Setor se moderniza e oferece opções de franquias a partir de R$
30 mil
As franquias de farmácias não páram de crescer. Tradicionais, de manipulação, voltadas ao atendimento de públicos específicos, como diabéticos, são diversas as opções. O investimento inicial varia entre R$ 30 mil e R$ 240 mil, em média. Já se a opção recair sobre uma farmácia independente, livre das influências do franqueador, são necessários pelo menos R$ 80 mil. O risco pode ser alto para quem enfrenta sozinho o mercado.
Consultor do Sebrae-RJ, Joaquim José Fagundes avalia que o risco torna-se menor quando o empresário opera em rede, ganhando força para negociar preços com fornecedores. Para quem já tem farmácia própria e quer aderir à franquia, o caminho é a conversão, estratégia adotada por todos os franqueadores. Alguns, como a Farmais, têm especial interesse nos candidatos que já operam no setor. Não há, porém, redução significativa do investimento no caso de uma conversão, pois o layout e todo o mobiliário costumam ser substituídos.
Conversão
O investimento para converter uma unidade também vai depender da metragem e localização do estabelecimento e varia, em média, de R$ 35 mil a R$ 50 mil, segundo o diretor geral da rede, Nelson Tachibana. A vantagem está no aproveitamento do estoque.
A rede Max e Padrão, com 210 lojas em todo o Estado, sendo 150 franquias, planeja abrir mais dez unidades até dezembro e outras 20 em 2003, sendo 70% delas no interior do Estado, em
proibição de comercializar medicamentos.
Outro problema apontado pelo empresário refere-se à proximidade de uma loja de outra. É comum grandes concorrentes disputarem a clientela na mesma calçada. Antiga lei municipal, de 1984, que estabelecia uma distância mínima de 500 metros entre duas farmácias, caiu com a Constituição Federal de 1988, permitindo uma proliferação tida como canibalesca pelos empresários. "A lei era boa. Do jeito que está, ninguém ganha nada", diz Pacanowski.
As redes de franquias não exigem que o investidor tenha experiência no ramo, mas que mantenha no estabelecimento um profissional qualificado. No mercado desde 1994, a Farmais faturou R$ 450 milhões em 2001 e projeta a abertura de mais 170 unidades até o fim do ano no País, somando-se às 665 nas regiões Sul e Sudeste. A empresa vai abrir novas unidades no Mato Grosso do Sul, Goiás e Espírito Santo, além de ampliar a atuação em Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Marca própria
Com a meta de expansão, a Farmais acredita que os investimentos em marketing, que ano passado foram de R$ 3,8 milhões, cheguem a R$ 4,7 milhões em 2002. Estão previstos novos investimentos para ampliar os produtos de marca própria da rede e em treinamentos para equipes de novos franqueados.
- Espero que obtenhamos autorização para trabalhar com outros produtos, como de pet shops e conveniência, porque o drugstore (modelo que une farmácia e conveniência) é uma
tendência do varejo e já está sendo aplicado no Paraná e Santa Catarina. A concorrência existe, é inegável, mas é salutar que o mercado opere com regras claras - ressalta o diretor de expansão da Farmais, Paulo Shima.
Fagundes, do Sebrae-RJ, avalia como médio o risco do negócio. Ele aponta o conhecimento do ramo e a criação de redes como facilitadores ao bom desempenho da empresa. "Fica difícil para o dono de uma pequena farmácia negociar preços com os fornecedores. No entanto, se estiver atrelado à rede, própria ou franquia, a negociação é mais favorável", analisa.
SERVIÇO
Farmais, 0xx-11-3141-9222 Max-Padrão, 2220-0785
Raio x
>> FARMAISInvestimento inicial: R$ 80 mil a R$ 100 mil (estoque, montagem e taxa de franquia)
Taxa de royalties: três salários mínimos por mês
Fundo de propaganda: R$ 550 mensais
Faturamento médio mensal: R$ 100 mil
Área: 80 metros quadrados
Funcionários: sete
>> FÓRMULA
Investimento inicial: R$ 2 mil por metro quadrado
Taxa de franquia: R$ 20 mil a R$ 50 mil
Taxa de royalties: 5% sobre o faturamento bruto
Taxa de publicidade: não cobra
Faturamento médio mensal: R$ 20 mil
Área: 120 a 150 metros quadrados Funcionários: seis Fonte: Fórmula >> DIA A DIA
Investimento inicial: R$ 65 mil
Taxa de royalties: 3% sobre o faturamento no primeiro ano e 4%, no segundo ano
Taxa de publicidade: 1,5% sobre o faturamento bruto
Faturamento médio mensal: R$ 45 mil a R$ 50 mil
Área: 80 metros quadrados
Funcionários: quatro
Fonte: Dia a Dia
>> MAX-PADRÃO
Investimento inicial: R$ 30 mil a R$ 100 mil
Taxa de franquia: R$ 5 mil
Taxa de royalties: seis salários mínimos por mês
Faturamento médio mensal: R$ 100 mil
Área: 80 metros quadrados Funcionários: dez Fonte: Max-Padrão >> LOJA PRóPRIA
Discriminação, Quantidade, Valores
INVESTIMENTO INICIAL
Investimento fixoBalcão de atendimento valor médio R$ 2.000,00 à 4 mil
Estantes valor médio de 4 à 10 mil
Gôndolas valor médio de 3 á 4,5 mil
Refrigerador valor médio de 1.000,00 à 1.800,00 l
Freezer valor médio 1 mil à 2 mil
Soma valor médio para montagem 22,3 mil
Capital de giro
Estoque inicial - 50 mil
Soma 2 - 50 mil
Valor medio para montagem de uma farmacia é de 72,3 mil reais
DESPESAS MENSAIS
Custos fixos IPTU - 800 Água e luz - 650 Gás - 350Telefone - 400
Encargos sociais - 6 mil Total - 8,2 mil RECEITA MENSAL
Medicamentos 300 unidades 40 mil
Outros (cosméticos,
higiene e limpeza) 500 unidades 20 mil Total - 60 mil Fonte: empresas
Para sobreviver à concorrência
Quando a Farmácia do Leme foi fundada, há 75 anos, na movimentada Rua Prado Júnior, no Leme, Zona Sul carioca, conquistou a clientela ao implantar, há 35 anos, o atendimento 24 horas e a entrega a domicílio, hoje adotada por todo o setor. A rede, com quatro unidades, sendo duas no bairro e outras duas na Barra da Tijuca, cresceu vendo tradicionais
concorrentes fecharem as portas, como a Piauí e a Cruzeiro.
