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Academic year: 2021

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TÍTULO: INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO DOCENTE ACERCA DE LIBRAS: PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO NA BAIXADA SANTISTA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ÁREA:

SUBÁREA: Pedagogia

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - UNISANTA

INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): RAPHAELA DOS SANTOS GONÇALVES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARCIA REGINA SILVA DO VALE

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1. RESUMO

A língua brasileira de sinais – Libras é o meio de comunicação de aproximadamente 344.2 mil brasileiros. Porém, se restringe a comunidade surda e a especialistas, impossibilitando a interação do indivíduo surdo com a comunidade ouvinte, em especial na escola. Hoje, é regulamentada como língua legal e oficial de surdos no Brasil, com isso leva o ensino de Libras a ser obrigatório em cursos de licenciatura, fonoaudiologia e magistério, sendo optativa nos demais. Existem poucas escolas especializadas em alunos surdos no país, sendo a maioria delas particular, acentuando a disparidade entre a educação pública e privada até mesmo na inclusão. Este estudo objetivou apurar o domínio de docentes da educação básica na Baixada Santista acerca da Libras. Foram aplicados questionários estruturados no sistema Google Forms com perguntas acerca do conhecimento individual de Libras dos professores entrevistados. Participaram deste estudo 32 professores de várias cidades da região. 81,3% destes eram do gênero feminino, 15,6% masculino e 3,1% de outros gêneros. Mais de 50% lecionava em ensino fundamental II e ensino médio e 20% na educação infantil. 59,4% declarou que a disciplina de libras em suas graduações era optativa, 37,5% obrigatória e 3,1% não a tinham presente; Entre os que afirmaram ser optativa, apenas 25% decidiu cursá-la. Alguns professores declararam contato com Libras em capacitações da prefeitura, cursos no trabalho, pós-graduação e em cursos particulares. 84,4% considera a carga horária atual de Libras insuficiente e 87,5% julga seu próprio conhecimento nulo ou baixo, contra apenas 6,3% de profissionais fluentes. 43,8% dos entrevistados já havia lecionado para alunos surdos, mas somente a metade contou com o auxílio de um intérprete. É possível concluir que grande parte dos professores que hoje atuam na educação básica não possuem o conhecimento básico em Libras, refletindo a defasagem na inclusão. Vê-se necessária uma conscientização de profissionais, não só da educação, para incentivá-los a aprender cada vez mais deste idioma tão importante para milhares de pessoas no país, a fim de compreendê-las e permitir o convívio e inclusão destes cidadãos na sociedade.

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2. INTRODUÇÃO

Em 24 de abril de 2002 foi sancionada a Lei Nº 10.436 reconhecendo a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão, assim como outros aspectos gestuais relacionados a ela. Nesta fica registrada a obrigatoriedade da inclusão de pessoas surdas através da presença de um intérprete em instituições públicas e privadas em todo Brasil. O Artigo 4º desta lei explicita que os sistemas educacionais que formem profissionais de nível médio e superior devem incluir o ensino de Libras como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs.

O Decreto Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005 novamente reforça a inclusão da Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições públicas e privadas, assim como nos cursos de licenciatura em diferentes áreas do conhecimento. Também dispõe do oferecimento de Libras como disciplina optativa nos demais cursos de educação superior e profissional a partir de 22 de dezembro de 2006.

A Língua Brasileira de Sinais ou Língua de Sinais Brasileira é utilizada exclusivamente para a comunicação de surdos em território brasileiro. Esta se difere das línguas orais-auditivas por se expressar em uma modalidade espaço-visual, utilizando expressões faciais e movimentos gestuais perceptíveis a visão. Ela não é uma língua universal. Assim como ouvintes de diferentes países se comunicam em diferentes idiomas, os gestos que compõem a Libras diferem de país para país e até mesmo regionalmente dentro de um mesmo território nacional (IDALGO, 2008).

