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ARQUIVO
cALILEo
E ATRADIçÃo nnQun¡EDEANA
-
LA
BILANCETTA"
PIERRE LUCIE**
Departamento de Física
Pontiftcia
(Iniversidode Cøtólicødo
Rio de laneitr¡Em
1581, ojovem
Galileo ingessou na universidade de Pisa, inscrevendo-se nos cutsosde
medicina-e de filosofia.
Essa escolhatinha
sidoinfluencida pelo
desejodo
pai'Vincenzio,
que, embora versado em música e matemática, almejava parao
filho
uma carreira maiJ lucrativa e menos incertado
que podiam oferecer, a Seuver'
As aftes ou as ciências exatas.Em Pisa, Galileo recebeu formação clássica, na
tradiçlo
escolástica dos pensadoresda
Idade Média.
Suonu;i.i,
que
foi
seu professor,.ia
um
aristotélicoortodoxol
,À que nâ'o impedia de comentai os conceitos "modernos" do movimento e,
particular-n,rnt
,
a
físióa do impetus, obra
da escola parisiense do séculoXIII.
Comentava-os, para fìnalmente rejeitá-los:".
.
.
quando ouerem afastar-se de Aristóteles, caem noer-ro"
(KOYRE
1966,46).Tìdo
leva acfer
que ojovem
Galileo suportava com impaciência apenas disfarçadatanto
o estudo de Galeno,-base doculrículo
de medicina, quanto o de Aristóteles' Noentanto,
no
inverno de
1582-83, aconteceuum fato
cuja importância para a carreiracientífìca
de Galileo ia ser decisiva: o encontrocom
Ostilio Ricci, matemático dacor-te de Toscana
(DRAKE 1978,2'5).
Com
Ricci,
Galileo conheceu primeiro Euclides e' com Euclides, o mundofascinan-te
da matemática.Em
1585, abandonou de vez a universidade evoltou
para Florença,onde
continuou
aleitura
de Euclides e, ainda orientadopor
Ricci, iniciou o estudo deArquimedes.
Diz
Maurice Clavelin: "Maisdo
que Euclides, é Arquimedes, pela sua ha' biliãade em levaro
método matemático à análise dos problemas naturais, que vaideci-dir
sua vocação"(CLAVELIN
1968, 127). Defato,
nos seus estudos de lúd¡ostática'do equilíbrió
dos corpos e dos centros de gravidade, Arquimedes tinha construído uma matemática aplicada, uma verdadeira geometria dos pesos'A
tradição arquimedeana está presente emtoda
a obra de Galileo' Mas éevidente-mente nos seus primeiros trabalhos
científicos
que a influênciado
matemático gregose
faz
sentir mãis
diretamente: nosTltæremtta
circa
centrum gravitatísPlidorum
*Corn apoio parcial da Coordenaçalo de Aperleiçoamento
de
Pessoalde
Nível
Superior(cAPlìs/ Mlic).
+xNota Etlitorial
-
Lamentavelmente, Pierre Henri Lucie faleceu enr agosto de 1985' poucosmeses após aprescntar este trabalho
-
qud, provavelmente, foi o último que elaborou.t lrrun."r"o Buonamici, professor em Pisa de 1565 a 1603. KoYRÉ (1966,pp' 24-7) estende-se
longanrcntc sobrc a obra magna dc Buonamici, o De motu.
Catlcrnos tte Ílistória c l¡ilosoliu dø Ciência 9 (l 986), pp. 95-104.
i-2CL¡VELIN
Qg68, l2'l-78) faz um estudo exaustivo do De motu e do Le mechaniche e dasua contribuiçá-o na formaça-o do pensamento galileano'
3Provavelmente at¡avés de um tradução de Tartaglia, de 1543, oedida por Ricci' (DRAKE
Galileo e a Tradição
Arquimedøna
-
LuBiktncetts
97 processo é,no
entanto, medíocre, eisto
não escapou a Galileo:".
