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Análise de manifestações patológicas provenientes da umidade através de estudo de caso em Boa Vista do Buricá /RS

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(1)

DAVI DE ANDRADE HANAUER

ANÁLISE DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PROVENIENTES DA

UMIDADE ATRAVÉS DE ESTUDO DE CASO EM BOA VISTA DO

BURICÁ/RS

(2)

ANÁLISE DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PROVENIENTES DA

UMIDADE ATRAVÉS DE ESTUDO DE CASO EM BOA VISTA DO

BURICÁ/RS

Projeto de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Ana Paula Maran

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ANÁLISE DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PROVENIENTES DA

UMIDADE ATRAVÉS DE ESTUDO DE CASO EM BOA VISTA DO

BURICÁ/RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 05 de Dezembro de 2016

Prof.ª Ana Paula Maran Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Orientadora Prof. Dioges Carlos Lopes Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ana Paula Maran (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Prof. Eder Claro Pedrozo (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

(4)

Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado.

(5)

Certamente os parágrafos a seguir não irão atender a todas as pessoas que fizeram parte dessa importante fase da minha vida. Mas podem ter certeza que fazem parte do meu pensamento e da minha gratidão.

Primeiramente a Deus, por me dar força e sabedoria para a realização desse sonho.

Ao meu pai Mauri Hanauer e minha mãe Teresinha, por sempre compreenderem a importância do estudo, por não medirem sequer o mínimo de esforço para me conceder as melhores condições necessárias para estudar, assim como de uma ou outra forma estiveram ao meu lado, me ajudando, me oferecendo conselhos, paciência e amor.

A minha irmã Luiza, pela força dada nos momentos mais complicados que passei e pela compreensão pelos momentos que não pude estar frequente.

Agradeço a minha namorada Joice, por estar nos momentos que eu mais precisei, pelas inúmeras vezes que me ajudou com esse projeto e por estar ao meu lado na realização desse sonho.

Aos meus avós, que sempre me ensinaram a ter força e nunca desistir dos meus sonhos, em especial ao meu avô Ireno, que me ensinou a nunca desistir e que tudo nessa vida é possível, só acreditar.

A minha orientadora Ana Paula Maran, pelas inúmeras correções, amizade, atenção e ajuda na condução do trabalho.

Agradeço também a instituição pelo apoio e conhecimento obtido no decorrer desses cinco anos.

(6)

A persistência é o caminho do êxito

.

Charles Chaplin

(7)

HANAUER, D. A. Análise de manifestações patológicas provenientes da umidade através de estudo de caso em Boa Vista do Buricá/RS. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.

A impermeabilização tem um papel fundamental na área da construção civil, porém, ainda é muito negligenciada durante o processo de execução das obras, na maioria das vezes isto ocorre por contenção de custos e desinformação, o que pode ocasionar manifestações patológicas que interferem diretamente na qualidade da moradia e da vida de quem a habita. Este trabalho tem por finalidade analisar as causas e problemas que estão relacionados à falta de impermeabilização em construções habitacionais. Na cidade de Boa Vista do Buricá/RS, foram pesquisadas algumas amostras e tipos de patologias, que foram ocasionadas por falta ou má utilização da impermeabilização. Com o levantamento de campo, foram coletados e analisados os dados obtidos através de entrevistas e levantamento fotográfico, podendo assim fazer análises críticas sob o material, e assim identificar diversos tipos de manifestações patológicas. Tendo identificado as patologias nas 14 residências de estudo, tem-se uma análise dos seus agentes causadores, assim como possibilidades de correções para cada manifestação encontrada.

(8)

Figura 1: Esquema de infiltração de água nas construções ... 15

Figura 2: Incidência de patologias mais frequentes... 21

Figura 3: Ação da umidade sobre a edificação ... 23

Figura 4: Técnica da bandagem para correção de fissuras ... 26

Figura 5: Explicações de como os sais presentes na parede influenciam na eflorescência 30 Figura 6: Preparação da argamassa com aditivo ... 36

Figura 7: Aplicação de cristalizante na forma de pintura ... 37

Figura 8: Execução de manta asfáltica ... 38

Figura 9: Localização das edificações ... 41

Figura 10: Planta baixa ... 42

Figura 11: Documento do memorial descritivo - Fundações e impermeabilizações ... 43

Figura 12: Fachada frontal em projeto das edificações ... 44

Figura 13: Fachadas das residências 01 a 04 ... 45

Figura 14: Fachadas das residências 05 a 08 ... 45

Figura 15: Fachadas das residências 09 a 12 ... 46

Figura 16: Fachada das residências 13 e 14 ... 46

Figura 17: Exemplo de fissura vertical e horizontal ao longo da parede ... 47

Figura 18: Exemplo de presença de mofo em parede de divisa entre residências ... 48

Figura 19: Bolor na parede interna e externa da edificação ... 49

Figura 20: Descolamento das cerâmicas ... 49

Figura 21: Presença de eflorescência na edificação ... 50

Figura 22: Descolamento da pintura ... 51

Figura 23: Mancha decorrente a vazamento ... 51

Figura 24: Biodeterioração da edificação ... 52

(9)

Tabela 1: Classe de agressividade ambiental na edificação ... 18

Tabela 2: Vida útil de projeto (VUP) ... 19

Tabela 3: Patologias das construções em alguns países ... 22

Tabela 4: Origem da umidade nas construções. ... 24

Tabela 5: Principais manifestações patológicas geradas por umidade ... 24

Tabela 6: Fatores decisivos que influenciam o surgimento e a proliferação dos fungos .. 28

Tabela 7: Consequências da ação dos microrganismos sobre a edificação ... 33

(10)

Gráfico 1: Porcentagens das patologias encontradas ... 53 Gráfico 2: Relação das patologias encontradas nas 14 residências ... 54 Gráfico 3: Manifestações patológicas encontradas nos cômodos das residências ... 56

(11)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

IBDA Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura IBI Instituto Brasileiro de Impermeabilização

NBR Norma Brasileira

VU Vida Útil

(12)

1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 CONTEXTO ... 12 1.2 PROBLEMA ... 14 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 15 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 16 1.2.3 Delimitação ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17

2.1 DESEMPENHO DAS EDIFICAÇÕES ... 17

2.1.1 Durabilidade ... 17

2.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ... 20

2.2.1 Manifestações patológicas provenientes da umidade ... 21

2.2.1.1 Fissura ... 25 2.2.1.2 Mofo ... 26 2.2.1.3 Bolor ... 27 2.2.1.4 Descolamento de cerâmica ... 29 2.2.1.5 Eflorescência ... 29 2.2.1.6 Descolamento da pintura ... 31

2.2.1.7 Vazamento em paredes e pisos ... 31

2.2.1.8 Biodeterioração na edificação ... 32

2.3 IMPERMEABILIZAÇÃO ... 33

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 40

(13)

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 47 4.1.1 Fissuras ... 47 4.1.2 Mofo ... 48 4.1.3 Bolor ... 48 4.1.4 Deslocamento de cerâmicas ... 49 4.1.5 Eflorescência ... 50 4.1.6 Descolamento da pintura ... 50

4.1.7 Vazamento em paredes e pisos ... 51

4.1.8 Biodeterioração na edificação ... 52

4.2 RELAÇÃO DE PATOLOGIAS ENCONTRADAS ... 52

CONCLUSÃO ... 57

REFERÊNCIAS ... 59

(14)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Silva (2015) diz que a degradação prematura das edificações ou suas partes, e a consequente redução de desempenho, é um problema frequente em todo o mundo. Esta deterioração ocorre devida, sobretudo, ao envelhecimento precoce das mesmas, o qual geralmente é desencadeado pela baixa qualidade dos materiais de construção empregados, por problemas de projeto e execução e falta de manutenção.

