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ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO AVEIRO

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Academic year: 2021

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Datas da visita: 26 e 27 de Abril de 2007

E

SCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO

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I – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabelece o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária Homem Cristo realizada pela equipa de avaliação que visitou a Escola em 26 e 27 de Abril de 2007.

Os diversos capítulos do relatório – caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação, avaliação por domínio-chave e considerações finais - decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da apresentação de si mesma e da realização de múltiplas entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades de desenvolvimento e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola/agrupamento, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

Escala de avaliação utilizada – níveis de classificação dos cinco domínios

Muito Bom - A escola revela predominantemente pontos fortes, isto é, o seu desempenho é mobilizador e evidencia uma

acção intencional sistemática, com base em procedimentos bem definidos que lhe dão um carácter sustentado e sustentável no tempo. Alguns aspectos menos conseguidos não afectam a mobilização para o aperfeiçoamento contínuo.

Bom - A escola revela bastantes pontos fortes, isto é, o seu desempenho denota uma acção intencional frequente,

relativamente à qual foram recolhidos elementos de controlo e regulação. Alguns dos pontos fracos têm impacto nas vivências dos intervenientes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem frequentemente do empenho e iniciativa individuais.

Suficiente - A escola revela situações em que os pontos fortes e os pontos fracos se contrabalançam, mostrando

frequentemente uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco determinada e sistemática. As vivências dos alunos e demais intervenientes são empobrecidas pela existência dos pontos fracos e as actuações positivas são erráticas e dependentes do eventual empenho de algumas pessoas. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo.

Insuficiente - A escola revela situações em que os pontos fracos ultrapassam os pontos fortes e as vivências dos vários

intervenientes são generalizadamente pobres. A atenção prestada a normas e regras tem um carácter essencialmente formal, sem conseguir desenvolver uma atitude e acções positivas e comuns. A capacidade interna de melhoria é muito limitada, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco consistentes ou relevantes para o desempenho global.

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Escola Secundária Homem Cristo - Aveiro

II – Caracterização da Unidade de Gestão

A Escola Secundária Homem Cristo, sedeada numa zona privilegiada da cidade de Aveiro, foi criada em 1860, sob a designação de Liceu de Aveiro. Posteriormente, em 1975, foi denominada Escola Secundária de Aveiro e, em 1979, como Escola Secundária n.º 2 de Aveiro. Em 1987 foi-lhe dado o nome do seu actual patrono. A Escola funciona num edifício único, com alguns sinais de desgaste, apresentando espaços diversificados, mas com deficientes instalações desportivas.

A oferta curricular da Escola abrange unicamente o ensino secundário. No presente ano lectivo é frequentada por 612 alunos, distribuídos pelos seguintes cursos: Científico-Humanísticos (Ciências e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas - 475 alunos, 18 turmas); Tecnológicos (Acção Social – 126 alunos, 5 turmas); Cursos de Educação e Formação (Apoio ao Domicílio/Geriatria - Tipo 4, 11 alunos, 1 turma).

O corpo docente é constituído por 87 professores e o não docente por 35 funcionários, sendo a maior parte pertencente ao quadro da Escola. Os Serviços de Psicologia e Orientação integram uma psicóloga e uma professora da Educação Especial.

A proveniência dos alunos é de um meio cultural e socio-económico médio/alto1 e a maior parte dos

encarregados de educação frequentou o ensino pós-secundário. Apenas 7% dos alunos beneficia de auxílios económicos (escalões A e B).

III – Conclusões da avaliação

1. Resultados Suficiente

A Escola tem efectuado a análise dos resultados escolares dos alunos através do tratamento estatístico das classificações obtidas no final de cada período lectivo e ano escolar. A reflexão sobre os dados recolhidos é realizada nos diferentes órgãos e estruturas educativas, onde são identificadas as causas do (in)sucesso e propostas estratégias de melhoria. Porém, não foi visível a implementação e a monitorização das medidas propostas.

Analisados os resultados, verifica-se que, no ano lectivo de 2004/2005, as taxas de transição/conclusão dos alunos da Escola, nos 10º, 11º e 12º anos, foram superiores à média nacional (Cursos Científico-Humanísticos: 10º Ano - 91,2 – 77.1, 11º Ano - 88.6 – 85.5 e 12º Ano - 51.4 – 50.4; Cursos Tecnológicos: 10º Ano - 56.1 – 52.1; 11º Ano - 80.8 – 74.2 e 12º Ano - 56.3 – 47.0). Contudo, estes resultados revelam uma elevada taxa de retenção de alunos no 12º ano em ambos os Cursos (51.4 e 56,3) e no 10º ano do Curso Tecnológico (56,1).

Relativamente aos exames nacionais do 12º ano, realizados no ano lectivo de 2005/2006, nas quatro disciplinas em que mais alunos da Escola fizeram exame, constatou-se que os seus resultados, comparativamente à média nacional, foram sempre superiores, apesar de alguns deles serem negativos: Matemática programa novo (78.0 – 71.5), Física e Química A (80.5 – 71.2), Química programa novo (97.9 – 78.5) e Português B programa novo (119.5 – 112.9).

