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Relatório do estágio curricular supervisionado em medicina veterinária

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Josué Mateus Sallet

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS,

2017

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientadora: Profª. Dra. Gabriele Maria Callegaro Serafini

Ijuí, RS, 2017

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Josué Mateus Sallet

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Aprovado em 09 de junho de 2017

___________________________________________ Gabriele Maria Callegaro Serafini, Dra. (UNIJUI)

(Orientadora) ____________________________________________ Felipe Libardoni,Dr.(UNIJUI) (Banca)

Ijuí, RS;

2017

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus por sempre me acompanhar e me proteger durante minha vida.

Aos meus pais e familiares por me proporcionar a oportunidade de realizar uma graduação, por sempre me apoiar e incentivar para que nunca desistisse do curso, nunca medindo esforços para que eu conseguisse superar momentos de dificuldades.

Aos professores, mestres e doutores desta instituição pelo ensinamento, conhecimento técnico e teórico para a vida profissional.

A todos os médicos veterinários aos quais pude acompanhar durante o período acadêmico, conhecimentos e oportunidades as quais me proporcionaram ensinamentos e conhecimentos técnicos repassados pelos mesmo sempre com o máximo de emprenho e atenção, paciência e dedicação para que eu pudesse aprender o máximo.

A todos amigos, colegas e pessoas as quais pude conhecer e fazer amizade durante a faculdade, troca de conhecimentos e ajudas pelas quais foram prestadas, amizades adquiridas as quais vão durar para sempre.

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA DE GRANDES

ANIMAIS

AUTOR: Josué Mateus Sallet

ORIENTADORA: Prof.ª. Dra. Gabriele Maria Callegaro Serafini Data e Local da Defesa: 09 de junho de 2017

O estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária, foi realizado na Estância Guatambu, no município de Dom Pedrito. A propriedade se dedica a pecuária de corte com criação de animais das raças Hereford e Braford. Durante o período de estágio foram realizadas atividades ligadas ao manejo nutricional, manejo reprodutivo, manejo sanitário, intervenções cirúrgicas, atendimentos a casos clínicos e melhoramento genético. O estágio curricular foi realizado no período de 19/12/2016 a 03 de janeiro de 2017 e retomada de 24/01 a 24/02/2017 o, totalizando 150 horas, tendo a orientação de campo a cargo do Médico Veterinário Carlos Suñe de Blanco, e orientação acadêmica do Prof.ª. Dra. Gabriele Maria Callegaro Serafini. No decorrer do estágio foi possível verificar a importância desta etapa na formação acadêmica, pois possibilitou ampliar os conhecimentos e também vivenciar na prática a literatura conhecida durante a graduação, além de abranger as diversas áreas de atuação do Médico Veterinário dentro da pecuária de corte.

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ABSTRACT

CURRICULAR STAGE REPORT SUPERVISED IN VETERINARY MEDICINE - LARGE ANIMAL CLINIC AREA

AUTHOR: Josué Mateus Sallet

ADVISOR: Profª. Dra. Gabriele Maria Callegaro Serafini

The supervised curricular internship in Veterinary Medicine was held at Estancia Guatambu, in the municipality of Dom Pedrito. The property is dedicated to livestock breeding with livestock breeds Hereford and Braford. During the internship period, activities related to nutritional management, reproductive management, sanitary management, surgical interventions, clinical cases and genetic improvement were carried out. The curricular internship was carried out from December 19, 2016 to January 3, 2017 and resumed from January 24 to February 24, 2017, totaling 150 hours, with the orientation of the field by Veterinarian Carlos Suñe de Blanco, and academic orientation of Profª. Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini. During the internship, it was possible to verify the importance of this stage in the academic training, since it allowed to expand the knowledge and also to experience the literature known during the graduation, in addition to covering the different areas of practice of the Veterinarian within the cattle ranching.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABHB Associação Brasileira Hereford e Braford Ha Hectares

IATF Inseminação Artificial em Tempo Fixo

MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento PN Peso ao nascer

KG Quilograma

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atendimento clínico acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estância Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017 ... 11

Tabela 2 – Cirurgia acompanhada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estância Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017 ... 11

Tabela 3 – Procedimentos realizados e/ou acompanhados durante atividades de fomento e medicina veterinária preventiva durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estancia Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017 ... 11

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 09

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 11

3 MANEJO REPRODUTIVO DE NOVILHAS ... 13

3.1 INTRODUÇÃO ... 13

3.2 MANEJO DA ESTÂNCIA... 14

3.2.1 Nascimento ... 14

3.2.2 Desmame ... 15

3.2.3 Reprodução das novilhas ... 19

3.2.4 Terneiros sobreano, engorda e reprodutor ... 23

3.2.5 Manejo Pós-Parto (vacas) ... 25

3.2.6 Touros prontos ... 26

CONCLUSÃO ... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 27

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1 INTRODUÇÃO

A realização do Estágio Curricular ocorreu na Estância Guatambu, localizada no município de Dom Pedrito-RS. O estágio curricular foi realizado no período de 19/12/2016 a 03 de janeiro de 2017 e retomada de 24/01 a 24/02/2017 o, totalizando 150 horas, tendo a orientação de campo a cargo do Médico Veterinário Carlos Suñe de Blanco, e orientação acadêmica do Profª Drª. Gabriele Maria Callegaro Serafini.