Segundo o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA), o termo “patologia” é derivado do grego (pathos-doença, e logia-ciência, estudo) e significa “estudo da doença”. Na construção civil, é o estudo das doenças nas edificações, com foco nas origens, manifestações, consequências, falhas e recuperação.

Conforme Suplicy (2012), a engenharia utiliza o termo patologia para estudar nas construções as manifestações, suas origens, seus mecanismos de ocorrência das falhas e seus defeitos que alteram o equilíbrio pré-existente.

Para Brito (2011), apesar das indústrias da construção estar sempre evoluindo no campo das técnicas e dos materiais de construção e estarem se adequando aos programas de qualidade, percebe-se que as patologias ainda vêm sendo um grande desafio para os profissionais da construção civil.

Vem sendo observado que, cada vez mais, a incidência de patologias ocorre em prazos mais curtos devidos, sobretudo, às soluções inadequadas dos projetos, especificações e usos incorretos dos materiais de construção, falta de controle de qualidade dos materiais, negligência na execução e falta de manutenção, entre outros aspectos.

(15)

Queruz (2007), diz que:

“A água é um dos maiores causadores de patologias, de forma direta ou indireta, quer se encontre no estado de gelo, no líquido ou mesmo enquanto vapor de água. Pode ser vista como um agente de degradação ou como um meio para a instalação de outros agentes.”.

Os problemas que são ocasionados pela umidade podem trazer consigo grande desconforto para os moradores da residência, e deterioração da construção rapidamente, sendo as suas soluções muito difíceis e caras demais, afirma Souza (2008).

Segundo Hussein (2013), a impermeabilização surge como forma de proteger o ambiente em que se habita das ações da umidade. Inicialmente este processo de proteção deu-se por meio de barreiras físicas, como a drenagem, que impedia a passagem de fluídos, ou escoava para um local que se julgava não precisar de proteção, distante da edificação.

Com o passar do tempo notou-se que somente essa prática não bastava e surgiram então novas ideias de como tratar a questão de impermeabilização de edificações, atualmente em etapa inicial de projeto arquitetônico, com intenção de impedir a degradação dos ambientes da construção (HUSSEIN, 2013).

Ainda, a NBR 15575 ABNT (2013) que trata sobre o desempenho dos materiais aplicados na construção, onde cita:

“A exposição à agua da chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da edificação habitacional, devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído”.

(16)

1.2 PROBLEMA

Conforme Verçoza (1991), quando há conhecimento dos problemas e defeitos que uma construção pode vir a apresentar e suas causas, a chance de se cometer erros têm redução considerável. Sendo assim é necessário ter conhecimento das patologias das edificações em todos os âmbitos de trabalho, desde um mestre de obras até um engenheiro ou arquiteto.

O mesmo autor ainda aponta que, sempre se está à procura de construções que sejam realizadas com o máximo de economia, reduzindo assim o excesso de segurança, em função do conhecimento mais aperfeiçoado e aprofundado dos materiais e métodos construtivos.

Desse modo, o estudo dos problemas que se manifestam nas edificações, quando identificados na sua fase primeira, contribui para que, em obras futuras, sejam tomadas medidas preventivas que evitem outras manifestações patológicas (WALDHELM, 2012).

O Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), porém, aponta que mesmo com o surgimento de novas tecnologias e materiais nesta área, ainda existem vários problemas, e muitos deles relacionam-se pelo fato de ignorar-se o uso obrigatório de produtos impermeabilizantes em obras, isto por que, são considerados desnecessários e economicamente inviáveis, uma vez que recebem revestimentos e este produto não fica aparente na fase de conclusão da obra.

Ripper et al (1998) afirma que os custos, assim como as dificuldades técnicas para a recuperação das falhas, que se originam na fase inicial da obra, aumentam conforme a estrutura vai sendo construída. Logo, a falha originada na etapa de concepção da obra irá gerar mais custos após a mesma estar concluída, do que se fossem adotados alguns meios de previnem-na.

Conforme Suplicy (2012), a água e a umidade nos materiais são problemas graves que afetam as construções, e como se não bastasse ser um problema por si só, criando ambientes úmidos, frios e insalubres, serem ainda como meio de acesso para outros ataques ao edifício. Assim, a presença da água e a consequente umidade:

a) Dissolve os materiais, diminuindo assim sua resistência;

b) Transporta sais que ao desidratarem cristalizam, aumentam de volume e danificam a matéria;

(17)

d) Favorece o crescimento de fungos e mofos;

e) Possibilita o crescimento de plantas, cujas raízes prejudicam a edificação; f) Oxida peças metálicas;

g) Apodrece peças de madeira.

Conforme a figura 1 é possível perceber que há inúmeras maneiras da água entrar em uma construção, sendo assim, é fácil compreender que, antes de tudo é preciso descobrir de onde provem a água que esta causando danos à construção.

Figura 1: Esquema de infiltração de água nas construções

Fonte: Adaptado de Suplicy, 2012.

1.2.1 Questões de Pesquisa

Ao concluir essa pesquisa, espera-se responder as seguintes questões:

 Questão principal

o Quais são as manifestações patológicas ocasionadas pela umidade diagnosticadas nas unidades habitacionais de interesse social na cidade de Boa Vista do Buricá/RS?

(18)

 Questões secundárias

o Quais materiais e técnicas construtivas foram utilizados nestas obras? o Por que tais manifestações patológicas surgiram nas obras?

o Qual seria a melhor forma de recuperação para as manifestações patológicas?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

O presente trabalho traz como principal objetivo a avaliação das manifestações patológicas ocasionadas pela presença da umidade da edificação através de levantamento em campo em loteamento residencial no município de Boa Vista do Buricá/RS.

A partir do objetivo principal da pesquisa, são apresentados os seguintes objetivos específicos:

 Revisar as principais causas de manifestações patológicas em edificações

 Levantar em campo amostras e informações a fim de catalogar as manifestações patológicas em função da umidade presentes;

 Diagnosticar e apresentar solução para recuperação das manifestações patológicas.

1.2.3 Delimitação

O estudo foi focado em avaliar os problemas ocasionados pela falta ou falha de impermeabilização em edificação de casas unifamiliares de loteamento popular localizadas na cidade de Boa Vista do Buricá/RS.

(19)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DESEMPENHO DAS EDIFICAÇÕES 2.1.1 Durabilidade

Segundo a NBR 15575 ABNT (2013), durabilidade é capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. Durabilidade é comumente utilizado como termo qualitativo para expressar a condição em que a edificação ou seus sistemas mantem seu desempenho requerido durante a vida útil. A mesma normativa ainda contempla que a durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem imóvel.

A durabilidade se configura tanto na capacidade dos materiais, dos componentes e sistemas construtivos aplicados persistirem no tempo e assim dotar a edificação como um todo de resistência física, quanto também atender a requisitos de flexibilidade, ou seja, a sua capacidade de se adaptar a novas exigências e configurações do espaço, e não se tornar um objeto obsoleto (LIMA, 2005).

Lima (2005), completa seu pensamento sobre a durabilidade dizendo que atualmente o cenário da construção civil tende a se alterar diante da grande competitividade existente no mercado e da crescente exigência dos consumidores quanto à qualidade das edificações aliada à redução de custos. Verifica-se que as empresas construtoras tem procurado adequar suas estratégias procurando incrementar o nível de eficiência tanto dos processos de produção, objetivando o incremento de produtividade, quanto dos produtos elaborados.

