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Análise do perfil da distribuição do valor adicionado das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 S.A. (Brasil, Bolsa, Balcão)

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ÁREA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FILIPE DE SOUZA MACIEL

ANÁLISE DO PERFIL DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO DAS EMPRESAS DO SETOR DE SAÚDE, SEGMENTO MEDICAMENTOS E OUTROS

PRODUTOS LISTADAS NA B3 S.A. (BRASIL, BOLSA, BALCÃO)

CAXIAS DO SUL 2017

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FILIPE DE SOUZA MACIEL

ANÁLISE DO PERFIL DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO DAS EMPRESAS DO SETOR DE SAÚDE, SEGMENTO MEDICAMENTOS E OUTROS

PRODUTOS LISTADAS NA B3 S.A. (BRASIL, BOLSA, BALCÃO)

Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul

Orientador TCC I: Prof. Me. Eduardo Tomedi Leites

Orientador TCC II: Prof. Dra. Marlei Salete Mecca

CAXIAS DO SUL 2017

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FILIPE DE SOUZA MACIEL

ANÁLISE DO PERFIL DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO DAS EMPRESAS DO SETOR DE SAÚDE, SEGMENTO MEDICAMENTOS E OUTROS

PRODUTOS LISTADAS NA B3 S.A. (BRASIL, BOLSA, BALCÃO)

Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul

Orientador TCC I: Prof. Me. Eduardo Tomedi Leites

Orientador TCC II: Prof. Dra. Marlei Salete Mecca

Aprovado (a) em ____/_____/_____ Banca Examinadora:

Presidente

--- Prof. Dra. Marlei Salete Mecca

Universidade de Caxias do Sul - UCS Examinadores:

--- Prof. Dr. Alex Eckert

Universidade de Caxias do Sul - UCS

--- Prof. Maria Salete Denicol

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Dedico a todos vocês, que sempre estiveram ao meu lado me incentivando, em especial ao meu pai e meus irmãos e a todas as pessoas que de alguma forma me inspiraram e que contribuíram para que este trabalho atingisse seus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

Quero expressar meus agradecimentos a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que este trabalho fosse realizado. Em especial ao meu orientador, Prof. Dra. Marlei Salete Mecca, pela sua competência e orientação durante todo o desenvolvimento desta monografia. Agradeço de forma toda especial meu pai e minha mãe (em memória) que contribuíram para a formação de minha personalidade e me deram forças e motivação para realizar meus sonhos. Agradeço de forma especial aos meus irmãos e irmã pelo amor, carinho e compreensão dedicados a mim e que me fortaleceram nos momentos mais difíceis. Aos amigos pela compreensão e apoio incondicional para a realização de mais um objetivo fundamental em minha vida e aos colegas de curso com os quais convivi esses anos pela paciência e dedicação.

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“Se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho, não seria ruim. ”

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RESUMO

A demonstração do valor adicionado (DVA) é a demonstração contábil que evidencia como a riqueza da entidade foi gerada e como foi distribuída entre os agentes econômicos que a compõe, sendo obrigatória a sua divulgação para empresas de capital aberto, a partir de 2008. O presente estudo busca responder a seguinte questão: Como é distribuído o valor adicionado das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 com base nas Demonstrações do Valor Adicionado no período de 2011 a 2016? Se trata de uma pesquisa bibliográfica e documental com abordagem quantitativa e qualitativa e análise descritiva. O estudo é limitado a seis empresas (Brasil Pharma S.A., Cremer S.A., Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos, Nortec Química S.A., Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A. e Raia Drogasil S.A) que divulgaram os dados no site da B3 em todos os anos do período proposto. As comparações foram realizadas primeiramente por agente econômico (empregados, governos, capital de terceiros e acionistas) e posteriormente comparadas as empresas entre si, segregando-as por ramo de atividade (industrial e comercial) e comparando com o Produto Interno Bruto brasileiro do período. O estudo demonstrou que não há um perfil padrão entre as empresas com oscilações de um ano para o outro. Em relação aos resultados, as empresas Brasil Pharma S.A. e Cremer S.A. apresentam maior média de destinação para empregados, enquanto as demais empresas destinam a maior parcela de sua riqueza para governos. Apenas a empresa Nortec Química S.A. destina o menor percentual de sua riqueza para capital de terceiros, as demais destinam a menor média para acionistas. A pesquisa realizada busca contribuir com estudos sobre a DVA apresentando-se como um instrumento para análise e comparação da distribuição da riqueza gerada com outros setores da economia. Palavras-chave: Contabilidade. Demonstração do valor adicionado. Indicadores. Setor de saúde. Valor adicionado a distribuir.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 - Modelo de Balanço Patrimonial ... 22

Quadro 2 - Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício... 24

Quadro 3 - Modelo de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ... 25

Quadro 4 - Modelo de Demonstração do Resultado Abrangente ... 26

Quadro 5 – Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Direto ... 28

Quadro 6 – Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Indireto ... 29

Quadro 7 – Modelo de Demonstração do Valor Adicionado ... 32

Quadro 8 – Indicadores para análise da DVA ... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - P.E.V.A. (em percentual) ... 46

Tabela 2 – P.G.V.A. (em percentual) ... 48

Tabela 3 – P.T.V.A. (em percentual) ... 49

Tabela 4 – P.A.V.A. (em percentual) ... 50

Tabela 5 – Resultados dos indicadores por empresa (em percentual) ... 52

Tabela 6 - Análise horizontal do valor adicionado total ... 55

Tabela 7 - Performance do conjunto de agentes em relação ao comportamento do VAT ... 56

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LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS % – por cento AH – Análise Horizontal Art. - Artigo AT - Ativo total AV - Análise Vertical

B3 - B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão

BM&FBOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros BP - Balanço Patrimonial

CETIP - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos CFC - Conselho Federal de Contabilidade

COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CVM - Comissão de Valores Mobiliários

DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa

DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DRA - Demonstração do Resultado Abrangente

DRE - Demonstração do Resultado do Exercício DVA - Demonstração do Valor Adicionado FASB - Financial Accounting Standards Board FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço IASC - International Accounting Standards Committee IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IFRS - International Financial Reporting Standards

IOF - Imposto sobre Operações Financeiras IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano

IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IRPJ - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

ISS - Imposto Sobre Serviços Ltda - Limitada

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Nº - Número

NBC T - Norma Brasileira de Contabilidade - Técnica

NBC TG - Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica Geral NE - Notas Explicativas

ONU - Organização das Nações Unidas

P.A.V.A. - Participação de acionistas no valor adicionado P.E.V.A. - Participação de empregados no valor adicionado P.G.V.A. - Participação de governos no valor adicionado PIB – Produto Interno Bruto

PIS - Programa de Integração Social PL - Patrimônio Líquido

P.T.V.A. - Participação de terceiros no valor adicionado V.A.D.A. - Valor adicionado distribuído aos acionistas V.A.D.E. - Valor adicionado distribuído aos empregados V.A.D.G. - Valor adicionado distribuído aos governos V.A.D.T. - Valor adicionado distribuído a terceiros VAT - Valor adicionado total

