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TÍTULO: MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL: UM DIÁLOGO COM AUTORES ORIENTADOR(ES): AUDREN MARLEI AZOLIN, LUIZ FERNANDO NUNES MORAES

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Academic year: 2021

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Realização: IES parceiras:

TÍTULO: MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL: UM DIÁLOGO COM AUTORES CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: Ciências Sociais

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER AUTOR(ES): THIAGO SOUSA JORGE, LETÍCIA BATISTA MATHIAS

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Resumo

A crise da representação política, os escândalos de corrupção e a critica à falta de qualificação profissional para atuar na política servem de substrato, desde 2012, para o surgimento no cenário político brasileiro de movimentos de renovação política, por exemplo, o Agora, RenovaBR e Acredito. Os movimentos se fortaleceram na política institucional nas eleições de 2018. Mesmo sendo um fato recente, o surgimento desses movimentos tornaram-se objeto de pesquisa que resultaram em artigos e dissertações. Assim, este artigo, a partir do levantamento bibliográfico, apresenta os seguintes objetivos: 1) identificar como os autores abordam esses movimentos dentro do contexto da democracia representativa, 2) identificar as contribuições dos autores para o debate acadêmico e 3) propor temas para agenda de pesquisa. O artigo é de cunho teórico, logo, não empírico, a partir do levantamento bibliográfico tendo como objeto de pesquisa os seguintes autores e respectivos trabalhos acadêmicos: Matheus Cravo do Amaral Codeço, Movimentos de Renovação Política e a Substituição do Imaginário Social Brasileiro: seus projetos e autoconsciência (2019); Gabriel Vieira de Moura, A interação entre os Movimentos de Renovação Política e os partidos na dinâmica eleitoral de 2018 (2019); Isabela Bichara de Souza Neves; Renovação da Representatividade Política? Análise das perspectivas institucionais das entidades “RenovaBR” e dos movimentos “Acredito!” e “Agora!” no âmbito político (2019); Lorraine Araújo Inácio, Entre as ruas e o parlamento: O caso das Muitas e os dilemas dos novos atores políticos do Brasil pós-2013 na construção de uma viabilidade eleitoral (2019); Lígia de Morais Oliveira e Roberto Gondo Macedo, Movimentos de Renovação Política no Brasil: o Engajamento da Sociedade Civil na Era Digital (2020) e Cláudio André de Souza, Partido e representação: a ascensão dos movimentos de renovação política e as eleições municipais de 2020 (2020).

1. Introdução

Este estudo visa compreender, à luz de algumas pesquisas já realizadas, um tema de interesse nacional, a representação política através dos movimentos de renovação política que surgiram a partir de 2012. Para este fim, consultamos três artigos e três dissertações: Movimentos de Renovação Política e a Substituição do Imaginário Social Brasileiro: seus projetos e autoconsciência (2019); A interação

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entre os Movimentos de Renovação Política e os partidos na dinâmica eleitoral de 2018 (2019); Renovação da Representatividade Política? Análise das perspectivas institucionais das entidades “RenovaBR” e dos movimentos “Acredito!” e “Agora!” no âmbito político (2019); Entre as ruas e o parlamento: O caso das Muitas e os dilemas dos novos atores políticos do Brasil pós-2013 na construção de uma viabilidade eleitoral (2019); Movimentos de Renovação Política no Brasil: o Engajamento da Sociedade Civil na Era Digital (2020) e Partido e representação: a ascensão dos movimentos de renovação política e as eleições municipais de 2020 (2020).

As pesquisas acima citadas, em seu conjunto, analisam os seguintes movimentos de renovação política: Acredito, Agora, Livres, Muitas, Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) e Renova Brasil (RenovaBR).

2. Objetivos

Os objetivos desta pesquisa são: 1) identificar as questões centrais abordadas pelos autores, 2) identificar as contribuições dos autores para o debate acadêmico e 3) propor temas para agenda de pesquisa.

3. Metodologia

Do ponto de vista metodológico, fez uso de pesquisa de cunho teórico e bibliográfico, a partir das fontes supracitadas. Esta metodologia permite uma visão geral do que se tem produzido sobre o tema em tela, visando identificar questões ainda não abordadas, aspectos a serem aprofundados, questões para futuras agendas de pesquisa, elaboração de hipóteses, etc.