As atividades desenvolvidas durante o estágio constituiu-se em acompanhamento das rotinas de campo vinculadas com o manejo pecuário, atendimentos clínicos, cirurgias, diagnósticos de gestação por palpação retal e ultrassonografia, aplicação de vacinas, dentre elas, para prevenção de doenças reprodutivas, manejo nutricional e participação no preenchimento e execução das ferramentas de gestão.

Figura 1- Visão geral do campo

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O presente relatório apresenta o manejo da propriedade acompanhado durante o estágio curricular, e optou-se por descrever acerca do Manejo Reprodutivo das Novilhas que é adotado pela Estância Guatambu.

A escolha da temática desenvolvida, justifica-se pela importância do manejo reprodutivo para a propriedade em que se realizou o estágio, assim como, pelo destaque em que a Estância Guatambu tem entre seus concorrentes, tanto pela qualidade nos animais, como pela organização administrativa do local.

O Estágio Curricular Supervisionado é uma disciplina que oportuniza a formação de profissionais éticos e íntegros, de modo que prepara e condiciona os alunos para construção de uma jornada profissional.

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A seguir, nas tabelas 1, 2 e 3, as atividades acompanhadas e/ou desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estância Guatambu, no período de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02, perfazendo um total de 150 horas, que envolveram atendimentos clínicos, cirurgias e atividades de fomento e medicina veterinária preventiva.

Tabela 1 – Atendimento clínico acompanhado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estância Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017.

Procedimento / Exame Tratados / Diagnosticados % Confecção de bandagem em

fratura de metacarpo 1 100

Total 1 100

Tabela 2 – Cirurgia acompanhada durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estância Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017.

Procedimento Número %

Enucleação 1 100

Total 1 100

Tabela 3 – Procedimentos realizados e/ou acompanhados durante atividades de fomento e medicina veterinária preventiva durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estancia Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017.

Procedimento Número %

Aplicação de Antiparasitários 672 26% Palpação Retal Para Diagnóstico de Gestação 470 19%

Exame Andrológico 38 1%

Preventivo para TPB 745 29%

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Tabela 3 – Procedimentos realizados e/ou acompanhados durante atividades de fomento e medicina veterinária preventiva durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Estancia Guatambu, de 19/12/2016 a três de janeiro de 2017 e 24/01 a 24/02/2017.

Tratamento Ceratoconjuntivite 108 5% Tratamento Foot rot (ovinos) 420 17%

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3 MANEJO REPRODUTIVO DA ESTÂNCIA GUATAMBU

3.1 INTRODUÇÃO

A Estância Guatambu é uma empresa rural dedicada à produção agropecuária, em um sistema de integração lavoura pecuária, que utiliza tecnologias de ponta para a obtenção de produtos primários e agroindustriais de qualidade.

A empresa está localizada no município de Dom Pedrito-RS, às margens da BR 293 no Km 264. Possui uma área total de 8970 hectares (ha), divididas em sete propriedades, sendo elas a Estância Guatambu com 3033 ha, Estância Leões com 1608 ha, Estância Entre Rios com 1027 ha, Estância Upacaray com 1275 ha, Estância Ponche Verde com 1197 ha, e os campos da Costa do Santa Maria e Caveiras, que possuem 478 e 352 ha respectivamente.

Na pecuária, a Estância Guatambu se destaca pela criação de bovinos das raças Hereford e Braford, em ciclo completo e ovinos. Esta atividade tem como resultado a produção de touros e novilhas com genética superior, novilhos precoces abatidos dos 12 aos 24 meses de idade e produção de cordeiros.

A origem do Hereford se deu em uma região de planícies e vales com solos férteis e pastagem de boa qualidade do condado inglês, o desenvolvimento desta raça ainda é uma incógnita. Porém, o melhoramento genético moderno começou nos anos de 1714 por Benjamim Tomkins, conhecido como o fundador da raça. Este selecionava bovinos com elevada taxa de precocidade de abate, rusticidade e prolificidade, visando sempre a economia na alimentação, seja à base de pasto ou por grãos (ABHB, 2006).

A raça Braford surgiu nos anos 60 na Flórida e foi formada no Brasil no ano de 1967, pelo criador Rubem Silveira Vasconcellos da cidade de Rosário do Sul no Rio Grande do Sul. A formação da raça se deu pela importação de reprodutores americanos da raça Brahma, com intenção de produzir uma raça sintética, cruzando o gado zebuíno com o europeu (ABHB, 2006). Após vários anos de seleção e cruzamento, foi criado o produto Pampiano Braford, um genótipo mais azebuado com maior rusticidade, adaptabilidade e resistência a enfermidades. Posteriormente, este

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animal passou a se chamar somente Braford, facilitando assim, as vendas e transferências para países do exterior. A raça foi reconhecida oficialmente no Brasil no ano de 2003, graças ao apoio da Associação Brasileira dos Criadores da raça. (ABHB, 2006).