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14

1.2 TEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ... 15

1.3 PROPOSIÇÕES ... 17 1.4 OBJETIVOS ... 17 1.4.1 Objetivo geral ... 17 1.4.2 Objetivos específicos ... 17 1.5 ESTRUTURA DO ESTUDO ... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 19 2.1 CONTABILIDADE ... 19

2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS PARA COMPANHIAS DE CAPITAL ABERTO ... 21

2.2.1 Balanço Patrimonial ... 21

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 23

2.2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ... 25

2.2.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa ... 27

2.2.6 Demonstração do Valor Adicionado ... 30

2.2.7 Notas Explicativas ... 35

2.3 ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ... 36

2.4 PRODUTO INTERNO BRUTO ... 39

3 METODOLOGIA ... 41

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 41

3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ... 42

4 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DAS EMPRESAS EM ESTUDO ... 43

4.1 APRESENTAÇÃO DAS EMPRESAS ... 43

4.1.1 Brasil Pharma S.A. ... 44

4.1.2 Cremer S.A. ... 44

(14)

4.1.4 Nortec Química S.A. ... 45

4.1.5 Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A. ... 45

4.1.6 Raia Drogasil S.A. ... 45

4.2 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO ... 46

4.2.1 Composição e análise do valor adicionado e destinação a cada agente econômico ... 46

4.2.2 Compilação da análise ... 55

4.2.3 Proposições ... 58

5 CONCLUSÃO ... 60

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A sociedade moderna vem mudando a concepção de que as companhias empresariais tem como único objetivo aumentar as riquezas de seus acionistas, o benefício social atribuído à essas empresas e a forma como interagem com a sociedade são aspectos relevantes contidos nas demonstrações contábeis. Desse modo, os desejos individuais e de todos os envolvidos na rede de produção e circulação da riqueza representam a função social da empresa, buscando equilíbrio entre seus interesses e os da sociedade de consumo, com objetivo de valorização dos usos e costumes sociais (FERREIRA, 2006).

Para Cunha, Ribeiro e Santos (2005), a Contabilidade, como veículo de informação, tem como um de seus principais desafios colocar à disposição dos usuários informações que retratam a relação da empresa com a sociedade. Diante disso, a lei nº 11.638 sancionada em dezembro de 2007 trouxe alterações na elaboração e divulgação das demonstrações contábeis e entre essas mudanças está a obrigatoriedade por parte das sociedades anônimas de capital aberto da elaboração e divulgação da Demonstração do Valor Adicionado a partir de 2008.

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um conjunto de informações de natureza econômica, é um relatório contábil que visa demonstrar o valor da riqueza gerada pela empresa e a distribuição para os elementos que contribuíram para a sua geração. Assemelha-se ao esquema de contas de renda nacional, pois para encontrar o Produto Interno Bruto (PIB) bastaria somar as demonstrações do valor adicionado de todas as atividades econômicas do pais, excluindo as duplas contagens (MARTINS et. al., 2013).

Além de auxiliar no cálculo do PIB e de indicadores sociais, a DVA permite analisar a capacidade de geração de valor e a forma de distribuição das riquezas da empresa, podendo ainda ser utilizada como instrumento de negociação entre sindicatos de trabalhadores e patrões, pois fornece informações sobre os benefícios remuneratórios obtidos pelos fatores de produção (trabalhadores e financiadores) e governo (MARION, 2015).

Na economia de um país, alguns setores, além de gerar riquezas e agregar valor ao PIB, são importantes no papel de dispor meios de satisfazer o bem-estar da

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população. O setor farmacêutico busca cumprir esse papel, uma vez que, entre seus objetivos está a comercialização e distribuição de medicamentos essenciais à saúde pública.

Diante do exposto, o objetivo dessa pesquisa é analisar a distribuição de riquezas das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 com base nas Demonstrações do Valor Adicionado no período de 2011 a 2016. Entende-se que o tema apresentado é importante acadêmica, social e profissionalmente, uma vez que busca analisar com o auxílio de métodos e técnicas contábeis, o perfil da distribuição do valor adicionado das empresas em estudo, identificando entre os agentes de produção qual recebeu o maior percentual.

1.2 TEMA E QUESTÃO DE PESQUISA

A Contabilidade, como ciência social, evoluiu o seu papel ao produzir relatórios que atendam as novas necessidades de seus usuários demonstrando informações de cunho socioeconômico e não apenas as informações sobre o patrimônio e o resultado financeiro em determinado período.

Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica Geral (NBC TG) 26, ao final de cada exercício social, as companhias de capital aberto devem apurar e publicar as seguintes demonstrações contábeis:

- Balanço Patrimonial;

- Demonstração do Resultado do Exercício;

- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; - Demonstração do Resultado Abrangente;

- Demonstração dos Fluxos de Caixa; - Demonstração do Valor Adicionado; - Notas Explicativas.

Apesar de não ser obrigatório, o Balanço Social é publicado anualmente pelas empresas e conforme descreve Vieira (2006), tem como base de sustentação tornar público como a empresa encara sua responsabilidade social, mostrando com transparência, para o público em geral, o que efetivamente está realizando na área social.

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vertentes do Balanço Social, pode ser utilizada como instrumento de análise da riqueza gerada pelas empresas bem como sua forma de distribuição. Para Cunha, Ribeiro e Santos (2005) o PIB produzido pela organização está relacionado à percepção da contribuição econômica da entidade com o segmento ao qual se relaciona.

Considerando que a DVA é umas das demonstrações contábeis exigidas por lei, definiu-se delimitar o tema na elaboração de uma análise que foque as demonstrações do valor distribuído às partes interessadas: empregados, governo, fornecedores de capital e a própria empresa (BRAGA, 2012). A parte relativa à maneira pela qual é gerado o valor adicionado não será objeto de análise deste estudo.

Para esse fim, delimitou-se como campo de pesquisa as empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos, listadas na bolsa de valores B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3) - no período de 2011 a 2016 por tratar-se de um setor da economia que tem como objetivo primordial a produção de medicamentos, o que exige consequentemente, atividades de pesquisa e desenvolvimento, inovação, comercialização e distribuição de produtos (DUARTE et. al., 2015).

A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, sendo atualmente a única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no Brasil, foi criada em março de 2017 a partir da combinação de atividades da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA), com a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado.

Com base na delimitação do tema de pesquisa proposto, a questão de pesquisa para o estudo é: Como é distribuído o valor adicionado das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 com base nas Demonstrações do Valor Adicionado no período de 2011 a 2016?

A definição da questão de pesquisa, além de levar em consideração a delimitação do tema, visa identificar como está a distribuição do valor adicionado dessas empresas quando comparadas entre elas.

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1.3 PROPOSIÇÕES

Em concordância com a questão de pesquisa e ao objetivo geral, o estudo busca responder às seguintes proposições:

- Em períodos de recessão e queda do Produto Interno Bruto (PIB) existe redução do percentual da riqueza distribuída aos trabalhadores e acionistas.

- O agente econômico com menor participação no valor adicionado distribuído é o governo pois o setor tem como um de seus objetivos distribuir medicamentos para o bem-estar e saúde da população.

