• Nenhum resultado encontrado

Produção habitacional de Maceió-AL: transformações espaciais da habitação de interesse social de 1964 a 2014

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Produção habitacional de Maceió-AL: transformações espaciais da habitação de interesse social de 1964 a 2014"

Copied!
263
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO. TESE DE DOUTORADO. Flávia Maria Guimarães Marroquim. Produção Habitacional de Maceió-AL: transformações espaciais da Habitação de Interesse Social de 1964 a 2014. VOLUME I. Maceió 2017.

(2) FLÁVIA MARIA GUIMARÃES MARROQUIM. Produção Habitacional de Maceió-AL: transformações espaciais da Habitação de Interesse Social de 1964 a 2014. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de PósGraduação, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Alagoas, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Arquitetura e Urbanismo.. Orientadora: Profª. Drª. Gianna Melo Barbirato Área de Concentração: Cidades Linha de Pesquisa: Tecnologias. Maceió 2017.

(3) Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale M361p. Marroquim, Flávia Maria Guimarães. Produção habitacional de Maceió-AL: transformações espaciais da habitação de interesse social de 1964 a 2014 / Flávia Maria Guimarães Marroquim. – Maceió, 2017. 2 v. : il. Orientadora: Gianna Melo Barbirato. Tese (doutorado em Arquitetura e Urbanismo: Dinâmica do Espaço Habitado) – Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Maceió, 2017. Bibliografia: f. 248-261. 1. Habitação de interesse social. 2. Projeto arquitetônico – Maceió (AL) – Qualidade. 3. Espaço (Arquitetura) – Dimensionamento. 4. Flexibilidade espacial . 5. Ambientes – Funcionalidade. I. Título.. CDU: 728.1(813.5).

(4)

(5) AGRADECIMENTOS A Deus, pela saúde e luz em minha vida. Ao Nabuco, meu grande amor (e futuro papai!!), por todo seu carinho, paciência e apoio em todas as horas, para realização deste sonho. Aos meus pais, pelo amor, incentivo e confiança. As minhas irmãs, Olívia e Paula, pela paciência. A professora, orientadora e amiga Gianna, pelos anos de parceria em Orientações (IC, TFG, Mestrado e Doutorado), Confiança, Apoio, Respeito, e sobretudo, Amizade. Ao grande amigo Ari (UFPB), por sempre ter incentivado e confiado em meu potencial para vencer essa batalha do doutorado... A amiga Walkyria, pela presteza na digitalização das plantas, nas fichas técnicas dos conjuntos...e sobretudo, na paciência com minha exigência de perfeição!!! Ao arquiteto Adonai Seixas (CARHP), por ceder muitas horas relembrando o passado da COHAB, através de entrevistas e materiais diversos. Ao Núcleo de Estudos de Morfologia dos Espaços Públicos (MEP/FAU/UFAL), pelos projetos digitalizados das implantações de conjuntos habitacionais. Aos funcionários da CARHP, SMHPS e SEINFRA/AL, por cederam material e informações para elaboração do histórico da Habitação de Interesse Social (HIS) em Maceió. Aos arquitetos Ana Lúcia Lanverly, Edy Marreta, Heitor Maia, Isadora Padilha, Nise Sarmento e Rodrigo Ramalho, pela gentileza em ceder um pouco de seus tempos para realização das entrevistas. Aos amigos do doutorado (turma cobaia), Ana Claudia, Daniel, Isabela, Marcelle, Marcos, Tainá e Viviane, por estarem sempre juntos nos momentos de tensão e alegria. Ao CNPq pelo apoio financeiro. E aos demais que, de alguma forma ou de outra contribuíram na elaboração deste trabalho..

(6) RESUMO Desde 1964, quando foi implantado o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Banco Nacional da Habitação (BNH), a alternativa encontrada pelo Poder Público para redução do déficit habitacional nas cidades brasileiras tem sido a construção de conjuntos habitacionais. Após o fechamento do BNH, em 1986, houve um período de uma certa estagnação em relação à construção de Habitações Sociais. Somente a partir do final da década de 1990, foram criados pelo Governo Federal novos programas de provisão de Habitações de Interesse Social (HIS). No entanto, esses programas comumente estabelecem valores muito baixos para o custo total das unidades habitacionais, o que se por um lado exige um maior rigor no controle dos custos de implantação, infraestrutura urbana e da produtividade, por um outro verifica-se que a redução dos custos implica, frequentemente, em redução da qualidade técnica, funcional e espacial das habitações. Nesse contexto, a presente tese tem como objetivo principal estudar as transformações espaciais de projetos arquitetônicos de Habitações de Interesse Social (HIS) na cidade de Maceió, entre os anos de 1964 e 2014, na tipologia de 2 (dois) quartos e destinadas a famílias com renda mensal até 5 (cinco) salários mínimos, tendo como foco aspectos morfológicos de qualidade espacial relacionados a dimensionamento, flexibilidade espacial e funcionalidade. Os procedimentos metodológicos basearam-se em pesquisas históricos-documentais em órgãos públicos responsáveis pela produção habitacional, definindo-se uma amostra para análise de 16 projetos arquitetônicos originais distintos (sendo 10 projetos da COHAB, 3 da Prefeitura e 3 do Governo do Estado), além de pesquisa teórico-conceitual sobre qualidade de projeto e aspectos essenciais como garantia da qualidade espacial das HIS. Verificou-se, quanto ao dimensionamento, uma grande variação na área construída das unidades ao longo do recorte temporal estudado (1964 – 2014), além de dimensões reduzidas das áreas úteis mínimas dos ambientes, sobretudo a cozinha, em relação às recomendadas pela literatura técnica. Quanto à flexibilidade, identificou-se que os projetos arquitetônicos da COHAB foram os que obtiveram maior quantidade de estratégias de flexibilidade atendidas, sobretudo na década de 1970 até início dos anos 1980, em especial quanto a previsão da construção de garagem. No entanto, poucos projetos, dentre os analisados, mostraram previsões para possíveis ampliações. Quanto ao último aspecto analisado, constatou-se que quase todos os projetos da amostra não atenderam a algum dos parâmetros para a garantia de funcionalidade no projeto de HIS, dentre os quais, destaca-se a incapacidade para dispor de espaço para guarda de roupa de cama e de banho nos dormitórios. Assim, dentre os aspectos morfológicos analisados, o dimensional apresentou indicadores negativos em mais de 50% dos projetos arquitetônicos da amostra, gerando inadequações funcionais tanto nos espaços de circulação, como nos espaços de uso do mobiliário e equipamentos – tendo a cozinha como o ambiente com maiores prejuízos funcionais. Constatou-se enfim que, independentemente do órgão promotor (Federal/COHAB, Estadual ou Municipal), há a necessidade de revisões projetuais, de modo a melhorar a qualidade espacial das HIS de Maceió, procurando atender as condições de uso dos moradores e a satisfação destes no contexto da qualidade de vida urbana. Palavras-chaves: Habitação de Interesse Social. Qualidade de Projeto. Dimensionamento. Flexibilidade Espacial. Funcionalidade..

