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Proposta de método de avaliação integrada de sustentabilidade com uso da análise envoltória de dados

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Academic year: 2021

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(1)Simone Sartori. PROPOSTA DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO INTEGRADA DE SUSTENTABILIDADE COM USO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS. Tese submetida ao Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Doutor em Engenharia de Produção. Orientadora: Profa. Dra. Lucila Maria de Souza Campos. Florianópolis 2016.

(2) Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC..

(3) Simone Sartori. PROPOSTA DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO INTEGRADA DE SUSTENTABILIDADE COM USO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS. Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de “Doutor em Engenharia de Produção”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis, 31 de Março de 2016.. ______________________ Prof. Dr. Fernando Antônio Forcellini Coordenador do Curso Banca Examinadora:. ________________________ Prof. Dra. Lucila Maria de Souza Campos Presidente Universidade Federal de Santa Catarina. _______________________ Prof. Dra. Andreia Zanella Universidade Federal de Santa Catarina.

(4) _________________________ Prof. Dr. Hans Michael Van Bellen Universidade Federal de Santa Catarina. ________________________ Prof. Dr. Paulo Augusto Cauchick Miguel Universidade Federal de Santa Catarina. ________________________ Prof. Dr. Roberto Antônio Martins Universidade Federal de São Carlos. ________________________ Prof. Dr. Sidnei Vieira Marinho Universidade do Vale do Itajaí.

(5) Eu dedico este trabalho ao meu noivo Morgan..

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(7) AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para a realização deste trabalho, em especial: . .   .  . . . . à Professora Lucila Maria de Souza Campos, pela oportunidade, ensinamentos, paciência, incentivo à pesquisa e contribuição para minha formação acadêmica e profissional; ao meu noivo Morgan, que esteve ao meu lado em todos os momentos, pelo amor e compreensão; aos meus pais, pela educação que me trouxe até aqui, assim como meus irmãos, pelo apoio e amor dedicados durante toda a minha caminhada; aos colegas do Laboratória de Gestão e Avaliação Ambiental (LGAA) pelas parcerias durante os projetos e pesquisas - em especial, Caroline Gibim; aos verdadeiros amigos, pelos momentos de descontração, carinho, motivação e energias positivas; aos professores e funcionários do PPGEP/UFSC; à Professora Andreia Zanella, pela colaboração e sugestões em relação ao modelo de Análise Envoltória de Dados; à Utrecht Universit, pelo acolhimento durante o período de doutorado sanduíche (Setembro/2014-Maio/2015); aos membros da banca, por suas contribuições e melhorias propiciadas para a versão final do trabalho; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo suporte financeiro durante o período de pesquisa (2012-2016).. Agradeço à Deus e Nossa Senhora Aparecida por me conceder saúde, serenidade e paz para a condução da pesquisa..

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(9) Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos. (Friedrich Nietzsche).

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(11) RESUMO O objetivo dessa pesquisa é desenvolver uma proposta para avaliação da sustentabilidade (TBL) de empresas do setor de geração de energia elétrica por meio dos indicadores GRI. A amostra consiste de 29 empresas dos países com o maior PIB no mundo em 2012. De posse da formação de 14 indicadores relativos sustentabilidade, procedeu-se com a avaliação da sustentabilidade fazendo uso de um modelo de Análise Envoltória de Dados (DEA) especificado como uma Função de Distância Direcional (DDF). Na primeira fase a avaliação é conduzida por meio do modelo DDF livre de restrições de pesos aos indicadores. Os resultados apresentaram 28 empresas eficientes. Na segunda fase ocorre a avaliação da sustentabilidade das empresas incorporando ao modelo DDF restrições aos pesos dos indicadores relativos e das dimensões da sustentabilidade. Isso permitiu garantir que todos os indicadores e dimensões contribuirão para a avaliação integrada da sustentabilidade, chamado de indicador global de sustentabilidade ou IGS. Como resultado, apenas seis empresas localizadas no Brasil, Canadá, Estados Unidos e Rússia foram classificadas como eficientes. Os indicadores responsáveis pelo desempenho adequado foram os indicadores consumo de água, e em menor grau, a conformidade com leis e regulamentos, taxa de rotatividade, investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Os indicadores emissão de gases de efeito estufa e consumo de energia não se mostraram relevantes para todas as empresas da amostra. Na terceira fase, buscou-se avaliar a sustentabilidade empresarial em cada dimensão da sustentabilidade. Os resultados demonstraram que algumas empresas são muito ruins em uma ou duas dimensões, mas melhor em outra dimensão, portanto, há um desequílibrio nas dimensões de sustentabilidade. Em síntese, as principais contribuições acadêmicas e práticas são: (i) a identificação e análise dos métodos existentes para avaliação da sustentabilidade empresarial, suas forças e fraquezas; (ii) a formação de indicadores relativos de sustentabilidade para o setor de eletricidade, que também permite a aplicação em outros setores e contextos de análise; (iii) a formação do IGS, possibilitando uma avaliação integrada do TBL; e, (iv) a identificação dos indicadores e dimensões que estão comprometendo mais (ou contribuindo) o IGS. Palavras-chave: Sustentabilidade. Indicadores de sustentabilidade. Global Reporting Initiative. Análise Envoltória de Dados. Função de Distância Direcional. Geração de energia elétrica..

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(13) ABSTRACT The main objective of this research is to develop a proposal for assessment of sustainability (TBL) of electricity generation sector companies through the GRI indicators. The sample consists of 29 company of the countries with the highest GDP in the world, in 2012. After establishing 14 indicators (or ratios) of sustainability, the assessment of sustainability was conducted based on a Data Envelopment Analysis (DEA) model specified using a Directional Distance Function (DDF). In the first moment, the assessment was conducted by allowing for complete flexibility in the definition of the weights. The results demonstrated 28 efficient companies. In the second moment, the sustainability assessment was conducted with the DDF model incorporating weight restrictions to the indicators and the dimensions of sustainability. This allowed to ensure that all indicators and dimensions of sustainability will contribute for the integrated sustainability assessment, called the global sustainability indicator or IGS. As a result of this assessment, only six companies located in Brazil, Canada, United States and Russia were classified as efficient. The indicators responsible for best performance were water consumption, and to a minor extent, compliance with laws and regulations, turnover rate, investments in research and development. The indicators of greenhouse gases and energy consumption were not relevant to all companies in the sample. In the third moment, it was conducted a sustainability assessment of the companies focusing separately on each sustainability dimension. The results demonstrated that some companies are very bad in one or two dimensions, but better in another dimension; so, there is an unbalanced potential for improvement in each dimension. In resume, this thesis presents the following academic and practical contributions: (i) the identification and analysis of existing methods for assessing corporate sustainability, their strengths and weaknesses; (ii) the formation of indicators (or ratios) of sustainability for the electricity sector but also can be applied in other sectors and contexts; (iii) the construction of IGS, which allows the integrated assessment of TBL; and (iv) the identification of indicators and dimensions that are committing or contributing) to IGS. Keywords: Sustainability. Sustainability Indicators. Global Reporting Initiative. Data Envelopment Analysis (DEA) model. Directional Distance Function. Power generation..