A Estância Guatambu é reconhecida por disponibilizar ao mercado, animais de genética superior, dado que a seleção de exemplares da raça Polled Hereford teve início na década de 60, e com a introdução de linhagens zebuínas no rebanho na década de 90, passou também a selecionar animais da raça Braford.

No decorrer deste trabalho, serão descritas as atividades pertinentes ao manejo reprodutivo adotadas na Estância Guatambu, e que serão discutidas com a literatura, como forma de explorar o método utilizado com o descrito atualmente pelos autores da área.

3.2 MANEJO DA ESTÂNCIA

3.2.1 Nascimento

Para produzir animais adequados ao sistema de produção e que atendam às exigências do mercado, é necessário combinar adequadamente uma série de características. Para isso, no nascimento é feita a identificação com tatuagem nas duas orelhas, com apontamento do sexo, mãe e data. Os animais são pesados com auxílio de uma balança manual e avaliados quanto a dificuldade ou não no momento do parto, sendo de 1 a 5 o grau de distocia (escore 1 para parto normal e 5 cesarianas).

Segundo Cucco (2008), uma das primeiras informações que se pode registrar no animal é o seu peso ao nascer (PN), que está relacionado com o período de gestação, sexo, idade da mãe, e se sofreu influência das condições ambientais a que a matriz foi submetida. Este peso é importante nos programas de melhoramento genético, porque deve-se ter um cuidado para animais com alto peso ao nascer, pois possivelmente terá ocorrência de partos distócicos, principalmente em novilhas (CUCCO, 2008). Conforme Cardoso e Lopa (2010), o peso ao nascer deve ser verificado nas primeiras 48 horas de vida.

Os terneiros ocupam posição especial na cadeia de produção, devendo-se ressaltar que o manejo neonatal a que forem submetidos terá reflexos sobre sua vida

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produtores de carne ou leite (REIS et al., 2009).

3.2.2 Desmame

O desmame de terneiros adotado na propriedade ocorre entre seis a oito meses, independente do peso dos animais. As fêmeas são vacinadas contra brucelose nesse período, porém não são marcadas na face, pois a propriedade é livre de casos de brucelose e por serem animais registrados.

Lobato et al. (2007), em pesquisa com bezerros desmamados aos 180 dias em comparação àqueles desmamados aos 70 dias, mostraram superioridade de 13,1% em peso corporal para animais desmamados à idade convencional.

Silva (2013), explica que a importância de ser ter um animal com um bom peso na desmama significa menos gastos para que ele atinja o peso ideal de abate. Para que isso aconteça existem vários fatores atuando conjuntamente, entre eles, a habilidade materna, a produção de leite da matriz, as condições sanitárias de criação do animal, entre outros.

Segundo Vaz et al. (2011), o desmame precoce tem sido analisado com o intuito de aumentar a taxa de prenhes e a produtividade de vacas de corte. Entretanto, todos os benefícios em ganho de peso e acúmulo de condição corporal das vacas, determinantes de melhores índices reprodutivos, não podem ser perdidos por má alimentação dos bezerros no pós-desmame. O desmame precoce, conduzido de maneira correta, não prejudica o peso ao abate de machos aos 24 meses de idade.

Na Estância, a opção de desmame em idade convencional tem trazido bons resultados, como o alto peso dos animais no momento do abate devido este desmame ser mais prático para eles e por ter um rendimento de peso superior aos outros tipos de desmame no futuro.

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento-MAPA (2006), preconiza que, a vacinação contra a brucelose deve ser realizada somente nas fêmeas com três a oito meses de idade, sendo essa orientação seguida pela estância.

Nas avaliações de pesagem no dia do desmame, os animais permanecem na mangueira, em jejum hídrico e alimentar de 12 a 14 horas, para evitar flutuações no peso devido ao conteúdo gastrointestinal. Todas as características avaliadas, grupo

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de manejo e peso, são anotadas em planilhas específicas que são posteriormente digitadas no software MG-ConPec para os dados serem repassados ao GenSys.

Nesse processo, os animais sempre são avaliados comparativamente aos animais do seu grupo de manejo, formando uma ideia dos animais superiores, dos médios e dos inferiores para classificação em escala de 1 a 5, onde os animais 1 são os inferiores, 2 um pouco abaixo da média, 3 médios, 4 um pouco acima da média e 5 os animais superiores em relação ao grupo atual.

As características avaliadas no momento do desmame seguem as orientações de Veríssimo (2004), que são:

Conformação- é influenciada pelo tamanho corporal (principalmente pelo comprimento) e pelo grau de musculosidade da carcaça. Na avaliação da conformação, o avaliador deve imaginar a carcaça do animal e estimar sua quantidade de carne.

Precocidade- avalia-se a capacidade do animal chegar a um grau mínimo de acabamento de carcaça com um peso vivo não elevado. Animais com maior precocidade de terminação apresentam depósitos de gordura principalmente na base da cauda e na virilha. Animais altos, esguios, com pouca profundidade e enxutos são mais tardios e, por isso, devem receber as notas mais baixas para precocidade.

