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Rodrigo Dalla Pria Doutorando PUC/SP e Juiz TIT/SP

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Academic year: 2021

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(1)

Limites objetivos e subjetivos da coisa

julgada em matéria tributária ante as

mudanças de orientação na jurisprudência

dos Tribunais Superiores

Rodrigo Dalla Pria

(2)

A coisa julgada tributária e as mudanças de orientação do STF

• PROBLEMA:

• Impacto das mudanças de orientação do STF sobre as sentenças trânsitas. • A questão da preservação da igualdade entre contribuintes – lealdade

concorrencial.

• Problema contemporâneo – próprio à complexidade das sociedades

modernas e, em decorrência, da volatilidade das soluções exaradas pelos Tribunais, isto é, dos precedentes.

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• O QUE É O PARECER

• - Trata-se:

• (i) de uma interpretação a respeito dos impactos jurídicos das

mudanças de orientação do STF em questões constitucionais

tributárias sobre sentenças que produzem efeitos

prospectivos (determinativas) que atingem relações jurídicas

continuativas;

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• TESES

• - Alteração das circunstâncias fáticas e jurídicas (limites objetivos da coisa julgada) existentes ao tempo da prolação de decisão judicial voltada à disciplina de uma dada relação jurídica tributária de trata sucessivo faz surgir relação jurídica nova, que não é alcançada pelos limites objetivos da coisa julgada – cláusula rebus sic stantibus – os fundamentos ou motivos da decisão, conquanto não transitem em julgado, servem para delimitar o alcance da parte dispositiva (art. 469 do CPC).

• - a mudança de orientação do STF sobre questão constitucional altera as circunstâncias jurídicas – questão de direito nova; equivaleria a mudar a própria constituição. Quem diz o que a constituição diz é o STF “Não existe a CF de 1988. O que hoje realmente há, aqui e agora, é a Constituição do Brasil, tal como hoje, aqui e agora, ela é interpretada/aplicada por esta Corte” ADI 3367.

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• TESES

• alcança a coisa julgada nas seguintes circunstâncias: nas seguintes circunstâncias; (i) controle concentrado após 3 de maio de 2007; (ii) controle difuso com repercussão geral; (iii) controle difuso, sem repercussão geral, mas com suspensão do Senado; (iv) controle difuso, sem repercussão geral, desde que oriundos do plenário.

• - a mudança de orientação do STF, nas circunstâncias acima, geraria, automaticamente, cessação da eficácia vinculante da decisão trânsita, tanto para o fisco quanto para o contribuinte.

• - se mudança de orientação for pretérita ao Parecer, o Fisco só poderá cobrar a partir da publicação do parecer.

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• JUSTIFICATIVAS

• - caráter objetivo (tese – sem apego a dados objetivos) e

vinculante das decisões do STF. Tendência de objetivação das

decisões do STF, inclusive as exaradas em controle difuso;

• - transcendência dos motivos determinantes;

• - não se trata de relativização da coisa julgada, mas de mera

cessação de efeitos;

(7)

• OBJEÇÕES

• É sim relativização da coisa julgada. Não pelo Parecer, mas pelo STF. Eficácia rescisória das decisões do STF. A coisa julgada incide sobre decisão que produz eficácia prospectiva, tornando-a imutável. A imutabilidade é do comando e não dos seus efeitos sociais.

• - Objetivação das decisões subjetivas. Repercussão Geral, originalmente, não se prestava a isso. Teoria dos motivos determinantes enfraquecida no STF – a reclamação é extensível a todos em caso de descumprimento de decisão em controle abstrato, mas em controle concreto somente às partes do processo originário. Limites à comunlownização.

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• OBJEÇÕES

Quem será a autoridade competente para averiguar se o caso concreto cuja coisa julgada está sendo afastada realmente se encaixa no precedente do STF? Vide da mudança de orientação do STF na questão do direito do contribuinte a créditos de IPI em operações isentas. Aplica-se às isenções de produtos

remetidos da zona franca de Manaus?

-Toda interpretação, e em especial a constitucional, ocorre à luz de um caso concreto específico, que deve ser cotejado. Impossível não se apegar a dados subjetivos.

STF – Juízo rescindente – que desconstitui a coisa julgada. Fiscal – Juízo rescisório – produz nova decisão (lançamento)

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• SOLUÇÃO E CONCLUSÕES

• Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:

I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

• II - nos demais casos prescritos em lei. Parecer: Inaplicabilidade do art. 471, I, do CPC.

• Argumentação frágil. É único dispositivo do sistema que disciplina os efeitos da coisa julgada ante a chamada alteração das circunstâncias fáticas e jurídicas.

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• Posição dos tribunais – STJ – EAG nº 991.788 (decisão

monocrática

• Relator: Min. Napoleão Nunes Maia Filho – 1ª Seção

PROCESSUAL CIVIL. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 7.689/88 (CSSL). RES JUDICATA FORMADA EM CONTROLE DIFUSO. REO 89.01.16151-6-DF. TRF DA 1a. REGIÃO. SUPERVENIÊNCIA DE DECISÃO OPOSTA DO STF. RE 138.284-CE. PRONTA PREVALÊNCIA. EXIGIBILIDADE IMEDIATA DO TRIBUTO. DESNECESSIDADE DE

RESCISÃO/ANULAÇÃO DO JULGADO. RESSALVA DOS EFEITOS JURÍDICOS JÁ PRODUZIDOS. SIMILITUDE COM A TEORIA REBUS SIC STANTIBUS. ACEITAÇÃO DA TESE DA FAZENDA PÚBLICA NACIONAL POSTA NO PARECER PFN 492, DE 24.05.2011 (DOU 26.05.2011).PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

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1. Não se submete aos ditames da Súmula 239 do Supremo Tribunal Federal (limitação da eficácia da coisa julgada ao exercício em que proferida a decisão) a res judicata que declara a inconstitucionalidade material de Lei Tributária, em sede de controle difuso (STJ, AgRg no AgRg nos EREsp. 885.763-GO, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJe 24.02.10; REsp. 1.118.893-MG, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe 06.04.11).