(7) ABSTRACT Since 1964, when the Housing Financing System (SFH) and the National Housing Bank (BNH) were implemented, the alternative found by the Government to reduce the housing deficit in Brazilian cities, has been the implementation of Social Housing Projects. After the closure of the BNH in 1986 there was a certain period of stagnation on the construction of social housing. Finally, in the end of the 1990s, new Social Housing programs were created by the Federal Government. However, these programs commonly establish very low budgets for the total cost of housing units. On the one hand, such low budget requires greater austerity on overseeing implementation costs, urban infrastructure and productivity. On the other hand, however, it is verified that it often implies on the reduction of technical, functional and spatial housing quality. Therefore, the present thesis aims to study spatial transformations of Social Housing architectural projects with 2 (two) bedrooms in the city of Maceió between 1964 and 2014, designed for families with monthly income up to 5 (five) minimum wages, and focusing on morphological aspects of spatial quality related to sizing, spatial flexibility and functionality. The methodological procedures were based on historicaldocumentary research within public agencies responsible for housing production by setting a sample for analysis of 16 original and distinct architectural designs (being 10 COHAB projects, 3 City Government projects and 3 State Government projects), as well as theoretical-conceptual research on project quality and essential aspects such as guaranteeing spatial quality for the housing unit. In terms of sizing, a large variation was observed in the built-up area of the units within the time period set for the study (1964 – 2014), as well as a reduced dimensions of minimum useful areas on spaces, especially the kitchen, in relation to those recommended by technical literature. As for flexibility, it was identified that the architectural projects from COHAB presented the greatest amount of flexibility strategies, especially from the 1970s to the beginning of the 1980s, notably by accounting the possibility of building a garage. However, few of the analysed projects presented predictions of possible extensions. As for the last point examined, it was found that almost all the sample projects did not respond to some of the parameters for guaranteeing functionality to HIS projects, notably the lack of space inside the rooms’ wardrobe for bed linen and towels. Thus, among the analyzed morphological aspects, the dimensional aspect presented negative indicators in more than 50% of the architectural projects in the sample, generating functional inadequacies in both circulation spaces and use of furniture and equipment - being the kitchen the room with the greatest functional loss. It was finally found that, regardless of the real estate developer (Federal / COHAB, State or Municipal), there is a need for design reviews in order to improve the spatial quality of Social Interest Housing projects in Maceió, seeking to meet proper use conditions for the residents and provide satisfaction as to their urban life quality. Keywords: Social Housing. Project Quality. Sizing. Spatial Flexibility. Functionality..

(8) LISTA DE FIGURAS. Figura 2.1 – Plantas de apartamentos com 2 quartos de HCC e do MCMV (São Paulo). ..................................... 39 Figura 2.2 – Unidades habitacionais da Quinta da Malagueira, em Évora, Portugal............................................. 48 Figura 2.3 – Conjunto Habitacional Quinta Monroy, Iquique, Chile: fachada original, sem intervenções (a) e fachada depois da interferência dos moradores (b). .............................................................................................. 48 Figura 2.4 – Possibilidades das ampliações nas unidades habitacionais. .............................................................. 49 Figura 3.1 – Planta básica de um cortiço. .............................................................................................................. 59 Figura 3.2 - Conjunto Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, em 1942. ............................................................ 71 Figura 3.3 – Vista panorâmica (a) e detalhe da fachada do conjunto Pedregulho (b), São Cristovão, Rio de Janeiro, 1948. ...................................................................................................................................................................... 72 Figura 3.4 – Implantação do conjunto habitacional Sumaré I, em Sumaré, São Paulo. ........................................ 74 Figura 3.5 – Inauguração do primeiro empreendimento entregue do MCMV em João Pessoa-PB, em 2011 (a); frente (b) e fundos (c) dos blocos das unidades habitacionais. .............................................................................. 76 Figura 5.1- Fotografias atuais do Conjunto Residencial do Farol, construído pelo IPASE em 1948 para funcionários públicos mais bem remunerados. ...................................................................................................... 84 Figura 5.2 - Implantação do Conjunto Residencial do Farol, no bairro do Farol. ................................................ 84 Figura 5.3 - Implantação do Conjunto Residencial Presidente José Raimundo construído pelo IAPI em 1954 (a) e fotografia atual (b). ................................................................................................................................................ 85 Figura 5.4 – Implantação da Vila Bancária Raul Ramos, construído pelo IAPB em 1955 (a) e fotografias atuais (b e c). ........................................................................................................................................................................ 86 Figura 5.5 – Implantação do Conjunto Prefeitura de Maceió para 50 casas populares, com aprovação em 1953. 86 Figura 5.6 – Anúncio encontrado no Jornal Gazeta de Alagoas em 23/05/1965. .................................................. 87 Figura 5.7 – Mapa do Estado de Alagoas e suas mesorregiões. ............................................................................ 92 Figura 5.8 - Fachada original (a) e interior de unidade (b) do Conj. Jardim Beira Mar, no bairro de Cruz das Almas. ............................................................................................................................................................................... 95 Figura 5.9 – Conjunto Castelo Branco II no bairro da Jatiúca: abertura de fossas. ............................................... 96 Figura 5.10 - Vista panorâmica de uma ”nova cidade” dentro de Maceió, formada pelos conjuntos residenciais Castelo Branco II, Pratagy, Pio XII e Santa Cecília. ............................................................................................. 97 Figura 5.11 - Anúncio de jornal para programa de construção de casa em terrenos próprios. ............................. 97 Figura 5.12 – Conjunto Benedito Bentes I próximo da inauguração no ano de 1986. ........................................ 101 Figura 5.13 – Casas de alvenaria sendo construídas no conjunto Virgem dos Pobres (a) e vista geral das unidades do conjunto (b). ................................................................................................................................................... 102 Figura 5.13 - Fotografias atuais do Conjunto IPASEAL (a) e do Conjunto Lima Júnior (b), construídos pelo IPASEAL com recursos da Previdência Social. .................................................................................................. 110 Figura 5.14 - Implantação do Conjunto IPASEAL, no bairro de Mangabeiras (1965). ..................................... 110 Figura 5.15 - Implantação do Conjunto Lima Júnior, no bairro do Pinheiro (1974). ......................................... 111 Figura 6.1 – Nível teórico de satisfação dos usuários quanto ao aspecto dimensional. ....................................... 140 Figura 6.2 – Solução para desenho de lote, mais largo e menos profundo, permitindo ampliações transversais.159 Figura 6.3 – Alternativas para localização de cozinhas no lote de HIS flexíveis. ............................................... 171.