4. Dialogando com os autores

A partir dos autores elencados, este trabalho visa estabelecer um diálogo com autores que se debruçaram sobre o tema da representação (ou da falta de representação) política no Brasil. de forma mais específica, visa-se contribuir para o debate acadêmico sobre a temática dos movimentos de renovação política no Brasil. Segundo Matheus Codeço (2019), a atuação dos movimentos de renovação política, suas origens, objetivos e resultados alcançados no pleito de 2018 foram

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significativos. A representação é uma forma de levar as ideias dos representados para o âmbito da política institucional. No cenário nacional, a partir de 2012, o descontentamento da sociedade somado aos escândalos de corrupção na política, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, além do alto custo para sediar a Copa do Mundo de 2014, acirraram os ânimos da população que foi às ruas pleitear mudanças.

O autor chama atenção para o fato de que os candidatos representantes dos movimentos de renovação como, o RenovaBR, RAPS, Agora e Acredito, ao serem eleitos equiparam seus gabinetes com assessores parlamentares selecionados por meio de “concursos públicos” (o termo mais apropriado é chamada pública). De acordo com o autor, se observa que nas eleições de 2018 houve mudanças de alguns personagens, porém algumas práticas permaneceram as mesmas. Para Codeço (2019), “Nunca houve na história da democracia brasileira uma renovação tão grande quanto nas eleições de 2018”. Destaca ainda o autor que, “34 [novos parlamentares] estão ligados a um movimento dito de “renovação política”” (idem).

Ressalta Codeço que os movimentos surgiram devido ao espaço deixado pelos partidos políticos que não supriram as demandas da sociedade que os elegeu. Esta insatisfação ficou evidenciada nas manifestações que ocorreram a partir de 2013.

Para Codeço, os movimentos visam “tornar o sistema político mais transparente, representativo e responsivo”, uma vez que, os movimentos anseiam “melhorar o processo democrático brasileiro, causado em grande parte pelo estresse das estruturas e lideranças políticas desde 2013 para cá”.

Gabriel Moura (2019), por sua vez, centrou a sua preocupação na interação entre os movimentos de renovação política e os partidos políticos. Para o autor, a relação dos movimentos de renovação política com os partidos políticos tem de ser analisada a partir da sua representatividade nas eleições de 2018. E também a influência dos meios de comunicação digitais utilizados para organizar esses movimentos com vistas a discutir suas reivindicações para convocar a sociedade a se manifestar sobre a necessidade de renovação política. O autor trata também do surgiram dos movimentos de renovação política e seus objetivos. Moura explica as teorias que orientaram a sua pesquisa:

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A pesquisa perpassa pela teoria da representação política, abordando-a sob a perspectiva construtivista, que permite entender como os MRP constroem reivindicações representativas buscando o alcance e convencimento da audiência. Ademais, a partir da literatura de movimentos sociais foram agregados elementos conceituais para entender a interação entre os MRP e partidos políticos, considerando os discursos, ações e redes estabelecidas (Moura, 2019, p. 6).

Por falta de uma literatura específica a respeito do fenômeno movimentos da renovação política, Moura buscou orientação na literatura especializada em representação política e em movimentos sociais. Aqui surge um questionamento: essas duas literaturas dão conta desse fenômeno ou é necessário uma literatura especializada própria?

Fica claro que para o autor, o surgimento desses movimentos se traduz em uma busca da sociedade civil por mais independência em relação aos partidos. Também, uma vez que Moura busca revelar o diálogo entre os movimentos de representação política e os partidos enquanto estratégia eleitoral, quando o Movimento Agora e o Acredito construíram vínculos com partidos análogos.

Nos desafios dessa interação, o autor exemplifica os casos de parlamentares que no púlpito da votação se posicionaram de maneira oposta às orientações de seus partidos, seguindo a plataforma de seus movimentos. Este fato gerou reações por parte das siglas que, mesmo com cartas-compromisso, tomaram medidas para emitir sanções. neste particular, Moura relata o seguinte:

Em importante votação da reforma da previdência no plenário da Câmara dos Deputados, parlamentares vinculados aos MRP votaram contra a orientação dos partidos que eram filiados, mas seguindo uma agenda que fazia parte dos seus Movimentos, como no caso da Tabata Amaral, uma das fundadoras do Movimento Acredito (Moura, 2019 p. 183)..

