• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO"

Copied!
43
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RICENA ARITANA PEREIRA DE BRITO

PREVALÊNCIA DE BRUXISMO E ASPECTOS RELACIONADOS EM CRIANÇAS ASSISTIDAS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

NATAL/RN

(2)

RICENA ARITANA PEREIRA DE BRITO

PREVALÊNCIA DE BRUXISMO E ASPECTOS RELACIONADOS EM CRIANÇAS ASSISTIDAS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

NATAL/RN

2017.2

Trabalho de conclusão de curso apresentado na graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do título de Cirurgião-Dentista.

Orientador(a): Profª. Drª. Isabelita Duarte Azevedo

(3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - -Departamento de Odontologia

Brito, Ricena Aritana Pereira de.

Prevalência de bruxismo e aspectos relacionados em crianças assistidas em uma Universidade Pública / Ricena Aritana Pereira de Brito. - 2017.

43 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2017.

Orientador: Isabelita Duarte Azevedo.

1. Bruxismo - Trabalho de Conclusão de Curso. 2. Criança - Trabalho de Conclusão de Curso. 3. Prevalência - Trabalho de Conclusão de Curso. I. Azevedo, Isabelita Duarte. II. Título. RN/UF/BSO BLACK D131

(4)

RICENA ARITANA PEREIRA DE BRITO

PREVALÊNCIA DE BRUXISMO E ASPECTOS RELACIONADOS EM CRIANÇAS ASSISTIDAS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado na graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do título de Cirurgião-Dentista.

Aprovado em: ____/____/______

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________ Profa. Dra. Isabelita Duarte Azevedo – Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dra. Leda Bezerra Quindere Cardoso - Membro Interno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dra. Erika Oliveira de Almeida - Membro Interno

(5)

Com muito carinho, dedico este trabalho à minha família, principalmente, aos meus pais: Joao Batista de Brito e Elza Maria Pereira de Brito, que sempre me apoiaram e são os principais responsáveis por esse sonho ter se tornado realidade.

(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus Pai e todo poderoso, que me fortalece e me faz seguir a vida, sempre com fé.

Aos meus pais, sempre presentes e que dão suas vidas por mim e minha irmã. Obrigada por todos os momentos em que eu fui prioridade na vida de vocês, e por sempre colocarem meus sonhos à frente dos seus. Minha maior riqueza, nessa vida, é o amor de vocês e o da nossa família.

À minha irmã, Ranna Brito, por sempre estar ao meu lado. Obrigada pelos conselhos e ajuda.

À minha orientadora, Profa. Dra. Isabelita Duarte. Muito obrigada por todas as oportunidades, orientações, pela paciência, compreensão e acima de tudo, confiança. Pode ter certeza de que, se escolhi a Odontopediatria, como especialização a seguir, foi porque me encantei mais ainda por ela, ao conhecer a senhora, o amor que tem pela área e o exemplo de profissional que é.

Às professoras Dra. Lêda Quinderé e Dra. Erika Almeida, participantes da banca examinadora, por dividirem esse momento tão especial comigo. Agradeço por todos os ensinamentos que me deram durante esses 4 anos e meio da graduação.

A todos os mestres que contribuíram com seus conhecimentos teóricos e práticos para a minha formação acadêmica. Obrigada por toda a maestria com que me ensinaram e pela paciência que tiveram comigo e meus colegas.

Ao ex-residente Glaydson Coutinho e a doutoranda Patrícia Gomes. Obrigada, Glaydson, por ter dado o passo inicial nesse lindo projeto e, Patrícia, por ter me ajudado com os resultados.

Aos amigos, da faculdade e da vida. Vocês são meus irmãos que Deus me permitiu escolher aqui na Terra. Obrigada por tudo, sem vocês não sou nada.

(7)

Introdução: O bruxismo é um hábito parafuncional e de etiologia multifatorial, caracterizado pelo apertar e ranger de dentes. Objetivo: Avaliar a prevalência de bruxismo e aspectos relacionados nas crianças atendidas no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Metodologia: Estudo transversal e quantitativo, em que se considerou uma amostra de conveniência de 230 crianças na faixa etária entre 5-11 anos. Após o cumprimento das questões éticas, foi aplicado, pelos pesquisadores, um questionário aos pais/responsáveis das crianças que procuraram o serviço de odontopediatria da UFRN no período de fevereiro de 2016 a agosto de 2017. O questionário foi um instrumento já validado para o diagnóstico de bruxismo e fatores associados composto por 10 questões acerca dos dados das crianças e dos pais, hábitos da criança, história médica, qualidade do sono e aspectos comportamentais. Os dados coletados foram inseridos no programa SPSS, tabulados, apresentados de forma descritiva e tratados estatisticamente pelo teste do Qui-Quadrado, para confiança de 95%. Resultados: 112 crianças(48,7%) eram do gênero feminino e 118(51,3%) do gênero masculino. A prevalência de bruxismo foi de 43,9%, sendo maior em crianças de 5-8 anos (p=0,022). Desses, 57(24,8%) rangem os dentes, 23(10,0%) têm apertamento diurno e 21(9,1%) apresentam ambos os hábitos. Quanto à qualidade do sono, 185(80,4%) dormem bem à noite e num ambiente tranquilo, sem nenhuma fonte de luz ou som ligadas. A respeito da história médica, 193(83,9%) não relataram uso de medicação contínua. Conclusão: Foi detectada uma alta prevalência de bruxismo (43,9%) na população estudada, principalmente na faixa etária entre 5-8 anos (p=0,022). A respeito dos demais aspectos relacionados ao bruxismo, não se encontrou relevância estatística. Portanto, é preciso que novas investigações sejam realizadas, para se padronizar critérios e métodos de diagnóstico do bruxismo na infância, bem como delinear associações mais evidentes entre os fatores etiológicos.

(8)

ABSTRACT

Introduction: Bruxism is a parafunctional habit with a multifactorial etiology characterized by the squeezing and grinding of teeth. Objective: To evaluate the prevalence of bruxism and related aspects in children attending at the Departamento de Odontologia of the Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Methodology: A cross-sectional and quantitative study, in which a convenience sample of 230 children aged 5-11 years was considered. After the ethical issues were fulfilled, a questionnaire was applied to the parents/guardians of the children who sought the dental service of UFRN from February 2016 to August 2017. The questionnaire was an instrument already validated for the diagnosis of bruxism and associated factors composed of 10 questions about children's and parents' data, child's habits, medical history, sleep quality and behavioral aspects. The collected data were entered into the SPSS program, tabulated, presented in a descriptive manner and treated statistically by the Chi-Square test, for 95% confidence. Results: 112 children (48.7%) were female and 118 (51.3%) were male. The prevalence of bruxism was 43.9%, being higher in children aged 5-8 years (p = 0.022). Of these, 57 (24.8%) grit their teeth, 23 (10.0%) had squeezing the teeth and 21 (9.1%) had both habits. As for sleep quality, 185 (80.4%) sleep well at night and in a quiet environment, with no light or sound source attached. Regarding medical history, 193 (83.9%) did not report use of continuous medication. Conclusion: A high prevalence of bruxism (43.9%) was detected in the study population, especially in the 5-8 year age group (p = 0.022). Regarding the other aspects related to bruxism, no statistical significance was found. Therefore, new investigations must be carried out to standardize criteria and methods for the diagnosis of bruxism in childhood, as well as to delineate more evident associations between the etiological factors.

