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Análise Pericial de Residências Populares

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO NÚCLEO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Felipe Augusto Almeida Barbosa

Análise Pericial de Residências Populares

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Felipe Augusto Almeida Barbosa

Análise Pericial de Residências Populares

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Acadêmico do Agreste - CAA, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como requisito para obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil.

Área de concentração: Estruturas

Orientador(a): Prof(a) M.Sc. Douglas Mateus de Lima

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Catalogação na fonte:

Bibliotecária - Simone Xavier CRB/4-124

B238a Barbosa, Felipe Augusto Almeida.

Análise pericial de residências populares. / Felipe Augusto Almeida Barbosa. - Caruaru: O Autor, 2015.

82f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Douglas Mateus de Lima.

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de Pernambuco, CAA, Engenharia Civil, 2015.

Inclui referências bibliográficas

1. Residências populares - Construção. 2. Construção civil - Inspeção. 3. Construção civil - Métodos. I. Lima, Douglas Mateus. (Orientador). II. Título

620 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2015-114)

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Felipe Augusto Almeida Barbosa

Análise Pericial de Residências Populares

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Acadêmico do Agreste - CAA, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como requisito para obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil.

Área de concentração: Estruturas

A banca examinadora composta pelos professores abaixo, considera o candidato FELIPE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA aprovado com nota _______.

Caruaru, 05 de junho de 2015.

Banca examinadora:

Prof. M. Sc. Douglas Mateus de Lima _________________________________________ Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Orientador)

Prof. D. Sc Humberto Correia Lima Júnior_________________________________________ Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Examinador 1)

Prof. D. Sc Flávio Eduardo Gomes Diniz _________________________________________ Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Examinador 2)

Profa. D. Sc. Sylvana Melo dos Santos _________________________________________ Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Coordenador da disciplina)

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Dedico e agradeço a Deus pela força e coragem

de sempre seguir em frente, sem questionar os

obstáculos e pedras do caminho.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, razão de todas as coisas, por sempre ser meu consolo nas horas mais difíceis.

Aos meus familiares e amigos, em especial minha mãe, Ana Cristina Almeida, meu primo, Francisco Almeida, e a Joyce Gabriella Barros, por nunca deixarem de me apoiar em todos os momentos e por sempre procurarem me ajudar de todas as formas possíveis.

Ao meu orientador, Douglas Mateus de Lima, por estar sempre disponível para auxílio, dividindo comigo toda a sua experiência, paciência e boa vontade de ajudar sempre. Sou muito grato.

(7)

Resumo

Os métodos construtivos aplicados por muitas empreiteiras e profissionais autônomos, que atuam na área de construção de residências unifamiliares, apresentam-se um tanto quanto arcaicos e acomodados, principalmente quando se trata da construção de residências para compradores de baixa renda, o que compromete o conforto e a segurança dos moradores. Neste contexto, o presente trabalho veio com o intuito de realizar análises periciais em residências domiciliares, diagnosticando os problemas existentes em cada unidade analisada e as suas respectivas causas, na tentativa de divulgar as técnicas construtivas mais adequadas para este tipo de obra no agreste pernambucano. As perícias foram realizadas em visitas feitas a seis residências domiciliares de diferentes bairros da cidade de Caruaru-PE, onde foram colhidas algumas informações técnicas junto aos atuais moradores sobre a concepção original da casa, possíveis obras de modificações realizadas em seus elementos e possíveis problemas já ocorridos na residência. Alguns documentos essenciais foram elaborados no momento da visita, como o memorial fotográfico dos aspectos relevantes da residência e das patologias observadas pelo autor e o preenchimento de uma planilha de perícia e um croqui demonstrando, simultaneamente, a disposição original e atual dos cômodos e ambientes da residência. Após a rotina de visitas periciais realizadas, constatou-se um padrão de patologias existentes em todas as residências, inclusive numa residência com apenas um ano de construída, o que mostra um vício nos métodos construtivos comumente aplicados na região, evidenciando a necessidade da atualização dos conceitos técnicos de alguns responsáveis pela construção de residências populares.

(8)

Abstract

The construction methods applied by many contractors and self-employed professionals, working in the area of construction of single-family homes, present somewhat archaic and accommodated, especially when it is about building homes for low-income buyers, which compromises comfort and the safety of residents. In this context, this monograph came in order to perform expertise analysis on household residences, diagnosing existing problems in each unit and their respective causes, in attempt to disseminate appropriate construction techniques for this type of work in Pernambuco. The expertise were realized in visits made to six home residences in different districts of the city of Caruaru-PE, where some technical information were collected from the current residents about the original construction of the house, possible construction changes made in its elements and potential problems that have already occurred in the residence. Some essential documents were prepared at the time of the visit, such as a photographic memorial of the relevant aspects of the residence and its pathologies observed by the author and fill a expertise’s sheet and a sketch showing both the original and current layout of the rooms and surroundings of the residence. After all the expertise, there was a standard of pathologies found in all residences, including a residence with only one year of built, which shows an addiction in construction methods commonly applied in the region, emphasizing the need for updating the technical concepts of some responsible for the construction of popular homes .

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Lista de Figuras

Figura 1 – Armaduras de sapata e de pilar prontas para concretagem...21

Figura 2 – Armaduras de viga baldrame e pilar com uma parte das fôrmas...23

Figura 3 – Armações prontas para elementos estruturais de residências...23

Figura 4 – Aplicação de revestimento sobre parede de alvenaria...25

Figura 5 – Corte de residência e esquema de umidade ascendente...28

Figura 6 – Danos ao revestimento gerados pela umidade...28

Figura 7 – Possibilidade de formação de fungos...28

Figura 8 – Afundamento de piso com quebra do revestimento cerâmico...29

Figura 9 – Afundamento de piso grave...29

Figura 10 – Trinca em alvenaria por carga concentrada...31

Figura 11 – Trinca em vértice de janela pela ausência de verga e contraverga...31

Figura 12 – Manchas em revestimento...32

Figura 13 – Eflorescência em revestimento...33

Figura 14 – Destacamento do revestimento...33

Figura 15 – Fissuras no revestimento...34

Figura 16 – Expansão por umidade nos tijolos...35

Figura 17 – Degradação de elemento de madeira por cupins...36

Figura 18 – Ilustração de cargas sobre alvenaria de vedação...38

Figura 19 – (a) Fachada...47

Figura 19 – (b) Laje treliçada do terraço...47

Figura 19 – (c) Janelas de ferro originais...48

Figura 19 –(d) Degradação das paredes por umidade ascendente...48

Figura 19 –(e) Instalações elétricas antigas e inadequadas...48

Figura 19 –(f) Telhas cerâmicas e estrutura do telhado originais...48

Figura 19 –(g) Abertura de porta com verga...48

Figura 19 –(h) Fissura na alvenaria por falta de elementos estruturais (verga)...48

Figura 19 –(i)Piso cimentado polido original...49

Figura 20 – Croqui da residência 1...49

Figura 21 –(a) Fachada...51

Figura 21 –(b) Esquadrias de madeira...51

(10)