A Libras surgiu através do Instituto dos Surdos-Mudos, fundado em 1857, sendo a primeira escola para surdos no Brasil. Foi inspirada na Língua de Sinais Francesa e em sinais utilizados por surdos em várias regiões do Brasil (SANTOS e MENEZES, 2001).

Embora obrigatória desde 2002, a disciplina de Libras no ensino superior se mostra insuficiente para a formação de profissionais capazes de se comunicar através dela. É necessário um olhar direcionado sobre o conhecimento de Libras por professores dentro das instituições de ensino fundamental da Baixada Santista a fim de quantificar e qualificar os aspectos inclusivos da região.

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3. OBJETIVOS

O presente estudo objetivou levantar dados para apurar o grau de conhecimento dos docentes da educação básica na Baixada Santista acerca da Libras; Investigar o domínio de Libras apresentado por professores da educação básica na Baixada Santista; Conscientizar os docentes com baixo domínio a procurar capacitações para serem capazes de, ao menos, auxiliar um indivíduo surdo em situação de emergência.

4. METODOLOGIA

A presente pesquisa é de caráter quali-quantitativo e realizada nas escolas de Educação Básica da Baixada Santista. A coleta de dados está sendo feita através de questionário estruturado, seguindo Gil (2010).

Foram aplicados questionários estruturados no sistema online Google

Formulários com perguntas acerca do conhecimento individual de Libras dos

professores entrevistados, assim como sua opinião pessoal acerca de alguns itens. Participaram deste estudo, até o momento, 32 professores da rede pública e particular de escolas das cidades de Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos e Guarujá.

5. DESENVOLVIMENTO

A carga horária mais comum nas instituições de ensino superior brasileiras na disciplina de Libras é de apenas um semestre, dividindo suas atividades em 50% teóricas e 50% práticas. Esta configuração se vê insuficiente para o aprendizado, ao menos intermediário, desta linguagem. A formação de educadores e profissionais bilíngues carece de articulações e propostas mais específicas e duradouras para que estes possam lidar com surdos em suas profissões (MARTINS e NASCIMENTO, 2015).

Martins e Nascimento (2015) sugerem que a carga horária atual da disciplina de Libras é sim suficiente para a quebra de alguns paradigmas e mitos acerca da surdez, possibilitando um novo olhar a estes indivíduos. Contudo, não consegue com o curto tempo desenvolver sujeitos aptos a se comunicarem, reforçando a necessidade de um intérprete de língua de sinais educacional como protagonista no ensino de surdos.

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Dessa forma, o sujeito surdo enfrenta dificuldades de alfabetização desde a Educação Básica, o que dificilmente os leva a continuarem os estudos em instituições de Ensino Superior. Em 2005 apenas 2.428 mil surdos estavam matriculados universidades no Brasil, sendo a maioria provenientes de escolas bilíngues, especializadas em alunos de inclusão, acentuando a disparidade entre escolas públicas e privadas neste aspecto (BISOL et al., 2010).

Diversos eventos e palestras acerca da comunidade surda e a disciplina de Libras estão pontuando estes problemas, assim como produzindo significados sobre surdos, seu idioma e processo educacional (SANTOS e KLEIN, 2014).

6. RESULTADOS

Todos os entrevistados concordaram em ceder suas respostas, de forma anônima, para esta pesquisa.

Figura 1: Você autoriza o uso de suas respostas, sem identificação pessoal, para fins estatísticos?

100% 0%

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A composição dos entrevistados foi de 81,3% do gênero feminino, 15,6% masculino e 3,1% de outros gêneros.

Figura 2: Você é do gênero:

Mais de 50% dos entrevistados lecionava em ensino fundamental II e ensino médio e 20% atuava na educação infantil.

Figura 3: Em que ano (s) da escolaridade você leciona?