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(15) LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Organização da tese .............................................................. 33 Figura 2 - A estrutura de relatórios da GRI ........................................... 49 Figura 3 - SBSC na perspectiva dos stakeholders ................................. 54 Figura 4 - Variação de escala de avaliação da sustentabilidade ............ 59 Figura 5 - Processo de pesquisa para o desenvolvimento do trabalho .. 68 Figura 6 - Relatórios de sustentabilidade GRI (2012) ........................... 73 Figura 7 - Representação das fronteiras CCR e BCC............................ 82 Figura 8 - Processo de avaliação da sustentabilidade ............................ 94 Figura 9 - Geração de eletricidade por tipo de combustível. ................. 98 Figura 10 - Sistema de funcionamento das plantas hidrelétrica, térmica e nuclear ................................................................................................... 99 Figura 11 - Percentual de empresas da amostra que divulgaram os indicadores sociais............................................................................... 111 Figura 12 - Percentual de empresas da amostra que divulgaram os indicadores econômicos ...................................................................... 112 Figura 13 - Percentual de empresas da amostra que divulgaram os indicadores ambientais ........................................................................ 112 Figura 14 - Fases da aplicação do modelo DDF.................................. 141 Figura 15 - Dendograma (método de Ward) ....................................... 148 Figura 16 - Perfil de geração de eletricidade para amostra de empresas ............................................................................................................. 151 Figura 17 - Maiores pesos atribuídos aos indicadores pelas empresas com alto escore de desempenho .......................................................... 154 Figura 18 - Empresas ineficientes próximas à fronteira de eficiências 159 Figura 19 - Pesos atribuídos para cada indicador para seis piores empresas .............................................................................................. 160.

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(17) LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Indicadores recomendados para o uso na indústria ............. 52 Quadro 2 - Resumo dos métodos de avaliação da sustentabilidade ...... 62 Quadro 3 - Objetivos específicos e resultados esperados ...................... 69 Quadro 4 - Métodos de avaliação da sustentabilidade empresarial ....... 71 Quadro 5 - Estudos com DEA em eletricidade, considerando indicadores desejáveis e indesejáveis ....................................................................... 88 Quadro 6 - Aspectos positivos e negativos das fontes geração de eletricidade .......................................................................................... 108 Quadro 7 - Indicadores GRI considerados na amostra ........................ 115 Quadro 8 - Formação dos indicadores relativos de sustentabilidade... 119 Quadro 9 - Horas de treinamento por ano, por empregado ................. 120 Quadro 10 - Taxa de rotatividade da organização ............................... 121 Quadro 11 - Percentual de empregados abrangidos por negociação coletiva ................................................................................................ 122 Quadro 12 - Taxa de lesões para a força de trabalho total .................. 123 Quadro 13 - Percentual de homens responsáveis pela gerência .......... 124 Quadro 14 - Proporção do salário base das mulheres responsáveis pela gerência em relação ao salário dos homens......................................... 124 Quadro 15 - Intensidade dos investimentos de P&D em relação ao valor adicionado ........................................................................................... 125 Quadro 16 - Investimentos em infraestrutura em comunidades locais 126 Quadro 17 - Custos por não conformidade em relação à eletricidade produzida ............................................................................................. 127 Quadro 18 - Intensidade do consumo de energia em relação ao Valor Econômico Adicionado ....................................................................... 128 Quadro 19 - Consumo de água por eletricidade produzida ................. 129 Quadro 20 - Emissões de gases de efeito estufa em relação à eletricidade gerada .................................................................................................. 130 Quadro 21 - Geração de resíduos sólidos em relação à eletricidade gerada .................................................................................................. 132 Quadro 22 - Derramamentos em relação a eletricidade gerada ........... 133 Quadro 23 - Indicadores desejáveis do modelo ................................... 134 Quadro 24 - Indicadores indesejáveis do modelo................................ 134 Quadro 25 - Posição das empresas sob o pior desempenho ................ 167.

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(19) LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Países pertencentes 20 maiores PIBs do mundo .................. 74 Tabela 2 - Número de páginas dos relatórios GRI para a amostra ...... 145 Tabela 3 - Resumo estatístico para os indicadores da amostra............ 146 Tabela 4 - Análise descritiva dos indicadores entre os grupos identificados e teste de mediana de Mann-Whitney ............................ 149 Tabela 5 - Empresas com alto escore de desempenho em sustentabilidade ................................................................................... 153 Tabela 6 - Pares (peers) projetados para as DMUs ineficientes .......... 158 Tabela 7 - Potencial de melhoria e valor esperado na dimensão social ............................................................................................................. 163 Tabela 8 - Potencial de melhoria e valor esperado na dimensão econômica ........................................................................................... 164 Tabela 9 - Potencial de melhoria e valor esperado na dimensão ambiental ............................................................................................. 166.

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(21) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica CERES - Coalition for Environmentally Responsible Economies CRS - Constant Returns to Scale CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento C.V – Coeficiente de variação DDF - Directional Distance Function DEA - Data Envelopment Analysis ou Análise Envoltória de Dados DJSI - Dow Jones Sustainability Group Indices DMU - Decision Making Units DS – Desenvolvimento Sustentável EPE - Empresa de Pesquisa Energética GRI - Global reporting Initiative ICHEME - Institution of Chemical Engineers IGS - Indicador global de Sustentabilidade ISO - International Organization for Standardization OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development P&D – Pesquisa e Desenvolvimento PNUMA - United Nations Environment Programme SAM - Sustainable Assessment Management SGA - Sistemas de Gestão Ambiental SVA - Sustainable Value Added UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development UNEP - United Nations Environment Programme VRS - Variable Returns to Scale WCED - World Commission on Environment and Development.

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(23) SUMÁRIO 1.. INTRODUÇÃO ................................................................................. 25 1.1 1.2 1.3 1.4. 2.. OBJETIVO GERAL .................................................................... 28 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................... 28 JUSTIFICATIVA ........................................................................ 29 ESTRUTURA DA TESE ............................................................. 33. SUSTENTABILIDADE: ORIGEM E CONCEITUAÇÃO ........... 35 2.1 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL ... 39 2.2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................ 41 2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ..... 44 2.3.1 Índice Dow Jones de Sustentabilidade................................ 45 2.3.2 Global Reporting Initiative .................................................. 47 2.3.3 IchemE Sustainability metrics ............................................ 51 2.3.4 Balanced Scorecard Sustentável ......................................... 52 2.3.5 Modelo de avaliação de sustentabilidade ............................ 55 2.3.6 Valor Sustentável Adicionado ............................................. 56 2.3.7 Características dos métodos de avaliação da sustentabilidade empresarial .............................................................. 58 2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ............................ 64. 3. MÉTODOS DE PESQUISA ............................................................. 67 3.1 3.2 3.3 3.4 3.4.1 3.4.2 3.5. REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 70 DELIMITAÇÕES DA APLICAÇÃO DO ESTUDO ................... 72 ESCOLHA DA ABORDAGEM METODOLÓGICA ................. 75 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) .......................... 79 OUTPUTS INDESEJÁVEIS .............................................................. 84 APLICAÇÕES DA DEA NO SETOR DE ELETRICIDADE .................. 87 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ............................ 90. 4 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL ....................................................................................... 93 4.1 4.1.1 4.1.2 4.2. ETAPA 1 – DEFINIÇÃO DO SISTEMA .................................... 95 SISTEMA DE GERAÇÃO DE ELETRICIDADE .................................. 97 FONTES DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA.......................... 100 ETAPA 2 - INDICADORES DAS ATIVIDADES DO SISTEMA 110 4.2.1 Análise dos indicadores GRI para amostra ...................... 110 4.2.2 Formação dos indicadores de sustentabilidade ................ 117 4.3 ETAPA 3 - SELEÇÃO DO MODELO ....................................... 133.

