• Nenhum resultado encontrado

PRINCIPAIS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR A PRONTIDÃO DO ATLETA NO RETORNO ESPORTIVO E TAXAS DE RE-LESÃO DO LCA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PRINCIPAIS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR A PRONTIDÃO DO ATLETA NO RETORNO ESPORTIVO E TAXAS DE RE-LESÃO DO LCA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

PRINCIPAIS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DETERMINAR A PRONTIDÃO DO ATLETA NO RETORNO ESPORTIVO E TAXAS DE RE-LESÃO DO LCA: UMA

REVISÃO SISTEMÁTICA

Anny Beatriz Alves Silva ¹; Gustavo Feitosa Alves¹; Giovanna Camparis Lessi² 1- Curso de fisioterapia - Centro Universitário Tiradentes - Unit. Maceió, AL - Brasil. 2- Curso de fisioterapia - Centro Universitário Tiradentes - Unit. Maceió, AL - Brasil.

Endereço para Correspondência:

Giovanna Camparis Lessi. Endereço:

Campus Amélia Maria Uchôa, Curso de Fisioterapia Av. Comendador Gustavo Paiva, 5017, Cruz das Almas 57038-000 – Maceió – AL [Brasil]

giclessi@gmail.com

RESUMO

Introdução: Retornar ao esporte de forma segura é o principal objetivo dos atletas após a

RLCA, sendo assim, algumas medidas utilizadas para determinar a prontidão do atleta podem tornar o retorno ao esporte mais seguro e reduzir consideravelmente as taxas de re-lesão.

Objetivo: Identificar as principais ferramentas utilizadas para determinar a prontidão do atleta

em seu retorno ao esporte e avaliar os índices de re-lesão ipsilateral e contralateral do LCA.

Métodos: A busca sistemática desse estudo foi conduzida através das bases de dados

PubMED, Cochrane Library e SciELO. Resultados: Foram incluídos oito estudos para análise qualitativa dos dados, entre os critérios objetivos para o retorno esportivo os mais usados foram single hop, triple hop, crossover hop e força muscular do quadríceps femoral e Isquiotibiais. Os questionários IKDC, KOS-ADLS, KOOS, GRS e Score de Tegner foram os critérios subjetivos mais utilizados. Além disso os índices de segunda lesão mostraram que o membro já lesionado é o mais acometido. Conclusão: As ferramentas mais utilizadas como critérios objetivos para determinar a prontidão do atleta ao retorno esportivo foram, o single, triple e crossover Hops testes e o teste de força isocinética do quadríceps femoral e isquiotibiais. E como critérios subjetivos: IKDC, KOOS, KOS-ADLS, Score Tenger e GRS. Os atletas apresentaram maior incidência de lesão no membro ipsilateral, e variação nas taxas de re-lesão, devido a outros fatores que influenciaram, como: idade, sexo e fatores

(2)

psicológicos. Assim a combinação desses diferentes parâmetros e questionários auto relatados de função e medo parecem mais eficazes para um retorno mais seguro. Além disso, o tempo maior de retorno após a cirurgia e a volta esportiva, diminui as chances de ré-lesão.

Palavras-chave: Lesão de LCA, retorno esportivo, índice de re-lesão e critérios de retorno ao

esporte.

ABSTRACT

Introduction: Returning to sports safely is the main goal of athletes after RLCA, so some

measures used to determine athlete readiness can make returning to sport safer and considerably reduce re-injury rates. Objective: Identify the main tools used to determine the athlete's readiness to return to sport and evaluate the ACL ipsilateral and contralateral re-injury rates. Methods: The systematic search for this study was conducted using the PubMED, Cochrane Library and SciELO databases. Results: Eight studies were included for qualitative analysis of the data, among the objective criteria for sports return the most used were single hop, triple hop, crossover hop and muscle strength of the quadriceps femoris and hamstrings. The IKDC, KOS-ADLS, KOOS, GRS and Tegner Score questionnaires were the most used subjective criteria. In addition, the second injury index showed that the already injured limb is the most affected. Conclusion: The most used tools as objective criteria to determine the athlete's readiness for sporting return were the single, triple and crossover Hops tests and the isokinetic strength test of the quadriceps femoris and hamstrings. And as subjective criteria: IKDC, KOOS, KOS-ADLS, Score Tenger and GRS. The athletes had a higher incidence of injury in the ipsilateral limb, and variation in the rates of re-injury, due to other factors that influenced it, such as: age, sex and psychological factors. Thus, the combination of these different parameters and self-reported questionnaires of function and fear seems more effective for a safer return. In addition, the longer time to return after surgery and the sports lap decreases the chances of re-injury.

