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XXXIX CONGRESSO NACIONAL DE PROCURADORES DE ESTADO RECONVENÇÃO SUBJETIVAMENTE AMPLIATIVA NO REGIME ATUAL E NO PROJETO DE NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

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(1)

XXXIX CONGRESSO NACIONAL DE PROCURADORES DE ESTADO

RECONVENÇÃO SUBJETIVAMENTE AMPLIATIVA NO REGIME

ATUAL E NO PROJETO DE NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Comissão Temária III – Direito Processual Civil

1. Retrospectiva e perspectivas do processo civil. As reformas levadas a efeito no CPC ao longo das últimas décadas e o projeto do novo CPC.

SILVANO JOSÉ GOMES FLUMIGNAN PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

(2)

Reconvenção subjetivamente ampliativa no regime atual e no Projeto de

Novo Código de Processo Civil

SILVANO JOSÉ GOMES FLUMIGNAN

Introdução. I – Conceito. II - Função (demanda e resposta). III - Reconvenção, ação dúplice e pedido contraposto. IV – Pressupostos da reconvenção. V – Reconvenção subjetivamente restritiva ou restrição subjetiva na reconvenção. VI – Reconvenção subjetivamente ampliativa. VII – Reconvenção subjetivamente ampliativa e restritiva no Projeto de Novo Código de Processo Civil. Conclusões.

Introdução

As pessoas são livres para escolher de que maneira levarão para o Poder Judiciário as pretensões relativas aos bens da vida. A liberdade permite a formulação de pretensões que abranjam a totalidade da relação jurídica material ou apenas parte dela1. Carnelutti chamava esse fenômeno, respectivamente de processo integral e processo parcial2.

A concentração de demandas caracteriza o fenômeno em que um mesmo processo é palco de discussão de mais de uma pretensão. A situação tem uma série de vantagens quando bem utilizada. Apenas a título exemplificativo pode-se listar3:

a) permite visão ampla da relação jurídica controvertida. Isso ocorre pela possibilidade de discussão de diversas facetas e implicações de uma mesma relação jurídica cujos efeitos, muitas vezes, não se restringem ao objeto da demanda fixado pela parte autora.

1

BONDIOLI, Luis Guilherme. Reconvenção no Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 1. “O acesso ao Poder Judiciário é franqueado às pessoas para a formulação de pretensões voltadas à obtenção de bens da vida. Nesse ato, em regra, os sujeitos são livres para escolher as situações da vida a serem examinadas pelo Estado-juiz por meio do processo. tal liberdade permite tanto que elas tragam para exame em juízo apenas uma parcela de determinada relação de direito material, formulando pretensão única e não-abrangente, quanto acumulem num mesmo processo demandas vinculadas a diferentes bens da vida”.

2

CARNELUTTI, Francesco. Istituzioni del processo civile. 4ª ed. Trad. Esp. De Santiago Santis Melendo. Istituciones del processo civil. v. I. Buenos Aires: El Foro, 1997, pp. 410-411.

3

SICA, Heitor Vitor Mendonça. Notas críticas ao sistema de pluralidade de partes no processo

civil brasileiro. In Revista de processo. v.36. nº 200. São Paulo: RT, Outubro de 2011, pp.13-70 e

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., pp. 1-5.

(3)

b) evita tratamento diferenciado ou heterogêneo em relação a pretensões que devam receber tratamento homogêneo ou harmonioso. Trata-se de verdadeiro corolário do

princípio da segurança jurídica, uma das bases da ordem jurídica4. Seus reflexos

geram implicações de ordem legal e jurisprudencial. Do ponto de vista legal, inúmeras são as influências (art. 285-A do CPC; irretroatividade da lei; instituto da coisa julgada etc.). No que se refere ao aspecto jurisprudencial, os contornos são ainda mais evidentes e importantes. Exige-se que os julgados e decisões guardem uma linha essencial, com similar raciocínio lógico, argumentos e conclusões contínuas e coerentes entre si5.

c) proporciona uma eliminação em maior escala dos conflitos existentes no seio da sociedade. Trata-se da aplicação do princípio da eficiência(art. 37 da CR) em sede processual.

d) propicia economia do ponto de vista econômico e jurídico. Trata-se de aplicação do princípio da economia processual. Busca-se o mesmo resultado com a utilização do

mínimo possível de atividades processuais6. Sobre este ponto Luís Guilherme

Bondioli trabalha, inclusive, com conceitos econômicos de custo fixo e economia de escala, pois se deve buscar um ponto ótimo em que o custo fixo é diluído pela cumulação e o bloqueio de formulação de pretensões por diversos processos autônomos. O limite para a cumulação, por conseguinte, seria justamente esse aspecto econômico. A conveniência ocorrerá até que os prejuízos com a cumulação não ultrapassassem os benefícios7.

4

CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional. Coimbra: Almedina, 1991, p. 384.

5

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 24ª ed.. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 168. Exige-se, portanto, que os julgados “guardem, entre si, uma linha essencial de continuidade e coerência”.

6

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini.

Teoria Geral do Processo. 20ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 72. “(...)Preconiza o máximo

resultado na atuação do direito, com o mínimo emprego possível de atividades processuais”.

