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o anglo resolve As provas da UFSCar

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.

Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras

em sua tarefa de não cometer injustiças.

Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante

no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução

de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos

profes-sores do Anglo.

No final, um comentário sobre as disciplinas.

Realizado em três dias, numa única fase, o processo seletivo

da Universidade Federal de São Carlos — UFSCar — está a cargo

da Fundação Vunesp.

As provas, com duração de 4 horas, são as mesmas para todas

as carreiras e estão assim distribuídas:

Cada questão objetiva vale 1 ponto, e cada questão

discur-siva vale 2 pontos.

o

anglo

resolve

As provas

da UFSCar

Questões

Questões

Pontuação

objetivas

discursivas

máxima

Língua Portuguesa

10

8

26 pontos

Língua Inglesa

6

4

14 pontos

Redação

30 pontos

Questões

Questões

Pontuação

objetivas

discursivas

máxima

Química

10

5

20

Matemática

10

5

20

História

10

5

20

Questões

Questões

Pontuação

objetivas

discursivas

máxima

Biologia

10

5

20

Física

10

5

20

Geografia

10

5

20

-

DIA

-

DIA

-

DIA

(2)

A pontuação final do candidato é a soma dos pontos obtidos nas provas, já

conside-radas as ponderações por disciplina conforme tabela a seguir.

*De Computação, Física, Química, de Materiais, e de Produção.

Para o Curso de Licenciatura em Música há prova de Aptidão com peso 2.

Será eliminado o candidato que não obtiver pontuação (ou seja, que tiver nota zero)

PESOS DAS MATÉRIAS

Cursos

Redação Português

Inglês Matemática

Física

Química

Biologia

História Geografia

Biblioteconomia,

Ciências da

Informação,

1

2

2

1

1

1

1

2

2

Imagem e Som,

Ciências Sociais,

Letras e

Pedagogia

Licenciatura em

1

2

1

1

1

1

1

2

2

Música

Ciências

Biológicas

1

2

1

1

1

1

2

1

1

Enfermagem e

Medicina

Fisioterapia

1

2

1

1

1

2

2

1

1

Terapia

Ocupacional e

1

2

1

1

1

1

2

1

1

Educação Física

Psicologia

1

2

2

1

1

1

2

2

1

Engenharia

Agronômica e

1

2

1

2

1

2

2

1

1

Biotecnologia

Engenharias* e

Ciência da

Computação

1

2

1

2

2

2

1

1

1

Engenharia Civil

1

2

1

2

2

1

1

1

1

e Física

Estatística e

1

2

1

2

1

1

1

1

1

Matemática

Química

1

2

1

2

1

2

1

1

1

Turismo

1

2

2

1

1

1

2

2

2

Treineiros

1

2

1

2

1

1

1

1

1

(3)

1ª- P

ARTE

: QUESTÕES OBJETIVAS

INSTRUÇÃO: As questões de números 1 a 5 referem-se ao texto seguinte.

Na minha opinião, existe no Brasil, em permanente funcionamento, não fechando nem para o almoço, uma Central Geral de Maracutaia. Não é possível que não exista. E, com toda a certeza, é uma das organizações mais perfeitas já constituídas, uma contribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana. Nada de novo é implantado sem que surja no mesmo instante, às vezes sem intervalo visível, imediatamente mesmo, um esque-ma bem montado para fraudar o que lá seja que tenha sido criado. [...] Exemplo esque-mais recente ocorreu em São Paulo, mas podia ser em qualquer outra cidade do país, porque a CGM é onipresente, não deixa passar nada, nem discrimina ninguém. Segundo me contam aqui, a prefeitura de São Paulo agora fornece caixão e enterro gratuitos para os doadores de órgãos, certamente os mais pobres. Basta que a família do morto prove que ele doou pelo menos um órgão, para receber o benefício. Mas claro, é isso mesmo, você adivinhou, ser brasileiro é meramente uma questão de prática. Surgiram indivíduos ou organizações que, mediante uma módica contraprestação pecuniária, fornecem documentação falsa, “provando” que o defunto doou órgãos, para que o caixão e o enterro sejam pa-gos com dinheiro público.

(João Ubaldo Ribeiro. O Estado de S.Paulo, 18.09.2005.)

A frase de João Ubaldo — E, com toda a certeza, é uma das organizações mais perfeitas já constituídas, uma

con-tribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana — reveste-se de um aspecto

A) discriminatório. B) gentil.

C) medíocre. D) irônico. E) ufanista.

A frase em questão se reveste de um caráter irônico, na medida em que a Central Geral de Maracutaia não pode ser considerada, de fato, “uma contribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana”. Assim, o enunciador afirma algo e espera que o leitor entenda justamente o contrário do que está sendo dito.

Resposta: D

No trecho — uma contribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana. —, contribuição tem como referência

A) o Brasil, em geral.

B) fechamento para o almoço. C) Central Geral de Maracutaia. D) a opinião do autor.

E) a Prefeitura de São Paulo.

O substantivo abstrato “contribuição”, bem como “organizações”, funciona como um marcador de coesão que retoma a expressão “Central Geral de Maracutaia”, investindo-a de um caráter irônico.

Resposta: C Resolução Questão 2

Resolução Questão 1

U

U

U

P

P

P

O

OR

O

R

R

T

T

T

G

G

G

U

U

U

Ê

Ê

Ê

S

S

S

(4)

O trecho — a CGM é onipresente, não deixa passar nada, nem discrimina ninguém. — pode ser reescrito, sem alte-ração de sentido, como:

A) a CGM é sempre presente, não deixa passar nada, nem inocenta ninguém. B) a CGM é ubíqua, não deixa passar nada, nem absolve ninguém.