- Existe similaridade na distribuição do valor adicionado entre as empresas do setor industrial e comercial.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a distribuição de riquezas das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 com base nas Demonstrações do Valor Adicionado no período de 2011 a 2016.

1.4.2 Objetivos específicos

- Fazer o levantamento bibliográfico relacionado à Demonstração do Valor Adicionado;

- Selecionar grupo de empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3;

- Levantar os dados referente ao valor adicionado no período proposto; - Verificar a evolução das destinações para cada elemento;

- Apresentar indicadores que possibilitem a análise e identificação de possíveis semelhanças e/ou diferenças existentes entre as empresas levando-se em consideração a distribuição do valor adicionado.

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1.5 ESTRUTURA DO ESTUDO

No primeiro capítulo é apresentada uma contextualização do tema, bem como os objetivos e a questão de pesquisa.

No segundo capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica sobre a origem da Contabilidade e do Balanço Social, as demonstrações obrigatórias para as companhias de capital aberto, conceitos e modelo de Demonstração do Valor Adicionado e apresentação de indicadores para análise dos dados.

No terceiro capítulo são apresentados os procedimentos de coleta e análise dos dados bem como a metodologia aplicada que consiste em uma pesquisa bibliográfica e documental, análise descritiva com abordagem quantitativa e qualitativa.

No quarto capítulo pretende-se atingir o objetivo da pesquisa, apresentando os dados coletados e o uso de indicadores como instrumento de análise.

No quinto e último capítulo apresentam-se as conclusões com exposição dos resultados da pesquisa realizada.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados alguns conceitos a fim de dar suporte teórico ao tema objeto de estudo, sendo dividido em tópicos dispostos da seguinte forma: Contabilidade, Demonstrações Contábeis Obrigatórias para Companhias de Capital Aberto, Análise da Demonstração do Valor Adicionado e Produto Interno Bruto.

2.1 CONTABILIDADE

Padoveze (2014, p. 3) conceitua a Contabilidade “como o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade” e complementa que “Patrimônio é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém ou de uma empresa (de uma entidade) ”.

A Contabilidade “é uma ciência social, pois estuda o comportamento das riquezas que se integram no patrimônio, em face das ações humanas (portanto, a Contabilidade ocupa-se de fatos humanos) ” (MARION, 2015, p. 6).

A Contabilidade nasceu a milhares de anos fruto da necessidade do ser humano em controlar e registrar seu patrimônio (Iudícibus, Martins e Carvalho, 2005). Complementando Marion (2015, p. 6) nos diz que essa ciência “surgiu basicamente da necessidade de donos de patrimônio que desejavam mensurar, acompanhar a variação e controlar suas riquezas”.

Em relação ao cenário atual, Iudícibus, Martins e Carvalho (2005, p. 18) avaliam que:

É confortante poder expressar as dimensões atuais da Contabilidade como uma forma eficaz de avaliação de desempenho econômico e financeiro (e social) de entidades e gestores; como insumo essencial para a tomada de decisões econômico-financeiras; como instrumento de accountability eficiente de qualquer gestor de recursos perante a sociedade.

Para Kroetz (2000) a Contabilidade, com o intuito de suprir as necessidades de informações de seus usuários, utiliza um conjunto de demonstrações contábeis capazes de refletir a realidade patrimonial, financeira e econômica, não dispondo de informações de cunho social e ecológico.

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Diante disso, surgiu o Balanço Social, componente não obrigatório das demonstrações, que tem por finalidade divulgar informações que interessam não somente acionistas, mas também sindicatos, empregados e a comunidade (NAGAI, 2012). Corrobora com isso, a opinião de Kroetz (2000, p. 45) de que o Balanço social procura “não só identificar a qualidade das relações organizacionais com seus empregados, com a comunidade e com o meio ambiente, como também quantificá-las (nos casos possíveis) ”.

Arantes et. al. (2015) afirmam que o Balanço Social foi criado para tornar público a responsabilidade social e ambiental das organizações e seu grau de comprometimento com a sociedade a qual está inserida. Chagas e Machado (2012) complementam que para acrescentar informações de caráter social e ambiental surgiu o Balanço Social, uma vez que as demonstrações contábeis normalmente apresentadas pelas empresas limitavam à assuntos financeiros.

Segundo Santos (2003), o Balanço Social possui quatro vertentes: Balanço Ambiental que contempla os gastos e investimentos voltados à área ambiental, Balanço de Recursos Humanos onde a empresa evidencia as informações referentes ao quadro de colaboradores da empresa, Demonstração do Valor Adicionado (DVA) que evidencia a riqueza gerada e sua forma de distribuição entre os atores envolvidos e Benefícios e Contribuições à Sociedade em geral onde é evidenciado os benefícios sociais e culturais à sociedade que circunda a empresa.

O Balanço Social, cuja intenção é divulgar as informações sociais e ecológicas, destinadas aos mais diversos usuários da Contabilidade (internos e externos), que refletem os impactos de algumas das mutações patrimoniais das entidades na sociedade e no meio ambiente. Ele é um instrumento gerencial que supre uma exigência social, no qual são encontrados dados que auxiliam o planejamento, o controle, a análise, a avaliação e a consequente tomada de decisão nas mais diversas esferas empresariais e governamentais. (KROETZ, 2000, p. 15)

Dentre as vertentes citadas, será abordada somente a Demonstração do Valor Adicionado, foco do estudo. Para Martins et. al. (2013, p. 7) “a DVA objetiva evidenciar a contribuição da empresa para o desenvolvimento econômico-social da região onde está instalada”.

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2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS PARA COMPANHIAS DE CAPITAL ABERTO

Segundo o Pronunciamento Técnico 26 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) - Apresentação das Demonstrações Contábeis -, “as demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade”.

Complementando, o art. 176 da Lei nº 6.404/76 enfatiza que que a diretoria fará elaborar as demonstrações contábeis que “deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício”.

De acordo com a NBC TG 26, ao fim de cada exercício social, as companhias de capital aberto são obrigadas a publicar as seguintes demonstrações:

- Balanço Patrimonial (BP);

- Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); - Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);

- Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC); - Demonstração do Valor Adicionado (DVA); - Notas Explicativas;

Conforme Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 480/09 além das demonstrações contábeis, as entidades devem apresentar o relatório da administração, relatório do auditor independente, parecer do conselho fiscal (se houver), proposta de orçamento de capital preparada pela administração (se houver), relatório anual resumido do comitê de auditoria (se houver), declaração dos diretores concordando com as demonstrações financeiras e com as opiniões expressas no relatório dos auditores independentes.

Nos tópicos seguintes são abordadas as demonstrações contábeis as quais as companhias objetos do estudo são obrigadas a publicar conforme a NBC TG 26.

2.2.1 Balanço Patrimonial

De acordo com o art. 178 da Lei nº 6.404/76, “no balanço as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da companhia”.