A Escola compara os resultados dos alunos obtidos nos exames nacionais com as classificações internas. Todavia, não existe ainda uma base de dados sobre os resultados globais nas diferentes disciplinas, o que dificulta o conhecimento preciso sobre a posição da Escola relativamente à média nacional, às escolas do distrito de Aveiro e, em particular, às outras escolas secundárias da cidade. Deste modo, apenas existe a percepção de que os resultados obtidos, em situação de exame nacional, têm vindo a decrescer nos últimos anos.

De acordo com os responsáveis do estabelecimento de ensino, o abandono escolar não assume relevância significativa, apesar de a Escola não dispor de dados quantitativos globais sobre esta matéria.

Os alunos demonstram ter uma forte relação afectiva e de pertença com a Escola, integrando os diversos órgãos. No entanto, sendo a educação para a cidadania um dos princípios estabelecidos no Projecto Educativo, os alunos, apesar de serem do ensino secundário, não foram chamados a participar na discussão/elaboração deste documento estruturante, nem é visível o seu envolvimento em actividades propiciadoras do desenvolvimento daquele princípio.

Os alunos demonstram um comportamento disciplinado, tendo interiorizado as regras de conduta que tradicionalmente estão associadas à imagem da Escola.

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No início do ano, os alunos e os encarregados de educação são informados do Regulamento Interno e dos critérios gerais de avaliação.

Apesar da Escola não efectuar um controlo das entradas e saídas dos alunos, existe um sentimento generalizado de segurança, não havendo registos de incidentes neste campo.

Verifica-se um bom clima de relações interpessoais, particularmente entre os alunos e os restantes membros da comunidade. Também os professores têm uma forte identificação com o estabelecimento de ensino. Os pais e encarregados de educação demonstram satisfação pelas aprendizagens proporcionadas aos seus educandos e pelos resultados obtidos. A matriz curricular da Escola, predominantemente vocacionada para o prosseguimento de estudos, responde às necessidades dos seus utentes.

2. Prestação do serviço educativo Suficiente

A Escola apresenta dificuldades na estruturação, na organização e no funcionamento dos Departamentos Curriculares. Estas estruturas funcionam apenas numa lógica de grupo disciplinar, não se verificando uma cultura de articulação inter e intradepartamental. Os seus responsáveis têm apenas, ao nível de cada disciplina, procurado incrementar (através da realização de reuniões semanais) a interacção entre os docentes, a promoção de formas de trabalho cooperativo e o acompanhamento das práticas didácticas e pedagógicas em sala de aula.

A coordenação dos Directores de Turma é exercida através da realização de reuniões e da organização de materiais de índole administrativa, não se constatando uma monitorização do trabalho realizado pelos Directores de Turma, nem a prestação de um apoio específico a docentes que revelam mais dificuldade no exercício do cargo.

O Conselho Pedagógico definiu critérios gerais de avaliação (nos domínios cognitivo e das atitudes e valores), de forma a assegurar a confiança interna nos resultados. No entanto, alguns Grupos Disciplinares manifestaram dificuldades em implementar esses critérios e as respectivas ponderações estabelecidas no domínio das atitudes e valores.

O planeamento da Escola (Plano Anual de Actividades) contempla um conjunto de acções de formação interna para o pessoal docente, que procura dar resposta a algumas necessidades. Esta formação é complementada com as acções que são desenvolvidas pelo Centro de Formação de Escolas de Aveiro.

Os alunos com necessidades educativas especiais são acompanhados pela Professora da Educação Especial, sendo os planos educativos individuais elaborados ou reformulados em colaboração com o Conselho de Turma e a Psicóloga. A estes alunos são proporcionadas aulas de apoio pedagógico individualizado, enquanto aos outros é possibilitado apoio a algumas disciplinas. No entanto, não foram definidos critérios para a frequência deste apoio, nem é realizada a avaliação da sua eficácia.

Sendo evidente uma maior procura de cursos para o prosseguimento de estudos, a Escola preocupa-se, também, com a diversidade da oferta educativa noutras áreas, nomeadamente através da criação de um curso tecnológico e de um curso de educação e formação, orientados para a inserção dos alunos na vida activa.

A Escola aposta nalgumas actividades extracurriculares para fomentar nos alunos o interesse por outros tipos de aprendizagem e valorizar/ampliar os saberes adquiridos. Contudo, as actividades oferecidas não têm conseguido mobilizar a adesão de um número significativo de alunos, em virtude de se mostrarem pouco disponíveis para as frequentarem.

É visível o incentivo a uma atitude activa na aprendizagem das ciências experimentais e nas restantes componentes práticas do currículo, sendo que os alunos realizam várias actividades de cariz experimental, quer ao nível do currículo das disciplinas quer de eventos em que a Escola participa no âmbito da comunidade local, nomeadamente através dos alunos do Curso Tecnológico de Acção Social.