C) a CGM é virtual, não deixa passar nada, nem exclui ninguém.

D) a CGM é quase presente, não deixa passar nada, nem distingue ninguém.

E) a CGM está presente em todo lugar, não deixa passar nada, nem segrega ninguém.

O elemento “oni-” do vocábulo “onipresente” encerra a idéia de totalidade. Tem como sinônimo “ubíquo”, mas também pode ser, corretamente, traduzido pela expressão “que está presente em todo lugar.”

O verbo “discernir” seguido de objeto direto tem o sentido de “submeter a discriminação, a apartação, a segregação”. Assim, “nem segrega ninguém” corresponde perfeitamente a “nem discrimina ninguém”.

Resposta: E

Assinale a alternativa em que a substituição das palavras destacadas mantém o mesmo sentido original do trecho:

Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, mas podia ser em qualquer outra cidade do país, porque a CGM é onipresente.

A) Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, no entanto podia ser em qualquer outra cidade do país, uma vez

que a CGM é onipresente.

B) Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, pois podia ser em qualquer outra cidade do país, já que a CGM é onipresente.

C) Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, podia, pois, ser em qualquer outra cidade do país, visto que a CGM é onipresente.

D) Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, apesar disso podia ser em qualquer outra cidade do país, assim que a CGM é onipresente.

E) Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, já que podia ser em qualquer outra cidade do país, à medida que a CGM é onipresente.

Sendo “mas” uma conjunção coordenativa adversativa, dentre as opções oferecidas apenas “no entanto” lhe é equivalente.

O “porque” da frase de referência é de natureza explicativa. Assim, pode ser adequadamente substituído por “uma vez que”, “já que” e “visto que”.

Resposta: A

Em — para receber o benefício —, a palavra benefício tem como referência A) uma módica contraprestação pecuniária. D) a doação de órgãos.

B) a não-discriminação. E) a CGM.

C) caixão e enterro.

O “benefício” em questão é a Prefeitura fornecer “caixão e enterro gratuitos para os doadores de órgãos”. Assim, o substantivo “benefício” tem como referência “caixão” e “enterro” ou, mais especificamente, o dinheiro pago por eles.

Resposta: C Resolução Questão 5

Resolução Questão 4

Resolução Questão 3

(5)

INSTRUÇÃO: As questões de números 6 a 10 referem-se ao texto seguinte.

Suponha o leitor que possuía duzentos escravos no dia 12 de maio e que os perdeu com a lei de 13 de maio. Chegava eu ao seu estabelecimento e perguntava-lhe:

— Os seus libertos ficaram todos?

— Metade só; ficaram cem. Os outros cem dispersaram-se; consta-me que andam por Santo Antônio de Pádua.

— Quer o senhor vender-mos? Espanto do leitor; eu, explicando:

— Vender-mos todos, tanto os que ficaram, como os que fugiram. O leitor assombrado:

— Mas, senhor, que interesse pode ter o senhor... — Não lhe importe isso. Vende-mos?

— Libertos não se vendem.

— É verdade, mas a escritura de venda terá a data de 29 de abril; nesse caso, não foi o senhor que perdeu os escravos, fui eu. Os preços marcados na escritura serão os da tabela da lei de 1885; mas eu realmente não dou mais de dez mil-réis por cada um.

Calcula o leitor:

— Duzentas cabeças a dez mil-réis são dous contos. Dous contos por sujeitos que não valem nada, porque já estão livres, é um bom negócio.

Depois refletindo:

— Mas, perdão, o senhor leva-os consigo?

— Não, senhor: ficam trabalhando para o senhor; eu só levo a escritura. — Que salário pede por eles?

— Nenhum, pela minha parte, ficam trabalhando de graça. O senhor pagar-lhes-á o que já paga.

Naturalmente, o leitor, à força de não entender, aceitava o negócio. Eu ia a outro, depois a outro, depois a outro, até arranjar quinhentos libertos, que é até onde podiam ir os cinco contos emprestados; recolhia-me a casa e ficava esperando.

Esperando o quê? Esperando a indenização, com todos os diabos! Quinhentos libertos, a trezentos mil-réis, termo médio, eram cento e cinqüenta contos; lucro certo: cento e quarenta e cinco.

(Machado de Assis, Crônica escrita em 26.06.1888. Obra Completa.)

A relação que se pode estabelecer entre este texto e o primeiro, de João Ubaldo, é: A) nos dois, os seres humanos são tratados com reverência.

B) os dois textos falam de compras a prazo.

C) no primeiro texto, temos um editorial e, no segundo, uma crônica.

D) ambos tratam de falcatruas e, em ambos, o leitor é evocado pelo narrador. E) os dois textos referem ações de astúcia, sem que haja dolo.

Embora distantes no tempo, a crônica machadiana (1888) e o artigo de João Ubaldo (2005) abordam fal-catruas praticadas por brasileiros que buscam tirar proveito de ações sociais destinadas ao bem comum, for-jando documentos. Do ponto de vista estilístico, o leitor incluso é explícito desde o início do texto de Machado e aparece mais discretamente, com a utilização da palavra “você”, em João Ubaldo.

Resposta: D

A frase — Quer o senhor vender-mos? — poderia ser reescrita, segundo uma perspectiva contemporânea e colo-quial, da seguinte maneira:

A) O senhor quer me vender esses libertos? B) O senhor quer-me os vender?

