• Nenhum resultado encontrado

Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L.,1758), cultivado na Baía Norte - Ilha de Santa Catarina/SC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L.,1758), cultivado na Baía Norte - Ilha de Santa Catarina/SC"

Copied!
45
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE AQÜICULTURA. Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte – Ilha de Santa Catarina/SC. Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Aqüicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Aqüicultura.. ANDRÉA RICETTI COCHÔA. Florianópolis 2005.

(2) ii. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE AQÜICULTURA. Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte – Ilha de Santa Catarina/SC. Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Aqüicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Aqüicultura. Orientadora: Profa. Dra. Aimê Rachel Magenta Magalhães. ANDRÉA RICETTI COCHÔA. Florianópolis 2005.

(3) iii. Cochôa, Andréa Ricetti Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte – Ilha de Santa Catarina/SC Dissertação (Mestrado) – Profa Orientadora: Dra Aimê Rachel Magenta Magalhães – Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 1. Perna perna; 2.cultivo; 3. predação; 4. parasitismo.

(4) iv. Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758) cultivado na Baía Norte – Ilha de Santa Catarina/SC Por. ANDRÉA RICETTI COCHÔA Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM AQÜICULTURA. e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Aqüicultura.. ____________________________________ Profa. Débora Machado Fracalossi, Dra. Coordenadora do Curso. Banca Examinadora: __________________________________________ Dra. Aimê Rachel Magenta Magalhães - Orientadora __________________________________________ Dr. Jaime Fernando Ferreira __________________________________________ Dr. Hélcio Luis de Almeida Marques.

(5) v. AGRADECIMENTOS A Deus por tudo que Ele me proporciona. Aos meus pais, Reinaldo (in memorian) e Regina, pelo incentivo constante e valorização da busca pelo conhecimento. Ao querido companheiro, Wiliam, pelo amor, paciência e amizade acima de tudo. À minha filha, Maria Clara, por compreender a minha ausência em muitos momentos. À Professora Aimê Rachel pela oportunidade de trabalharmos juntas e pelo exemplo de dedicação e amor ao que faz. Ao Professor Jaime Fernando Ferreira pelo fornecimento das sementes de mexilhão utilizadas neste trabalho. Ao pessoal do Sambaqui, Jakson, Itamar, Vitor, Fernando, Bruno e Caetano por me auxiliarem na execução do experimento. À Bárbara pela companhia e contribuição nas análises histológicas e organização da coleção didática do Lamex. Ao professor Cláudio Melo pelo auxílio nas análises estatísticas. Ao Seu Keka, por cuidar tão bem do jardim do Lamex, pela simpatia, carinho, lanches da tarde e pela atenção constante. À Patrícia, pela constante ajuda e também pelos momentos de descontração que animaram os dias de trabalho. À Ana Lúcia, pela contribuição nas análises histológicas, pelas conversas animadas, pelas piadas e auxílio no dia-a-dia. À Luciana, pelo carinho, pela boa vontade em me ajudar na parte estatística e pela companhia no laboratório. Ao Departamento de Pós-Graduação pelo competente trabalho que realiza e pelo auxílio aos alunos. À Capes pela concessão da bolsa. A todos os amigos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho..

(6) vi. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vii. RESUMO ................................................................................................................................. viii. ABSTRACT ............................................................................................................................. ix. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1. CORPO DO ARTIGO CIENTÍFICO Perdas de sementes de mexilhão Perna perna (L., 1758), cultivado na Baía Norte - Ilha de Santa Catarina/SC .................................................................................................................... 8. Resumo ...................................................................................................................... 8. Abstract ...................................................................................................................... 9. Introdução .................................................................................................................. 10. Material e Métodos .................................................................................................... 12. Resultados e Discussão .............................................................................................. 15. Conclusões ................................................................................................................. 21. Referências Bibliográficas ......................................................................................... 22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO ................................................... 26. ANEXOS .................................................................................................................................. 31. Valores médios de mexilhões Perna perna encontrados nas cordas de cultivo durante o período de dezembro de 2004 a agosto de 2005 ................................................................... 31. Percentual de perda média de mexilhões Perna perna cultivados na Praia da Ponta do Sambaqui Florianópolis/SC.................................................................................................. 31. Freqüência absoluta das perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 100 animais ........................................................................................................................... 32. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de cultivo .................................................................................................................................... 32. Aplicação do teste estatístico de Tukey para verificar a relação entre as estações do ano e a presença de parasita Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna ..................................... 33.

(7) vii. NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................ 34. Boletim do Instituto de Pesca ................................................................................................ 34.

(8) viii. LISTA DE FIGURAS. 1. Mapa da Praia da Ponta do Sambaqui .......................................................................... 12. 2. Médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar no cultivo de mexilhões Perna perna, ao longo do experimento ....................................................... 15. 3. Sinais de predação em sementes de mexilhão Perna perna ......................................... 16. 4. Percentual da perda média de mexilhões Perna perna cultivados ............................... 16. 5. Perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 100 animais ........... 18. 6. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de cultivo ....................................................................................................................... 19. 7. Aspecto da bucefalose no tecido do mexilhão Perna perna de cultivo ........................ 20.

(9) ix. RESUMO Este estudo objetivou quantificar as perdas de sementes (jovens mexilhões) no cultivo e discutir as principais causas, especialmente as ocasionadas por predadores e parasitas. O experimento ocorreu na Praia da Ponta do Sambaqui, no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005. Foram confeccionadas 54 cordas de mexilhões, contendo 600 sementes cada. Metade das cordas foram dispostas em um espinhel de cultivo e protegidas com malha de traineira, sendo mensalmente retirada essa proteção de três delas. As outras 27 cordas permaneceram em um tanque-rede. Por mês, eram coletadas três cordas de cada tratamento e feitas as contagens. Foram fixadas amostras de 30 animais de cada tratamento, sendo realizados procedimentos clássicos de histologia, com coloração HE. A salinidade e temperatura da água do mar foram medidas, respectivamente, de forma semanal e diária. As sementes das cordas no espinhel sofreram intensa predação no verão. Nos meses seguintes não houve diferença significativa na perda de animais entre os 2 tratamentos. Os mexilhões Perna perna jovens são mais vulneráveis ao ataque dos predadores que indivíduos adultos. Além da predação, podem ser causas de perdas questões relacionadas às técnicas de manejo e excesso de sementes por corda. A prevalência do trematódeo Bucephalus sp. foi baixa (5,11%). Há relação entre o inverno e maior prevalência desse parasito.. Palavras-chave: mexilhão, Perna perna, perda, predação, histologia, Bucephalus sp..

(10) x. Loss of Perna perna mussel seeds (L., 1758), cultivated in North Bay – Santa Catarina Island/SC - Brazil. ABSTRACT This study had the objective of quantifying seed loss in the culture of young mussels as well as discussing the main causes of this loss, especially that derived from predators and parasites. The experiment was carried out in Ponta do Sambaqui beach, between December of 2004 and August of 2005. Fifty four mussel ropes were prepared, containing 600 seeds/m each. Half the ropes were disposed in a long line and protected with a fishing net. This protection was removed from three of them every month. The other 27 ropes remained in a net-tank. Every month three ropes from each treatment were collected and the mussels counted. Thirty animals from each treatment were fixed and classical histology procedures were carried out, with stain HE. The salinity and the water temperature of the sea were measured weekly and diary, respectively. The seeds from the ropes of the long line suffered intense predation in the summer. In the following months there was no significant difference in the loss of animals between both treatments. The young Perna perna mussels are more vulnerable to predators than adult individuals. Besides predation, questions related with handling techniques and the excess of seeds in each rope can be causes for loss of animals. The prevalence of the trematod Bucephalus sp. was low (5.11%). There was a correlation between the lower temperatures and the frequency of this parasite, there being a greater incidence of Bucephalus sp. in the winter. Key words: mussel, Perna perna, loss, predation, histology, Bucephalus sp..