3. Organização e gestão escolar Suficiente

Os documentos estruturantes da vida da Escola não transmitem uma ideia, clara e precisa, sobre as orientações da acção educativa. O Projecto Educativo foi elaborado por uma equipa de professores, não sendo visível o contributo de outros elementos da comunidade educativa. Este documento, apesar de definir áreas prioritárias de intervenção, não evidencia uma inter-relação entre a acção pedagógica da Escola e os princípios e as prioridades definidos. Porém, o Plano Anual de Actividades surge como um documento bem estruturado, contemplando o desenvolvimento de acções dirigidas a toda a comunidade educativa ou a grupos específicos.

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Escola Secundária Homem Cristo - Aveiro

São perceptíveis dificuldades por parte do órgão de gestão (que iniciou funções no presente ano escolar) ao nível do planeamento da sua intervenção e do desenvolvimento de estratégias concertadas entre os diferentes órgãos e estruturas da Escola.

Foram definidos critérios de gestão do tempo escolar assentes em princípios pedagógicos. A distribuição do serviço docente – atribuição de turmas/anos – é fundamentalmente realizada pelos Departamentos Curriculares/Grupos Disciplinares, assentando sobretudo no critério da continuidade pedagógica. Não existem evidências de que tenham sido definidos perfis para o desempenho dos cargos de coordenador dos directores de turma, de director de turma e de coordenador de departamento. Verifica-se que os Coordenadores dos Directores de Turma e dos Departamentos Curriculares não monitorizam o trabalho desenvolvido dentro de cada estrutura.

A gestão do pessoal não docente revelou-se adequada. Os Serviços de Administração Escolar funcionam sob a supervisão e o acompanhamento do responsável pelo sector, que tem implementado algumas medidas para melhorar os serviços prestados aos utentes.

A gestão das instalações, dos espaços e dos equipamentos é adequada, tendo sido realizadas intervenções de manutenção ao nível de alguns sectores. Contudo, o edifício apresenta marcas de desgaste, particularmente nas instalações desportivas e nos acessos aos vários pisos (escadas). É de realçar ainda que a biblioteca da Escola se apresenta como um espaço pouco adequado para uma utilização funcional e prática dos utentes, nomeadamente dos alunos, embora disponha de um acervo diversificado.

A Escola não consegue captar receitas próprias significativas, por forma a dar resposta a algumas das suas necessidades.

A maioria dos encarregados de educação, que apresenta níveis de escolaridade superiores ao ensino secundário, acompanha regularmente o percurso escolar dos educandos, através da sua presença na Escola e da utilização da plataforma de comunicação moodle.

As instituições sociais da região garantem aos alunos dos cursos com componente prática a realização de estágios. A implementação destes cursos responde a uma franja da população escolar que pretende, a médio prazo, a inserção na vida activa. As medidas de apoio educativo e a criação dos cursos de educação formação são vias implementadas pela Escola para a promoção da igualdade de oportunidades e justiça social.

4. Liderança Suficiente

O Conselho Executivo, apesar de pretender assumir uma liderança clara de orientação da Escola, ainda não tem uma política sustentada para a sua concretização. Refira-se, no entanto, que o órgão de gestão promove um bom clima de relações interpessoais, baseado na disponibilidade de atendimento a todos os actores. Os docentes revelam um sentimento de pertença e de identidade com a Escola. Porém, a sua motivação dirige-se, fundamentalmente, para o exercício individual da prática lectiva e para as actividades da responsabilidade do respectivo grupo disciplinar, sem que demonstrem um empenho significativo no conhecimento da realidade global do estabelecimento de ensino e na concretização e avaliação de medidas de acção abrangente. Também não é evidente que a actuação dos vários órgãos e estruturas seja pautada por um plano de intervenção bem definido e ajustado à especificidade da comunidade educativa, uma vez que não foram definidos objectivos e metas quantificáveis.

No sentido de dar resposta às necessidades educativas de alguns discentes, a Escola, em 2004/2005, implementou o Curso Tecnológico de Acção Social, que contou com uma procura e adesão significativas por parte dos alunos. Desta forma, o estabelecimento de ensino tem dado continuidade ao esforço de diversificação curricular através do desenvolvimento de novos cursos de educação e formação.

Refira-se ainda que a Escola tem investido nas novas tecnologias de informação e comunicação, postas ao serviço dos alunos e, principalmente, no funcionamento dos Serviços de Administração Escolar e das Direcções de Turma. Também participa em alguns projectos e actividades promovidos por entidades exteriores, alguns de âmbito nacional (Olimpíadas) e outros de cariz mais regional e/ou local (Ria – Edu e Escolíadas).

5. Capacidade de auto-regulação e progresso da Escola Suficiente

A Escola ainda não tem um projecto global, claro e sustentado, para a sua auto-avaliação. As actividades de avaliação interna são desenvolvidas por duas equipas – a secção de avaliação do Conselho Pedagógico e a equipa de avaliação interna constituída no ano lectivo de 2005/2006. No entanto, estes dois grupos não trabalham de forma articulada e complementar.

