica Laboral mesmo quando praticada três vezes durante a semana nos setores de bobinas e registradores não foi o suficiente na prevenção das Lesões por esforços repetitivos (LER), mas nos setores de medidores, os trabalhadores no estudo reduziram e preveniram os casos de LER. Em contra partida fo i possível constatar que a Ginástica Laboral proporcionou aumento do empenho pelo trabalho, mais integração entre os trabalhadores e redução do estresse físico e mental, proporcionado uma relação de harmonia do homem com seu trabalho e melhorando sua qualidade de vida.

A Ginástica Laboral tem sua eficiência comprovada, especialmente quando feita regularmente no expediente de trabalho, e quando for realizada no mínimo três

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vezes por semana. A frequência semanal é um fator relevante a se pensar, quanto maior for à prática, por exemplo, mais eficazes serão as chances de prevenir as doenças ocupacionais.

Os autoresMendes e Leite (2004) salientam que os profissionais que apresentarão projetos de Ginástica Laboral devem deixar claro ao empresário que para alcançar os objetivos do trabalho preventivo, o ideal no caso de LER\DORT seria a realização de um trabalho diário e por vários meses, para promover adaptações musculares, uma frequência semanal menor talvez não obtenha o efeito desejado. Também é importante associar a frequência semanal da Ginástica Laboral, com intervenções ergonômicas adequadas para prevenção e reabilitação da LER.

3.2.5 ESTRESSE OCUPACIONAL

O estresse é uma das causas que acometem grande parte da população, é um aspecto natural da própria vida, que esta diretamente relacionada a diferentes situações de sentimentos e emoções do individuo tanto no ambiente interno quanto externo.

Com as novas tendências da vida contemporânea, a correria do dia a dia a ansiedade, a competitividade, falta de tempo pra si mesmo, baixa alta estima, mudanças constantes, pressões profissionais e sociais os indivíduos são forçados aos extremos, estas mudanças aliadas as modificações de hábitos alimentares, sedentarismo e o novo panorama do mercado profissional contribui para que as pessoas fiquem mais nervosas e estressadas. Com o passar do tempo devido o desgaste emocional pode acarretar distúrbios tanto psicológicos quanto físicos.

Segundo Mendes e Leite (2004) o estresse é uma reação fisiológica relacionada ao estilo de vida do indivíduo, e sempre esteve presente na vida do ser humano pra garantir a sobrevivência. As respostas ao agente estressor têm um componente individual e dependem da relação que o organismo tem com o ambiente, também é influenciado por fatores genéticos, pelo tipo de personalidade e pelas experiências anteriores, o estresse em níveis elevados pode causar sérios danos à saúde.

O estresse pode ser determinado como um conjunto de respostas físicas e mentais que são causados por determinados estímulos externos, que por sua vez permitem ao indivíduo superar determinadas exigências do meio ambiente como o desgaste físico e mental causado por esse processo.

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Lipp (apud Lima 2007) define o estresse como o conjunto de reação psicofisiológica muito complexa, que tem, em sua constituição, a necessidade do organismo suportar algo que ameaça sua homeostase ou seu equilíbrio interno.

O estresse ocupacional é um fator que deve ser analisado, pois o trabalho ocupa grande tempo da vida das pessoas, sendo um fator relevante na formação da identidade e na inserção social. Uma relação satisfatória com a atividade de trabalho é fundamental para o desenvolvimento nas diferentes áreas da vida humana, esta relação depende, em grande escala, dos suportes afetivos e sociais que os indivíduos recebem durante seu percurso profissional. A tensão e a sobrecarga no trabalho, especialmente se este inclui um alto nível de responsabilidade, são fatores que muitos profissionais enfrentam e que inevitavelmente podem levar a desencadear um quadro de estresse no trabalho.

Em alguns estudos foram encontrados dois termos utilizados para descrever o estresse: “eustress” relacionado ao bom estresse e o “distress” relacionado ao mau estresse.

Segundo Rio (apud Lima 2007) no caso do “eustres” prevalece a emoção da alegria, com momentos de ansiedade discreta e criativa, neste caso as ações musculares são harmoniosas e coordenadas, fazendo bem a saúde. No “distress’’, que seria o mau estresse prevalecemas emoções da ansiedade destrutiva, do medo, da tristeza, da raiva, neste caso as ações musculares são descoordenadas e desarmônicas, o estresse pode ser considerado como um conjunto de processos psicofísicos, e não como um diagnóstico de Distúrbios Osteosmusculares Relacionados ao Trabalho que sempre procederiam do estresse físico, de sobrecarga física ou de estresse psicossocial, isso se relaciona à pressão que o individuo sofre na sociedade.