(11) INTRODUÇÃO Os moluscos são o segundo maior grupo animal em diversidade, com cerca de 35.000 espécies fósseis e mais de 50.000 espécies vivas descritas (Ruppert & Barnes, 1996). Entre eles, os bivalves marinhos são os mais abundantes (Russel-Hunter, 1983). Na Classe Bivalvia, também chamada de Pelecypoda ou Lamellibranchia estão, entre outros, os mexilhões, ostras e berbigões. Dentre as características desses moluscos, estão o corpo e o pé lateralmente comprimido e a concha composta por duas valvas articuladas, que envolvem completamente o animal. São desprovidos de cabeça distinta, por isso denominados Acephala (Oliveira, 1969) e a cavidade do manto é a mais espaçosa dentre todas as classes de moluscos. A maioria dessas características representa modificações que permitiram aos bivalves tornarem-se escavadores de fundos macios, para os quais a compressão lateral do corpo é bem adequada. As adaptações originais à escavação na lama e na areia levaram a classe tão longe na rota da especialização que eles se tornaram predominantemente presos a uma existência sedentária (Ruppert & Barnes, 1996). Em relação à reprodução, as espécies podem ser dióicas ou hermafroditas. A fecundação é externa, ocorrendo no ambiente aquático. Na desova, a emissão dos gametas é estimulada por fatores físicos ou climáticos, principalmente pelo aumento na concentração de nutrientes no meio e pela variação repentina da temperatura ou da salinidade da água. A nomenclatura que divide o processo de maturação sexual dos mexilhões adultos em estádios foi proposta por Lunetta (1969). Esse método é o mais utilizado por pesquisadores brasileiros e tem a vantagem de determinar os estádios a olho nu, através da simples observação macroscópica do manto, permitindo distinguir os diferentes estádios do ciclo sexual. As brânquias usualmente são muito grandes, assumindo a função de coletar alimento e realizar as trocas gasosas. São organismos filtradores e a sua alimentação consiste de fitoplâncton e matéria orgânica particulada em suspensão, além do zooplâncton que completa a sua dieta (Rosa, 1994). Os mexilhões têm grande importância ecológica, seja criando condições para o estabelecimento de diversas espécies e removendo grande quantidade de matéria em suspensão da coluna de água além de atuarem como bio-indicadores em avaliações dos níveis de poluição costeira (Seed, 1976). Suchanek (1986) afirma que os mexilhões, representantes da família Mytilidae, possuem uma incrível habilidade para dominar costões rochosos em todos os continentes. Tal sucesso é mais pronunciado em ambientes expostos ou semi-expostos de clima.

(12) 2. temperado,. especialmente. em. substratos. horizontais. ou. levemente. inclinados.. O. desenvolvimento do bisso nos adultos permite a exploração e dominância de rochas já habitadas. Associada à evolução do aparato do bisso, está a redução da região anterior do corpo e alargamento da região posterior e a concha equivalve. A intensa produção de larvas e o rápido crescimento em ambientes eutrofizados propiciam aos mexilhões a dominância na competição por espaço (Suchanek, 1985). Com raras exceções, em locais expostos ou moderadamente expostos, os mitilídeos são os pioneiros na formação de uma complexa comunidade nas rochas litorâneas, onde oferecem refúgio e habitat para uma série de organismos a ele associados (Bayne, 1976). Por isso são considerados bioatratores de diversidade. Segundo Suchanek (1986), a natureza diversificada de algumas destas associações vem sendo conhecida há muitos anos e parece estar relacionada com a idade e a complexidade estrutural da matriz física da população de mexilhões. Alguns autores (como Reusch & Chapman, 1997; Dürr & Wahl, 2004 e Enderlein & Wahl, 2004) afirmam que, na presença de predadores, a diversidade da comunidade é mais alta que na sua ausência, podendo dobrar de tamanho, sugerindo um controle da dominância dos mexilhões por tais consumidores. A predação por caranguejos bentônicos regula a abundância e a composição das espécies animais nas comunidades estuarinas e marinhas (Wilson, 1991; Mistri 2004), além de promover a transferência de energia no ambiente. A alta mortalidade causada pelos predadores pode ter conseqüências importantes na manutenção da população da presa e representar um grande perigo no sucesso dos cultivos de bivalves marinhos. Graças à sua alta produtividade, os mexilhões vêm sendo utilizados na alimentação do homem ao longo do tempo, tendo uma história de extração e cultivo há mais de 700 anos (Suchanek, 1986). Foram encontradas conchas do mexilhão azul, Mytilus edulis, em cozinhas datadas de 6000 a.C. No século 19, eles eram consumidos pela maioria dos países europeus, sendo utilizados como alimento, isca de peixe e fertilizante (FAO, 2005). Os mexilhões representam importante fonte de alimento em muitas partes do mundo e tem grande potencial pelo seu grande valor nutritivo (Andreu, 1976). A boa adaptação às condições adversas do ambiente como variação de salinidade e temperatura além da grande disponibilidade de larvas fazem dele o “candidato ideal para a aqüicultura”, como cita Hickman (1992). O primeiro sistema de cultivo de mexilhão foi em “bouchots” e consistia na utilização de estacas de madeira enterradas no substrato, normalmente lodoso. Este método ainda persiste e é praticado quase que exclusivamente na França (Marques, 1998)..

(13) 3. Ferreira e Magalhães (2004) descrevem que os sistemas de cultivo predominantes são os suspensos flutuantes, com estruturas do tipo balsa ou espinhel, largamente difundidos nos cultivos comerciais, desde a Ásia (China, Malásia), Europa (principalmente Espanha e França), até as Américas (Canadá, Estados Unidos, Chile, Venezuela e Brasil). Dados da FAO (2005) mostram que a aqüicultura está em rápida expansão nos últimos anos em países como China, Nova Zelândia, Tailândia, Espanha, França e Brasil, com cerca de 10% de crescimento anual desde 1980. Comparativamente, a produção de carne de gado cresceu ao redor de 3% ao ano no mesmo período. Em 1998, a produção mundial de crustáceos e moluscos alcançou 117.2 milhões de toneladas. Um quarto do peixe comido hoje no mundo é proveniente da aqüicultura. Enquanto a produção total do setor de pesca decaiu 3.4% em dez anos, a da aqüicultura mais que dobrou em 1998 (FAO, 2005). Com a franca expansão da população mundial, com projeções atuais de 9 a 10 bilhões pessoas em 2050, a tendência é a exploração completa de quase todos os recursos pesqueiros naturais. Deste modo, o desafio da aqüicultura no novo milênio é crescer de maneira sustentável para ser uma segura fonte de alimento e de desenvolvimento econômico do mundo. O mexilhão Perna perna possui ampla distribuição geográfica, é resistente às variações ambientais de temperatura e salinidade, além da grande capacidade adaptativa e reprodutiva. Os casos de hermafroditismo nessa espécie são bastante raros, como descritos por Magalhães (1998). Tais características, aliadas à sua taxa de crescimento e ao seu alto valor protéico, conferem à espécie boas qualidades para seu cultivo em escala comercial, cultivo este denominado mitilicultura (Magalhães, 1985; Marques, 1998). No Brasil a mitilicultura é uma atividade em expansão. A produção catarinense de mexilhão vem aumentando a cada ano. Oliveira Neto (2005) afirma que a produção passou de 500 ton. para 1.000 ton. em 91/92, 1.200 ton. em 92/93, chegando a 10.000 ton. em 2000. No ano de 2004, a produção de mexilhões cultivados em Santa Catarina alcançou 9800 ton. Toda a produção brasileira de cultivo é da espécie Perna perna, totalmente proveniente de pequenos produtores, que ultrapassam o número de 1.000 só em Santa Catarina (Ferreira e Magalhães, 2004) abastecendo o mercado catarinense e o nacional com um molusco nativo encontrado em grande parte do litoral brasileiro (Epagri, 2005). Klappenbach (1965) afirma que o mexilhão Perna perna é o maior mitilídeo brasileiro, sendo muito abundante entre o litoral do Espírito Santo e Santa Catarina. Esses animais podem.