C) O senhor quer me vender-lhes?

D) O senhor mos quer vender os libertos? E) Quer o senhor me os vender?

Questão 7

Resolução Questão 6

(6)

Na frase “Quer o senhor vender-mos?”, a posposição do sujeito e a combinação dos pronomes “me” e “os”— na forma “mos”— são características da língua culta escrita.

A frase da alternativa A mostra-se compatível com a variante “contemporânea e coloquial”, uma vez que o sujeito “senhor” está anteposto ao verbo “quer” e o pronome “os” (objeto direto) foi permutado pelo termo a que faz referência, evitando a combinação.

Resposta: A

No processo argumentativo, o trecho — mas a escritura de venda terá a data de 29 de abril — tem a função de: A) criar uma falsa analogia. D) valorizar a perda de uma das partes.

B) desfazer uma incompatibilidade. E) abrir caminho a uma renegociação. C) estabelecer uma negociação justa.

A narrativa estabelece como pressuposto que a data do diálogo é posterior à da libertação dos escra-vos — 13 de maio —, quando seria absurdo negociá-los. Para desfazer a incompatibilidade, portanto, o narrador propõe que a escritura de venda tenha a data de 29 de abril.

Resposta: B

A frase — Nenhum, pela minha parte, ficam trabalhando de graça. — pode ser reescrita, sem mudança de sentido, da seguinte maneira:

A) nenhum, com a minha parte, fica trabalhando de graça.

B) nenhum pagamento da minha parte, ficam trabalhando de graça. C) nenhum, pela minha parte fica trabalhando de graça.

D) nenhum deles, pela minha parte, fica trabalhando de graça.

E) nenhum pagamento, pela minha parte, ficam trabalhando de graça.

Na frase dada ocorre uma elipse da palavra “pagamento”, que aparece explicitada na frase da alternativa E.

Resposta: E

Os pronomes seu em — chegava eu ao seu estabelecimento — (no início do texto) e outro em — Eu ia a outro,

depois a outro, depois a outro — (no final do texto) têm como referência, respectivamente:

A) libertos, libertos. D) o leitor, títulos de posse. B) o leitor, ex-donos de escravos. E) local de comércio, valores. C) local de comércio, libertos.

O pronome “seu” tem função anafórica, ou seja, retoma um termo anteriormente citado. No caso, “o leitor”, que, na hipótese formulada pelo narrador, seria ex-dono de escravos. Dessa forma, o pronome “outro” — utili-zado reiteradas vezes — faz referência a ex-donos de escravos.

Resposta: B Resolução Questão 10

Resolução Questão 9

Resolução Questão 8

Resolução

(7)

1ª- P

ARTE

: QUESTÕES OBJETIVAS

INSTRUÇÃO: Leia o texto seguinte e assinale a alternativa correta das questões de números 11 a 16.

According to When Teens Have Sex, a report released by the Annie E. Casey Foundation, roughly 40 percent of American girls in their teen years become pregnant before age 20. Moreover, the one million pregnancies that occur each year among women ages 15 to 19 result in 500,000 teen births — a serious economic and social challenge for the United States.

‘This country has the highest teen birth rate among developed nations,’ said the Foundation Coordinator William O’Hare. ‘The next closest, the United Kingdom, has a teen birth rate that is only about half that of America. The problem of teen births is evident in every State. In fact, every U.S. State has a birth rate that is higher than that of the United Kingdom.’

The report notes that despite recent downward trends, the teen birth rate in 1996 is still higher than it was a decade earlier, and that demographic trends suggest that the number of births to teens is likely to increase by as much as 14 percent by the year 2005.

‘As the children of the “little baby boom” swell the ranks of American teenagers over the next few years, the absolute number of babies born to teenagers is likely to increase even if the birth rate remains constant’, said O’Hare. And this implies more government attention to this section of the American population in social terms.

The report states that more than 75 percent of all unmarried teen mothers went on welfare within five years of the birth of their first child before getting back to some kind of job. In addition, the report notes that in 1996, the poverty rate for children born to teens was 42 percent, twice the overall rate for children.

‘We cannot afford to take the issue of teen pregnancy lightly. Children born to teenage parents are more likely to be of low birth rate, to suffer with inadequate health care, to leave high school without graduating and more likely to be poor, thus perpetuating a cycle of unrealized potential’, added Annie E. Casey, the Foundation Program Director.

(The Annie E. Casey Foundation Bulletin, 2005, Adaptado.)

Segundo William O’Hare,

A) os Estados Unidos possuem uma taxa de natalidade entre adolescentes comparável à do Reino Unido. B) 500.000 adolescentes americanas ficam grávidas a cada ano.

C) em todos os Estados americanos, a taxa de natalidade entre adolescentes fica pouco abaixo daquela do Reino Unido.

D) a taxa de natalidade entre adolescentes, nos Estados Unidos, cresce entre 15 e 19% ao ano. E) a taxa de natalidade entre adolescentes no Reino Unido é cerca de metade da americana.

Lê-se no seguinte trecho do segundo parágrafo “... the United Kingdom, has a teen birth rate that is only about half that of America.”

Resposta: E

Nos Estados Unidos, a taxa de natalidade entre adolescentes A) apresenta uma tendência recente de diminuição.

B) foi mais elevada na década de 1980 que na década de 1990. C) cresceu em 14% entre 1980 e 1996.

D) atingiu seu pico nas décadas de 1980 e 1990.

E) decresceu na última década, tendo seu pico em 1996.

