• Nenhum resultado encontrado

B R A S IL E IR A E S U A I M P L I C A D O P A R A A A G R IC U L T U R A

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "B R A S IL E IR A E S U A I M P L I C A D O P A R A A A G R IC U L T U R A"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

PA D R À O C L IM Á T IC O E V A R IA B ILID A D E DAS C H U V A S N A A M A ZO N IA B R A SIL E IR A E SU A IM P L IC A D O PA RA A A G R IC U LTU R A

Therezinha X. B astosl. Adriroseo R.A.Santos2. Tatiana D.A.Sa3. Francisco R.X.Nascimcnto3 & N ilza A.Pacheco3.

l)Ph.D .. Pesquisador em Agroclim atologia da EM BRAPA-Am azonia O riental C.\.Postal 48. CEP 66.095-100 Belem Para Brasil e Professor Visitante da FCAP

Em ail: tbastos@ nautilus.com .br SUM M ARY

The effect of clim atic conditions and rainfall variability on agriculture at Brazilian Amazon Basin, were analysed. The study deals w ith an evaluation of im portant clim ate variables related to agricultural production including air tem perature and hum idity, sunshine duration and rainfall.The effect of w ater balance results are also considered.

IN T R O D U C AO

N a A m azonia, entre as variáveis clim áticas, as chuvas sao as que apresentam m aior efeito no crescim ento e produtjao das culturas, e a hipótese de possível redu^ao, face ao desm atam ento na regiào, está preocupando a sociedade agrícola adaptada ao regim e pluviom ètrico local, visto que todos os com ponentes integrantes do processo das m udanzas globais, incluindo m udanzas na c o m p o s ito da atm osfera, m udanza no uso da terra e m udanza na biodiversidade, a m udanza clim ática, particularm ente a m udanza no regim e das chuvas, é a que apresenta para a A m azonia, o m aior potencial para alterar o fiincionam ento dos seus sistem as terrestres, dado o seu efeito direto sobre os sistem as naturais e m anejados pelo hom em , a sua im portancia no ciclo hidrológico e a associacáo com os outros elem entos clim áticos: radiacao global, tem peratura e um idade do ar. Em adicáo, sabe-se que na A m azonia a radiacáo solar e a tem peratura do ar, nao constituem fatores lim itantes para a produ9áo de culturas trapicáis estando o

período de crescim ento das culturas dependendo com pletam ente da disponibilidade de água no solo que está relacionada com a distribu¡9áo das

chuvas

O presente trabalho, m ostra alguns aspectos agroclim áticos, resultantes de estudos que estáo sendo desenvolvidos dentro de urna abordagem atualizada, onde se leva em consideracáo além do efeito dos principáis com ponentes do clima na produtividade agrícola, o efeito de alteracoes biofísicas associadas as atividades agrícolas. Trabalhos agroclim áticos realizados anteriorm ente, nao atentaram para tais m udancas (B astos, 1972; N oé- D obrea e Santos, 1979). A tualm ente estudos sobre m udan9as clim áticas na regiáo, vem

sendo publicados ver por exem plo, G ash et al, 1996, os quais em bora de grande im portancia na tem ática de m udan9as

globais, om item aspectos relevantes da agroclim atologia para o planejador e produtor agrícola.

(2)

M A TERIA 1S E M ÉT O D O S Para o presente trabalho. levou-se em consideraçâo resultados de diagnósticos e estudos agroclim áticos já realizados na regiâo, além de levantam entos atualizados de clim atología, uso da terra, e de exigências clim áticas de espécies tro picáis. A s análises e interpretaçôes de resultados foram baseados em m odelos agroclim áticos convencionais, sendo os seguintes os principáis aspectos considerados: 1) Para a visualizaçâo do padráo clim ático e variabilidade hídrica espacial, levou-se em consideraçâo m apas de distribuiçâo das chuvas e de tipos clim áticos para a regiâo (B astos, 1972; SU D A M ,1984 ). 2) C alculou-se balanços hídricos adaptados a urna variedade de culturas tropicais, para áreas com diferentes índices de um idade. 3) C onceituou-se com o m és seco a situaçâo hídrica que satisfaz a relaçâo: P< E T /2, onde P= total de chuva e E T = evapotranspiraçâo da cultura e defm iu-se très tipos de áreas para a agricultura regional: a) apta - quando apresenta pequeña ou nenhum a deficiencia de água para as culturas b) m arginal -quando apresenta deficiencia hídrica sazonal m oderada, podendo todavia ser corrigida com irrigaçâo suplem entar e c) inapta - quando se evidencia deficiéncia hídrica sazona! severa. A variabilidade hídrica tem poral foi analisada em term os de totais pluviom étricos e deficiencias hídricas para as áreas aptas e m argináis ao cultivo das especies consideradas. As exigências clim áticas das especies consideradas, foram determ inadas com base a consultas a produtores e pesquisadores relacionadas com a açâo

de elem entos clim áticos em distintas fase das culturas e referencias bibliográficas.