Notadamente, a relação entre movimentos de renovação política e partidos políticos é conflituosa, o que revela a luta na política institucional para impor a agenda governamental.

A contribuição de Isabela Neves (2019) para o debate centra-se em uma análise profunda a respeito do papel dos movimentos de renovação política, e sua representatividade, em contraponto à atuação dos partidos políticos no país. A autora investiga os movimentos Acredito, Agora e RenovaBR. Neves entende que esses movimentos entram no cenário político com as premissas de renovar os atores políticos, trazendo pessoas qualificadas nas diversas áreas de interesse da

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sociedade. Isso evidenciando os comportamentos éticos, a fim de efetivamente representar a coletividade.

De acordo com a autora, apesar da Constituição de 1988 trazer dispositivos para a participação da sociedade nas decisões políticas do país, esses dispositivos não são utilizados efetivamente. Situando a sua pesquisa, a autora esclarece,

O artigo busca trazer para debate questionamentos sobre o papel das novas instituições políticas que emergiram no cenário social levantando a bandeira da reconstrução da representatividade política fora do imbricamento entre a condição de cidadão-eleitor e o monopólio da representatividade pelos partidos políticos (Neves, 2019 p. 3).

Na visão da autora, os movimentos de renovação política surgiram para suprir as deficiências representativas deixadas pelas legendas partidárias. Entretanto, na perspectiva da autora, estes movimentos opõem-se ao papel dos partidos e paradoxalmente, buscam unir-se aos mesmos. Adverte Neves, que diante do cenário de insatisfação política vivenciado pela sociedade não há como separar com clareza a velha da nova política, uma vez que os eleitos desses movimentos se adequam aos velhos hábitos dos partidos políticos vigentes. Dessa forma,

Como pôde ser observado, os movimentos suprapartidários atuam numa perspectiva de ruptura institucional da democracia representativa, trazendo um processo de questionamento sobre a atividade partidária e a diferenciação entre velha e nova política. Ao se autoproclamarem no papel de reformular a política brasileira através da seleção de novos atores sociais (antiestablishment) e no fortalecimento da cidadania sem a intermediação do monopólio dos partidos políticos (outsiders) (Mendonça, 2008 Apud Neves, 2019 p. 17).

Eis aqui o paradoxo: ao mesmo tempo em que esses movimentos levantam a bandeira de serem suprapartidários, os mesmos se unem à partidos enquanto estratégia eleitoral, uma vez que no Brasil somente se pode candidatar-se via partido.

Outra contribuição importante para o debate é a da Lorraine Inácio (2019). Em sua perspectiva, os movimentos de renovação política surgiram enquanto atores no cenário político brasileiro pós-2013. Em sua pesquisa, a autora busca desenvolver uma análise quanto à formação de movimentos sociais a partir da insatisfação de grupos da sociedade, que inicialmente levaram à manifestações questionando ações impopulares do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, bem como dos partidos de orientação à esquerda.

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Essas manifestações deixaram de ser pontuais e ganharam vulto em um movimento plural designado de “As Muitas”. Com isso,

Frente à dificuldade que a sociedade sente de comunicar suas demandas junto aos seus representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e também com os partidos, passa-se a desenvolver novas formas, canais e espaços para conexão. As Muitas seria fruto desse processo (Inácio, 2019 p. 5).

De acordo com o apresentado pela autora, “As Muitas” desempenharam papel essencial na política municipal de Belo Horizonte a partir de 2015, uma vez que esta organização é resultado de uma movimentação coletiva da sociedade da capital mineira. A necessidade de mudança no ambiente político era evidente diante da insatisfação popular e distanciamento dos representantes para com os representados.

“As Muitas” vieram para agregar as reivindicações da sociedade local. Desse modo, “Este fenômeno é citado por Castells (2012) como sendo fruto do esgotamento das pessoas em relação ao imobilismo político, que geraria tamanho desconforto, a ponto de incentivar a tomada de atitude para influir em questões.” (Inácio, 2019).

Contribuição importante para o nosso estudo verifica-se em Lígia Oliveira e Roberto Macedo (2020). Para os autores, os movimentos de renovação política no Brasil se fortaleceram principalmente a partir de 2016, com o objetivo de substituir a “velha política”. Dentro desse contexto, a internet se tornou uma ferramenta de grande valia para esses movimentos, uma vez que possibilitou a interação entre pessoas das mais diversas localidades com os mesmos ideais e questionamentos.