Questão 12

Resolução Questão 11

N

N

N

III

G

G

G

L

L

L

Ê

Ê

Ê

S

S

S

(8)

Lê-se no seguinte trecho do terceiro parágrafo “ The report notes that despite recent downward trends, the teen birth rate…”

Resposta: A

Ainda segundo William O’Hare, nos Estados Unidos,

A) o número de filhos de adolescentes deverá decrescer nos próximos anos.

B) as adolescentes americanas serão responsáveis pelo “boom” populacional que o país conhecerá nos pró-ximos anos.

C) o número absoluto de bebês de mães adolescentes deve permanecer constante nos próximos anos.

D) mesmo que a taxa de natalidade entre adolescentes permaneça estável, é provável que aumente o número de bebês de mães adolescentes nos próximos anos.

E) o número de adolescentes, independentemente da instabilidade da taxa de natalidade entre eles, prova-velmente decrescerá nos próximos anos.

Lê-se no seguinte trecho do quarto parágrafo “... the absolute number of babies born to teenagers is likely to increase even if the birth rate remains constant...”

Resposta: D

Nos Estados Unidos, as mães solteiras adolescentes

A) representam um total de 75% das mulheres americanas que não se casaram. B) são excluídas do mercado de trabalho cinco anos depois de terem o primeiro filho.

C) têm o segundo filho cinco anos depois do primeiro, graças à assistência pública que recebem. D) limitam-se, em sua maioria, a ter apenas um filho a cada cinco anos.

E) ficam dependendo, em sua maioria, da assistência pública durante cinco anos após o nascimento do primeiro filho.

Lê-se no seguinte trecho do quinto parágrafo “... more than 75 percent of all unmarried teen mothers went on welfare within five years of the birth of their first child before getting back to some kind of job.”

Resposta: E

Segundo Annie E. Casey,

A) a questão da gravidez de adolescentes também apresenta um lado menos sério.

B) os filhos de adolescentes têm, entre outras, maior tendência de não completar o ensino médio. C) 42 por cento dos filhos de adolescentes apresentarão alta taxa de fertilidade.

D) os adolescentes pobres, devido à precária assistência médica pública, têm filhos que perpetuarão o ciclo de pobreza americano.

E) os filhos de adolescentes, mesmo desenvolvendo suas potencialidades, não completarão seus estudos secundários.

Lê-se no seguinte trecho do sexto parágrafo “Children born to teenage parents are more likely (…) to leave high school without graduating…”

Resposta: B Resolução Questão 15

Resolução Questão 14

Resolução Questão 13

Resolução

(9)

Nas duas ocorrências do último parágrafo do texto, a palavra likely pode ser substituída por A) lately. B) ultimate. C) probable. D) certainly. E) appropriate.

A palavra likely significa provável / provavelmente.

Resposta: C

Resolução Questão 16

(10)

2ª- P

ARTE

: QUESTÕES DISCURSIVAS

Leia o texto seguinte.

Desculpe-nos pela demora em responder a sua reclamação sobre a sua TV de plasma. Precisávamos ter a certeza de que a nossa matriz aqui no Brasil estaria nos enviando a referida peça. Na próxima semana, estare-mos fazendo uma revisão geral no aparelho e vaestare-mos estar enviando ele para o senhor. Atenciosamente...

(Texto do e-mail de uma empresa, justificando o atraso em consertar um aparelho eletrônico.)

Observa-se, nesse texto, um problema de estilo comum nas correspondências comerciais e nas comunicações de tele-marketing e também um desvio da norma padrão do português do Brasil.

a) Identifique o problema de estilo e redija o trecho em que ele ocorre, corrigido. b) Identifique o desvio e redija o trecho em que ele ocorre, corrigido.

a) As construções “estaria nos enviando” e “vamos estar enviando” constituem um problema de estilo de-nominado gerundismo. Os trechos podem ser corrigidos, respectivamente, assim: enviaria e enviaremos.

Observação: O gerúndio é uma forma nominal do verbo, utilizado para indicar duração, continuidade da

ação. Seu uso, logo, é estranho em verbos que têm sentido pontual (ou seja, de curta duração), como é o caso de “enviar”. Na construção “Na próxima semana, estaremos fazendo” não há gerundismo, uma vez que a ação (“fazer”) é durativa.

b) O desvio gramatical ocorre no trecho “vamos estar enviando ele”, em que o pronome pessoal reto — contrariando a norma culta escrita (segundo a qual ele deveria funcionar sobretudo como sujeito) — está desempenhando função sintática de objeto direto, que é típica de pronomes oblíquos. Nessa perspectiva, o trecho pode ser corrigido assim: enviá-lo-emos ou o enviaremos.

Observe o texto seguinte, um fragmento de Festival de abóboras geladas. Modo de Preparo

Numa panela funda, colocar a água, o adoçante, o suco de laranja, o cravo, a canela e o anis-estrelado. Deixar ferver por 15 minutos. Juntar os pedaços de abóbora na calda e cozinhar por 20 minutos. Desligar o fogo e deixar na panela por 12 horas. Depois, colocar em uma compoteira. Levar à geladeira por aproximadamente 1 hora, antes de servir.

(Lucília Diniz, Doces Light. Adaptado.)

O texto está redigido no infinitivo, visando a não identificar, individualmente, as pessoas que devem praticar essas ações.

a) Redija esse texto utilizando o imperativo, para o mesmo efeito.

b) Redija novamente o texto, utilizando, agora, o pronome se, para o mesmo efeito.

a) Modo de preparo

Numa panela funda, coloquem a água, o adoçante, o suco de laranja, o cravo, a canela e o anis-estre-lado. Deixem ferver por 15 minutos. Juntem os pedaços de abóbora na calda e cozinhem por 20 minutos. Desliguem o fogo e deixem na panela por 12 horas. Depois, coloquem em uma compoteira. Levem à geladeira por aproximadamente 1 hora, antes de servirem.

