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1. Seguridade Social: Na CF de 1988 um sistema de seguridade social, previsto a partir do art da CF.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

PONTO 1: Seguridade Social

PONTO 2: Princípios da Seguridade Social PONTO 3: Previdência Social

PONTO 4: Princípios e regras fundamentais da Previdência Social

1. Seguridade Social:

Até a Constituição Federal de 1988 havia uma mescla da previdência social, a qual absorvia a saúde e assistência social, não havia separação nítida. A prestação da saúde ficava vinculada a filiação a um instituto de previdência social, sendo a saúde um direito do trabalhador e não de todo cidadão.

Na CF de 1988 um sistema de seguridade social, previsto a partir do art. 1931 da CF.

Da leitura dos artigos 1942 e 1953 entende-se que a previdência não é mais responsável pela prestação de saúde e assistência. A partir de 1988 se criou, o que foi denominado seguridade social para abranger todas as ações do governo com relação as áreas da saúde, da assistência social e da previdência social.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

A saúde não tem dispositivo expresso se será prestada mediante contribuição ou não. Porém, este artigo referiu que a saúde é um direito de todos os cidadãos.

1 Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

2 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,

destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

3 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A maior parte dos doutrinares constitucionalistas entendem que a saúde deve ser prestada pelo Estado de forma gratuita. Já para um posicionamento mais restrito e minoritário, a saúde não deveria ser de forma gratuita, possibilitaria que o estado efetuasse algum tipo de contribuição para prestar essa saúde.

Com relação a assistência social, o art. 2034 da CF refere que a assistência tem condições de elevar aquela pessoa que está muito abaixo da média para que tenha condições mínimas de sobrevivência e inserção na sociedade. Resgata os cidadãos que estão em extrema miserabilidade para inseri-los dentro da sociedade.

A Previdência Social, art. 2015

, CF, será organizada sob o regime geral, de caráter contributivo que fica expresso.

A saúde e assistência, de regra, é prestada para quem necessita, basta provar a necessidade do amparo, dentro de alguns limites. Não há nada expresso na CF que se tenha contraprestação financeira.

Já a previdência social será prestava mediante caráter contributivo. A pessoa paga para se assegurar de que na eventualidade de um risco social, o próprio trabalhador ou sua família ficariam amparados pelo sistema social e estatal.

4 Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem

por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

5 Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,

observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 2. Princípios da Seguridade Social:

Com relação a seguridade social de uma forma geral, se extrai os objetivos no art. 194, CF.

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

São princípios da seguridade social: saúde, assistência social e previdência social.

Objetivos:

A) Universalidade da cobertura e do atendimento.

B) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. C) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

D) Irredutibilidade do valor dos benefícios. E) Equidade na forma de participação no custeio. F) Diversidade da base de financiamento.

G) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite. H) Prevalência da fonte de custeio.

I) Orçamento diferenciado – art. 165, §5º, III; art. 195, §§ 5º e 7º; art. 167, XI, CF.

A) Universalidade da cobertura e do atendimento.

A idéia é que a previdência, a assistência e saúde amparem o maior numero de cidadãos possíveis.

Quanto a saúde, o próprio artigo 196 da CF refere que é direito de todos.

Com relação a assistência social já há uma classe de interesse direto que será delimitada de acordo com as condições que a legislação da assistência social prevê.

A intenção do legislador constitucional no art. 201 da CF é tornar a previdência mais universal possível, não só para os trabalhadores que exerçam atividade de filiação obrigatória, mas para qualquer cidadão que, facultativamente, opte pela filiação do regime geral, mediante contribuição.

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Outro dispositivo que demonstra a intenção do legislador tornar o sistema de previdência social o mais universal possível foram aquelas reformas feitas pela E.C. 41 e 47, no art. 201, §12 e §13.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Então, reduz alíquota, mas este segurado só terá benefício igual a um salário mínimo.

Embora desde de 2003 houvesse a possibilidade pela E.C. 41, ela só foi regulamentada pela LC 123 de 14 de dezembro de 2006.

B) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

O art. 195 da CF ao mesmo tempo que refere da universalidade, refere sobre a seletividade. Os benefícios da seguridade social implicam prestações pecuniárias ou gastos financeiros ao estados tem-se atrelado a ideia da reserva do necessariamente possível. Será aplicada a ponderação dos princípios.

Em princípio, só serão amparados àqueles benefícios e serviços previstos na norma.

O direito a um benefício e amparo da seguridade é um direito social. O direito social prestacional implicam recursos financeiros. O direito social tem idéia de amparar as pessoas que necessitam do sistema. Quanto mais a pessoa necessita maior será o seu amparo. Ao mesmo tempo, nem sempre é respeitado o amparo ou contraprestação daquela prestação paga, devido a distributividade.