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A análise do sucesso educativo dos alunos (taxas de transição/retenção) tem sido tratada pela secção de avaliação do Conselho Pedagógico, sendo que o trabalho realizado não se constitui como um plano de acção de melhoria, com o impacto necessário ao nível das estruturas intermédias e com reflexo nas aprendizagens dos alunos. Por sua vez, a equipa de avaliação interna foi responsável pela aplicação de inquéritos de satisfação, tendo estabelecido algumas linhas de acção, já implementadas, para superar os pontos fracos identificados, designadamente, no âmbito da organização dos dossiers de turma e do funcionamento dos Serviços de Administração Escolar.

Apesar da Escola desenvolver algumas actividades de avaliação interna, estas não abrangem todas as áreas-chave do seu desempenho, não conseguindo identificar os pontos fracos da acção educativa, relevando apenas as condicionantes decorrentes das deficiências das instalações desportivas.

Contudo, a motivação do Conselho Executivo, o clima e o ambiente educativos favoráveis à aprendizagem e algumas acções de melhoria já introduzidas constituem alguns sinais positivos para a sustentabilidade do progresso.

IV – Avaliação por domínio-chave 1. Resultados

1.1 Sucesso académico

A Escola tem vindo a realizar um levantamento estatístico dos resultados escolares dos alunos (trimestralmente e no final do ano) por parte da secção de avaliação do Conselho Pedagógico, sendo analisados neste órgão e, posteriormente, pelos Departamentos/Grupos Disciplinares. Consequentemente, estas estruturas identificam os indicadores responsáveis pelo insucesso e as estratégias e as metodologias a adoptar, que são depois tratados, numa perspectiva global, pela secção de avaliação. No entanto, não foi visível a implementação e a monitorização das medidas propostas.

Os resultados obtidos nos exames nacionais são analisados e comparados com as classificações internas dos alunos. Todavia, para além deste estudo comparativo, a Escola não elaborou uma base de dados sobre os resultados globais nas diferentes disciplinas. Desta forma, os docentes não possuem um conhecimento preciso sobre a posição da Escola relativamente à média nacional, às escolas do distrito de Aveiro e, em particular, às outras escolas secundárias da cidade. Apenas têm a percepção que os resultados dos alunos, sujeitos a exame nacional, têm vindo a decrescer nos últimos anos.

No ano lectivo de 2004/2005, as taxas de transição/conclusão dos alunos da Escola foram superiores à média nacional (Cursos Científico-Humanísticos: 10º Ano - 91,2 – 77.1, 11º Ano - 88.6 – 85.5 e 12º Ano - 51.4 – 50.4; Cursos Tecnológicos: 10º Ano - 56.1 – 52.1; 11º Ano - 80.8 – 74.2 e 12º Ano - 56.3 – 47.0). Contudo, estes resultados apontam para uma elevada taxa de retenção dos alunos no 12º ano nos Cursos Científico Humanísticos e Cursos Tecnológicos (51.4 e 56,3) e no 10º ano no Curso Tecnológico de Acção Social (56,1). No ano lectivo de 2005/2006, nas quatro disciplinas em que um maior número de alunos realizou exame no 12º ano, constatou-se que os seus resultados, comparativamente à média nacional, foram superiores, apesar de alguns deles serem negativos: Matemática programa novo (78.0 – 71.5), Física e Química A (80.5 – 71.2), Química programa novo (97.9 – 78.5) e Português B programa novo (119.5 – 112.9).

É considerado que o abandono escolar não é significativo, não apresentando a Escola dados quantitativos globais sobre esta matéria.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos demonstram ter uma forte relação afectiva e de pertença com a Escola. São convocados e estão presentes nos diversos órgãos (Conselhos de Turma, Conselho Pedagógico e Assembleia de Escola).

A educação para a cidadania é um dos princípios do Projecto Educativo. No entanto, apesar dos alunos serem do ensino secundário, não foram chamados a participar na discussão/elaboração daquele documento. Também não é visível que existam actividades que envolvam os alunos na promoção da educação para a cidadania.

A Associação de Estudantes foi constituída após eleições bastante participadas; as suas prioridades são a reutilização da sala de convívio e o apoio na realização de eventos culturais e sociais. Porém, foi diminuta a participação dos alunos nas actividades já realizadas (concurso de fotografia).

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Escola Secundária Homem Cristo - Aveiro

Com o objectivo de cultivar nos alunos o espírito de solidariedade têm sido promovidas campanhas de apoio, particularmente para a UNICEF.

A Escola instituiu prémios para os seus melhores alunos, como forma de valorizar os seus sucessos.

1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos têm um comportamento disciplinado, sem casos de violência física ou verbal. Existe um código de conduta conhecido e assumido por todos, que contribui para um clima tranquilo e propiciador das aprendizagens.

No início do ano, os alunos e os encarregados de educação tomam conhecimento do Regulamento Interno e dos critérios gerais de avaliação utilizados.

A Escola não faz o controlo da entrada e saída dos alunos. No entanto, existe um sentimento generalizado de segurança, não havendo registo de quaisquer incidentes neste âmbito.