Resolução Questão 18

Resolução Questão 17

U

U

U

P

P

P

O

OR

O

R

R

T

T

T

G

G

G

U

U

U

Ê

Ê

Ê

S

S

S

(11)

b) Modo de preparo

Numa panela funda, coloque(m)-se a água, o adoçante, o suco de laranja, o cravo, a canela e o anis-estre-lado. Deixe-se ferver por 15 minutos. Juntem-se os pedaços de abóbora na calda e cozinhem-se por 20 minu-tos. Desligue-se o fogo e deixe-se na panela por 12 horas. Depois, coloque-se em uma compoteira. Leve-se à geladeira por aproximadamente 1 hora, antes de se servir.

Observação: Na passagem “antes de se servir”, ocorre uma ambigüidade. Estamos tomando esse “se” como

apassivador, para obedecer à determinação do enunciado. O ideal teria sido empregar a voz passiva analítica:

antes que seja servido.

INSTRUÇÃO: As questões de números 19 e 20 referem-se ao texto seguinte. Partimo-nos assim do santo templo

Que nas praias do mar está assentado, Que o nome tem da terra, para exemplo, Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Certifico-te, ó Rei, que se contemplo Como fui destas praias apartado, Cheio dentro de dúvida e receio,

Que a penas nos meus olhos ponho o freio.

(Camões, Os Lusíadas, Canto 4º- — 87.)

O trecho faz parte do poema épico Os Lusíadas, escrito por Luís Vaz de Camões e narra a partida de Vasco da Gama, para a viagem às Índias.

a) Em que estilo de época ou época histórica se situa a obra de Camões?

b) Para dizer que o nome do templo é Belém, Camões faz uso de uma perífrase: Que o nome tem da terra, para

exemplo, / Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Em que outro trecho dessa estrofe Camões usa outra

pe-rífrase?

a) Os Lusíadas foram escritos, aproximadamente, entre 1550 e 1570, época que, do ponto de vista da história

da cultura, coincide com o Renascimento. Foram publicados em 1572. Entre outras coisas, esse período incorpo-ra a consolidação da palavincorpo-ra impressa, as guerincorpo-ras religiosas provocadas pela Reforma Protestante e o apogeu da expansão mercantilista, de que fala a estrofe de Camões. No sentido estrito da história da arte, o estilo ca-moniano pertence ao Classicismo, que é a face estética da cultura renascentista.

b) No último verso da estrofe, ocorre outra perífrase, que consiste em evitar o termo próprio com outros que dão volta em torno dele. Trata-se da expressão “pôr freio nos olhos”, com o sentido de evitar o choro, conter

as emoções.

Nessa estrofe, há um verbo empregado com uma regência diferente da que se usa nos dias de hoje, no por-tuguês do Brasil.

a) Identifique essa construção.

b) Redija uma frase com esse mesmo verbo, utilizando a sua regência atual.

a) Na construção “Partimo-nos assim do santo templo”, o verbo partir está empregado com uma regência diferente da que se usa nos dias de hoje, no português do Brasil. Com efeito, entre nós não é hábito usá-lo acompanhado de pronome oblíquo átono.

Resolução Questão 20

Resolução Questão 19

(12)

b) Uma frase possível seria: Ainda era noite, quando partimos daquele vilarejo.

Observação: É muito provável que boa parte dos candidatos aponte o verso “Certifico-te, ó Rei, que se

contemplo”. Com efeito, a tradição gramatical normalmente abraçada entre nós é a de que, no sentido de “tornar ciente”, o verbo certificar pede objeto direto para pessoa e objeto indireto (com a preposição de) para coisa. Assim, de acordo com a construção prestigiada entre nós, a frase seria: “Certifico-te, ó Rei, de que se contemplo”.

INSTRUÇÃO: As questões de números 21 e 22 referem-se ao texto seguinte.

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

[...]

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.

(Aluísio Azevedo. O cortiço.)

Aluísio de Azevedo pertence ao Naturalismo. a) Cite duas características desse estilo de época. b) Exemplifique, no texto, essas duas características.

a) O Naturalismo é uma das correntes artísticas associadas ao Realismo, estilo de época da segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pelo esforço de representar a realidade de modo objetivo. Sob a forte influência do cientificismo em vigor na época (evolucionismo, positivismo, experimentalismo e determinismo), o Natura-lismo se caracteriza também pela análise da sociedade então contemporânea, com destaque para as camadas mais baixas, bem como pela representação do ser humano por meio de imagens zoomórficas, indicativas da condição de animalidade.

b) Como exemplo da objetividade naturalista, observe-se o primeiro parágrafo do excerto, em que a ima-gem figurada de um aspecto do cortiço é preterida em favor da apresentação de elementos concretos: em vez de olhos, o cortiço abre portas e janela.

O destaque dado às camadas baixas da sociedade pode ser observado no segundo parágrafo, que descreve uma cena matinal da habitação coletiva, cujos habitantes praticam a higiene pessoal em situação promíscua.

Finalmente, o zoomorfismo se patenteia em expressões como “machos e fêmeas”, “pêlo” e “fossando”, referidas a seres humanos.