Musculatura- avalia-se o desenvolvimento da massa muscular como um todo, observando-se a paleta, o lombo, a garupa e, principalmente, o traseiro. O animal que possui grandes massas musculares apresentam as pernas afastadas e tem o peito amplo. Este animal, quando visto por trás, é mais largo do que o animal de musculatura débil. Quando o animal se desloca, observa-se o movimento dos músculos, que se contraem e aumentam de volume ritmicamente, delineando sua forma. Isto os diferencia da gordura, que “sacode” sem apresentar formato definido.

Tamanho- avalia-se o comprimento e a altura do animal, levando em consideração sua idade. Sendo que animais maiores recebem escores mais altos.

Prepúcio (Umbigo) - avalia-se o tamanho e formato do prepúcio, nos machos, e do umbigo, nas fêmeas. O prepúcio tem grande importância funcional, pois machos com prepúcio muito longo frequentemente sofrem lesões causadas pela vegetação, o que pode comprometer seriamente o desempenho reprodutivo. As notas mais altas são atribuídas a animais com prepúcios maiores ou pendulares.

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morfológicos da raça, recebendo notas de 1 a 5, sendo a nota 5 para animais com alto selo racial.

Chifres - o animal pode ser mocho, apresentar batoque, que são estruturas semelhantes a chifres com tamanho pequeno e sem aderência no botão córneo, ou aspados.

Pelagem - na raça Hereford podem ser encontradas pelagem vermelha, bragada ou vermelha tendendo ao baio; na raça Braford a variabilidade é maior podendo-se encontrar exemplares com pelagem vermelha, baia, fumaça, oveira, bragada, brazina, osca, branca e até preta.

Pelame - as notas são atribuídas ao comprimento dos pelos, sendo 1 atribuído a pelo curto, 2 para pelo médio e 3 para pelo grosso e comprido. O comprimento dos pelos é indicativo da adaptação do indivíduo ao ambiente principalmente ao fator temperatura, sendo os animais de pelo curto, os de maior adaptação e consequentemente que apresentam maior conforto térmico.

Pigmentação ocular - os animais podem ser classificados com pigmentação ausente (A), pigmentação total (T) ou pigmentação parcial (P). A pigmentação ocular é uma das características cada vez mais valorizadas na raça Hereford, devido a maior incidência de ceratoconjuntivite e tumores palpebrais em animais despigmentados em relação aos pigmentados.

Trevisan (2012), descreve estudo semelhante realizado na Estância Silêncio, localizada no municio de Quaraí –RS, que também participa do programa Conexão Delta G, e descreve que a avaliação dos animais é feita através das características fenotípicas que expressam produção em um enfoque bem amplo, não apenas levando em consideração o peso do animal, mas também as características morfológicas como a conformação da carcaça, sua musculatura e precocidade.

Os grupos de manejo após o desmame são formados levando em consideração o sexo, tamanho e condições corporais. Na avaliação de sobreano, além das características avaliadas ao desmame, são adicionadas as avaliações de perímetro escrotal, temperamento e contagem de carrapatos.

Perímetro escrotal - característica é altamente herdável e de fácil mensuração, tendo grande importância na seleção para aumentar a precocidade sexual dos machos, refletindo-se também na precocidade das fêmeas descendentes destes machos.

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Estudos mostram a grande correlação entre o tamanho da circunferência escrotal dos machos e a fertilidade das fêmeas, pois os fatores hormonais responsáveis pelo desenvolvimento testicular inicial nos machos são os mesmos que promovem o desenvolvimento ovariano inicial nas fêmeas (MACKINONN et al., 1990), além de ser uma característica de alta herdabilidade em animais criados em países de clima temperado (BERGMANN et al., 1996).

Para Silva (2013), a importância da medição desta característica em touros jovens, é um excelente indicador da fertilidade e precocidade sexual da progênie destes touros, tanto nos machos como nas fêmeas. O tamanho testicular apresenta uma alta correlação com o volume e qualidade de sêmen produzido, associando-se ainda favoravelmente com a idade à puberdade em novilhas.

Temperamento - é avaliado através dos escores 1, 2, 4 e 5 (o escore 3 não é utilizado). Os escores são atribuídos de acordo com a seguinte orientação: 1 - para animais extremamente dóceis (linfáticos), que se movimentam vagarosamente sem expressar sinal de agressividade e que permitem grande aproximação do avaliador; 2- para animais que se movimentam com vivacidade sem expressar sinais de agressividade, permitindo relativa aproximação do avaliador; 4 – animais nervosos, que se movimentam rapidamente, procurando algum meio de fuga demostrando medo e eventual agressividade. Não permitem a aproximação do avaliador; 5 -animais que se movimentam freneticamente, saltando contra cercas e obstáculos, demonstrando nervosismo extremo e intenção agressiva em relação ao avaliador.

Contagem de carrapatos - é realizada contando fêmeas adultas (teleógenas) em uma das metades do animal. Quanto maior for a infestação, menos resistente o animal. É realizada a contagem de todas as fêmeas com tamanho superior a 4 mm.

Segundo Verissimo (2004) a contagem de carrapato é realizada contando fêmeas adultas (teleóginas) em uma das metades do animal. Quantifica-se o número de carrapatos maiores que 0,4 cm (somente as fêmeas atingem esse tamanho) presentes em um dos lados do animal.