NBR 15575(ABNT, 2013) diz que:

“A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir as funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a um estado insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência funcional. O período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso de um produto e o momento em que o

(20)

seu desempenho deixa de atender às exigências do usuário pré-estabelecidas é denominado vida útil”.

Ainda a mesma norma impõe para as estruturas de concreto armado uma vida útil de projeto de 50 anos, desde que os seus usuários atendam às exigências do manual de utilização, inspeção e manutenção citado na NBR 6118.

Para a NBR 6118 ABNT (2014) a durabilidade da edificação está relacionada diretamente com a agressividade do meio ambiente, sendo ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas.

A agressividade ambiental deve ser classificada de acordo com o apresentado na Tabela 1 e pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.

Tabela 1: Classe de agressividade ambiental na edificação

Classe de agressividade

ambiental

Agressividade Classificação geral do tipo de ambiente

para efeito de projeto

Risco de deterioração da

estrutura

I Fraca Rural Insignificante

Submersa

II Moderada Urbana Pequeno

III Forte Marinha Grande

Industrial (a b)

IV Muito forte Industrial (a c) Elevado

Respingos de maré

Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014).

“De posse das informações dos projetos, matérias e produtos utilizados e da execução da obra, deve ser produzido por profissionais habilitados, devidamente contratados pelo contratante, um manual de utilização, inspeção e manutenção. Esse manual deve especificar, de forma clara e sucinta, os requisitos básicos para a utilização e a manutenção preventiva, necessária para garantir a vida útil prevista para a estrutura”. NBR 6118 (ABNT, 2014)

(21)

O assunto de desempenho na construção civil traz a abordagem de vida útil. De acordo com Borges (2008), a vida útil dos elementos estruturais, é baseada no tempo onde estes mantêm o desempenho esperado sendo submetidos apenas às manutenções definidas na fase de projeto.

A NBR 15575 ABNT (2013) complementa sobre a Vida Útil e Vida Útil de Projeto: “Vida Útil (VU): período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção;”

“Vida Útil de Projeto (VUP): período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nessa norma, considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção.”

A tabela 2 mostra, segundo a NBR 15575 ABNT (2013), a vida útil de cada sistema que compõe a edificação. O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida Útil de Projeto (VUP), não inferiores aos estabelecidos, e deve ser elaborado para que os sistemas tenham uma durabilidade potencial compatível com a Vida Útil de Projeto (VUP).

Tabela 2: Vida útil de projeto (VUP)

Sistema VUP mínima

anos

Estrutura ≥ 50

segundo ABNT NBR 8681/2003

Pisos internos ≥ 13

Vedação vertical externa ≥ 40

Vedação vertical interna ≥ 20

Cobertura ≥ 20

Hidrossanitário ≥ 20

(22)

2.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

“As patologias em edificações podem ter origens diferenciadas. Fatores endógenos, exógenos, funcionais e naturais podem interferir na edificação gerando problemas diversos”, DEUTSCH (2011).

Silva (2011) aponta que há uma diferença entre patologia e manifestações patológicas. Patologia refere-se á ciência formada pelo conjunto de teorias que tem como prioridade explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica, já a manifestação patológica é a expressão e resulta um mecanismo de degradação.

Pedro et al (2002) classifica a origem das patologias da seguinte forma:

 Patologias congênitas: são as originadas na fase de projeto, que ocorrem pela falta de coerência com as Normas Técnicas, também por negligência de profissionais responsáveis pela obra.

 Patologias construtivas: estas surgem na etapa de construção, e tem origem na mão-de-obra desqualificada e materiais não certificados.

 Patologias acidentais: são as patologias que se ocasionam por algum fenômeno atípico.

No seu estudo Figueiredo (2003) usou a seguinte classificação para as origens das manifestações patológica:

a) Umidade

b) Trincas e Fissuras

c) Patologia de revestimento d) Corrosão

Barbosa et al (2003) ressalta que os fenômenos patológicos apresentam uma característica externa, onde na qual se pode analisar a sua natureza, sua origem e os possíveis mecanismos dos fenômenos envolvidos. Na figura 2 são destacadas as frequências de patologias nas edificações.

(23)

Figura 2: Incidência de patologias mais frequentes.

Fonte: Silva et al , 2003.

2.2.1 Manifestações patológicas provenientes da umidade

Ripper (1986) cita que o maior mal das construções e da saúde de seus ocupantes é a umidade, e é justamente contra esse mal que não há muito cuidado nas obras, simplesmente pela falta de conhecimento das soluções corretas ou até mesmo pela falta de responsabilidade, e assim partindo diretamente para as soluções mais baratas, mesmo por simples negligência dos encarregados da execução da obra.

Segundo Souza (2008), os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos das edificações, como paredes, pisos, fachadas, elementos de concreto armado, etc. Geralmente eles não estão relacionados a uma única causa.

Para Verçoza (1991) a umidade não é apenas uma causa de patologias, ela também como um meio necessário para que grandes partes das patologias em construções ocorram. Ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências, ferrugens, mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes estruturais.

Analisando a tabela 3 percebe-se que a umidade é a patologia mais recorrente nos três países europeus analisados.

(24)

Tabela 3: Patologias das construções em alguns países

Fonte: Adaptado de Picchi apud Granato, [20--?].

São tantas as causas e as manifestações provenientes da umidade que Verçoza (1991) impõe que, com tanta frequência dessas patologias, elas merecem um estudo a parte.

Ainda o mesmo autor classifica as umidades nas construções com as seguintes origens: a) Originadas pela própria construção;

A umidade oriunda da própria construção é aquela necessária para as obras de construção, mas que em longo prazo desaparecem, tais como as águas usadas para a fabricação dos concretos e argamassas. Podendo ter um tempo de seis meses para secar.

b) Trazidas por capilaridade;

Umidade de capilaridade é a que sobe do solo úmido, os materiais que possuem canais capilares, como tijolos, concretos, argamassas e madeira, a umidade pode percorrer pelos seus canais até ser levada ao interior das edificações.

Queruz (2007) aponta que, os vasos capilares menores permitem que á umidade suba até encontrar o equilíbrio com a gravidade, o diâmetro do vaso capilar indica a altura da umidade, pois quanto menor, maior vai ser a sua altura. A altura da umidade capilar não costuma passar de 0,8 m.

c) Devida a chuvas;

Natureza das

falhas Bélgica Grã-Bretanha Suíça

Umidade 27 53 10

Descolamento 16 14 28

Fissuração 12 17 27

Instalações 12 - 17

(25)

As infiltrações das chuvas são as umidades mais comuns nas edificações, mas em nem todas as chuvas ela pode aparecer, pois depende diretamente da velocidade e direção do vento, da quantidade de precipitação e da umidade do ar.

d) Resultante de vazamentos em redes;

As umidades provenientes dos vazamentos de redes de água, pluviais e esgotos podem se tornar bastantes difíceis de localização e correção, pois podem estar muitas vezes encobertas pela própria edificação.

e) Por condensação;

Uma forma bastante distinta das demais é a umidade de condensação, pelo fato de não se tratar de água infiltrada, mas sim de água que já está no ambiente e se deposita na superfície. São localizadas principalmente em telhados, lajes de coberturas, reservatórios e piscinas, paredes e pisos.

Na figura 3 pode-se observar a ação da umidade sobre a edificação, em suas diversas maneiras de apresentação e como atinge a obra.