(9)

SUMÁRIO RESUMO………...5 ABSTRACT………...6 1.INTRODUÇÃO ... 9 2.REVISÃO DE LITERATURA ... 10 3. METODOLOGIA ... 15 4. RESULTADOS ... 16 5.DISCUSSÃO ... 17 6. CONCLUSÃO ... 25 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 26 ANEXOS ... 29 APÊNDICE ... 39

(10)

Prevalência de bruxismo e aspectos relacionados em crianças assistidas em uma universidade pública

Prevalence of bruxism and related aspects in children attending a public university

Ricena Aritana Pereira de Brito1

Glaydson Vieira Coutinho2

Juliana Barreto Rosa de Sousa3

Patrícia Nóbrega Gomes4

Isabelita Duarte Azevedo5

1. Graduanda em Odontologia (UFRN). Departamento de Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal/RN, Brasil.

2. Cirurgião-Dentista. Especialista em Odontopediatria pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO) do Rio Grande do Norte. Natal/RN, Brasil.

3. Doutora em Ciências Biomédicas (USP). Departamento de Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal/RN, Brasil.

4. Cirurgiã-Dentista. Mestre em Saúde Coletiva (UFRN). Doutoranda em Odontologia (UFRN). Departamento de Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal/RN, Brasil.

(11)

1.INTRODUÇÃO

De uma forma geral e por motivos distintos, as crianças podem desenvolver hábitos bucais desde a primeira infância, prejudicando o equilíbrio entre função e crescimento, de forma a alterar o crescimento do complexo craniofacial. Entre esses hábitos, o bruxismo, por sua complexa etiologia e efeitos variados sobre o sistema estomatognático, pode causar danos à ATM, aos músculos, ao periodonto e à oclusão1.

Pietkiewicz (1907)2 foi o primeiro a descrever, o termo Bruxismo e o denominou de “la bruxomania” (do grego “bruchein” – fricção, apertamento – e de “mania” – compulsão). Desde então, esse hábito tem sido definido como uma atividade parafuncional do sistema mastigatório caracterizada por ranger ou apertar os dentes durante o sono3.

O bruxismo é reconhecido como problema clínico há décadas e vem sendo estudado e discutido em todo mundo, e não apenas pelos dentistas, mas por profissionais de outras áreas da saúde, uma vez que esse hábito apresenta uma etiologia multifatorial. É ocasionado por fatores locais, sistêmicos, hereditários e psicológicos 4.

O bruxismo do sono se diferencia do bruxismo diurno por envolver distintos estados de consciência, isto é, sono e vigília, bem como diferentes estados fisiológicos com diferentes influências na excitabilidade oral motora. É uma atividade inconsciente, com produção de sons e ocorre quando o individuo está dormindo; por outro lado, o bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semi-voluntária da mandíbula, caracterizada por um hábito ou tique 4.

A prevalência de bruxismo em crianças ainda é um pouco controversa, pois além de existirem poucos estudos acerca desse tema, há uma diversidade de métodos usados para o seu diagnóstico, o que leva a uma prevalência bastante variada, na literatura, com registros entre 8,2% e 55,3%5. Segundo a American

Academy of Sleep Medicine3, o bruxismo é um hábito parafuncional comum,

acometendo 85 a 90% da população em algum momento da vida. O objetivo da pesquisa foi conhecer a prevalência do bruxismo em crianças, assim como seus fatores associados; e isso se faz necessário para que estratégias sejam adotadas em busca do controle dessa condição.

(12)

10

2.REVISÃO DE LITERATURA

O termo bruxismo começou a ser abordado na literatura odontológica em 1907 e foi inicialmente denominado de “la bruxomania”; palavra derivada do grego “bruchein” – fricção, apertamento – e de “mania” – compulsão2. O bruxismo é uma atividade involuntária parafuncional que pode acometer tanto crianças, quanto adultos5,6. É reconhecido como sendo uma atividade rítmica e espasmódica dos músculos mastigatórios (contrações rítmicas ou tônicas do masseter e de outros músculos mandibulares) e que é evidenciada pelo apertar e/ou ranger de dentes

Pode ser classificado como bruxismo diurno, quando a atividade parafuncional ocorre durante o dia; e bruxismo noturno ou do sono, quando a parafunção é noturna e ocorre durante o sono 5,7,8,9,10,11,12,13,14,15. Há uma outra classificação para o bruxismo que o categoriza em primário ou secundário. No bruxismo primário, a causa é idiopática, ou seja: não existe uma causa médica evidente e é considerado um distúrbio crônico, o qual apresenta evolução desde a infância até a idade adulta. Já o bruxismo secundário, está associado a transtornos clínicos, psiquiátricos (como a depressão), apneia do sono, uso de drogas e problemas neurológicos como Doença de Parkinson 5,15.

O bruxismo pode ocorrer tanto de forma consciente (quando se mordem lápis ou dedos), quanto inconsciente. O ato de ranger os dentes ocorre com maior frequência durante o sono, períodos de preocupação, estresse e excitação e é caracterizado por um ruído notável. O apertamento, em geral, é sem ruídos, e é mais comum durante o dia. Entretanto, por mais que não haja o ruído, o apertamento pode ser considerado mais destrutivo, uma vez que as forças são contínuas e menos toleradas 1,5,7.

Em relação ao bruxismo do sono, é importante conhecer os estágios do sono. É dividido em períodos de 90 a 110 minutos com estados distintos denominados de REM e não REM (do inglês, movimento rápido dos olhos). No estado não REM há quatro fases de sono: sono leve, ocorrendo nas fases um e dois; e sono profundo nas fases três e quatro. O bruxismo do sono pode ocorrer em qualquer fase sendo observado, na maioria das vezes, no estado não REM (fase dois); relacionado à ocorrência de micro-despertares, repetindo a cada 20-60 segundos11.

O bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semi-voluntária da mandíbula, de apertar os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, onde

(13)

geralmente não ocorre o ranger de dentes, e está relacionado a um tique ou hábito vicioso. Os quais podem ser: contatos entre dente e corpo estranho (morder lápis, caneta, cachimbo) e/ou contato entre dentes, membrana e mucosa, assim exemplificados pelos atos de morder o lábio, língua, bochechas e chupar dedos16.