A contagem é feita no momento em que o produtor achar que deve banhar o rebanho, geralmente em épocas mais quentes do ano em que a incidência das infestações são mais comuns. As baixas temperaturas inibem a formação e eclosão das larvas, da mesma forma que os baixos índices de umidade relativa do ar (FARIAS, 1995). A contagem deverá ser feita entre seis e dez horas da manhã, pois quando

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resistente será o animal (GOMES, 2014).

A resistência ao carrapato é uma característica hereditária, transmitida de pai para filho, portanto, deve ser estimulada a seleção para essa característica, já que os carrapatos causam inúmeros prejuízos aos bovinos suscetíveis. O controle é realizado com o uso dos carrapaticidas convencionais, está cada vez mais difícil em função da resistência que esses parasitas vêm adquirindo aos produtos químicos, ao longo de todos esses anos de contato com os produtos (VERÍSSIMO, 2004).

A pressão de seleção utilizada pela Estância Guatambu consiste de cerca de 20% para os machos Hereford e 15% para os machos Braford. O descarte dos animais se dá principalmente devido a alterações de aprumos, comprimento de prepúcio, pelagem e presença de chifres.

O padrão racial é interessante para ter uma maior homogeneidade dos lotes, conseguindo assim, animais com uma alta produção de carne, rendimento de carcaça e precocidade, além de uma excelente adaptação às diferentes regiões climáticas do país (GOMES, 2014).

Segundo Trevisan (2012), os touros selecionados apresentam boa virilidade e excelentes características reprodutivas, as fêmeas atingem a maturidade sexual precocemente e a reprodução à campo dependendo das condições nutricionais pode ser realizada totalmente aos 18 meses de idade.

Nas fêmeas a pressão de seleção fica em torno de 70-80%, sendo descartadas 20-30% no período de pré-serviço reprodutivo. As fêmeas descartadas são destinadas a venda ou terminação, dependendo das condições de mercado.

3.2.3 Reprodução das novilhas

O manejo reprodutivo das fêmeas da Estância começa com novilhas de 14 meses do rebanho controlado (Hereford e Braford) que são encaminhadas por observação de cio. Já, as novilhas do rebanho geral, são acasaladas em monta natural com touros da mesma idade, sendo utilizada proporção de 8% de touros.

Para que as fêmeas com pouco mais de um ano de idade estejam aptas, fez-se necessário, a fez-seleção de animais com ganho de peso e defez-senvolvimento corporal apurados do nascimento a desmama e da desmama ao sobreano.

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Silva (2013), explica que a pecuária de corte passa por constante adaptação, a qual tem por principal finalidade diminuir os custos de produção e aumentar produtividade e rentabilidade do processo. Nesse contexto, o melhoramento genético constitui um recurso para aumentar os índices de produção. Através da seleção dos animais com melhores índices produtivos consegue-se, reduzir o tempo de abate, a idade ao primeiro parto, diminuir o intervalo entre partos, entre outras características exigidas pelo mercado consumidor para o produtor.

Paralelo à genética promotora de precocidade, desde o nascimento, as terneiras recebem condições sanitárias e nutricionais privilegiadas para que alcancem desenvolvimento corporal e maturidade sexual com um ano. O ponto central de interesse neste sistema está no conhecimento de que existe maior eficiência biológica nas fêmeas que parem pela primeira vez aos dois, em vez de três ou mais anos de idade (CARTER et al., 1973).

Quando as condições de manejo e de nutrição são adequadas, a maioria das novilhas possui potencial para atingir a puberdade e acasalar com 12 a 15 meses de idade. O “sistema um ano” tem potencial para elevar a rentabilidade do rebanho, pois a vaca, neste sistema, produz mais quilogramas de terneiro durante sua vida (LESMEISTER et al., 1973).

Na escolha das novilhas da estância, 20 a 25% são descartadas por não atingirem peso ideal ou alguma outra característica que seja fora do padrão racial. Importante ressaltar que todas as novilhas de 14 meses para entrarem em reprodução, devem apresentar peso mínimo de 260 kg e qualidade fenotípica.

A estância Guatambu adotou esse processo denominado “sistema um ano” para todas as fêmeas, incluindo novilhas gerais, Hereford e Braford. Ocorre um manejo alimentar diferenciado segundo o tipo racial e o desenvolvimento das novilhas para reposição, já a desmama ou pós-desmama, privilegiando aquelas em pior condição pode ser uma estratégia de manejo mais adequada quando o objetivo é atingir um peso crítico ao primeiro serviço e os recursos disponíveis são escassos (LOBATO, 1999). Na Estância Guatambu, em média, 80% das novilhas são aprovadas nas avaliações.

Pilau e Lobato (1999), explicam que novilhas prenhes aos 13/15 meses de idade, “sistema um ano” de produção, têm um ano a menos de recria, o que dificulta atingir metas de peso (65% do peso adulto deve parir com 80% e atingir 85% peso reprodutivo). Definir o momento da gestação é adequado para maior ganho de peso

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obtenção de respostas satisfatórias a pasto para o “sistema um ano” no Brasil.