(24) 4.4 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 142. RESULTADOS ................................................................................ 145. 5.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA E CARACTERÍSTICAS DOS DADOS ..................................................................................................... 145 5.2 APLICAÇÃO DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS COM A ABORDAGEM DA FUNÇÃO DE DISTÂNCIA DIRECIONAL ..... 152 5.2.1 Modelo livre de restrições .................................................. 152 5.2.2 Indicador global da sustentabilidade (IGS) ...................... 153 5.2.3 Potencial de melhoria das empresas nas diferentes dimensões da sustentabilidade .......................................................... 161 5.2.3.1 Potencial de melhoria na dimensão social .................... 162 5.2.3.2 Potencial de melhoria na dimensão econômica ............ 164 5.2.3.3 Potencial de melhoria na dimensão ambiental ............. 165 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................... 169. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 181 7.1 7.2 7.3. CONCLUSÕES E CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ........... 181 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................. 183 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................... 185. REFERÊNCIAS ...................................................................................... 187 ANEXO A – CONJUNTO DE INDICADORES GRI ....................................... 233 APÊNDICE A - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DAS REGIÕES, NAÇÕES OU PLANETA .............................................................. 237 APÊNDICE B - INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL ........................ 241 APÊNDICE C - OUTROS MÉTODOS DE SUSTENTABILIDADE POUCO DISCUTIDOS NA LITERATURA .................................................................. 243 APÊNDICE D - INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE USADOS NA ANÁLISE 245 APÊNDICE E - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE LIVRE DE PESOS ................................................................................................ 247 APÊNDICE F - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM 4 CENÁRIOS ............................................................................................... 249 APÊNDICE G - POSIÇÃO EM CADA CENÁRIO (SOCIAL, ECONÔMICO OU AMBIENTAL) EM RELAÇÃO AO PIOR DESEMPENHO ................................. 251.

(25) 25 1. INTRODUÇÃO A Cúpula da Terra de 1992 foi um marco para a cooperação global acerca dos desafios do século XXI. O Desenvolvimento Sustentável, um conceito relativamente novo na época, e a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento resumiram a necessidade de transformação das atitudes e comportamentos da sociedade. Pesquisas sugerem que as atividades humanas estão degradando de forma intensa o sistema terra. Se a economia mundial continuar crescendo no mesmo ritmo da última década (2000-2010), o planeta não suportará a demanda por recursos naturais já em 2050 (UNEP, 2012). Ehrlich e Ehrlich (2013, p.1) destacam a gravidade do problema: “para dar suporte a atual população de sete bilhões (com atuais negócios, as tecnologias e padrões de vida) é necessário em torno de metade de um planeta adicional”. Atualmente, a sustentabilidade continua um assunto importante dada às evidências que a atividade humana sobre o sistema Terra está seguindo uma trajetória insustentável (GUPTA; HARNISCH, 2014). A importância crescente da pesquisa sobre o assunto se reflete na quantidade de pesquisas disponíveis na literatura (HAY et al., 2014), tanto a academia que está envolvida num número significativo de pesquisas, quanto as organizações, que em grande parte estão envolvidas nas discussões sobre as melhores práticas para os seus negócios (LEE; SAEN, 2012; GEO 5, 2014). A sustentabilidade, operacionalmente e conceitualmente, é um dos temas mais complexos que a ciência moderna tem enfrentado (CABEZAS; FATH, 2002; LABUSCHAGNE et al., 2005, DEMPSEY et al., 2011). Embora o conceito de sustentabilidade seja compreendido intuitivamente, é difícil expressá-lo em termos concretos e ao nível operacional (BRIASSOULIS, 2001; LABUSCHAGNE et al., 2005). A falta de um claro e unificado entendimento acerca do tema sustentabilidade pode ser considerado uma barreira ao progresso (HAY et al., 2014). As dificuldades surgem, em parte, devido a inconsistentes interpretações e aplicações do conceito, grande número de significados e alto grau de ambiguidade (LÉLÉ, 1991; CALLENS; TYTECA, 1999; SEARCY, 2011; MORI; CHRISTODOULOU, 2012; SLIMANE, 2012; KHARRAZI et al., 2013; SARTORI; SILVA; CAMPOS, 2014). Além disso, a fronteira entre a sustentabilidade e a insustentabilidade não é nítida, isto significa que não é possível determinar valores de referência.

(26) 26 exatos para a sustentabilidade (AZAR; HOLMBERG; LINDGREN, 1996). Em resposta, a avaliação de sustentabilidade tornou-se uma área de rápido desenvolvimento, assim como os métodos e ferramentas que podem ser utilizadas para avaliar a sustentabilidade (NESS et al., 2007; SINGH et al., 2012; ERECHTCHOUKOVA; KHAITER, 2013). Alguns desses métodos incluem: Índice Dow Jones de Sustentabilidade, Ecological Footprint, Living Planet Index, IChemE Sustainability Metrics, Global Reporting Initiative, entre outros (SINGH et al., 2012; SARTORI; CAMPOS, 2014). Ao longo da última década, houve um aumento da pressão sobre as empresas visando ampliar o foco para a sustentabilidade e responsabilidade no desempenho dos negócios para além do desempenho financeiro (LEE; SAEN, 2012). Isso significa que as empresas precisam considerar explicitamente as responsabilidades ambientais, econômicas e sociais, positivas e negativas, mesmo que não haja um consenso geral sobre a forma de operacionalizar esse desempenho (SCHNEIDER; MEINS, 2012). Além disso, as empresas devem ser ativas no processo de transição para o desenvolvimento sustentável (MEDEL-GONZÁLEZ et al., 2013). Conforme Marshall e Brown (2003), o conceito do Triple Bottom Line (TBL) enfrenta dificuldades quando aplicado nas práticas empresariais. A maior dificuldade está em como medir a sustentabilidade e interpretar os resultados para as três dimensões. Nos anos recentes, têm surgido diferentes modelos de relatórios para guiar as empresas a demonstrar, comunicar, relatar e melhorar seu desempenho de sustentabilidade por meio de indicadores (MEDELGONZÁLEZ et al., 2013). As denominações usadas para se referir a esses relatórios variam muito, incluindo “relatório de desenvolvimento sustentável”, “responsabilidade social corporativa”, “responsabilidade corporativa”, “triple bottom line”, “relatório de prestação de contas”, “relatório de cidadania corporativa”, “relatório de valor sustentável”, “relatórios de sustentabilidade” entre muitos outros termos (ROCA; SEARCY, 2012; HAHN; KÜHNEN, 2013). Atualmente, o Global Reporting Initiative (GRI) é o padrão mais utilizado para relatórios de sustentabilidade em todo o mundo (SKOULOUDIS; EVANGELINOS; KOURMOUSIS, 2009; MARIMON et al., 2012; ROCA; SEARCY, 2012; ERECHTCHOUKOVA; KHAITER, 2013). Os relatórios de sustentabilidade são o principal mecanismo por meio do qual as empresas compartilham com o ambiente externo as.