Figura 3: Ação da umidade sobre a edificação

(26)

Na tabela 4 mostra a relação das origens da umidade e os locais onde podem ser identificados.

Tabela 4: Origem da umidade nas construções.

Origens Presente na

Umidade proveniente da execução da construção

Confecção do concreto

Confecção de argamassas Execução de pinturas Umidade oriunda das chuvas Cobertura (telhados)

Paredes Lajes de terraços Umidade trazida por capilaridade (umidade

ascensional)

Terra, através do lençol freático

Umidade resultante de vazamento de rede de água e esgotos

Paredes Telhados

Pisos Terraços Umidade de condensação Paredes, forros e pisos

Peças com pouca ventilação Banheiros, cozinha e garagens

Fonte: Adaptado de Klein apud Souza, 2007

De acordo com Perez (1988), as principais manifestações patológicas causadas por umidade configuram-se da seguinte forma e serão abordadas a seguir na tabela 5:

Tabela 5: Principais manifestações patológicas geradas por umidade

Manifestações Aspectos Observados Causas prováveis atuando com ou sem simultaneidade

Eflorescência - Manchas de umidade - Umidade constante

- Pó branco acumulado sobre a superfície - Sais solúveis presentes no elemento da alvenaria - Sais solúveis presentes na água

de amassamento ou umidade infiltrada

- Cal não carbonatada Bolor - Manchas esverdeadas ou escuras - Umidade constante

- Revestimento em desagregação - Área não exposta ao sol Descolamento com Empolamento - A superfície do reboco descola do emboço

formando bolhas, cujos diâmetros aumentam progressivamente.

- Infiltração de umidade

- O reboco apresenta som cavo sob percussão

- Hidratação retardada do óxido de magnésio da cal

(27)

2.2.1.1 Fissura

De acordo com Hussein (2013) as fissuras podem ser resultantes de vários motivos, como por movimentações higroscópicas, movimentações térmicas, por sobrecarga, por recalque de fundações, ou ainda, por produtos que causam retração à base de cimento.

Thomaz (1989) afirma que a expansão do material pode ser causada pelo aumento do teor da umidade, em contrapartida, a diminuição deste teor causa a contração do mesmo. As mudanças higroscópicas são responsáveis por provocar essas variações dimensionais que exercem influência direta na deformabilidade das alvenarias.

Ainda Hussein (2013) afirma que as fissuras causadas pelo excesso de umidade podem se manifestar em qualquer local da alvenaria, mas, localizam-se principalmente junto a base de paredes, sendo assim, por umidade ascendente, onde na maioria dos casos há presença também de eflorescências que facilitam o diagnóstico.

As fissuras em si são particularmente muito diferentes, pois podem ser oriundas além da umidade, de outros problemas como:

- Eventual problema estrutural

- Materiais diferentes aplicados na obra trabalham de forma diferente, devido, além de outros fatores ao seu coeficiente de dilatação.

Por recomendações, Waldhelm (2012) diz que sempre é melhor usar como convenção que a fissura esta ativa, pois mesmo corrigindo as causas que lhe deram origem, pequenas mudanças podem continuar ocorrendo em sua abertura em função de variações térmicas.

Prosseguindo, uma saída para proporcionar uma capacidade de maior deformação seria adicionar polímeros ou fibras nas argamassas utilizadas, ou mesmo, utilizar uma argamassa flexível, ideal para recuperações.

Thomaz (1989) recomenda o uso de tela metálica para auxiliar a argamassa. Com a origem das fissuras sendo de diversas formas, mas geralmente elas são recuperadas do mesmo modo.

(28)

Veiga e Faria (1990), destaca o método da bandagem apresentado na figura 4, como o mais utilizado para as correções de fissuras na edificação, que consiste nas seguintes etapas:

- Corte e extração de uma faixa do revestimento, com uma largura maior que 15 cm. Tendo a fissura como centro.

- Aplicação da bandagem (bandagem cirúrgica, gaze ou polietileno) centrada sobre a fissura, com uma largura de 10 cm.

- Recomposição do revestimento em chapisco, emboço e reboco.

Figura 4: Técnica da bandagem para correção de fissuras

Fonte: Adaptado de Veiga e Faria, 1990.

2.2.1.2 Mofo

Hussein (2013) diz que o mofo prolifera-se com facilidade em paredes expostas a umidade, e que normalmente não possuem contato com a luz.

A causa dessa patologia pode ser proveniente do excesso da mesma no ar, devido ao clima, a erros construtivos, ou a própria umidade interna da parede, adquirida por capilaridade, por erro ou falta de impermeabilização.

(29)

Sales e Silva (2013) colocam que para evitar o surgimento de mofo é preciso ainda na fase de projeto, medidas que garantam a circulação de ar, iluminação natural e insolação adequada a todos os ambientes do local.

As medidas a serem tomadas, segundo Hussein (2013) é antes de tudo verificar se há vazamentos ou infiltrações, caso não haja nenhum deles, a tinta deve ser retirada e então passar-se um produto passar-selador. Após a passar-secagem, passar-se repintar o local. Em casos menos graves, pode-se limpar o local do mofo com produtos desinfetantes, que irão evitar a proliferação do mesmo no local novamente.

Terra (2001) diz que, o processo de recuperação para as manchas provenientes do mofo consiste apenas na lavagem do local, porém esse procedimento é eficaz para as manchas quando as mesmas são pequenas e recentes. No caso de manchas antigas e grandes esse processo não é suficiente. Assim sendo necessário retirar o revestimento da área afetada, e em seguida fazer a lavagem e sendo necessário aplicar produtos químicos adequados.

2.2.1.3 Bolor

O bolor para Caneva, Nuguri e Salvador (2000), manifesta-se através da ação de micro-organismos que são conhecidos como fungos filamentosos. Estes micro-micro-organismos decompõem a matéria orgânica, mesmo nas matérias inorgânicas existe alguma disponibilidade de material orgânico de diferentes naturezas e assim há o crescimento de varias espécies de fungos na edificação.

A sua presença é notada pela formação de manchas, embora as mesmas ocorram em um nível mais superficial dos materiais e assim causando apenas danos de natureza estética. Porém, a penetração do micélio fungico pode ser profunda, podendo atingir 1 cm e assim perdendo a coesão e consequentemente acontecendo à desagregação do material (CANEVA;NUGARI;SALVADORI, 2000).

Os dados que são apresentados na tabela 6 mostram que o crescimento desses fungos nas superfícies das edificações ocorre em uma faixa muito ampla em relação à temperatura. Já para o fator umidade o seu crescimento é favorecido só a partir de 70%. Os nutrientes orgânicos ou

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substratos são encontrados em partículas de sujeiras que com o tempo se aderem à edificação, assim facilitando seu crescimento. Em relação ao pH, os próprios fungos produzem ácidos através da secreção de substâncias e assim influenciam na alteração do pH do local.

Tabela 6: Fatores decisivos que influenciam o surgimento e a proliferação dos fungos

Fonte: Adaptado de Sedlbauer, 2001.

Segundo Yazigi (2009), a limpeza da área afetada deverá ser realizada logo no início da infecção, quando notar a alteração na cor da superfície da parede. As superfícies afetadas deverão ser limpas com escova de piaçaba, e nela aplicada a seguinte solução:

- 80g de sulfato trissódico - 30g de detergente

- 90 ml de hipoclorito de sódio - 2700 ml de água.

“Após a superfície será enxaguada com água limpa e seca, com pano limpo e precisa ser evitado o contato dessa solução com a pele, olhos e inclusive com componentes metálicos existentes nas áreas tratadas” (YAZIGI, 2009).