7

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., pp. 3-4. “Isso remete a dois institutos da seara econômica, por todos conhecidos: custo fixo e economia de escala. Dois exemplos podem ser trazidos juntamente com esses institutos. Pense-se, em primeiro lugar, numa viagem de carro. Ela envolve certos custos que não variarão conforme dela participem uma ou mais pessoas, ou que não variarão na mesma proporção do número de pessoas participantes. A tarifa cobrada pelo pedágio nas estradas, em regra, não guarda qualquer relação com o número de pessoas que estão no automóvel. Logo, seu impacto no custo da viagem será tão menor quanto maior for o número de viajantes. Já o combustível gasto na viagem, em regra, varia conforme o número de passageiros do automóvel, que interferem no seu peso e aumentam o esforço necessário para o deslocamento do veículo. Todavia, é inegável que as pessoas que tencionam viajar para um mesmo destino gastarão muito menos dinheiro com combustível se se reunirem num só veículo do que se preferirem viajar isoladamente em seu próprio automóvel. (...) Esses exemplos e idéias ajudam a clarear o papel da concentração de demandas como fator de otimização da atividade jurisdicional. Assim como o agrupamento das pessoas para uma viagem de carro para um mesmo destino e o melhor aproveitamento de uma máquina que iria de todo modo ser colocada para funcionar trazem resultados positivos para os viajantes e para a fábrica,

(4)

A desvantagem na cumulação subjetiva e objetiva ocorre justamente ao não se encontrar um ponto ótimo ideal de compatibilização do aumento da complexidade com os benefícios supramencionados. De qualquer forma, diversos instrumentos podem resolver essa eventual inconveniência no caso concreto8.

A reconvenção se insere nesse panorama já que da mesma forma que se permite ao autor formular pedidos cumulados ou em ações autônomas, o réu também poderá, caso prefira, discutir outras pretensões em um mesmo processo.

I - Conceito

Reconvenção é o mecanismo ou instrumento concedido ao demandado isolada ou conjuntamente com o até então terceiro de formular pretensão ou pretensões diversas das discutidas em juízo até aquele momento em relação ao demandante inicial isolada ou conjuntamente com terceiro9.

Há, portanto, ampliação do objeto da demanda. Essa é a base da reconvenção. A pretensão formulada na reconvenção não exige a modificação ou exclusão do pedido formulado na inicial, pois caracteriza verdadeira pretensão autônoma. Permite a extensão da

a reunião de mais de uma pretensão num mesmo processo também pode render frutos, tornando mais fácil, mais favorável e menos dispendiosa uma resposta para elas do que se estivessem alocadas em processos diferentes. Afinal, o exame de tais pretensões pode envolver atividades comuns e é possível aproveitar o necessário ato de instauração de um processo para apresentar as demandas conjuntamente e de uma só vez. Com isso, obtém—se eficácia máxima na prestação da atividade jurisdicional, gastando-se o mínimo possível de energia. É o que se conhece por economia processual”.

8

Sobre o tema, Heitor Vitor Mendonça Sica (Ob. cit., pp. 54 e ss.) enumera três instrumentos que permitem restringir cumulações subjetivas que ultrapassem o ponto ótimo de economia e eficiência. São eles:

a) Limitação do número de sujeitos formadores do litisconsórcio facultativo (art. 46 do CPC); b) Limitações horizontais de cognição, presentes em diversos procedimentos especiais e de

certa forma marcantes nos procedimentos sumário e sumaríssimo;

c) Imprescindibilidade da conexidade entre pretensões originalmente manifestadas no processo e aquelas deduzidas como fundamento da intervenção, de acordo com os vetores economia processual e preservação da harmonia de julgados.

9

Como se infere do conceito, o trabalho partilha da posição doutrinária e jurisprudencial que admite a ampliação ou redução subjetiva dos polos da demanda na reconvenção. Cândido Rangel Dinamarco (Instituições de direito Processual Civil. v. III. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 514) conceitua reconvenção como a “demanda de tutela jurisdicional proposta pelo réu em face do autor, no processo pendente entre ambos e fora dos limites da demanda inicial”. O conceito é excelente, mas ao lê-lo isoladamente, descontextualizado, poder-se-ia chegar à falsa impressão de que qualquer ampliação de limite da demanda inicial geraria a reconvenção; quando, em verdade, o que é imprescindível na reconvenção é a ampliação objetiva da demanda, podendo haver ou não a ampliação subjetiva. É claro que o autor, ao explicar o conceito, desenvolve essa noção ao afirmar que “a estrutura complexa do objeto não compromete a unidade do processo, o qual prossegue sendo um só, ampliado quanto ao objeto.

(5)

atividade do julgador para trazer novos elementos a serem cobertos pela autoridade da coisa julgada.

C. R. Dinamarco sintetiza os elementos da definição da reconvenção:

Eis, em síntese, os elementos da definição: a) nova demanda, proposta pelo réu; b) objeto distinto do objeto da demanda do autor; c) consequente alargamento do objeto do processo; d) unidade do processo e não processo novo10.

A autonomia das demandas permite sustentar a existência de uma demanda inicial e outra posterior, também chamada de reconvencional. Daí a impropriedade na utilização dos termos: ação e reconvenção; ação dentro de outra ação etc.11.

A reconvenção, inserida no âmbito do fenômeno da concentração de demandas, em regra, traz uma série de vantagens já mencionadas. Todavia, pode trazer desvantagens. A mais notória é o eventual aumento significativo da complexidade do processo. Se o incremento de complexidade for tal que implique as desvantagens superarem as vantagens, não deve haver a reconvenção.

Para estabelecer o ponto ótimo de equilíbrio entre benefícios e prejuízos da reconvenção dois importantes vetores podem ser listados. Trata-se da conexidade entre as demandas e da compatibilidade do procedimento. O escopo deve ser a harmonização entre os interesses do autor-reconvindo; réu-reconvinte e interesse público.