(27) 27 informações sobre o seu desempenho de sustentabilidade (SEARCY; ELKHAWAS, 2012), tornando-se uma parte essencial das atividades de negócios a nível mundial (LEE; SAEN, 2012). Ao divulgar informações sobre sustentabilidade, a organização gera impressões favoráveis da organização e aumenta a transparência das suas ações, preserva a legitimidade e a licença social para operar, permite o benchmarking e dá suporte à informação corporativa e processos de controle (HERZIG; SCHALTEGGER, 2006; ISAKSSON; STEIMLE, 2009; HAHN; LULFS, 2013). Os relatórios de sustentabilidade descrevem um conjunto de indicadores que desempenham um importante papel na representação da realidade ao permitir a medição e cálculo. No entanto, um dos principais desafios dos relatórios de sustentabilidade é determinar a relevância das informações comunicadas pelas empresas de determinados setores (NG; NATHWANI, 2012; SEARCY; ELKHAWAS, 2012), e por sua vez, determinar o real desempenho dos indicadores de sustentabilidade, uma vez que há uma ampla variedade na quantidade e qualidade da informação compartilhada nos relatórios de sustentabilidade (HAHN; LÜLFS, 2013; ROCA; SEARCY, 2012). Conforme Dahl (2012), a informação científica veiculada por indicadores não é suficiente para produzir uma mudança qualquer numa tomada de decisão nacional ou comportamento individual. Nesse sentido, a avaliação da sustentabilidade não termina com a apresentação de indicadores e índices (STANIŠKIS; ARBAČIAUSKAS, 2009). Para o processo de análise das informações acerca dos indicadores é necessário desenvolver e executar um método de avaliação de desempenho estruturado, o qual permite determinar a contribuição empresarial para com a sustentabilidade. Autores como Bossel (1999), Ness et al. (2007), Brandon e Lombardi (2010), Bititci et al. (2011), Gerdessen e Pascucci (2013) destacam a importância de atender a perspectiva multidimensional da sustentabilidade e combinar os indicadores numa única estrutura. Por sua vez, Heijungs, Huppes e Guinee (2010), Skouloudis et al. (2010), Bititci et al. (2011), Roca e Searcy (2012), Lee e Saen (2012), Wang, Li e Sueyoshi (2014), enfatizam a carência de métodos práticas para avaliar a sustentabilidade empresarial em termos de suas realizações dentro de um determinado sistema. Parte da confusão surge da tendência de pensar em termos da sustentabilidade global ou regional, ou, incluir medidas que não estão sujeitas de realização..

(28) 28 Conforme Erechtchoukova e Khaiter (2013), a urgência em fornecer uma avaliação integrada da sustentabilidade é bem compreendida, no entanto, os métodos quantitativos para a avaliação estão em fase de desenvolvimento. Nesse contexto, a essência desse trabalho está em apresentar uma proposta quantitativa e integrada para a avaliação da sustentabilidade empresarial, de forma que abrange o TBL. A esse respeito, têm-se a seguinte questão de pesquisa: Como avaliar e determinar a sustentabilidade das empresas do setor de geração de energia elétrica por meio dos indicadores de sustentabilidade divulgados nos relatórios Global Reporting Initiative? O sistema energia, tomado como um todo, é o maior sistema do mundo e tem o maior impacto de qualquer indústria sobre as condições do ambiente na Terra. Dentro do setor de energia, a energia elétrica tornou-se a favorita para o consumidor final; indispensável, pois a sociedade moderna é totalmente dependente do fornecimento abundante de energia elétrica (GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2009). De forma geral, a geração de energia elétrica tem necessidades de recursos e impactos intensivos, assim como infraestrutura extensiva. Ao mesmo tempo, é uma das preocupações mais relevantes dado o esgotamento rápido de combustíveis não renováveis, o aquecimento global e a mudança climática. Por isso, se tornou objeto de análise desta pesquisa. Ademais, no contexto dessa pesquisa, a geração de energia elétrica será analisada dada a representatividade na base de dados da GRI. 1.1 OBJETIVO GERAL O objetivo principal desta tese é desenvolver uma proposta para avaliação da sustentabilidade (TBL) das empresas do setor de geração de energia elétrica com uso da Análise Envoltória de Dados (DEA). 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (i) Identificar e analisar de forma comparativa os métodos de avaliação de sustentabilidade; (ii) Identificar e analisar os relatórios de sustentabilidade baseados nas Diretrizes da GRI e os respectivos indicadores de sustentabilidade,.

(29) 29 para as empresas de geração de energia elétrica pertencentes aos países que fazem parte do ranking 20 maiores PIBs do mundo; (iii) Desenvolver um conjunto de indicadores (ou rácios) de sustentabilidade para o conjunto de variáveis da GRI; (iv) Determinar a sustentabilidade ambiental, econômica e social das empresas do setor de geração de energia elétrica por meio da DEA especificado como uma Função de Distância Direcional (DDF). 1.3 JUSTIFICATIVA A avaliação da sustentabilidade empresarial é um novo campo de estudo, que ainda requer desenvolvimento metodológico (HAHN; KÜHNEN, 2013). A sociedade vê a sustentabilidade como um fator fundamental no sucesso dos negócios e há um movimento crescente em confiar (investir) em empresas que estabelecem as melhores práticas de sustentabilidade (KNOEPFEL, 2001; SEARCY; ELKHAWAS, 2012). As discussões a cerca da sustentabilidade são movidas pela noção básica de que o desempenho de uma empresa deve ser avaliado não apenas pelos lucros, mas também em relação aos impactos ambientais e sociais (SCHNEIDER; MEINS, 2012). Muitos pesquisadores destacam a importância da perspectiva TBL no meio empresarial, como Azapagic (2004), Skouloudis, Evangelinos e Kourmousis (2010), Adams e Simnett (2011), Lewis (2011), Lozano e Huisingh (2011), Roca e Searcy (2012), Hah e Lülfs (2013), Infante et al. (2013), Kerr, Rouse e Villiers (2015). Outros, porém, concentram-se sobre as questões ambientais ou sociais, em vez de abordar os relatórios integrados, conforme pode ser visto nos trabalhos de Husillos-Carqués et al. (2011), Kent e Monem (2008), Skouloudis, Evangelinos e Kourmousis (2009), Hahn e Lülfs (2013), Alazzani e Wan-Hussin, (2013), Hourneaux Jr. et al. (2014). Avaliar a sustentabilidade empresarial significa saber se a empresa contribui para a intenção e os princípios do desenvolvimento sustentável (BAUMGARTNER, 2008). A perspectiva integrada e multidimensional do TBL pode facilitar a compreensão e análise comparativa da sustentabilidade, e detectar o que as empresas estão fazendo nestes aspectos (NESS et al., 2007). Os métodos quantitativos, por sua vez, ajudam a esclarecer e aperfeiçoar os conceitos relacionados à sustentabilidade, melhora a compreensão das complexas relações entre os componentes das dimensões em termos práticos (WU; WU, 2012), e.