(14) 4. ser facilmente observados por serem organismos sésseis na maior parte do seu ciclo de vida e por ocorrerem com maior freqüência na região entre-marés. No litoral de Santa Catarina esta espécie é a mais abundante e apreciada, apresentando um crescimento bastante rápido em cultivo, passando de 2 cm para 6 a 8 cm no período de 6 a 8 meses (Ferreira e Magalhães, 1989). Fatores bióticos como predação e competição intraespecífica (Griffths, 1981) e interespecífica, principalmente por espaço, contribuem grandemente para limitar a sobrevivência do mexilhão durante os seus primeiros meses de crescimento (Seed, 1969; Dayton, 1973; Paine, 1976). A predação por peixes é extremamente severa em algumas áreas e é mais comum em águas rasas. Peixes das espécies Pseudolabrus celidotus e Chrysophrys auratus são responsáveis por grandes prejuízos em cultivos da Nova Zelândia e representam um contínuo problema, já que os últimos são capazes de predar mexilhões Perna canaliculus com até 90 mm de comprimento. Waterstrat et al. (1980), verificou na Baía de Punget Sound, lado pacífico do Canadá, uma queda na produção de mexilhões de aproximadamente 80% por predação e doença, sendo os principais predadores Melanitta deglandi (pato marinho), M. perspicillata (pato comum), Pigaster ochraceus e Evasterias troschelli (estrelas-do-mar) e peixes. O parasita encontrado foi o trematódeo Bucephala islandica. Outros predadores ainda são citados, como siris, caranguejos, vermes, gastrópodes e peixes. É na fase larval que ocorre a maior mortalidade, podendo chegar a 99%, principalmente devido à falta de substratos adequados e em quantidade suficiente (Bayne, 1976). Organismos sésseis que tem sua fase larval planctônica, muitas vezes no final dessa fase se fixam sobre o primeiro substrato que encontram. Segundo Hickman (1979), o assentamento das larvas de mexilhão é determinado por vários fatores, incluindo temperatura da água, correntes e ventos, variando com a estação do ano, profundidade e com a competição com outras espécies. Em alguns locais, as comunidades de organismos incrustantes podem se tornar um problema para um cultivo de mexilhões, dependendo da quantidade e do tipo de organismos aderidos sobre esses bivalves. As comunidades incrustantes podem causar mortalidade principalmente nos juvenis (popularmente denominados sementes), reduzir a razão de crescimento pela dificuldade na abertura das valvas, impedindo a entrada de água e alimento (Witman & Suchanek, 1984). Podem causar também problemas de flutuação nas estruturas de cultivo suspenso, diminuir a captação de sementes pela competição por espaço, reduzindo a superfície disponível para a fixação das larvas de mexilhões (Waterstrat et al., 1980)..

(15) 5. Nos indivíduos adultos, a incrustação pode diminuir a capacidade reprodutiva através da redução dos tecidos do corpo e/ou desenvolvimento gamético (Paine, 1976; Witman, 1986), podendo até mesmo romper as cordas de cultivo pelo excesso de peso. Witman & Suchanek (1984) estimaram que em mexilhões com algas fixadas, a força da corrente aumentou de 2 a 6 vezes, aumentando o risco de deslocamento. Nos mexilhões, o mecanismo responsável pela diminuição da capacidade reprodutiva está relacionado ao grande gasto energético na produção de mais bisso para se manterem fixos, ao invés de produzir gametas ou crescer (Suchanek, 1986). Anelídeos poliquetas podem formar tubos calcários, de areia ou de lama sobre a concha do mexilhão, podendo vir a quebrar a concha do molusco, o qual é forçado a ter um gasto maior de energia para consertar a concha e cobrir a parte do corpo que ficou exposta (Quayle & Newkirk, 1989). Figueras (1987) observou que mexilhões muito infestados pelo poliqueta Polydora ciliata foram os mais vulneráveis à ação de predadores como Cancer pagarus, Cancer maenas, Haematopus ostralegus entre outros. Freitas (1997) lista o grande número de espécies associadas a mexilhões cultivados na Ilha de Ratones/SC e relaciona o papel de cada uma na comunidade, estando os competidores e predadores bem representados principalmente por poríferos, cnidários, turbelários, poliquetas, equinodermas, moluscos, crustáceos e peixes. O desenvolvimento industrial de moluscos e a introdução e transferência de diferentes espécies cultiváveis em novos ambientes têm aumentado os riscos de disseminar parasitas e doenças em todo o mundo, já que os bivalves marinhos possuem um largo espectro de parasitas e microorganismos que podem causar mortalidade em massa, resultando em perdas econômicas importantes. Os estudos de patologia de moluscos são relativamente recentes e se desenvolveram a partir dos anos 50, principalmente nas espécies cultiváveis, já que podem provocar grandes perdas econômicas. Os fatores fisiológicos estão freqüentemente associados às interações ambientais e as suas conseqüências podem afetar a sobrevivência de larvas e adultos por alimentação insuficiente, por carência de algum componente essencial para o seu crescimento, pela perda da capacidade reprodutiva ou diminuição de resistência às enfermidades (Bautista, 1989). Patologias em ostras são mais conhecidas e estudadas. Calvo et al. (2003) relatam que na costa atlântica dos Estados Unidos, populações de ostras Crassostrea virginica têm sido.

(16) 6. devastadas por doenças causadas pelos protozoários Perkinsus marinus, popularmente conhecido por Dermo, e por Haplosporidium nelsoni, popularmente denominado MSX (Bower et al., 1994). Infecções pelos protozoários Bonamia ostreae, Marteilia refringens e Perkinsus marinus em Ostrea edulis e em Crassostrea virginica (Bower et al. 1994) são alguns dos fatores responsáveis pelas altas mortalidades em cultivos. Nas últimas décadas, mortalidades em massa resultaram na eliminação da produção em escala industrial da ostra na Virginia (EUA), tendo as áreas destinadas para o cultivo decaído de 3,3 milhões de alqueires em 1950 para 5000 alqueires em 2001. O copépoda Mytilicola intestinalis é um dos poucos exemplos de parasitas capazes de provocar mortalidade significativa nas populações de mexilhão Mytilus edulis e foi responsável por grandes perdas em cultivo entre os anos de 1982 a 1984 no norte da Inglaterra (Blateau et al., 1992). Análises histológicas realizadas por Figueras et al. (1991) em cultivos no Ria de Arosa, Espanha, apontaram este parasita em mais de 80% da amostra. O gênero Bucephalus é o parasita mais comum em bivalves cultivados. O estágio adulto do ciclo de vida deste Trematoda se completa em espécies de peixes ou aves. Os sintomas da infecção são destruição dos tecidos e castração. A mortalidade geralmente é baixa, porém a alta infestação em alguns casos pode ser responsável pelo colapso da população (Bower, 1992). Em geral, os trematódeos são os parasitas mais patogênicos para os mexilhões, uma vez que parasitas das famílias Bucephalidae e Fellodistomidae utilizam este bivalve como hospedeiro primário no seu ciclo de vida, seja no estágio larval de esporocisto ou de cercária. Segundo Magalhães (1998), a partir de um ovo liberado nas fezes do hospedeiro definitivo, eclode o miracídeo, uma larva ciliada que penetra no molusco juntamente com a água que entra por filtração. O molusco passa a ser o primeiro hospedeiro intermediário. O miracídeo então forma os esporocistos, que são estruturas ramificadas em forma de sacos que contém massas germinais, a partir das quais desenvolvem-se as cercárias. Estas, quando maduras, abandonam o primeiro hospedeiro intermediário e penetram no segundo hospedeiro intermediário (peixe), transformando-se em uma larva metacercária que se encista nos tecidos. Quando esse peixe é devorado por um peixe carnívoro (hospedeiro definitivo) ocorre a última fase do desenvolvimento do parasita para a forma adulta, que se aloja no intestino. Na África do Sul, o mexilhão Perna perna pode chegar a uma taxa de infestação por esses vermes chatos de até 62%. Infestações graves afetam seriamente a gametogênese, causando castração e morte do indivíduo. Calvo-Ugarteburu & McQuaid (1998) estudaram o efeito da infestação parasitária em mexilhões Perna perna e Mytilus galloprovincialis e diagnosticaram.

(17) 7. duas espécies de parasitas trematódeos que infestam o mexilhão P. perna: metacercárias do gênero Proctoeces e esporocistos de bucefalídeos. Os autores concluíram que mexilhões infestados por bucefalídeos eram mais frágeis e fáceis de se abrir, perdendo significativamente mais água que os indivíduos não infestados, possivelmente porque suas valvas não fechavam adequadamente. Os esporocistos de bucefalídeos tiveram um efeito severo na reprodução, castrando o hospedeiro. Silva (1995) e Silva et al. (2002) estudaram o efeito do parasita Bucephalus sp. (Trematoda – família Bucephalidae) em mexilhões Perna perna cultivados na Ilha de Ratones/SC e observaram grande redução na quantidade de gametas produzidos pelo mexilhão infestado, aliada à substituição dos tecidos do hospedeiro pelos do parasita. No antigo cultivo experimental de mexilhões do Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina, localizado nos arredores da Ilha de Ratones Grande – Florianópolis/SC, Silva et al. (1996) registraram a ocorrência de 4% dos indivíduos P. perna com Bucephalus sp. Na Ilha de Santa Catarina, Magalhães et al. (2000) registraram a prevalência deste parasita infectando 49% da população de mexilhões de estoques naturais. Pela sua grande importância econômica, o reconhecimento e quantificação das perdas em cultivos de mexilhão Perna perna por parasitismo e por predação são necessários, uma vez que podem contribuir para um melhor entendimento da biologia do molusco e da ecologia dos cultivos, permitindo a tomada de medidas que visem minimizar perdas na mitilicultura..