Figura 21 – (d) Telhado com telhas cerâmicas apresentando eflorescência e

criptorescência...52

Figura 21 – (e) Marcas de infiltração...52

Figura 21 – (f) Fissuras devidas a falta de elementos estruturais...52

Figura 21 – (g) Danos no revestimento devido EPU no tijolo cerâmico...52

Figura 21 – (h) Revestimento cerâmico no piso e paredes da cozinha...53

Figura 21 – (i) Revestimento cerâmico no piso e paredes do banheiro...53

Figura 22 – Croqui da residência 2...54

Figura 23 –(a) Fachada...56

Figura 23 –(b) Parte interna com esquadrias em madeira...56

Figura 23 – (c) Fissura nas aberturas por falta de verga...57

Figura 23 – (d) Área construída não original da residência...57

Figura 23 – (e) Forro de gesso inserido pela proprietária...57

Figura 23 – (f) Revestimento danificado por EPU no tijolo cerâmico...57

Figura 23 – (g) Revestimento danificado devido a EPU no tijolo cerâmico...57

Figura 23 – (h) Telhado em bom estado...58

Figura 23 – (i) Banheiro com revestimento cerâmico / Esquadria original...58

Figura 24 – Croqui da residência 3...58

Figura 25 –(a) Fachada...61

Figura 25 – (b) Parte interna...61

Figura 25 – (c) Fissura nas aberturas por falta de verga...61

Figura 25 – (d) Área construída não original da residência...61

Figura 25 – (e) Revestimento danificado por EPU no tijolo cerâmico...61

Figura 25 – (f) Laje inclinada parcialmente retirada pelo morador...61

Figura 25 – (g) Forro em gesso inserido pelo morador...62

Figura 25 – (h) Banheiro com revestimento cerâmico / Esquadrias originais...62

Figura 25 – (i) Esquadria adicionada e abertura ampliada...62

Figura 25 – (j) Cozinha ampliada / adicionado revestimento cerâmico...62

Figura 26 – Croqui da residência 4...63

Figura 27 –(a) Parte interna...65

Figura 27 – (b) Parte interna...65

Figura 27 – (c) Fissura nas aberturas por falta de verga...65

Figura 27 – (d) Telhado subdimensionado e telhas com eflorescência...65

(11)

Figura 27 – (f) Tubulação do banheiro adicionado pelo morador / revestimento

danificado...66

Figura 27 – (g) Forro em gesso danificado por infiltração de águas pluviais...66

Figura 27 – (h) Banheiro adicionado pelo morador...66

Figura 27 – (i) Esquadria de ferro original...67

Figura 27 – (j) Marca do banheiro original / piso cimentado polido original...67

Figura 28 – Croqui da residência 5...67

Figura 29 –(a) Fachada...70

Figura 29 – (b) Parte interna...70

Figura 29 – (c) Telhado com eflorescência...70

Figura 29 – (d) Revestimento danificado por EPU no tijolo cerâmico...70

Figura 29 – (e) Reservatório de água inferior (cisterna)...70

Figura 29 – (f) Forro de gesso adicionado pelo morador...71

Figura 29 – (g) Banheiro adicionado pelo morador...71

Figura 29 – (h) Parede com infiltração proveniente de vazamento do reservatório da casa vizinha...71

Figura 29 – (i) Telhas com disposição irregular...71

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Lista de Quadros

Quadro 1 – Classificação das residências de acordo com a ABNT NBR 12721

(2006)...40

Quadro 2 – Informações básicas e patológicas da residência 1...47

Quadro 3 – Informações básicas e patológicas da residência 2...51

Quadro 4 – Informações básicas e patológicas da residência 3...56

Quadro 5 – Informações básicas e patológicas da residência 4...60

Quadro 6 – Informações básicas e patológicas da residência 5...65

(13)

Sumário

1 Introdução ... 14 1.1 Relevância do Tema ... 14 1.2 Objetivos... ... 15 1.2.1 Objetivos Gerais ... 15 1.2.2 Objetivos Específicos ... 15 2 Referencial Teórico ... 17 2.1 Perícia Judicial ... 17

2.1.2 Informações sobre perícias ... 18

2.2 Técnicas Construtivas ... 19

2.2.1 Fundações ... 20

2.2.2 Elementos de estrutura ... 21

2.2.3 Revestimento em argamassa ... 24

2.2.4 Estruturas de telhado ... 25

2.3 Patologias frequentes em Residências Populares ... 25

2.3.1 Umidade ascendente de fundações em paredes de alvenaria... 26

2.3.2 Afundamento de Piso ... 29

2.3.3 Trincas em paredes de alvenaria ... 29

2.3.4 Degradação do revestimento de argamassa nas paredes ... 31

2.3.5 Expansão por umidade (EPU) ... 34

2.3.6 Patologias das estruturas de madeira das cobertas ... 35

2.3.7 Patologia causada por falta de elementos estruturais ... 37

2.3.8 Instalações hidrossanitárias inapropriadas ... 38

2.3.9 Instalações elétricas inapropriadas ... 39

2.4 Avaliação do custo unitário básico (CUB) para orçamentos ... 39

3 Metodologia ... 42

(14)

4.1Observações Gerais ... 43

4.1.1 Residências ... 43

4.1.2 Patologias Detectadas e suas soluções ... 44

4.2Observações Específicas ... 46 4.2.1 Imóvel 1 ... 46 4.2.2 Imóvel 2 ... 50 4.2.3 Imóvel 3 ... 53 4.2.4 Imóvel 4 ... 57 4.2.5 Imóvel 5 ... 61 4.2.6 Imóvel 6 ... 66 5Considerações Finais ... 71 Referências ... 73 Apêndice A...76

(15)

1 Introdução

A análise pericial de engenharia pode ser definida como a avaliação isolada das condições técnicas de uso e manutenção de uma edificação, que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento, sempre realizada por um perito habilitado pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA). O perito deve levantar dados suficientes de forma a coletar todas as informações necessárias à formulação do seu parecer técnico. Tais dados devem estar devidamente evidenciados no laudo técnico emitido.

Um problema recorrente, principalmente em casas populares construídas há algumas décadas, é a aplicação de técnicas construtivas inadequadas. As anomalias construtivas são aquelas que prejudicam a vida útil da edificação e estão relacionadas a deficiências de ordem construtiva. Estas anomalias podem ser divididas em quatro tipos: endógenas, originárias do projeto, materiais usados ou da execução; exógenas, originária de fatores externos, terceiros a construção; natural, originária de fenômenos da natureza; funcional, originária após o término da vida útil da edificação.

Apesar dessas possíveis causas para as anomalias em edificações, as que frequentemente se apresentam nas casas populares são devidas aos fatores endógenos; uma vez que, a grande maioria das edificações direcionadas a população de baixa renda foram e são projetadas e executadas de maneira a priorizar completamente o menor custo, em detrimento às boas técnicas construtivas. Problemas como ausência de elementos estruturais, de elementos de fundação e de impermeabilização não são raros de serem encontrados, mesmo sendo essenciais para qualquer edificação.

1.1 Relevância do Tema

A análise pericial se baseia em conceitos técnicos, na pessoa de um perito habilitado, para avaliar o objeto da lide. Este é o primeiro e principal passo para auxiliar e fornecer fundamentos com os quais as autoridades judiciais chegarão a alguma conclusão sobre o caso.

Após abordados os principais e comuns problemas enfrentados pela sociedade, torna-se de suma importância a reavaliação das técnicas construtivas que vêm torna-sendo utilizadas em Caruaru e região. A disseminação das técnicas corretas de construção é um trabalho em longo prazo, mas que precisa ser realizado para o bem social e econômico da região.

(16)

Deve ser mostrada a população, moradores das residências periciadas, a importância da manutenção das estruturas da construção, pois, apesar de a grande maioria das anomalias encontradas comumente serem por má execução, ou até mesmo, falta de elementos estruturais, a falta de manutenção da parte dos moradores também pode acarretar em problemas estruturais de difícil e dispendiosa solução.