Na estância, com todas as novilhas do rebanho controlado é feito Inseminação Artificial sendo que o período reprodutivo inicia no mês de novembro e se estende até janeiro. Pitombeira (2012), sugere que a estação de primavera é a melhor época para adotar a estação de monta, período entre novembro e janeiro, em função da sazonalidade na produção de forragens e oferta de alimentos, época em que ocorre maior concentração de chuvas, o que favorece o fornecimento de alimentação mais saudável. Recomenda-se que as novilhas entrem na estação de monta antes das vacas adultas. Primeiro, para aproveitar o maior período de libido dos touros e em segundo lugar, porque as novilhas têm uma oportunidade maior de se recuperar após o parto para entrar na estação de monta do ano seguinte e emprenhar.

As novilhas da estância têm acompanhamento de cio, sendo o acompanhamento feito no período da manhã e da tardinha. Novilhas que apresentam cio na manhã são inseminadas final da tarde; e novilhas que apresentam cio à tardinha são inseminadas no outro dia pela parte da manhã. As novilhas que não apresentaram cio, eventualmente são repassadas com touros.

Para as vacas lactantes, é realizado um protocolo de quatro manejos, sendo administrado no dia zero Benzoato de Estradiol e aplicado o dispositivo intravaginal a base de progesterona (CIDER) para que ocorra atresia dos folículos, zerando a onda folicular. No dia sete é aplicado PGF2α, no dia nove é retirado o CIDER, administrado ECP4 + ECG5 e no dia 11 é realizada a inseminação.

Dentre os principais fatores que determinam a escolha deste protocolo para vacas em lactação, o que inclui primíparas e multíparas, baseia-se na presença da cria ao pé da mãe, o que dificulta juntar o gado para observação de cio diariamente e a necessidade de induções hormonais mais complexas já que são vacas que demandam muita energia amamentando o terneiro, dispondo, portanto, de reduzido aporte de energia e nutrientes para reestabelecimento do trato reprodutivo e síntese hormonal.

Para tanto, em função da logística, ao invés de realizar desmame interrompido para retirar reflexo da mamada e estimular o ciclo estral, Pimentel (2003) recomenda substituir esta técnica pela administração de gonadotrofina coriônica equina, hormônio com 75% de sua atividade luteotrófica, estimulando assim, a luteinização dos folículos em crescimento seguida de ovulação.

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Na categoria de vacas lactantes não é realizado retorno a inseminação, sendo as vacas submetidas a monta natural em torno de 12 dias após inseminação, manejo conhecido como repasse da inseminação com touro. A propriedade utiliza para o repasse, uma proporção aproximada de 3 a 5% de touros por lote em relação ao número de vacas.

As novilhas que não pegarem cria na inseminação, são encaminhadas para monta natural, são prenhes com 18 meses para serem vendidas em remates e as que não pegarem cria nesse período vão para descarte.

O melhoramento genético contínuo é uma condição inevitável na criação de gado, que é considerado a principal fase de produção da cadeia da carne e proporciona a base para a sustentabilidade da atividade (OAIGEN, 2008). A reprodução é a principal fase, e nesse processo ocorre o melhoramento genético.

Através da IATF podem ser obtidos resultados que incluem: uma temporada mais curta de partos, uma maior uniformidade na produção de bezerros, a antecipação de partos durante a estação de parição, o aumento do crescimento pré-desmama e bezerros mais pesados ao desmame (RODGERS, 2012). No entanto, a principal vantagem da técnica está relacionada com o melhoramento genético e produção de animais mais eficientes (BARUSELLI, 2012).

Na estância, é realizada a ultrassonografia 35 a 40 dias após a inseminação para avaliar se a fêmea está prenhe ou vazia, onde são destinadas a outro protocolo de inseminação ou então feito repasse com touro. O repasse com touro é realizado no mês de janeiro quando acabam os protocolos. Ficam em torno de 30 a 40 dias com as novilhas. É usado em média um touro para cada 25 novilhas, em torno de 15 dias após a inseminação.

Além disso, o uso de IATF fornece datas conhecidas de serviço, o que pode facilitar a gestão da vaca seca, devido a datas mais precisas dos nascimentos esperados, pode ajudar a reduzir o risco de distocia através da melhoria do acasalamento e reduz o risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (OVERTON, 2005).

A escolha do touro é realizada com base na sua Diferença Esperada na Progênie (DEP), a qual tem como objetivo o nascimento de terneiros pequenos para que na hora do parto não ocorra distocia e cesarianas. Todas as novilhas prenhes ficam em campos melhorados e pastagens para que consigam se desenvolver, crescer e diminuir problemas na hora do parto. Na parição das novilhas é feito o

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necessidade de intervir com cesarianas.

A distocia é caracterizada por uma complicação ou dificuldade de realizar o parto de maneira normal, sendo uma das condições obstétricas mais importantes de competência do médico veterinário, onde se necessita de intervenção para que o produto venha a nascer minimizando riscos ao feto e a parturiente (ANDOLFATO e DELFIOL, 2014).

As causas das distocias podem ser de origem maternal ou fetal. As de origem maternal podem ser ligadas a diferentes distúrbios funcionais, como falha nas contrações, más formações na pelve, alterações morfológicas e deslocamento uterino, estenoses vaginais e vulvares (JOHNSTON et al., 2001). Já as de origem fetal geralmente estão ligadas a problemas na posição estática do feto, anomalias do cordão umbilical, gigantismo ou hidropsia fetal, resistência das membranas fetais ou retrações musculares (NOAKES, 2001).