(9) Figura 6.4 – Exemplos de plantas sem e com flexibilidade planejada (1- Sala; 2- Cozinha; 3-quarto; 4- Banheiro). ............................................................................................................................................................................. 172 Figura 6.5 – Alternativas para localização de banheiros no lote de HIS flexíveis............................................... 180 Figura 6.6 – Ambientação da sala do projeto J (sem escala): número de aberturas x pouco espaço de parede para disposição de móveis. .......................................................................................................................................... 219 Figura 6.7 – Ambientação quarto dos filhos nos projetos G e M (sem escala) com mobiliário completo: roupeiro, beliche e mesa de estudos. ................................................................................................................................... 222 Figura 6.8 – Grafos justificados dos projetos arquitetônicos do Estado. ............................................................. 235 Figura 6.9 – Plantas baixas dos projetos arquitetônicos da Prefeitura. ................................................................ 236 Figura 6.11 – Desempenho dos 16 projetos arquitetônicos analisados, entre os anos de 1964 e 2014, para o aspecto DIMENSIONAL. ................................................................................................................................................ 240 Figura 6.12 – Desempenho dos 16 projetos arquitetônicos analisados, entre os anos de1964 e 2014, para o aspecto FLEXIBILIDADE ESPACIAL. .......................................................................................................................... 241 Figura 6.13 - Desempenho dos 16 projetos arquitetônicos analisados, entre os anos de 1964 e 2014, para o aspecto FUNCIONAL. ..................................................................................................................................................... 241.

(10) LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 – Distribuição das classes de rendimento domiciliar (salários mínimos) em Alagoas......................... 20 Tabela 1.2 - Déficit habitacional por componente e percentual segundo regiões geográficas do Brasil (em destaque o Estado de Alagoas). ............................................................................................................................................ 21 Tabela 1.3 - Componentes do déficit habitacional entre capitais regionais do NE (2010) (em %). ..................... 23 Tabela 2.1 - Estratégias de flexibilidade identificadas por Abreu e Heitor (2006)............................................... 44 Tabela 2.2 - Disposições técnicas e diretrizes para projeto de habitações flexíveis. ............................................. 46 Tabela 2.3 – Funções e atividades básicas de uma habitação segundo alguns autores. ......................................... 50 Tabela 3.1 - Síntese das principais características tipológicas, construtivas e locacionais identificadas na produção habitacional dos IAPs e do BNH. .......................................................................................................................... 75 Tabela 4.1 – Etapas metodológicas utilizadas para desenvolvimento da pesquisa. ............................................... 78 Tabela 4.2 – Pontos observados na análise morfológica da amostra selecionada. ................................................ 81 Tabela 5.1 – Produção habitacional da COHAB em Maceió de 1966 a 1999. ...................................................... 94 Tabela 5.2 - Unidades e conjuntos habitacionais construídos por década pela COHAB em Maceió de 1966 a 1999. ............................................................................................................................................................................. 104 Tabela 5.3 – Pré-identificação dos projetos arquitetônicos das unidades unifamiliares da COHAB. ................. 107 Tabela 5.4 – Produção dos conjuntos construídos pela COHAB no interior do Estado. ..................................... 108 Tabela 5.5 – Produção habitacional do IPASEAL de 1965 a 1987. .................................................................... 111 Tabela 5.6 – Produção habitacional da Prefeitura Municipal de Maceió, através da SMHPS. ........................... 115 Tabela 5.7 – Pré-identificação dos projetos arquitetônicos unidades unifamiliares SMHPS. ............................. 116 Tabela 5.8 – Produção habitacional do Governo do Estado de Alagoas, a partir da criação da AGAHU em 2001. ............................................................................................................................................................................. 121 Tabela 5.9 – Pré-identificação dos projetos arquitetônicos das unidades unifamiliares do Governo do Estado. 123 Tabela 5.10 – Quantitativo da produção habitacional por iniciativa pública na cidade de Maceió de 1964 a 2014. ............................................................................................................................................................................. 124 Tabela 5.11 - Produção habitacional de Maceió por iniciativa pública de 1964 a 2014. ..................................... 124 Tabela 5.12 – Quantidade de unidades habitacionais construídas com 0, 1, 2 e 3 quartos entre os 34 conjuntos préselecionados no período de 1964 a 2014. ............................................................................................................ 126 Tabela 5.13 – Conjuntos habitacionais construídos entre 1964 e 2014 sem quartos. .......................................... 127 Tabela 5.14 – Conjuntos habitacionais construídos entre 1964 e 2014 com 1 quarto. ........................................ 128 Tabela 5.15 – Conjuntos habitacionais construídos entre 1964 e 2014 com 2 quartos........................................ 128 Tabela 5.16 – Conjuntos habitacionais construídos entre 1964 e 2014 com 3 quartos........................................ 129 Tabela 5.17 – Conjuntos habitacionais selecionados para amostra final. ............................................................ 130 Tabela 5.18 – Identificação da amostra dos 16 projetos arquitetônicos a ser analisada. ..................................... 131 Tabela 6.1 – Síntese dos projetos, conjuntos e unidades construídos entre 1964 e 2014. ................................... 134 Tabela 6.2 – Síntese das áreas dos setores e respectivos ambientes, das áreas úteis e construídas dos 16 projetos arquitetônicos selecionados. ................................................................................................................................ 135 Tabela 6.3 – Área útil mínima (m²) e área útil/morador recomendada por alguns autores e instituições para habitações de 2 quartos (fontes nacionais em negrito). ....................................................................................... 137.