R E SU LT A D O S/ D ISC U SSÒ E S O s dados analisados m ostraram dois aspectos de m aior relevancia no clima da Amazonia: 1-N ítidas v a ria re s térm ica e pluviom ètrica espacial e identifica9áo de

14 tipos clim áticos, diferenciados por gradientes hídricos. 2- Irregular d istrib u id o das chuvas no ano, com efeitos m arcantes sobre a produtividade agrícola.

Com relacào a variacáo térm ica e pluviom ètrica espacial, pode-se dizer que as tem peraturas m áxim as e mínimas anuais variam entre 17 °C e 23 °C e 28°C e 33 °C respectivam ente e os totais de chuva oscilam entre 1500m m a valores superiores a 3000m m . Foi verificado que as m aiores flutuacoes na quantidade de radia9áo solar que chega na superficie do

solo, na tem peratura do ar e um idade atm osférica estáo associadas com o padráo das chuvas verificando-se que por ocasiáo do período m ais chuvoso, ocorre redu9áo na radia9áo global e tem peratura

do ar e aum ento na um idade, o oposto ocorre no período de estiagem . Em term os de variabilidade clim ática expressas m ediante tipos clim áticos de im portancia para a agricultura, a Tabelal m ostra as zonas agroclim áticas encontradas em m aior extensao na regiáo, características hídricas e respectivas lim itacoes e aptidòes para a agricultura local.

(3)

O s índices hídricos das zonas agrícolas 1 e 2 variam entre 80 e 100% e das dem ais zonas variam entre 20 e 80% .

A análise da tabela acim a m ostra a seguinte situaçâo em relacâo as especies agrícolas consideradas: duas zonas aptas, duas zonas m argináis e urna zona inapta. Tom ando-se por exem plo a cultura do dendé que está incluida entre as espécies tropicais com grande exigencia de boas condicôes de um idade no solo durante o ano todo, verifica-se que as zonas 1 e 3 sao aptas a cultura. Essas áreas nao apresentam a ocorrência de estaçâo seca definida. A penas em anos atipicos pode ocorrer em um ou dois m eses, condiçôes que define a relaçâo P<ET/2. Em term os de probabilidade de ocorrência pode-se dizer que tal situaçâo correspondem a <40 por cento de chance. A reas com esses padrôes de clima, abrangem cerca de 17% da regiâo. As zonas 2 e 4 sâo áreas consideradas com o m argináis para a cultura. Em tais áreas verifica-se nítida ocorrência de estaçâo seca com duracào variando de 2 a 4 meses. Tal situacâo ocorre a > de 75 por cento das vezes. Á reas sob tais condiçôes clim áticas, abrangem cerca de 42% da regiâo. As variaçôes hídricas mais acentuadas em term os espaciáis nessas áreas sâo relacionadas com a intensidade das chuvas e excedentes hídricos no período chuvoso. Z ona 5, áreas com ocorrência de estacâo seca pronunciada, onde as

deficiências hídricas para o dendé inviabilizam a produçâo económ ica dessa cultura. Tais áreas abrangem cerca de 43% da regiâo.

A irregular distribuiçâo das chuvas no ano e seu efeito sobre a produtividade agrícola na regiâo em estudo pode ser visualizada pelo seguinte aspecto:

Em gérai nas regióes tropicais, é reconhecido que a tem peratura náo é fator lim itante para a producâo agrícola e que urna produçâo satisfatória pode ser obtida apenas quando náo há lim itaçâo de água para o crescim ento das plantas. Isto pode estar relacionado com o requerim ento de água para as culturas, que de acordo com D orenbos e Pruitt (1979) “ é o nivel de água necessàrio para atender a perda de água atraves da evapotranspiracâo de urna cultura livre de doença que se desenvolve em urna área extensa, em condiçôes ótim as de solo, incluindo fertilidade e um idade, am biente em que alcança o seu potencial pleno de producâo” . Assim, o requerim ento de água deve estar relacionado com a precipitacâo. Para as áreas estudadas, os resultados de balanços hídricos m ostram que a energia e a precipitaçâo disponíveis proporcionaram para os processos agrícolas em term os anuais, urna dem anda evaporativa m enor que a precipitaçâo. Porém a variaçâo sazonal em am bas dem anda evaporativa e precipitaçâo, produziu períodos quando a últim a está em excesso e em deficiencia, do seguinte m odo: D urante cinco ou seis m eses, a precipitacâo em geral apresenta-se bem m ais elevada que a evapotranspiraçâo de referencia, resultando prim eiram ente em reposiçâo de água no solo, podendo essa fase atingir um ou dois m eses. Em seguida

(4)

verifica-se um período de consideravel excedente (com duraçâo de très a cinco m eses), causando problem as de erosâo e de controle de drenagem no solo. Posteriorm ente no período de dois a quatro m eses em que ocorre reduçâo na precipitaçâo e o excedente de água torna-se m enos pronunciado. N os dem ais m eses seguintes, a precipitaçâo é m enor que a evapotranspiraçâo, resultando em deficiência de água no solo para as culturas.