A compatibilidade do procedimento é requisito inclusive da cumulação de pedidos,

que nada mais é do que uma ampliação objetiva do processo12. O procedimento da demanda

inicial deve ser idêntico ao da demanda reconvencional. Em que pese não haver previsão expressa de rito compatível, a uniformidade é exigência lógica da previsão do art. 292, § 1º, III, do CPC. O dispositivo trata da cumulação de pedidos e a demanda reconvencional não deixa de gerar pelo menos mais um pedido através da dedução de nova pretensão em juízo.

10

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 515.

11

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 516. “Eis por que, sem conceitos maduramente definidos, a doutrina mais antiga referia-se a ela como uma ação dentro da ação e também a punha em confronto com a demanda inicial, falando de um suposto binômio ação e reconvenção. Ação dentro da ação é um absurdo conceitual e terminológico, porque um poder de agir não pode estar dentro de outro poder de agir; ela é uma demanda dentro do processo pendente, colocada ao lado de uma outra demanda já proposta antes. Distinguir entre ação e reconvenção é igualmente impróprio porque, tanto quanto a inicial do autor, também a reconvenção é uma ação (ou, mais corretamente, uma demanda). Nem é adequado contrapor a reconvenção à ação principal, porque ela é autônoma e não acessória à inicial. Mas o próprio Código de Processo Civil incorre nessas imprecisões, tolhido por maus costumes verbais que prejudicam o bom entendimento do instituto”.

12

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 20ª ed. v. I. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2010, p. 349.

(6)

Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação: (...)

III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. (...)

Salienta-se que em diversas situações não se admite a reconvenção. O art. 31 da Lei nº 9.099/95 não a admite nos Juizados Especiais Cíveis. Não é admitida também nos embargos à execução e nem mesmo na fase de liquidação da sentença. Há situações em que

ela não se faz necessária como ocorre na compensação13. Finalmente, há hipóteses em que

deve ser utilizada com parcimônia. É o que ocorre na ação rescisória14. O STF admitiu a

reconvenção na ação declaratória15.

A conexidade das demandas reconvencional e inicial significa que o pedido da

reconvenção deve se inserir no mesmo “contexto jurídico-substancial” da inicial16. Está

previsto no art. 315 do CPC:

Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

J. C. Barbosa Moreira, finalmente, lista possíveis interesses do réu favoráveis à reconvenção; interesses do autor favoráveis e contrários; interesse público favorável e contrário. Afasta interesses antijurídicos e excessivamente egoísticos (ex. tumultuar o processo) e utiliza as balizas conexão e compatibilidade dos procedimentos como o meio adequado para se verificar a conveniência da utilização do procedimento reconvencional17.

II - Função (demanda e resposta)

13

PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil Contemporâneo: Processo de

Conhecimento, Cautelar, Execução e Procedimentos Especiais. v. II. São Paulo: Saraiva, 2012,

p. 143.

14

O pedido da reconvenção também deve ser de rescisão da sentença.

15

S. 258 do STF. É admissível reconvenção em ação declaratória.

16

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 519.

17

BARBOSA MOREIRA, José Carlos. A conexão de causas como pressuposto da reconvenção. São Paulo: Saraiva, 1979, pp. 142-148.

(7)

De acordo com o disposto no art. 297 do CPC, a reconvenção representa uma das possíveis respostas do réu à demanda inicial.

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

A reconvenção é demanda de provimento jurisdicional que, posteriormente, repercutirá no conteúdo e resultado da sentença. Isso ocorre porque, ao sentenciar, o juiz deverá lhe dedicar um capítulo relativamente autônomo em sua decisão.

A compreensão desse binômio resposta/demanda é fundamental para a análise da reconvenção.

Em que pese a reconvenção não ter como função primordial a arguição de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, não se pode negar que atua como reação do réu diante da demanda inicial. Constitui verdadeiro contra-ataque do réu18.

Ainda que a defesa não seja a sua função primordial, eventualmente pode de desempenhá-la de maneira colateral. É o que ocorre quando a demanda reconvencional contém demanda incompatível com o acolhimento da demanda inicial ou ainda na situação de a causa de pedir da reconvenção contrapor-se de alguma forma com a primeira demanda19.

Ressalta-se, contudo, que o papel defensivo da reconvenção é meramente colateral, pois nem sempre ocorrerá no caso concreto20.

Desta forma, conclui-se que não há perda de autonomia entre a demanda inicial e a reconvencional. Aliás, de acordo com Luís Guilherme Bondioli, é possível:

o processo terminar com duas demandas acolhidas, com as duas demandas rejeitadas, com uma delas acolhidas e a outra rejeitada ou com uma delas sem ter o mérito apreciado e a outra com o meritum causae examinado. Nenhuma das outras modalidades de resposta (contestação e exceção) tem autonomia com a intensidade que se faz na reconvenção21.

18

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria Geral do Direito

Processual Civil e Processo de Conhecimento.v. I. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 372.

19

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 20. Vide também Heitor Vitor Mendonça Sica (Direito de

Defesa e Tutela Jurisdicional: estudo sobre a posição do réu no processo civil brasileiro. Tese

de Doutorado. São Paulo: USP, 2009, p. 192).

20

PISANI, Andrea Proto. Lezioni di diritto processuale civile. 2ª ed. Napoli: Jovane, 1996, p. 63.