Foi notório o bom relacionamento existente entre os vários elementos da comunidade, realçando-se as relações interpessoais como um dos factores mais distintivos da Escola. O ambiente “familiar” foi, por várias vezes, verbalizado pelos interlocutores.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

Os pais e encarregados de educação demonstram satisfação pelas aprendizagens proporcionadas aos seus educandos e pelos resultados alcançados. Efectivamente, nos últimos anos, a Escola tem sido alvo de uma forte procura, não tendo podido aceitar um número considerável de matrículas.

A Escola procura responder às expectativas dos alunos ao nível das aprendizagens. Os alunos ouvidos demonstraram consciência da importância das aprendizagens para a sua vida futura, colocando a tónica na “boa preparação para a universidade”.

Os docentes demonstram gostar das instalações escolares e da tipologia do edifício, ao mesmo tempo que apresentam uma boa relação de pertença e de identificação com a Escola, realçando a exigência que colocam na qualidade das aprendizagens.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A Escola evidencia dificuldades na estruturação, na organização e no funcionamento dos Departamentos Curriculares. Estas estruturas funcionam apenas numa lógica de grupo disciplinar, não existindo uma cultura de articulação inter e intradepartamental. Alguns Departamentos são constituídos por apenas uma área disciplinar - Matemática, Língua Portuguesa, Ciências Naturais e Ciências Fisíco-Químicas – e outros, embora constituídos por várias áreas disciplinares, funcionam quase exclusivamente através das suas substruturas (Grupos Disciplinares).

Refira-se que a Escola instituiu, semanalmente, um bloco para os professores reunirem, no sentido de melhorar os mecanismos de articulação entre docentes do mesmo grupo disciplinar, promover formas de trabalho cooperativo e propiciar o acompanhamento das práticas didácticas e pedagógicas em sala de aula. A coordenação dos Directores de Turma assenta, principalmente, na realização de reuniões no início e final de cada período, para orientar as actividades e preparar o processo de avaliação dos alunos. A nível administrativo, decorrente da avaliação realizada pela equipa de auto-avaliação da Escola, foi definida uma matriz para a reformulação da estrutura dos dossiers de turma, uniformizando-os e tornando-os mais operacionais. No entanto, esta tarefa de reformulação não é monitorizada, assim como não é realizado o acompanhamento do trabalho dos Directores de Turma, mesmo dos que exercem o cargo pela primeira vez. É proporcionado pela Psicóloga apoio aos alunos na sua orientação e/ou reorientação vocacional, quer seja por solicitação do director de turma ou do encarregado de educação. Também, no final do ensino secundário, é prestado apoio na escolha dos cursos e na apresentação das candidaturas de acesso ao ensino superior.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

A Escola, através de reuniões semanais dos Grupos Disciplinares, por anos de escolaridade, realiza algum acompanhamento e supervisão interna da prática lectiva dos professores. Nessas reuniões, faz-se a

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monitorização da consecução das planificações e elaboram-se materiais, matrizes dos instrumentos de avaliação e recursos didácticos para a leccionação das disciplinas e para as aulas de substituição.

Apesar de não existirem mecanismos definidos para o acompanhamento da prática lectiva, em contexto de sala de aula, sempre que ocorrem situações problemáticas o representante do Grupo Disciplinar monitoriza o trabalho do docente através da assistência a aulas.

O Conselho Pedagógico definiu critérios gerais de avaliação nos domínios cognitivos e das atitudes e valores. Contudo, verificaram-se dificuldades, por parte de alguns Grupos Disciplinares, em implementar quantitativamente os critérios estabelecidos ao nível das atitudes e valores.

Para a aferição das classificações a atribuir aos alunos, os Grupos Disciplinares realizam reuniões antes do final de cada período. Relativamente às classificações dos testes, está instituído o princípio de que as mesmas são sempre apresentadas de forma qualitativa. Todavia, esta determinação nem sempre é respeitada por alguns docentes.

A Escola apresenta no seu Plano Anual de Actividades acções de formação para o pessoal docente, constatando-se que estas se adaptam a algumas das suas necessidades, como, por exemplo, no âmbito da implementação da plataforma moodle e do programa de gestão de alunos, acções que são dirigidas, prioritariamente, aos directores de turma.

2.3 Diferenciação e apoios

A identificação e o acompanhamento das necessidades educativas especiais dos alunos são realizados ao nível do Conselho de Turma, com a colaboração da Psicóloga e da Professora da Educação Especial, particularmente aos cerca de onze alunos abrangidos pelo Decreto-lei n.º 319/91, de 23 de Agosto. A Escola proporciona a estes alunos aulas de apoio pedagógico individualizadas e um apoio directo por parte da docente de Educação Especial.

Os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem são encaminhados para a biblioteca, onde podem ser apoiados por docentes de várias disciplinas. No entanto, não foram definidos critérios para a frequência desta modalidade de apoio, nem é avaliada a sua eficácia.

A implementação de cursos com um desenho curricular eminentemente de carácter prático é uma aposta da Escola na diferenciação da sua oferta, atendendo às capacidades e aptidões de alguns dos seus alunos.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa apresenta uma forte componente de prosseguimento de estudos (Cursos Científico-Humanísticos - 18 turmas), funcionando apenas um Curso Tecnológico (5 turmas).