(31)

2.2.1.4 Descolamento de cerâmica

O descolamento de pisos e azulejos, que ocorrem quando as placas cerâmicas perdem a aderência com o substrato, ou a própria argamassa colante, e isso ocorrem devida á própria expansão dessas placas (COMPANTE, 2001).

Assis (2009) afirma que essa expansão é ocasionada por diversas causas, como movimentações térmicas ou movimentações higroscópicas e através da deformação do concreto armado.

Bauer (1997) diz que, através da água absorvida pelos poros do material acontece o fenômeno de dilatação higroscópica, essa absorção acontece tanto na forma liquida ou vapor, assim provocando modificações na estrutura do material, e assim aumentando o seu volume e consequentemente acontecendo o descolamento da argamassa.

Para Assis (2009), a solução para o descolamento da cerâmica seria a remoção total do revestimento, até chegar ao emboço, para refazer corretamente o serviço. Mas antes de refazer o serviço de recolocar a cerâmica, seria necessário verificar se não há vazamento na tubulação, após essa verificação a superfície deve ser limpa para começar a aplicação da argamassa de assentamento.

2.2.1.5 Eflorescência

Segundo Sales e Silva (2013) eflorescências são formações de sais na superfície da parede, trazidos do seu interior pela umidade. Elas podem causar manchas, mau aspecto às edificações e até mesmo descolamento da pintura.

Suplicy (2012), diz que a eflorescência surge quando a água atravessa uma parede que contenha sais solúveis. Estes sais podem estar presentes nos tijolos, no cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc. Assim, dissolvendo-se na água eles são carregados até a superfície, onde a água acaba evaporando e os sais se cristalizam e se depositam na superfície, conforme apresentado na figura 5.

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Complementando sua fala, Suplicy (2012) diz que ao conseguir eliminar a penetração da água no interior do material, elimina-se a eflorescência. Alguns exemplos de sais que causam esse tipo de patologia podem ser citados: nitratos alcalinos, estes, formam cristais brancos. Carbonato de cálcio resulta em um pó branco. Sais de ferro vão resultar em uma cor ferruginosa. Sulfoaluminato de cálcio resulta em uma crosta esbranquiçada.

Figura 5: Explicações de como os sais presentes na parede influenciam na eflorescência

Fonte: Adaptada de Silva, 2013.

Souza (2008) diz que, o procedimento a ser tomado para o seu reparo é a limpeza do local onde a patologia se encontra, com o auxilio de uma escova de aço e água em abundancia. Caso esse procedimento não eliminar toda a manifestação patológica será necessário utilizar um elemento químico na solução.

Para Terra (2001), o reparo de acordo com a norma o reparo da edificação deve ser realizado através de uma limpeza para a remoção da eflorescência, a limpeza consiste na utilização de uma escova de aço e uma solução de ácido muriático (5% a 10% de concentração).

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2.2.1.6 Descolamento da pintura

Para a proteção dos elementos construtivos e assim aumentando a durabilidade da construção, a pintura se torna muito mais que um acabamento estético, assim sendo indispensável na edificação.

Deutsch (2011) cita que “as tintas são utilizadas para proteção e acabamentos de superfícies das mais diversas características. São composições líquidas ou pastosas capazes de formar filmes após a secagem ou cura”.

Conforme trás Letícia (2009), devem-se remover todas as bolhas ou manchas, as partes soltas e com pouca aderência na parede, esse processo deve ocorrer com o uso de uma espátula metálica, escova de aço ou lixa. Após a retirada dessa camada de tinta, devem ser aplicadas duas mãos de fundo preparador à base de água, em seguida, após a secagem do fundo, com as falhas deixadas por essas patologias, as paredes devem ser niveladas com massa corrida (áreas internas e secas) ou massa acrílica (áreas externas ou molháveis), após esse processo ter curado, pode aplicar a tinta para finalizar.

2.2.1.7 Vazamento em paredes e pisos

Para KLEIN (1999), esse tipo de umidade pode ter origem através desses meios:

 Vazamento pela ruptura de canalização de água fria, quente, esgoto e pluvial;

 Através da penetração da água da chuva;

 Pela percolação da água oriunda do solo, assim sendo ascensão capilar.

Para Ilha (2009), o sistema predial hidráulico tem características inerentes, a sua complexidade funcional e a inter-relação dinâmica de seus diversos subsistemas. Esse sistema tem uma grande variedade de materiais, componentes e de equipamentos. Tanta variedade de material pode causar diversas manifestações patológicas, essas provem de falhas de equipamentos, até provenientes das variações térmicas e pneumáticas associadas ao seu uso.

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Ilha (2009) completa que as manifestações patológicas oriundas dos vazamentos podem ser decorrentes da falta de manutenção, possíveis falhas nos materiais, processo de desgaste ou até pelo próprio envelhecimento natural dos materiais utilizados.

Klein (1999) afirma que assim que a patologia é detectada o reparo deve ocorrer o mais rápido possível, assim evitando maiores complicações. No caso de vazamento em canos internos, será necessária a quebra da parede no local onde está à patologia e posteriormente fazer a substituição do encanamento danificado.

2.2.1.8 Biodeterioração na edificação

Kumar (2003) aponta que os danos que a biodeterioração causa aos materiais da construção podem ser tanto de ordem funcional tanto como estética. E são classificadas em quatro classes:

a) Biodeterioração física ou mecânica:

Esse tipo de biodeterioração tem como principal característica é o rompimento do material da edificação devido à pressão que é exercida em suma superfície pelos organismos, que acontece durante seu crescimento ou a própria locomoção. Assim nesse caso o material onde se encontra os organismos não é utilizado como nutrientes.

Alssoopp (2004), diz que, os exemplos de biodeterioração física ou mecânica são causados pelos organismos macroscópicos.

b) Bioteterioração estética:

Essa classe é apresentada somente na superfície, pela presença dos microrganismos nas edificações. Assim resultando na alteração da coloração, ocorrendo à formação das manchas escuras, sendo causadas pelos fungos, bactérias, algas e cianobactérias.

Para Pinheiro (2003), esse tipo de biodeterioração altera só a aparência estética da edificação, assim não provocando em uma alteração no material ou na composição química.

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c) Biodeterioração química assimilatória

Essa classe de biodeterioração tem como característica a utilização do material para sua nutrição, transformando em fonte de energia. Assim liberando ácido e outros compostos químicos que irão danificar o material (KUMAR, 1999).

d) Biodeterioração química não assimilatória:

Esse tipo de biodeterioração é gerado pelo metabolismo dos microrganismos, que liberam metabólitos que reagem quimicamente sobre o material da edificação.

Gaylarde (2000) cita que cada microrganismo tem um resultado característico sobre a superfície da edificação, segundo seu metabolismo. Na tabela 7 pode ser verificado como cada microrganismo age na edificação.

Tabela 7: Consequências da ação dos microrganismos sobre a edificação

ORGANISMO PRODUTO DO METABOLISMO CONSEQUÊNCIA NA SUPERFÍCIE

Bactérias ácidos inorgânicos dissolução e coloração

Fungos ácidos orgânicos fragilização mecânica e coloração

Algas e Cianobactérias ácidos orgânicos retenção de água e dissolução mineral

Liquens ácidos orgânicos aumento de porosidade e ataque químico

Fonte: Adaptado de Gaylarde, 2000.