Pesquisas confirmam que novilhas e vacas que concebem e tem parto mais cedo, na respectiva época, produzem e desmamam mais terneiros e kg de terneiros durante sua vida produtiva (AZEREDO et al., 2007). Da mesma forma, vacas que parem no tarde em um ano tendem a parir mais tarde ou não parir no próximo ano (GOTTSCHALL, 2013).

3.2.4 Terneiros sobreano, engorda e reprodutor

De acordo com Trevisan (2012), a pecuária de corte no Brasil tem passado por intensas transformações com os pecuaristas buscando aprimorar o sistema produtivo dando ênfase à precocidade de seu rebanho e à minimização da sazonalidade de produção. Mais recentemente, uma parcela deles passou a se preocupar também com a qualidade da carne vendida e com a segurança alimentar dos consumidores.

Na Estância Guatambu, o desmame e sobreano dos animais ocorre através da avaliação individual, de cada um com seu grupo contemporâneo. O grupo contemporâneo, de acordo com Silva (2013), é a unidade básica de comparação de desempenho, dentro do qual é considerado que todos os animais tiveram as mesmas condições ambientais para produzir. São considerados em um mesmo grupo contemporâneo, animais de mesma raça, rebanho, ano, estação de nascimento, sexo

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e que tenham sido criados em um mesmo regime alimentar e grupo de manejo, com diferença de idade no grupo inferior a 90 dias.

Na avaliação genética de bovinos, o critério de agrupamento mais usado é a formação de grupos contemporâneos com base em fatores como rebanho, ano e estação de nascimento, e são usualmente considerados como efeito fixo, nos modelos de avaliação genética (COBUCI et al., 2006).

No trabalho realizado por Silva (2013), em Dom Pedrito-RS, na Fazenda Barragem, ele descreve que o momento da pesagem é importante saber quais animais permanecerão como reprodutores ou aqueles que irão ser castrados, pois é nesta etapa a última seleção.

O período pós desmama é importante na avaliação genética de bovinos de corte por corresponder a uma faixa próxima do produto final e por melhor representar o ambiente de criação, não sendo diretamente influenciado pelo efeito materno (CARDOSO et al., 2004).

Na estância, após o desmame que é feito pelo método convencional, com retirada das vacas, os terneiros são manejados para um potreiro com cercas boas para não saírem e depois são encaminhados para uma pastagem.

Porém, preconiza-se que antes do descarte dos animais sejam feitas as avaliações de sobreano, para que já estejam ponderados os índices de desempenho dos animais. Os machos descartados do programa de seleção são destinados a terminação à pasto.

Touros com pelagem atípica, chifre ou batoque permanecem como reprodutores somente se apresentarem alto desempenho para outras características, porém, não são utilizados no rebanho controlado, pois, não é de interesse da propriedade perpetuar esses genes, sendo, portanto utilizados no rebanho geral.

Conforme Cardoso (2009), aproximadamente 20% das vacas devem ser renovadas a cada ano, pelas melhores novilhas selecionadas. Segundo o mesmo autor a taxa de reposição deve atingir um balanço entre a inclusão de animais jovens com desempenho promissor e a manutenção de reprodutores provados mais velhos, que minimize o intervalo entre gerações. Touros devem ser usados por dois a três anos, com reposição anual dos mais velhos, pelos melhores touros jovens produzidos.

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A empresa adotou uma prática na temporada de parição, de remoção de todas as fêmeas que apresentarem problemas reprodutivos, como abortos, reabsorção embrionária, prolapso uterino, reduzida habilidade maternal e mães de natimortos ou de terneiros com morte neonatal.

Para promover a recuperação do balanço energético negativo do Periparto e escore de condição corporal, todas as novilhas após o parto são destinadas à pastagens cultivadas com alta oferta e qualidade forrageira, permanecendo por no mínimo 100 dias proporcionando uma maior rapidez de recuperação. Vale lembrar que esta categoria precisa maior atenção que multíparas, porque além de estar em desenvolvimento precisa de reservas para alimentar seu bezerro, uma vez que aos dois anos, já estão dando o primeiro parto.

De acordo com Santos et al. (2009), um programa de manejo nutricional adequado deve proporcionar condição corporal desejável nos diferentes estágios de produção, cujas exigências aumentam significativamente no terço final da gestação e no intervalo de parição (início da lactação) até a reconcepção (pico da lactação). A avaliação do escore de condição corporal permite a análise das práticas de manejo adotadas e pode fornecer subsídios aos produtores na melhoria e na eficiência dos programas de manejo reprodutivo e nutricional.

As vacas que não concebem prenhes durante a estação de monta são descartadas. Como todas as fêmeas tem as mesmas condições ambientais, e além da inseminação, ainda são colocadas na presença do touro, desta forma, aquelas que não produziram terneiros, são descartadas do plantel, da mesma forma que aquelas que tiveram problemas de parto, ou aquelas com pouca habilidade materna também são descartadas.