Além de serem menos atraentes, deficiências estruturais causam danos pessoais, favorecem o crime, afastam o turismo e reduzem a autoestima dos moradores da própria residência e das residências circunvizinhas. Por isso, é importante procurar as causas de problemas causados pelo tempo, pela falta de manutenção e pelos erros construtivos, contando-se com a ajuda do perito.

O grande campo de trabalho e a grande importância que tem a análise pericial para o desenvolvimento social, juntamente com a falta de profissionais capacitados nesta área, geram oportunidades para novos engenheiros que queiram realmente suprir esta deficiência.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos Gerais

Avaliar, pericialmente, residências populares de Caruaru-PE apresentando soluções técnicas para os possíveis problemas encontrados.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Elaborar uma ficha pericial de campo;

 Realizar perícias em algumas residências populares (edificações do tipo RP1Q, conforme a ABNT NBR 12721, 2006);

 Elaborar um memorial fotográfico para detalhar as residências vistoriadas e os problemas construtivos encontrados;

 Apresentar plantas baixas individualizadas das residências, obtidas por forma de croqui;

(17)

 Analisar os danos encontrados e apontar as prováveis causas, consequências e soluções.

(18)

2 Referencial Teórico

2.1 Perícia Judicial

A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação, realizado por perito, sobre pessoas ou coisas, para verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à lide.

A perícia constitui-se numa forma de provar, por meio da qual, pessoas especialmente capacitadas, em decorrência dos conhecimentos especiais (técnicos e científicos) que possuem, por ordem judicial e mediante compromisso informarem o Juízo a respeito de ocorrência de determinados fatos, bem como do significado dos mesmos (parte narrativa da perícia e parte da aplicação dos conhecimentos técnicos, ou científicos, sobre ditos fatos). (Manual de Direito Processual Civil, vol. II, Processo de Conhecimento, Ed. Revista dos Tribunais, 1978, p. 315)

A perícia, a fim de ser utilizada para busca e esclarecimento da verdade, a ser utilizada a favor da justiça, depende de dois itens essenciais, sendo estes:

 Alto grau de conhecimento técnico da matéria a ser examinada, de forma que o perito possa ser reconhecido como um especialista no assunto;

 A honestidade praticada no seu mais alto sentido moral.

O campo de trabalho do perito é vasto, mas depende, particularmente, da lide e da legislação que regulamenta as atribuições de sua área, sendo economistas, engenheiros, contadores, médicos, entre outras.

O Código de Processo Civil – CPC – Lei 5869 possui cerca de 1200 artigos, onde alguns especiais serão citados neste trabalho com intuito de mostrar resumidamente a legislação que rege a perícia judicial.

Art. 145 – Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito segundo o disposto no art. 421.

§ 1º – Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Cap. VI, seção VII, deste código. (BRASIL, Lei Federal n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973)

Sendo assim, como observado no artigo 145, os peritos devem ser profissionais de nível universitário, com especialidade comprovada por certidão de habilitação, expedida pelo órgão profissional. É comum o Juízo organizar, anualmente, uma lista de peritos habilitados a participar das perícias que venham a surgir. Não cabe ao perito julgar, tendo ele o seu campo

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limitado ao que se vê, onde ele apenas fornece subsídios técnicos que facilitem a decisão do Juiz responsável pelo caso.

Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte; ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. (BRASIL, Lei Federal n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973)

Portanto, além de inválida a prova quando o perito não tem capacidade técnica para a elaboração do laudo, cabem ainda as devidas penas ao mesmo pelos erros cometidos.

2.1.2 Informações sobre perícias

Neste item serão abordadas algumas etapas e informações essenciais a realização da perícia de acordo com a ABNT NBR 13752 (1996) – Perícias de engenharia na construção civil e também da Norma de inspeção predial IBAPE/SP (2011).

No que diz respeito a classificação das inspeções prediais, onde a inspeção predial poderá estar classificada de acordo com o nível pretendido do inspetor e da finalidade da mesma, divididas em níveis, que são:

 Nível 1: Identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborada por profissional habilitado;

 Nível 2: Vistoria para a identificação de anomalias e falhas aparentes eventualmente identificadas com o auxilio de equipamentos e/ou aparelhos, bem como análises de documentos técnicos específicos, consoante à complexidade dos sistemas construtivos existentes;

 Nível 3: Equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção de NÍVEL 2, acrescida de auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos, de uso ou de manutenção predial empregada no empreendimento, além de orientações para a melhoria e ajuste dos procedimentos existentes no plano de manutenção.

É essencial fazer a classificação do objeto periciado quanto a sua funcionalidade. Além da classificação de imóvel, que é a classificação pertinente a este trabalho, os objetos periciados podem ainda ser terrenos, benfeitorias, máquinas e equipamentos, instalações, direitos, entre outros.

Existem alguns requisitos essenciais que um trabalho pericial, cujo desenvolvimento se faz através de metodologia adequada, deve atender, bem como: a inclusão de um número

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adequado de fotografias por cada bem periciado; a execução de um croqui de situação de cada imóvel periciado; a descrição sumária dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões, áreas, utilidades, materiais construtivos, etc.; indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos encontrados; análise dos danos e/ou eventos encontrados, apontando as prováveis causas e consequências; orçamento detalhado e comprovante de ensaios laboratoriais, quando se fizerem necessários. Em relação a estes requisitos, é obrigatório ao perito a especificação, em qualquer parte do laudo pericial, a descrição e listagem dos requisitos obedecidos.

Em relação a vistoria do objeto da pericia a ser realizada devem ser levantadas características da região, como relevo, solo, meio ambiente, vias de acesso, urbanização, coleta de lixo, restrições físicas e legais, entre outros. Devem ser levantadas também características do imóvel periciado, como localização e identificação do bairro, logradouro, número, ocupação adequada a região, entre outros. E ainda, em relação as características do terreno, como perímetro, relevo, forma geométrica, solo e subsolo, dimensões e áreas.

No que diz respeito a apresentação dos laudos periciais, devem apresentar, obrigatoriamente alguns itens, como indicação da pessoa física ou jurídica que tenha contratado o trabalho e do proprietário do bem objeto da perícia; relato da data de vistoria; diagnóstico da situação encontrada; memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras informações relativas à sequência utilizada no trabalho pericial; nome, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do perito de engenharia.

Portanto, deve-se obedecer a prescrição da ABNT NBR 13572 (1996): “O levantamento de dados deve trazer todas as informações disponíveis que permitam ao perito elaborar seu parecer técnico”. (ABNT. NBR 13572, 1996)

2.2 Técnicas Construtivas

Nesta seção serão apresentadas algumas das técnicas construtivas corretas para utilização em construções de residências populares. Este modelo de técnicas pode ser seguido para que a edificação seja construída com segurança.

As técnicas citadas serão apenas as referentes as patologias frequentes em residências populares (item 2.3) a fim de evitá-las desde o início da construção.

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2.2.1 Fundações

É o elemento estrutural que tem a função de absorver as cargas provenientes da superestrutura da edificação e transmiti-la para o solo com segurança, sem provocar ruptura do solo ou do próprio elemento de fundação e cujos recalques possam ser devidamente absorvidos pelo conjunto estrutural.

A fundação direta é o elemento onde a carga é distribuída ao terreno, predominantemente pela pressão distribuída na base da fundação e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a sua menor dimensão de base. Este tipo de fundação é vastamente utilizado em Caruaru e região e é o que vai ser descrito neste trabalho.