Pinheiro (2003) cita que, para a remoção desse organismo, é indicada a utilização de uma escova de aço com água em abundância, esse processo devera ser feito se o caso for recente, para os casos mais complicados será necessário retirar o revestimento e aplicado uma camada impermeabilização rígida, argamassa com aditivo. Sobre essa camada de impermeabilizante deve ser feito o chapisco e o reboco de acabamento, após a cura da argamassa deve ser realizada a pintura.

2.3 IMPERMEABILIZAÇÃO

Segundo o IBI, impermeabilização é uma técnica na qual consiste a aplicação de produtos específicos objetivando-se proteger os diversos locais de um imóvel contra a ação das águas que podem ser originárias de chuvas, de lavagem, de banhos ou de outras origens.

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A NBR 15575 ABNT (2013) estabelece que a edificação deva ser estanque às fontes de umidades externas, provenientes da água de chuva e da umidade do solo e do lençol freático. Os projetos habitacionais devem prevenir a infiltração da água de chuva e da umidade do solo, com a impermeabilização de fundações e pisos em contato com o solo, porões e subsolos, jardins contíguos às fachadas e quaisquer paredes em contato com umidade ascendente. Estabelecendo que a edificação deva ser estanque às fontes de umidades externas, provenientes da água de chuva e da umidade do solo e do lençol freático.

A norma ainda exige, entre outros requisitos, a estanqueidade do revestimento independente de sua tipologia quando em contato com a umidade ascendente. Os pisos de áreas molhadas como em banheiro com chuveiro e áreas descobertas não podem permitir o surgimento de umidade.

Segundo a NBR 9575 ABNT (2010), geralmente a impermeabilização é composta de um conjunto de camadas, com funções específicas. Além disso, existe a obrigatoriedade de um projeto básico destinado à impermeabilização em determinadas obras em execução ou sujeitas a acréscimos ou reformas.

A mesma normatização diz que o projeto de impermeabilização divide-se em dois: projeto básico e projeto executivo. O primeiro, conta com informações fundamentais para que a impermeabilização seja realizada de forma correta, cumprindo a função de proteger a construção da umidade. Este deve ser realizado para construções unifamiliares, multifamiliares, comerciais e mistas. Já o projeto executivo, consiste na união de informações do projeto básico com o projeto arquitetônico e ainda projetos complementares, como estrutural, hidro sanitário, águas pluviais, gás e elétrico. Trata-se de um projeto com detalhamento de cada sistema de impermeabilização a ser realizada em cada local da obra.

Conforme normatizado, na NBR 9574 ABNT (2008), é necessário atender as condições mínimas de proteção da construção contra a passagem de fluídos, bem como a salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram.

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A NBR 9574 ABNT (2008) aponta ainda que, o executante da impermeabilização deve receber uma série de documentos técnicos que possibilite a execução da mesma, consequentemente não havendo nenhum problema futuro. São eles:

 Memorial descritivo e justificativo

 Desenhos e detalhes específicos

 Especificações dos materiais a serem empregados e dos serviços a serem executados

 Planilha de quantidade de serviços a serem realizados

 Estimativa de custo dos serviços a serem realizados

 Indicação da forma de medição dos serviços a serem realizado.

Borges et al (2002) cita os processos de impermeabilização mais utilizados na construção civil.

a) Impermeabilização rígida:

É o primeiro sistema de impermeabilização utilizado, consiste na apenas na adição de produtos impermeabilizantes na argamassa de cimento e areia conforme a figura 6.

Borges et al (2002) cita que sua utilização é indicada para revestimentos de subsolos, alicerce, caixas d’água e revestimentos de paredes em geral. A condição básica para a sua aplicação e para seu bom funcionamento, é que a superfície sobre a qual esta for aplicada não contenha a presença de trincas ou fissuras. Além disso, a superfície deverá estar totalmente limpa e áspera, assim para melhor aderência da argamassa.

A sua aplicação consiste em se dar duas ou três demãos de argamassa, com a intercalação de uma camada de chapisco entre elas. Sua espessura final varia entre 2 e 3cm.

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Figura 6: Preparação da argamassa com aditivo

Fonte: (VIEIRA, 2005, p. 76).

b) Cristalização:

Conforme Borges et al (2002), essa impermeabilização é executada com a utilização de cimento cristalizado, que esses são dotados de aditivos químicos minerais, com pega rápida e ultrarrápida, sendo resistente a sulfatos, sua penetração acontece por porosidade nos capilares da estrutura, assim cristalizando-se com a presença da umidade. A sua utilização é indicada em piscinas, poços de elevadores e áreas molhadas da edificação.

O mesmo autor ainda completa que, para a aplicação desse processo a base aonde irá à impermeabilização deverá ser muito bem molhada, a mistura do impermeabilizante deve ser feito em um recipiente, misturando cimento cristalizante, adesivo acrílico e água, com a proporção de 1 parte de cimento, 8 de água e 2 de adesivo, assim formando uma pasta consistente.

Sobre a base a ser impermeabilizada deve se aplicar uma demão do produto, aplicado com uma trincha, demonstrado na figura 7. Após o intervalo de 30 min, devem ser aplicadas mais duas demãos, no sentido cruzado ao da mão interior.

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Figura 7: Aplicação de cristalizante na forma de pintura

Fonte: (NAKAMURA, 2006, p. 28).

c) Manta asfáltica:

Borges et al (2002) cita que a utilização da manta asfáltica é indicada para áreas molhadas, floreiras, lajes de subsolos e cobertura, terraços e piscinas.

Ainda segundo Borges et al (2002), após a limpeza da área onde será aplicada a impermeabilização, aplica-se uma demão de “primer”, com rolo ou pincel, aguardando aproximadamente 4h para o produto atingir a secagem completa. Em seguida é feita a colocação da manta, que deverá ser aquecida com um maçarico junto a sua superfície, na sua colagem é indicado o auxílio de uma espátula. Após a colocação da primeira peça de manta, as demais deverão ser colocadas com uma sobreposição de 10 cm sobre as bordas, assim gerando uma perfeita continuidade na superfície impermeabilizada, conforme na figura 8.

Gabrioli e Thomaz (2002) destacam que as principais características da manta asfáltica é a estabilidade térmica e dimensional, alta resistência aos esforços mecânicos, ampla faixa de resistência à temperatura, a elevada flexibilidade e a sua durabilidade alta.

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Figura 8: Execução de manta asfáltica

Fonte: (VIAPOL, 2016)

d) Emulsão asfáltica

Segundo Marques (2005), para a execução da impermeabilização das fundações, há dois tipos de sistemas mais utilizados: as argamassas poliméricas e as emulsões asfálticas. No caso das edificações do estudo, foi utilizado o impermeabilizante com base de emulsão asfáltica.

Picchi (1986) define que a emulsão asfáltica é obtida misturando cimento asfáltico com água, tratando-se de um impermeabilizante que é moldado no local, sua aplicação é a frio, com consistência flexível. A função é garantida através da película de asfalto depositada, porém somente com a emulsão totalmente curada ela adquire essas características.

Para Yazigi (2009), a impermeabilização deve ser seguida conforme solicitada nos documentos técnicos da obra, e caso sua execução seja feita incorretamente pode acarretar patologias na edificação, como a presença em excesso de umidade.

Yazigi (2009),traz que a longevidade é o fator de avaliação mais importante dos impermeabilizantes. Para tempo de vida útil inferior a 25 anos atribui-se valor de conceito proporcionalmente menor, representado na tabla 6. Nesta metodologia de avalição não é levados em conta possíveis deficiências executivas, sendo assim, conceitua-se então, a longevidade pela experiência em impermeabilização, adquirida na vivencia de obras ao longo do tempo. O valor

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que se obtém na tabela mencionada acima está considerado para os sistemas de impermeabilização normatizados pela ABN.