(11) Tabela 6.4 – Área útil e área útil/morador para os 16 projetos arquitetônicos selecionados, considerando 4 moradores em cada unidade. ............................................................................................................................... 138 Tabela 6.5 – Comparativo entre a área útil/pessoa na Europa e no Brasil. .......................................................... 141 Tabela 6.6 – Áreas úteis mínimas recomendadas/ambiente (m²) – fontes nacionais em negrito. ........................ 145 Tabela 6.7 – Síntese dimensional dos projetos analisados por período. .............................................................. 153 Tabela 6.8 – Síntese dos aspectos de flexibilidade externos à unidade habitacional dos 24 conjuntos (em destaque os 2 complementos de conjuntos). ....................................................................................................................... 155 Tabela 6.9 – Balanço geral quanto ao atendimento das 10 estratégias de flexibilidade (quantidade de unidades habitacionais construídas). .................................................................................................................................. 184 Tabela 6.10 – Atendimento das estratégias de flexibilidade para os 16 projetos analisados. .............................. 186 Tabela 6.11 – Síntese da quantidade de estratégias de flexibilidade atendidas por projeto. ................................ 188 Tabela 6.12 – Síntese da quantidade de ambientes em cada projeto arquitetônico. ............................................ 192 Tabela 6.13 – Parâmetros antropométricos aplicados ao projeto habitacional. ................................................... 195 Tabela 6.14 – Quantidade de ambientes com inadequações quanto aos espaços de circulação. ......................... 213 Tabela 6.15 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: espaço suficiente para os móveis e equipamentos mínimos. ....................................................................................................................................... 214 Tabela 6.16 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: área suficiente para liberação integral das portas e janelas. ................................................................................................................................................... 216 Tabela 6.17 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: sala deve atender ao uso eventual como dormitório de visitantes ou hóspedes................................................................................................................... 217 Tabela 6.18 – Síntese comparativa entre área útil da sala x largura da sala x atendimento a NBR 15.575 / 2013 (2,40 m). .............................................................................................................................................................. 218 Tabela 6.19 – Área útil do quarto 1 (casal) e atendimento ao atributo: espaço para a guarda de roupa de cama e de banho. .................................................................................................................................................................. 220 Tabela 6.20 – Área útil do quarto dos filhos e atendimento ao atributo: mesa de estudos + computador. .......... 221 Tabela 6.21 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: faixa livre para circulação no quarto de casal. .................................................................................................................................................................... 223 Tabela 6.22 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: faixa livre para circulação no quarto dos filhos. ................................................................................................................................................................... 224 Tabela 6.23 – Síntese comparativa entre área útil da cozinha x largura da cozinha x atendimento a NBR 15.575 / 2013 (1,50 m). ..................................................................................................................................................... 224 Tabela 6.24 – Atendimento dos projetos ao atributo de funcionalidade: possibilidade de instalação de mobiliário complementar. ..................................................................................................................................................... 225 Tabela 6.25 – Atendimento dos projetos ao atributo: localização de fogão e geladeira. ..................................... 226 Tabela 6.26 – Síntese comparativa entre área útil do banheiro x largura do banheiro x atendimento a NBR 15.575 / 2013 (1,10 m). ................................................................................................................................................... 228 Tabela 6.27 – Atendimento dos projetos ao atributo: espaço para instalação de máquina de lavar roupas. ........ 229 Tabela 6.28 – Atendimento dos projetos arquitetônicos aos 19 atributos de funcionalidade. ............................. 230 Tabela 6.29 – Atendimento dos atributos de funcionalidade nos projetos x área útil (m²). ................................. 233 Tabela 6.30 – Aspectos morfológicos com e sem indicadores negativos dentro da amostra de projetos arquitetônicos analisada x área útil x órgão executor. ......................................................................................... 238.

(12) LISTA DE QUADROS. Quadro 5.1 - Fotografias dos conjuntos construídos pelo IPASEAL com recursos do BNH. ............................ 112 Quadro 5.2 – Fotografias de parte dos conjuntos construídos pela SMHPS. ...................................................... 118 Quadro 5.3 – Fotografias de parte dos conjuntos construídos pelo Governo do Estado, a partir da criação da AGAHU em 2001. ............................................................................................................................................... 122 Quadro 6.1 – Forma de implantação no lote de unidade habitacional do tipo ST. ............................................. 161 Quadro 6.2 – Forma de implantação no lote de unidade habitacional do tipo IL. .............................................. 161 Quadro 6.3 – Forma de implantação de unidade habitacional do tipo G1. ......................................................... 162 Quadro 6.4 – Forma de implantação no lote de unidade habitacional do tipo G2. ............................................. 162 Quadro 6.5 – Projetos arquitetônicos com quartos sem similaridade de forma e tamanho (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). .................................................................................................................... 164 Quadro 6.6 – Único projeto arquitetônico com quartos e sala com similaridade de forma e tamanho (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ..................................................................................... 165 Quadro 6.7 – Projetos arquitetônicos com possibilidade de ambientes multiuso (sala/cozinha) - (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). .......................................................................................................... 166 Quadro 6.8 – Projetos arquitetônicos sem possibilidade de transformar banheiro comum em suíte (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ....................................................................................................... 167 Quadro 6.9 – Projetos arquitetônicos com possibilidade de ampliação da cozinha (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ......................................................................................................................... 168 Quadro 6.10 – Projeto arquitetônico com pequena possibilidade de ampliação da cozinha para lateral (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ..................................................................................... 169 Quadro 6.11 – Projetos arquitetônicos com hall de circulação induzindo a ampliação da casa (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). .......................................................................................................... 170 Quadro 6.12 – Possibilidades de expansão para projeto A (conjuntos Jardim Beira Mar e Castelo Branco I). .. 173 Quadro 6.13 – Possibilidades de expansão para projeto C (conjunto Castelo Branco II).................................... 173 Quadro 6.14 – Possibilidades expansão projeto H (conj. Benedito Bentes I e II, Frei Damião, Moacir Andrade, Luiz R. P. Lima e complementos Eustáquio Gomes III e José D. Leão). ............................................................ 174 Quadro 6.15– Possibilidades de expansão para o projeto I (conjunto Benedito Bentes I e II). ........................... 174 Quadro 6.16 – Possibilidades de expansão para o projeto J (conjunto Miliciano). ............................................. 175 Quadro 6.17 – Possibilidades de expansão para o projeto O (conjunto Santa Maria). ........................................ 175 Quadro 6.18 – Possibilidades de expansão para o projeto P (conjunto José Aprígio Vilela). ............................. 176 Quadro 6.19 – Projetos arquitetônicos com mais de 8m de frente e com possibilidade parcial para criação de garagem (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ............................................................ 177 Quadro 6.20 – Projetos arquitetônicos com menos de 8m de frente e com possibilidade parcial para criação de garagem (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ............................................................ 178 Quadro 6.21 – Projetos arquitetônicos com banheiro localizado na lateral da casa (entre parênteses a forma de implantação da unidade no lote). ......................................................................................................................... 179 Quadro 6.22 – Projetos arquitetônicos com ou sem esquadrias localizadas em paredes que não dificultam a expansão da casa (entre parênteses forma de implantação da unidade no lote)................................................... 181 Quadro 6.23 – Parâmetros para garantia de funcionalidade no projeto de HIS. .................................................. 194.