Para começar a ser feita a execução do elemento de fundação, o projeto deve estar em mãos e as peças devidamente locadas. Deve-se fazer a abertura da cava com a largura 20cm maior do que a dimensão da sapata e depois cavar até a cota de apoio da fundação. Depois de atingida a cota de resistência compatível com a do projeto, deve-se proceder a compactação do fundo da cava com um soquete de 5kg ou por meio de um compactador tipo sapo. Após a compactação, deve-se atentar para a devida regularização do fundo da cava e, se necessário, reajustá-la. Deve ser lançado um lastro de concreto simples (concreto magro), que preencha toda a superfície do fundo da cava, deve ter pelo menos 5cm de espessura e também serve como camada de regularização. Quando a sapata for apoiada diretamente na rocha, esta deve ser totalmente limpa para garantir a aderência entre elas.

É necessário preparar o sistema de fôrmas a ser empregado para concretagem do elemento, escorando-as em estacas externas cravadas no fundo e nas laterais da cava. As fôrmas são executadas com sarrafos e tábuas de madeira. É necessário verificar a altura do toco do pilar que vai apoiar-se no elemento de fundação, atentando para a correta angulação das laterais do elemento. Após esses passos descritos, pode-se seguir com o correto posicionamento da armadura da fundação e do pilar e em seguida a concretagem. (Figura 1)

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Figura 1 – Armaduras de sapata e de pilar prontas para concretagem.

Fonte: Miranda (2011)

Para fazer a ligação dos pilares apoiados nos elementos de fundação usa-se a viga baldrame. Consiste em uma viga de amarração entre os pilares para evitar deslocamentos diferenciais entre estes. Sua execução se assemelha a de uma viga comum, amarrando-se as armaduras nos pilares, envolvendo-as com fôrmas e seguindo com a concretagem.

Para evitar o problema de umidade ascendente, deve-se realizar uma impermeabilização sobre a viga baldrame após executada. O respaldo das vigas baldrame deve ser chapiscado com argamassa de cimento no traço de 1:3 mediante projeção energética. Após 24h, deve-se aplicar o revestimento sobre o chapisco com argamassa de cimento, com espessura mínima de 1,5cm no traço 1:3 com aditivo hidrófugo. A impermeabilização deve seguir pelo menos 15cm abaixo do respaldo na parte lateral da viga. As primeiras três fiadas de tijolos das paredes de alvenaria acima das vigas baldrame também devem ser assentadas com argamassa com aditivo impermeabilizante.

As informações estão de acordo com a ABNT NBR 6122 (2010) e Squaiela (2010).

2.2.2 Elementos de estrutura

Toda edificação precisa de elementos estruturais para sustentar as suas cargas e distribui-las com segurança até a fundação e depois até o solo. Estes elementos são classificados como lajes, vigas, pilares e blocos de fundações. Podem ser de concreto armado, de aço ou de madeira.

Neste trabalho serão mencionadas as técnicas construtivas relativas as estruturas de concreto armado, pois são vastamente utilizadas na região.

(23)

Inicialmente, é feita a montagem das armaduras dos elementos a serem concretados, com o auxílio de algumas faces de fôrma montados em alguns elementos estrategicamente. Deve-se sempre atentar para o número de barras e seus respectivos diâmetros para cada elemento de acordo com o projeto. No caso dos pilares, é necessário fazer toda a montagem da ferragem antes de colocar qualquer face da fôrma.

Para manutenção do cobrimento correto da armadura, pequenos afastadores (cocada) com espessura igual a do cobrimento necessário devem ser fixados para manter a armadura longe da fôrma. Banquetas (caranguejo) de aço sustentam usualmente a parte superior da armação, precisando ser resistente para sustentar o tráfego de operários.

O procedimento da colocação do aço é o seguinte: posiciona-se duas barras de aço e coloca-se todos os estribos, fixando somente os da extremidade; em seguida, posicionar as demais barras e amarrá-las aos estribos de extremidade; depois de posicionar os demais estribos, conferir o espaçamento e o numero de barras de acordo com o projeto.

Antes de serem posicionadas as fôrmas de madeira dos elementos, deve ser passado desmoldante na parte interna destas. Ao realizar a colocação das fôrmas deve ser conferido o encontro das faces no topo das fôrmas com auxílio de um esquadro metálico para garantir a perpendicularidade entre elas. O prumo no caso dos pilares deve ser obtido por meio de ajustes nas escoras laterais dos painéis, nas duas direções. É necessário deixar uma janela na base dos pilares para limpeza do seu interior antes da concretagem. Travar nas laterais das fôrmas as barras de ancoragem com porcas próprias.

Após montadas todas as fôrmas dos pilares e das vigas de fundação (baldrame), deve ser iniciada a montagem das fôrmas das vigas. É preciso colocar os fundos de viga a partir do topo das fôrmas de pilar, apoiando-se diretamente em alguns garfos apoiados no vão abaixo da viga. Estes garfos serão nivelados e apoiarão a fôrma inferior da viga também em nível. Feito isso, coloca-se as outras faces da fôrma apoiadas na fôrma inferior já nivelada.

Após devidamente montadas as fôrmas e armaduras, deve-se ser realizada a concretagem dos elementos seguida da vibração do concreto em trabalhabilidade adequada. (Figura 2)

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Figura 2 – Armaduras de viga baldrame e pilar com uma parte das fôrmas.

Fonte: Fernandes (2010)

Outro elemento importante que deve ser ressaltado são as vergas e contravergas. São vigas de concreto com dimensões reduzidas para serem colocadas sobre vãos de portas e janelas. Estes elementos ajudam a evitar o carregamento sobre a esquadria e o trincamento da alvenaria por esforços cisalhantes excessivos. O posicionamento de fôrma para a verga e contraverga possibilita a devida concretagem desses elementos.

A GERDAU fornece opções de armações prontas para todos os elementos estruturais necessários a uma residência de pequeno porte. (Figura 3)

Figura 3 - Armações prontas para elementos estruturais de residências.

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2.2.3 Revestimento em argamassa

Após devidamente assentada as paredes de alvenaria ou os elementos em concreto armado com tempo de cura já transcorrido, é necessário aplicar algumas camadas de revestimento sobre esses elementos para realização do acabamento dos mesmos. As técnicas descritas a seguir são as comumente usadas na região do agreste de Pernambuco para residências populares.

É recomendado realizar um preparo da base antes de começar a aplicar o revestimento, fazendo uma limpeza para remoção de sujeita ou incrustações presentes no elemento a ser rebocado. É preciso preencher espaços vazios provenientes de rasgos ou quebras de blocos e regularizar os demais defeitos superficiais.

Após o preparo inicial, pode-se começar a aplicação da camada de chapisco. Este é feito com argamassa fluida de cimento e areia, com traço sempre em torno de 1:3 (em volume). Pode ser usado aditivo adesivo para facilitar a cola da argamassa com o elemento. A argamassa deve ser projetada energicamente, de baixo para cima, contra o substrato. A aplicação deve ser feita sobre o substrato previamente molhado, para que não ocorra absorção da água de hidratação da argamassa de chapisco pelo elemento. A espessura máxima a ser utilizada para chapisco é de 5 mm.

O revestimento acima do chapisco pode ser feito com argamassa de camada única. Recomenda-se utilizar argamassas industrializadas, que possui cimento, calcário e aditivos, onde necessita-se apenas da adição de água para obtenção da argamassa, além de um melhor controle tecnológico do traço e dos componentes presentes nestas. A espessura do revestimento deve ser entre 15 mm até 25 mm.