21

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 21.

(8)

No que se refere à reconvenção como demanda, verifica-se a apresentação de verdadeiro pedido de tutela jurisdicional e formulação de pretensão em juízo com o escopo de obter resultado prático favorável22. O aspecto formal e o material da demanda estão presentes no caso concreto. Formal por representar pedido de tutela jurisdicional. Material ao se referir à pretensão formulada em juízo23.

Os elementos constitutivos de todas as demandas também devem estar presentes: partes, pedido e causa de pedir. Da mesma forma, as condições da ação e os pressupostos processuais são imprescindíveis para a existência, validade e eficácia.

Como pela estrutura e pressupostos corresponde a qualquer demanda, aplica-se à reconvenção o princípio da inércia e o princípio dispositivo24.

Ao ser enquadrada como demanda, possibilita ao réu as mesmas consequências da propositura em por meio de processo autônomo.

Em que pese trazer as mesmas consequências, deve-se adaptar ao fato de ser exercida em processo com demanda já proposta. É justamente por essa peculiaridade que os pressupostos e requisitos gerais e específicos da demanda reconvencional serão rapidamente abordados.

Antes, contudo, faz-se mister estabelecer algumas distinções importantes que se refletirão no texto do Projeto de Código de Processo Civil aprovado pela Comissão de Juristas da Câmara dos Deputados.

III - Reconvenção, ação dúplice e pedido contraposto.

Não existe diferença funcional ou ontológica entre a reconvenção e o pedido contraposto. O resultado prático de ambas as figuras é a ampliação objetiva da demanda25.

O pedido contraposto está previsto no ordenamento brasileiro no procedimento sumário (art. 278, §1º, do CPC), no procedimento dos Juizados Especiais Cíveis (art. 31 da Lei nº 9.099/95), nas possessórias (art. 922 do CPC) etc..

22

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 21.

23

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., pp. 515-517.

24

SICA, Heitor Vitor Mendonça. Ob. cit., p. 192. Vide também FORNACIARI JR., Clito. Da

reconvenção no direito processual civil brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1983, p. 60 e

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 23.

25

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 524. “Não existe porém qualquer diferença funcional entre o pedido contraposto e a reconvenção. A única diferença é meramente formal e pouco mais que nominal, porque o resultado a que ambos conduzem é o mesmo: ampliação do objeto do processo pela introdução de mais um pedido, indispensável conexidade com a demanda inicial ou com as razões de defesa (CPC, art. 315), necessidade de dar ao autor oportunidade para impugnar o novo pedido, instrução conjunta, sentença única.

(9)

Trata-se de uma demanda mais simplificada que a reconvenção por partilhar de duas características básicas. A primeira é a sua formulação na própria contestação, ou seja, não se faz imprescindível a apresentação da nova demanda em peça autônoma. A segunda diz respeito à restrição da matéria, pois enquanto a reconvenção pode se referir à conexão com a demanda inicial ou com o fundamento da defesa; o pedido contraposto, em regra, está relacionado apenas aos fatos descritos na inicial (é o que ocorre nos Juizados Especiais e no procedimento sumário) ou ainda poderá ser ampliado mediante autorizações específicas (nas possessórias, autoriza-se o pedido de indenização)26.

É evidente que a primeira característica não é determinante para diferenciar a reconvenção do pedido contraposto. Tanto que C. R. DINAMARCO defende a inexistência de diferença ontológica entre as duas figuras27. O ponto de divergência, no entanto, encontra-se na amplitude cognição, mais ampla na reconvenção que no pedido contraposto.

Salienta-se que ambos os conceitos são jurídico-positivos. Portanto, podem variar de acordo com o ordenamento e o tempo.

Todavia, em que pese ser jurídico-positivo, a compreensão e amplitude da reconvenção está disseminada no direito brasileiro o que permite estabelecer a diferenciação quanto à cognição, mesmo que, eventualmente, haja alteração legislativa a impor maior similitude entre as duas figuras28.

A diferenciação entre a reconvenção e a ação dúplice é ainda mais evidente.

A natureza dúplice da ação decorre da relação de direito material e não de regras processuais. Ela significa que se pode proporcionar para o demandante e demandado tutela de igual qualidade. A tutela pode ser concedida ao demandado independentemente de oferta de nova demanda, pedido ou até mesmo defesa.

Nas palavras de L. G. A. Bondioli:

Assim, pode-se dizer que ação dúplice é aquela capaz de proporcionar tanto para o demandante quanto para o demandado uma tutela jurisdicional de igual qualidade, independentemente da oferta de qualquer demanda, pedido e até de defesa por parte

26

DIDIER JR., Fredie. É o fim da reconvenção? Crítica à proposta do projeto de Novo Código de

Processo Civil. In Revista de Informação Legislativa. Ano 48. N. 190. Abr./Jun 2011. Brasília:

Senado, pp. 203-204. “No direito brasileiro, o pedido contraposto apresenta-se como uma demanda mais simplificada do que a reconvenção. Duas são as suas características básicas: a) ser formulado no bojo da contestação, sem necessidade de peça autônoma; b) restrição legal quanto à sua amplitude (nos Juizados e no procedimento sumário, deve ficar restrito aos “fatos da causa”; nas possessórias, admite-se apenas o pedido de indenização)”.

27

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 524.

28

DIDIER JR., Fredie. Ob. cit., pp. 203-204.

(10)

deste, em razão de peculiaridades da relação de direito material existente entre as partes, do pedido de tutela formulado e da sua disciplina legal29.