(13) Quadro 6.24 – Planta baixa do PROJETO A com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 197 Quadro 6.25 – Planta baixa do PROJETO B com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 198 Quadro 6.26 – Planta baixa do PROJETO C com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 199 Quadro 6.27 – Planta baixa do PROJETO D com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 200 Quadro 6.28 – Planta baixa do PROJETO E com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 201 Quadro 6.29 – Planta baixa do PROJETO F com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 202 Quadro 6.30 – Planta baixa do PROJETO G com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 203 Quadro 6.31 – Planta baixa do PROJETO H com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 204 Quadro 6.32 – Planta baixa do PROJETO I com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 205 Quadro 6.33 – Planta baixa do PROJETO J com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 206 Quadro 6.34 – Planta baixa do PROJETO K com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 207 Quadro 6.35 – Planta baixa do PROJETO L com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 208 Quadro 6.36 – Planta baixa do PROJETO M com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 209 Quadro 6.37 – Planta baixa do PROJETO N com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 210 Quadro 6.38 – Planta baixa do PROJETO O com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 211 Quadro 6.39 – Planta baixa do PROJETO P com respectiva área de uso do mobiliário e equipamento, áreas dos ambientes e checklist do mobiliário e equipamentos mínimos. ........................................................................... 212 Quadro 6.40 – Síntese dos aspectos morfológicos de qualidade espacial para os 16 projetos arquitetônicos estudados. ............................................................................................................................................................ 237.

(14) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 5.1 – Quantidade de unidades habitacionais com 0, 1, 2 e 3 quartos durante atuação da COHAB. ....... 106 Gráfico 5.2 – Porcentagem da quantidade de unidades habitacionais construídas com 0, 1, 2 e 3 quartos entre os 34 conjuntos pré-selecionados no período de 1964 a 2014. ................................................................................ 126 Gráfico 6.1 – Áreas construídas mínimas, médias e máximas (m²) dos projetos arquitetônicos da COHAB, Estado e Prefeitura. ......................................................................................................................................................... 136 Gráfico 6.2 – Áreas úteis mínimas, médias e máximas (m²) dos projetos arquitetônicos da COHAB, Estado e Prefeitura. ............................................................................................................................................................ 137 Gráfico 6.3 – Áreas úteis mínimas e máximas (m²) dos setores funcionais dos 16 projetos arquitetônicos selecionados. ....................................................................................................................................................... 144 Gráfico 6.4 – Áreas úteis das salas para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 146 Gráfico 6.5 – Áreas úteis dos quartos de casal para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 147 Gráfico 6.6 – Áreas úteis dos quartos dos filhos para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 148 Gráfico 6.7 – Áreas úteis dos banheiros para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 148 Gráfico 6.8 – Áreas úteis das cozinhas para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 149 Gráfico 6.9 – Áreas úteis das áreas de serviço para os 16 projetos arquitetônicos analisados e menores áreas úteis recomendadas para o ambiente (linhas tracejadas). ............................................................................................. 150 Gráfico 6.10 – Áreas úteis mínimas, médias e máximas (m²) dos 6 ambientes que compõem o programa de necessidades básicas nos projetos arquitetônicos da COHAB. ........................................................................... 151 Gráfico 6.11 – Áreas úteis mínimas, médias e máximas (m²) dos 6 ambientes que compõem o programa de necessidades básicas nos projetos arquitetônicos do Estado. .............................................................................. 152 Gráfico 6.12 – Áreas úteis mínimas, médias e máximas (m²) dos 6 ambientes que compõem o programa de necessidades básicas nos projetos arquitetônicos da Prefeitura. .......................................................................... 152 Gráfico 6.13 – Áreas mínimas, médias e máximas dos lotes padrão da COHAB, Estado e Prefeitura. ............. 158 Gráfico 6.14 – Percentual de áreas livres mínimas e máximas nos lotes da COHAB, Estado e Prefeitura. ....... 160 Gráfico 6.15 – Quantidade de projetos x atendimento das estratégias analisadas entre os projetos da COHAB, do Estado e da Prefeitura. ......................................................................................................................................... 187 Gráfico 6.16 - Balanço geral quanto ao atendimento dos atributos nos projetos arquitetônicos. ........................ 232.

(15) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AGAHU – Agência Alagoana de Habitação e Urbanismo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento BNH – Banco Nacional de Habitação CARHP – Companhia Alagoana de Recursos Humanos e Patrimoniais CDESC – Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais CIAM – Congresso Internacional da Arquitetura M Osoderna COHAB/AL – Companhia de Habitação Popular de Alagoas CURA – Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada DPPs – Domicílios Particulares Permanentes DUDH – Declaração Universal dos Direitos Humanos FCP – Fundação da Casa Popular FGTS – Fundo de Garantia de Tempo de Serviço FICAM – Programa de Financiamento da Construção, Acabamento, Ampliação ou Melhoramento da Habitação Social HCC – Habitação a Custo Controlado HIS – Habitação de Interesse Social IAP – Institutos de Aposentadoria e Pensões IHGAL – Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada INOCOOP – Cooperativa Habitacional IPASEAL – Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas J. G. A. – Jornal Gazeta de Alagoas MEP – Núcleo de Estudos de Morfologia dos Espaços Públicos NBR – Norma Brasileira ONU – Organização das Nações Unidas PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PAIH – Plano de Ação Imediata para a Habitação PAR – Programa de Arrendamento Residencial PIDESC – Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais PLANHAP – Plano Nacional de Habitação Popular PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social.