(18) 8. PERDAS DE SEMENTES DE MEXILHÕES Perna perna (L., 1758), CULTIVADOS NA BAÍA NORTE - ILHA DE SANTA CATARINA/SC. Andréa Ricetti COCHÔA1*, Aimê Rachel Magenta MAGALHÃES2. RESUMO. Este estudo objetivou quantificar as perdas de sementes (jovens mexilhões) no cultivo e discutir as principais causas, especialmente as ocasionadas por predadores e parasitas. O experimento ocorreu na Praia da Ponta do Sambaqui, no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005. Foram confeccionadas 54 cordas de mexilhões, contendo 600 sementes cada. Metade das cordas foram dispostas em um espinhel de cultivo e protegidas com malha de traineira, sendo mensalmente retirada essa proteção de três delas. As outras 27 cordas permaneceram em um tanque-rede. Por mês, eram coletadas três cordas de cada tratamento e feitas as contagens. Foram fixadas amostras de 30 animais de cada tratamento, sendo realizados procedimentos clássicos de histologia, com coloração HE. A salinidade e temperatura da água do mar foram medidas, respectivamente, de forma semanal e diária. As sementes das cordas no espinhel sofreram intensa predação no verão. Nos meses seguintes não houve diferença significativa na perda de animais entre os 2 tratamentos. Os mexilhões Perna perna jovens são mais vulneráveis ao ataque dos predadores que indivíduos adultos. Além da predação, podem ser causas de perdas questões relacionadas às técnicas de manejo e excesso de sementes por corda. A prevalência do trematódeo Bucephalus sp. foi baixa (5,11%). Há relação entre o inverno e maior prevalência desse parasito.. Palavras-chave: mexilhão, Perna perna, perda, predação, histologia, Bucephalus sp. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________. Curso de Pós-graduação em Aqüicultura, CCA, UFSC, Florianópolis, SC, Brasil. E-mail: andrea_cochoa@yahoo.com.br 2 Departamento de Aqüicultura, CCA, UFSC, Florianópolis, SC, Brasil. E-mail: rachel@cca.ufsc.br Endereço/Address: Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Aqüicultura – Rodovia Ademar Gonzaga, 1346, Itacorubi, CEP: 88034-001, Florianópolis, SC, Brasil. Bolsista da Capes * 1.

(19) 9. LOSS OF Perna perna MUSSEL SEEDS (L., 1758), CULTIVATED IN NORTH BAY – SANTA CATARINA ISLAND/SC - BRAZIL. ABSTRACT. This study had the objective of quantifying seed loss in the culture of young mussels as well as discussing the main causes of this loss, especially that derived from predators and parasites. The experiment was carried out in Ponta do Sambaqui beach, between December of 2004 and August of 2005. Fifty four mussel ropes were prepared, containing 600 seeds/m each. Half the ropes were disposed in a long line and protected with a fishing net. This protection was removed from three of them every month. The other 27 ropes remained in a net-tank. Every month three ropes from each treatment were collected and the mussels counted. Thirty animals from each treatment were fixed and classical histology procedures were carried out, with stain HE. The salinity and the water temperature of the sea were measured weekly and diary, respectively. The seeds from the ropes of the long line suffered intense predation in the summer. In the following months there was no significant difference in the loss of animals between both treatments. The young Perna perna mussels are more vulnerable to predators than adult individuals. Besides predation, questions related with handling techniques and the excess of seeds in each rope can be causes for loss of animals. The prevalence of the trematod Bucephalus sp. was low (5.11%). There was a correlation between the lower temperatures and the frequency of this parasite, there being a greater incidence of Bucephalus sp. in the winter.. Key words: mussel, Perna perna, loss, predation, histology, Bucephalus sp..

(20) 10. INTRODUÇÃO. Para muitas áreas continentais e costeiras do mundo, a única possibilidade de aumentar a disponibilidade de alimentos para a população é através da aqüicultura. DAHLBÄCK e GUNNARSSON (1981) afirmam que, por serem filtradores, o cultivo de moluscos bivalves é considerado de baixo impacto ambiental se comparado com o de outros animais. Apesar do Brasil oferecer condições climáticas ideais para a mitilicultura, denominação do cultivo de mexilhões, esta é uma atividade recente, cuja produção comercial ainda é pequena. O Estado de Santa Catarina responde pela maior produção de mexilhão Perna perna do país, tendo produzido mais de 9.000 toneladas desse molusco no ano de 2004. A produção foi maior em 2000, com 11.365 ton e caiu nos anos posteriores, tendo como principal causa problemas na obtenção de sementes (jovens mexilhões) (OLIVEIRA NETO, 2005). Há necessidade de melhor obtenção dos jovens mexilhões, através de coletores manufaturados e de melhor aproveitamento das sementes obtidas. Esse último item inclui detectar e quantificar as perdas de sementes em cultivo de mexilhões, para nortear melhorias no manejo dos animais no sistema de cultivo. De acordo com SEED (1976), dentre todos os fatores responsáveis pela mortalidade de mexilhões, a predação aparece como o fator principal. Muitas são as espécies que se alimentam desses bivalves, tais como os gastrópodes (SOTO et al., 2004), estrelas-do-mar (INGLIS e GUST, 2003), siris (DeGRAAF e TYRRELL, 2004), pássaros (HAMILTON e NUDDS, 2003) e peixes (LAPPALAINEN et al., 2004). Em ambientes naturais, o principal papel exercido pelos predadores é controlar a população de mexilhões, cuja taxa de reprodução é alta devido à intensa liberação de gametas. No oeste do Mar Báltico, o mexilhão Mytilus edulis é um competidor dominante por espaço. Caso não haja predação, ele elimina outros organismos sésseis, podendo formar monoculturas (ENDERLEIN e WAHL, 2003). Além da predação, parasitas e questões relativas ao manejo das sementes podem também trazer perdas de animais no cultivo. Dentre o Filo Mollusca, os bivalves marinhos possuem um grande espectro de parasitas e microorganismos que podem causar altas mortalidades e gerar perdas econômicas importantes para as espécies cultiváveis (BOWER et al., 1994)..

(21) 11. No geral, os trematódeos digenéticos são os mais patogênicos para os mexilhões, já que as larvas de bucefalídeos são os parasitas mais freqüentes e importantes nos bivalves marinhos (BOWER et al., 1994). Tais microorganismos são conhecidos por causar castração pela severa infestação dos tecidos reprodutivos de bivalves (MAGALHÃES, 1998; SILVA et al., 2002). No nordeste do Oceano Atlântico, BOWER e FIGUERAS (1989) reportam o trematoda bucefalídeo Prosorhynchus squamatus como responsável pela debilidade do músculo de Mytilus edulis, com conseqüente abertura da concha, acarretando problemas de comercialização do animal. Pelo fato do mexilhão ser o seu primeiro hospedeiro intermediário, o ciclo de vida do trematódeo não está completamente elucidado, porém os peixes carnívoros são possivelmente os hospedeiros definitivos deste patógeno. Em mexilhões do hemisfério sul há registro de Bucephalus chilensis como parasita da espécie Semimytilus algosus no sul do Chile (LASIAK, 1991). Na Argentina, SZIDAT (1965) relata a presença de formas adultas de B. urophyci no intestino do peixe abrótea (Urophycis brasiliensis), encontrado próximo aos estoques de mitilídeos. CHAVES e LUQUE (1998) encontraram Bucephalus varicus em peixes da espécie Menticirrhus americanus nos Estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina. PEREIRA Jr. et al. (1996) observaram que, no sul do Brasil, B. varicus utiliza os peixes Micropogonias. furnieri. e. Urophycis. brasiliensis. como. segundo. e. último. hospedeiro,. respectivamente. Esses autores citam que o mexilhão Perna perna poderia ser o primeiro hospedeiro intermediário, mas não o detectaram nos moluscos de lá. A bucefalose, também conhecida como doença laranja, provoca a castração do mexilhão em decorrência do grande potencial reprodutivo das larvas do Bucephalus sp., que proliferam dentro dos tecidos do hospedeiro, ramificando intensamente o esporocisto. Como tais estruturas apresentam coloração alaranjada, o animal parasitado adquire esta pigmentação característica, principalmente em estágios mais avançados da infestação. O presente trabalho objetivou detectar índices de perdas de mexilhão Perna perna por parasitismo e predação, através de análise comparativa de cordas de mexilhão provenientes de cultivo protegidas e expostas, e discutir demais fatores que possam implicar em perdas de animais na mitilicultura..