. . esse método eraque
a
água. Para nós, familiarizados com a balança de westphal desde a nossajuven-tude, nâ'o há nada de
muito
novo nisso. No entanto, devemos procurar e¡rtender comoGalileo, p-elos seus conhecimentos da matemática grega e de autores mais modernos,
Benedetti6 em particular, chegou ao resultadoT. Iremos passo a passo.
r
-
MEDrçÃO
DOS PESOS ESPECTFTCOSa c b
Tara Metal
Figum
I
Na extremidade de
um
dos braços da balança, suspende-se um pedaço de metal(Fl'-gurø
l).
sejaP o
seu peso.A
balança é equilibradapor
uma tara,ou
contrapeso, de mesmo peso, suspensa na ext¡emidade do outro braçod P c d Água
P-Pt
P Figura 2-
óGiovan¡i Battista (ou Giambattista) Benedetti (1530-1590), nratemático {a co¡te de parma e,depois, de savoia. Segundo DRAKE (1978, p. 441), o maior flsico italiano de seu tempo. KoyRÉ
(1966, p. 59) se ¡efere ao "modelo sempre presente na mente de Benedetti da ciênõia arquirne-deana".
1e'
idéia dc balança, em si, e da sua utilizaça-o para nre<lír densidades, nâo era nova. Thomas ts. Scttlc sugerc quc
Ricci
teria conrentado com (ìalileo os Ludi Matematici de Leon Battista Albcrti (cerca tle 1450). Nos ,Lø.Ii, Calileo te¡ia encontrado a idéia da Bilancetta (SETTLti 19?l),F
98
Het're LucieMergulha-se o pedaço de metal na água.
A
balança desequilibra-se no sentido da setada
Figura
2.
Comefeito,
diz
Arquimedes:"Um
sólido
mais pesado que umfluido,
quandoposto
nele, desce parao
fundo do fluido;
e
o
sólido
pesadono
fluido
será mais leve que seu verdadei¡o peso [noar]
[de uma quantidade igual ao] peso dofluido
deslocado."E.Na Fígura2,
o
pesodo
fluido
deslocado é representado porPo. Opesodo metal na água é P
-
Pa.Trata-se, evidentemente,
do
conhecidoPrincípio
de Arquimedes. Galileo o cita eml¿
bilancetta
(Anexo,
69
parágrafo)e
tambémem
outras oportunidades:repetida-mente no
De motu e,
de modo
particularmenteclaro,
na versão dialogada da obra,onde Alexander
(Galileo) diz:
"uln
sólido mais pesado que a água é na água tão mais leve quanto é o pesono
ar deum
volume de água igual ao volume dosólido"
(Opere,v.
l,
384)e.
Depois,no
Discorso:".
.
. subtraindo do pesototal
deum
sólido tantoquanto
é o
peso deum
volume igualdo
tnesmo meio, como demonstra Arquimedesno
Livro I
Das coisas queflutuam
sobre a íryua ..
."
(Opere, v. 4, 85-6)r o .Insisto, porque
o
princípio
de Arquimedes, cuja conseqüência é que um corpo des-cerá emum
fluldo
se-for
mais densodo
que este e subirá sefor
menos densol I , con-vence Galileo de que não há corpos graves ernsi ou
levesem
si.Um
corpo é grave (e descerá) ou leve (e subirá) em relação ao meio em que se encontra. Essa convicçÍio era necessária para a investida contraum
dos mais formidáveis obstáculos da física aristo-télica.Para
equilibrar
de novo a balança, ou seja, para que os pesos desiguais P-
Po, porum lado,
eP,
pelo
outro,
estejarnem
equilíbrio
em torno
do
fulcro c,
é necessárioaproximar a tara deste
fulcro
até, digamos, a posição e(Figura -1). Qual é essa posição?Arquimedes responde,
no
seutratado
Do
equil{brio
dasfìgtras
plarws:"
Proposição6-7
-
Duas grandezas, comensuráveisou
não, equilibrar-se-ão a distânciasinvetsamen-te
proporcionais às grandezas" (Arquime des,Iilorks,503-4)t
2 .E,
noLe
mechaniche,Galileo escreverá: "pesos desiguais, suspensos a distâncias desiguais, pesarão igualmente
"(u)Onfloatingboclies
- llookl,p.54 l:"propositionT
Asolicllreavierthanalluidwill,ifplaced in it, desccnd to the l¡ottom of the fluicl and the solid will, whcn weighted in the fluid,l¡e lightcr than its true weight
by
the weightof
the tluid displaced".9".