Há, no texto, palavras derivadas por sufixação, como tumultuosa e nudez. a) Dê dois exemplos de palavras derivadas com o sufixo da primeira. b) Dê mais dois exemplos de palavras derivadas com o sufixo da outra.

a) O sufixo –oso/osa agrega-se a substantivo para formar adjetivo. Por exemplo: SUBSTANTIVO ADJETIVO gosto gostosa fama famosa Resolução Questão 22

Resolução Questão 21

(13)

b) O sufixo -ez/eza agrega-se a adjetivo para formar substantivo abstrato. Por exemplo: ADJETIVO SUBSTANTIVO

ácido acidez escasso escassez

INSTRUÇÃO: As questões de números 23 e 24 referem-se ao texto seguinte.

Vocês, que não conhecem os subterrâneos de jornal, não imaginam como uma redação é povoada de seres misteriosíssimos. Procurem visualizar uma paisagem submarina. Há peixes azuis, escamas cintilantes, águas jamais sonhadas. De vez em quando, sai de uma caverna um monstro de movimentos lerdos, pacientes etc. E passa um peixe sem olhos, que emana uma luz própria.

Eis o que eu queria dizer: — quanto entrei, pela primeira vez, numa redação, acabava de fazer dez anos. Com a trágica inocência das calças curtas, tive a sensação de que entrava numa outra realidade. As pessoas, as mesas, as cadeiras e até as palavras tinham um halo intenso e lívido. Era, sim, uma paisagem tão fascinante e espectral como se redatores, mesas, cadeiras e contínuos fossem também submarinos.

(Nélson Rodrigues, O Reacionário: Memórias e Confissões.)

Nesse trecho de crônica, Nélson Rodrigues compara, em sua visão infantil, a redação de um jornal com uma pai-sagem submarina.

a) Destaque, desse texto, alguma palavra ou expressão empregada em sentido não-literal.

b) A que classe pertence a palavra submarinos na última linha do texto? De que maneira se deriva dessa pala-vra o nome do veículo naval submersível?

a) O texto de Nelson Rodrigues contém um percurso metafórico, em que a redação de um jornal está do comparada a “uma paisagem submarina”. Por isso, há várias palavras ou expressões empregadas em sen-tido não-literal. Um exemplo é “subterrâneos de jornal”, em que o substantivo “subterrâneos” remete aos mistérios de uma redação, ao universo oculto do jornalismo.

b) A palavra “submarinos” foi empregada no texto como adjetivo, com função de predicativo do sujeito. Quando essa palavra designa o nome do veículo naval submersível, ela torna-se substantivo, constituindo um caso de derivação imprópria.

A palavra até, no trecho — até as palavras tinham um halo intenso e lívido —, não está empregada em sua função própria de preposição.

a) Qual a função estilística dessa palavra no trecho?

b) Dê dois exemplos em que até seja empregado como preposição.

a) A palavra “até” é um marcador de pressuposição que inclui um elemento inesperado (“as palavras”) no grupo das coisas que tinham, no jornal, “um halo intenso e lívido”.

b) As provas continuarão até sexta-feira. Nós andaremos até o campus da UFSCar.

Resolução Questão 24

Resolução Questão 23

(14)

2ª- P

ARTE

: QUESTÕES DISCURSIVAS

INSTRUÇÃO: Leia o texto seguinte e responda às questões de números 25 a 28, em português.

Recent findings by scientists have revealed dinosaur carcasses which preserved not just the shape of bones, but impressions of the skin and flesh, and — which is the most tantalizing of all — a suggestion of inner organs. Even to imagine looking inside an intact dinosaur amounts to a revolution in paleontology, a field in which entire life histories are routinely inferred from a tooth. Another revolution is already underway: skeletons that stood mutely for years in our museums — made up of bones that never stood together in life — are yielding their secrets to researchers armed with state of the art computers and total ingenuity (after all, paleontology has always relied on imagination). For example, engineers have radically revised our view of how the giant sauropods walked and raised their long necks. They have also concluded that the fierce T-Rex was covered with feathers — which suggests a link with modern birds — and probably looked like a huge chicken!

Such discoveries are explored in a new exhibit at the American Museum of Natural History in New York, the first major dinosaur exhibit there in five years. Over the past 20 years, says Mark Norell, the museum’s head of paleontology, his field has gone through deep changes, perhaps deeper than the ones we can detect in other sciences over the same period. Nowadays it is, he says, a branch of science no longer driven just by discoveries, but by research and experiment.

( Newsweek, 27.06.2005. Adaptado.)

Segundo o texto,

a) qual é o aspecto mais fascinante dos recentes achados da paleontologia? b) de que forma essa ciência costuma deduzir um histórico de vida?

a) Foram encontrados esqueletos de dinossauros que preservavam o que parece ser órgãos internos.

Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “... which is the most tantalizing of all — a suggestion of inner organs.”

b) Habitualmente a paleontologia costuma deduzir um histórico de vida a partir de um dente.

Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “... paleontology, a field in which entire life histories are routinely inferred from a tooth.”

Quanto aos esqueletos de dinossauros que vemos nos museus, a) o que se está empregando para estudá-los?

b) o que afirma o texto com relação à sua proveniência?

a) Para estudar os esqueletos de dinossauros que vemos nos museus, empregando-se o que há de melhor em computação, bem como uma enorme criatividade.

Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “... are yielding their secrets to researchers armed with state of the art computers and total ingenuity.”

b) Os esqueletos de dinossauros que vemos nos museus são constituídos de ossos que, na verdade, nunca pertenceram ao mesmo animal.

Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “... skeletons that stood mutely for years in our museums — made up of bones that never stood together in life...”.