Conforme aponta Lima (2007) no dia-a-dia ao trabalharmos com a Ginástica Laboral, podemos nos deparar com pessoas que estão sofrendo com problemas de estresse, portanto os profissionais devem ficar atentos a mudanças de comportamentos desses sujeitos para poder ajudá-los da melhor maneira.

Ibidem (2007), ressalta que é importante um trabalho interdisciplinar dentro das organizações, através de conversa, identificação dos sentimentos e apoio das práticas físicas, assim como, gerenciarem as emoções para desenvolver nos funcionários alto conhecimento de seu corpo, esta é uma forma do funcionário poder buscar ajuda antes que o problema se agrave.

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O estresse excessivo ou prolongado pode desencadear problemas emocionais, ansiedade e desenvolver uma doença mais grave, é importante que cada pessoa busquecontrolar seu estresse, procurando manter sua auto-estima, aceitar as circunstâncias que não podemos modificar ver a vida de forma positiva e aproveitar, evitando assim o surgimento de doenças por motivos de estresse.

Os profissionais da área da saúde precisam ter conhecimento dos sintomas de stress, buscar uma aproximação com os sujeitos, conhecer um pouco mais da vida de cada um, ficar atento a condutas estranhas dos funcionários, identificarem possíveis alterações de padrão de comportamento, dentro da empresa o trabalhador precisa de espaço para falar sobre seus sentimentos, problemas e dificuldades, podendo assim buscar alternativas para prevenir o estresse ocupacional.

Portanto a Ginástica Laboral é uma forma de aproximação com os sujeitos sendo uma ferramenta no combate ao estresse ocupacional.

3.2.6 LOMBALGIA

Lombalgia refere-se a dor na coluna lombar, ou seja, na região mais baixa da coluna, não tem uma causa especifica e acomete grande parte da população.

Segundo Mendes e Leite (2004), 80% das pessoas em alguma fase da vida apresentam dores lombares. Os fatores relacionados a isso são a idade, as posturas diárias, o nível de atividade física, a composição corporal e os aspectos psicossociais. Os agentes mais habituais de lombalgia são: dores musculares, patologias discais, patologia vertebral, sendo esta uma das razões mais frequentes de incapacidade no trabalho, e esta em segundo lugar entre as causas de afastamento no trabalho, podendo ser temporária ou permanente.

O estar sentado, em pé, andando, em combinação com diversos movimentos do tronco, executados de maneira errada, realizadas diariamente ou por muito tempo, colocam em risco o desenvolvimento de curvaturas anormais na coluna vertebral, acentuando as já existentes e permitindo o surgimento de outras, levando aos sintomas de dores nas costas.

Os agentes mais frequentes dos problemas na coluna vertebral podem ser causados num movimento simples, mas, na maioria das vezes, são consequência de

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acúmulos de meses ou anos adotando de posturas inadequadas, hábitos de vida e de atividades laborais precárias.

Mendes e Leite (2004) apontam que a prática regular Ginástica Laboral pode contribuir significativamente na melhora das dores nas costas dos trabalhadores, pois a atuação diária dentro da empresa pelos profissionais responsáveis pela Ginástica Laboral possibilita maior conhecimento sobre as reais necessidades, de questões ergonômicas, além de orientar e incentivar os funcionários a pratica de atividades físicas fora do ambiente de trabalho, visto que somente uma ação conjunta surtirá o efeito desejado.

3.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Falar sobre qualidade vida é um assunto muito amplo e subjetivo, ou seja, a percepção do que é qualidade de vida varia de pessoa para pessoa, mas geralmente está vinculada a fatores como saúde educação, relações interpessoais, condições de moradia ao bem-estar físico, psicológico, emocional e mental.

Para a Organização Mundial da Saúde (1995), o conceito de qualidade de vida trata-se da percepção que cada pessoa tem com relação a sua vida, e fusão da cultura e sistemas de valoresna qual o sujeito encontra-se inserido e também a relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

Segundo Nahas (2010), a qualidade de vida num sentido mais amplo pode ser medida pela própria dignidade humana.Implica o entendimento das necessidades humanas fundamentais. Numa visão holística(compreender o fenômeno na sua totalidade) qualidade de vida é vista como a percepção de bem estar que são decorrentes de parâmetros individuais.Podem ser modificáveis ou não, que definam as condições em que vive o indivíduo.