(22) 12. MATERIAL E MÉTODOS. O material biológico utilizado nesse estudo foi o molusco bivalve marinho Perna perna (Linnaeus, 1758) (Bivalvia, Mytilidae). Segundo KLAPPENBACH (1965) é o maior mitilídeo brasileiro. O padrão de crescimento de mexilhões em cultivo varia, dependendo do local e da época do seu início. No entanto, de maneira geral em Santa Catarina, os mexilhões tem atingido, a partir de sementes, o tamanho comercial de 7 a 9 cm de comprimento em cerca de 8 meses (FERREIRA et al., 1991). O experimento foi realizado no período de dezembro de 2004 a agosto de 2005 na Praia da Ponta do Sambaqui, situada na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, onde está implantado o cultivo experimental de moluscos do Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) do Departamento de Aqüicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (Fig. 1). Foram preparadas e organizadas em um espinhel, 27 cordas de 1 m, contendo 600 sementes de Perna perna cada. O mesmo procedimento, contendo o mesmo número de cordas e sementes foi realizado na mesma época, mas as cordas foram introduzidas em um tanque-rede. Este tinha as dimensões de 1,5 m x 2,5 m x 2,5 m, malha de 15 mm, montado em uma balsa flutuante.. Figura 1. – Região de Florianópolis com destaque para a Praia do Sambaqui, área do cultivo experimental do Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC..

(23) 13. Inicialmente, cada corda do espinhel recebeu uma proteção externa feita com rede de traineira com malha de 1,0 cm entre-nós, a fim de impedir que os predadores atacassem os mexilhões. Mensalmente, foi retirada essa proteção de 3 delas para que os bivalves ficassem expostos por um período de 30 dias. Após este período de exposição, estas três cordas do espinhel e outras três do tanque-rede eram retiradas da água. De cada uma foi realizada a contagem do número de animais vivos. 100 animais de cada tratamento foram escolhidos aleatoriamente para a obtenção dos dados biométricos. Durante todo o experimento, houve monitoramento semanal das cordas a fim de acompanhar o processo de perdas de mexilhões ocasionado por despencamento e pela predação, verificada através de mordidas nas conchas. Também semanalmente foram registrados os valores de salinidade e, diariamente, de temperatura da água do mar. Mensalmente o tanque-rede foi retirado do mar com o auxílio da embarcação e levado até a praia para limpeza com jato d’água, a fim de retirar o fouling sobre as malhas, já que este diminui a circulação de água dentro do tanque-rede e poderia vir a comprometer a taxa de filtração dos bivalves. Os peixes que eventualmente entravam no tanque-rede eram removidos durante o manejo. O teste estatístico não-paramétrico de Kruskal-Wallis (α=5%) foi empregado para identificar as possíveis variações na perda de mexilhões entre os tratamentos utilizados e correlacioná-las com os meses do ano. Para a realização da análise histológica, mensalmente foram coletados 30 a 60 animais em cordas de cultivo. Com um paquímetro fez-se a biometria destes animais que, em seguida, foram abertos com um bisturi inserido entre as valvas para secção do músculo adutor posterior. Realizou-se, então, análise macroscópica dos mexilhões com o intuito de encontrar evidências da presença de parasitas, especialmente Bucephalus sp. Para as preparações histológicas, foram realizados cortes transversais na diagonal de cada animal, a fim de obter amostra de todos os tecidos, conforme recomendação de HOWARD et al. (2004). Estas partes então foram fixadas em solução de Davidson marinho por 48h e posteriormente transferidas para solução de álcool 70%. Após a fixação, as amostras foram preparadas segundo procedimentos histológicos convencionais e foi feita a inclusão em parafina. Em um micrótomo manual, os tecidos foram cortados com 7µm de espessura e corados com hematoxilina de Harris e eosina (HE). As lâminas foram analisadas em microscópio óptico e registros fotográficos foram realizados quando necessário..

(24) 14. A prevalência de parasitas Bucephalus sp. em mexilhões Perna perna foi estimada através do cálculo percentual dos animais infestados. Para verificar a interação entre o grau de parasitismo dos mexilhões e as estações do ano, foi utilizado o Teste de comparação entre médias segundo Tukey (ZAR, 1996). De março a agosto de 2005, tendo em vista o rápido crescimento dos mexilhões no verão e a fim de verificar possíveis diferenças na intensidade da predação das sementes ao longo do ano, mensalmente foram confeccionadas e colocadas no espinhel pequenas cordas de cultivo, com 100 sementes de mexilhão Perna perna cada. Uma destas ficou exposta aos predadores por 30 dias, sendo depois retirada da água e feita a análise das perdas. Nessa ocasião era substituída por nova corda de sementes. Este experimento paralelo foi denominado série curta..

(25) 15. RESULTADOS E DISCUSSÃO. As médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar no cultivo do LMM estão representadas na Fig. 2. Os valores de salinidade apresentaram pouca variação, com média de 33,8±0,8‰. Os valores de temperatura da água do mar sofreram uma maior variação, com média mínima e máxima de 16,8±0,8 e 25,4±1,1°C, respectivamente.. 40. 30. salinidade (‰) temperatura (°C). 20. 5. o/ 05 ag. ju l/0. 05 ju n/. /0 5 m ai. r/0 5 ab. 5. /0 5 m ar. fe v/ 0. 05 ja n/. de. z/ 04. 10. Figura 2. Médias mensais de temperatura e salinidade da água do mar, no cultivo de mexilhões Perna perna, ao longo do experimento.. A perda de mexilhões Perna perna jovens, das cordas organizadas no espinhel, foi intensa nos meses de dezembro de 2004 a março de 2005. Nesta época do ano houve muitos peixes carnívoros no ambiente de cultivo, especialmente a canhanha (Archosargus rhomboidalis L., 1758), o peixe-porco (Stephanolepis sp. Gill, 1861) e a corvina-preta (Pogonias cromis L., 1766), também conhecida por burriquete ou miraguaia. Os sinais de predação foram abundantes nas conchas dos animais (Fig. 3). Em estudo feito na Ilha de Ratones, próxima à Praia da Ponta do Sambaqui, FREITAS (1997) identificou taxonomicamente vários predadores de mexilhões, como platelmintos, gastrópodes, equinodermos, peixes e aves. No verão, é comum observar os maricultores da região protegendo suas cordas de mexilhão com malha de traineira. A partir de abril não houve diferenças significativas na perda de mexilhões (P>0,05) nas cordas de cultivo dos dois tratamentos, apesar da quantidade de indivíduos vivos nas cordas do tanque-rede ter sido menor (P<0,05) nos meses finais do experimento (julho e agosto) (Fig. 4)..

(26) 16. Figura 3. Sinais de predação em sementes de mexilhões Perna perna.. Ao final do experimento, as perdas médias de mexilhão Perna perna nas cordas de cultivo, foram de 48,78% no espinhel e de 23,35% no tanque-rede.. 100. perdas (%). 80 60 40. tanque-rede. 20. espinhel. ago/05. jul/05. jun/05. mai/05. abr/05. mar/05. fev/05. jan/05. dez/04. 0. Figura 4. Percentual da perda média de mexilhões Perna perna cultivados..