Esse é o entendimento da jurisprudência brasileira:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE GUARDA DE MENOR. NATUREZA DÚPLICE DA AÇÃO. POSSIBILIDADE DE FORMULAÇÃO DE PEDIDO CONTRAPOSTO. SÚMULA 7/STJ. 1. As ações dúplices são regidas por normas de direito material, e não por regras de direito processual. 2. Em ação de guarda de filho menor, tanto o pai como a mãe podem perfeitamente exercer de maneira simultânea o direito de ação, sendo que a improcedência do pedido do autor conduz à procedência do pedido de guarda à mãe, restando evidenciada, assim, a natureza dúplice da ação. Por conseguinte, em demandas dessa natureza, é lícito ao réu formular pedido contraposto, independentemente de reconvenção. 3. Para se alterar o entendimento de que a mãe reúne melhores condições para ter a guarda do filho menor, seria indispensável rever o suporte fático-probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 7/STJ. 4. Recurso especial improvido.

(Brasil, STJ, Resp Nº 1.085.664–DF, Rel.: MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO, Órgão Julgador: Quarta Turma, j. em 03/08/10)

Por conseguinte, os conceitos de reconvenção, pedido contraposto e ação dúplice não se equivalem no direito brasileiro. No caso do pedido contraposto, ainda que não haja diferença ontológica com a reconvenção, a tradição jurídica brasileira o associa a situações mais restritas, pois não se permite pedido contraposto associado aos fundamentos da defesa. A ação dúplice, por outro lado, decorre do direito material e independe de alegação pela parte ré30.

IV – Pressupostos da reconvenção

29

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., pp. 49-50.

30

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 525. “Nesses casos extremamente raros e verdadeiramente excepcionais no sistema, tal resultado favorável ao réu não depende da formulação de um pedido por ele, fosse mediante reconvenção, fosse pela via do pedido contraposto. (...) A diferença entre as ações dúplices e aquelas em que se admite o pedido contraposto está em que naquelas sequer um pedido precisa ser feito pelo réu, fosse em contestação, fosse onde fosse, para que o juiz possa dar-lhe a tutela jurisdicional plena”. Como se pode perceber, o autor não associa a ação dúplice ao direito material o que o afasta da concepção consagrada na doutrina e jurisprudência brasileira mencionada acima. O autor diferencia pela obtenção do resultado independentemente de formulação do pedido. Todavia, como se viu, a desnecessidade é apenas um efeito da peculiaridade do direito material.

(11)

Para propor a reconvenção, o réu-reconvinte precisa conter um duplo requisito de condições da ação e dos pressupostos processuais e correta representação por advogado.

A demanda reconvencional deve ser redigida em observância ao art. 282 e estar acompanhada com os documentos indispensáveis do art. 283. As condições da ação também devem ser observadas de maneira autônoma e sem qualquer influência pelo fato de ser apresentada como resposta. Por conseguinte, o pedido deve ser juridicamente possível e a demanda deve ser apta, pelo menos em tese, a proporcionar uma efetiva melhora em sua esfera de direitos31.

As condições da ação e os pressupostos processuais são exigências que o

réu-reconvinte deveria observar caso propusesse a demanda por meio autônomo32. Até mesmo a

petição inicial, caso não preencha algum dos requisitos, está sujeita ao indeferimento.

Como a reconvenção, mesmo apresentada na forma de resposta, não deixa de ser uma

demanda, deve observar os requisitos de admissibilidade do julgamento de mérito33. Nas

palavras de C. R. Dinamarco:

Seguindo uma linha metodológica tradicional no direito brasileiro, o Código de Processo Civil agrupa os pressupostos dde admissibilidade em quatro categorias, que são (a) os pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, (b) as condições da ação, (c) os requisitos de regularidade do processo mesmo, em sua concreta realização e (d) a inexistência de certas circunstâncias externas, qualificadas como pressupostos negativos (litispendência, coisa julgada etc.)34.

Além dos pressupostos gerais, existem também os específicos. São exigências específicas para o julgamento do mérito da reconvenção35.

Os pressupostos específicos são: a) a existência de processo pendente;

b) observância do prazo para resposta (em regra, 15 (quinze) dias); c) competência absoluta do órgão julgador para o qual é endereçada;

31

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 518.

32

FORNACIARI JÚNIOR, Clito. Ob. cit., p. 86.

33

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 83.

34

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 129.

35

FORNACIARI JÚNIOR, Clito. Ob. cit., p. 103.

(12)

d) compatibilidade entre o procedimento da demanda reconvencional e o da demanda inicial; e) existência de um vínculo entre as demandas (conexão)36

Entre os pressupostos específicos, destaca-se a conexidade. Ela deve ocorrer com a demanda inicial ou com os fundamentos da defesa que o próprio réu-reconvinte formula na contestação (art. 315 do CPC).

Com a inicial, a conexidade poderá ser em relação ao pedido ou à causa de pedir, mas não pode ser levada a extremos. Pode ser um vínculo tênue, desde que inserido no mesmo contexto jurídico-substancial em que se situa o autor37.

A conexidade com os fundamentos da defesa é ainda mais singela. Basta uma razoável ligação entre as causas para que o juiz se sinta influenciado pela demanda inicial ou reconvencional no julgamento38.

Entre os pressupostos específicos, existe a dúvida sobre a necessidade de identidade entre autor e réu. Neste panorama, inserem-se as questões sobre a reconvenção subjetivamente ampliativa e a restritiva.