Para Ibidem (2010) o quadro traz alguns fatores ou parâmetros individuais e socioambientais que podem influenciar a qualidade de vida.

Quadro 1: Qualidade de vida

Parâmetros Socioambientais Parâmetros Individuais

Moradia, transporte, segurança Hereditariedade

Assistência médica Estilo de vida

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Educação Controle do estresse

Opções de lazer Atividade física habitual

Meio ambiente Relacionamentos

Cultura Comportamento preventivo

Fonte: Nahas (2010, p. 14).

A Qualidade de Vida do Trabalhador pode ser analisada sob dois aspectos: a sua realidade social e familiar (incluindo o lazer) e a sua realidade no seu ambiente de trabalho. Com relação ao estilo de vida do trabalhador, Nahas (2010, p. 20) afirma:

No contexto das sociedades industrializadas e em desenvolvimento, o estilo de vida e, em particular a Atividade Física, tem sido, cada vez mais, um fator decisivo para a qualidade de vida – tanto geral quanto relacionada a saúde – das pessoas em todos as idades e condições. Individualmente a atividade física está associada à maior capacidade de trabalho físico e mental, mais entusiasmo para vida e positiva sensação de bem-estar.

Conforme aponta Almeida, Gutierrez e Marques (2012) a qualidade de vida sempre esteve presente entre os homens remetendo aos interesses pela vida, é um objeto que todos os indivíduos almejam e buscam alcançar, frente às suas necessidades particulares, as condições e à maneira com que vive.

Seguindo esta linha de pensamento dos mesmos autores supracitados acima, a qualidade de vida pode ser compreendida no ponto de vista de ser um objeto, este buscam uma analise ou compreensão da realidade pautada em subsídios quantitativos e reais que podem ser modificados pela ação humana. Alguns fatores objetivos seriam: condições de moradia, alimentação, acesso a saúde, emprego, saneamento básico, educação, transporte, todas as necessidade básicas necessárias para a sobrevivência. A qualidade de vida sob um aspecto subjetivo além de analisar as questões de ordem concreta, levam em consideração variáveis históricas, sociais, culturais e de interpretação individual sobre as condições de bens materiais e de serviços do sujeito, se preocupa com fatores subjetivos e emocionais, expectativas e possibilidades dos indivíduos em relação às suas realizações, portanto relacionado à com a individualidade de cada um.

Conforme Almeida, Gutierrez e Marques (2012), a sociedade contemporânea define e cria padrões de vida, através da renovação e transmissão culturalda percepção e expectativa que os indivíduos têm de sua própria vida, portanto a qualidade de vida vai depender do contexto da cultura que o individuo está inserido, ações pessoais, além dos programas públicos ligados a melhoria da condição de vida. Portanto a qualidade de

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vida é influenciada pelo ambiente, pelo estilo de vida, individualidade biológica e pela organização do sistema de saúde.

Segundo Mendes e Leite (2004) o nível de qualidade de vida ideal está diretamente relacionado como o indivíduo compreende as suas necessidades e seu projeto de vida, quando as carências básicas, fisiológica e de segurança foram alcançados o sujeito estará bem afetivamente, com auto-estima e auto realizado. O trabalho é essencial para o indivíduo alcançar as condições básicas de vida. Qualidade de vida é o ser humano poder ter equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, já que ficamos grande parte do nosso dia no trabalho, as organizações começaram a pensar em ações que possam garantir o equilíbrio da vida pessoal e profissional.

O trabalho ocupa maior parte do tempo da vida do ser humano do que propriamente com suas famílias e amigos, parte da rotina diária da vida do homem moderno, portanto, a qualidade de vida no trabalho deve ser favorável para oferecer condições de satisfação e bem estar dos trabalhadores, investir em qualidade de vida voltada aos funcionários nas empresas é uma das principais ações para a prevenção de problemas procedentes das atividades laborais..

Conforme Ardell (apud Lima 2007) os fundamentos da qualidade de vida e do bem-estar constituem em 6 elementos. São eles: um forte senso de responsabilidade pessoal; um estilo de vida saudável (combinando disciplina de atividade física moderada\ vigorosa e uma alimentação equilibrada); uma visão positiva e de prazer em viver; abertura para novas descobertas sobre os sentidos e os propósitos da vida.

Existem diversos fatores que atrapalham o desempenho da empresa e a qualidade de vida do trabalhador, pois, cada indivíduo tem diferentes concepções, desejos e necessidades. A adesão de programas que visem melhora a qualidade de vida no trabalho, não depende somente do empregador em oferecer aos seus funcionários, mas, sobretudo é necessário que o funcionário se reporte desse, atribuindo á devida importância e participando dos programas oferecidos pela instituição.