Inicialmente, deve-se observar os pontos com maior e menor espessura utilizando o prumo e o esquadro. Depois, devem ser assentadas as taliscas de cerâmica nos pontos de menor espessura. Executar as mestras entre as taliscas com a argamassa a ser utilizada no revestimento, amassando-a com a colher de pedreiro até obter a espessura desejada ao longo de toda a mestra. Posicionar e chumbar cantoneiras metálicas para acabamento dos cantos. Por fim, deve-se dispor a argamassa no restante da parede a fim de preencher os espaços entre as mestras já endurecidas e então realizar o sarrafeamento de todo o revestimento aplicado baseando-se nas espessuras das mestras. (Figura 4)

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Figura 4 – Aplicação de revestimento sobre parede de alvenaria.

Fonte: Pedreirão (2014)

2.2.4 Estruturas de telhado

Esta é responsável pela absorção das cargas das telhas e distribuição para os elementos estruturais. Trataremos aqui dos telhados em estruturas de madeira, quais são vastamente utilizados na região agreste. É composta por uma armação principal e outra secundária, também conhecida por trama. A estrutura principal poderá ser constituída por tesouras ou por pontaletes e vigas principais, sendo a trama constituída pelas ripas, pelos caibros e pelas terças.

As terças devem ser posicionadas de maneira a transmitir as cargas sobre os nós das tesouras O alinhamento das peças deve ser bem verificado, formando painéis planos do telhado, sem concavidades. A emenda das terças deve ser feita sobre os apoios ou próximas a eles. Recomenda-se que as emendas sejam feitas com duas talas de madeira, posicionadas nas duas faces laterais das terças.

A estrutura principal da coberta precisa ser ancorada ao corpo da edificação. As faces dos entalhes, cortes e emendas devem apresentar superfície plana e com angulação apropriada para que o ajuste das peças seja o melhor possível. O madeiramento deve ser revestido por camada de inseticida que evite a contaminação por cupins e a consequente degradação dos elementos.

Informações retiradas da ABNT NBR 7190 (1997).

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As patologias são modificações estruturais e ou funcionais causadas por doenças no organismo, as quais podem causar a degradação do material e/ou de suas propriedades físicas e/ou estruturais. As edificações também podem apresentar patologias comparáveis às doenças, as quais são denominadas Patologias da Construção. Tais patologias podem se apresentar em forma de trincas, rachaduras, fissuras, manchas, descolamentos, deformações, rupturas, corrosões, entre outras. Observa-se que quando não tratadas, essas patologias podem minorar o desempenho das edificações no que tange a sua estabilidade, estética, servibilidade e durabilidade. (RIPPER, 2001)

Além de colocar em risco os usuários das edificações, as patologias geram desconforto visual, favorece o crime e afasta o turismo. Portanto, geram impactos significativos não só para os usuários destas edificações, mas também a sociedade como um todo. Observações mostram que o problema com as patologias vem se agravando nos últimos anos, muito por causa do aumento da demanda do setor da construção civil, aliada à escassez de mão de obra qualificada, falta de projetos, baixa qualidade de materiais de construção, falta de planejamento, etc.

Os acidentes prediais decorrentes das Patologias Construtivas e/ou falhas na manutenção predial vêm causando mortes e prejuízos injustificáveis. Observa-se que muitos dos acidentes noticiados pelos meios de comunicação, alguns com vítimas humanas, poderiam ter sidos evitados com medidas preventivas simples, baseadas em um plano de manutenção, o qual deve ser parte constituinte do Manual de Uso do Imóvel; todavia, apesar de obrigatório, ainda não é prática comum o fornecimento de tal documento por parte dos Construtores e/ou Construtoras. (ABNT. NBR 5674, 1999)

As patologias têm quatro tipos diferentes de fatores originários: exógenas, endógenas, naturais e funcionais. Os fatores exógenos são os realizados por terceiros à construção, como interferência gerada por construções vizinhas, choque de veículos, vandalismo, etc., e ameaçam seriamente a estabilidade e segurança da edificação, sendo aconselhável recorrer às soluções desses problemas o mais rapidamente possível. Os fatores endógenos são referentes ao próprio sistema construtivo relacionado a edificação, como defeitos ou a falta de um projeto adequado, não cumprimento das reivindicações fornecidas pelo projetista, má qualidade dos materiais construtivos utilizados, etc. Geralmente, a correção dessas patologias são muito complexas e, na maioria das vezes, financeiramente inviáveis aos moradores. Os fatores naturais são, na grande maioria, gerados pelas variações de temperatura e umidade do ambiente e pelas intempéries naturais que podem danificar as condições de funcionamento da edificação, colocando-as em risco. E os fatores funcionais, que são as patologias geradas pelo uso repetitivo e/ou indevido da edificação sem a manutenção necessária para evita-las.

Seguindo o exposto até aqui, será feita a listagem de tais patologias.

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Capilaridade ou ação capilar é a propriedade física que os fluidos têm de subirem ou descerem em tubos extremamente finos. Essa ação pode fazer com que líquidos fluam mesmo contra a força da gravidade ou à indução de um campo magnético. Se um tubo que está em contato com esse líquido for fino o suficiente, a combinação de tensão superficial, causada pela coesão entre as moléculas do líquido, com a adesão do líquido à superfície desse material, pode fazê-lo subir por ele. Esta capacidade de subir ou descer resulta da capacidade de o líquido "molhar" ou não a superfície do tubo.

Sabendo disso, pode-se entender que a água presente no solo pode ascender por capilaridade à base da construção, desde que os diâmetros dos poros capilares e o nível do lençol freático sejam propícios (Figura 5). Os primeiros sinais percebidos desta patologia é a presença de manchas e marcas na parte inferior das paredes de alvenaria das residências, que tendem a aumentar de tamanho, avançando em sentido ascendente na alvenaria, gerando mofo e fungos e um ambiente insalubre, principalmente a pessoas alérgicas (Figuras 6 e 7).

A deficiência na impermeabilização entre o solo e o alicerce da construção pode causar movimentações higroscópicas, que é a capacidade de absorver partículas de água, entre o solo e os painéis de alvenaria. Usualmente, essas movimentações podem causar variações dimensionais nesses painéis. As variações são de dilatação (que logo após a queima do processo de fabricação da alvenaria, e durante meses e anos após a fabricação, ocorrerá a reidratação por adsorção de água em forma de vapor de umidade natural, e do meio ambiente onde a placa cerâmica for assentada. A reidratação por adsorção de água, provoca um aumento das moléculas dos minerais, expandindo o corpo cerâmico) e de retração (que é o processo de fissuração por perda de água de hidratação do sistema).

Como resultado das variações dimensionais, gradientes de tensões internas e deformações começam a surgir. Observa-se que os painéis de alvenarias não são capazes de absorverem essas tensões e deformações, uma vez que, são elementos rígidos e de comportamento frágil. Deste modo, ocorre o surgimento de trincas, desprendimentos dos revestimentos e, finalmente, degradação dos tijolos cerâmicos que compõem as alvenarias.

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Figura 5 – Corte de residência e esquema de umidade ascendente.

Fonte: Ciplak (?)

Figura 6 – Danos ao revestimento gerados pela umidade.

Fonte: Bandeira (2012)

Figura 7 – Possibilidade de formação de fungos.