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Para Padoveze (2014), o balanço apresenta a situação financeira e patrimonial da entidade em um período específico, representando uma posição estática sobre os bens, direitos e obrigações. Os três elementos do Balanço Patrimonial (BP) são:

a) Ativo, descrito por Martins et. al. (2013) como recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata ou imediatamente, fluxos de caixa, devendo ser dividido em circulante e não circulante e classificado em ordem decrescente de liquidez;

b) Passivo, que segundo Assaf Neto (2015, p. 64) “identifica as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos valores encontram-se investidos nos ativos”, classificado em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades e subdividido em circulante e não circulante;

c) Patrimônio Líquido (PL), definido por Padoveze (2014) como a diferença entre o ativo e o passivo. Assaf Neto (2015, p. 64) complementa que o Patrimônio Líquido “identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas (ou sócios), mais os lucros gerados no exercício e que não foram retidos na empresa (lucros não distribuídos) ”.

Dentro desse conceito, o quadro 1 apresenta um modelo de Balanço Patrimonial.

Quadro 1 - Modelo de Balanço Patrimonial

Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Caixa e Equivalentes de Caixa Fornecedores

Aplicações Financeiras Salários a pagar

Clientes Encargos sociais a pagar

(-) Provisão para devedores duvidosos Empréstimos Estoque

Não Circulante Não Circulante

Realizável a Longo Prazo Financiamentos

Contas a pagar Longo Prazo Investimentos

Patrimônio Líquido

Imobilizado Capital Social

Reservas de Capital

Intangível Lucros ou prejuízos acumulados

Total do Ativo Total do Passivo + PL

Balanço Patrimonial

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Um ativo ou passivo deve ser classificado como circulante quando se espera que seja realizado dentro dos doze meses seguintes à data do balanço e cuja utilização não esteja restrita. O grupo de “não circulantes” do ativo deve ser desmembrado em ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. No caso do passivo, deverá conter principalmente o Exigível a Longo Prazo (MARION, 2015).

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) compreende as contas de receitas, custos e despesas a fim de demonstrar o resultado das atividades no final do exercício social (RIBEIRO, 2015). A DRE “visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucros ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido” (ASSAF NETO, 2015, p. 83).

Conforme Marion (2012) a apresentação da DRE deverá observar o princípio da competência e evidenciar com clareza e de forma dedutiva as contas de receitas, despesas, ganhos e perdas, definindo ao final o lucro ou prejuízo do exercício.

Conforme a NBC TG 26:

A entidade deve apresentar análise das despesas utilizando uma classificação baseada na sua natureza, se permitida legalmente, ou na sua função dentro da entidade, devendo eleger o critério que proporcionar informação confiável e mais relevante, obedecidas as determinações legais.

Complementando, o item 105 da norma acima citada, esclarece, “dado que a informação sobre a natureza das despesas é útil ao prever os futuros fluxos de caixa, é exigida divulgação adicional quando for usada a classificação com base no método da função das despesas”.

No quadro 2 é apresentado um modelo de Demonstração do Resultado do Exercício de acordo com a NBC TG 26.

(25)

Quadro 2 - Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício

Descrição Ano 1 Ano 2

Receita Operacional Bruta

Vendas... (-) Deduções da Receita Bruta

Icms sobre vendas... PIS sobre faturamento... COFINS sobre faturamento... Devoluções e abatimentos... (=) Receita Operacional Líquida

(-) Custo das Mercadorias Vendidas... (=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Despesas com Vendas... Despesas Administrativas... Despesas com Pessoal... Outras Despesas Operacionais... (=) Outras Receitas Operacionais... Resultado da Equivalência Patrimonial... (=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras (=) Resultado Financeiro

Despesas Financeiras... Receitas Financeiras... Lucro Antes do IRPJ e CSLL

(=) Tributos sobre o Lucro

(-) Provisão para CSLL... (-) Provisão para IRPJ... Resultado Exercício após Tributos sobre o Lucro (=) Participações... (=) Lucro ou Prejuízo do Exercício

Lucro ou Prejuízo por Ação do Capital

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2015, p. 60)

O valor da Receita Operacional Bruta corresponde ao valor da venda constante na Nota Fiscal respectiva, estando incluso o valor do ICMS, do PIS, da Cofins e do ISS (se houver) e excluído o valor do IPI. Em relação ao Lucro ou prejuízo por ação do capital, deve-se informar em Notas Explicativas os critérios utilizados para cálculo quando o Capital da companhia for composto por ações de espécie e classes variadas e com direitos e vantagens diferenciadas (RIBEIRO, 2015).

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2.2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) “abrange todas as contas do patrimônio líquido, identificando os fluxos ocorridos entre uma conta e outra e as variações (acréscimos e diminuições) verificadas no exercício” (ASSAF NETO, 2015, p. 98).

Segundo Martins et. al. (2013, p. 5) a DMPL

Evidencia a mutação do patrimônio líquido em termos globais (novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, ajustes de avaliação patrimonial, etc.) e em termos de mutações internas (incorporações de reservas ao capital, transferências de lucros acumulados para reservas e vice-versa etc.).

Conforme a NBC TG 26, a DMPL deve incluir informações sobre o resultado abrangente do período, segregando o valor total da participação dos proprietários da entidade controladora e de não controladores. Deve apresentar ainda os ajustes de exercícios anteriores (obedecendo à NBC TG 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro), e os saldos inicial e final de cada componente do patrimônio líquido e suas respectivas mutações, bem como as transações de integralização de capital, distribuições realizadas e mudanças nas quotas de participações de controladas que não afetarem seu controle. O quadro 3 apresenta um modelo da estrutura dessa demonstração.

Quadro 3 - Modelo de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Legal Estatutária Lucros a Realizar Saldo Inicial

Ajuste exercício anterior Aumento de capital Reversão de reserva Lucro do exercício Destinação do Lucro Reserva de lucro Reserva legal Reserva estatutária Dividendos a distribuir Juros capital social Saldo final

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Reserva de lucro Resultados Acumulado Ajustes de Avaliação Patrimonial Reserva de Capital Capital Social Total

(27)

Padoveze (2014, p. 390) enfatiza que a DMPL pode ser usada como fonte de pesquisa para a elaboração da DFC, uma vez que separa, “das contas do patrimônio líquido o que se refere a entrada ou saída efetiva de numerário, dos aumentos e diminuições dos saldos apenas decorrente de transferências sem efetivação de caixa”.

2.2.4 Demonstração do Resultado Abrangente

Alguns países da Europa e Oceania passaram a exigir a divulgação do resultado abrangente a partir de 1992, nos Estados Unidos a exigência da apresentação teve início em 1997. No Brasil, passou a ser obrigatório a divulgação da Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) a partir do exercício 2010, devendo ser elaborada em conformidade com o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis (SILVA e SILVA, 2015).

Para Martins et. al. (2013, p. 4), resultado abrangente “é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com sócios”. Os mesmos autores complementam que “é o resultado do exercício acrescido de ganhos ou perdas que eram reconhecidos direta e temporariamente na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido”. O quadro 4 apresenta um modelo de DRA.