Um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho deve atingir todos os níveis, direcionando esforços para comprometimento humano na busca de qualidade de vida, as empresas precisas criar estratégias para tornar o funcionário mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de trabalho adequadas, resultando no aumento da saúde mental e física.

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3.3.1 PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO ALGUNS ESTUDIOSOS

A qualidade de vida no trabalho é determinada individualmente pela realidade da instituição e de seus colaboradores, os modelos de Qualidade de Vida no Trabalhoservem apenas como base referencial para implantação do programa de QVT, sendo adaptado de acordo com as necessidades de cada instituição.

Segundo Walton (apud ROBLE, 2012) a qualidade de vida no trabalho pode ser avaliada de acordo como os trabalhadores se sentem no ambiente de trabalho, se estão satisfeitos ou não, acima de tudo, é buscar saber quais são os fatores que

interferem no seu bem estar no trabalho. Alguns fatores devem ser avaliados dentro da empresa:

- se a compensação é justa e adequada, qual a percepção dos trabalhadores com relação à remuneração;

- medir as condições de trabalho se a jornada de trabalho esta adequada, o ambiente físico é seguro e saudável, se os trabalhadores têm espaço para opor seus conhecimentos e suas aptidões profissionais;

-avaliar as oportunidades que a organização oferece para desenvolvimento e estabilidade de emprego para seus funcionários;

- medir o grau de interação social e clima existente dentro da empresa, com relação a preconceitos, igualdade de oportunidades e relação interpessoal;

- avaliar o nível com que a empresa reverência os direitos trabalhistas, privacidade, liberdade de expressão, tratamento impessoal e igualitário entre os funcionários; - mensurar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal do funcionário, a estabilização entre horários de trabalho, as cobranças da carreira, viagens, convivência familiar e lazer;

- avaliar qual a percepção dos trabalhadores com relação à imagem da empresa, com a responsabilidade social, serviços oferecidos pela organização, práticas de recursos humanos, com relação a administração, ética qualidade valorização do trabalho e da profissão.

Todos esses pontos supracitados são essenciais para avaliar a instituição como um todo, levando em consideração a percepção do trabalhador, buscando meios que possam vir a contribuir e melhorar a qualidade de vida no trabalho.

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Hackman e Oldhan (apud ROBLE, 2012) sugerem um modelo de qualidade de vida fundamentada de acordo com o cargo do funcionário, são elas:

- variedade de habilidades, o cargo deve promover varias e diferentes habilidades, conhecimento e competência;

- identidade da tarefa, trabalho deve ser realizado do inicio ao fim para que a pessoa veja o resultado final do que fez; significado da tarefa, percepção de como seu trabalho produz consequências e impactos sobre o trabalho dos outras;

- a pessoa deve ter autonomia e independência para planejar, executar e desempenhar seu trabalho; a tarefa deve proporcionar conhecimentos de retorno á pessoas para que ela própria consiga analisar como esta seu desempenho;

- a tarefa de possibilitar o inter- relacionamento com outras pessoas ou clientes internos e externos.

Para Westley (apud ROBLE, 2012) a qualidade de vida pode ser analisada por meio de quatro indicativos:

- indicadores sociais, esses relacionados à igualdade no tratamento recebido; - indicadores políticos, segurança no emprego, direito a trabalhar, não ser despedido por discriminação;

- indicadores psicológicos, auto-realização;

- indicadores sociológicos, participação nas resoluções que afetem seu trabalho.

Conforme Nadler e Lawler (apud ROBLE, 2012) destacam a qualidade de vida em linhas gerais em quatro atividades:

1- Participação e envolvimento de todas as condições hierárquicas na solução de problemas e tomadas de resolução na organização;

2- Reestruturação do trabalho por meio do desenvolvimento de tarefas e grupos independentes de trabalho;

3- Inovação no sistema de gratificações, influenciando o ambiente da organização; 4- Melhoramento do espaço das tarefas, quanto às condições físicas e psicológicas,

horário de trabalho e etc.

Segundo Werther e Davis (apud ROBLE, 2012) num modelo de qualidade de vida são identificados elementos organizacionais, ambientais e comportamentais: organizacional estaria voltado, a abordagem mecanicista, fluxo de trabalho, prática de trabalho; ambientais pertinentes as habilidades e disponibilidade de empregados e

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perspectivas sociais; comportamentais, ligado a autonomia, variedade, identidade de tarefas e retro informação.

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