V – Reconvenção subjetivamente restritiva ou restrição subjetiva na reconvenção.

Em que pese a inexistência de previsão legislativa, nada impede que a reconvenção não seja proposta por todos os réus da demanda inicial ou em face de todos ou autores39.

Trata-se de legítima expressão do princípio dispositivo por ninguém poder ser coagido a demandar nem impor a demanda em face de pessoas determinadas40.

O empecilho para a restrição subjetiva da reconvenção ocorre com o litisconsórcio necessário, pois exige todos os litisconsortes no mesmo polo sem possibilidade de redução

36

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 97. “Para viabilizar a apreciação do meritum causae no processo em que se insere, a reconvenção deve não só preencher os requisitos de admissibilidade do julgamento do mérito colocados em geral para toda e qualquer demanda, mas também atender a exigências estabelecidas especialmente para ela. Tais exigências remetem a específicos pressupostos de ordem processual, quais sejam, a existência de um processo pendente (litispendência), a observância do prazo assinado para a oferta da reconvenção (em regra, 15 dias – art. 297), a competência absoluta do órgão julgador para o qual é endereçada e a compatibilidade entre o seu procedimento e o da demanda já ajuizada (aplicação analógica do art. 292, III), e de ordem substancial, qual seja, a existência de um vínculo entre as causas apresentadas pelo autor e pelo reconvinte (conexão – art. 315, caput)”.

37

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 519.

38

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 520.

39

NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e

Legislação Extravagante. 11ª ed. São Paulo: RT, p. 612. “Caso o polo ativo ou passivo da

reconvenção comporte litisconsórcio facultativo, pode apenas um dos réus movê-la (ativo), ou ser movida a apenas um dos autores (passivo)”. Vide também: CRUZ E TUCCI, José Rogério. Da

reconvenção. São Paulo: Saraiva, 1984, p. 59.

40

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 107.

(13)

subjetiva na demanda reconvencional. Ressalta-se também que nada impede a reconvenção proposta por bloco de réus em um mesmo processo. Assim, um processo pode admitir mais de uma reconvenção41.

VI – Reconvenção subjetivamente ampliativa.

Se não existe grande divergência sobre a possibilidade de restrição subjetiva na reconvenção, não se pode fazer a mesma afirmação no tocante à ampliação subjetiva.

Em ordenamentos estrangeiros, existe previsão expressa do tema42. Na Espanha, por exemplo, a ampliação é restrita às hipóteses de litisconsórcio necessário e facultativo:

Destinatários da demanda reconvencional . Contestação à reconvenção.

1. A reconvenção poderá se dirigir também contra sujeitos não demandantes, sempre que possa se considerar litisconsortes voluntários ou necessários do autor reconvindo pela sua relação com o objeto da demanda reconvencional.

2. O autor reconvindo e os sujeitos expressos no item anterior poderão contestar à reconvenção no prazo de vinte dias a partir da intimação da demanda reconvencional. Esta contestação se ajustará ao disposto no art. 40543.

41

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 108. “Por tudo o que se disse, fica o reconvinte dispensado de reunir no polo ativo da reconvenção os demais co-réus da demanda inicial e de inserir no seu polo passivo todos os autores de outra demanda, a não ser que a demanda reconvencional envolva caso de litisconsórcio necessário que exija a presença de todos eles. Registre-se ser irrelevante para a admissibilidade da reconvenção subjetivamente restritivas o fato de existir litisconsórcio necessário na demanda inicial, tendo em vista a autonomia entre as demandas no plano do processo. por fim, consigne-se que o reconvinte é livre para reconvir isoladamente ou em conjunto com alguns dos co-réus. Em razão disso, podem coexistir no mesmo processo duas ou mais reconvenções, propostas por diferentes réus da demanda inicial e dirigidas contra distintos autores desta”.

42

Por exemplo: Art. 274º do Código de Processo Civil português. Admissibilidade da reconvenção 1 - O réu pode, em reconvenção, deduzir pedidos contra o autor.

2 - A reconvenção é admissível nos seguintes casos: (...)

4 - Se o pedido reconvencional envolver outros sujeitos que, de acordo com os critérios gerais aplicáveis à pluralidade de partes, possam associar-se ao reconvinte ou ao reconvindo, pode o réu suscitar a respetiva intervenção principal provocada, nos termos do disposto no artigo 326º

(...)

Vide também: Federal Rule 13, h. Counterclaim and Crossclaim. JOINING ADDITIONAL PARTIES. Rules 19 and 20 govern the addition of a person as a party to a counterclaim or crossclaim.

(Reconvenção e Crossclaim. (h) Ampliação das partes. Regras 19 e 20 disciplinam a inclusão de uma pessoa como parte de uma reconvenção ou crossclaim - tradução livre).

O termo crossclaim representa um instituto previsto no direito norte-americano pelo qual uma parte deduz pretensão em face de seu litisconsorte. Neste caso, não pode haver ampliação objetiva da demanda.

43

Artículo 407 da LEC. Destinatarios de la demanda reconvencional. Contestación a la reconvención.

1. La reconvención podrá dirigirse también contra sujetos no demandantes, siempre que puedan considerarse litisconsortes voluntarios o necesarios del actor reconvenido por su relación con el objeto de la demanda reconvencional.

(14)

No Brasil, os argumentos contrários, quase que exclusivamente, ficam restritos à literalidade do art. 315 do CPC com a ideia de que o réu pode reconvir ao autor44. Ademais, inserem o argumento de que a admissibilidade de mais pessoas no polo passivo implica tumulto desnecessário e inconveniente ao processo45.