2. A eficácia da coisa julgada tributária cessa automática mediatamente (sem a

necessidade de sua rescisão ou de sua anulação), se lhe sobrevém decisão adversa do STF, ressalvando-se, porém, os efeitos jurídicos produzidos até então; a partir desse pronunciamento, o tributo pode ser exigido; aplica-se, por similaridade, a teoria rebus sic stantibus, para preservar e igualmente assegurar a supremacia das decisões do STF, quando contrapostas a pronunciamentos das

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3. O instituto da coisa julgada conserva-se como pilastra irremovível do sistema normativo (art. 5o., XXXVI da Carta Magna), mas é imperativo ajustar os seus efeitos às mudanças jurídicas e fáticas que lhe são posteriores, quando se trata de relação obrigacional que se distende no tempo (qual a exigência da CSSL, Lei 7.689/88), dado o seu trato sucessivo,

e sobre a qual o STF expendeu interpretação definitiva.

4. Embargos de Divergência parcialmente acolhidos, para proclamar a cessação

ad futurum da eficácia da coisa julgada tributária a que se refere o Acórdão na REO 89.01.16151-6-DF, do TRF da 1a. Região, a partir do julgamento do RE 138.284-CE (Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJU 28.08.92), com a preservação dos efeitos consolidados, acolhendo-se a tese da Fazenda Pública Nacional, exposta no Parecer PFN 492, de 24 de maio de 2011 (DOU 26.05.2011).

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• Posição dos tribunais – STJ – Edcl nos EAG nº 991.788 • Relator: Min. Napoleão Nunes Maia Filho – 1ª Seção

• PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECEBIDOS COMO

AGRAVO REGIMENTAL. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL DA CESSAÇÃO DA EFICÁCIA DA COISA JULGADA FORMADA EM CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE, EM FACE DA SUPERVENIÊNCIA DE DECISÃO ADVERSA DO STF EM SEDE CONCENTRADA. EFEITO AUTOMÁTICO E IMEDIATO. APLICAÇÃO ERGA OMNES. DOUTRINA DA COISA JULGADA E DAS DECISÕES DO STF EM JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

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1. Somente as decisões proferidas pelo STF em sede de controle concentrado de

constitucionalidade dos atos normativos (art. 102, I, a da Carta Magna), dotadas de definitividade, força vinculante e aplicabilidade erga omnes, possume a

extraordinária eficácia de paralisar, pronta e automaticamente, a produção de

efeitos jurídicos de coisa julgada anterior, com elas inconciliável, que decidira relação obrigacional de trato sucessivo (ou de natureza continuativa).

2. As decisões recursais extraordinárias do STF, quando adotadas no regime de

recursos múltiplos fundados em idêntica controvérsia (art. 543-B do CPC), têm a

aptidão de vincular obrigatoriamente os julgamentos pendentes e futuros da mesma espécie, mas não ostentam, contudo, a força excepcional de paralisar a

eficácia de coisas julgadas que lhes são anteriores.

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• Posição dos tribunais – TRF4 - Apelação Nº 5006618-44.2012.404.7100/RS • PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. COISA JULGADA.

TRIBUTÁRIO. PARECER PGFN Nº 492/11. PREVALÊNCIA DA COISA JULGADA.

• 1. A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída

mediante ajuizamento de específica ação autônoma de impugnação (ação rescisória) ou outro veículo processual que lhe faça às vezes.

• 2. Segundo jurisprudência do egrégio STF, a superveniência de decisão do

Pretório Excelso, declaratória de inconstitucionalidade de diploma normativo utilizado como fundamento do título judicial questionado, ainda que impregnada de eficácia ex tunc - como sucede, ordinariamente, com os julgamentos proferidos em sede de fiscalização concentrada, não se revela apta, só por si, a desconstituir a autoridade da coisa julgada, que traduz, em nosso sistema jurídico, limite insuperável à força retroativa resultante dos pronunciamentos que emanam, in abstracto, da Suprema Corte.

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• 3. O mesmo entendimento vale para a hipótese em que o STF

declara a validade de uma lei, que, precedentemente, foi

reconhecida inválida em um processo que, inter partes, transitou

em julgado, formando a coisa julgada material favoravelmente

ao contribuinte.

• 4. A tentativa da Administração, por meio do Parecer PGFN nº

492/11, de sujeitar a coisa julgada a exame administrativo viola o

princípio da separação dos poderes, já que, uma vez regrada a

relação jurídica pela normativa individual emitida pelo Poder

Judiciário, salvo a superveniência de lei, somente este poderá

examinar a conservação e a permanência daquele regramento

individual em relação aos fatos futuros.

Referências

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