Keywords: ACL injury, sports return, re-injury index and return to sport criteria.

INTRODUÇÃO

A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma lesão comum no joelho, onde o ligamento é submetido a um estresse excessivo em decorrência de movimentos que

(3)

sobrecarregam a articulação, ocasionando a ruptura. Há uma alta incidência de lesão do LCA durante a prática esportiva, principalmente em esportes com mudança de direção, aceleração e desaceleração e pivô (PATERNO et al, 2018). Em decorrência da lesão, algumas disfunções como fraqueza muscular, instabilidade articular, perda da função e osteoartrite, podem prevalecer a curto e longo prazo (GRINDEM et al, 2016; WELLSANDT et al, 2017).

A reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) é uma alternativa para restaurar a estabilidade mecânica da articulação e proporcionar que os atletas retornem à atividade esportiva o mais rápido possível e de preferência em seu nível de atividade pré-lesão (ITHURBURN et al, 2019). Diversos fatores podem levar a um bom resultado após a RCLA, a técnica cirúrgica, tipo de enxerto, reabilitação pós-operatória e educação do paciente são alguns deles. No entanto, mesmo a RLCA sendo bem sucedida, as taxas de lesões subsequentes são muito altas, principalmente em atletas mais jovens (ITHURBURN et al, 2019; SHELBOURNE et al, 2014). Cerca de 30% dos atletas que retornam ao esporte sofrem uma segunda lesão em até 24 meses (PATERNO et al, 2018; GRINDEM et al, 2016).

Retornar ao esporte de forma segura é o principal objetivo dos atletas após a RLCA, sendo assim, a compreensão de alguns fatores clínicos é fundamental na hora de tomar a decisão de liberar o atleta para sua atividade esportiva, e está diretamente ligada ao retorno bem sucedido (ITHURBURN et al, 2019). Existem critérios na literatura para auxiliar na decisão de alta para o paciente, esses têm a intenção de direcionar uma melhor decisão e reduzir os riscos de uma segunda lesão, porém, não há comprovação de sua efetividade. Os critérios não obedecem a padrões e podem variar, geralmente, tempo desde a cirurgia, relatos da função, medidas de força, testes funcionais e qualidade do movimento são os parâmetros mais utilizados (PATERNO et al, 2018; KYRITSIS et al, 2016; WELLSANDT et al, 2017).

Portanto, frente ao exposto acima a execução do presente estudo se faz necessária para identificar as principais ferramentas utilizadas para determinar a prontidão do atleta em seu retorno ao esporte e avaliar os índices de re-lesão ipsilateral e contralateral do LCA.

MÉTODOS

Esta revisão sistemática foi conduzida de acordo as diretrizes do PRISMA (itens de relatório preferenciais para revisões sistemáticas e metanálises).

(4)

Estratégia de busca e fonte de dados

A busca na literatura foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMED (via National Library of Medicine), Cochrane Library e SciELO (Scientific Electronic Library Online). Foram utilizados termos MeSH para identificar a relação das lesões (Wounds and injuries), retorno ao esporte (Return to Sport) e re-lesão (Recurrence). A partir da definição dos termos de busca foi adotada a seguinte combinação dos termos selecionados (“Wounds OR Injuries" AND "Return to Sport" AND "Recurrence”) para realizar a busca nas bases de dados.

Além dos termos descritos acima, a busca na literatura foi limitada a fim de incluir apenas estudos realizados com seres humanos e publicados em língua inglesa e portuguesa. Adicionalmente, foram incluídos durante a busca nas bases de dados limites referentes ao ano de publicação, sendo inserido apenas, estudos publicados nas bases de dados entre 2014 e 2020. A busca na literatura foi realizada em 20 de maio de 2020.