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2.3.2 Afundamento de Piso

Em qualquer tipo de piso é indispensável que a base (solo ou laje) esteja preparada para receber o contrapiso, sobre o qual será aplicado o revestimento final. No caso das residências térreas é comum a execução do contrapiso diretamente sobre o solo. Quando o solo não foi devidamente compactado no momento da execução da obra, observa-se que ao passar dos anos, a presença de umidade, o efeito gravitacional e tensões externas provocam essa compactação que solo não teve na etapa de construção, gerando irregularidades e inclinações relativas no piso da residência, fazendo com que o piso ceda, podendo interferir na higienização do ambiente e na segurança dos moradores.

Na maioria das vezes esse tipo de patologia é colocado em segundo plano, mas este pode colocar em risco as vidas humanas, uma vez que o solo abaixo da edificação pode ceder em excesso e formar crateras abaixo do contrapiso. Em situações mais críticas, a ruptura destes contrapisos ocorrem de maneira brusca, por estes serem não armados, tornando a situação ainda mais perigosa. (Figura 8 e 9)

Figura 8 – Afundamento de piso com quebra do revestimento cerâmico.

Fonte: Autor (2015)

Figura 9 – Afundamento de piso grave.

Fonte: Terra Roxa (2013)

2.3.3 Trincas em paredes de alvenaria

Alvenaria é a construção de estruturas e de paredes utilizando unidades unidas entre si por argamassa. Estas unidades são blocos (de cerâmica, de vidro, de concreto ou de pedras). São dispostos em fiadas horizontais que sobrepõem umas às outras. Quanto à capacidade de

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suporte as alvenarias podem ser classificadas em Alvenaria Estrutural e Alvenaria de Vedação.

As alvenarias estruturais são projetadas para resistirem a esforções submetidos pela estrutura, como telhados, lajes, etc. além do seu próprio peso. Podendo ser utilizados blocos de concreto ou de cerâmica, elas podem ser armadas ou não e devem seguir as especificações citadas nas normas ABNT NBR 15961 (2011) (Alvenaria Estrutural – Blocos de Concreto – Partes 1 e 2) e ABNT NBR 15812 (2010) (Alvenaria Estrutural – Blocos Cerâmicos – Partes 1 e 2).

A alvenaria de vedação não é dimensionada para resistir as solicitações geradas pelos elementos acima desta, além de seu próprio peso. A vedação vertical é responsável pelo fechamento da edificação e também pela compartimentação dos ambientes internos. A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo convencional (estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vãos, paredes de alvenaria de vedação.

Podem ser confeccionadas com tijolos cerâmicos ou blocos de gesso e suas especificações são regidas pelos preceitos normativos da ABNT NBR 8545 (1984). Ressalva-se, contudo, que para serem capazes de suportar seus pesos próprios, esses elementos devem ser construídos sobre elementos estruturais como: vigas baldrames, vigas, lajes, sapatas corrida, etc.

Mesmo sendo uma técnica totalmente equivocada nos processos executivos de edificações de qualquer porte, ainda é muito comum na região do agreste pernambucano a utilização de alvenaria de vedação para suporte de cargas verticais, principalmente proveniente de telhados, caixas d’água, etc. Essa prática, muitas vezes é aliada de um sistema de fundação precário e incompleto, onde os elementos de alvenaria se apoiam sobre elementos muito deformáveis. As alvenarias de vedação, quando consolidadas e executadas de maneira adequada e eficiente e sendo respeitado o tempo de pega da argamassa utilizada, apresentam bom comportamento de suporte a esforços distribuídos de compressão axial, mas, não são capazes de resistir a solicitações de tração, cisalhamento, cargas concentradas, perturbações nos esforços de compressão e recalque diferencial do solo. Assim sendo, é comum o aparecimento de fissuras nas paredes de alvenaria das edificações que fizeram uso indevido destas (Figura 10).

Com base nesses princípios discutidos acima, é de suma importância que se defina, ainda na fase de projeto e planejamento, o tipo de alvenaria e de elemento estrutural que será utilizado para a edificação. Se for utilizado o sistema em alvenaria de vedação, é necessário o

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correto dimensionamento dos elementos estruturais para que nenhum esforço decorrente seja absorvido pela alvenaria, evitando assim as patologias citadas anteriormente. Um exemplo desses locais com concentrações de tensões são os vértices de janelas e portas, onde usa-se estruturas denominadas de vergas e contravergas moldadas em concreto armado. (Figura 11)

Figura 10 – Trinca em alvenaria por carga concentrada.

Fonte: Construtop (2013)

Figura 11 – Trinca em vértice de janela pela ausência de verga e contraverga.

Fonte: Construtop (2013)

2.3.4 Degradação do revestimento de argamassa nas paredes

As informações estão de acordo com Souza (2008).

A argamassa de revestimento é de grande importância no acabamento, principalmente de parede de alvenaria de tijolos que são substancialmente permeáveis, uma vez que esse revestimento auxilia bastante o elemento preservando a sua estanqueidade. Devido a sua grande exposição a condições ambientais adversas, esses elementos estão sujeitos a patologias que prejudicam o seu bom funcionamento, tanto em questão de estética, quanto na questão da proteção e isolamento da parede.

As argamassas são misturas formadas por agregado miúdo, aglomerante hidráulico e água. No caso das argamassas de revestimento, o aglomerante hidráulico pode ser a cal, o cimento ou os dois juntos.

“Definição de Argamassa de revestimento: Mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento” (ABNT. NBR 13529, 1995).

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Dentre as patologias mais constantes observadas nos revestimentos, destacam-se:

1. Manchas: Podendo apresentar diferentes colorações, desde verde, cinza ou marrom, estão relacionadas a umidade e microrganismos, que podem provocar mofo e fungos. As manchas marrons são, geralmente, causadas pela oxidação de armaduras de elementos estruturais;

Figura 12 – Manchas em revestimento.

Fonte: Lérias (2010)

2. Eflorescências: São depósitos cristalinos de coloração branca que aparecem nos revestimentos de paredes e tetos. São provenientes da evaporação de soluções aquosas salinizadas anteriormente presentes. Os depósitos ocorrem quando os sais solúveis das alvenarias, argamassas e revestimentos, são absorvidos pela água, que pode ter origem da lavagem dos revestimentos, de alguma infiltração, ou da água usada na própria construção. Ao contato com o ar, a água tende a evaporar e os sais a se cristalizar. Quando a cristalização ocorre dentro do revestimento, tensões adicionais surgem nos capilares, podendo causar danos e degradação deste, em um fenômeno chamado de criptorescência.

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Figura 13 – Eflorescência em revestimento.

Fonte: Reforma Fácil (2010)

3. Destacamento: é o desprendimento do revestimento do elemento em que ele é constituinte. Pode ocorrer em mais de uma camada do revestimento, podendo chegar até o chapisco e deixar a alvenaria à vista. Pode ser causado por falhas de aderência da argamassa utilizada, falha de hidratação dos materiais, ou espessura excessiva das camadas do revestimento;

Figura 14 – Destacamento do revestimento.

Fonte: Engenharia 3D (?)

4. Fissuras: as fissuras que aparecem no revestimento, quando não há fissuração da alvenaria ou da estrutura de fundação, são relacionadas a fatores da execução da argamassa, solicitações hidrotérmicas e principalmente por retração hidráulica da argamassa e da tinta;

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Figura 15 – Fissuras no revestimento.

Fonte: Oggioni (2012)

De modo geral, as patologias apresentadas nesse item estão relacionadas a variações de temperatura e umidade presente no ambiente. Logo, a solução relacionada a esses problemas está ligada a impermeabilização na execução da obra.