Da mesma forma que o direito espanhol, há quem defenda a possibilidade de ampliação subjetiva nas hipóteses de litisconsórcio necessário ou facultativo apenas. J. C. Barbosa Moreira, por exemplo, sustenta a possibilidade de ampliação no caso de litisconsórcio necessário46.

Todavia, a possibilidade de reconvenção subjetivamente ampliativa não deve ficar restrita às hipóteses de litisconsórcio necessário ou facultativo ou, ainda, ter fundamento exclusivo na reconvenção como defesa. Não pode nem mesmo ser restrita a um dos polos da demanda inicial ou reconvencional47.

Nas duas espécies de litisconsórcio mencionadas (necessária e facultativa), os benefícios inerentes à reconvenção estão presentes:

a) permite uma visão mais ampla do conflito; b) evita a instauração de novos processos; c) evita o advento de decisões conflituosas; d) otimiza o Poder Judiciário;

e) favorece a economia processual48.

2. El actor reconvenido y los sujetos expresados en el apartado anterior podrán contestar a la reconvención en el plazo de veinte días a partir de la notificación de la demanda reconvencional. Esta contestación se ajustará a lo dispuesto en el artículo 405.

44

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do Processo do Conhecimento. 4ª ed.. São Paulo: RT, 2005. p. 147.

45

ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo;. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso

avançado de processo civil : teoria geral do processo e processo de conhecimento. 6ª ed.. São

Paulo: RT, 2003. p. 381.

46

BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Reconvenção. In Direito Processual Civil (ensaios e pareceres). Rio de Janeiro: Borsoi, 1971, p. 121. Vide também: DINI, Mario. La domanda

riconvezionale nel diritto processuale civile. 3ª ed.. Milano: Giuffrè, 1978, p. 211.

47

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., pp. 111-112. “O espaço para a reconvenção subjetivamente ampliativa não depende de ela exercer função colateral de defesa nem do caráter necessário ou facultativo do litisconsórcio nem, ainda, de a ampliação se dar no polo ativo ou passivo da reconvenção. É claro que essas características podem ter repercussão nas dimensões da brecha que se abre para a admissão da demanda reconvencional, mas nenhuma delas pode ser colocada como condição para a admissibilidade da reconvenção”.

48

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Condições da Ação na Reconvenção. In Revista Dialética de Direito Processual. v. 46. São Paulo: Dialética, Jan/07, p. 16. “Mas também nos parece evidente que a inclusão desse terceiro ao processo fará com que o seu resultado atinja um número maior de pessoas, o que poderá, inclusive, evitar futuras demandas judiciais. E é justamente essa ampliação de questões e de sujeitos atingidos pela decisão do processo que gerará, para o sistema processual como um todo, uma economia processual. (...) Ao invés de dois processos, cada qual com uma ação,

(15)

Em algumas situações, a ampliação subjetiva é imprescindível para proporcionar a defesa do réu. É o que ocorre no litisconsórcio necessário. Nessas situações, a utilização do instituto da reconvenção somente é possível pela implementação do litisconsórcio. A não aceitação da reconvenção nessas situações pode gerar severo prejuízo à ampla defesa.

Nos casos de litisconsórcio necessário (art. 47), em que a presença de determinadas pessoas na relação jurídica processual é exigida para a viabilidade do julgamento da causa, a admissão da demanda reconvencional subjetivamente ampliativa pode ser condição para a preservação do próprio direito à reconvenção. Afinal, quando tais pessoas não estiverem integradas ao processo, impedir que o reconvinte as traga para a relação jurídica processual tem o mesmo significado de lhe subtrair o direito de reconvir, garantido pelo ordenamento jurídico (arts. 315 a 318 – supra n. 8). Nessas circunstâncias, quando a reconvenção também se presta de alguma forma para a resistência diante da demanda inicial, ou seja, quando ela tiver aptidão para criar cenário que conduza a improcedência desta (supra, n. 4 e infra, n. 26), a subtração do direito de reconvir tem consequências ainda mais graves, pois repercute no próprio direito de ampla defesa do réu (CF, art. 5º, LV), que fica sensivelmente prejudicado49.

O principal argumento favorável à reconvenção subjetivamente ampliativa é o máximo

proveito que se pode tirar do processo50. Todavia, as vantagens não afastam eventuais

inconvenientes. Os principais são o incremento da complexidade da causa e o retardamento do processo.

C. R. Dinamarco afasta os inconvenientes apenas com a afirmação de que a celeridade processual não deve ser atingida a qualquer custo, mas levando-se em conta a pacificação social mais ampla possível. Arremata com o argumento de que o contrário seria o retorno, mesmo que inconsciente, do processo civil do autor51.

durando cada um deles cinco anos, num total de dez, será preferível a reunião dessas suas ações em um só processo, ainda que ele passe a demorar oito anos”.

49

BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 110.

50

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 528. “A admissibilidade da reconvenção subjetivamente ampliativa é expressão da legítima tendência a universalizar a tutela jurisdicional, procurando extrair do processo o máximo de proveito útil que ele seja capaz de oferecer (supra, nn. 40 e 42). É ditame do princípio da economia processual a busca do máximo de resultado na atuação do direito com o mínimo emprego possível de atividades processuais”.