Fêmeas jovens destinadas a reprodução apresentam maiores exigências nutricionais, pois além de estarem em fase de crescimento necessitam de nutrientes para a reprodução, sendo que a fêmea bovina apresenta crescimento ativo até os quatro anos de idade (FREETLY, 1999).

A “novilha” de primeira cria ou tecnicamente falando, a vaca primípara é a categoria mais exigente de cria. Além de estar amamentando pela primeira vez, ainda está crescendo e precisa ter energia suficiente para ciclar, ser entourada e conceber novamente. Para minimizar esse problema a única alternativa é privilegiar esse lote

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dando a ele os melhores pastos da propriedade ou colocando-o em pastejo de ponta para aumentar o grau de escolha (JUNIOR, 2002).

De outro modo, as novilhas de 14 meses que haviam sido inseminadas na primavera e que não conceberam, são destinadas a reprodução no outono. Sendo que as que não conceberem no outono são destinadas a terminação.

De modo semelhante, as primíparas com terneiro ao pé que não conceberam, são destinadas a temporada reprodutiva de outono. As falhadas de outono são removidas da reprodução e destinadas a terminação.

As multíparas que não emprenharam na temporada reprodutiva de primavera são destinadas a terminação após o desmame. As fêmeas novas com qualidade fenotípica podem ser reservadas para reprodução de outono.

No rebanho geral, para qualquer categoria, todas as fêmeas que ao diagnóstico de gestação, não estiverem com prenhez confirmada, são removidas e destinadas a terminação, o que resulta em alta pressão de seleção para precocidade sexual e fertilidade.

3.2.6 Touros prontos

A empresa tem como objetivo a criação e melhoramento genético de touros das raças Hereford e Braford, sendo os mesmos destinados ao rebanho interno da estância, e a maioria dos animais são destinados a comercialização realizando um remate anual com a Estância Guatambu e convidados.

O remate da Estância Guatambu é uma tradição, ocorre há 40 anos e oferta reprodutores e vacas da Raça Hereford e Braford, é realizado em cinco cidades do Rio Grande do Sul incluindo Dom Pedrito, Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, São Vicente do Sul e Lavras do Sul. Eventualmente promove remate em Esteio.

Anteriormente ao remate, os animais a serem comercializados são selecionados, para a formação dos lotes, com padrão morfológico semelhante, e dependendo da qualidade dos lotes são posicionados para entrar na pista.

Todos os remates são chancelados, e a oferta de animais é realizada com registro na ABHB, com toda a documentação e registros atualizados. O manejo dos animais destinados para as exposições-feiras é o mesmo desenvolvido para os remates, onde os animais são apartados em lotes geralmente em trios, e todos os

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na categoria de rústicos.

Silva (2013), explica que na Fazenda Barragem, também localizada no município de Dom Pedrito-RS, os touros são comercializados no mês de Outubro em um remate. Neste remate são comercializados todos os touros de dois anos, exceto aqueles que serão usados na própria fazenda. Também são comercializados os touros de três anos que foram utilizados na estação de monta anterior. Além dos touros o produtor vende fêmeas que foram descartadas por não terem emprenhado no período da estação de monta, mas que foram entouradas no inverno e agora estão prenhes.

CONCLUSÃO

Através do acompanhamento das atividades na Estância Guatambu, foi possível verificar que o melhoramento genético ocupa um importantíssimo nicho na pecuária de corte, sendo uma ferramenta fundamental para os índices de produtividade com um custo relativamente baixo.

Da mesma forma, pôde-se vivenciar a maneira como é conduzida um programa de melhoramento genético e como é a rotina de uma fazenda de gado de corte, assim como, todas as etapas do manejo com o gado, desde o nascimento até o descarte dos touros e vacas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desse estágio, foi possível evidenciar a grande importância em manter-se atualizado, manter-sempre buscando mais conhecimentos, pois, em todas as áreas, é preciso ter profissionais capacitados para inovar e melhorar a produtividade com coerência e habilitados para competir no mercado consumidor.

No estágio, foi possível verificar que a tecnologia e a inovação estão fazendo parte da vida no campo, melhorando a vida dos produtores, trazendo cada vez mais, melhores condições de produção e qualidade para agricultura e pecuária.

Da mesma forma, pôde-se vivenciar a maneira como é conduzido um programa de melhoramento genético e como é a rotina de uma fazenda de gado de corte. Todos os manejos que envolvem os animais, a pastagem, a reprodução e a seleção dos animais foram de fundamental importância para o aprendizado, pois consegui colocar em prática o que aprendi no decorrer da graduação.

A área de melhoramento genético de bovinos de corte necessita de um acréscimo de profissionais qualificados e também de maiores investimentos e incentivos por parte do setor governamental. Desta maneira, a pecuária de corte certamente alcançará resultados melhores, como o aumento da produção e qualidade da carne produzida no Brasil.

Além disso, o acompanhamento da rotina da propriedade possibilitou identificar as principais áreas de atuação do Médico Veterinário dentro de um sistema de produção de bovinos além de proporcionar o convívio com diversas pessoas, desenvolvendo a capacidade de relacionar-se com diferentes profissionais.

Referências

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