Critérios de elegibilidade e exclusão

Os critérios de elegibilidade para a seleção dos estudos foram: a) estudos que abordassem lesão de LCA; b) estudos que abordassem o retorno ao esporte; e c) estudos abordassem taxas de segunda lesão. Contudo, os estudos que não apresentavam essas características, bem como as revisões, comunicações curtas, cartas, guidelines, teses, dissertações, estudos qualitativos, resumos publicados em conferências nacionais e internacionais, estudos de caso, estudos com experimento animal, estudos que não se apresentavam nos idiomas selecionados, além de artigos científicos que incluíram apenas indivíduos saudáveis, foram excluídos da presente revisão.

Critérios de seleção dos estudos

O processo de seleção dos estudos foi realizado a partir da análise de dois revisores independentes (A.B.A.S e G.F.A) seguindo os critérios de inclusão e exclusão dos estudos descritos na seção acima. Para este processo, os estudos foram analisados inicialmente levando-se em conta as informações contidas no título e no resumo. Após esta análise preliminar, os estudos que apresentaram potencial para elegibilidade foram selecionados para avaliação do texto na íntegra, e somente após essa última avaliação é que os estudos foram

(5)

incluídos para a síntese qualitativa. No entanto, quando houve discordância entre esses revisores, um terceiro revisor independente (G.C.L) foi consultado. Além disso, as referências dos artigos incluídos foram verificadas a fim de buscar por outros estudos relevantes que pudessem compor a revisão.

Extração dos dados dos estudos

Foram extraídos de cada estudo as seguintes informações: A) Características dos participantes e grupos (tamanho da amostra, sexo e idade); e B) Critérios para o retorno esportivo, índices de re-lesão ipsilateral, índices de re-lesão contralateral e índices total de lesão após o retorno ao esporte.

RESULTADOS

A partir da estratégia de busca foram encontrados vinte estudos potencialmente relevantes identificados através de uma pesquisa nos bancos de dados (PubMED = 114; SciELO = 0; Cochrane Library = 2). Destes, apenas oito estudos foram considerados elegíveis para análise qualitativa dos dados, uma vez que estes preenchiam os critérios de inclusão desta revisão. O fluxograma apresentando o processo de seleção, inclusão e exclusão dos estudos encontra-se apresentado na Figura 1.

(6)

Dos oito estudos incluídos, sete eram estudos de coorte prospectivo (ITHURBURN et

al, 2019; WEBSTER et al, 2019; PATERNO et al, 2018; WELLSANDT et al, 2017;

GRINDEM et al, 2016; KYRITSIS et al, 2016; SHELBOURNE et al, 2014) e apenas um se tratava de uma série de casos (EBERT et al, 2019). Os estudos foram publicados entre os anos de 2014 e 2019, o tamanho das amostras variou de 40 a 259 participantes por estudo. O tamanho da amostra agrupada foi de 1130 participantes. Uma descrição da amostra de todos os estudos incluídos está apresentada na Tabela 1.

Características dos participantes

Os oito artigos selecionados abordavam atletas submetidos à RLCA que retornaram a prática da atividade esportiva recreativa ou de alto nível.Em cinco estudos, a população era

Artigos identificados nas bases de

dados (n = 116) Artigos adicionadosatravés de outras buscas (n = 4)

Artigos após a remoção dos duplicados (n = 119) Artigos incluídos para análise (n = 20) Artigos excluídos (n = 99) Artigos na íntegra incluídos para análise

(n= 20)

Estudos incluídos para síntese qualitativa (n = 8) Artigos na íntegra excluídos (n= 12) Identificação Análise Elegibi lidade Incluídos Identificação

(7)

composta por homens e mulheres (ITHURBURN et al, 2019; WEBSTER et al, 2019; WELLSANDT et al, 2017; GRINDEM et al, 2016; EBERT et al, 2019), dois estudos não relataram o sexo da população (PATERNO et al, 2018; SHELBOURNE et al, 2014) e um estudo incluiu apenas participantes do sexo masculino (KYRITSIS et al, 2016). A idade média dos participantes variou de 16,1 ± 3,3 a 27,6 ± 4,1.

Tabela 1: Características dos participantes dos estudos incluídos.