Os sinais e sintomas mais frequentes são os desgastes oclusais e/ou incisais, destruição das estruturas de suporte, hipersensibilidade pulpar, mobilidade dentária, fratura de cúspides e restaurações, dores e distúrbios nas articulações temporomandibulares (ATM), hipertrofia do masséter, cefaleia ao acordar, mordida cruzada anterior e posterior, assimetria da face entre outros. O bruxismo pode também estar associado a parasomnias (fenômenos que ocorrem exclusivamente durante o sono), caracterizando-se por graus diferentes de excitação, como enurese noturna, falas durante o sono e sono agitado5.Dependendo da intensidade e da frequência, o bruxismo poderá resultar em um estresse na musculatura mastigatória e na articulação temporomandibular (ATM) e em casos mais graves, até na fratura de dentes 1,5,15.

A etiologia dessa atividade parafuncional é multifatorial e está associada a fatores sistêmicos, locais, genéticos, mecânicos, neurológicos e psicológicos5,7,8,9,14,15,17. As deficiências nutricionais, distúrbios endócrinos, alergias, presença de más oclusões e fatores psicossociais como neuroticismo, medo, ansiedade e estresse elevados, vêm sendo apontados, como possíveis causas da ocorrência de bruxismo em crianças 7.

Além disso, em estudos recentes, foram observadas associações significativas entre bruxismo e fatores ambientais, aspectos psicológicos comportamentais como episódios de agressividade, perfeccionismo e hostilidade, condições do sono, além de presença de hábitos deletérios na infância como o hábito de morder objetos e o aleitamento prolongado8,10,14,15,18.

Um estudo realizado por Simões-Zenari e Bitar 17 constatou uma associação entre o bruxismo do sono, hábitos bucais e a sialorreia. Eles chegaram à conclusão de que isso ocorre por causa de alterações respiratórias, uma vez que a sialorreia é indicativa de respiração bucal noturna. Encontraram associação entre o bruxismo e o uso da chupeta, pois, ao adormecer, a criança tende a ficar de boca aberta e a soltar a chupeta. Para esses autores, crianças que usam chupeta possuem risco de bruxismo aumentado em cerca de sete vezes.

(14)

12

O bruxismo tem impacto direto na qualidade de vida da própria criança e da sua família, uma vez que compromete o período de sono de ambos, além de ser considerado importante fator de risco para disfunções temporomandibulares6. Nos últimos anos, a procura pelo odontopediatra com a queixa de bruxismo, vem aumentando. Os estudos mostram uma diferença de prevalência de bruxismo entre as faixas etárias, sendo mais prevalente em crianças abaixo de cinco anos de idade6.

De acordo com a American Academy of Sleep Medicine3, o bruxismo é uma

condição muito comum e aproximadamente 85 a 90% da população vai apresentá-lo em algum momento da vida. Entretanto há uma grande divergência em relação a prevalência desse hábito parafuncional em crianças, encontrando-se valores desde 8,2% a 55,3%5. Isso ocorre, principalmente, pelos diversos métodos utilizados nos estudos e por causa da dificuldade na obtenção das informações sobre o bruxismo, pois muitas vezes os sujeitos não têm consciência de apresentarem esta ocorrência10,12,13,17.

Simões-Zenari e Bitar17 encontraram elevada ocorrência de bruxismo em crianças de 4 a 6 anos de idade, enquanto Fonseca et al 12 avaliaram a incidência de bruxismo do sono (BS) em 170 crianças na faixa etária de 3 a 6 anos de idade, por meio de questionário aplicado aos pais e exame clínico nas crianças, os autores encontraram uma incidência de 15,29% na população estudada.

Insana et al 19 por meio de questionário autoexplicativo preenchido pelos pais, pesquisaram a prevalência de bruxismo em crianças pré-escolares (entre 2,5 -6,9 anos) e alunos da primeira série (entre 3- 8,6 anos de idade), obtendo um resultado de 36,8% das crianças pré-escolares e 49,6% relatados como bruxômanos. No que diz respeito ao comportamento de internalização (ansiedade, depressão e queixas somáticas) das crianças pré-escolares, não houve associação com o bruxismo do sono, mas o mesmo foi associado a problemas de saúde e foram associados com o desempenho neurocognitivo.

Há inúmeras maneiras de avaliar o bruxismo, sendo frequentemente utilizado questionários aplicados aos pais ou responsáveis (investigar a presença de hábitos na criança de ranger os dentes) associados a exame clínico para identificação dos sinais e sintomas desse hábito parafuncional6. E além do exame clínico, pode-se usar a polissonografia. Um exame realizado para diagnóstico dos diversos distúrbios do sono e que detecta os episódios de bruxismo ao decorrer do sono20,21.

(15)

Serra-Negra et al 9 realizaram um estudo transversal em Belo Horizonte (Brasil), com uma amostra de 652 crianças (entre 7 e 10 anos, sendo 349 meninas e 312 meninos), selecionadas aleatoriamente em escolas públicas e privadas. Por meio de um questionário validado, baseado nos critérios da Academia Americana de Distúrbios do Sono e aplicado aos pais (auto-aplicado), foi investigado a presença ou não do bruxismo do sono nas crianças. O questionário incluiu 10 questões, acerca da presença de apertamento e rangimento dos dentes à noite, hábitos orais, histórico médico e informações sócio-demográficas. Nesse estudo utilizou-se um índice de Vulnerabilidade Social, o qual classificou a condição socioeconômica das famílias. A prevalência de Bruxismo do Sono foi de 35,3% (230 crianças). O BS foi identificado em 56,5% das meninas e em 43,5% dos meninos. A maioria das famílias eram de baixa vulnerabilidade social (54,2%) e mais da metade das crianças sem BS (55,2%) eram de baixo nível socioeconômico. Concluiu-se, nesse estudo, que a alta prevalência de bruxismo (35,3%), demonstra a necessidade de mais estudos sobre este assunto.

Não há tratamento específico para o bruxismo, é multidisciplinar e envolve a odontologia, medicina, psicologia e fonoaudiologia20. Cada paciente precisa ser avaliado individualmente e tratado de acordo com os sintomas que cada um apresenta, no intuito de evitar futuras complicações dentárias e nas articulações temporomandibulares. Sendo assim, três tipos de estratégias podem ser adotadas para o tratamento do bruxismo: dentária, farmacológica e psico-comportamental 1,5,6.