(16) PMCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida PMM – Prefeitura Municipal de Maceió PRODEC – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Comunidade PROFILURB – Programa de Financiamento de Lotes Urbanizados PROMORAR – Programa de Erradicação de Sub-habitação PRONHASP – Programa Nacional de Habitação do Servidor Público PROSANEAR – Programa de Saneamento para População de Baixa Renda PSH – Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo SEAC – Programa Nacional de Mutirões Comunitários da Secretaria Especial de Ação Comunitária SEINFRA – Secretaria de Estado da Infraestrutura SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento SFH – Sistema Financeiro de Habitação SM – salário mínimo SMCCU – Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano SMHPS – Secretaria Municipal de Habitação Popular e Saneamento.

(17) SUMÁRIO (VOLUME I) 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................17 2 ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS.....................................................................................26 2.1. Conceitos e contextos relevantes................................................................................26. 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.2. Conceituando casa, moradia e habitação.....................................................................26 Habitação de Interesse Social.......................................................................................28 Conceituando qualidade de projeto e qualidade habitacional.....................................30 Qualidade espacial das Habitações de Interesse Social.............................................34. 2.2.1 Aspectos como garantia da qualidade espacial de HIS................................................35 2.2.2 Dimensionamento........................................................................................................37 2.2.3 Flexibilidade.................................................................................................................41 2.2.4 Funcionalidade.............................................................................................................49 3 ASPECTO HISTÓRICO: HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL.................................................54 3.1. Evolução da habitação popular urbana......................................................................54. 3.2. Breve contexto histórico da habitação popular no Brasil..........................................57. 3.2.1 Características gerais da produção habitacional brasileira..........................................70 4 METODOLOGIA...................................................................................................................78 4.1 Metodologia e etapas metodológicas...............................................................................78 5 A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM MACEIÓ..............................................................83 5.1. Produção da Habitação de Interesse Social em Maceió.............................................83. 5.1.1 Produção de HIS pela COHAB-AL.................................................................................89 5.1.2 Produção de HIS pelo IPASEAL...................................................................................109 5.1.3 Produção de HIS pela Prefeitura Municipal de Maceió...............................................113 5.1.4 Produção de HIS pelo Governo do Estado de Alagoas...............................................119 5.2 Balanço geral da produção de HIS em Maceió.................................................................123 5.3 Critérios para seleção dos conjuntos e projetos..............................................................125 6 ANÁLISES E DISCUSSÕES: ASPECTOS MORFOLÓGICOS....................................................133 6.1. Análise dimensional..................................................................................................133. 6.2. Análise da flexibilidade espacial...............................................................................154. 6.2.1 Aspectos da flexibilidade externos à unidade habitacional........................................155 6.2.2 Aspectos da flexibilidade no interior da unidade habitacional..................................163 6.2.2.1 Arranjo espacial quanto à forma e dimensão dos cômodos.......................................163 6.2.2.2 Arranjo espacial quanto ao sentido de expansão......................................................171 6.2.2.3 Esquadrias e aberturas...............................................................................................180 6.2.3 6.2.3 Balanço geral da flexibilidade espacial...............................................................183.

(18) 6.3. Análise funcional.......................................................................................................191. 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.4. Programa arquitetônico.............................................................................................191 Atributos de funcionalidade.......................................................................................193 Balanço geral dos atributos de funcionalidade..........................................................229 Síntese dos aspectos morfológicos...........................................................................236. 7. CONCLUSÕES.....................................................................................................................243 7.1 Limitações do trabalho..............................................................................................246 7.2 Sugestões para trabalhos futuros.............................................................................246 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................248. SUMÁRIO (VOLUME II) ANEXOS ANEXO A – Funções e conjunto de atividades de uma habitação - Silva (1982)......................05 ANEXO A – Funções e conjunto de atividades de uma habitação - Boueri Filho (2008)..........06 ANEXO A – Funções e conjunto de atividades de uma habitação – Palermo (2009 e 2013).....07 ANEXO A – Funções e conjunto de atividades de uma habitação – Pedro et al (2011).............08 ANEXO B - Panfleto da COHAB-AL com os conjuntos construídos até 1982 e a ser inaugurado até 15/03/1983 na capital e no interior..................................................................09 ANEXO C – Decretos de flexibilização dos conjuntos Selma Bandeira, Cidade Sorriso I e Cidade Sorriso II................................................................................................12 APÊNDICES APÊNDICE A – Anotações de pesquisa documental realizada nos exemplares do JORNAL GAZETA DE ALAGOAS de 1965 a 1988....................................................18 APÊNDICE B – Plantas Baixas das unidades habitacionais pesquisadas (COHAB / PREFEITURA / ESTADO)......................................................................36 APÊNDICE C – Mapa de Maceió e localização dos 24 conjuntos selecionados para análise.......................................................................................................68 APÊNDICE D – Fichas técnicas dos 24 conjuntos selecionados para análise..........................69 APÊNDICE E – Mobiliário e equipamentos mínimos e opcionais para unidades de 2 quartos, definidos por Silva, Palermo e ABNT NBR 15.575....................................123 APÊNDICE F – Dimensões dos mobiliários e equipamentos adotados em cada ambiente....124 APÊNDICE G – Síntese Atributo b para cada projeto arquitetônico: mobiliário mínimo inexistente X problemas de uso em cada ambiente.................................127.