Neste ano lectivo foi criada uma turma de Cursos de Educação e Formação, com o objectivo de responder às capacidades de alguns alunos, visando uma rápida inserção no mundo do trabalho. Refira-se a intenção que a Escola demonstra de, a médio prazo, aumentar a oferta curricular deste tipo de cursos.

Existe a preocupação pelo desenvolvimento de actividades e aprendizagens que visam contribuir para a formação pessoal e social dos alunos. Saliente-se a participação dos alunos do Curso Tecnológico de Acção Social na promoção de eventos, alguns de índole artística.

A maioria das actividades de enriquecimento curricular dinamizadas pela Escola (Clube de Ecologia, o Jornal da Escola, as Escolíadas, a Feira da Flor e o Dia do Patrono) não se manifesta atractiva para os alunos, sendo a sua adesão e participação pouco significativas.

É visível a valorização das componentes experimentais e práticas do currículo nas diferentes turmas. Os alunos revelaram realizar várias actividades de cariz experimental.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

Os documentos estruturantes da vida da Escola não veiculam uma ideia clara e precisa sobre as orientações para a acção educativa dos diversos actores. O Projecto Educativo, apresentado para o triénio 2007/2010, foi elaborado por uma equipa de docentes, sem o contributo de outros elementos da comunidade educativa. Este documento foi analisado pelo Conselho Pedagógico, encontrando-se, presentemente, em fase de reformulação. O Projecto Educativo, apesar de identificar áreas prioritárias de intervenção, não estabelece uma inter-relação entre a acção pedagógica da Escola e os princípios e as prioridades definidos. Por sua vez, o Regulamento Interno não se encontra ainda homologado pela Direcção Regional de Educação.

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Escola Secundária Homem Cristo - Aveiro

O Plano Anual de Actividades resulta do planeamento realizado pelos Departamentos/Grupos Disciplinares e outras estruturas da Escola, apresentando-se bem estruturado e com um elevado nível de especificação. Este plano contempla actividades dirigidas a toda a comunidade educativa ou a grupos específicos, integrando, ainda, algumas acções de formação. Importa referir que o Projecto Curricular de Escola ainda não foi elaborado.

Os diversos interlocutores apreciaram favoravelmente a forma como a Escola está organizada, sendo salientado o bom clima de relações inter-pessoais e uma liderança disponível para ouvir todos os actores escolares. No entanto, o órgão de gestão (que iniciou funções no presente ano escolar), embora tenha vontade de “mudar” e de “agir”, manifesta alguma dificuldade em planear a sua intervenção e em promover a articulação entre os diferentes órgãos e estruturas educativas.

Não existe uma estratégia comum para o planeamento das actividades transversais, como é o caso da área de projecto e das actividades de enriquecimento curricular, cuja organização depende exclusivamente da acção de cada departamento ou da iniciativa individual do professor.

A Escola definiu critérios de gestão do tempo escolar assentes em princípios pedagógicos, salvaguardando nos semanários/horários dos alunos alguns tempos sem actividades para o estudo individual.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A distribuição do serviço docente é realizada pelos Departamentos/Grupos Disciplinares, sendo posteriormente apresentada ao Conselho Executivo, tendo em conta a continuidade pedagógica e, em situações em que não é possível respeitar este princípio, a atribuição das disciplinas do 12º ano a professores do quadro. Da mesma forma, são aquelas estruturas pedagógicas que procedem à atribuição do cargo de director de turma. No entanto, as direcções de turma do curso tecnológico e dos cursos de educação e formação foram atribuídas pelo órgão de gestão a docentes com perfil adequado.

O processo de eleição para coordenador das estruturas intermédias ainda se reveste do princípio da rotatividade electiva, apesar de, em algumas situações, já se procurar atender às competências específicas para o desempenho do cargo.

Foram definidos critérios para a utilização dos tempos provenientes da redução da componente lectiva ao abrigo do artigo 79º do Estatuto da Carreira Docente, 50% dos quais são destinados a aulas de substituição e os restantes para apoio aos alunos.

Os professores que chegam pela primeira vez à Escola sentem-se, de um modo geral, bem integrados, embora não exista uma estratégia definida que vise facilitar a sua inserção no ambiente escolar.

A gestão do pessoal não docente revelou-se adequada, existindo rotatividade em sectores específicos.

Os Serviços de Administração Escolar estão estruturados por gestão de processos, havendo também rotatividade de funções. Todos os seus funcionários sabem desempenhar as tarefas cometidas aos serviços, dando resposta às necessidades funcionais da Escola. No entanto, os alunos demonstraram ainda alguma insatisfação relativamente ao atendimento e à celeridade na passagem de documentos, sendo promovidas acções, por parte do responsável dos serviços, visando melhorar essas áreas.