(27) 17. A partir do comprimento médio de 65,3 ± 0,3 mm, aumentou a perda de indivíduos no tanque-rede, por despencamento. Com efeito, durante o manejo, a remoção dos animais das cordas provenientes do tanque-rede ocorria mais facilmente que as do espinhel. Uma possível explicação para essa perda é o fato das cordas de cultivo protegidas pelo tanque-rede sofrerem menor ação das correntes e marés. Com isso, os mexilhões ficariam menos aderidos uns aos outros, em um arranjo menos denso que os do espinhel. Além disso, no inverno houve grande fixação de colônias de hidrozoários (Ectopleura warreni Ewer, 1953) sobre os mexilhões do tanque-rede. Os hidrozoários provocam um aumento no peso do sistema de cultivo, além de servir como substratos para outros organismos jovens, como sementes de mexilhões e outros moluscos. De acordo com SUCHANEK (1986), os organismos incrustantes são as principais causas de mortalidades em populações de moluscos. Neste trabalho, foram inseridas 600 sementes de mexilhões/m de corda, o que corresponde a 1,2 +0,4 Kg de peso, em média. Ao final do experimento, quando os indivíduos apresentavam comprimento médio de 67,8 ± 7,3 mm e as cordas peso médio de 17,9 ± 1,5 Kg, foi verificado o desprendimento de grande parte dos mexilhões em duas cordas do tanque-rede, representando perda média de 45,2%. Este despencamento pode estar relacionado com o menor investimento em bisso por parte dos mexilhões neste tratamento ou até mesmo pela sobrecarga da corda de cultivo devido ao excesso de sementes. Sugere-se o teste com menor quantidade de sementes m-1 de corda, para avaliar a sobrevivência dos indivíduos e uma maior produtividade do cultivo. Nas cordas de cultivo que continham inicialmente 100 animais, denominada série curta, houve perda de mexilhões em todos os meses, com média de 20% (Fig. 5). O aumento do número de indivíduos mortos foi mais elevado em maio (33%) e em agosto (37%). Os resultados deste estudo indicam que, apesar da predação de mexilhões jovens ocorrer em todos os períodos ao longo do experimento, ela é sazonal, ocorrendo especialmente no verão, havendo possivelmente migração de parte dos predadores para outras áreas a partir do outono..

(28) 18. perda de sementes (%). 40. 30. 20. 10. 0 ago/05. jul/05. jun/05. mai/05. abr/05. mar/05. Figura 5. Perdas de sementes de mexilhões em cordas de cultivo contendo 100 animais.. O número total de mexilhões Perna perna coletados ao longo do trabalho foi de 450 animais. Destes, 23 encontravam-se com bucefalose, perfazendo uma média de 5,11% da amostra. A ocorrência do parasita Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna provenientes do cultivo do LMM-UFSC variou de 0 a 10% ao longo do experimento. A maior incidência do parasita nos mexilhões analisados ocorreu nos meses de junho, julho e agosto (Fig. 6). Ao relacionar as estações do ano com a freqüência de parasitas encontrados nos mexilhões, o teste de comparação de médias indicou uma forte correlação de Bucephalus sp. com o inverno, mostrando que nesta estação há um aumento no número de animais parasitados. Ainda de acordo com a análise estatística, a presença do trematódeo no outono não foi significativa, apesar dele ser encontrado em todos os meses desta estação. Semelhante aos resultados do presente trabalho, SILVA et al. (2002) perceberam que no inverno a bucefalose ocorre com maior freqüência nos mexilhões, apesar de não encontrarem sazonalidade na prevalência da enfermidade. A evidência é que peixes migratórios provavelmente vindos do sul, no inverno, lancem os ovos do parasita na água. Essa hipótese, porém, precisa ser verificada em trabalhos futuros. A prevalência da infestação não foi observada no verão, possivelmente porque foi a época do início do cultivo e os indivíduos eram pequenos (27,8 + 4,5 mm a 45,3 + 5,8 mm). Só foi verificada bucefalose em mexilhões com um comprimento médio de 49,2 + 3,4 mm. O manto dos animais parasitados apresenta aspecto macroscópico de coloração laranja,.

(29) 19. ficando mais intenso conforme o avanço da parasitose (Fig. 7). Em 8,3% da amostra de mexilhões a infestação só foi identificada após análise microscópica, sem evidências morfológicas externas, quando no início da doença.. 10. Prevalência (%). 8 6 4 2 0 ago/05. jul/05. jun/05. mai/05. abr/05. mar/05. fev/05. jan/05. dez/04. Figura 6. Percentual da prevalência do Trematoda Bucephalus sp. nos mexilhões Perna perna de cultivo.. MAGALHÃES (1998) também observou diferenças na prevalência de Bucephalus sp. em mexilhões Perna perna em relação ao seu comprimento. De acordo com a autora, em mexilhões de até 30 mm não foi constatada a presença de bucefalose, havendo um aumento gradativo na quantidade de animais parasitados, até a faixa de 60 a 70 mm. Esta correlação entre o comprimento do animal e a prevalência da enfermidade corrobora o aqui observado, confirmando que os mexilhões pequenos não são parasitados. Trabalhos a respeito da ocorrência deste parasita em Perna perna no litoral de Santa Catarina vem sendo feitos em diferentes localidades. SILVA et al. (1996) registraram a ocorrência de 4% de indivíduos Perna perna provenientes de cultivo com esse parasita. MAGALHÃES (1998) encontrou infestações de 3 a 5% em cultivos na Palhoça e na Penha respectivamente. Na Ilha de Santa Catarina, a prevalência da enfermidade chegou a 48,3% em populações deste bivalve de estoques naturais (MAGALHÃES et al., 2000). FERREIRA e MAGALHÃES (2004) relataram a incidência de Bucephalus sp. em mexilhões de estoques naturais e de cultivo variando de 2 a 6%. No entanto, no litoral do Estado de São Paulo, LUNETTA e UMIJI (1975) encontraram.

(30) 20. incidência de até 35% de mexilhões parasitados cultivados. Na África do Sul, foi observada a ocorrência de 40% de mexilhões Perna perna infectados por Proctoeces sp. e por larvas de bucefalídeos (LASIAK, 1993). Na Ria de Aveiro, Portugal, SANTOS e COIMBRA (1995) verificaram 4,2% do bucefalídeo Prosorynchus crucibulum em Mytilus edulis. Estes e outros trabalhos (SZIDAT, 1965; HEASMAN et al., 1996; KHAMDAN, 1998) indicam a grande variação na freqüência de infestação por parasitas trematódeos em bivalves marinhos.. Figura 7. Aspecto da bucefalose no tecido do mexilhão Perna perna. As barras correspondem a 50µm. A – aspecto macroscópico (setas: esporocistos); B – esporocisto (E) inserido na brânquia (B) do hospedeiro (coloração HE); C – esporocistos (E) de Bucephalus sp. entre o tecido conjuntivo (TC) do mexilhão (coloração HE); D – esporocistos (E) entre o tecido conjuntivo (TC) do hospedeiro com formação de cercária livre (C), pronta para ser eliminada (coloração HE).. No presente trabalho, a prevalência de parasita Bucephalus sp. em mexilhões Perna perna ocorreu entre os meses de junho e agosto de 2005. Estes dados corroboram as observações de MAGALHÃES (1998) que verificou a grande incidência de Bucephalus sp. nos meses de junho a.

(31) 21. setembro, em mexilhões com cerca de 60 a 70mm em plena atividade reprodutiva. FERREIRA e MAGALHÃES (2004) apontam o mês de setembro como o período em que ocorre uma grande eliminação de gametas deste bivalve. Uma possível explicação para esta correlação seria o fato do parasita se desenvolver preferencialmente no manto, próximo às regiões de tecidos reprodutivos, ricos em material de reserva. Deste modo, ele utiliza os estoques energéticos do hospedeiro, que seriam destinados à reprodução.. CONCLUSÕES. 1. A predação de sementes de mexilhões Perna perna, em sistema de cultivo de espinhel na região de Florianópolis, mostra evidências de sazonalidade; 2. A predação de sementes é intensa no verão, levando à necessidade de proteger as cordas, de forma individual ou coletiva; 3. A malha de traineira é um sistema eficaz para proteger da predação, as cordas com sementes de mexilhão em cultivo, de forma individual; 4. O tanque-rede, embora forneça proteção coletiva às cordas de mexilhões jovens, envolve maior custo e manuseio, além de acarretar maior perda de animais adultos por despencamento; 5. As perdas por predação em mexilhões cultivados, são significativamente menores em animais maiores (acima de 65 mm); 6. A bucefalose é a enfermidade parasítica de maior importância para essa espécie, até o momento; 7. O inverno se confirma como a época de maior prevalência de bucefalose, infestando animais com comprimento de concha superior a 49 mm..