(19) 17. 1 INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas diversos programas de provisão de habitações têm sido criados pelo Governo Federal, tais como o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), o Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH) e mais recentemente o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). No entanto, estes programas de incentivo à provisão habitacional estabelecem valores muito baixos para o custo total das unidades habitacionais, o que se por um lado exige das empresas construtoras um maior rigor no controle dos custos e da produtividade, por um outro verifica-se que, muitas vezes, a redução dos custos se reverte em redução da qualidade técnica, funcional e espacial das edificações. Maricato (2001) já afirmava que, de um modo geral, os investimentos públicos municipais feitos nas capitais brasileiras (uma regra que é comum a todo universo urbano) são regressivos. Eles alimentam o mercado imobiliário restrito e especulativo ao invés de ampliar as oportunidades de localização, condição, dentre outras, para a democratização do acesso à cidade. Quanto à qualidade habitacional, Romero e Ornstein (2003) haviam constatado que, com a necessidade de se obter o máximo de eficiência com o mínimo de investimento de dinheiro, tempo e espaço, os empreendimentos para a construção de habitações destinadas à população de baixa renda adotavam soluções de projetos que atendiam apenas minimamente às necessidades e expectativas de seus moradores, não levando em consideração problemas com o uso, a manutenção e a substituição precoce de seus materiais e componentes. Freitas (2004) ratifica que o modelo de provisão habitacional utilizado no período do Banco Nacional de Habitação1 (BNH), que se baseava no financiamento ao produtor e não no usuário final, também favorecia o aparecimento de problemas técnicos e sociais relacionados a esse tipo de empreendimento. Entre as críticas, destacam-se aquelas relacionadas à precária inserção urbana dos conjuntos, à monotonia e má qualidade dos projetos urbanísticos e arquitetônicos, à má qualidade da construção e aos riscos de formação de guetos, socialmente excluídos do restante das cidades.. 1. Período brasileiro no qual se investiu aproximadamente 4 milhões de unidades, de 1964 a 1986, através do Banco Nacional de Habitação (BNH) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e também com graves repercussões na qualidade do espaço urbano (BONDUKI, 1998)..

(20) 18. Segundo Benetti (2012) o projeto da Habitação Social é, sem dúvida, um dos mais difíceis na medida em que qualquer gesto pressupõe um controle muito grande de custos, e uma racionalização2 extrema que infelizmente traduz-se numa pobreza de propostas. O autor constata que em diversos momentos, a ‘habitação para pobres’ foi entendida de fato como ‘habitação pobre’, de ideias pobres e de baixa qualidade. Apesar das incontestáveis contribuições à racionalização e à ciência da edificação, acredita-se que desde o início do século XX, as mesmas regras, essencialmente modernas e universais, ainda dominem a produção imobiliária atual (sic): repetição idêntica de edificações, preceitos funcionalistas, exigências mínimas relativas à habitabilidade, normas dimensionais padronizadas. Esses critérios, álibis para uma arquitetura direcionada a usuários desconhecidos, disseminam, ainda hoje, modelos generalistas, reforçados por estratégias mercadológicas que homogeneízam o comportamento e pouco favorecem o uso diversificado do espaço da habitação, condição indispensável ao sujeito contemporâneo, ao estilo de vida plural das novas estruturas familiares, às rápidas transformações sociais, tecnológicas e culturais do mundo contemporâneo (JORGE, 2012). Historicamente, a finalidade da habitação é a necessidade de habitar: proteger e abrigar contra as agressões da natureza. Contudo, mesmo sua função tendo adquirido novas designações ao longo dos séculos, passando a significar a estrutura associativa dos seus habitantes, a família e as relações sociais, Veríssimo e Bittar (1999) constataram que internamente as habitações sofreram poucas alterações em seu desenho/projeto. Os autores relataram que a casa brasileira, desde os tempos coloniais, quando o modelo familiar original era o patriarcado latifundiário, procura manter a permanência na setorização, carregando em si valores segregacionistas. A casa desta burguesia brasileira que adentrou o século XX, espelhava-se nitidamente em suas congêneres do final do século XIX, caracterizado pela tripartição em espaços de prestígio, de isolamento, e de rejeição – a trilogia de áreas social, íntima e de serviços (VERÍSSIMO; BITTAR, 1999). Essa imutabilidade também já havia sido constatada por Tramontano (1995), no desenho dos espaços da Habitação Social:. 2. Na arquitetura, nem sempre a racionalização foi sinônimo de solução negativa. No início dos anos 1960, o arquiteto Acácio Gil Borsoi (1924-2009) desenvolveu um sistema de pré-fabricação em taipa (arquitetura baseada em sistemas construtivos regionais de baixo custo), como solução para a construção, no sistema de mutirão, em Habitações de Interesse Social em Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco (VERISSIMO; BITTAR, 1999 e BASTOS; ZEIN, 2011)..

(21) 19. Mesmo que agora tendam a habitá-la (habitação social) grupos domésticos cujo perfil difere cada vez mais da família nuclear convencional, e cujos modos de vida apresentam uma diversidade cada vez maior, o desenho dos espaços desta habitação continua imutável, sob a alegação de que chegou-se a um resultado projetual economicamente viável, que atende às necessidades básicas de seus moradores (destaque nosso).. Ao avaliar a Habitação de Interesse Social (HIS) no Brasil, Tramontano (1995, p. 01), percebeu a necessidade de revisão dos modelos propostos. [...] O desenho destas habitações permanece praticamente o mesmo há décadas, apenas com variações de cunho construtivo alternativos, sem que, contudo, a função e a articulação dos espaços de habitar sejam sequer questionadas. Fatores como a diminuição no número de membros, a consequente alteração de papéis com a redistribuição da autoridade ou mesmo a falta de consenso sobre quem realmente é o chefe, o aumento no número de mães trabalhando fora, a independência cada vez mais acentuada de seus membros, entre outros, indicam fortemente a necessidade de revisão dos modelos tradicionais de morar [...] (TRAMONTANO, 1995, p. 01).. Essa revisão projetual também foi recomendada por Romero e Ornstein (2003), quando constataram que as habitações destinadas à população de baixa renda, independentemente do agente promotor, dos mecanismos adotados para a sua produção e das formas de acesso à moradia, necessitavam, em menor ou maior escala, de realizações concretas que levassem a melhorias do desempenho funcional, visando o atendimento às necessidades dos moradores e, até mesmo, a satisfação destes no contexto da qualidade de vida urbana. Além disso, sabe-se que a moradia é algo que não se deve terminar em um determinado momento, mas, que se deve, se transformar e adotar diferentes configurações espaciais, dependendo das necessidades dos usuários ao longo da vida útil da moradia no tempo. Assim, segundo Pedro (2000) a habitação assume uma grande importância porque marca profundamente a qualidade de vida cotidiana dos moradores de hoje e das gerações vindouras. Palermo (2009), corroborando com Pedro, constata que a qualidade de uma edificação está diretamente relacionada à capacidade de atender a condições de uso, de segurança e de conforto, sob o risco de serem simplesmente inabitáveis, perpetuando as migrações urbanas e o déficit habitacional crescente. Ainda segundo a autora, um verdadeiro lar é aquele onde a família pode instalar-se, fixar-se e ter satisfeitas suas necessidades e aspirações, fator preponderante para a inclusão social, condição primeira para a qualidade de vida urbana. Em 2010 o déficit habitacional3 brasileiro somava cerca de 5,5 milhões de moradias, dos quais 4,629 milhões, ou 83,5%, eram referentes a áreas urbanas (BRASIL, 2010). Segundo o Ministério das Cidades esse déficit atinge mais amplamente as famílias de baixa renda. 3. Obtido em: http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/deficit-habitacional/363-deficit-nota-tecnica-dh2012/file Acesso: fev. 2015..