Quadro 4 - Modelo de Demonstração do Resultado Abrangente

Descrição Ano 1 Ano 2

(=) Resultado Líquido do Período (=/-) Outros Resultados Abrangentes Variação de Reserva de Reavaliação Ajustes de Avaliação Patrimonial

(=/-) Resultados Abrangentes de Empresas Investidas (=) Resultado Abrangente do Período

Valor Atribuído a Sócios da Empresa Controladora Valor Atribuído a Sócios Não Controladores

Demonstração do Resultado Abrangente

Fonte: Adaptado de NBC TG 26

Conforme a NBC TG 26, a DRA pode ser apresentada juntamente com a DMPL ou segregada e deve incluir além do resultado líquido as seguintes rubricas:

(28)

b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza;

c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecidas por meio do método de equivalência patrimonial;

d) resultado abrangente do período;

e) resultado abrangente distribuídos aos controladores e não controladores.

2.2.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa

Segundo Ribeiro (2015) a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) deve seguir as orientações da NBC TG 03, cujos critérios para elaboração baseiam-se nos organismos internacionais International Accounting Standards Committee (IASC) “cujas práticas contábeis estabelecidas são adotadas por vários países e o Financial

Accounting Standards Board (Fasb), órgão normatizador das práticas contábeis dos

Estados Unidos”.

A DFC “evidencia as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) em determinado período por meio dos fluxos de recebimentos e pagamentos” (MARION, 2012, p. 54).

O objetivo da DFC é auxiliar os usuários das demonstrações a analisar a capacidade de a companhia gerar caixa e equivalente de caixa ao disponibilizar informações sobre os pagamentos e recebimentos ocorridos durante um determinado período (MARTINS et. al., 2013).

A elaboração da DFC, segundo o CPC 03 será segmentada em três grupo de atividades, sendo classificada por atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos.

Complementando, o CPC 03 estabelece que o fluxo de caixa das atividades operacionais poderá ser apresentado de duas formas: Pelo método direto “segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas”; e pelo método indireto cujo “objetivo é mostrar quanto do lucro se transformou em caixa” (PADOVEZE, 2014, p. 399).

O quadro 5 apresenta o modelo de DFC método direto e o quadro 6 apresenta o método indireto, sendo que no modelo do método indireto será apresentado apenas as atividades operacionais pois o restante da demonstração é igual para os dois modelos.

(29)

Quadro 5 – Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Direto Método Direto Das atividades operacionais:

(+) Recebimento de vendas à vista (+) Recebimento de clientes (-) Pagamentos

= Caixa gerado pelas operações (-) Pagamento de IR/CSLL

(+) Recebimento de adiantamentos (-) Pagamento de adiantamentos

A - Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Das atividades de Investimentos

(+) Receitas financeiras (aplicações) (+) Venda de imobilizado

(+) Venda de Intangíveis

(-) Aquisições de Investimento (-) Aquisições de Imobilizado (-) Aquisições de Intangível

B - Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos

Com Sócios:

(+) Integralização de capital

(-) Pagamento de juros s/ capital próprio (-) Pagamento de dividendos

Com Instituições Financeiras: (+) Novos empréstimos bancários

(-) Pagamentos de empréstimos curto prazo (+) Desconto de duplicatas

(-) Liquidação de duplicatas descontadas (-) Despesas financeiras - empréstimos Com Investidores:

(+) Emissão de debêntures

C - Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamentos D - Total dos Fluxos de Caixa

E - Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes Caixa F - Saldo Final de Caixa e Equivalentes Caixa G - Variação Saldo de Caixa e Equivalente Caixa

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

(30)

Quadro 6 – Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa – Método Indireto

Método Indireto Das atividades operacionais:

Resultado líquido antes IR / CSLL

(+) Depreciação

(+) Amortização do intangível

(+) Provisão devedores duvidosos

(+) Despesas financeiras

(+) Variação cambial passiva

(-) Receitas financeiras

(+) Juros sobre capital próprio

(-) Receita equivalência patrimonial

(-) Receita venda imobilizado

(+) Custo baixa imobilizado

= Resultado líquido financeiro operacional

Acréscimos/ decréscimos em ativos e passivos operacionais Variação de Clientes

Variação de Estoques Variação de Adiantamentos

Variação de Despesas antecipadas Variação de Fornecedores

Variação de Remunerações a pagar Variação de Contas a pagar

Variação de Impostos a pagar Caixa gerado pelas operações

(-) Pagamento de IR/CSLL (+) Recebimento de adiantamentos (-) Pagamento de adiantamentos (+) Receita Financeira (-) Despesas financeiras (-) Dividendos recebidos

A - Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Fonte: Adaptado de Reis (2009, p. 171)

Conforme a NBC TG 03, “transações de investimento e financiamento que não envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa devem ser excluídas da demonstração dos fluxos de caixa”. Devendo ser divulgadas em notas explicativas fornecendo informações relevantes sobre tais atividades.

(31)

2.2.6 Demonstração do Valor Adicionado

No Brasil a Demonstração do Valor Adicionado tornou-se obrigatória para as companhias de capital aberto a partir da promulgação da Lei nº 11.638/07, que promoveu alterações na Lei nº 6.404/76. A NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado – orienta a elaboração e divulgação dessa demonstração (MARTINS et. al., 2013).

Segundo Marion (2012) a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) surgiu na Europa, principalmente por influência da Alemanha, França e Inglaterra e a demanda pela sua divulgação tem aumentado no cenário internacional em virtude da recomendação de uso pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Santos (2003, p. 35) pontifica que a DVA “componente importantíssimo do Balanço Social, deve ser entendida como a forma mais competente criada pela Contabilidade para auxiliar na medição e demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição da riqueza de uma entidade”.

Através da utilização da DVA, obtém-se “em um único item todos os valores relativos aos gastos com pessoal, remunerações e seus respectivos encargos. Essa segregação não é passível de ser encontrada em qualquer outra demonstração contábil tradicional” (SANTOS, 2003, p. 249).

Em relação ao conceito dessa demonstração, Padoveze (2014) ensina que a DVA demonstra o montante de valor que uma empresa adicionou aos seus fatores de produção e qual a forma de distribuição dessa riqueza para os agentes da comunidade que contribuíram para a sua geração (empregados, governo, acionistas, financiadores). O CPC 09 complementa que o valor adicionado inclui ainda o valor “recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade”.

Corrobora sobre o conceito da DVA, a explanação de Marion (2015, p. 295) que diz:

Se subtrairmos das vendas todas as compras de bens e serviços, teremos o montante de recursos que a empresa gera para remunerar salários, juros, impostos e reinvestir em seu negócio. Esses recursos financeiros gerados leva-nos a contemplar o montante de valor que a empresa está agregando (adicionando) como consequência de sua atividade.

(32)

sua riqueza e de que forma a distribui, tem sido analisada por países emergentes para autorizar a implantação de empresas em seu território, uma vez que essa demonstração evidencia os benefícios para a economia da região e influencia a formação do Produto Interno Bruto (PIB), uma vez que, conceitualmente, o somatório dos valores adicionados de um país representa seu Produto Interno Bruto (RIBEIRO, 2015).

O PIB indicada a atividade econômica de uma região. Consiste na soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma região (país, estado etc.) durante um determinado período (ano, mês etc.) (PADOVEZE, 2014).