Tabela 9: Índice de longevidade da impermeabilização

ÍNDICE DE LONGEVIDADE

Materiais Vida útil (anos) Conceito Argamassas rígidas 0 a 25 0 a 20 Feltro asfáltico + asfalto (aplicados em regiões com umidade relativa

do ar entre 40% e 80%) 4 a 25 3,2 a 20 Idem, com umidade relativa do ar abaixo de 40% 1 a 2 0,8 a 1,6 Emulsões hidroasfálticas 4 a 10 3,2 a 8 Mantas butílicas 25 a 50 20 a 20 Mantas de PVC + asfalto 3 a 10 2,4 a 8 Elastômeros sintéticos em solução de neoprene + hypalon 4 a 7 3,2 a 5,6 Elastômeros sintéticos em solução combinados (depende o local de

aplicação) 5 a 10 4 a 8

Fonte: Adaptado de Yazigi, 2009.

Na tabela 8, são apresentadas as situações que devem ser tradas, levando em conta as manifestações patológicas provenientes da atuação da água e as de resultado do comportamento dos elementos da edificação, assim utilizando os exemplos mais comuns de cada situação e eventualmente cada solução de impermeabilização.

Tabela 8: Solução de impermeabilização a serem usadas

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3 METODOLOGIA

Com o objetivo de identificar e analisar as manifestações patológicas existentes nas habitações escolhidas para o estudo in loco, determinando os locais onde as mesmas ocorrem e a fim de apresentar soluções técnicas adequadas para sua recuperação, foram seguidos os seguintes métodos.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Quanto ao objetivo do trabalho, a pesquisa foi classifica como exploratória, visando proporcionar maior aproximação com o problema posto em questão, fazendo isso através de revisão bibliográfica e estudos de caso.

3.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Organizou-se a pesquisa da seguinte maneira: a) Pesquisa bibliográfica e documental b) Organização dos dados levantados

c) Classificação de cada dado em sua categoria d) Explanação dos resultados

3.2.1 COLETA DE DADOS

Foram coletados dados textuais para embasamento teórico da pesquisa através de fontes bibliográficas, sendo elas por meio eletrônico (internet), obras literárias, artigos, normas técnicas, revistas, e a própria entrevista com os moradores.

Cada dado coletado foi filtrado e organizado por categoria, sendo assim, separado devido sua manifestação patológica ocorrente em cada edificação, assim como, em cada cômodo da edificação.

Após esta organização fez-se então a análise de cada manifestação patológica, seguido de uma sugestão de correção direcionada ao problema correspondente.

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3.3 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Tratando das obras escolhidas para o desenvolvimento de estudo de caso, são classificadas como habitação popular do município de Boa Vista do Buricá/RS, estas, estão localizadas no bairro João de Barro, figura 9. Estas residências totalizam 14 edificações idênticas em seu projeto original, algumas sofreram alterações de plantas posteriores à entrega aos moradores. As obras existem há aproximadamente 7 anos, fazendo parte de um projeto de residência popular proposto pela Prefeitura Municipal.

Figura 9: Localização das edificações

Fonte: Google maps.

As obras são de licitação pública, e cedida pela prefeitura municipal de Boa Vista do Buricá/RS, com sede na Avenida Três Passos, número 271, Centro, cidade com aproximadamente sete mil habitantes.

As residências possuem uma área total de 30m², distribuídos com uma sala de 9,67 m², uma cozinha com 3,19 m² dois dormitórios, o primeiro com 5,97 m², e o outro com 5,58 m² e um banheiro com área de 2,10 m².

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As aberturas foram fornecidas em metal, e o acabamento do piso foi em concreto bruto. Estes elementos também sofreram alterações em algumas residências, onde, várias aberturas já foram substituídas por novas, principalmente as portas, e o piso, recebeu revestimento cerâmico, assim como a pintura das paredes já precisou ser refeita diversas vezes nesse período de ocupação.

A planta baixa original do projeto segue abaixo, conforme a figura 10.

Figura 10: Planta baixa

Fonte: Prefeitura de Boa Vista do Buricá/RS

Com base ao memorial descritivo das obras, cedido pela prefeitura municipal, foi levado em conta as seguintes etapas citadas no documento, conforme é indicado na figura 11.

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Fonte: Prefeitura Municipal de Boa Vista do Buricá-RS.

Segundo o fabricante do impermeabilizante de emulsão asfáltica, o produto dever ser aplicado sobre a superfície limpa, sua diluição é em uma proporção de 1:1 com água, o produto deve ser aplicado em camadas de 4 a 9 demãos dependendo da área que será impermeabilizada, esse processo deve ser feito com uma brocha ou um pincel.

Na figura 12, encontra-se a fachada das residências em projeto e na figura 13, encontra-se uma ilustração em 3D das edificações em estudo, nas figuras 14 a 16 é demonstrado às fachadas.

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Figura 12: Fachada frontal em projeto das edificações

Fonte: Prefeitura Municipal de Boa Vista do Buricá – RS Figura 13 Edificação 3D

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Figura 14: Fachadas das residências 01 a 04

Fonte: Autoria própria Figura 15: Fachadas das residências 05 a 08

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Figura 16: Fachadas das residências 09 a 12

Fonte: Autoria própria

Figura 17: Fachada das residências 13 e 14

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4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Conforme Hussein (2013) o excesso de umidade nas construções pode ser percebido tendo algumas patologias como consequências. Fissuras, mofos, bolhas nas paredes e deslocamento de pisos e azulejos, são exemplos mais visíveis e fáceis de diagnosticar.

Ao fazer a visita, o proprietário de cada residência se fez presente e acompanhou cada passo, apontado o que mais lhe incomoda e lhe causa desconforto por patologias evidentes. Em sequência, foi pedida a permissão para fotografar as áreas com pontos críticos das residências. 4.1.1 Fissuras

As fissuras encontradas nas residências estão muito aparentes ao longo das paredes, tanto verticais como horizontais. Essas manifestações patológicas são decorrentes de movimentações higroscópicas, pois estão localizadas nas paredes onde a umidade é mais evidente.

Figura 18: Exemplo de fissura vertical e horizontal ao longo da parede

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4.1.2 Mofo

Verificou-se também a presença de mofo em vários locais das residências, patologia esta que foi a mais citada como incomoda pelos moradores.

Neste caso, constatou-se umidade nas paredes que fazem divisa entra uma residência e outra, sendo sabido que não há recuo lateral entre as mesmas, e que estas também são do tipo geminado. Sendo assim, explica-se a presença de umidade nestes locais.

Figura 19: Exemplo de presença de mofo em parede de divisa entre residências

Fonte: Autoria própria

4.1.3 Bolor

As manchas causadas pelo bolor foram encontradas em 11 das residências analisadas no estudo caso, estas manchas causam um grande um desconforto aos moradores, sendo a patologia mais citada pelos mesmos.

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Figura 20: Bolor na parede interna e externa da edificação

Fonte: Autoria própria

4.1.4 Deslocamento de cerâmicas

Esta manifestação patológica tem pouca ocorrência, o que se explica pelo fato de poucas residências possuírem revestimento cerâmico no chão, a grande maioria dos estudos casos apresenta somente concreto alisado.

Figura 21: Descolamento das cerâmicas

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4.1.5 Eflorescência

A eflorescência teve uma ocorrência média nos estudos de caso analisados, sendo encontrada em 7 residências, porém ocorrendo sempre na mesma parede em todos os casos, na parede que pertence a sala de estar e cozinha, próximos as portas e janelas, demostrado na figura 22.