A principal intervenção clínica é voltada para a proteção da arcada dentária, a fim de reduzir o ranger dos dentes e aliviar as dores faciais e nas articulações temporomandibulares, de modo a promover melhorias na qualidade do sono, caso seja deficiente. Desse modo, inúmeros tratamentos dentários são descritos na literatura, tais como: ajustes oclusais, uso de aparelhos ortodônticos, restaurações de superfícies dentárias e contornos com materiais adequados para cada caso, além da utilização de placas oclusais1,5,20. Nesse aspecto, as placas miorrelaxantes rígidas são preconizadas para o tratamento de bruxismo em crianças, porém não são eficientes em reduzir os sinais do bruxismo como um todo, minimizando o desvio na abertura bucal5. Outras modalidades de tratamento incluem: psicoterapia e exercícios. Em algumas situações é tarefa do dentista alertar pais/responsáveis, a necessidade de um tratamento multidisciplinar para crianças com bruxismo 5,6.

(16)

14

O conhecimento dos fatores etiológicos e das características clínicas do bruxismo na infância é fundamental para que o diagnóstico seja precoce, permitindo que pediatras, odontopediatras e psicólogos possam estabelecer um tratamento multidisciplinar e favoreçam o desenvolvimento integral da criança para a promoção de saúde e bem-estar individual 5,10.

(17)

3. METODOLOGIA

Estudo de caráter transversal e quantitativo; desenvolvido após apreciação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN sob o parecer de número 1.682.181 (anexo 3) e realizado no Departamento de Odontologia. A população foi composta por 230 pacientes usuários do serviço de Odontopediatria do referido local, selecionados por conveniência. Foram incluídos pais de crianças entre 5 e 11 anos que procuraram atendimento na Clínica Infantil no período de outubro de 2016 a agosto de 2017. Foram excluídos os responsáveis que não moravam com a criança.

O Instrumento de coleta foi um questionário (anexo 1), aplicado por 2 pesquisadores, aos pais/responsáveis que aceitaram participar da pesquisa. O questionário utilizado já havia sido validado para diagnóstico do bruxismo e fatores associados, num estudo semelhante, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por Serra-Negra et al, 2009 (Influence of psychosocial factors on the development of sleep bruxism among children) e incluía, além dos dados da criança e dos pais, a história médica da criança, perguntas relacionadas aos sintomas do bruxismo, ao sono das crianças e aos aspectos comportamentais delas.

A variável dependente do estudo foi presença/ausência de Bruxismo. E as variáveis independentes foram: sexo, idade, se a criança era/não era respiradora bucal, se fazia/não fazia apertamento diurno, a qualidade do sono da criança (se é tranquilo ou não) e os aspectos comportamentais da criança (se cumpre bem as tarefas diárias ou não).

Aos pais/responsáveis das crianças que foram convidados a participar do estudo, foi explicado o questionário e importância da pesquisa e em seguida entregue o Termo de Consentimento Livre/Esclarecido (apêndice 1) para que eles lessem e, se concordassem, assinassem. Após isso, o questionário foi aplicado e recolhido ao término do seu preenchimento.

Os dados coletados foram inseridos no programa SPSS, tabulados, apresentados de forma descritiva e tratados estatisticamente através do teste do Qui-Quadrado para confiança de 95%.

(18)

16

4. RESULTADOS

O presente estudo foi desenvolvido com 230 pais ou responsáveis legal pela criança, sendo estes 28 (12,2%) do sexo masculino e 202 (87,8%) do sexo feminino. Quanto ao perfil familiar dessas crianças,128 (55,7%) possui mães na faixa etária entre 30 e 41 anos de idade e um considerável percentual,103 (44,8%), apresentavam grau de escolaridade de Ensino Médio completo. Em relação aos pais, a faixa etária mais encontrada também foi entre 30 e 41 anos de idade,107 (46,5%). E o nível de escolaridade foi similar ao das mães, 89 (38,7%) com Ensino Médio completo. No que diz respeito ao perfil demográfico dessas famílias, 173 (75,2%) relataram morar na capital do estado, Natal; 34 (14,8%) na região metropolitana de Natal; 22 (9,6%) nos municípios do interior do Rio Grande do Norte (RN) e 1 (0,4%), em outro estado.

A respeito das crianças, 112 (48,7%) correspondiam ao gênero feminino e 118 (51,3%) ao gênero masculino. A faixa etária compreendida foi entre 05 a 11 anos de idade, sendo 153 crianças (66,5%) com idade entre 05-08 anos e 77 (33,5%), entre 09-11 anos.

Em relação ao padrão de convivência familiar em que essas crianças estão inseridas, 158 (68,7%) dos entrevistados relataram que os pais vivem juntos, enquanto 72 (31,3%), responderam que não. A maioria dessas crianças 170 (73,9%), mora com os pais e sem a presença de outros parentes (com exceção de irmãos), enquanto 60 (26,1%) com algum outro parente.

No tocante à qualidade do sono e hábitos noturnos, 185 (80,4%) dos entrevistados relataram que as crianças dormem bem à noite. Um número expressivo dessas crianças, 116 (50,4%) dormem entre 21h01 e 23h (Gráfico 1); e 131 (57%) acordam entre 5h01 e 7h da manhã (Gráfico 2). Em sua maioria, 177 (77%) dos pais/ responsáveis referiram visitar o quarto das crianças pelo menos uma vez durante à madrugada, para verificar se está tudo bem com elas. Quando questionados sobre o local em que dormem, 93 (40,4%) afirmaram dormir no quarto ao lado do da criança e 152 (66,1%) dos entrevistados disseram que as portas de ambos os quartos permanecem abertas durante a noite. Vale salientar que 185 (80,4%) das crianças dormem num ambiente tranquilo, sem nenhuma fonte de luz ou de som ligadas.

(19)

Gráfico 1: Horário de dormir das crianças pesquisadas. Natal, RN, 2016/ 2017.

Fonte: Dados da pesquisa (2016/2017)

Gráfico 2: Horário de despertar das crianças. Natal, RN, 2016/ 2017.

Fonte: Dados da pesquisa (2016/2017) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 19h-20h 20h01-21h 21h01-23h Após 23h Total 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

(20)

18

Com respeito à história médica pregressa da criança, 193 (83,9%) dos pais/responsáveis não relataram o uso de medicação contínua por parte das crianças, enquanto 37 (16,1%), afirmaram. Desses, 24 (64,86%) referiram o uso de medicação para asma. Arguidos sobre história prévia de convulsão, quase totalidade dos pais/responsáveis negaram qualquer episódio convulsivo, 220 (95,7%). E no tocante à respiração bucal, 124 (53,9%) afirmaram que as crianças dormem de boca aberta e, assim, apresentam este hábito.

Em relação ao bruxismo, 57 (24,8%) dos entrevistados afirmaram que as crianças somente rangem os dentes durante à noite; 23 (10,0%) relataram a presença de apertamento diurno, apenas, e 21 (9,1%) afirmaram que crianças apresentam, ao mesmo tempo, ambos os hábitos (Tabela 1). A prevalência de bruxismo, dessa forma, foi de 43,9%.