Autor, ano Tamanho da mostra Sexo (M/F) Idade ± dp (anos)

Ithurburn, 2019 N= 124 31/93 17,1 ± 2,4

Ebert, 2019 N= 50 32/18 26,3 ± 9,6

Webster, 2019 N= 329 200/129 17,2 ± 2

Paterno, 2018 G1=19 G2=21 Não relatado G1=16,3 ± 3,5 G2=16,1 ± 3,3

Wellsandt, 2017 N= 70 47/23 26,6 ± 10,0

Grindem, 2016 N= 100 46/54 24,3 ± 7,3

Kyritsis, 2016 N= 158 158/0 Não relatado

Shelbourne,2014 G1=84 G2=58 G3=117 Não relatado G1=16,6 ± 0,9 G2=19,6 ± 1,2 G3=27,6 ± 4,1

M: Masculino; F: Feminino; G1: Grupo1; G2: Grupo 2; G3: Grupo3; dp: desvio padrão.

Fonte: Autores.

Critérios para o retorno esportivo e número de re-lesão

Os testes utilizados como critério para o retorno esportivo estão dispostos na tabela 2. Sete dos artigos selecionados apresentaram critérios objetivos e subjetivos para retorno ao esporte (ITHURBURN et al, 2019; WEBSTER et al, 2019; PATERNO et al, 2018; WELLSANDT et al, 2017; GRINDEM et al, 2016; SHELBOURNE et al, 2014; EBERT et

al, 2019) e um artigo apresentou apenas critérios objetivos (KYRITSIS et al, 2016).

Os critérios objetivos foram: Teste T, que avalia a agilidade durante a corrida com mudanças de direção. Amplitude de movimento do joelho. Deslocamento ântero-posterior da tíbia medido pelo Artrômetro KT-1000 para avaliar a integridade do LCA. Testes de força isocinética, para avaliar a força muscular do quadríceps femoral e isquiotibiais. Testes de salto unipodal (single hop test, triple hop test, crossover hop test e 6-m timed hop), que são

(8)

medidas baseadas no desempenho usadas para avaliar a combinação de força muscular, controle neuromuscular, confiança no membro e a capacidade de tolerar cargas relacionadas a atividades esportivas específicas.

E como critérios subjetivos, foram utilizados os seguintes questionários: IKDC (International Knee Documentation Committee), para avaliação de sintomas, função e atividade esportiva. KOS-ADLS (Knee Outcome Survey - Activities of Daily Living Scale) é uma medida relatada pelo paciente das limitações funcionais impostas por distúrbios do joelho durante as atividades de vida diária. GRS (The Global Rating Scale) em que o paciente classifica a função atual do joelho. ACL-RSI (Anterior Cruciate Ligament Return to Sport after Injury) é uma escala que avalia o impacto psicológico do retorno ao esporte após cirurgia de RLCA. TSK-11 (Tampa Scale for Kinesiophobia) foi projetado para avaliar o medo de movimento relacionado à dor, no entanto, tem se mostrado um instrumento válido e confiável para a avaliação da cinesiofobia e medo de nova lesão após RLCA.

Marx activity scale avalia os níveis de atividade e inclui frequência de corrida, corte, desaceleração e giro. KOOS (Knee and Osteoarthritis Outcome Score) avalia a percepção do paciente sobre o seu joelho sobre rigidez, dor, atividades de vida diária, atividades desportivas e de lazer e qualidade de vida. CKRS (Cincinnati Knee Rating System) tem como objetivo avaliar o impacto de cirurgias na articulação do joelho, em particular RLCA na funcionalidade do indivíduo. Escore de atividade Tegner fornece ao terapeuta informações sobre como a dor no joelho afeta a capacidade de controle na vida cotidiana. Escala de Lysholm utilizado para analisar a função física do joelho em pré e pós-operados de afecções como o rompimento do LCA

A relação dos critérios objetivos e subjetivos mais utilizados nos estudos selecionados para auxiliar na tomada de decisão de alta para o paciente está representada na Tabela 2. Entre os critérios objetivos, os testes mais usados foram single hop, triple hop, crossover hop e força muscular do quadríceps femoral e Isquiotibiais. Os questionários IKDC, KOS-ADLS, KOOS, GRS e Score de Tegner foram os critérios subjetivos mais utilizados.

(9)

Tabela 2: Critérios para o retorno esportivo e índice de re-lesão.