- Nosso marketing era ter tudo a qualquer hora, desde um simples alfinete até um remédio raro. É horrível quando o consumidor não encontra o que precisa. O problema é que os
lançamentos de produtos são freqüentes e os laboratórios, muito pequenos. Os genéricos, por exemplo, ainda não evoluíram no que concerne à distribuição uniforme para todo o País, o que nos impede, às vezes, de contar com determinados medicamentos - afirma Regina Bianchi, proprietária da empresa. O faturamento das três unidades da Farmácia do Leme corresponde a 20% do resultado obtido na unidade mais antiga, na Prado Júnior.
A Quintessência surgiu no mercado em 1985, fruto da parceira entre José Justino da Costa Ferreira e os antigos colegas da faculdade de farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Murilo de Souza Mauro, Maria Cristina Ferreira da Silva e Lúcia Deiró Hahn. Com apenas R$ 20 mil, abriram a pequena farmácia homeopática de manipulação, a primeira de uma rede que
hoje soma quatro unidades, faturando por ano entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, com 5% de rentabilidade.
A primeira, com laboratório, está localizada em Bonsucesso e as demais, no Flamengo, Tijuca e Méier. Ferreira admite que já pensou em formatar o modelo para franquia, mas desistiu, temendo que a marca perdesse em qualidade. "A franquia expande muito rápido, o que assusta. Nossa meta é o crescimento lento, porém, seguro", justifica.
SERVIÇO
Farmácia do Leme, 2295-5795
Saiba mais
Para instalar uma farmácia, é necessário o aval da Vigilância Sanitária e a presença de um farmacêutico responsável. O alvará de liberação de farmácias é obtido após consulta junto à Secretaria Municipal de Saúde, na divisão de Engenharia da Vigilância Sanitária. O documento de liberação costuma estar disponível em 30 dias e deverá passar por revisões anuais. Em seguida o empresário deverá apresentar o documento ao Conselho Regional de Farmácia, que também registrará o estabelecimento, desde que comprovada a presença de um farmacêutico responsável. SERVIÇO
Vigilância Sanitária, procurar os serviços prestados pela prefeitura de sua cidade
Em busca da especialização
A especialização é outra característica das farmácias que estão em expansão via franchising. A rede Dia a Dia surgiu em 1985, em São Paulo, e comercializa franquias desde 1997, operando com produtos específicos para diabéticos. Com sete unidades, sendo duas próprias, objetiva chegar ao mercado do Rio de Janeiro, onde já está negociando a primeira loja. O investimento é de R$ 65 mil.
- O mercado é promissor para a especialização, afinal, 7% da população são diabéticos.
Aceitamos a conversão, mas a desvantagem do empresário é que terá que se desfazer de todo o estoque que não seja voltado para esta clientela - observa Francisco Reis, diretor da rede.
A Fórmula, de Salvador, foi fundada em 1988 e está no franchising há quatro anos, com 25 unidades, sendo oito próprias. As demais estão distribuídas entre Maceió, Recife, Brasília, João Pessoa, Bahia, Natal e Alagoas. O Rio de Janeiro faz parte da rota de expansão da rede, que vende medicamentos alopáticos, para diabéticos, homeopáticos e florais, como conta a proprietária, Edza Brasil Cunha, para quem o mercado mostra-se favorável às farmácias de
manipulação.
- Estamos em negociação com uma pessoa que já tem uma drogaria e uma indústria no ramo. A conversão é uma alternativa para os empresários do setor. Importante é que o dono tome as rédeas do negócio - avisa Edza.
Outra que atende a partir de fórmulas prescritas é a Vico-Farma, de São Paulo, no franchising desde a fundação, há 13 anos. A rede conta com 75 unidades, todas franquias, e, a exemplo das demais, aceita conversão. O diretor-presidente, Everson Amaral, estima o faturamento de cada loja entre R$ 30 mil e R$ 90 mil, dependendo da localização e área de ocupação.
Otimista, o empresário não concorda com as dificuldades do mercado. "Com um plano
estratégico definido, é fácil ganhar dinheiro neste e em qualquer setor. Se está tão ruim quanto dizem alguns, como é que surgem de duas a três farmácias por mês?", indaga.
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