Tabela 1: Presença ou não de Bruxismo nas crianças pesquisadas. Natal (RN), 2016/2017

(*) Quantitativo referente ao número de crianças que apenas rangem ou apertam os dentes.

Fonte: Dados da pesquisa (2016/2017).

Quanto ao perfil comportamental das crianças, 155 (67,4%) dos responsáveis afirmaram que as crianças conseguem cumprir bem seus afazeres diários, enquanto 75 (32,6%) apresentam dificuldade. Ao serem questionados sobre se as crianças realizavam alguma atividade extracurricular,118 (51,4%) negaram e 112 (48,6%) afirmaram que seus filhos costumavam fazer algum tipo de esporte.

Por conseguinte, ao se cruzar o bruxismo (ranger, apertar os dentes ou ambos) com as variáveis do estudo, observou-se, por meio do teste do qui-quadrado de Pearson (p ≤ 0,05), associação estatisticamente significativa desse hábito com a faixa etária (p=0,022), de forma que foi mais comum a presença dessa parafunção nas crianças entre 5 a 8 anos de idade. As demais variáveis do estudo (gênero, horário de

(21)

dormir, respiração bucal, ambiente do sono, comportamento da criança e atividades extracurriculares) não apresentaram associação estatisticamente significativa com o bruxismo, conforme apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Relação entre bruxismo e as variáveis: gênero, idade, horário de dormir, dormir com a boca aberta, ambiente do sono, comportamento e realização de atividades extracurriculares. Natal (RN), 2016/2017.

(*) Valor de p: teste do qui-quadrado de Pearson Fonte: Dados da pesquisa (2016/2017).

(22)

20

5.DISCUSSÃO

O bruxismo na infância é uma ocorrência frequente e o seu diagnóstico ainda suscita questionamentos por parte de pesquisadores e clínicos. Este hábito parafuncional tem impacto direto na qualidade de vida tanto da própria criança quanto de seus familiares mais próximos e é considerado importante fator de risco para disfunções temporomandibulares, devido ao grande aumento das forças oclusais geradas durante o movimento de ranger e apertar os dentes 5.

Quanto à prevalência de bruxismo, nesse estudo com crianças entre 5 e 11 anos, foi de 43,9%, similar ao que foi encontrado por Costa 5, 47,4% e mais elevada que o encontrado por Clementino et al 22, 32,4%. Além de ter sido mais baixa que o encontrado por Simões-Zenari e Bitar17, que estudando crianças entre 4 e 6 anos de idade encontraram prevalência do bruxismo de 55,3%; e Jindal et al 23, que nessa mesma faixa etária, encontrou uma prevalência de 65.6%. Ou seja, essa variedade na prevalência corrobora com o conflito que é encontrado na literatura, a qual é controversa e relata taxas de prevalência de bruxismo variando de 2 a 40%, sendo maior em crianças e diminuindo com o avançar da idade. E isso se deve às diversas formas de se diagnosticar o bruxismo, o uso de desenhos metodológicos variados e a utilização de instrumentos de coleta não validados, dificultando o estabelecimento de parâmetros fidedignos de comparação 22.

No presente estudo, o diagnóstico desse hábito baseou-se nos relatos dos pais/responsáveis sobre a ocorrência de apertamento de dentes durante o dia, rangimento à noite e/ou de ambos. Esses dados foram coletados por meio de um questionário já validado por Serra-Negra et al 8, realizado com os pais/responsáveis de forma auto aplicada; um método simples, objetivo e amplamente empregado em estudos para diagnóstico do bruxismo e fatores associados, envolvendo crianças na fase de dentição primária e dentadura mista 9,18,20.

Em relação aos pais/responsáveis, observou-se que a maioria (87,8%) dos acompanhantes das crianças correspondiam ao gênero feminino. Resultado bem mais expressivo mas que concorda com o que foi encontrado por Serra-Negra et al 10 em que 64% das pessoas que responderam ao questionário também foram do gênero feminino. Isso pode ser explicado pela própria cultura brasileira, em que observa-se um maior cuidado com a saúde por parte das mulheres, como mostrou a Pesquisa

(23)

Nacional de Saúde(PNS)24, em que 78% das mulheres entrevistadas haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista enquanto que 63,9% dos homens haviam feito o mesmo.

Ainda sobre os pais, estabeleceu-se um perfil familiar em que 46,5% dos pais e 55,7% das mães apresentaram uma média de idade de 30 a 41 anos, possuindo como nível de escolaridade, o Ensino Médio completo (44,8% das mães e 38,7% dos pais, respectivamente). Esses dados são importantes pois as respostas dadas ao questionário precisam levar em consideração o nível de conhecimento dos pais/responsáveis acerca do que foi abordado (perfil comportamental da criança, hábitos de vida e do sono da criança), sendo tal conhecimento influenciado diretamente por fatores demográficos e educacionais.

Os resultados encontrados, na presente investigação, não indicaram uma predileção por sexo na prevalência do bruxismo em crianças (p=0,0554), sendo este, presente em 42% das meninas e 38,1% dos meninos. Tal resultado está em concordância com outras pesquisas similares8,10,12,15,17. Jindal et al 23, relataram uma prevalência discretamente maior no gênero feminino.

Ainda sobre os dados pessoais das crianças, houve relevância estatística ao se cruzar a faixa etária com a presença de bruxismo, de forma que foi mais prevalente na idade entre 5-8 anos (p=0,022). Tal dado está de acordo ao que é encontrado na literatura científica 8,22,23.

Quanto à idade, a literatura diz que a prevalência do bruxismo é fortemente dependente da idade, de modo que ele aparece, na infância, após a erupção dos dentes decíduos e vai diminuindo ao longo dos anos16,22. Isso pode explicar o porquê, no presente estudo, o bruxismo ter sido mais presente nas crianças de 5-8 anos.

Em respeito à convivência familiar das crianças, a maioria dos pais (68,7%) vivem juntos, de modo que 73,9% das crianças moram apenas com os pais, sem a presença de outros parentes (com exceção de irmãos) em casa, o que pode ser indicativo de uma estrutura familiar adequada. Esse quesito é importante pois está intrinsicamente relacionado a um dos fatores etiológicos do bruxismo: o estresse. Uma série de teorias associam fatores emocionais com a ocorrência do bruxismo do sono4, de forma que indivíduos com estresse e/ou traços de personalidade específicos tendem a liberar a tensão acumulada durante o dia através desse hábito 22. Nenhuma

(24)

22

dessas teorias, porém, foram confirmadas, necessitando de mais estudos para melhor compreendê-las.