(30) 30 por fim, formar ou combinar os indicadores, como num índice global para a avaliação da sustentabilidade (RAMANATHAN, 2002). Tradicionalmente, a sustentabilidade é avaliada baseada em uma única dimensão e usando indicadores isolados (ERECHTCHOUKOVA; KHAITER; GOLINSKA, 2013). É reconhecida a urgência em desenvolver um processo de avaliação da sustentabilidade empresarial com princípios claros, objetivos e escopos definidos (LEE; SAEN, 2012), adotando uma perspectiva multidimensional e que permite operacionalizar o conceito de sustentabilidade (ELKINGTON, 1994, 2012; GERDESSEN; PASCUCCI, 2013). Portanto, ainda é um desafio devido à variedade de conceitos e interpretações da sustentabilidade. O presente estudo visa contribuir na área da sustentabilidade empresarial, atendendo essa lacuna, ao desenvolver uma abordagem para avaliar a sustentabilidade do ponto de vista multidimensional. Nesse sentido, a originalidade deste trabalho consiste em apresentar um método quantitativo para a avaliação da sustentabilidade por meio dos indicadores da GRI pertencentes ao setor de eletricidade. As diretrizes da GRI são compreensíveis e aplicáveis para todas as empresas mundiais (todos os tamanhos, setores e localidades), há uma obrigação de certa informação ser expressa numericamente e monetariamente de modo a facilitar a sua comparação (GRI, 2012; MARIMON et al., 2012). Os relatórios de sustentabilidade GRI divulgam informações sobre os aspectos ambientais, sociais e econômicos de uma organização; trata-se de um processo compartilhado das iniciativas de sustentabilidade. Entretanto, os relatórios GRI apenas apresentam o resultado de um processo de medição por meio das variáveis relacionadas com a sustentabilidade. Moldan, Janousková e Hák (2012) observam que uma vez que os indicadores foram identificados e definidos, eles precisam ser avaliados quantitativamente e qualitativamente. Na maioria dos casos, a dificuldade não reside na disponibilidade de dados, mas sim na seleção, interpretação e utilização dos indicadores para avaliar o desempenho (SAMUEL; AGAMUTHU; HASHIM, 2013). Ao construir medidas quantitativas, é possível especificar quais os aspectos da sustentabilidade serão avaliados e como esses diferentes aspectos podem estar relacionados ou integrados. Esta pesquisa faz uso dos indicadores obtidos do processo de medição da sustentabilidade e, por conseguinte, procede com a avaliação da sustentabilidade. Para o entendimento de como avaliar a sustentabilidade, é necessário definir quais dos indicadores representam.

(31) 31 a sustentabilidade, e assim, criar um terreno comum para comparar as empresas. Assim, é possível seguir uma linha de ação para selecionar, coletar, analisar, integrar e avaliar os indicadores empresariais. Nesse sentido, outra contribuição do presente trabalho é a formação dos indicadores (ou rácios) de sustentabilidade, que é a análise da relação entre duas variáveis. Portanto, os indicadores relativos formados a partir do conjunto de indicadores da GRI facilitam a análise comparativa da sustentabilidade, padronizam os resultados das empresas e neutralizam o efeito do tamanho das empresas. Observa-se, também, a necessidade de fornecer orientações para as empresas definirem as ações que visem um melhor desempenho empresarial a partir de pontos de referência e pontos críticos (JOUNG et al., 2013). Entende-se que a produção sustentável é aquela que cria bens e serviços usando processos e sistemas não poluentes, conservando energia e recursos naturais, de forma economicamente viável, segura e saudável para funcionários, comunidades e consumidores (LOWELL CENTER FOR SUSTAINABLE PRODUCTION, 1998). Entretanto, a maioria dos processos de produção simultaneamente produzem outputs desejáveis (bons) e alguns outputs indesejáveis (ruins), inerentes ao processo e não separáveis (SARKIS, 2007). Considerando que a produção de bens e serviços envolve um conjunto de recursos de inputs para ser transformado em outputs, é possível transferir a abordagem conceitual e multidimensional da sustentabilidade empresarial para uma tomada de decisão com base em seus indicadores de sustentabilidade para um determinado sistema. Na literatura, a Análise Envoltória de Dados (DEA), desenvolvida por Charnes, Cooper e Rhodes (1978), tem sido amplamente utilizada para avaliar o desempenho de um conjunto de unidades que utilizam inputs para produzir outputs, com o pressuposto de que os inputs sejam minimizados ou outputs maximizados. No entanto, quando há a produção de alguns outputs indesejáveis (por exemplo, poluentes ou resíduos), estes devem ser reduzidos para melhorar a eficiência. Os tradicionais modelos DEA falham em avaliar o desempenho por não representar a real situação, isto é, os outputs indesejáveis (ruins) são ignorados porque apenas os produtos com valores positivos estão incluídos no cálculo. Para superar essas limitações de análise, propõe-se o uso da chamada Função de Distância Direcional (DDF) introduzida por Chambers, Chung e Färe (1996). A DDF tem a capacidade de aumentar os outputs desejáveis e contrair os.

(32) 32 inputs e outputs indesejáveis simultaneamente (CHUNG; FÄRE; GROSSKOPF, 1997). O uso do modelo DEA, com ênfase no modelo especificado com uma DDF tem sido utilizado para avaliar o desempenho ambiental (LOZANO; GUTIÉRREZ, 2008; PICAZO-TADEO; PRIOR, 2009), a eco-eficiência (PICAZO-TADEO et al., 2012; ZHANG et al., 2008), a eficiência energética (ZHOU; ANG; WANG, 2012), a produtividade e o desempenho ambiental (WEBER, DOMAZLICKY, 2001; ZHANG; ZHOU; CHOI, 2013; ZHANG; CHOI, 2014). Portanto, justifica-se esta pesquisa em relação as pesquisas existentes, uma vez que, além da abordagem TBL, considera os outputs indesejáveis (por exemplo, geração de resíduos sólidos em relação à eletricidade gerada, etc.). Por fim, ressalta-se a relevância desta pesquisa para a área de geração de energia elétrica. O acesso à eletricidade e outras formas de energia são os principais fatores no desenvolvimento econômico e social de um país. Em 2012, 18% da população mundial não teve acesso à eletricidade, e muitas áreas do mundo não têm abastecimento de energia confiável e segura (WEO, 2015). Ao mesmo tempo, a conversão da eletricidade e a sua utilização final é reconhecida como um dos principais contribuintes para o aquecimento global (GEO 5, 2014). As conferências e declarações mundiais confirmaram que a prestação de serviços energéticos adequados e em custos acessíveis, de forma segura e ambientalmente benigna, em conformidade com o desenvolvimento social e econômico é um elemento essencial para o desenvolvimento sustentável (GEO 5, 2014). Do ponto de vista conceitual, justifica-se desenvolver uma abordagem que vai ao encontro da Engenharia da Sustentabilidade, na medida em que há esforços para o entendimento do conceito de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, bem como, a articulação e exploração de diferentes abordagens para a avaliação da sustentabilidade. Em termos práticos, os resultados da pesquisa podem oferecer subsídios para tomadas de decisões em termos gerenciais e operacionais, pois é apresentada uma abordagem estruturada e sistemática para a identificação do real desempenho sustentável das atividades empresariais, e por sua vez, conduzir ações mais sustentáveis. As informações resultantes do modelo não paramétrico permite o entendimento sobre os diferentes âmbitos da sustentabilidade, desde consumo de recursos, a poluição gerada, o (não) cumprimento de legislações, a atenção dispensada aos colaboradores e a sociedade em.

(33) 33 seu torno, e até mesmo a igualdade de oportunidades em termos de gênero. 1.4 ESTRUTURA DA TESE Este presente volume está organizado em 7 capítulos e pode ser melhor visualizado na Figura 1. Figura 1 - Organização da tese.