Autor, ano Critérios para o RE

Nova lesão Ipsilateral (Sexo: M/F) Nova lesão Contralateral (Sexo: M/F) Total de novas lesões (Sexo: M/F) Ithurburn 2019

KOOS, escore Tegner single hop, triple hop, crossover hop, força

isocinética QF e IT Não relatado Não relatado

26 (20,97%) (M:5/F:21)

Ebert 2019

KOOS, ACL-RSI, KOS-ADLS, escore Lysholm, escore Tegner, KT-1000, ADM joelho, força isocinética QF e IT, single hop, triple hop, crossover hop, 6m timed hop

1 (2%) 2 (4%) 3 (6%)

Webster 2019

IKDC, KT-1000, ADM Joelho, single hop,

crossover hop 50 (15,20%) 45 (13,80%) 95 (29%)

Paterno 2018

TSK-11, MARX scale, single hop, triple hop, crossover hop, 6-m timed hop, força isométrica QF

8 (20%) 7 (17,5%) 15 (37,5%)

Wellsandt 2017

KOS-ADLS, GRS, força isométrica QF, single hop, triple hop, crossover hop,

6-m timed hop

7 (10%) 4 (5,72%) 11 (15,72%)

Grindem 2016

KOS-ADLS, GRS, single hop, triple hop, crossover

hop, força isocinética QF 8 (8%) 2 (2%) 10 (10%) Kyritsis 2016

teste T, single hop, triple hop, crossover hop, força

isocinética QF e IT 26 (16,5%) 11 (7%) 37 (23,5%) Shelbourne 2014 IKDC, CKRS, KT-1000, força isocinética QF G1=2 (2,3%) (M:0/F:2) G2=3 (5,1%) (M:2/F:1) G3=4 (3,4%) (M:3/F:1) G1=1 (1,1%) (M:0/F:1) G2=1 (1,7%) (M:1/F:0) G3=2 (1,7%) (M:2/F:0) G1=3 (3,4%) (M:0/F:3) G2=4 (6,8%) (M:3/F:1) G3=6 (5,1%) (M:5/F:1)

Dados apresentados como: G1: Grupo1. G2: Grupo 2. G3: Grupo3. RE: Retorno esportivo. IKDC: International Knee Documentation Committee. ACL-RSI: Anterior Cruciate Ligament Return to Sport after Injury. KOOS: Knee orthopedic outcome scales. QF: Quadriceps Femoral. IT: Isquiotibiais. CKRS: Cincinnati Knee Rating System. TSK-11: Tampa Scale of Kinesiophobia. KOS-ADLS: Knee Outcome Survey Activities of Daily Living Scale. GRS: Global Rating scales.

(10)

Em seis estudos (WEBSTER et al, 2019; PATERNO et al, 2018; WELLSANDT et al, 2017; GRINDEM et al, 2016; SHELBOURNE et al, 2014; KYRITSIS et al, 2016) a incidência de segunda lesão foi maior no membro ipsilateral. Em apenas um estudo (EBERT

et al, 2019) a incidência foi maior no membro contralateral. Ithurburn et al (2019) não relatou

as taxas de re-lesão ispsilateral e contralateal. Também foi possível observar que em estudos onde a idade média da população era menor, as taxas de re-lesão foram mais altas (ITHURBURN et al, 2019; WEBSTER et al, 2019; PATERNO et al, 2018; SHELBOURNE

et al, 2014).

DISCUSSÃO

Dentre os parâmetros mais utilizados na liberação para o retorno esportivo estão o tempo, a função e a simetria entre os membros. Em relação ao índice de simetria, como critério de alta esportiva, Wellsandt et al (2017), discutem que essa medida muito utilizada para a liberação dos atletas, não seja um bom parâmetro, já que é avaliada ao final da reabilitação, e nesse momento o membro contralateral não mais tem o mesmo nível de função antes da lesão, devido ao tempo de reabilitação ser muito longo.

A estimativa da capacidade pré-lesão do membro contralateral, medida antes da reconstrução de LCA (RLCA), foi 90% mais efetiva para prever uma segunda lesão em relação ao índice de simetria avaliado no final da reabilitação. Dessa forma, é possível dizer que mesmo o atleta atingindo bons níveis de simetria após a RLCA, nem sempre os níveis funcionais antes da lesão serão alcançados.