Nas eleições de 2018 os movimentos Acredito, Agora e Livres, tiveram papel relevante e atuaram fortemente para incluir representantes/candidatos nos partidos políticos para que pudessem concorrer às eleições. Conseguiram eleger 13 membros. Em 2017 é fundado o Acredito, em sua maioria por jovens que ansiavam entrar no mundo político.

Em 2016 é fundado o Agora com o objetivo de propor mudanças com base na insatisfação quanto à política externa brasileira, isto é, quanto às políticas públicas do Brasil perante a comunidade internacional. Também em 2016, é fundado o Livres, dentro do PSL com intuito de renovar a política partidária. De acordo com os autores,

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A onda de protestos que ocorreu no Brasil em junho de 2013 aparece como decorrência direta desse espírito de época, que tem a comunicação e a internet como grandes mobilizadoras do espaço público. Milhares de brasileiros foram às ruas, dos mais diversos setores sociais e em cidades de todas as regiões do país, primeiro pautando o aumento de tarifas do transporte público, e na sequência escalonando os protestos para um sentimento de insatisfação generalizada com os nossos representantes políticos (Oliveira; Macedo, 2020 p.113).

Os autores concluem que ainda há um longo caminho à percorrer para que a “velha política” deixe de ter um papel predominante e dê espaço para renovação política que os movimentos de renovação buscam trazer. Para os autores,

Mais do que trocar as pessoas que sempre ocuparam os nossos legislativos e executivos por outras que nunca tiveram mandato, os movimentos tinham entre seus objetivos a qualificação da atuação dos nossos representantes políticos. O que se percebeu, porém, é que grande parte dos novos nomes eleitos estavam estritamente ligados a grupos tradicionais do Congresso, mantendo no exercício do mandato as mesmas práticas da “velha política” (Oliveira; Macedo, 2020 p.120).

Essa aparente renovação, que destaca os autores, podem colocar em xeque esses movimentos de renovação política. As eleições de 2020 e 2022 revelarão se tais movimentos conseguiram se legitimar enquanto representantes de determinados segmentos da sociedade.

Em tratando de legitimidade dos movimentos de renovação política, a pesquisa de Cláudio Souza (2020) torna-se importante quando trata da relação entre representante e representado. Isso porque, enfatiza o autor, que os movimentos de renovação surgem da sensação que a população tem que ao eleger candidatos, estes não atendem as suas demandas.

Os movimentos de renovação estudados pelo autor, o RAPS, o Acredito e o RenovaBR, questionam o papel central na política dos partidos na política brasileira. Estes fazem com que os políticos eleitos não tenham autonomia para representar os interesses dos eleitores. Isso ocorre porque, segundo Souza, abandonam suas plataformas em detrimento dos interesses partidários. Ressalta Souza que,

Os movimentos de renovação política se tornaram uma grande novidade na política brasileira após as manifestações de junho de 2013 enquanto iniciativas articuladas pela sociedade civil para qualificar pré-candidatos e formar líderes políticos que evitassem a politicagem (Souza, 2020 p.199).

O autor conclui que há uma demanda por representatividade por parte da sociedade brasileira no que tange à política nacional. Isso é evidenciado quando se

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considera a adesão aos movimentos de renovação política, no entanto, enfatiza o autor que eleições municipais de 2020 irão demonstrar a capacidade de ação desses grupos na política brasileira.

O autor levanta outra questão de importância conceitual: “Em que medida é possível delimitar o que é representação de interesses e o que é virtude cívica por parte dos apoiadores dos movimentos?” (Souza, 2019). Essa pergunta sem resposta colocada pelo autor nos leva a outras duas pergunta: os movimentos de renovação política atuam em um vazio conceitual? Estes movimentos carecem de intelectuais orgânicos?

Souza, assim como os outros autores, entende que a relação entre movimentos de renovação política e partidos políticos se dá no nível estratégico, uma vez que, “O saldo positivo destes movimentos tem como desafio atuar nas eleições municipais de 2020, quando poderão testar as suas estratégias e os seus líderes em um nível” macro (Souza, 2020).