Resolução Questão 26

Resolução Questão 25

N

N

N

III

G

G

G

L

L

L

Ê

Ê

Ê

S

S

S

(15)

O texto faz referência específica aos enormes saurópodos e ao feroz Tiranossauro Rex. a) O que se modificou na imagem que tínhamos dos primeiros?

b) Com que espécie moderna o segundo estaria relacionado? Por quê?

a) O que se modificou foi a maneira como os saurópodes se locomoviam e levantavam os longos pescoços. Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “... engineers have radically revised our view of how the giant sauropods walked and raised their long necks.”

b) O Tiranossauro Rex estaria relacionado a aves modernas, pois possuía plumagem.

Lê-se no seguinte trecho do primeiro parágrafo “They also have concluded that the fierce T-Rex was covered with feathers — which suggests a link with modern birds...”

Segundo Mark Norell, paleontólogo chefe do Museu Americano de História Natural em Nova Iorque, a) o que ocorreu em seu campo de estudo nos últimos vinte anos?

b) o que caracteriza a moderna paleontologia?

a) A paleontologia sofreu modificações mais profundas do que aquelas de outras ciências no mesmo período. Lê-se no seguinte trecho do segundo parágrafo “... his field has gone through deep changes perhaps deeper than the ones we can detect in other sciences over the same period.”

b) A moderna paleontologia não é mais movida apenas a descobertas, mas também a pesquisas e experimen-tação.

Lê-se no final do segundo parágrafo “Nowadays it is, he says, a branch of science no longer driven just by discoveries, but by research and experiment.”

Resolução Questão 28

Resolução Questão 27

(16)

Contemple as imagens e leia os textos a seguir.

Batalha de Trafalgar.

Soldados feridos em combate (1ª- Guerra Mundial).

Dia D — Invasão da Normandia.

Soldados americanos na guerra do Iraque.

O

O

O

R

R

R

E

E

E

D

D

D

A

A

Ç

Ç

Ã

Ã

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(17)

Texto 1

Ao assumir seu lugar na parte dianteira do convés de popa do HMS Belleisle, um navio com 74 canhões, a única coisa em que pensava o tenente Paul Nicolas era que gostaria muito de deitar-se. Não que estivesse cansado. Mas o fato é que tinha apenas 16 anos de idade e acabara de embarcar.

Os tripulantes do Belleisle estavam eufóricos. Havia mais de dois meses esperavam pela oportunidade de enfrentar “Johnny Crapaud”, como chamavam os franceses. Em seus canhões, os artilheiros haviam rabiscado com giz a frase “Vitória ou morte”. E, pouco antes, naquela manhã, a banda do navio tocara canções patrió-ticas, como Hearts of Oak e Britons, Strike Home!

William Hargood, o capitão do Belleisle, ordenou que a tripulação se protegesse assim que os disparos ini-migos atingiram a cordoalha. Ao lado de Nicolas, um jovem recruta fora decapitado por uma bala de canhão. Nicolas adoraria poder se estirar no chão, mas, na condição de oficial e vice-comandante de um destacamento de fuzileiros, tinha a obrigação de permanecer de pé.

[...] A Esquadra Conjunta sofria perdas terríveis. No San Juan Nepomuceno, bombardeado por sete navios britânicos, Cosme Damián Churruca sangrou até a morte após sua perna direita ter sido despedaçada por uma bala de canhão. No Bahama, Alcalá Galiano foi atingido no rosto por um fragmento de madeira, mas se recusou a deixar o convés. Sua luneta foi arrancada de sua mão por um tiro de mosquetão. Quando seu timoneiro se abaixou para recuperá-la, uma bala de canhão cortou-o ao meio. Segundos depois, outra sarai-vada de artilharia arrancou o topo da cabeça de Alcalá Galiano.

(Almirante Lorde Nelson. Texto sobre a batalha de Trafalgar. National Geographic, outubro 2005.)

Texto 2

Gabinete do Comandante do Regimento, 6 de junho de 1944. Soldados do Regimento: Dia D

Hoje, e enquanto lêem isto, estarão a caminho daquela grande aventura para a qual treinaram durante mais de dois anos.

Esta noite é a mais importante de todas as noites.

Amanhã, no seu país natal e em todo o mundo Aliado, sinos tocarão anunciando que vocês chegaram e que a invasão para a libertação foi iniciada.

As esperanças e orações dos seus amados os acompanham, a confiança dos seus altos comandantes segue com vocês. Os medos dos alemães estão quase se tornando realidade.

Sejamos duros. Quando chegar a hora, sejamos mais duros ainda. Imbuídos da fé na retidão de nossa causa e no poder da nossa força, vamos aniquilar o inimigo onde estiver.

Que Deus possa estar com cada um de vocês, bons soldados. Que, pelas ações de vocês, possamos justificar Sua fé em nós.

(Coronel Robert Sink. Memorando aos soldados da 506ª- Tropa.)

Texto 3 Uso ilimitado da força

As almas filantrópicas poderiam então facilmente julgar que existe uma maneira artificial de desarmar e derrotar o adversário sem verter demasiado sangue, e que é para isso que tende a verdadeira arte da guerra. Por mais desejável que isso pareça, é um erro que é preciso eliminar. Num assunto tão perigoso como é a guerra, os erros devido à bondade da alma são precisamente a pior das coisas. Como o uso da força física na sua integralidade não exclui de modo nenhum a colaboração da inteligência, aquele que se utiliza sem piedade desta força e não recua perante nenhuma efusão de sangue ganhará vantagem sobre o seu adver-sário se este não agir da mesma forma. [...] Eis como se devem considerar essas coisas. Ignorar o elemento de brutalidade, devido à repugnância que ele inspira, é um desperdício de força, para não dizer um erro.