(34) 34 O primeiro capítulo introduz o leitor ao tema. O referido capítulo inicia com uma contextualização sobre o tema de pesquisa. Em seguida, são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos, a justificativa do porque da realização da pesquisa, o ineditismo que essa pesquisa traz, bem como suas contribuições. Por fim o capítulo apresenta a estrutura do trabalho. O segundo capítulo trata do referencial teórico sobre o qual a pesquisa se fundamenta a construção dos demais capítulos. O objetivo do capítulo é identificar os conceitos de sustentabilidade e métodos de avaliação em sustentabilidade. A primeira parte do capítulo aborda os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Já a segunda parte aborda os métodos de avaliação da sustentabilidade empresarial e, a seguir, discute-os acerca das suas características, vantagens e limitações desses métodos. A seguir, o Capítulo 3 é formado pelo método de pesquisa, o que inclui a delimitação da pesquisa e a escolha da abordagem metodológica. Por fim, o capítulo faz uma contextualização da DEA e as suas extensões, primordialmente o modelo de Função da Distância Direcional. Também são apresentados os estudos e as aplicações do modelo DFF no setor de eletricidade. O objetivo dessa seção é dar suporte ao modelo proposto e para a análise dos resultados. O Capítulo 4 apresenta a proposta para avaliação da sustentabilidade em empresas do setor de eletricidade. Inicialmente é apresentada a abordagem de sistemas, com a apresentação do sistema de geração de eletricidade. Em seguida, são identificados os indicadores de sustentabilidade e a formação dos respectivos rácios de sustentabilidade. Por fim, são apresentadas as formulações do modelo DDF a serem utilizadas no estudo, em diferentes cenários. O Capítulo 5 apresenta os resultados do trabalho, divididos em duas grandes partes: (i) Análise e descrição dos dados; (ii) Análise dos resultados com base nos resultados do modelo da DDF em diferentes cenários - sem/com restrições de peso e formação de vetores direcionais. O Capítulo 6 apresenta as discussões acerca dos achados e contribuições da pesquisa, os quais são discutidos frente a literatura existente, com ênfase na sustentabilidade empresarial. No Capítulo 7, cabem as conclusões da pesquisa, as limitações e sugestões para trabalhos futuros trabalhos. Por fim, as referências, os Anexos e Apêndices utilizados são apresentados..

(35) 35 2. SUSTENTABILIDADE: ORIGEM E CONCEITUAÇÃO A preocupação com o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente e a forma sustentável que a sociedade vive têm raízes históricas que datam de milhares de anos (HUGHES, 2001). Por sua vez, o discurso contemporâneo sobre a sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável é datado de 1880 em resposta aos danos ambientais que acompanharam o surgimento da revolução industrial (CLIFTON, 2010). Em tempos mais recentes, meados e final dos anos 1960, os movimentos ambientais e sociais marcam o advento moderno da sustentabilidade e o do desenvolvimento sustentável, e a maioria dos quais ainda está ativo (ESTES, 1993). Entre os movimentos, destacamse (CURI, 2011): o International Union for Conservation of Nature (IUCN) de 1969, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em 1972, o World Conservation Strategy em 1980, o Relatório Brundtland em 1987, o Protocolo de Montreal em 1989, a Agenda 21 em 1992, o Rio+5 em 1997, o Rio+10 em 2002, o Protocolo de Quioto em 2005, o The Earth Charter Initiative em 2008, a Agenda 2050 em 2011 e o Rio+20 em 2012. Ao longo desses anos, relatórios e estudos influentes tomaram a posição de que o mundo, de fato, enfrenta sérios problemas no curto e longo prazo decorrentes de uma combinação de crescimento da população humana, rápido crescimento dos níveis de prosperidade e consumo e a intensificação da atividade industrial (KIDD, 1992; ASICI, 2013). Tal abordagem é discutida por Meadows et al. (1972), em “Os Limites do Crescimento”, no qual o desenvolvimento futuro está limitado pelo crescimento da população mundial e o esgotamento dos recursos naturais. Um recente relatório do Programa Ambiental dos Estados Unidos (UNEP, 2012), o Global Environment Outlook-5: Environment for the future we want, destaca o estado e as tendências do planeta e seu povo. As consequências desta combinação são claras: enquanto o crescimento econômico e a prosperidade aumentaram a qualidade de vida para bilhões de pessoas, eles também desestabilizaram o clima e degradaram os recursos naturais do mundo – a base da qual a prosperidade futura depende. Cientistas alertam que muitos destes impactos podem se tornar permanentes em escalas de tempo humanas se ações para aliviar as pressões não forem tomadas imediatamente (UNEP, 2012)..

(36) 36 Em resposta, muitas são as pesquisas voltadas para a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável. Lindsey (2011, p. 561) argumenta que o "movimento mundial em direção a uma sociedade sustentável pegou fogo nos últimos anos", e tal importância se reflete na expansão da literatura sobre o tema. Enquanto pesquisa científica, o significado de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável difere entre os pesquisadores de diversos campos. Muitas vezes, a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são usados como sinônimos, mas nem todos os que pesquisam esses conceitos os veem assim (MOG, 2004; SARTORI, LATRÔNICO; CAMPOS, 2014). Numa primeira visão, o desenvolvimento sustentável é o meio para se alcançar a sustentabilidade (DOVERS; HANDMER, 1995; PRUG; ASSADOURIAN, 2003), isto é, a sustentabilidade é o objetivo final e de longo prazo. Numa segunda visão ou corrente, a sustentabilidade é o processo para atingir o desenvolvimento sustentável (LÉLÉ, 1991). Originalmente, o desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre Meio ambiente e Desenvolvimento – Relatório de Brundtland, como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (WCED, 1987, p. 55). O relatório de Brundtland enfatiza que escolhas devem ser feitas. Isso se deve uma vez que o desenvolvimento sustentável não é um estado fixo de harmonia, mas sim um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos e do desenvolvimento tecnológico são feitas de acordo com o futuro, bem como as necessidades atuais. A definição do desenvolvimento sustentável apresentada no relatório de Brundtland permite diferentes interpretações (ISAKSSON; STEIMLE, 2009), é um conceito geral, difícil de definir em termos precisos (PARRIS; KATES, 2003). A palavra sustentável apareceu pela primeira vez em 1610, significando suportável ou defensável (WU, 2013). De acordo com o dicionário de etimologia Online (http://www.etymonline.com/), a palavra sustentabilidade surgiu mais tarde, em 1907, usada em referência à regulamentação, e em sentido geral (economia, agricultura e ecologia). Em anos recentes, muitas definições foram dadas para sustentabilidade. Por exemplo, significa o consumo de recursos com pouco impacto adverso interno ou externo (MORIK; BHADURI; KARGUPTA, 2012); significa continuar (como na existência ou um.

(37) 37 determinado estado, vigor ou intensidade), manter-se (especialmente sem diminuição, interrupção, sinalização, etc.) ou prolongar-se (HASNA, 2010); ou é uma característica de sistemas dinâmicos que se mantêm ao longo do tempo (SAMIMI et al., 2011). Sachs (1994), na década de 1990, em seu texto “Estratégias de transição para o século XXI” utilizou cinco tipos de sustentabilidade (social, econômica, ecológica, espacial e cultural) para apresentar as dimensões do que denomina ecodesenvolvimento. Depois, Sachs (2002) complementou para 8 dimensões ao incluir as dimensões territorial, política nacional e política internacional. Elkington (1994) propôs o Triple Bottom Line (TBL) para enfatizar que as atividades econômicas têm consequências sociais e ambientais importantes, no qual as empresas devem assumir a responsabilidade. Esta se tornou a visão de sustentabilidade mais adotada no campo empresarial. Conforme Bonacchi e Rinaldi (2007), a definição do DS apresentado no Relatório de Brundtland é amplamente aceita, mas se mostrou de difícil operacionalização para as empresas. Já o TBL proposto por Elkington (1994) tornou-se um conceito mais aplicável. A sustentabilidade ambiental pode ser definida como uma condição de equilíbrio, resiliência e interconexão, que permite à sociedade satisfazer suas necessidades sem exceder a capacidade dos ecossistemas (MORELLI, 2011). Assim como a viabilidade e saúde do sistema ambiental devem ser protegidas para evitar um colapso catastrófico no ecossistema (ISLAM et al., 2013). Uma importante contribuição para o conceito da sustentabilidade ambiental foi introduzida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 2001), a qual define quatro critérios específicos para a sustentabilidade ambiental: (i) regeneração recursos renováveis devem ser utilizados de forma eficiente e seu uso não deve exceder sua taxa de longo prazo de regeneração natural; (ii) substituibilidade - recursos não renováveis devem ser utilizados de forma eficiente e o seu uso limitado pode ser compensado por recursos renováveis ou outras formas de capital; (iii) assimilação - lançamentos de substâncias perigosas ou substâncias poluentes no meio ambiente não deve exceder a sua capacidade de assimilação; e, (iv) irreversibilidade efeitos adversos irreversíveis das atividades humanas sobre os ecossistemas e nos ciclos biogeoquímicos e hidrológicos devem ser evitados..