5. Resultado da pesquisa

Notadamente estudos que dizem respeito à temática dos movimentos de renovação política estão em construção, tendo em vista que o primeiro movimento dessa natureza foi criado em 2012. No entanto, foi a partir das manifestações de junho de 2013 que se intensificou a criação movimentos dessa natureza, buscando maior representatividade na política institucional e questionando, por sua vez, o tradicional modelo de representação via partidos políticos.

A partir de 2016, movimentos de renovação política surgem contra o que se convencionou chamar de velha política, isto é, demandando mudanças no sistema político brasileiro. Estes movimentos estão buscando nas eleições de 2020 e 2022 sua legitimidade junto à sociedade. De mais concreto, há muito que se pesquisar sobre essa temática no Brasil, já que as pesquisas realizadas são embrionárias, ainda no calor do momento. Contudo, são pesquisas que já levantam questões e traçam caminhos importantes para criação e consolidação de uma literatura especializada em movimentos de renovação política no Brasil.

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Considerando os autores em seu conjunto, os movimentos de renovação política não visam superar a democracia representativa. Pelo contrário, agem no registro desse modelo de democracia, uma vez que visam atenuar as deficiências, da representação política tradicional. Acerca da pesquisa sobre o tema, o resultado que enxergamos é que é uma literatura em construção.

Esse registro se revela quando os momentos de renovação política buscam legitimidade de sua representação de interesse junto à sociedade e se aproximam dos partidos políticos enquanto estratégia eleitoral. Mesmo usando essa aproximação enquanto estratégia eleitoral, a partir dos autores, podemos notar que a interação entre movimentos e partidos se dá de diversas formas: ora uma relação de complementariedade, ora uma relação conflituosa. Isso ocorre porque no Brasil somente se pode candidatar-se via partido político.

Quanto a uma proposta de agenda de pesquisa, entendemos que o estudo sobre os movimentos de renovação política não está no registro das teorias sobre movimentos sociais, necessitando de uma literatura especializada própria. Isso porque, os movimentos de renovação política parecem atuar em um limbo entre movimentos sociais e a pretensão de substituírem os partidos políticos. Este é um paradoxo a ser superado.

Uma questão premente para uma agenda de pesquisa é definir se os movimentos de renovação política são movimentos sociais, ou se as manifestações de junho de 2013 trouxeram novos atores políticos, isto é, uma nova categoria de atores sociais que surgiram do seio da sociedade civil.

Fontes Consultadas

CODEÇO, Matheus Cravo do Amaral. Movimentos de Renovação Política e a

Substituição do Imaginário Social Brasileiro: seus projetos e autoconsciência.

2019. 23 p. Dissertação (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2019.

INÁCIO, Lorraine Araújo. Entre as ruas e o parlamento: O caso das Muitas e os

dilemas dos novos atores políticos do Brasil pós-2013 na construção de uma viabilidade eleitoral. 2019. Dissertação (PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

CIÊNCIA POLÍTICA) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, Rio de Janeiro, 2019.

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MOURA, Gabriel Vieira de. A interação entre os Movimentos de Renovação

Política e os partidos na dinâmica eleitoral de 2018. 2019. Dissertação (Programa

de Pós-Graduação em Ciência Política) - Universidade de Brasília, Brasília, 2019. NEVES, Isabela Bichara de Souza. Renovação da Representatividade Política? Análise das perspectivas institucionais das entidades “RenovaBR” e dos movimentos “Acredito!” e “Agora!” no âmbito político. IV Encontro Internacional Participação,

Democracia e Políticas Públicas, Porto Alegre, 2019.

OLIVEIRA, Lígia de Morais; MACEDO, Roberto Gondo. Movimentos de Renovação Política no Brasil: o Engajamento da Sociedade Civil na Era Digital. Agenda

Política: Revista de Discentes de Ciência Política da Universidade Federal de São

Carlos, São Carlos, v. 8, p. 107-123, 16 jul. 2020. Disponível em:

https://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/view/358. Acesso em: 22 set. 2020.

SOUZA, Cláudio André de. Partido e representação: a ascensão dos movimentos de renovação política e as eleições municipais de 2020. Cadernos Adenauer, [s. l.], ano XXI, p. 187-207, 9 jun. 2020. Disponível em:

https://www.kas.de/documents/265553/265602/Cadernos+Adenauer+2_2020.pdf/6b 1130ee-ab7e-4c3a-23c3-7791b10c1867?version=1.0&t=1592244874993. Acesso em: 22 set. 2020.

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