. solidum aqua gravius cst in aqua tanto leviu, quanta est in aere gravitasaquae nrolem habentis ipsius solidi moli aequalem; ".
l0'¡.
detraendoil
mezo dalla total gravitá dei
solirli tanto, quanto éil
peso d'altrcttanta moledcl
¡neclisimo nìczo, como Archirnede dimostra nel primo liv¡o Delle cose che stanno suI'acqua.
..".
lrlncidentaftncntc, na expressâo "sólido mais pesado que
a
âgua",o
"mais pesatlo" deveentender-se evidentcmente como "mais denso". Trata-se de peso relativo, ou especlfico (gavitd
in
specie),c
nâo dc peso absoluto (gravitd absoluto'), (lalileo se expressa como qualquer um de nós (fora da sala de aula dc Ffsica, claro).t"(b)
On the equilibrium of planes ot the centtes of grovity ol plones-
Book l, p. 503: "P¡o-position 6,7 -
Two magnitudes, whethe¡ comnlensurable or inconrnrensurable, balance at7
Galiteo e aTradiçõo Arquimedeana
-
LaBilancetta
99 toda vez que essas distâncias estiverem em proporção inversa àquelas em que estfÍo os pesos" @þere,v .2,
l6l)t
3 -É a"lei
da alavanca"'ae
bd
P-Pa
P Ftgura 3ae
Pa P-Pa
P Flgura 4P
Porcb (:c¿),
como na Figuru4,
entãoqueP,
será rePresentado Potøe'igual ào volume
do metal'
Portanto, ara'
o
metal(ou
a sua densidade em relação àr):
"O
pesodo
metal será tantas vezes maiorque o da água [de mesmo volume] quantasvezes a distância c¿ for
maior
qve 4e" 'Observemos fìnalmente que
aþôsiçao
de e índepende do peso P, ou seja, daquanti'
dade de metal utilizada.
II
-
PESOS ESPECIFICOS DO OURO EDA PRATA
ae
c Po Ouro Figura 5 c b c bI
13,,pesi desþuali pemlenti da distanze diseguali pesefanno eguaünente, ogni volta che dette distanzå abbino iont¡zuia proporzione di quella ohe hanno i pesi"'
100
PierreLucie
ae
f
c bD
'p
PrataFiswa
6As Figwas
5
e6
os casos respectivos do ouro e da prata.Já
qu1a
água¡
fite
menos do peso doouro
que do da pratA,por
ser estamenos
ponto/(prata)
estará maispróximo
dofulcro
c do que o ponto e
III
-
PROBLEMADA
COROAEste é o ponto central do trabalho de Galileo.
a eg f
c bLiga
Ouro'f
PrataFigura 7
b
(Figum T¡
uma liga deouro
ebalança estará necessariamente
cidiria
com e se a coroa I'osse deIo
contrapeso] estará situado entr (Anexo, parágrafo 109).Galileo
diz,
então(Anexo,
parágrafoll9):
"Afirmo
que [os pesos de] ouro e Prataque compõem a liga eìtao entre si na mesma razão que as distâncias [respectivas]/ge
r4Nesta altura Galileo
diz
é dalla distanza aJ alla distanza ae satála medisima chela differenza
e
quellade
I'argento"' Ora' a diferençaaf
-
ae = e/ é, tomando-sec¿
ifcrença entrcos'Íl"ftY:,do*
pesos especl-ii"os du prata c do ouro,resp
nlre a/ e ae' que é igual à razâo ontrc esscs7-Galileo e a Trødi@o Arquímedeano
-
LaBilancetta
101ge."