(32) 22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. BOWER, S.M.; MCGLADDERY, S.E.; PRICE, I.M. 1994 Synopsis of infection diseases and parasites of commercially exploited shellfish. Annu. Rev. Fish Dis., 4: 1-199.. BOWER, S.M.; FIGUERAS, A.J. 1989 Infectious diseases of mussels, especially pertaining to mussel transplantation. Word Aquaculture Review, 20: 89-93.. CHAVES, N.D. e LUQUE, J.L. 1998 Trematódeos digenéticos parasitos de Menticirrhus americanus (Osteichthyes: Sciaenidae) no litoral do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Parasitol. día, 22: 33-37.. DÄHLBACK, B. e GUNNARSSON, L.A.H. 1981 Sedimentation and sulfate reduction under a mussel culture. Mar. Biol. 63: 269-275.. DeGRAAF, J.D. e TYRRELL, M.C. 2004 Comparison of the feeding rates of two introduced crab species, Carcinus maenas and Hemigrapsus sanguineus, on the blue mussel, Mytilus edulis. Northeastern Naturalist. 11(2): 163-166.. ENDERLEIN, P. e WAHL, M. 2003 Dominance of blue mussels versus consumer-mediated enhancemente of benthic diversity. Journal of Sea Research. 51: 145-155.. FERREIRA, J.F.F.; FERNANDES, M.W.; MAGALHÃES, A.R.M. 1991 Crescimento do mexilhão Perna perna (Linné, 1758) em sistemas de cultivo em Santa Catarina. In: XII Encontro Brasileiro de Malacologia, p. 32.. FERREIRA, J.F. e MAGALHÃES, A.R.M. 2004 Cultivo de Mexilhões. In: POLI, C.R.; POLI, A.T.B.; ANDREATTA, E.; BELTRAME, E. Aqüicultura - Experiências Brasileiras. Florianópolis: Multitarefa. p. 221-250.. FREITAS, M. 1997 Incrustações biológicas no mexilhão Perna perna (Mollusca, Bivalvia), cultivado na Ilha de Ratones, SC: efeito da exposição ao ar. Florianópolis: UFSC, Centro de Ciências Agrárias. 231p. (Dissertação, Mestrado)..

(33) 23. HAMILTON, D.J. e NUDDS, T.D. 2003 Effects of predation by common eiders (Somateria mollissima) in an intertidal rockweed bed relative to an adjacent mussel bed. Marine Biology, Berlim, 142(1): 1-12.. HEASMAN, M.P.; O`CONNOR, W.A.; FRAZER, A.W.J. 1996 Digenean (bucephalidae) infections in commercial scallops, Pecten fumatus Reeve, and doughboy scallops, Chlamys (Mimachlamps) asperrima (Lamarck) in Jervis Bay, New South Wales. Journal of Fish Diseases, 19: 333-339.. HOWARD, D.W.; LEWIS, E.J.; KELLER, B.J.; SMITH, C.S. 2004 Histological techniques for marine bivalve mollusks and crustaceans. Oxford: NOAA technical Memorandum. 218 p.. INGLIS, G.J. e GUST, N. 2003 Potential indirect effects of shellfish culture on the reproductive success of benthic predators. Journal of Applied Ecology. 40(6): 1077-1089.. KLAPPENBACH, M.A. 1965 Lista preliminar de los mytilidae brasileños con claves para su determinación y notas sobre su distribución. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 37: 327-352.. LAPPALAINEN, A.; WESTERBOM, M.; VESALA, S. 2004 Blue mussels (Mytilus edulis) in the diet of roach (Rutilus rutilus) in outer archipelago areas of the western Gulf of Finland, Baltic Sea. Hydrobiologia. 514(1-3): 87-92.. KHAMDAN, S.A.A. 1998 Occurrence of Bucephalus sp. trematode in the gonad of the pearl oyster, Pinctada radiata. Environment International, 24: 117-120. LASIAK, T. 1991 Bucephalid trematode infections in mytilid bivalves from the rocky intertidal of southern Chile. J. Mollus. Stud., 58: 29–36. LASIAK, T.A. 1993 Bucephalid trematode infections in the brown mussel Perna perna (Bivalvia: Mytilidae). S. Afr. J. Marine Sci., 13: 127–134..

(34) 24. LUNETTA, J.E. e UMIJI, S. 1975 Infestação de mexilhões por trematóides digenéticos da família Bucephalidae, de gênero Bucephalus no litoral do Estado de São Paulo. In: XXVII Reunião Anual da SBPC. p.378. Resumo.. MAGALHÃES, A.R.M. 1998 Efeito da parasitose por trematoda Bucephalidae na reprodução, composição bioquímica e índice de condição do mexilhão Perna perna (L.). São Paulo 185p. (Tese de Doutoramento, Instituto de Biociências, USP). MAGALHÃES, A.R.M.; PIMPÃO, D.M.; ALVES, R.; SARTOR, F; BECKER, A.P. 2000 Parasitismo em mexilhões de estoques naturais na ilha de Santa Catarina-SC, Brasil. In: VI ENCONTRO BRASILEIRO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS (ENBRAPOA). II ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS (ELAPOA), Florianópolis, p.4. OLIVEIRA NETO, F.M. 2005 Diagnóstico do cultivo de moluscos em Santa Catarina. Epagri. 67p. (Epagri. Documentos, 220).. PEREIRA Jr., J.; ROBALDO, R.B.; SOUTO-RAITER, V.M.M. 1996 Um possível ciclo de vida de Bucephalus varicus Manter, 1949 (Trematoda, Bucephalidae) no Rio Grande do Sul. Comunicação Mus. Ciência e Tecnologia, 9: 31-36.. SANTOS, A. M.T. e COIMBRA, J. 1995 Growth and production of raft-cultured Mytilus edulis L., in Ria de Aveiro: gonad symbiotic infestation. Aquaculture, 132: 195-211.. SEED, R. 1976 Ecology. In: BAYNE, B.L. Marine Mussels: their ecology and physiology. Cambridge: Cambridge Univ. Press, p. 13-65.. SILVA, P.M.; MAGALHÃES, A.R.M.; FERREIRA, J.F. 1996 Infestation of Perna perna mussel (Bivalvia: Mytilidae) by digenetic trematodes of the family Bucephalidae, Bucephalus genus, in Brasil. J. Med. & Appl. Malacol., 8: 25..

(35) 25. SILVA, P.M.; MAGALHÃES, A.R.M.; BARRACCO, M.A. 2002 Effects of Bucephalus sp. (Trematoda: Bucephalidae) on Perna perna mussels from a culture station in Ratones Grande Island, Brazil. Journal of Invertebrate Pathology, 79: 154-162.. SOTO, R.E.; CASTILLA, J.C.; BOZINOVIC, F. 2004 Foraging behavior of the gastropod Acanthina monodon Pallas, 1774 (Gastropoda: Muricidae) in the intertidal rocky shores of central Chile. Revista Chilena de Historia Natural, 77(1): 157-175.. SUCHANEK, T.H. 1986 Mussels and their rôle in structuring rocky shore communities. In: MOORE, P. G.; SEED, R. The Ecology of rocky coasts. New York: Columbia University Press, p. 70-96.. SZIDAT, L. 1965. Los parasitos de los mitilidos y los daños por ellos causados. II. Los parasitos de Mytilus edulis platensis (mejillón del plata). Parasitologia, 1: 1-3.. ZAR, J.H. 1996. Biostatistical Analysis. New Jersey: Prentice-Hall, Third edition. 662p..

(36) 26. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO ANDREU, B. El mejillón en Europa. II – Aspectos biológicos y ecológicos; enemigos y parasitos. Anais Acad. Bras. Ciênc., v. 47, p.23-36, 1976. BAYNE, B.L. Marine mussels: their ecology and physiology. Cambridge: Cambridge University Press, 1976. 506 p. BAUTISTA, C. Moluscos, tecnologia de cultivo. Madrid: Mundi-Prensa, 1989. 167 p. BLATEAU, D.; Le COGUIC, Y.; MIALHE, E.; GRIZEL, H. 1992. Mussel (Mytilus edulis) treatment against the red copepod Mytilicola intestinalis. Aquaculture, v. 107, p.165-169, 1992. BOWER, S. Diseases and Parasites of Mussels. Ch.12, In: GOSLING, E. The mussel Mytilus: ecology, physiology, genetics and culture. Amsterdam: Elsevier, 1992. 589p. BOWER, S., McGLADDERY S. E. & PRICE, I. M. Synopsis of infectious diseases and parasites of commercially exploited shellfish. Annual Rewiew of Fish Diseases, v. 4, p.1-199, 1994. CALVO, L.M.R., CALVO G.W. & BURRESON E.M. Dual disease resistance in a selectively bred eastern oyster, Crassostrea virginica, strain tested in Chesapeake Bay. Aquaculture, v.220, p.69-87, 2003. CALVO-UGARTEBURU, G.; McQUAID, C. D. Parasitism and introduced species: Epidemiology of trematodes in the intertidal mussels Perna perna and Mytilus galloprovincialis. J. Exp. Mar. Biol. Ecol., v. 220, p.47-65, 1998. DAYTON, P.K. Dispersion, dispersal and persistense of the annual intertidal alga, Postelsia palmaeformis Ruprecht. Ecology, v.54, p.433-438, 1973. DÜRR, S.; M. WAHL. Isolated and combined impacts of blue mussels (Mytilus edulis) and barnacles (Balanus improvisus) on structure and diversity of a fouling community. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology. v.306, p.181-195, 2004. ENDERLEIN, P.; WAHL, M. Dominance of blue mussels versus consumer-mediated enhancemente of benthic diversity. Journal of Sea Research, v.51, p.145-155, 2004. EPAGRI. Disponível em <http:// www.epagri.rct-sc.br >. Acesso em: 28/08/2005..