2.3.5 Expansão por umidade (EPU)

Avaliando a atração intermolecular, a superfície de um sólido possui o que para os líquidos é chamada tensão superficial, que é responsável por uma compressão para o interior do sólido. Se a água ou outro líquido é adsorvido, esta adsorção irá reduzir a energia superficial do sólido e, consequentemente, a compressão dentro do sólido. Quando esta tensão é reduzida, o sólido comporta-se elasticamente e expande originando a EPU (MENEZES et al., 2006).

EPU, também conhecida como expansão higroscópica, é o termo relacionado a expansão de materiais cerâmicos, como o tijolo das paredes de alvenaria, quando em contato com água líquida ou em vapor. Geralmente essas expansões são muito pequenas, mas podem gerar tensões adicionais, que quando maiores que os limites de resistência, danificam a estrutura dos corpos cerâmicos (Figura 16). Em relação aos revestimentos, a EPU pode prejudicar a aderência entre revestimento e alvenaria, podendo levar a destacamento e danos físicos ao elemento. Pode, ainda, causar rachaduras nos tijolos da alvenaria devido ao acréscimo de tensões.

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Figura 16 – Expansão por umidade nos tijolos.

Fonte: Autor (2015)

Para solucionar o problema de EPU, é necessário acabar primeiro com a fonte do problema. Quando o elemento danificado estiver sujeito a ação de umidade, uma impermeabilização deve ser feita para evitar que o mesmo problema volte a surgir no futuro. Após realizado a correção do problema, os elementos danificados devem ser retirados e substituídos por outros em condições boas de utilização.

2.3.6 Patologias das estruturas de madeira das cobertas

As informações estão de acordo com Brito (2014).

A madeira é um material construtivo vastamente utilizado desde as épocas antiquadas até os dias de hoje, tanto para desempenhar funções estruturais quanto decorativas. Este material possui características mecânicas excelentes e possui grande durabilidade quando empregado de maneira correta. Apesar disso, é preciso tomar alguns cuidados quanto a ação de intempéries na madeira, uma vez que ela apresenta grande susceptibilidade a ataque de fungos e insetos. São divididos em dois grupos os fatores que danificam a madeira: fatores abióticos e fatores bióticos.

Dos agentes abióticos, o que mais causa dano a madeira é a água, podendo produzir fendilhamento, retração, empenamento e putrefação. Os raios solares causam fotodegradação da madeira. O fogo, o mais perigoso em relação a ruína de elementos estruturais de madeira, destrói progressivamente a todas as camadas do elemento. Com exceção do fogo atuando por muito tempo na madeira, os agentes abióticos não apresentam danos muito consideráveis a madeira, mas, são portas para entrada de agentes bióticos.

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Os agentes bióticos estão relacionados a microrganismos que também podem causar degenerações na madeira. Exemplos desses agentes são bactérias, fungos, roedores, aves e insetos. Os mais conhecidos e também mais comumente encontrados são os cupins. São divididos em cupins de madeira seca e subterrâneos. Os de madeira seca geralmente atacam estruturas de madeira e vivem em colônias longe do solo e não necessitam de fonte externa de umidade para sobreviver. Já os cupins subterrâneos possuem suas colônias abaixo do nível do solo e saem para se alimentar nas edificações, mas sempre retornando a colônia. Os caminhos usados pelos cupins são espaços entre tijolos de alvenaria e eletrodutos de energia e telefonia, e assim eles se espalham pela edificação. Este tipo de cupim precisa de uma fonte de umidade externa para sobreviver, constroem suas colônias em locais escuros, escondidos e distante da fonte de alimento.

A principal diferença entre os dois tipos de cupins é que os de madeira seca só conseguem transitar pela sua fonte de alimento, geralmente a madeira. Assim sendo, esse tipo de colônia tem sua duração de acordo com a duração do alimento disponível. Já os cupins subterrâneos não tem esse problema, podendo transitar em qualquer lugar a procura de novas fontes de alimento, tornando muito mais difícil o controle de propagação destes últimos.

Os cupins são pragas que podem causar danos muito consideráveis ao madeiramento de uma edificação, podendo até trazê-la a ruína. (Figura 17)

Figura 17 – Degradação de elemento de madeira por cupins.

Fonte: Máxima Inset (?)

Métodos curativos podem solucionar ou não os problemas relacionados aos cupins, pois, dependendo do estado em que se encontra a madeira atacada, nem sempre será possível continuar a utilizar o mesmo elemento. Mas existem intervenções químicas que podem

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extinguir a colônia de cupins. O ideal é realizar métodos preventivos desde a fabricação dos elementos de madeira e principalmente antes da sua utilização.

Outra patologia muito comum em estruturas de madeira é o subdimensionamento dos elementos da estrutura. Flechas excessivas, vãos excessivamente grandes para elementos com dimensionamento incorreto ou sem dimensionamento. A solução para este problema é o correto dimensionamento dos elementos, considerando as cargas que vão suportar, agindo de acordo com a norma ABNT NBR 7190 (1997) Projeto de estruturas de madeira. Os elementos já denegridos devem ser substituídos por outros novos e bem dimensionados.

2.3.7 Patologia causada por falta de elementos estruturais

Citado como uma das mais graves patologias está a falta de elementos estruturais. É bem comum encontrar residências populares que têm sua fundação formada por duas ou três fiadas de tijolos de uma vez de onde nascem as alvenarias de vedação, sem nem ao menos o auxílio de uma viga baldrame (também conhecida como cinta de amarração). A edificação fica totalmente vulnerável a recalques diferenciais e pequenos sismos que possam vir a ocorrer na região do agreste pernambucano. Não se executam pilares nem vigas para transferir o carregamento proveniente da edificação. Assim sendo, todo carregamento fica apoiado nas alvenarias de vedação, o que causa graves rachaduras que podem interferir na estabilidade global da edificação (Figura 18).

A ABNT 6.122 (2010) – Projeto e execução de fundações, não especifica a utilização fieiras de tijolos de furo como elemento de fundação. A ABNT 12722 (1992) – Discriminação de serviços para construção de edifícios, indica que as edificações necessitam estarem de acordo com as normas brasileiras em todos os setores da obra. Não há, em nenhuma destas normas, a especificação da utilização de alvenaria de vedação como elemento estrutural. Muitas das casas residenciais de pequeno porte que possuem esses tipos de erros citados acima não possuem problemas sérios por ter um solo de fundação muito rígido (rocha) ou pela pequena carga suportada. Mas estes métodos não são indicados em nenhum caso de construção de nenhum tipo de edificação.

A solução desses problemas apresentados seria a construção de elementos estruturais em concreto armado, como vigas, pilares e sapatas de fundação, cortando assim as partes de alvenaria por onde estes elementos devem passar. O problema dessa técnica é o alto custo

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empregado para sua realização, mostrando mais uma vez a importância das técnicas corretas de construção.

Figura 18 – Ilustração de cargas sobre alvenaria de vedação.

Fonte: Tathiana (2012)

2.3.8 Instalações hidrossanitárias inapropriadas

É muito comum as construtoras responsáveis pela construção de residências populares de pequeno porte deixarem de lado a aquisição de um projeto associado àquela construção, o que pode gerar patologias nos sistemas hidrossanitários. Outros fatores de patologias desse tipo são erros de execução e materiais de baixa qualidade.

Instalações mal feitas podem gerar danos as tubulações, como pressões elevadas em trechos, falta de vedação correta nas conexões, que são mais sujeitas a vazamentos. Outro aspecto que deve-se atentar são as sobrepressões, para não haver ocorrência de golpe de Aríete.