Ou seja, após cada um recolher contribuição, de acordo com sua capacidade contributiva, cada um recebe do sistema o amparo de acordo com sua necessidade.

C) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Até CF de 1988 o sistema era injusto com a população rural, enquanto a população urbana já tinha um sistema de previdência social, desde a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPIS) - de 1960. Essa lei criou o regime de previdência social para a população urbana, incluindo apenas o trabalhador rural que prestasse serviço para uma empresa agroindustrial ou agrocomercial.

Todos os demais trabalhadores rurais eram inseridos num sistema a parte cuja legislação que regulamentava a situação era LC 11/71. Essa legislação previa o sistema de previdência do trabalhador rural que se tratava apenas de uma assistência, por dois motivos: - prestada independentemente de contribuição ao sistema;

- ao chegar a idade de 65 anos receberia a aposentadoria por velhice no valor de meio salário mínimo, só era devido um beneficio por família, os demais receberiam apenas pensão.

A CF de 1988 elevou o benefício para no mínimo um salário mínimo e determinou a uniformidade e equivalência aos benefícios e serviços das populações urbanas e rurais. Ou seja, o legislador terá que fornecer condições equânimes e não igualitárias, no sentido de que o princípio da igualdade é feito de acordo com a situação de cada categoria.

Com a CF de 88 e com as Leis 8212 e 8213 os trabalhadores acabaram a ficar em situação de vantagem com o trabalhador urbano, tentando compensar os anos de exclusão desta categoria do sistema previdenciário.

Após 1991, com as leis 8212 e 8213 que regulamentaram a CF, os trabalhadores rurais passaram a ter direito a todos os benefícios, inclusive aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Porém, serviço prestado antes de 1991 nunca será enquadrado como atividade especial.

Portanto:

- no âmbito da saúde não há distinção entre população urbana e rural;

- na assistência social será para aquela população miserável, aquela segundo a Lei 8742, que está inserida numa família cuja renda per capitã seja inferior a ¼ do salário mínimo, tanto família no meio rural quanto urbano;

- na previdência social, o trabalhador rural passou a ter todos os benefícios garantidos pelo trabalhador urbano, com algumas vantagens para tentar equanimizar.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

D) Irredutibilidade do valor dos benefícios.

O art. 194, parágrafo único, IV6, CF refere acerca da irredutibilidade do valor dos benefícios.

O STF quando julgou a irredutibilidade salarial ou do valor dos benefícios atrelou esse conceito a preservação do valor nominal.

Assim, interpreta-se que este dispositivo prevê apenas a preservação do valor nominal do beneficio.

Nota-se que a previdência social, no art. 201, §4º7

, CF, traz o princípio da preservação do valor real do beneficio.

Portanto, há distinção é que quando a CF menciona seguridade social refere apenas em irredutibilidade dos benefícios, apenas a idéia de preservação do valor nominal. Já quando a CF refere do beneficio previdenciário propriamente dito, no art. 201, §4º, tem garantia do valor real.

E) Equidade na forma de participação no custeio.

Na relação previdenciária com o estado o individuo pode estar em dois pólos. Numa situação a relação jurídica de beneficio e amparo, na qual o individuo é credor e o estado devedor. Mas há outra relação jurídica de custeio, na qual o cidadão é devedor e o estado credor, quando se deve contribuição social para seguridade social.

Para o cidadão fazer jus ao amparo e benefício deveria estar contribuinte. Porém, essas relações são independentes.

A doutrina majoritária entende que a relação com estado é múltipla e não unitária, possui, pelo menos, dois tipos de relações jurídicas: de benefício e custeio.

6 Art. 194. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes

objetivos:

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios.

7 Art. 201, § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A natureza jurídica da contribuição social para seguridade social depois da CF de 1988 é tributária (art. 1498). No regime anterior a CF havia uma discussão se era contribuição tributária ou contribuição para-estatal.

Como se trata de tributo essa contribuição, ela se sujeita a todos os princípios do direito tributário. Assim, a norma que deve disciplinar de prescrição e decadência é Lei Complementar. Conseqüentemente, a Lei 8212 quando referiu em prazo prescricional e decadencial para cobrar contribuição social não é LC foi reconhecida pelo STF como inconstitucional, sendo considerado o prazo de 5 anos do CTN.

Tendo em vista que a natureza jurídica da contribuição social para seguridade social é tributária, deve obedecer aos princípios tributários, sendo um dos principais princípios da natureza tributária é a capacidade contributiva.