Chama a seguir a atenção sobreo fato
de que.fg, que começa no"¡rontodapra-ia",
mede a quantidade deouro,
enquanto qtJe 8e, que terminano
"ponto
doouro",
mede a quantidade de Prata.O
problema está (corretamente) resolvido, m¿N Galileo não fornece nenhumajus-tificativa
da afirmação que faz.Hoddeson
(1972)
resolveo
problemapelo método
analítíco. Eu mesmo, sem ter na época conhecimento daquele trabalho,publiquei lui
alguns anos uma solução algo anríloga(LUCIE
1978). Essas soluções são corretas, razoavelmente extensas e insípidas.Não é
certamentepelo
caminhoanalítico
queGalileo
procedeu, mesmo porque lhefaltava
o
ferramental matemático, por elementar que fosse.Muito
mais importante,es-se
tipo
de soluçâ'o seria absolutamente estranho ao paradigma euclidiano e arquimedea'no em que se movia o seu pensamento.
Existe,
no
entanto, uma soluçãomuito
mais simples. Galileo, como veremos'pos-suía todos os seus pré-requisitos.
Além do
mais, essa solução representa um exemplotípico
do seu modo de geometrizar os fenômenos.Voltemos às medições do peso especffìco
do ouro
(Fisum5)
e daptah(Figurø
6),e suponhamos os dois estados de
equilíbrio
correspondentes. Obteremos um noYoes-tado de
equilíbrio
da balançar s, representado na Figum 8.aef
c b Prata Ouro D,o
Pp FiguraI
A
seguir, suponhamos que fundimoso
ouro
e a prata para constituir uma ligal ó e,por outro
lado, substituamoso
conjunto
dos contrapesos Po ePo
por umcontrapesoúnico de
pesoigual
à
soma dosdois
-
e conseqüente ìente igúal ao peso daliga
-l sA balunça, dirlamos hoje, é um instrumento linear em relaçdo aos momentos.
I osupõ"-." que a constituiçâo da liga conserva os volumes, condição necessária para a validade
desta soluçâo, bem como da de Vit¡uvius. Não tenho certeza dessa conservaçá'o no caso da lig3 de ouro e pûIa. Mas à vista das o¡dens de grandezas envolvidas, o er¡o int¡oduzitlo por uma
even-tual não conservação é ce¡tamente irrelevante,
já
que a ince¡teza da balança (determinaçâo da razÍro PrrlPO) é da ordem del0
por cento (ver HODDESON 1972).lO2
Pierre Luciesuspenso
no
centro
da gravidades
d?ls
(colocado em e) e de Po (colocado emfl
teåos
a situação da Figura 9 idêntica à FiS ra 7'ae
f
c bLiga
Ouro
*
Pratat?BDRGGREN sustenta a tese que o livro
I
do on the equilibrium of planes nâo é uma obra autêntica ds Archimcdcs.Figra9
Basta escrever que
o
centro de gravidade.g divideo
intervaloef
emruzão inversa àrazão dos pesos Po e Pp (é a
"lei
da alavanca"):Ís :
Po =
Peso doouro
na liga,7
Galileo e a
Tradiçio
Arquimecleatu'
LaBilancetta
103onde se reúne toda a gravidade.
.
."
(Opere,v.2, 160)tE.
Masjá
rtos Tltæremata, aodeterminar
o
centro de gravidade deum
sistema de pesos eqüidistantes e que crescemern
clcterminadas proporções,tinha
lançado mão repetidamente da propriedade dasubstituição
de
Ltrn sistemapelo
seu pesototal
situadono
centro
de gravidade do corrjrrnto (O¡tere, v. 1,
188; 198-200).Quanto à
su¡rerposição dos estados deequilíbrio
relativos aoouro
e à Prata,res-pectivamente, seria ocioso indagar
da
possibilidade deGalileo
ter
utilizado
essere-curso.
Na
suaobra cientítìca,
teve poucas oportunidades de lançar mão do que hoje cham¿rnros"princÍpio
de superposição". Uma delasfoi
em La bilancetta.A
outra seen-cotltra rìo
clucrnuitos
consideramcomo
a
contribuição
magnade
Galileo
à novaciência
da
urecânica:a
solução do problema do movimentodo projétil,
discutida noquarto
dia dos Discursos emtorno
de duas novas ciêncizs(1638).