T om ando-se por exem plo urna área enquadrada na zona agroclim âtica 4, com indice hidrico de 60% e deficiência hidrica de 300m m , o balanço hidrico (Figura 1) revela as seguintes condiçôes: de janeiro a m aio devem ser executados controles de drenagem e erosâo do solo por causa dos excedentes hidricos elevados e de setem bro a novem bro, devem ser executadas práticas de irrigaçâo por causa da deficiência de água no solo que é bastante pronunciada, a nivel de causar estresse hidrica e reduçâo na produçâo. R ecom enda-se o m ês de janeiro com o o mais indicado para os plantíos, para garantir bom suprim ento de água para os prim eiros m eses de desenvolvim ento das plantas.

Em term os de flutua^ào hidrica e sua influència para as atividades agrícolas na A m azonia pode-se dizer que a análise do regim e pluviom ètrico ao longo do tem po, para varias localidades m ostrou a ocorrència de oscila^ào de totais pluviom étricos em niveis anuais, m ensais e dos trim estres m ais e m enos chuvosos, nào havendo todavia in d ic a lo de reducào de chuvas ou de aum ento de estacào seca. A Tabela 2, m ostra as m udanzas em totais de chuva nos trim estres mais e m enos chuvosos, em diferentes períodos de tem po, para quatro localidades na regiào A m azonia onde ocorreu intenso processo de desm atam ento.

(5)

C om relagáo aos resultados de b alarlo s hídricos. As Figuras 2 e 3 m ostram a d istrib uid o mensal de excedentes e deficiéncias hídricas para vários períodos de tem po, para localidades situadas ñas zonas agroclim áticas 3 e 4 consideradas com o apta e marginal ao cultivo de várias especies agrícolas na regiáo.

CONCLUSAO

Os resultados obtidos m ostram claram ente a existéncia de acentuada variabilidade hídrica espacial na regiáo Am azónica, com efeito m arcante para a agricultura, podendo-se encontrar áreas onde a precipitasáo é elevada e a estresse hídrica esperada é mínima e de curta duragáo, enquadrando-se tais áreas com o aptas para a agricultura em geral e áreas onde as deficiéncias sao bastante elevadas , lim itando a producáo agrícola na regiáo.

Em term os de flutuacáo hídrica e sua influéncia para a agricultura local póde­ se dizer que a analise do regim e pluviom étrico ao longo do tem po, para várias localidades m ostrou a ocorréncia de o scilad o de totais pluviom étricos em níveis anuais e dos trim estres mais e m enos chuvosos, náo havendo todavía indicacáo de reducáo de chuvas ou de aum ento de estacáo seca e situapáo similar foi evidenciada pelos resultados de balancos hídricos.

(6)

Referências

Documentos relacionados

O Curso de Especialização em Direito e Assistência Jurídica será certificado pelo IDDE (Instituto para o Desenvolvimento Democrático), pelo Ius Gentium Conimbrigae/Faculdade de

Como os recursos do projeto são descritos semanticamente, agentes podem ser desenvolvidos para auxiliar na interpretação do seu significado e realizar tarefas do projeto

Tendo em vista as importantes revisões a respeito da eficiência das macroalgas como biofiltros no tratamento de efluentes aquícolas, o presente estudo fez uma avaliação do

Os textos devem ser digitados em formato Word, fonte Times New Roman, tamanho 12 (é permitido tamanho 16 para títulos), espaçamento 1,5 entre as linhas, configuração da página

Sumita, que também é diretor-científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e um dos organizadores de uma recente publicação sobre o

Segundo o ARTIGO 4, a entidade patronal tem de informar os respectivos funcionários dos riscos existentes no local de trabalho, fornecer Equipamentos de Protecção Individual

20h – Espetáculo Teatral Vivendo Paranaguá Cia Quiproquo Local: Cine Teatro Rachel Costa.. 20h30 – Espetáculo Teatral A Diretoria

o objetivo deste trabalho épropor uma padronização de ficha clínica para ser utilizada na especialidade de Cirurgia Plástica. O modelo de ficha proposto atenderia a maioria