Na esfera governamental, as informações divulgadas na DVA podem servir de parâmetro para fins de concessões de financiamentos e decisões de investimentos em empresas ou regiões (SANTOS et. al., 2013).

A DVA foi regulamentada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do Pronunciamento Técnico CPC 09, aprovado pela Deliberação CVM nº 557/08 para as companhias abertas e também pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio da NBC TG 09, aprovada pela Resolução CFC nº 1.138/2008 (MARTINS et. al., 2013).

As informações para preenchimento da DVA são extraídas da contabilidade devendo ter como base o princípio contábil do regime da competência.

No quadro 7, apresenta-se o modelo utilizado na pesquisa conforme instruções da NBC TG 09 e na sequência os comentários acerca de seus diversos componentes.

(33)

Quadro 7 – Modelo de Demonstração do Valor Adicionado

Descrição Ano 1 Ano 2

1 - RECEITAS

1.1) Receita de Vendas 1.2) Outras Receitas

1.3) Receitas Relativas à Construção de Ativos Próprios 1.3) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

2.1) Custo de Produtos, mercadorias ou serviçõs vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Perda / recuperação de ativos

3 - VALOR ADICIONADO BRUT0 (1-2) 4 - RETENÇÕES

4.1) Despesas Depreciações 4.2) Despesas Amortizações

5 - VALOR ADICIONADO LIQUIDO GERADO (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receita Financeira

7 - VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR (5+6) 8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1) Pessoal

8.1.1 Remuneração Direta 8.1.2 Benefícios

8.1.3 F.G.T.S.

8.2) Impostos, Taxas e Contribuições 8.2.1 Impostos Federais

8.2.2 Impostos Estaduais 8.2.3 Impostos Municipais

8.3) Remuneração Capital de Terceiros 8.3.1 Juros pagos

8.3.2 Aluguéis pagos

TOTAL DISTRIBUIDO A TERCEIROS 8.4) Remuneração de Capitais Próprios 8.4.1 Juros sobre capital próprio

8.4.2 Dividendos propostos

8.4.3 Lucros Retidos / Prejuízo do Exercício

8.4.4 Participação dos não-controladores nos lucros retidos DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Fonte: Adaptado de NBC TG 09

Em sua primeira parte (itens 1 a 7), a DVA deve apresentar a riqueza produzida pela entidade e na segunda parte (item 8) como essa riqueza foi

(34)

distribuída. Veja o detalhamento de cada item: 1 – Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços – Corresponde ao faturamento bruto da entidade, e inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas.

Outras receitas – Inclui os valores fora das atividades da empresa (ganhos ou perdas na baixa de imobilizados entre outros) e os tributos incidentes sobre ela.

Receitas relativas à construção de ativos próprios – Corresponde aos valores relativos à construção de ativos para uso da empresa, tais como materiais, mão de obra, serviços terceirizados.

Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Inclui os valores relativos às perdas estimadas apropriadas no resultado, bem como sua reversão.

2 – Insumos Adquiridos de terceiros

Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – Inclui os valores das matérias primas e insumos adquiridos junto a terceiros e contidas no custo do produto, mercadoria ou serviço vendido, devendo ser considerado os tributos recuperáveis ou não. Gastos com pessoal próprio não devem ser considerados.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros – Inclui valores referente às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros, devendo incluir os impostos recuperáveis ou não.

Perda / Recuperação de valores ativos – Inclui os valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição como na reversão conforme NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

3 – Valor Adicionado Bruto – Diferença entre itens 1 e 2

4 – Depreciação, amortização e exaustão – Inclui a despesa ou o custo contabilizado no período.

5 – Valor Adicionado Líquido Produzido pela Entidade – Diferença entre os itens 3 e 4

6 – Valor Adicionado Recebido em Transferência

Resultado da equivalência patrimonial – Pode representar receita ou despesa. Se for despesa considerar como redução ou valor negativo.

Receitas financeiras – Inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem desde que

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consideradas no resultado do exercício.

Outras receitas – Inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo (aluguéis, direitos de franquia, etc.).

7 – Valor Adicionado Total a Distribuir - Soma dos itens 5 e 6 – é a riqueza gerada pela empresa acrescida da riqueza gerada por outras empresas e recebidas em transferência.

8 – Distribuição do Valor Adicionado – O total deve ser exatamente igual ao item 7

8.1 – Pessoal – Parcela distribuída aos funcionários da empresa

Remuneração direta – Inclui valores apropriados ao custo e ao resultado na forma de salários, férias, horas extras, etc.

Benefícios – Inclui valores apropriados ao custo e ao resultado relativo a assistência médica, alimentação, transporte, etc.

F.G.T.S. – Inclui os valores depositados em conta vinculada dos empregados.

8.2 – Impostos, taxas e contribuições – Todos os tributos a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos compensáveis devem ser considerados os valores devidos ou já recolhidos, devendo ser segregado conforme o ente político responsável pela competência tributária da seguinte forma:

Federais (exemplo IRPJ, IPI, IOF dentre outros) Estaduais (exemplo IPVA, ICMS, etc.)

Municipais (exemplo IPTU, ISS dentre outros)

8.3 – Remuneração de capitais de terceiros – Valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital.

Juros – Considera as despesas financeiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção capitalizados no período.

Aluguéis – Inclui os valores pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.

Outras – Inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo originadas em capital intelectual (direitos autorais, royalties, etc.).

8.4 – Remuneração de Capitais Próprios – Valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

(36)

Juros sobre o Capital Próprio e dividendos – Inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, exceto os valores transferidos para a conta de reserva de lucros.

Lucros retidos / Prejuízo do exercício – Valores relativos ao lucro destinados as reservas. No caso de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

Participação dos não controladores nos lucros retidos – Exclusivo para a DVA consolidada e evidencia a parcela da riqueza destinada aos sócios não controladores.

2.2.7 Notas Explicativas

Para Martins et. al. (2013, p. 677) as Notas Explicativas (NE) “são informações complementares às demonstrações contábeis, representando parte integrante das mesmas”, devendo ser apresentada de forma sistemática e compreensível.

Conforme a NBC TG 26, nas notas explicativas a entidade deve divulgar “a base (ou bases) de mensuração utilizada (s) na elaboração das demonstrações contábeis” e “outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das demonstrações contábeis”.

Padoveze (2014, p. 403) afirma que a finalidade das Notas Explicativas é “informar os principais critérios e eventuais modificações nas políticas e práticas contábeis utilizadas no período” com informações de caráter descritivo e detalhar numericamente as diversas rubricas das demonstrações contábeis que “podem ser objeto de uma averiguação mais específica”.

As notas explicativas devem incluir, conforme a NBC TG 26, principalmente: a) destaque às áreas de atividades consideradas mais relevantes para o entendimento do seu desempenho financeiro e da posição financeira;

b) agrupamento de informações sobre contas mensuradas de forma semelhante;

c) seguir a ordem das contas das demonstrações do resultado e de outros resultados abrangentes e do balanço patrimonial.

d) incluir passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos além dos objetivos e as políticas de gestão do risco financeiro da entidade.