Como visto, a etiologia dessa atividade parafuncional é multifatorial, podendo estar relacionada a distúrbios do sono, parasomnias e até mesmo à respiração bucal4,7. Em relação a qualidade do sono das crianças, nesse estudo, foi relatado que 80,4% destas dormem bem à noite, além de ter sido verificado que o mesmo percentual (80,4%) dorme sem nenhuma fonte de luz ou som ligadas no quarto que pudessem interferir na qualidade do sono desses pequenos. Não foi observado nenhuma relação estatisticamente significativa entre esse último aspecto e a presença de bruxismo (p=0,734). Assim como não se observou relevância entre o horário que costumam dormir e o bruxismo (p=0,505). Ou seja, na visão dos pais/responsáveis, o bruxismo não está interferindo na qualidade do sono das crianças.

Serra-Negra et al 10, verificou que mais de metade das crianças 56% cujos pais/tutores relataram ter o sono agitado apresentaram bruxismo (p = 0,016). Sendo assim, crianças com histórico de sono agitado apresentam 2,4 vezes chances maior de expressar o hábito parafuncional de bruxismo. Tais resultados sugerem que existe relação direta entre hábito de bruxismo e sono agitado, indicando evidências de uma relação entre fatores emocionais e etiologia deste hábito 5.

Nesse aspecto é interessante mencionar a importância da higiene do sono; um conjunto de instruções com o objetivo de corrigir alguns hábitos pessoais e fatores ambientais que interferem na qualidade do sono. Dentre essas instruções estão: 1) Deitar-se quando estiver sentindo sono; 2) Evitar café, chá, chocolate e medicamentos com cafeína; 3) Evitar refeições pesadas antes de dormir; 4) Ingerir um lanche com leite e/ou derivados e carboidratos antes de dormir e 5) Manter horários constantes para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana16. Os resultados apontam para uma perspectiva de que expressiva parte da amostra estudada já esteja habitualmente praticando as instruções sugeridas pela teoria da higiene do sono.

Ainda nessa perspectiva, 40,4% dos pais/responsáveis, referiram dormir no quarto ao lado do da criança e 77% de todos os entrevistados disseram que visitam o quarto da criança pelo menos uma vez durante à noite. Desse modo, dormir próximo ou no mesmo quarto da criança, ajuda no diagnóstico do bruxismo do sono, uma vez que este é realizado a partir da percepção auditiva dos ruídos emitidos 19,20.

(25)

Em relação aos distúrbios do sono, não se observou relevância estatística entre o bruxismo e a respiração bucal e/ou hábito de dormir com a boca aberta (p=0,084). Costa 5 achou significância estatística para tal associação (p=0,00). Os distúrbios do sono, segundo Pizzol et al1, apresentam correlação com o bruxismo, que ocorre durante as fases superficiais do sono mais especificamente durante a fase REM. Outro importante dado com relação aos distúrbios do sono é que pacientes com bruxismo apresentam maior prevalência de microdespertares, aumentando a atividade rítmica espontânea dos músculos da mastigação. Esta parafunção tem alta prevalência em crianças, e o bruxismo iniciado na infância pode persistir ao longo dos anos, permanecendo durante a fase adulta 21.

Ademais, a existência de doenças físicas, psicológicas ou neurológicas, pode atuar como uma variável de confusão na avaliação de prevalência de bruxismo. Por exemplo, pacientes com deficiências nutricionais e vitamínicas, alergias, parasitoses intestinais, paralisia cerebral e Síndrome de Down podem apresentar bruxismo por causa da condição de saúde5. Desse modo, vale salientar que no presente estudo 83,9% das crianças não ingerem nenhum medicamento de uso contínuo e 95,7% nunca apresentou histórico de convulsão.

A respeito do comportamento da criança, no presente estudo, não se observou relação estatisticamente significativa entre bruxismo e classificação do comportamento da criança (p=0,085), nem com relação a existência de atividades extracurriculares (p=0,690). Serra-Negra et al 8, por sua vez, num estudo semelhante, encontrou significância entre bruxismo e neuroticismo elevado (p=0,00). Segundo eles, os componentes do neuroticismo são raiva, ansiedade, tristeza, irritabilidade e impaciência. Responsabilidade está relacionado à autodisciplina e ao senso do dever. Esses dois traços de personalidade compõem o perfil de indivíduos com hábito de bruxismo.

Vale ressaltar que ao se relacionar o bruxismo com as variáveis que mais se encontra correlação na literatura científica (gênero, horário de dormir, respiração bucal, ambiente do sono, comportamento da criança e atividades extracurriculares) não se observou significância estatística. Fato esse que pode resultar de algumas limitações metodológicas do presente estudo: a amostra (que foi de conveniência, uma vez que dependia da demanda existente no serviço de odontopediatria do

(26)

24

Departamento de Odontologia da UFRN) e o questionário. Como as informações foram obtidas por questionários administrados aos pais/responsáveis das crianças, deve-se considerar a possibilidade de viés de memória. Deste modo, outros estudos transversais e longitudinais devem ser conduzidos para melhor estabelecer a associação e a relação de causa-efeito entre Bruxismo em crianças de 5 a 11 anos de idade e os demais fatores etiológicos e de sintomatologia investigados no presente estudo.

(27)

6. CONCLUSÃO

A prevalência de bruxismo, na população estudada, foi elevada (43,9%) e encontrou-se relação significante entre esse hábito parafuncional e a faixa etária, sendo maior em crianças de 5-8 anos. A respeito das demais variáveis do estudo (gênero, qualidade do sono, história médica pregressa, comportamento) não se observou relevância estatística com o bruxismo, p ≥ 0,05.

Desse modo, ainda há necessidade de que mais investigações sejam realizadas, afim de se padronizar critérios e métodos para o diagnóstico de bruxismo na infância, bem como delinear associações mais evidentes entre os fatores etiológicos.

(28)

26

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Pizzol, KEDC; Carvalho, JCQ; Konish F; Marcomini, SEM. Bruxismo na infância: fatores etiológicos e possíveis tratamentos. Rev de Odontologia da UNESP. 2006; 35(2):157-163.

2. Pietkiewicz M. La bruxomanie: memoires originaux. Rev Stomatol. 1907; 14: 107-16.

3. American Academy of Sleep Medicine. The International Classification Of Sleep Disorders, Revised: Diagnostic and Coding Manual. 3rd ed. Westchester, American Academy of Sleep Medicine, 2014.

4. Nahas-Scocate, ACR; Coelho, FV; Almeida, VC. Bruxism in children and transverse plane of occlusion: Is there a relationship or not. Dental Press J. Orthod.2014; 19(5):67-73.