(Carl Von Clausewitz. Da Guerra.)

Com base nas imagens e textos apresentados, escreva um texto dissertativo em prosa, obedecendo à nor-ma padrão do português do Brasil, que deverá ter como tenor-ma:

(18)

Análise da Proposta

A Banca da UFSCar apresentou ao candidato uma coletânea formada de textos visuais e verbais, como base para o tema “Guerra: suas motivações, heroísmos e tragédias.”

As imagens ilustram diversos conflitos ocorridos ao longo da história — a Batalha de Trafalgar, as duas guerras mundiais e a Guerra do Iraque. Dispostas em progressão temporal, elas sugerem o avanço tecnológico a serviço da guerra: os armamentos bélicos usados no Iraque, por exemplo, têm um poder de destruição muito maior do que os utilizados nos conflitos anteriores. Por meio desses textos visuais, constrói-se determinado imaginário em torno da guerra: a 2ª- foto, por exemplo, destaca um aspecto trágico do confronto — soldados feridos; a 4ª-, em contrapartida, mostra soldados em pose austera e com olhar determinado. Assim, temos, de um lado, “tragédias”; de outro, “heroísmos”.

No caso dos textos verbais, o primeiro, assim como a imagem 2, evidencia o caráter trágico da guerra. O segundo, diferentemente, refere-se a ela como uma “grande aventura”, motivando os soldados a lutar com dureza, a fim de que vençam e se tornem heróis (idéia que remete à imagem 4). A motivação maior da guerra, segundo se depreende da coletânea, é a defesa da pátria: em nome dela, os homens abandonam seus desejos individuais, sua vida cotidiana, para abraçar deveres coletivos.

Como o tema foi apresentado de forma aberta, não é necessário que se estabeleça um direcionamento argumentativo específico. Assim, com base nos elementos fornecidos pela coletânea e em seu repertório pessoal, o candidato deveria construir um raciocínio que levasse em conta, entre outras, as seguintes idéias: • Embora as guerras sejam sempre consideradas um mal, a história da humanidade pode ser contada como a

história das guerras, o que permite a afirmação de que elas são um mal necessário.

• Guerra e desenvolvimento tecnológico caminham juntos. Certamente, a necessidade de aumentar o poder bélico de determinada nação resulta em descobertas científicas que acabam, posteriormente, beneficiando milhares de pessoas. Entretanto o custo social e humano dessa vantagem desautoriza qualquer tentativa de justificar a guerra sob esse argumento.

• Toda guerra implica vencedores e vencidos. O heroísmo geralmente associado à ação bélica resulta do fato de a história da guerra ser contada pelos vencedores, em detrimento da versão dos vencidos, normalmente silenciados.

• O patriotismo, a fé e a busca de um bem comum são elementos geralmente apresentados como motiva-dores das guerras. Mas uma reflexão menos ingênua não pode desconsiderar que, na verdade, prevalecem os interesses de grupos hegemônicos, com violência generalizada e perdas para muitos.

(19)

As questões de Língua Portuguesa merecem elogios por mais de uma razão: primeiro pela variedade, segundo pelas competências que avaliam, terceiro pela forma idônea com que foram formuladas.

Na verdade, a Banca, ao elaborar a prova, expõe-se também à avaliação pública, que é positiva no caso de exames que, como este, chamam atenção mais para o sentido construído pelas operações lingüísticas do que para as regras gramaticais.

Como a perfeição não existe, a questão número 20 merece reparo não só por um erro de revisão, como também por considerar como um caso de regência verbal algo que, na tradição gramatical, não vem regis-trado prototipicamente como tal.

O espaço concedido à Literatura foi escasso e utilizado de forma pouco condizente com as tendências atuais. Em rigor, houve apenas duas questões dessa disciplina, divididas em dois itens, um dos quais se repete em ambas, solicitando a identificação de estilos de época. A questão 20 utilizou uma estrofe de Os Lusíadas; a 21, um fragmento de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, aliás muito freqüente nas antologias escolares. A pri-meira, além do reconhecimento do Classicismo renascentista, exigiu a localização de uma figura de linguagem (perífrase) no texto; a segunda solicitou a identificação de características do Naturalismo e o seu reconheci-mento no excerto. Embora as duas questões partam de textos, em ambas o primeiro item poderia prescindir deles, tal como a antiga e desacreditada perspectiva didática que se limitava à associação de autores, obras e estilos de época. Contudo, o segundo item das duas merece louvor, pois indica uma certa preocupação com a diretriz retórico-estilística, mais afinada com a abordagem da Literatura a partir de sua especificidade como linguagem artística.

A prova constou de dez questões, sendo seis em forma de múltipla escolha, com alternativas em português, a partir de um texto de 2005 sobre gravidez na adolescência nos Estados Unidos.

As outras quatro foram questões discursivas baseadas em um texto sobre novas descobertas na área da paleontologia, extraído da revista Newsweek de junho de 2005.

A prova foi bem elaborada e não deve ter apresentado maiores dificuldades aos candidatos que se dedi-caram à leitura de textos diversos em Inglês durante o Ensino Médio.

Inglês Português

T

T

T

N

N

N

E

E

E

M

M

M

Á

Á

Á

O

O

OS

S

S

O

O

O

C

C

C

R

R

R

III

Referências

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