(37) 27. FAO. Disponível em <http://www.fao.org> . Acesso em: 22/09/05. FERREIRA, J.F; MAGALHÃES, A.R.M. Cultivo de Mexilhões. In: POLI, C.R.; POLI, A.T.B.; ANDREATTA, E. & BELTRAME, E. Aqüicultura - Experiências Brasileiras. Florianópolis: Multitarefa, 2004, 456 p. FERREIRA, J.F; MAGALHÃES, A.R.M. O cultivo de mexilhões em Santa Catarina – uma realidade. In: ENCONTRO CATARINENSE DE AQÜICULTURA. Joinville: Anais ACAq – Associação Catarinense de Aqüicultura. 1989. p.40-42. FIGUERAS, A.J. Parasites and diseases of mussels. In: FISCHER W.; FIGUERAS, A.J. Marine Bivalve Pathology – La patologia de los Bivalves Marinos. Maryland: Maryland Sea Grant. 1987. FIGUERAS, A.J.; JARDON, C.F.; CALDAS, J.R. Diseases and parasites of rafted mussels (Mytilus galloprovincialis Lmk): preliminary results. Aquaculture. v. 99, p.17-33, 1991. FREITAS, M. Incrustações biológicas no mexilhão Perna perna (Mollusca, Bivalvia), cultivado na Ilha de Ratones, SC: efeito da exposição ao ar. 1997. 231 p.. Dissertação (Mestrado em Aqüicultura) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997. GRIFFTHS, R.J. Population dynamics and growth of the bivalve Choromytilus meridionalis at different tidal levels. Est. Coast. Shellf. Sci.. v.12, p.101-118, 1981. HICKMAN, R.W. Allometry and growt of the green-lipped mussel Perna canaliculus in New Zealand. Marine Biology, v.51, p.311-327, 1979. HICKMAN, R.W. Mussel Cultivation. In: GOSLING, E. The mussel Mytilus: ecology, physiology, genetics and culture. London: Elsevier, 1992. p.465 – 510. KLAPPENBACH, M.A. Lista preliminar de los mytilidae brasileños con claves para su determinación y notas sobre su distribución. Anais Acad. Bras. Ciên. v.37, p.327-352, 1965. LUNETTA, J.E. Fisiologia da reprodução dos mexilhões (Mytilus perna – Mollusca Lamellibranchia) Bol. Fac. Filos. Ciênc. Univ. São Paulo, v.26, p.33-111, 1969..

(38) 28. MAGALHÃES, A.R.M.; PIMPÃO, D.M.; ALVES, R.; SARTOR, F.; BECKER, A.P. Parasitismo em mexilhões de estoques naturais na ilha de Santa Catarina-SC, Brasil. In: VI ENCONTRO BRASILEIRO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS (ENBRAPOA). II ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS (ELAPOA). Florianópolis. 2000. p.4. MAGALHÃES, A.R.M. Efeito da parasitose por trematoda Bucephalidae na reprodução, composição bioquímica e índice de condição do mexilhão Perna perna (L.). 1998. 185p. Tese (Doutorado em Ciências) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. MAGALHÃES, A.R.M. 1985. Teor de proteínas do mexilhão Perna perna (Linné, 1758) (Mollusca, Bivalvia), em função do ciclo sexual. 1985. 117 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1985. MARQUES, H.L.A. Criação comercial de mexilhões. São Paulo: Nobel. 1998, 111p. MISTRI, M. Predatory behavior and preference of a successful invader, the mud crab Dyspanopeus sayi (Panopeidae), on its bivalve prey. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology. v.312, p. 385-398, 2004. OLIVEIRA, M.P. As conchas. Introdução ao seu estudo. Juiz de Fora: Sociedade Propagadora Esdeva, 96p, 1969. OLIVEIRA NETO, F. M. Diagnóstico do cultivo de moluscos em Santa Catarina. Epagri. 67 p. (Epagri. Documentos, 220), 2005. PAINE, R.T. Biological observations on a subtidal Mytilus californianus bed. Veliger. v.19, p.125-130, 1976. QUAYLE, D.B.; NEWKIRK, G.F. 1989. Farming Bivalve Molluscs: methods for study and development. In: SANDIFER, P.A. Advances in World Aquaculture. Ottawa: The World Aquaculture Society, 1989. v. 1, 294 p. REUSCH, T.B.H.; CHAPMAN, A.R.O. Persistence and space occupancy by subtidal blue mussel patches. Ecol. Monogr. v.67, p.65-87, 1997. ROSA, R.C. O Mexilhão. In: Manual de Cultivo do Mexilhão Perna perna. Florianópolis. 1994, 115p..

(39) 29. RUPPERT, E.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados. 6.ed. São Paulo: Roca, 1996. 1029p. RUSSEL-HUNTER, W.D. Ch. 1. Overview: planetary distribuition of and ecological constraints upon the Mollusca. In: RUSSEL-HUNTER, W.D. The Mollusca. London: Academic Press, 1983. v. 6, p.1-27. SEED, R. 1969. The Ecology of Mytilus edulis on exposed rocky shores. II growth an mortality. Oecologia, v.3, p.317-354, 1969. SEED, R. Ecology. In: BAYNE, B.L. Marine Mussels: their ecology and physiology. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1976. p. 13-65. SILVA, P.M. Uso da estereologia no estudo de parasitose em mexilhões Perna perna (Bivalvia: Mytilidae) (Linné, 1758). 1995. 63 p. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1995. SILVA, P.M.; MAGALHÃES, A.R.M.; FERREIRA, J.F. Infestation of Perna perna mussels (Bivalvia: Mytilidae) by digenetic trematodes of the family Bucephalidae, Bucephalus genus, in Brazil. J. Med. & Appl. Malacol. v. 8, p.25, 1996. SILVA, P.M.; MAGALHÃES, A.R.M.; BARRACCO, M.A. Effects of Bucephalus sp. (Trematoda: Bucephalidae) on Perna perna mussels from a culture station in Ratones Grande Island, Brazil. Journal of Invertebrate Pathology. v.79, p.154-162, 2002. SUCHANEK, T.H. Mussels and their role in structuring rocky shore communities. In: MOORE, P.G.; SEED, R. The Ecology of rocky coasts. New York: Columbia University Press, 1986. p. 70-96. WATERSTRAT, P.; CHEW, K.; JOHNSON, K.; BATTIE, J.H. Mussel culture: a West Coast Perspective. In: LUTZ, R. A. & CENTER, I.C.D. Mussel Culture and Harvest: a North American Perspective. New York. v.1, p.141-163, 1980. WILSON, W.H. Competition and predation in marine soft-sediment communities. Ann. Rev. Ecolog. Syst. v.21, p.221-241, 1991. WITMAN, J.D.; SUCHANEK, T.H. Mussels in flow: drag and dislodgment by epibionts. Mar. Ecol. Prog. Ser. v.16, p.259-262, 1984..

(40) 30. WITMAN, J.D. Ecology of rocky subtidal communities: the role of Modiolus modiolus (L.) and the influence of disturbance, competition and mutualism. 1984. Ph.D. Thesis, University of New Hampshire, Durham, 199 p. Apud: SUCHANEK, T.H. 1986..

Referências

Documentos relacionados

Por exemplo, em termos de levantamento estatístico, o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que tem como intuito saber mais sobre o conhecimento em leitura,

Atualmente, esses parâmetros físicos são subutilizados, servindo apenas, nas palavras de Silva (1999:41), &#34; para justificar os tetos financeiros solicitados e incluídos, ou

ao setor de Fisiologia Vegetal do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, com clones pertencentes ao Instituto Agronômico de Campinas

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

A segunda questão visa conhecer a concepção do aluno acerca da origem e evolução humana, onde o pequeno texto que antecede a pergunta, trazendo informações sobre a

Em que pese ausência de perícia médica judicial, cabe frisar que o julgador não está adstrito apenas à prova técnica para formar a sua convicção, podendo