5. Costa, SV. Bruxismo na infância: estudo clínico aleatório sobre fatores relacionados à ocorrência e influência na qualidade de vida, 2013,132 f., Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo, Bauru, 2013.

6. Diniz, BM; Silva RC; Zuanon ACC. Bruxismo na infância: um sinal de alerta para odontopediatras e pediatras. Rev Paul Pediatr.2009; 27(3):329-34. 7. Nahas-Scocate, ACR; Trevisan, S.; Junqueira, T; Fuziy, A . Associação Entre

Bruxismo Infantil E As Características Oclusais, Sono E Dor De Cabeça. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., Sao Paulo. 2012, 66(1):18-22.

8. Serra-Negra JM, Ramos-Jorge ML, Flores-Mendoza CE, Paiva SM, Pordeus IA. Influence of psychosocial factors on the development of sleep bruxism among children. Int J PaediatrDent. 2009;19(5):309-317.

9. Serra-Negra JM, Paiva SM, Seabra AP, et al. Prevalence of sleep bruxism in a group of Brazilian schoolchildren. EurArch Paediatr Dent. 2010;11:192–195. 10. Serra-Negra,JM; Ribeiro, MB., Prado, IM.et al, Association between possible

sleep bruxism and sleep characteristics in children. CRANIO®: The Journal of Craniomandibular & Sleep Practice,2016; 16:1-6;.

11. Carra MC, Huynh N, Morton P, Rompre ́ PH, Papadakis A, Remise C, Lavigne GJ.Prevalence and risk factors of sleep bruxism and wake-time tooth clenching in a 7- to 17-yr old population. Eur J Oral Sci 2011; 119: 386–394.

(29)

12. Fonseca CM, dos Santos MB, Consani RL, dos Santos JF, Marchini L Incidence of sleep bruxism among children in Itanhandu, Brazil. Sleep Breath, 2011; 15: 215–220.

13. Miamoto, CB; Pereira, LJ; Ramos-Jorge ML, Marques LS. Prevalence and Predictive Factors Of Sleep Bruxism In Children With And Without Cognitive Impairment. Braz. Oral Res., 2011; 25(5):439-445.

14. Feitosa, GM; Felix, RCR; Samapaio, DS; Vieira-Andrade, RG; Santos, CCO; Fonseca-Silva, T. Bruxismo na infância: perfil de comportamento, características do sono e sintomatologia. Rev. Bahiana de Odontologia. 2016; 7(2):94-104.

15. Sandoval, U; Vellez, MPF. Prevalencia de Bruxismo del Sueño en Niños y su Relación con los Signos de Trastornos Temporo-mandibulares y las Parafunciones Diurnas. Int. J. Odontostomat.. 2016; 10 (1):41-47.

16. Gama, E; Andrade, AO; Campos, RM.Bruxismo:Uma revisão da literatura. Rev Ciência Atual. 2013, 1(1):16-97.

17. Dias, IM; Mello, LMR; Maia, ID; Reis, LO; Leite, ICG; Leite, FPP. Avaliação dos fatores de risco do bruxismo do sono. Arq. Odontol.,Belo Horizonte , 2014; 50(3):113-120.

18. Simões-Zenari M, Bitar ML. Factors associated to bruxism in children from 4-6 years. Pro Fono 2010; 22(4):465-472.

19. Insana SP, Gozal D, McNeil DW, Montgomery-Downs HE. Community based study of sleep bruxism during early childhood. Sleep Med. 2013; 14(2):183-188. 20. Soares, KAN; Melo, RMCS; Gomes, MC; Perazzo, MF; Garcia, AFG;Menezes, VA. Prevalence and factors associated to bruxism in preschool children, J Public Health. 2016.

21. Macedo, CR. Bruxismo do sono. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial. 2008; 13(2):18-22.

22. Clementino, MA; Siqueira, MB; Serra-Negra,JM; Paiva, SM; Granville-Garcia, AF. The prevalence of sleep bruxism and associated factors in children: a report by parents.Eur Arch Paediatr Dent. 2017,doi: 10.1007/s40368-017-0312-x.

23. Jindal, N; Jindal,A. Prevalence of Childhood Parasomnias Among Children Attending a Tirtiary Care Hospital in North India: A Cross-Sectional Study.

(30)

28

American College of Chest Physicians. Published by Elsevier Inc.2017, 152(4):1076A

(31)

ANEXOS

ANEXO 1 : QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob a responsabilidade da Profa. Isabelita Duarte Azevedo, a partir da aplicação deste questionário utilizado num estudo semelhante na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela Profa. Júnia Serra-Negra.

Não existe, respostas CERTAS ou ERRADAS. É importante para nós conhecermos os costumes de seu filho(a). Agradecemos sua colaboração. NOME DA CRIANÇA:______________________________________________ NOME DO RESPONSÁVEL:________________________________________ ENDEREÇO:_____________________________________________________ IDADE DA CRIANÇA:______________

IDADE DA MÃE:_________ESCOLARIDADE DA MÃE:___________________ IDADE DO PAI: _________ ESCOLARIDADE DO PAI: ___________________

1- Os pais vivem juntos? ( )SIM ( )NÃO

2- A criança mora junto com algum outro parente? ( )SIM ( )NÃO

3- A criança dorme bem à noite? ( )SIM ( )NÃO

A que horas a criança costuma ir dormir e a que horas tem costume de acordar? Solicitamos que observe por 3 dias e anote nesta tabela abaixo (você receberá um bilhete da escola de seu filho com lembrete de que deve anotar a cada dia)

HORÁRIOS DA CRIANÇA 1º DIA DE OBSERVAÇÃO 2º DIA DE OBSERVAÇÃO 3º DIA DE OBSERVAÇÃO HORA QUE DORMIU HORA QUE acordou

3.a) Marque a opção abaixo que se relaciona com o quarto em que você dorme. a) Seu quarto fica ao lado do quarto em que a criança dorme

b) Seu quarto fica numa extremidade do corredor e da criança no lado contrário c) Seu quarto fica num andar e o da criança noutro

(32)

30

d) Você e a criança dormem no mesmo quarto

3.b) Como ficam as portas dos quartos de sua enquanto a família dorme: a) A porta de seu quarto e do quarto da criança ficam fechadas

b) A porta de seu quarto fica fechada e da criança fica aberta c) A porta do seu quarto fica aberta e da criança fica fechada d) A porta do seu quarto e a do quarto da criança ficam abertas

3.c) Você visita o quarto da criança enquanto ela dorme para ver se está tudo bem? a) SIM – quantas vezes por noite? _________________________

b) NÃO

4- A criança faz uso de algum medicamento?

SIM ( ) NÃO ( ) Qual medicamento?__________________________ 4.a) Em algum momento da vida a criança já teve convulsões?