A formação realizada pelo pessoal não docente depende unicamente da oferta proporcionada pelo Centro de Formação. Contudo, ao nível dos Serviços de Administração Escolar e por iniciativa do seu responsável tem sido realizada formação, centrando-se fundamentalmente na modernização dos serviços e na polivalência de funções.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

A Escola apresenta, de um modo geral, instalações, espaços e equipamentos adequados, havendo preocupação com a manutenção, a segurança e o melhoramento. Apesar das intervenções em alguns sectores (refeitório, balneários e casas de banho), existem marcas evidentes de infiltrações de humidade. A tipologia da Escola (edifício secular) limita a circulação e a segurança dos utentes, impossibilitando o acesso aos vários pisos por pessoas com mobilidade condicionada.

As salas específicas de ciências experimentais e de informática dispõem do material adequado para a realização das actividades práticas. O ginásio apresenta sinais evidentes de degradação, com algum apetrechamento inoperacional (espaldares e tabelas), não propiciando o desenvolvimento das actividades. Também o campo de jogos exterior se encontra degradado (piso e redes), não reunindo condições para a prática desportiva. Refira-se que existem árvores no meio deste recinto.

A biblioteca possui uma estrutura e organização desadequadas, com estantes antigas e fechadas, de acesso limitado e sem equipamento multifuncional e tecnológico, não sendo vista como um recurso educativo na

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valorização das aprendizagens. A falta de espaço deste equipamento tem condicionado a sua integração na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares.

A Escola não consegue captar receitas significativas, para além das provenientes do Orçamento de Estado, por forma a dar resposta a algumas das suas necessidades.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

Os pais e encarregados de educação acompanham o percurso escolar dos seus educandos. No início do ano, são informados dos critérios gerais de avaliação e do Regulamento Interno. São convocados e estão presentes nos órgãos da Escola, não sendo, todavia, chamados a participar na definição dos objectivos e das prioridades dos planos de acção.

Saliente-se a disponibilidade dos Directores de Turma na flexibilidade do horário de atendimento aos encarregados de educação, de modo a facilitar a sua participação na vida escolar. Refira-se ainda a existência de uma plataforma de comunicação que permite potenciar a ligação escola/família.

A Associação de Pais e Encarregados de Educação mantém um bom relacionamento com o Conselho Executivo, promovendo e colaborando em algumas iniciativas (entrega de diplomas aos alunos e colóquios). A autarquia e as actividades culturais/económicas estão representadas na Assembleia de Escola, participando em alguns eventos e disponibilizando estágios aos alunos.

3.5 Equidade e justiça

A maioria dos encarregados de educação, com formação académica ao nível do ensino superior, apresenta expectativas elevadas relativamente à Escola e ao percurso escolar dos seus educandos. A Escola é procurada por um número significativo de alunos, confrontando-se com a necessidade de recusar algumas matrículas dada a limitação da capacidade de acolhimento.

A estrutura curricular da Escola pretende garantir uma certa equidade e igualdade de oportunidades, visíveis pela implementação de apoios aos alunos com necessidades educativas e pelo funcionamento do Curso Tecnológico de Acção Social e dos Cursos de Educação e Formação.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O Conselho Executivo – que assumiu funções no presente ano escolar, tendo sucedido a uma Comissão Instaladora –, apesar de se considerar como um órgão orientador da Escola, ainda não assume uma liderança clara, capaz de promover as responsabilidades das lideranças intermédias numa mesma linha de acção. No entanto, os diferentes interlocutores referiram o apoio e a disponibilidade do órgão de gestão, bem como a sua intervenção na promoção de um bom clima de relações interpessoais.

Não é perceptível a assunção, por parte dos vários órgãos e estruturas, de objectivos e metas quantificáveis, não havendo um plano de intervenção bem definido e ajustado à especificidade da comunidade educativa. Assim, o Projecto Educativo (em fase de reformulação) define prioridades, mas sem indicar, de forma sustentada, metodologias, recursos e calendarização para a sua concretização.

A Escola tem uma cultura cimentada na tradição, com uma imagem forte, através da qual é reconhecida interna e externamente, sendo procurada, essencialmente, pelos alunos que pretendem prosseguir estudos no ensino superior.

4.2 Motivação e empenho

O Conselho Executivo está motivado para promover uma política de mudança. No entanto, verifica-se falta de motivação e mobilização do corpo docente para a concretização de medidas globais que visem a melhoria da acção educativa, dirigindo-se, fundamentalmente, a sua motivação para o desempenho individual e para as actividades do respectivo grupo disciplinar.

O pessoal não docente revela uma boa integração na Escola, embora alguns não evidenciem um sentimento forte de valorização profissional. Apesar dos alunos ainda não se sentirem totalmente satisfeitos com a capacidade de resposta dos Serviços de Administração Escolar, é evidente o esforço e a mobilização dos seus funcionários na implementação de medidas de melhoria, decorrente, em grande parte, da acção de liderança do responsável deste serviço.

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Escola Secundária Homem Cristo - Aveiro

4.3 Abertura à inovação

A Escola tem demonstrado capacidade de adaptação às novas realidades sociais através da diversificação curricular. Assim instituiu, em 2004/2005, o Curso Tecnológico de Acção Social, único na região e, no presente ano lectivo, o Curso de Educação Formação de Apoio ao Domicílio (Área da Geriatria – Tipo 4). Refira-se ainda que está previsto, para o próximo ano lectivo, outra turma deste tipo de cursos de educação e formação (Técnico Laboratorial - Tipo 6).