A primeira forma de evitar esses problemas é a aquisição de um projeto de instalações hidrossanitárias, fornecido por um profissional capacitado. Para seguir as recomendações do projeto, deve-se haver profissionais habilitados também para execução correta do sistema. E, não menos importante, a aquisição dos materiais deve ser por fornecedores que garantam o acordo dos materiais com as normas vigentes.

A solução curativa para esse tipo de patologia é sempre a substituição total ou parcial do sistema afetado.

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2.3.9 Instalações elétricas inapropriadas

Semelhante as patologias encontradas nas instalações hidrossanitárias, nas instalações elétricas as causas dos problemas são basicamente as mesmas. Falta de um projeto que detalhe a instalação fornecido por profissional capacitado, materiais que não possuem o selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e falta de profissionais habilitados para realizar a execução da instalação de acordo com o projeto (se houver).

Os principais problemas apresentados nas instalações elétricas são curto-circuitos, fuga de corrente e sobrecarga de rede. Estes estão quase sempre associados a erros de projeto ou de execução.

A solução é fazer uma rígida avaliação de todo o sistema elétrico da edificação, detectar os erros e substituir total ou parcialmente o sistema.

2.4 Avaliação do custo unitário básico (CUB) para orçamentos

É importante fazer uso de algumas definições de termos técnicos utilizados na ABNT NBR 12721 (2006) - Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios — Procedimento, para obter um elemento de classificação das edificações periciadas e facilitar o entendimento do leitor em relação a este item:

 Projeto-padrão: Projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, que são usualmente objeto de incorporação para construção em condomínio e conjunto de edificações, definidos por suas características principais: número de pavimentos; número de dependências por unidade; áreas equivalentes e área de custo padrão privativas de unidades autônomas; padrão de acabamento da construção e; número total de unidades.

 Área real: Medida da superfície de quaisquer dependências, ou conjunto de dependências, cobertas ou descobertas, nela incluídas as superfícies das projeções de paredes, de pilares e demais elementos construtivos.

 Área equivalente: Área virtual cujo custo de construção é equivalente ao custo da respectiva área real, utilizada quando este custo é diferente do custo unitário

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básico da construção, adotado como referência. Pode ser, conforme o caso, maior ou menor que a área real correspondente.

Para representar os diferentes tipos de edificação são considerados os projetos-padrão definidos por suas características principais e acabamentos. De acordo com a ABNT NBR 12721 (2006), as residências avaliadas neste trabalho encaixam-se no seguinte projeto padrão:

Quadro 1 – Classificação das residências de acordo com a ABNT NBR 12721 (2006).

Fonte: ABNT. NBR 12721 (2006)

Como apresentado acima, a residência em questão é classificada de acordo com a sua área real e área equivalente. Chamado de residência popular, com a classificação de RP1Q e área real em torno de 39m², as residências periciadas neste trabalho são de pequeno porte e chamadas unifamiliares.

Os projetos-padrão são ainda classificados em ALTO, NORMAL e BAIXO, levando em conta, exclusivamente as condições de acabamento das devidas edificações. É considerada nesta classificação a sofisticação dos materiais empregados no acabamento das edificações, sendo as de nível alto as que possuem os melhores materiais.

De acordo com o item 3.9 da Norma Brasileira ABNT NBR 12721 (2006), o conceito de Custo Unitário Básico é o seguinte:

Custo por metro quadrado de construção do projeto-padrão considerado, calculado de acordo com a metodologia estabelecida em 8.3, pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil, em atendimento ao disposto no artigo 54 da Lei nº 4.591/64 e que serve de base para avaliação de parte dos custos de construção das edificações. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12721, 2006) A divulgação dos CUB deve ser feita mensalmente para cada estado do Brasil pela SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil) até o dia 5 do mês subsequente, como especificado pela Lei Federal 4.591 de 16 de dezembro de 1964:

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Art. 54: Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que se refere o inciso I, do artigo anterior. (BRASIL, Lei Federal n° 4.591, de 16 de dezembro de 1964)

O CUB de cada mês pode ser facilmente encontrado no site da SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil) de cada estado ou pelo próprio site do CUB.

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3 Metodologia

A análise pericial deve respeitar os termos definidos na ABNT NBR 13752 (1996) – Perícias de engenharia na construção civil, a qual fixa alguns conceitos e diretrizes em relação ao trabalho e metodologia de pericia na engenharia civil, e também da Norma de inspeção predial IBAPE/SP(2011), pela qual o objeto de perícia deste trabalho classifica-se no Nível 1: identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborada por profissional habilitado.

Para realização da perícia, uma sequência lógica deve ser seguida com objetivo de facilitar a análise dos resultados obtidos, a identificação das patologias e as suas respectivas soluções técnicas. Tais itens devem ser seguidos:

 Alguns dias antes do dia da vistoria, todos os moradores proprietários das residências a serem visitadas devem estar devidamente avisados sobre o dia e a hora da visita;

 Na vistoria devem ser fotografados todos os aspectos relevantes para a análise pericial, bem como as patologias encontradas, para serem feitas as análises necessárias às conclusões e ao parecer técnico das visitas;

 As atividades de manutenção já realizadas pelos moradores devem ser verificadas para a apuração de possíveis anomalias funcionais geradas pelo uso indevido da residência;

 Deve ser observada também a influência das construções do entorno da residência vistoriada, uma vez que estas podem causar patologias exógenas (definida no item 2.3) na residência;

 Deve ser realizado no momento da inspeção, um croqui da planta da residência, com a disposição simultânea do imóvel com a disposição original e atual dos ambientes, para facilitar a identificação de cômodos e das anomalias encontradas;

 Os moradores das residências periciadas não devem ser identificados nos resultados para garantir o sigilo das informações tratadas;

 Todas as anotações e fotografias devem ser devidamente avaliadas para determinação da solução recomendada às anomalias encontradas.

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4 Resultados e Discussões

4.1 Observações Gerais

Todos os imóveis com resultados presentes no item 4.2 foram periciados pelo autor deste trabalho. As fichas técnicas utilizadas no ato da perícia estão disponíveis no apêndice A. Todas as vistorias foram feitas com o consentimento e auxílio dos seus respectivos moradores, os quais disponibilizaram todos os documentos possíveis para o recolhimento de informações técnicas também mencionadas nos resultados. As características das residências avaliadas foram confrontadas com o item 2.4 deste trabalho e apresentaram equivalência nos resultados.

4.1.1 Residências

A tipologia de todos os imóveis analisados é residencial e composta por casas de pavimento térreo. Os sistemas construtivos das residências são semelhantes, não apresentam complexidade e são considerados de padrão baixo, enquadrando-se nos padrões especificados na ABNT NBR 12721 (2006) como tipo RP1Q.

A maioria das residências apresentaram algumas modificações no modelo original recebido pelos moradores. Algumas delas são listadas a seguir:

 Substituição das esquadrias: em sua grande maioria por questões estéticas e, alguns poucos, casos surgimento de cupim nas esquadrias originais;

 Substituição do piso: na maioria das residências foi colocado piso cerâmico;  Revestimento de banheiros e cozinha: na maioria das residências, os moradores

colocaram revestimento cerâmico no piso e paredes de cozinhas e banheiros;  Paredes construídas e demolidas: reformas de ampliação das residências foram

mudanças comuns encontradas nas vistorias, uma vez que apresentaram área construída diminuta;

 Substituição de telhas cerâmicas: na maioria dos casos de substituição, foram trocadas por patologia nas telhas, como alta porosidade, eflorescência e criptorescência;

Referências

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