Em relação ao tempo, Grindem et al (2016), relatam que apesar de não conseguirem identificar qual bateria de testes seria a melhor opção para a liberação esportiva, a combinação de tempo e função reduzem os riscos de nova lesão. Em seu estudo, pacientes que voltaram ao esporte com 9 meses ou mais de cirurgia e com maior simetria de força de quadríceps tiveram menos lesões. Ele aponta que a cada um ponto percentual na simetria de força do quadríceps, as taxas de re-lesão reduziam em 3%. Além disso, para cada mês de atraso no retorno ao esporte até 9 meses após a RLCA, as taxas de novas lesões foram reduzidas em 51%. No geral, pacientes que tiveram alta baseada no desempenho dos testes funcionais e no tempo de tratamento, tiveram uma estimativa de 84% menos chances de sofrerem uma nova lesão.

(11)

Ebert et al (2019), avaliaram os pacientes 1 ano e 2 anos após a cirurgia, avaliando ADM de joelho, força, função e utilizaram diferentes questionários para avaliar a função autorrelatada, impacto psicológico e nível de participação esportiva dos pacientes. Eles observaram que após 2 anos todos os parâmetros eram mais favoráveis. Também foi observada uma alta taxa de atletas que retornaram ao esporte em seu nível de atividade pré-lesão, a prontidão psicológica e o medo reduzido de sofrer uma nova lesão após o retorno foram alguns dos fatores apontados como preditores para o retorno ao nível pré-lesão.

A possibilidade de atraso na liberação em 2 anos após a reconstrução é levantada no estudo de Nagelli e Hewett (2017), o qual mostra que é preciso garantir se o enxerto de LCA e o tecido da articulação do joelho circundante sejam totalmente recuperados após a RLCA e afirmam que esperar até 2 anos reduziria as chances de uma nova lesão. Entretanto o quanto essa espera seria viável em se tratando de atletas, principalmente competidores é questionável, assim como a combinação de tempo e critérios funcionais abrangentes é considerada crítica para RLCA em atividades de alta demanda.

Os testes funcionais são eficazes para avaliar os riscos de segunda lesão, Webster et al (2019), utilizaram em seu estudo: ADM – flexão e extensão, KT 1000, Single Hop e Crossover Hop e IKDC. Quem obteve resultado satisfatório nesses testes, tiveram 33% menos risco de sofrer uma segunda lesão, os Hops sozinhos não serviram de parâmetros e foi identificado que déficits de flexão aumentaram 2 vezes o risco de lesão no enxerto e que maior lassidão, aumentou 2 vezes a chance de romper o ligamento contralateral.

Desse modo, atender aos critérios e obter resultado satisfatório, é importante para o retorno do atleta, mas não atender pode acarretar em malefícios. Kyritsis et al (2016), observaram em seu estudo que quem não atendeu a 6 critérios, sendo ele: força de quadríceps, Single Hop, Triple Hop, Crossover Hop, Teste T e treino de campo, tiveram 4 vezes mais risco de romper o enxerto.

A faixa etária dos atletas possui grande influência quanto ao índice de retorno ao esporte e lesões secundárias após a reconstrução de LCA (RLCA), Shelbourne e colaboradores (2014), mostra em seu estudo que atletas jovens, após a RLCA, apresentam um alto índice de retorno ao esporte, bem como, maiores taxas de lesões secundárias em ambos os membros. Uma explicação para as altas taxas de segunda lesão podem estar ligado ao fato de que os atletas mais jovens apresentarem um nível de participação esportiva mais alto.

(12)

Já Ithuburn e colaboradores (2019), avaliaram atletas jovens após reconstrução e dividiram os mesmos em 3 grupos, os que retornaram com sucesso ao esporte, os que não retornaram e os que tiveram uma segunda lesão. A avaliação no momento da alta desses paciente não era diferente, avaliaram o Single Hop, Triplo Hop, Crossover Hop, força de quadríceps e isquiotibiais e aplicou o questionário KOOS, identificaram que nenhum desses parâmetros foi capaz de prever o não retorno esportivo ou uma segunda lesão, mostrando que outro fator pode ser determinante para esses atletas.