(38) 38 Outras duas dimensões são econômica e social. Na perspectiva da sustentabilidade social, a ênfase está na homogeneidade social, rendimentos justos e acesso a bens, serviços e emprego (LEHTONEN, 2004). Para Vallance et al. (2011), a sustentabilidade social deve atender às necessidades básicas, criação de capital social, justiça, equidade, preservação das características sócio-culturais. A sustentabilidade econômica refere-se à: (i) alocação e distribuição eficientes de recursos dentro de uma escala apropriada (VAN BELLEN, 2005); (ii) manutenção de capital natural, que é uma condição necessária para não haver decrescimento econômico (BARTELMUS, 2003); e, (iii) o interesse da geração atual em melhorar a suas reais condições de vida (BARTELMUS, 2003). A sustentabilidade não implica uma economia estática e estagnada, e nesse caso, é importante distinguir entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento econômico, que é um aumento na quantidade, não pode ser sustentável em um planeta finito, já o desenvolvimento econômico, é uma melhoria na qualidade de vida sem necessariamente causar um aumento na quantidade de recursos consumidos, portanto, o crescimento sustentável é uma impossibilidade (COSTANZA et al., 1991). O peso igual das três dimensões ambiental, econômica e social é amplamente aceito para os conceitos de sustentabilidade (ISAKSSON; STEIMLE, 2009), uma vez que há características comuns da sustentabilidade (BAUMGARTNER; EBNER, 2010): (i) foco na relação entre seres humanos e natureza; (ii) orientação para o futuro de longo prazo e incerto; (iii) justiça entre os seres humanos das gerações presentes e futuras; (iv) preocupação com a eficiência econômica, entendida como não desperdício, alocação de bens e serviços naturais, bem como os substitutos e complementos feitos pelo homem. Alcançar a sustentabilidade, portanto, é simultaneamente alcançar a sustentabilidade ambiental, econômica e social ao longo do tempo (WU, 2013), que, em conjunto, constituem uma medida integrada para avalia-la. As definições se voltam para a conservação, sustento e continuidade de um determinado recurso, sistema ou condição; em todos os casos, o objetivo é manter algo num certo nível e evitar o declínio (VOINOV, 2008). Em suma, conforme Lélé (1991), o desenvolvimento sustentável equivale à soma de desenvolvimento e sustentabilidade (isto é, desenvolvimento sustentável = sustentabilidade + desenvolvimento). Portanto, no nível macro, tem-se o desenvolvimento sustentável.

(39) 39 conforme definido pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED). Ao nível micro, o conceito de sustentabilidade tem implicações para as organizações e as suas práticas sustentáveis, no qual busca utilizar as melhores estratégias de negócios para atender e equilibrar as necessidades das partes interessadas atuais e futuras (ARTIACH et al., 2010). A presente pesquisa volta-se para a sustentabilidade uma vez que é parte imprescindível do desenvolvimento sustentável. Assim como para as organizações, que têm grande responsabilidade no processo de transição para o desenvolvimento sustentável (MEDEL-GONZÁLEZ et al., 2013). Portanto, nesta pesquisa, as empresas sustentáveis são aquelas que adotam estratégias que atendam as necessidades da empresa e dos diferentes stakeholders, enquanto protegem, mantém e melhoram os recursos humanos e ambientais, de forma economicamente viável. O próximo item deste capítulo aborda a avaliação da sustentabilidade sob a ótica empresarial. 2.1 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL O papel dos negócios frente ao desenvolvimento sustentável levou ao surgimento do conceito de sustentabilidade empresarial (ou sustentabilidade corporativa). Historicamente, a sustentabilidade empresarial tem evoluído como resultado do crescimento econômico, regulamentação ambiental e um impulso para o atendimento da justiça social e equidade (CHRISTOFI; CHRISTOFI; SISAYE, 2012). As empresas, que são consumidoras de recursos, desempenham um papel fundamental na sustentabilidade, pois de forma individual podem contribuir para o grande sistema (Terra) em que o desenvolvimento sustentável pode ser alcançado. Assim, a avaliação da sustentabilidade tem sido uma questão importante para as empresas (HOURNEAUX Jr. et al., 2014), pois o atual sistema econômico, construído sobre a ideia de crescimento perpétuo, baseia-se de forma desconfortável em um sistema ambiental que está restrito pelos limites biofísico (UNEP, 2012; GEO 5, 2014). Para alcançar a sustentabilidade, a primeira e mais importante questão a ser considerada é como medir e avaliar a sustentabilidade corporativa. É importante destacar que a avaliação e a medição da sustentabilidade são realizadas em conjunto, porém, cada conceito implica um processo diferente (POVEDA; LIPSETT, 2011). No.

(40) 40 processo de medição, as variáveis relacionadas à sustentabilidade são identificadas, os dados são coletados e analisados com técnicas adequadas (POVEDA; LIPSETT, 2011). Conforme Bourne et al. (2003), um sistema de medição se refere ao uso de um conjunto de indicadores, que podem incluir medidas financeiras e não financeiras, internas e externas, sobre o passado e predições sobre o futuro. Por sua vez, a tarefa de escolher o que medir não é fácil, e deve sempre estar atrelada a uma orientação estratégica (LEBAS, 1995). Já durante um processo de avaliação, os indicadores são comparados com algum critério padrão ou inúmeros critérios e, portanto, denota algum comportamento (POVEDA; LIPSETT, 2011): isto é, a avaliação mede a extensão ao qual uma empresa abraça os fatores de sustentabilidade em suas operações e, finalmente, o impacto que exercem sobre a empresa e a sociedade (ARTIACH et al., 2010). O resultado da avaliação é uma prática concreta no qual o conjunto de medidas e critérios subjacentes é compartilhado por especialistas ou membros envolvidos na análise. Avaliação do desempenho ambiental, por exemplo, trata-se de um processo para facilitar as decisões gerenciais com relação às atividades ambientais de uma organização (ISO 14031, 2004). Conforme esta norma, a avaliaçãocompreende a seleção de indicadores, a coleta e análise de dados, a avaliação da informação em comparação com critérios reguladores ou mesmo os padrões existentes para aquela determinada atividade. A avaliação da sustentabilidade econômica apresenta o êxito das organizações em relação ao mercado e a sua gestão perante os acionistas; já a avaliação da sustentabilidade social refere-se ao gerenciamento das partes interessadas, especialmente a força de trabalho e a comunidade local (SRIDHAR, 2012). O processo de avaliação da sustentabilidade pode ajudar a identificar situações que podem ser melhoradas, especialmente quando os elementos de sustentabilidade (ou seja, os indicadores) podem ser distinguidos e comparados (MORI; CHRISTODOULOU, 2012). Existem várias razões pelas quais a avaliação da sustentabilidade é importante, por exemplo: (i) Saber se a empresa contribui para o desenvolvimento sustentável (BAUMGARTNER, 2008); (ii) Realizar comparações que, por meio de uma análise aprofundada da situação atual, identificam tendências e futuros possíveis (BOSSEL, 1999; MATTILA et al., 2013);.