82% 15%

3%

Feminino Masculino Outros

7%

18%

35% 40%

Ensino fundamental I (1º à 5º ano) Educação infantil Ensino fundamental II (6º à 9º ano) Ensino médio

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59,4% declarou que a disciplina de libras em suas respectivas graduações era optativa, 37,5% obrigatória e 3,1% não a tinham presente.

Figura 4: Em sua graduação, a disciplina de libras:

Entre os que afirmaram ser optativa, apenas 25% decidiu cursá-la.

Figura 5: Se optativa, você a cursou?

Alguns professores declararam ter tido contato com Libras fora da licenciatura, em capacitações oferecidas pela prefeitura de seus municípios, cursos no trabalho, pós-graduação e em cursos particulares procurados pelos mesmos.

36%

3% 61%

Era obrigatória Era optativa Não estava presente

24%

9% 67%

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84,4% considera a carga horária atual de Libras insuficiente para formar indivíduos capazes de se comunicar no idioma.

Figura 6: Você considera a atual carga horária obrigatória de um semestre suficiente para formar profissionais capazes de se comunicar em Libras?

87,5% julga seu próprio conhecimento nulo ou baixo, contra apenas 6,3% de profissionais fluentes.

Figura 7: Você julga seu conhecimento e capacidade de comunicação em Libras:

15% 85% Sim Não 58% 30% 6% 6%

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43,8% dos entrevistados já havia lecionado para alunos surdos, mas somente a metade contou com o auxílio de um intérprete.

Figura 8: Você já lecionou para alunos surdos? Se sim, havia intérprete em sala de aula?

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível concluir que grande parte dos professores que hoje atuam na educação básica não possuem ao menos o conhecimento básico em Libras, refletindo a defasagem da inclusão nos ambientes escolares.

A falta de conhecimento acerca, não só da Libras, mas também da cultura surda, acaba também afetando o diagnóstico da surdez em crianças.

Vê-se necessária uma conscientização de profissionais, não só da educação, mas também de todas as áreas profissionais que lidam com pessoas, para incentivá-los a aprender cada vez mais deste idioma tão importante para milhares de pessoas no país, a fim de compreendê-las e permitir o convívio e inclusão destes cidadãos na sociedade.

8. FONTES CONSULTADAS

BISOL, C. et al. ESTUDANTES SURDOS NO ENSINO SUPERIOR: REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO. Cadernos de Pesquisa, v. 40, n. 139, p.147-172, jan./abr. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v40n139/v40n139a08.pdf>. Acesso em 29 de abril de 2017.

55%

24% 21%

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BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 27 de abril de 2017.

BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/CCIVIL/LEIS/2002/L10436.htm>. Acesso em: 27 de abril de 2017.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª edição. São Paulo – SP: Editora Atlas, 2010. 184 p.

IDALGO, Adilson. Língua de Sinais Brasileira. PROENE – Programa de

acompanhamento a estudantes com necessidades educacionais especiais. Universidade Estadual de Londrina, 2008. Ano 17. Nº 16. Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/seminariosurdez/pages/arquivos/folder_05.pdf>. Acesso em 27 de abril de 2017.

MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira; NASCIMENTO, Lilian Cristine Ribeiro. Algumas análises da disciplina de libras nos cursos de licenciaturas: reflexões e desdobramentos. Revista Intellectus. Nº 30. Volume 3. Disponível em: <http://www.revistaintellectus.com.br/DownloadArtigo.ashx?codigo=456>. Acesso em 27 de abril de 2017.

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Dicionário Interativo da Educação Brasileira

Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em:

<http://www.educabrasil.com.br/libras-lingua-brasileira-de-sinais/>. Acesso em: 27 de abril de 2017.

SANTOS, Angela Nediane dos; KLEIN, Madalena. Olhares investigativos acerca da inserção da disciplina de libras no ensino superior. X ANPEDSUL, Florianópolis,

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outubro de 2014. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1583-0.pdf>. Acesso em 27 de abril de 2017.

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