Paterno e colaboradores (2018) também avaliou pacientes jovens, mostrando que pacientes com medo tem pior desempenho em Hop, menor força e tem mais chances de segunda lesão mesmo após 2 anos de cirurgia. Esse estudo aponta que não apenas os questionários de função e os testes físicos devam ser feitos, mas o preparo psicológico para a volta é importante, especialmente em atletas jovens.

CONCLUSÃO

Dado o exposto, verificou-se que os atletas que retornaram ao esporte após a reconstrução de LCA, apresentaram maior incidência de lesão no membro ipsilateral. Além disso, antes do retorno ao esporte, algumas ferramentas foram mais utilizadas e definidas como critérios objetivos para determinar a prontidão do atleta, como: o single hop test, triple hop test, crossover e hop test o teste de força isocinética do quadríceps femoral e isquiotibiais. E como critérios subjetivos, foram utilizados os questionários: IKDC, KOOS, KOS-ADLS, score Tenger e GRS.

Entretanto, com base na literatura consultada, não se pode determinar ao certo o melhor parâmetro a ser utilizado para um retorno esportivo seguro. A combinação de diferentes parâmetros parece ser o mais indicado, incluindo força, ADM, função, questionários auto relatados de função e medo. Além disso, parece que quanto maior o tempo decorrido da cirurgia e a volta esportiva, menor as chances de uma nova lesão.

(13)

REFERÊNCIAS

PATERNO, M. V.; FLYNN, K.; THOMAS, S.; SCHMITT, L. C.; Self-Reported Fear Predicts Functional Performance and Second ACL Injury After ACL Reconstruction and Return to Sport: A Pilot Study. Sports health. V. 10, P. 228–233, 2018.

KYRITSIS, P.; BAHR, R.; LANDREAU, P.; MILADI, R.; WITVROUW, E.; Likelihood of ACL graft rupture: not meeting six clinical discharge criteria before return to sport is associated with a four times greater risk of rupture. British journal of sports medicine. V. 50, P. 946–951, 2016.

WELLSANDT, E.; FAILLA, M. J.; SNYDER-MACKLER, L.; Limb Symmetry Indexes Can Overestimate Knee Function After Anterior Cruciate Ligament Injury. The Journal of

orthopaedic and sports physical therapy. V. 47, P. 334–338, 2017.

GRINDEM, H.; SNYDER-MACKLER, L.; MOKSNES, H.; ENGEBRETSEN, L.; RISBERG, M. A.; Simple decision rules can reduce reinjury risk by 84% after ACL reconstruction: the Delaware-Oslo ACL cohort study. British journal of sports medicine. V. 50, P. 804–808, 2016.

SHELBOURNE, K. D.; BENNER, R. W.; GRAY, T.; Return to Sports and Subsequent Injury Rates After Revision Anterior Cruciate Ligament Reconstruction With Patellar Tendon Autograft. The American journal of sports medicine. V. 42, P. 1395–1400, 2014.

ITHURBURN, M. P.; LONGFELLOW, M. A.; THOMAS, S.; PATERNO, M. V.; SCHMITT, L. C.; Knee Function, Strength, and Resumption of Preinjury Sports Participation in Young Athletes Following Anterior Cruciate Ligament Reconstruction. The Journal of

orthopaedic and sports physical therapy. V. 49, P. 145–153, 2019.

WEBSTER K, E.; FELLER J. A.; Clinical Tests Can Be Used to Screen for Second Anterior Cruciate Ligament Injury in Younger Patients Who Return to Sport. Orthop J Sports Med. V.7, 2019.

EBERT J. R.; ANNEAR P. T.; ACL Reconstruction Using Autologous Hamstrings Augmented With the Ligament Augmentation and Reconstruction System Provides Good Clinical Scores, High Levels of Satisfaction and Return to Sport, and a Low Retear Rate at 2 Years. Orthop J Sports Med. V. 7, 2019.

(14)

NAGELLI C.V.; HEWETT T.E.; Should Return to Sport be Delayed Until 2 Years After Anterior Cruciate Ligament Reconstruction? Biological and Functional Considerations. Sports Med. V. 47, P. 221-232, 2017.

Referências

Documentos relacionados