(41) 41 (iii) Fornecer aos tomadores de decisão uma avaliação global ao integrar natureza-sociedade nas perspectivas de curto e longo prazo (NESS et al., 2007); e, (iv) Encontrar práticas adequadas e aplicáveis que possam ajudar a reduzir o impacto negativo de qualquer problema na sociedade de forma mais eficiente e realista (ESTRADA; YAP, 2013). O processo de medição e avaliação da sustentabilidade possui efeito complementar e integrado. Assim, para efeitos desse trabalho, esta pesquisa desenvolve os indicadores relativos de sustentabilidade (medição) e procede com a avaliação da sustentabilidade. O processo de avaliação da sustentabilidade implica a existência de ferramentas, instrumentos, processos e métodos para mensurar o desempenho (POVEDA; LIPSETT, 2011). Neste sentido, é possível abordar a avaliação dos valores cientificamente e utilizar indicadores para sensibilização das questões críticas da sustentabilidade, uma vez que, um dos métodos mais comuns para a avaliação da sustentabilidade é o uso de indicadores. Uma discussão acerca dos indicadores de sustentabilidade empresarial é apresentada na seção a seguir. 2.2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE A avaliação da sustentabilidade foi enfatizada na conferência Rio 92, quando foi destacada a importância do desenvolvimento e identificação dos indicadores de sustentabilidade para registro e auxílio na tomada de decisão relacionada ao desenvolvimento sustentável (CNUMAD, 1992). Os indicadores de sustentabilidade são reconhecidos como uma ferramenta importante no fornecimento de informações sobre o desempenho dos países e empresarial em áreas como meio ambiente, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social ou tecnológico (SINGH et al., 2012). Os indicadores demandam dados específicos, qualitativos ou quantitativos, geralmente comparáveis e capazes de demonstrar a mudança cronologicamente (GRI, 2011b). Os indicadores de sustentabilidade podem ser definidos como variáveis, parâmetros, etc. (VELEVA, 2001); são peças de informação que sintetizam as características dos sistemas (BRANDON; LOMBARDI, 2010). O seu papel é indicar o progresso em direção ou para longe de alguns objetivos comuns, a fim de aconselhar o público e.

(42) 42 os tomadores de decisão acerca dos principais impactos e o desempenho da sustentabilidade (BOHRINGER; JOCHEM, 2007). Os indicadores de sustentabilidade são bastante diferentes das metas de desempenho que as empresas têm medido por anos. Conforme Medel-González et al. (2013), os indicadores podem ser usados para: (i) controle de recursos; (ii) comunicação do desempenho para stakeholders internos e externos; e (iii) sugestão de melhorias ao identificar lacunas que requerem intervenção. Por exemplo, na dimensão ambiental, os aspectos negativos decorrentes das operações corporativas estão associados à poluição do meio ambiente (ar, solo, água, etc.) e em termos de produção de resíduos tóxicos, assim por diante. Quando se refere à dimensão social, os aspectos negativos podem ser, por exemplo, acidentes de trabalho, violação de privacidade de dados, ocorrência de trabalho infantil ou discriminação. Como aspectos negativos na dimensão econômica, citam-se a não conformidade com leis e regulamentos, e passivos ambientais que não reconhecidos nas demonstrações contábeis. A ISO 14031 divide os indicadores nas categorias gerencial e operacional (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004). Os indicadores de desempenho gerencial fornecem informações sobre os esforços da alta administração para influenciar o desempenho ambiental das operações da organização. Relacionam-se com a política, pessoas, práticas, procedimentos, decisões e ações em todos os níveis da organização. Os indicadores operacionais apresentam informações sobre o desempenho ambiental das operações da organização, e dizem respeito à energia, materiais, resíduos, emissões, produtos, serviços, projeto, operação e manutenção de equipamentos, etc. Segundo Azapagic e Perdan (2000), os indicadores permitem a identificação de opções sustentáveis ao: (i) comparar produtos similares fabricados por empresas diferentes; (ii) comparar diferentes processos para produzir o mesmo produto; (iii) fazer benchmarking de unidades dentro das organizações; (iv) classificar as empresas do mesmo setor (ou subsetor); e (v) avaliar o progresso para o desenvolvimento sustentável de um setor. Para Staniškis e Arbačiauskas (2009), os indicadores de sustebntabilidade devem permitir às empresas: (i) identificar as opções de melhoria de desempenho em áreas estratégicas (de preferência usando medidas preventivas); (ii) avaliar se os objetivos e metas foram atingidos; (iii) avaliar a conformidade legal; (iv) avaliar o progresso de.

(43) 43 projetos específicos; (v) permitir o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade a fim de atender aos requisitos dos stakeholders. Os indicadores de sustentabilidade podem ser quantificáveis (quantitativos) e não quantificáveis (qualitativos). Os indicadores quantitativos devem ser usados para ilustrar e comunicar um conjunto de fenômenos complexos de uma forma simples, incluindo tendências e progressos ao longo do tempo (JOUNG et al., 2013); já os indicadores qualitativos servem de complemento para a análise quantitativa (GRI, 2011a). A melhor abordagem é a combinação dos dois métodos (DIAKAKI; GRIGOROUDIS; STABOULI, 2006). Mori e Christodoulou (2012) destacam a existência de indicadores e índices para avaliar a sustentabilidade. Índices ou indicadores funcionam como um sinal de alarme para manifestar a situação do sistema avaliado, apresentando uma fotografia do momento atual (SICHE et al., 2007). Os índices agrupam os dados em categorias específicas. Como exemplo, tem-se respectivamente o Produto Interno Bruto e o Índice de Desenvolvimento Humano (MOLDAN et al., 2012). As principais vantagens consistem na multidimensionalidade, muitas vezes baseado no uso da normalização e agregação, faz uso de regras científicas e métodos estatísticos robustos (SINGH et al., 2012). Podem ser úteis na avaliação global do desempenho da empresa, mas a falta de informação detalhada limita o seu uso prático em termos de identificação de oportunidades para a otimização do desempenho (STANIŠKIS; ARBAČIAUSKAS, 2009). A esse respeito, é recomendado o uso de indicadores absolutos e relativos. Os indicadores relativos permitem observar as mudanças dos valores específicos em relação a um denominador comum (por exemplo, poluição emitida por unidade de produção). Os indicadores absolutos e relativos podem ser expressos em unidades naturais (massa ou volume, por exemplo, toneladas e litros) e em unidades monetárias (STANIŠKIS; ARBAČIAUSKAS, 2009). Já para Joung et al. (2013), combinar os indicadores das dimensões ambientais, econômicas e sociais mais comuns e avaliar esses indicadores em conjunto é uma prática para medir a sustentabilidade em uma escala muito maior do que os indicadores individuais. Contudo, uma vez que os indicadores de sustentabilidade são definidos, estes podem ser usados em diferentes abordagens. Isto é, a avaliação da sustentabilidade não termina com a seleção dos indicadores de desempenho (STANIŠKIS; ARBAČIAUSKAS, 2009)..

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