(37)

A entidade deve declarar a conformidade com as normas, interpretações e comunicados, políticas contábeis significativas aplicadas e divulgações não financeiras. Devendo indicar ainda os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, investimentos em outras sociedades quando relevantes, a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo, ajustes de exercícios anteriores e os eventos subsequentes à data de fechamento do exercício que possam ter relevância sobre a situação financeira ou os resultados futuros da companhia (PADOVEZE, 2014).

2.3 ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

A análise das demonstrações contábeis possui características estática e dinâmica, onde o aspecto estático considera a situação da empresa em um momento específico sem considerar informações do passado ou do futuro da empresa. A evolução da empresa, os resultados atuais comparativamente com de anos anteriores e possibilidades de evolução futura definem o aspecto dinâmico (REIS, 2009).

Assaf Neto (2015, p. 113) complementa que “o critério básico que norteia a análise de balanços é a comparação” tanto de valores de um período específico como comparando com valores de períodos anteriores, sendo essa comparação representada pela análise horizontal e pela análise vertical.

A análise horizontal (AH) relaciona o valor de uma conta (ou grupo de contas) da demonstração com a mesma conta (ou grupo de contas) apurada em períodos anteriores, evidenciando a evolução ou retração de seus valores ao longo de um determinado intervalo de tempo. A análise horizontal permite traçar uma tendência futura além de avaliar o desempenho passado da entidade (ASSAF NETO, 2015).

Matarazzo (2003, p. 245) complementa que a “evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências”, devendo sempre que possível considerar mais de um ano para efeito de análise e não apenas o ano anterior. O efeito da inflação deve ser considerado ao analisar os dados por meio da análise horizontal.

(38)

Para calcular a AH por meio de variações anuais, divide-se o valor do exercício atual pelo valor do item no ano-base, diminui-se de 1 e multiplica-se por 100 conforme a seguinte expressão:

Valor atual do item

Valor do item no ano-base - 1 x 100

A análise vertical (AV) expressa a porcentagem de uma conta (ou grupo de contas) em relação ao total de um determinado grupo ou conjunto global de contas no mesmo período da apuração (REIS, 2009). Matarazzo (2003, p. 243) corrobora ao afirmar que “o percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”. Assaf Neto (2015) complementa que dispondo dos valores em forma vertical, apura-se a participação relativa de cada item da demonstração analisada e sua evolução no tempo ao utilizar a análise vertical em conjunto com a análise horizontal. O cálculo do percentual da participação é feito dividindo-se o valor de cada item (conta ou grupo de contas) pelo valor base (que corresponde ao valor total do grupo considerado na análise) (HOJI, 2017).

Valor do item

Valor do item base x 100

Os métodos de análise vertical e horizontal são comumente utilizados para análise de balanços, porém nada restringe o seu uso em outras demonstrações (como a DVA), uma vez que a comparação entre períodos, e a representatividade percentual de cada grupo de contas complementam o entendimento de tais demonstrações (SANTOS, 2003).

O método analítico por meio de índices consiste em “relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa” podendo-se comparar tais índices com outras empresas do mesmo ramo, porte ou setor ou com padrões estabelecidos, classificando-os como ótimo, bom, satisfatório, deficiente, etc. (HOJI, 2017, p. 290).

Complementando a análise da DVA, faz-se uso de indicadores (ou índices ou quocientes), obtendo-se o resultado através de uma divisão de duas grandezas. O mérito do uso desse tipo de metodologia encontra-se na evidenciação das ocorrências do passado e como balizador de previsões de tendências futuras (SANTOS, 2003).

Para análise e interpretação da DVA são apresentados os indicadores abaixo, conforme descritos por Marion (2015) podendo ser classificado em dois

(39)

grupos, sendo os quatro primeiros indicadores da geração da riqueza e os quatros seguintes indicando a distribuição da riqueza gerada.

a) Potencial do ativo em gerar riqueza

Indica o percentual do valor adicionado em relação ao total investido em ativos.

b) Retenção da receita

Indica quanto da receita transforma-se em valor adicionado. c) Valor adicionado per capita

É um indicador de produtividade, informa a participação de cada empregado na geração da riqueza na organização.

d) Contribuição do Patrimônio Líquido

Indica o percentual do capital próprio na geração do valor adicionado. e) Participação dos empregados

Indica o percentual da riqueza gerada que foi direcionada aos funcionários. f) Participação do governo

Indica o percentual do valor adicionado destinado ao governo por meio de impostos, taxas e contribuições.

g) Participação de terceiros

Indica o percentual da riqueza gerada distribuído como remuneração à utilização de capital de terceiros.

h) Participação de acionistas

Indica o percentual da riqueza gerada distribuída aos acionistas em forma de remuneração.

Tendo como objetivo de estudo a análise da distribuição da riqueza o quadro 8 apresenta os indicadores que serão utilizados e suas respectivas fórmulas.

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Quadro 8 – Indicadores para análise da DVA

Indicador Fórmula Significado das Siglas

VAT X 100 VAT = Valor Adicionado Total AT AT = Ativo Total

VAT X 100 VAT = Valor Adicionado Total RT RT = Receita Total

VAT X 100 VAT = Valor Adicionado Total

NF NF = Número de Funcionários (média) VAT X 100 VAT = Valor Adicionado Total

PL PL = Patrimônio Líquido

VADE X 100 VADE = Valor Adicionado Distribuído aos Empregados VAT VAT = Valor Adicionado Total

VADG X 100 VADG = Valor Adicionado Distribuído aos Governos VAT VAT = Valor Adicionado Total

VADT X 100 VADT = Valor Adicionado Distribuído a Terceiros VAT VAT = Valor Adicionado Total

VADA X 100 VADA = Valor Adicionado Distribuído aos Acionistas VAT VAT = Valor Adicionado Total

Participação de Terceiros no Valor Adiciinado - PTVA

Participação de Acionistas no Valor Adicionado - PAVA

Potencial do Ativo em Gerar Riqueza - PAGR

Retenção da Receita - RR

Valor Adicionado per capita - VAPC Contribuição do Patrimônio Líquido na Geração da Riqueza - CPLGR

Participação dos Empregados no Valor Adicionado - PEVA

Participação de Governos no Valor Adicionado - PGVA

Fonte: Adaptado de Chagas e Machado (2016)

A análise das entidades por meio dos indicadores expressos no quadro 8 e da análise vertical e análise horizontal dos dados coletados tem por objetivo identificar algumas questões como a carga tributária suportada pela empresa, os valores relativos aos gastos com pessoal, sua evolução e comparação entre empresas do mesmo setor, a remuneração do capital próprio e de capitais de terceiros (SANTOS, 2003).

2.4 PRODUTO INTERNO BRUTO

Segundo Luca (1998), Produto Interno Bruto (PIB) é o indicador que representa a soma dos serviços e bens produzidos por um sistema econômico ao longo de um período, excluindo-se as duplas contagens, sendo esse sistema econômico um país, região, cidade ou Estado e o período podendo ser trimestral, semestral ou anual.