Para mostrar que atrajetória
é
uma parábola,Calileo
superpõeum
movimento ine¡cial, eportanto
uni-forme, e um movimento vertical de queda livre, uniformemente acelerado.
Para
terminar,
descjo prestar homenagem à magnífìca aula de física experimentalque Galilco nos legou ao descrever a construção e a operação da bílancetta. Historia-dores
e
filósolos
da ciência debatem aindahoje
a respeito daatitude
de Galileo emrelação
à
experiência.Teria ele
realmente realizado as experiências que descreve, ou seriám a maioria delas experiências "pensadas"?É
eleum
indutivista, um dedutivista,um
racionalista. . .? Não sendo especialista nessas áreas, não me atreverei a entrar nessa arena. Maspor mim,
ejá
que melimitei
ao estudo deLa
bilsncetts
n6o ¡esta dúvida que essa experiência (pelo menos) ele realizou.E
me compraz imaginaro
velho sábÍo,já
cego,no
seuretiro
forçado deArcetri,
oGalileo clo processo, do
Diribgo e
dos Discursos, Iememorando com delícia a humildebilsncetta
da sua juventude, em que contava espiras pelo tato e pelo ouvido: . .' tic. .
.tic...tic...
LISTA tsIBI,IOGRÁFTCA
I
ARQLIIi\4 l;.Dl;.S. The worksol
Arcltimcdes, includittg the method.'Irad.
Sir Thomas L.HeathC'hicago, l lncyclopaed ia IJritannica, I 977.
2
Bl'l^LjJlt,Ll, J.
La sc¡atrce ont4ue et ¡rtétliévalc (Dcs originesà
1450) Histoire générale des sciencas(ll
'l'atr-rn,ctl.)
2lt crl. Paris, Vol.l.
3
lll.lì(;(;lì1,N,
JI
S¡rurius tlreoronr in ArcllinletÌcset¡uilibrìumol
plirncs, llookI
Arch Itis¡.li.t
Scicttl6:
87 -103, 1976.4
CLAVI,:l.lN, MaLr¡icc. La philosopltie naturelle de Galilée.l'a¡is, Colin, 196E.5
DR^Kl,:, Stillrrrann. Culileo at work, His scietttific hiogroplry. Chicago, 1978.6
l¡l':lìMl, [¡ura c Berna¡dini, (ìilbcrto. Galileo and thc scientil¡c revoltttion. New Yo¡k, 1961.7
(;^L.ll-l'll,(ìalilco. Leoperetli Calileo Calilei.ljdiz.ione Nazionale (Arturo Favaro, ed.). lii¡cnzc, I 890-1 909.lE"l,:
,1.piú
¡rossiarrro, sccondaria¡nento, supporc: ciasche<luno corpo grave gravitare rnassi' t¡ìa¡tcrìtc so¡rrc
il
ccntro dclla sua gravití, cd in csvt, cornc iu proprit> seggio, raccórsi ogni impeto,ïr
8
GÜNTHER, Erich. Die Bilancctta Gahleß,hqktisahe Schutphysik,26 79-81,1949.9
HoDDEsoN, Lilian Hartmann. Howdid
A¡chimede solve king Hie¡o's c¡own problem? An unanwe¡ed question. Phys. Tea.l0:
l4-9,1972.f 0 KOYRÉ, Alexandrc. Ettdes galiØenneo. Paris, He¡mann, 1966.
ll
LUCIE, Pierre. Como Galileo resolveuo
problema de Arquimedes, Contacto 23: 76, L978. 12 NAMER, Ernile,I¿
Bilancetta (1586) (La balance hydrostatique). Rev. Hist. sc.17:397-403, t964.
t3
SETTLE, Thornas B. Ostilio Ricci, a bridge betyeenAlbefi
and Gatileo.XIIC-ongrèslnterna-tbnøI d Histoíre des sciences, Pa¡is, 196E