SIM ( ) NÃO ( )

5- Seu filho dorme de boca aberta? SIM ( ) NÃO ( )

6- Você escuta um barulho enquanto seu filho dorme? Seu filho(a) range os dentes enquanto dorme?

SIM ( ) NÃO ( )

7- Já observou se seu filho aperta os dentes enquanto está acordado? SIM ( ) NÃO ( )

8- A criança dorme com luz acesa, televisão e/ou rádio ligado? SIM ( ) NÃO ( )

9- Como você classifica o comportamento de seu filho diante de tarefas? Cumpridor de tarefas ( ) Dificuldade de cumprir tarefas ( )

10- Além das atividades da Escola, seu filho faz alguma outra tarefa?

(33)

ANEXO 2: NORMAS DA REVISTA (CIÊNCIA PLURAL)

Artigos Originais

São relatos de trabalho original, aqueles que incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional, destinados à divulgação de resultados de pesquisas inéditas de temas relevantes para a área pesquisada, apresentados com estrutura constituída de Introdução, Revisão ou Referencial Teórico, Metodologia, Resultados, Discussão e Conclusão, embora outros formatos possam ser aceitos (Máximo de 5.000 palavras, excluindo resumo, referências, tabelas e figuras. Máximo de referências: 25).

Informações complementares:

• As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos nas tabelas.

• As referências, limitadas em 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica devem ser evitadas.

Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com no mínimo 150 e no máximo 300 palavras, contendo os itens: Introdução, Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões destacados em negrito no texto do Resumo e seus correspondentes no Abstract. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.

A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. A seção Métodos deve incluir as fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, os quais devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados e discussão deve descrever os resultados encontrados incluindo

(34)

32

interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir também a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. As Conclusões devem conter a síntese dos resultados sem, entretanto repeti-los. Podem ser apontadas em tópicos ou escritas de forma cursiva.

Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês.

Formatação do texto

O texto como um todo deverá estar em fonte Arial tamanho 12, com margens 2,5cm (superior, inferior, direita, esquerda) e espaço entre linhas 1,5cm. Quando existirem ilustrações (sejam tabelas, gráficos ou figuras), estas deverão ser inseridas dentro e ao longo do próprio texto, no local pertinente.

Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.

REFERÊNCIAS

As referências devem ser numeradas de forma consecutiva segundo a ordem em que forem sendo citadas no texto e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, conforme o Index Medicus. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al".

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.

(35)

A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra revista; caso contrário, deve-se justificar em "Comentários ao editor".

O arquivo da submissão está em formato Microsoft Word, OpenOffice ou RTF.

URLs para as referências foram informadas quando possível.

O texto está em espaço simples; usa uma fonte de 12-pontos; emprega itálico em vez de sublinhado (exceto em endereços URL); as figuras e tabelas estão inseridas no texto, não no final do documento na forma de anexos.

O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para Autores, na página Sobre a Revista.

Em caso de submissão a uma seção com avaliação pelos pares (ex.: artigos), as instruções disponíveis em Assegurando a avaliação pelos pares cega foram seguidas.

O artigo está com todas as referências no formato recomendado (VANCOUVER), devidamente citadas no texto, além do seguimento de todas as instruções aos autores.

(36)

34

(37)
(38)
(39)
(40)
(41)

APÊNDICE

APÊNDICE 1- TCLE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Prevalência de Bruxismo em Crianças Assistidas em uma Universidade Pública”, que tem como pesquisadora responsável Isabelita Duarte Azevedo.

Esta pesquisa pretende apresentar um perfil de prevalência em pacientes pediátricos (crianças) que apresentam o hábito de bruxismo (ranger os dentes), sendo estes atendidos na Clínica Infantil do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O motivo que nos leva a fazer este estudo deve-se a preocupação crescente nos últimos anos devido ao impacto negativo e cada vez mais precoce que o bruxismo ocasiona na qualidade de vida das crianças, além disso, em virtude, da grande procura por tratamento de tal patologia (doença) nesta faixa etária. Visto que, tais transtornos podem ser refletidos por toda a vida do paciente, especialmente, quando se inicia em idade precoce, onde será fundamental um adequado planejamento e acompanhamento clínico pelo cirurgião-dentista.

Caso você decida participar, você deverá responder 01 (um) questionário estruturado com perguntas direcionadas à obtenção de fatores etiológicos e possíveis agravantes que poderão sugerir o diagnóstico de bruxismo infantil. Tais perguntas serão realizadas pelo pesquisador responsável num período de tempo de 10 (dez) minutos. Sem que haja nenhum tipo de gravação de voz ou registro de imagens. Além disso, nenhum material biológico será colhido para pesquisa.

Durante a realização das perguntas, mediante questionário, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina, sem qualquer tipo de dano ou ato invasivo. Onde você terá o direito de não responder a qualquer uma das perguntas que lhe cause constrangimento de qualquer natureza.

Pode acontecer um desconforto a partir de determinadas perguntas objetivas direcionadas as queixas e relatos de bruxismo que serão minimizados com a sua opção de não resposta ou ainda com a explicação do pesquisador responsável e você terá como benefício a participação num estudo que busca caracterizar o perfil de crianças que buscam a assistência odontológica

(42)

40 do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e que apresentam o hábito de ranger os dentes (bruxismo).

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a partir da autorização da Chefia de Departamento, na pessoa de Roseana de Almeida Freitas.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas com Isabelita Duarte Azevedo, no endereço Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia. Avenida Salgado Filho, 1787 – Área de Odontopediatria. Bairro: Lagoa Nova. CEP: 59057-000 – Natal, RN – Brasil ou pelo telefone (84) 3215-4130. Ramal 4128.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora responsável Isabelita Duarte Azevedo.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Prevalência de Bruxismo em Crianças Assistidas em uma Universidade Pública”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal, _____ de ____________ de 2017.

___________________________________ Assinatura do participante da pesquisa

Impressão datiloscópica do

(43)

Declaração da pesquisadora responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Prevalência de Bruxismo em Crianças Assistidas em uma Universidade Pública”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, _____ de ___________ de 2017.

________________________________ Assinatura da pesquisadora responsável

Referências

Documentos relacionados

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) é um estágio profissionalizante (EP) que inclui os estágios parcelares de Medicina Interna, Cirurgia Geral,

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

[r]

O Programa de Educação do Estado do Rio de Janeiro, implementado em janeiro de 2011, trouxe mudanças relevantes para o contexto educacional do estado. No ranking do

Este questionário é parte integrante da pesquisa que realizo para a dissertação de mestrado profissional a ser defendida no Programa de Pós Graduação em Gestão e Avaliação da

Com isso, a SEDUC-AM em seu DGP, com o propósito de aumentar a eficácia da aplicação da legislação voltada para os profissionais da educação, requereu do

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..