A figura 1 apresenta a performance do resultado anual do PIB no período da amostra conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Figura 1 - Performance do PIB

Fonte: Adaptado de IBGE

Conforme nos lembra Silva et al. (2016), os analistas do IBGE não têm condições de determinar com precisão o valor correto do PIB, sendo apenas uma estimativa, uma vez que algumas empresas não fornecem as informações ou exigem sigilo sobre as mesmas.

Luca (1998) complementa que a DVA pode ser utilizada para auxiliar no cálculo do PIB, uma vez que possui maior precisão na obtenção de dados que são utilizados na apuração do produto nacional.

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3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A metodologia desse estudo tem como base três critérios: quanto aos procedimentos técnicos, quanto à forma de abordagem e quanto aos objetivos. Para Diehl e Tatim (2004, p. 47) “Metodologia pode ser definida como o estudo e a avaliação dos diversos métodos, com o propósito de identificar possibilidades e limitações no âmbito de sua aplicação no processo de pesquisa científica”. Os mesmos autores complementam que a metodologia permite “a escolha da melhor maneira de abordar determinado problema, integrando os conhecimentos a respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas”.

Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, sendo que a pesquisa documental é realizada com base nos relatórios contábeis disponibilizados pelas empresas no site da B3. Para Fachin (2002, p. 149) a “pesquisa documental fundamenta-se em todas as coletas de informações cujos registros estão contidos em documentos”. Complementando, Gil (2010, p. 31) conceitua que documento pode ser “qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento”.

Para Beuren (2006), esse tipo de pesquisa tem como base documentos que sofrerão análise pela primeira vez ou conforme os objetivos do estudo serão analisados sob outro ponto de vista ou ainda de uma forma mais aprofundada.

Gil (2010) explica que o material consultado na pesquisa bibliográfica reúne o conhecimento sobre a matéria pesquisada e já tornado público, principalmente livros e artigos. Beuren (2006) complementa que esse tipo de pesquisa tem por objetivo recolher informações e conhecimentos sobre o problema ao qual se procura responder no estudo.

Quanto a forma de abordagem, trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa. Qualitativa pois proporciona melhor visão e compreensão do problema e quantitativa pois considerando que os dados podem ser quantificáveis, é possível traduzir em números as opiniões e informações e consequentemente analisá-las e classificá-las. (MATTAR, 2005)

Para Beuren (2006, p. 92), a pesquisa quantitativa “caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos

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dados”, e complementa a utilização da pesquisa quantitativa afirmando que o seu uso é comum “numa tentativa de entender por meio de uma amostra o comportamento de uma população”.

Para Malhotra (2012, p. 111), a pesquisa qualitativa “é a metodologia de pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”.

Quanto aos objetivos, classifica-se como uma pesquisa descritiva, uma vez que, a análise descritiva, segundo Beuren (2006), tem como característica a não interferência do pesquisador na manipulação dos dados ao observar, registrar, analisar, classificar e interpreta-los, sendo assim, o pesquisador estuda, mas não manipula as informações levantadas.

Gil (2010, p. 27) complementa que “as pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

Diante das colocações dos autores, entende-se que as metodologias escolhidas são as mais adequadas para o tipo de estudo proposto.

3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Os procedimentos para obtenção dos dados analisados conforme os objetivos específicos e com base na questão de pesquisa são:

- Coleta dos dados no site da B3, na seção das demonstrações contábeis das empresas do setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos no período de 2011 a 2016;

- Tabulação dos dados através do uso de planilha eletrônica, dando ênfase à distribuição da riqueza gerada pelas entidades;

- Análise dos dados utilizando indicadores, análise vertical e análise horizontal conforme descritos no referencial teórico.

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4 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DAS EMPRESAS EM ESTUDO

4.1 APRESENTAÇÃO DAS EMPRESAS

As empresas em estudo pertencem ao setor de saúde, segmento medicamentos e outros produtos listadas na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, tendo como característica comum a divulgação da DVA em todos os anos no período de 2011 a 2016.

Sendo, portanto, seis empresas selecionadas (Brasil Pharma S.A., Cremer S.A., Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos, Nortec Química S.A., Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A. e Raia Drogasil S.A.). A empresa Biotoscana Investments S.A. não será utilizada para o estudo, uma vez que a mesma fez a oferta pública inicial das ações no ano de 2017 e, portanto, não tem os dados do período disponíveis para análise e a empresa Ouro Fino Saúde Animal Participações S.A. não divulgou os dados nos anos anteriores à 2014, sendo ambas excluídas da análise. A empresa Biomm S.A. não será motivo de análise pois encontra-se em fase de constituição, afetando a comparação dos resultados dos indicadores em relação as demais empresas.

O quadro 9 apresenta as empresas da amostra, bem como a abreviação que será utilizada durante o estudo e a área de atuação principal de cada uma.

Quadro 9 - Empresas da amostra

Abreviação Área de atuação

1 Brasil Pharma S.A. BR Pharma Comércio

2 Cremer S.A. Cremer Indústria

3 Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos Dimed Comércio

4 Nortec Química S.A. Nortec Indústria

5 Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A. Profarma Comércio

6 Raia Drogasil S.A. Raia Drogasil Comércio

Empresa

Fonte: Elaborado pelo autor

A identificação do setor de atuação tem relevância pois possibilita ampliar a análise dos dados com o intuito de identificar o perfil de distribuição do valor adicionado por área.

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4.1.1 Brasil Pharma S.A.

Constituída em dezembro de 2009, iniciou em 2010 o processo de aquisição de redes de farmácias em todas as regiões do país e da Farmais, maior rede de franquias de varejo farmacêutico do país (BR PHARMA).

Presente nas cinco regiões do Brasil com lojas próprias e franquias, sendo as lojas próprias operadas sob as marcas Big Bem/Guararapes e Mais Econômica e as franquias operando sob a marca Farmais, tendo como foco o comércio no setor de varejo farmacêutico (BR PHARMA).

4.1.2 Cremer S.A.

Fundada em 1935, quando um grupo de empresários e médicos de Blumenau se uniu a um imigrante alemão que fabricava produtos hospitalares em Porto Alegre. Indústria brasileira de produtos voltados para as áreas de primeiros socorros, cirurgia, tratamento, higiene e bem-estar, estruturando suas atividades em quatro unidades de negócio: Divisão Consumo, Divisão Hospitalar, Divisão Diagnóstica e Divisão Industrial. Estende sua atuação a mais de vinte países da América do Sul e da Europa com exportação de produtos da Divisão Hospitalar (CREMER).

4.1.3 Dimed S.A. Distribuidora de Medicamentos

Criada em 1973 por acionistas das redes de farmácias Panitz e Velgos tendo o nome Panvel Farmácias como marca, é integrante do Grupo Dimed (juntamente com a distribuidora de medicamentos Dimed e o laboratório farmacêutico Lifar) (DIMED).

Possui lojas físicas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo atendendo todo o Brasil através da loja online Panvel.com. Tem como objetivo a prestação de serviço e o comércio atacadista e varejista de medicamentos e produtos de higiene e beleza (DIMED).

Referências

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