As novas tecnologias da informação e comunicação têm sido uma área em que a Escola tem investido de forma clara, quer através de aquisição de equipamento, quer na rentabilização dos recursos existentes (plataforma moodle, écran de informação colocado na portaria e quadros interactivos).

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A Escola participa em alguns projectos que são promovidos por entidades exteriores: Universidade de Aveiro (nas áreas disciplinares de Matemática e Física), Rede Intermunicipal de Apoio à Educação (Ria-Edu) e no âmbito do Desporto Escolar.

Relativamente aos projectos dinamizados por iniciativa da Escola, constatou-se que partem mais da vontade individual ou de cada departamento do que de uma estratégia global, tendo-se verificado que a participação dos alunos nestes projectos é reduzida. Destaque-se, contudo, o envolvimento dos alunos na participação nas “Escolíadas”.

Foram estabelecidas parcerias, para a realização de estágios dos alunos que frequentam os cursos com componente prática (Tecnológicos e Cursos de Educação Formação), com várias instituições de carácter social e com a Câmara Municipal que solicita a intervenção dos alunos destes cursos na promoção e na animação de vários eventos. Também foi celebrado um protocolo com o Teatro Aveirense (redução no custo dos bilhetes) para sensibilizar os alunos para a dimensão artística e cultural.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola

5.1 Auto-avaliação

A Escola ainda não possui um projecto abrangente e sistemático para a sua auto-avaliação.

No ano lectivo de 2005/2006 a Escola constituiu uma equipa de avaliação interna, que integrou professores, pais, alunos e pessoal não docente, a quem foi incumbida a tarefa de avaliar o nível de satisfação dos utentes. A equipa seleccionou algumas áreas prioritárias, tendo aplicado inquéritos de opinião/satisfação e implementado estratégias de melhoria ao nível da organização dos dossiers de direcção de turma, do funcionamento dos Serviços de Administração Escolar e da realização da actividade “O Dia do Patrono”. A avaliação destas medidas está prevista para o final do presente ano lectivo.

Por outro lado, a análise do sucesso educativo dos alunos (taxas de transição/retenção) tem sido cometida à secção de avaliação do Conselho Pedagógico. Porém, este trabalho restringe-se à constatação de indicadores qualitativos responsáveis pelo insucesso escolar e à definição de estratégias de superação, não havendo preocupação com a monitorização e avaliação da sua implementação.

5.2 Sustentabilidade do progresso

As actividades de avaliação desenvolvidas pela Escola não abrangem todas as áreas-chave do seu desempenho. Assim, não consegue identificar os pontos fracos da sua acção, salientando apenas os constrangimentos decorrentes do estado de conservação e de manutenção das instalações escolares, particularmente das desportivas.

Contudo, a motivação do Conselho Executivo, o clima e o ambiente educativos favoráveis à aprendizagem, bem como algumas estratégias de melhoria que foram introduzidas em relação à organização dos dossiers de turma e ao funcionamento dos Serviços de Administração Escolar, constituem alguns sinais positivos para a sustentabilidade do progresso.

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V – Considerações finais

A avaliação externa levada a efeito na Escola Secundária Homem Cristo permitiu identificar pontos fortes, debilidades da sua acção, ameaças ao progresso e oportunidades de desenvolvimento que podem constituir desafios para a melhoria.

Pontos fortes:

• Comportamento e disciplina dos alunos;

• Clima e ambiente educativos favoráveis à aprendizagem;

• Motivação do órgão de gestão para a melhoria da organização escolar. Debilidades:

• Elevadas taxas de retenção, principalmente no 12º ano;

• Inconsistência das estratégias para a implementação dos critérios de avaliação dos alunos;

• Falta de uma estratégia de comparabilidade dos resultados académicos com os de outras escolas sociologicamente semelhantes;

• Inexistência de avaliação da eficácia dos apoios educativos implementados; • Organização e funcionamento inadequados dos departamentos curriculares;

• Inexistência de monitorização do trabalho desenvolvido no âmbito das direcções de turma; • Falta de articulação entre os diferentes órgãos e estruturas.

Oportunidades de melhoria:

• Aprofundamento do esforço de auto-avaliação, com o alargamento a outras áreas do desempenho escolar, designadamente em relação ao acompanhamento e à avaliação do funcionamento dos diversos órgãos e estruturas, bem como à monitorização da implementação dos planos de combate ao insucesso escolar;

• Desenvolvimento de aconselhamento externo no âmbito da auto-avaliação;

• Reorientação das motivações individuais dos docentes para o desenvolvimento de um trabalho colectivo;

• Utilização das elevadas expectativas dos alunos e do favorável contexto cultural e socio-económico (com Índice de Desenvolvimento Social=4), no sentido de promover a melhoria dos resultados escolares.

Ameaça ao progresso da Escola:

Referências

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