Da mesma forma que teremos a sociedade inteira, de forma solidária, prestando ou financiando esse sistema estatal, essa contribuição será prestada de forma equânime, de acordo com sua capacidade financeira.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais [...].

Por isso, a CF permitiu a redução da alíquota diferenciada para a população de baixa renda uma contribuição diferenciada, ou seja, 11% do salário mínio ao invés de 20% do salário contribuição.

F) Diversidade da base de financiamento.

No sentido de que o custeio serão exigidos de toda a sociedade e com base em vários fatos geradores.

8 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das

categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.(concursos de sorte, loteria, entre outros).

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

O inciso II não se aplica a servidor público, pois na aposentadoria pensão concedida em regime próprio de previdência há cobrança de contribuição social para seguridade social.

Além destas fontes de custeio previstas na CF, o legislador pode instituir outras fontes de custeio – art. 195, § 4º9

, CF, com a condição de que se seja veiculada por meio de Lei Complementar. Pode ser feito por meio de Emenda Constitucional, porém, não pode ser feita por Lei Ordinária.

Ex: CPMF, finalidade era cobrir despesas com saúde e erradicação da pobreza (assistência). A CPMF era nítida contribuição social para seguridade social, devendo ser respeitado o art. 195, §6º10

, CF, ou seja, respeitado o princípio da anterioridade nonagesimal.

Exemplo de contribuição social para seguridade social que foi criada por Lei Ordinária e considerada inconstitucional pelo STF: contribuição social dos exercentes de mandato eletivo. A redação originária da CF de 1988, no art. 195, referia que no inciso II apenas trabalhadores, o qual foi emendado em 1998 pela E.C. 20 inserido termo “e demais segurados”.

9 Art. 195, § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,

obedecido o disposto no art. 154, I.

10 Art, 195, § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Em 1997 vieram as Leis 8212 e 8213 (LO) que alteraram a Lei de Custeio que inseriu na categoria de empregado os exercentes de mandato eletivo que não tivesse regime próprio de previdência.

O STF entendeu que exercente de mandato eletivo é agente político, não é trabalhador no conceito do art. 7º, CF. Conseqüentemente, não poderia ser exigida uma contribuição social para seguridade social de agente político por meio de Lei Ordinária quando a CF só permitia cobrança dos trabalhadores. Reconhecendo a inconstitucionalidade desta Lei que havia incluído no modo obrigatório do regime geral da previdência social.

Após, com a E.C. 20 que alargou o inciso II, não sendo possível a Lei de 1997 ser constitucionalizada, pois nasceu morta.

Porém, havia agentes políticos que já recebiam aposentadoria e auxilio doença pelo regime geral, nesse caso, a jurisprudência considera que se ele não pediu as devoluções deve ser considerado facultativo, apesar de pagar alíquota menor, pelo princípio da boa-fé. A administração tem exigido o pagamento da diferença.

Assim, a Lei 10.887, que entrou em vigor em 17 de setembro de 2004 voltou a incluir os exercentes de mandado eletivo para segurados obrigatórios do regime geral da previdência social. Através de uma Lei Ordinária Constitucional, devido a ampliação do inciso II do art. 195 da CF.

G) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite.

Esse princípio não é vinculado diretamente a um direito prestacional, mas sim um direito de participação na organização e procedimento.

Quadripartite significa que quatro entidades estarão dentro desse sistema de administração de seguridade social:

1) Governo. 2) Trabalhadores. 3) Aposentados. 4) Empresas.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Portanto, União, trabalhadores, aposentados e empresas participaram da administração por intermédio do Conselho Nacional de Saúde, Conselho Nacional da Assistência Social e Conselho Nacional da Previdência Social. Cada ramo de atuação terá seu próprio conselho nacional, onde terão representantes dessa quatro categorias.

H) Prevalência da fonte de custeio.

Art. 195, § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

Esta regra pode eventualmente ser afastada numa determinada situação em que o julgador entenda que tem um bem principal, principio fundamental, de importância mais elevada na CF e que configura ao cidadão um eventual direito originário de prestação.

I) Orçamento diferenciado – art. 165, §5º, III; art. 195, §§ 5º e 7º; art. 167, XI, CF. A seguridade social, embora não exija de todas as suas contribuições de aplicar exatamente na seguridade social aquela quantia recebida de contribuição social, ela deve ser organizada de forma diferenciada e destacada na Lei Orçamentária Anual.

Art. 165. § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Art. 167. São vedados:

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Esse dispositivo é de vital importância para impedir o gasto da receita da finalidade que fundamentou a cobrança.