Figura 22: Presença de eflorescência na edificação

Fonte: Autoria própria

4.1.6 Descolamento da pintura

Um dos problemas mais encontrados em todas as residências foi o surgimento de bolhas e o descolamento da pintura em algumas paredes internas conforme figura 23. Esse fato pode ser decorrente através de vários motivos: a má aplicação da tinta e o tempo de cura do reboco, mas o que mais gera esse tipo de patologia é a umidade em excesso.

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Figura 23: Descolamento da pintura

Fonte: Autoria própria

4.1.7 Vazamento em paredes e pisos

Os vazamentos em paredes e pisos ocorreram em cerca de 10 residências analisadas e se apresentou sempre no banheiro ou na cozinha, sendo sempre em função de problemas com encanamento.

Figura 24: Mancha decorrente a vazamento

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4.1.8 Biodeterioração na edificação

Esta manifestação patológica encontrada externamente nas edificações de estudo são decorrentes a umidade presente na estrutura da mesma, sendo propicia para o desenvolvimento de micro e microrganismos, prejudicando a edificação tanto como função como em estética.

Figura 25: Biodeterioração da edificação

Fonte: Autoria própria

4.2 RELAÇÃO DE PATOLOGIAS ENCONTRADAS

Após as visitas in loco nas edificações de estudo de caso e posteriores análises de identificação de patologias presentes nas obras, tem-se a seguinte relação de ocorrências patológicas, conforme no gráfico 1.

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Gráfico 1: Porcentagens das patologias encontradas

Fonte: Autoria própria

Onde constatou-se que o mofo, patologia mais citada pelos moradores como algo incômodo no ambiente, foi também a manifestação patológica que teve mais ocorrência no geral das edificações.

O descolamento de cerâmicas, por sua vez, foi pouco encontrado, tendo em vista que poucas residências possuem cerâmicas no piso, a grande maioria, possui apenas no banheiro, que foi o previsto no projeto original da prefeitura Municipal.

Com relação à patologias encontradas em cada residência, chega-se ao seguinte gráfico para melhor explicação:

Fissuras 8% Mofo 36% Bolor 8% Descolamento de cerâmicas 3% Eflorescencia 5% Descolamento da pintura 36% Vazamento 4%

PATOLOGIAS

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Gráfico 2: Relação das patologias encontradas nas 14 residências

Fonte: Autoria própria

No gráfico acima, tem-se a relação de patologias em casa residência, tendo no eixo y a quantidade de residências pesquisadas e no eixo x o tipo de patologia encontrada.

Os moradores informaram que a pintura é refeita em períodos curtos de tempo, tendo por motivo ou descolamento de tinta ou pelo fato das manchas continuarem aparencendo, isso por que o problema que causa as manchas e o deslocamento da tinta nunca foi tradado.

Tendo em vista que são obras relativamente novas, esses problemas acarretam na baixa da qualidade de habitação das mesmas e afetam sua utização.

Em seguida, após as relações já citadas acima, fez ainda, uma explanação na planta baixa do projeto indicando onde cada patologia ocorreu com mais frequência, conforme figura 26.

0 2 4 6 8 10 12 14

Mofo Fissuras Bolor Desloc. Tinta Desloc.

Cerâmica

Eflorescência Vazamento

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Definindo assim, os locais mais precários das habitações e delimitando os locais que precisam de correções de problemas relacionados a umidade e suas patologias ocorrentes.

Figura 26: Mapeamento das patologias

Fonte: Autoria própria

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A partir da Figura 26 gerou-se o seguinte gráfico:

Gráfico 3: Manifestações patológicas encontradas nos cômodos das residências

Fonte: Autoria própria

Onde fica claro em quais ambientes tem-se a ocorrência da cada patologia localizada nas edificações.

Constatou-se ainda, que algumas patologias ocorridas nos quartos podem ser oriundas de vazamento da caixa d’água do reservatório superior, locado na divisa dos dois dormitórios. Ainda, pode-se dizer que uma patologia encontrada na sala de uma casa, pode influenciar nos quartos da casa vizinha, tendo em vista que são casas geminadas, ou seja, compartilham uma parede.

O vazamento encontrado em algumas residências, na parte da cozinha, pode ser também notado na parte do banheiro, levando a crer que seja por meio de algum problema na parte da tubulação da residência. 0 2 4 6 8 10 12 14

Sala Cozinha Banheiro Quarto 1 Quarto 2

Mofo Fissura Bolor Desloc. Tinta Desloc. Cerâmica Eflorescência Vazamento

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CONCLUSÃO

Como resultado do trabalho desenvolvido apresenta-se as seguintes conclusões:

 Apresentou-se neste trabalho um panorama sobre impermeabilização na construção civil, abortando a parte de projeto até correção de problemas encontrados nas obras analisadas.

 Constatou-se e analisou-se quais são as manifestações patológicas ocasionadas pela umidade nas obras de estudo caso, solucionando assim o problema imposto pelo trabalho.

 Foi detectado quais materiais e técnicas foram utilizados nas obras, a partir do estudo in loco e com analise no memorial descritivo das mesmas.

 Constatou-se que as maiorias dos problemas que surgiram nas obras foram por má execução de impermeabilização ou até mesmo falta dela, solucionando assim, outro problema de pesquisa imposto pelo trabalho.

A partir do estudo in loco revisou-se as causas das manifestações patológicas encontradas no estudo bibliográfico para enquadrar cada manifestação patológica encontrada nas edificações conforme o estudo primitivo.

 Conforme obtivo inicial do trabalho buscou-se levantar em campo, com o estudo in loco, amostras e informações de cada manifestação patológica para poder catalogar e apontar uma solução para mesma.

 Os problemas relacionados à umidade estão presentes em todas as fases de uma obra, desde seu projeto até execução e manutenção, sendo assim, a prevenção é a melhor solução. Ou seja, tratar a impermeabilização em fase projetual é essencial.

 Conforme o que foi obtido com o estudo bibliográfico, as manifestações patológicas ocasionadas pela umidade estão presentes no mundo na construção civil, e estas podem ocasionar danos graves, gerando elevados gastos em reparo e recuperação, que poderiam ser evitados se tivesse sido orientado em fase inicial de obra.

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 Este trabalho teve importância significativa, pois possibilitou o conhecimento de patologias e também mostrou que é possível diagnosticar a maioria destes problemas nas construções.

 A pesquisa revelou ainda, que é necessário maior esclarecimento por parte dos profissionais da área de construção civil em relação a grande importância da prevenção e dos benéficos obtidos, assim como se faz necessária a elaboração de projeto de impermeabilização.

 É necessário compreender os mecanismos de infiltração da água na edificação para que possa indicar a melhor solução e executar corretamente, evitando patologias futuras.

 As correções das manifestações patológicas geradas por má impermeabilização ainda são pouco conhecidas. Este trabalho apresenta as mais comuns das situações patológicas e sugere correções para cada um delas.

 Concluindo, impermeabilização é uma etapa muito importante e fundamental em uma obra e não pode ser relegada, devendo ser prevista e pensada em fase de projeto, por um profissional com conhecimento técnico para indiciar o melhor produto, executar corretamente e acompanhar e supervisionar o serviço. Caso não ocorra desta maneira, torna-se mais oneroso executar a impermeabilização e possíveis reparos que irão se fazer necessários, além de trazer transtorno e incomodo aos usuários da edificação.

Referências

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