(22) 20. fazendo com que a diminuição deste, através do aumento da oferta em habitação popular, apresenta-se como uma grande barreira a ser ultrapassada nos próximos anos. Em Alagoas, segundo a Fundação João Pinheiro (2013), o Estado apresenta um déficit habitacional urbano de 100.434 domicílios (considerando os resultados do IBGE - Censo Demográfico 2010), sendo que, mais de 90% desse déficit encontra-se vinculado a famílias com renda mensal até 5 salários mínimos (Tabela 1.1). Tabela 1.1 – Distribuição das classes de rendimento domiciliar (salários mínimos) em Alagoas. Salários mínimos Valor absoluto Valor % Sem rendimentos De 0 a 3 SM De 3 a 5 SM De 5 a 10 SM De 10 a mais SM Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013.. 7.181 72.306 11.179 6.400 3.400. 7,1% 72,0% 11,1% 6,4% 3,4%. De acordo com Fundação João Pinheiro (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013, p. 4247), o déficit habitacional é calculado com a soma de quatro componentes: domicílios precários (soma dos domicílios improvisados e dos rústicos4), coabitação familiar (soma dos cômodos e das famílias conviventes secundárias com intenção de constituir um domicílio exclusivo), ônus excessivo com aluguel urbano e adensamento excessivo de domicílios alugados. Quanto aos componentes do déficit habitacional, em Alagoas 76,4% é representado pela coabitação familiar (47,4%) e pelo ônus excessivo com aluguel (29%), totalizando mais de 94 mil unidades (FJP, 2013). Os demais componentes representam aproximadamente 29 mil unidades (23,5%), sendo 17,1% de domicílios precários e 6,4% pelo adensamento excessivo de domicílios alugados (Tabela 1.2). Em Maceió, segundo Lopes e Junqueira (2005), as iniciativas de produção habitacional que caracterizam o conjunto da oferta imobiliária podem ser classificadas em quatro formas: iniciativas de mercado, iniciativas governamentais, iniciativas não governamentais e iniciativas autônomas da população. As iniciativas de mercado, correspondem às iniciativas formais de mercado (condomínios verticais e horizontais, loteamentos particulares). Em Maceió, o setor imobiliário produz maciçamente para o mercado de média e alta renda, com tendência à concentração nesta última,. 4. Todos os que não são feitos de alvenaria ou madeira aparelhada..

(23) 21. e maior concentração de ofertas e vendas de imóveis nos bairros da Ponta Verde (65,6%), Jatiúca (17,3%) e Farol (8,8%) (LIMA, 2003). Tabela 1.2 - Déficit habitacional por componente e percentual segundo regiões geográficas do Brasil (em destaque o Estado de Alagoas). ESPECIFICAÇÃO Nordeste MA PI CE RN. Precários 603.000 277.341 62.456 46.028 10.900. PB PE AL SE BA Norte Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil. 15.535 36.254 21.238 11.832 121.417 303.261 175.238 172.822 89.114 1.343.435. DÉFICIT HABITACIONAL POR COMPONENTE TOTAL EM RELAÇÃO AO DÉFICIT HABITACIONAL TOTAL Coabit. Ônus Adensa. Precário Coabit. Ônus Adensam. 923.984 479.541 104.992 28,6 43,8 22,7 5,0 132.616 31.899 9.859 61,4 29,4 7,1 2,2 51.033 11.960 3.590 48,4 39,5 9,3 2,8 125.745 79.478 25.033 16,7 45,5 28,8 9,1 59.296 34.002 7.340 9,8 53,2 30,5 6,6 59.983 147.365 58.804 34.195 254.947 352.601 1.165.196 309.276 240.255 2.991.313. 37.991 99.235 36.040 24.250 124.687 121.893 1.067.265 259.799 195.906 2.124.404. 7.232 19.523 7.980 4.111 20.323 45.687 266.729 28.853 35.279 481.539. 12,9 12,0 17,1 15,9 23,3 36,8 6,6 22,4 15,9 19,4. 49,7 48,7 47,4 46,0 48,9 42,8 43,6 40,1 42,9 43,1. 31,5 32,8 29,0 32,6 23,9 14,8 39,9 33,7 34,9 30,6. 6,0 6,5 6,4 5,5 3,9 5,5 10,0 3,7 6,3 6,9. Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013, p. 35, com base no Censo Demográfico, 2010 (IBGE).. As iniciativas governamentais podem ser desdobradas em duas formas: conjuntos mutirão - promovidos pelo Poder Público, são constituídos de lotes organizados parcialmente e casas executadas pelos próprios moradores e conjuntos habitacionais - construídos tradicionalmente pelo Poder Público (MCMV, PAR, mutirões, melhorias habitacionais e outros tipos de conjuntos habitacionais oficiais), geralmente apresentam um traçado urbano regular, mas nem sempre a infraestrutura e os equipamentos urbanos necessários. A maioria desses conjuntos residenciais não é regularizada juridicamente. Há iniciativas que não se caracterizam nem como de mercado, nem como de governo, tão pouco como iniciativas autônomas da população para ofertar alternativas habitacionais na cidade, são as iniciativas não governamentais (conjuntos habitacionais implantados por organizações privadas, como os conjuntos Cabo Luiz Pedro, e algumas poucas experiências de ONGs). Na sua maioria, esses conjuntos são irregulares tanto do ponto de vista urbanístico como fundiário e oferecidos à ocupação dos moradores pelo regime de arrendamento das unidades imobiliárias, sem formalização contratual de aluguel ou promessa de compra e venda, constituindo uma alternativa de moradia bastante vulnerável para a população (LOPES; JUNQUEIRA, 2005). Ocorrem ainda as iniciativas autônomas da população, devido à ausência do poder público, para suprir suas deficiências habitacionais, produzindo espontaneamente a grande.

Referências

Documentos relacionados