Art. 195,

§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

3. Previdência Social:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

É um regime geral, ou seja, para todos os trabalhadores.

4. Princípios e regras fundamentais da Previdência Social: A) Filiação obrigatória.

B) Caráter contributivo.

C) Equilíbrio financeiro e atuarial.

D) Correção monetária dos Salários de Contribuição (S.C.). E) Preservação do Poder Aquisitivo do valor dos benefícios. F) Garantia do beneficio mínimo.

G) Previdência Complementar Facultativa. H) Princípio da Comutatividade.

I) Indisponibilidade dos direitos dos beneficiários.

A) Filiação obrigatória.

O regime de previdência social tem filiação obrigatória. Ou seja, exerceu atividade descrita na lei de filiação obrigatória, não posso optar pelo recolhimento de contribuição previdenciária. Não é opcional, é obrigatória.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 201, § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Servidor público não pode ser segurado facultativo da previdência social, se já sou vinculado a regime próprio de previdência, ainda que recolha a um valor menor do teto da previdência.

Servidor Público pode ser segurado obrigatório da previdência se exercer atividade concomitante ou se não tiver regime próprio de previdência.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

Vedada a cumulação de cargos é vedada a cumulação de benefícios previdenciários.

B) Caráter contributivo.

Para fazer jus ao amparo previdenciário, em regra, eu tenho que estar contribuindo para o sistema. Mesmo que o recolhimento dessa contribuição seja presumido, como é o caso do segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual que presta serviço para uma empresa e o empregado doméstico.

Com relação ao segurado especial (trabalhador rural que exerce atividade em regime de economia familiar, com sua família e sem a utilização de empregados) a lei de benefícios permite a concessão de vários benefícios, mesmo que o segurado nunca tenha recolhido contribuição previdenciária para a seguridade social. Nesses casos o caráter contributivo o Estado já aceita o recolhimento eventual sobre a sua produção, comercialização.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Caso o segurado especial, além da contribuição pela comercialização, ainda recolheu uma contribuição facultativa como contribuinte individual de 20% sobre o salário de contribuição mensal, ainda ganha aposentadoria por tempo de serviço.

C) Equilíbrio financeiro e atuarial.

Princípio trazido pela E.C. 20 de 1998.

A E.C. 20 acabou justificando a Lei 9876/99 que instituiu o fator previdenciário e aumentou o período básico de cálculo. Ou seja, os salários de contribuição para cálculo do beneficio deixaram de ser os últimos 36 meses e passaram a ser toda a vida contributiva do segurado, tendo ele direito de tirar 20% daquele salário de contribuição e fazendo uma média aritmética dos 80% dos meses em que teve contribuição.

Fator previdenciário: quanto mais a pessoa contribuir e mais velha ela for, terá a vantagem de um beneficio com renda superior. Só é obrigatório na aposentadoria por tempo de serviço. Na aposentadoria por idade, por exemplo, a sua incidência é facultativa, ou seja, só irá incidir para beneficiar o segurado, elevar a média.

D) Correção monetária dos Salários de Contribuição.

Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo do benefício serão devidamente atualizados. Ou seja, quero conceder um benefício no seu valor real e mantê-lo depois, calcular o RMI (Renda Mensal Inicial do benefício) no seu valor real. Para isso, devo necessariamente, atualizar monetariamente todos os salários de contribuição que serão utilizados para o cálculo do benefício. Toda a remuneração que incidiu sobre a contribuição durante todos aqueles anos, até o mês anterior da concessão do beneficio.

A atualização monetária é apenas uma reposição do valor que se quer considerar, não se trata de acréscimo nenhum.

A CLPS de 84 e a legislação previdenciária anterior determinava que a aposentadoria por tempo de serviço, idade e especial fosse calculada com base nos últimos 36 meses de salário contribuição, porém, só atualizava os 24 primeiro. O último ano antes da concessão do beneficio vinha sem qualquer índice de atualização monetária. A conseqüência era quando concedido o beneficio já estava defasado.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Por ocasião do reajste, a jurisprencia entedeu por dar o índice integral.

A CF de 88 referiu que todos os salários contribuição para beneficio são atualizados monetariamente na forma da lei.

Segundo o STF o índice será escolhido pelo legislador. Atualmente é o INPC, conforme art. 29-B11, Lei 8213/91.

Benefício já concedido no seu valor real com toda a atualização monetária até hoje quando vai ser reajustado, pode ser reajustado pelo índice proporcional, respeitando apenas os meses em que não teve reposição.

11 Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a

variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004)

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