51

DINAMARCO, Cândido Rangel. Ob. cit., p. 528. Vide também: BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob.

cit., p. 112. “É certo que há os mecanismos próprios das medidas de urgência para debelar danos de

alguma forma relacionados com a lentidão (arts. 273 e 796 e s.)”.

(16)

O argumento do retardamento é afastado pela possibilidade de utilização do instituto da tutela antecipada (art. 273 do CPC).

Acontece que, em situações excepcionais, os benefícios da ampliação subjetiva podem ser superados pelos inconvenientes. O magistrado, nessas situações, deve utilizar mecanismos de redução do litisconsórcio formado com a ampliação. Para tanto, a previsão do art. 46 do CPC pode ser de grande utilidade52.

Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:

I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;

III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito.

Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão.

O problema surge, mais uma vez, em relação ao litisconsórcio necessário, pois a sua inviabilidade afasta por completo a utilização da reconvenção. Neste caso, deve-se observar que prepondera a reconvenção como defesa. Se isso ocorrer, deve prevalecer a ampliação subjetiva por força da matriz constitucional do princípio da ampla defesa.

Ressalta-se também a ampliação pode ocorrer em ambos os polos na demanda, mas, ao ocorrer no polo ativo, os inconvenientes são maiores, pois o demandado toma conhecimento da demanda através da reconvenção. Evidentemente, nesse caso, o novo réu-reconvindo pode fazer uso também do instituto da reconvenção, cabendo ao magistrado verificar a excessiva ampliação da complexidade da causa e eventualmente impedi-la no caso concreto53.

VII – Reconvenção subjetivamente ampliativa e restritiva no Projeto de Novo Código de Processo Civil.

52 BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 113. O autor observa também a utilidade da análise do

direito português, mais precisamente do art. 274.5 do Código de Processo Civil português.

53 BONDIOLI, Luis Guilherme. Ob. cit., p. 114.

(17)

O Projeto de Novo Código de Processo Civil aprovado pela Câmara incluiu a reconvenção no diploma normativo. A previsão não existia no texto aprovado no Senado.

O Projeto aprovado no Senado fazia menção a pedido contraposto, mas não especificamente à reconvenção. As discussões que geraram a inclusão da reconvenção dizem respeito à diferença entre os institutos.

Embora não haja diferença ontológica entre reconvenção e pedido contraposto, a tradição jurídico-positiva brasileira atribuía à reconvenção a formulação da pretensão em peça apartada da contestação e o fato de poder ser conexa com a demanda inicial ou com os fundamentos da defesa. Já o pedido contraposto seria realizado na própria contestação e estaria restrito à matéria conexa à demanda inicial.

Caso seja aprovado o texto do relatório da Câmara, a reconvenção continuará a poder estar relacionada à demanda inicial ou aos fundamentos da defesa, mas a pretensão será formulada na contestação.

Mantém-se também a inconveniente expressão “ação principal” já existente no atual Código de Processo Civil.

CAPÍTULO VIII DA RECONVENÇÃO

Art. 345. É lícito ao réu, na contestação, formular reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa, hipótese em que o autor será intimado, na pessoa do seu advogado, para responder a ela no prazo de quinze dias.

§ 1º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame do seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

§ 2º A decisão que indeferir liminarmente a reconvenção é impugnável por agravo. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e um terceiro.

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte terá de afirmar ser titular de um direito em face do substituído e a reconvenção terá de ser proposta contra o autor, também na qualidade de substituto processual.

§ 6º Admite-se a reconvenção da reconvenção, proposta pelo autor no prazo a que se refere a parte final do caput deste artigo.

Continua-se a prever as duas situações de admissibilidade da reconvenção (conexão com a ação principal ou com os fundamentos da defesa) e a intimação na pessoa do advogado. Todavia, essa situação somente deve ocorrer, em que pese a omissão legislativa, nas situações

(18)

em que não há ampliação subjetiva no polo ativo da demanda inicial, pois, caso haja, a citação deverá ser pessoal.

O §1º continua a prever a autonomia da demanda reconvencional em relação à demanda inicial com a peculiaridade de que as respostas contestação e reconvenção devem ser perfeitamente identificadas nesse caso já que não há a apresentação em peças distintas. Isso pode trazer algumas dificuldades práticas de operacionalização no caso concreto.

Retirou-se do Projeto a previsão de custas judicias na reconvenção por se entender que se trata de matéria a ser relegada para cada ente responsável pela instituição do tributo.

O §2º previu que o recurso contra o indeferimento liminar da reconvenção será o de agravo. Tal situação parece um tanto óbvia, mas se podem observar situações de apelação. Isso ocorreria, por exemplo, no caso de o magistrado extinguir a demanda inicial e indeferir a reconvenção em uma mesma decisão judicial.

O §3º prevê a hipótese de reconvenção subjetivamente ampliativa de maneira expressa o que afasta o entendimento contrário.

O §4º, incluído por sugestão de Heitor Vitor Mendonça Sica, prevê também a

reconvenção subjetivamente ampliativa, mas com litisconsórcio pelo réu-reconvinte. O §5º adequa a posição consolidada da doutrina no tocante ao substituto processual. Finalmente, o §6º permite a reconvenção da reconvenção. Tal previsão será de suma importância, principalmente, na possibilidade de ampliação subjetiva no polo passivo da reconvenção, pois, como já se afirmou, o terceiro, por vezes, não terá conhecimento da demanda inicial.

Conclusões

1. A concentração de demandas tem uma série de vantagens quando bem utilizada(permite visão ampla da relação jurídica controvertida; evita tratamento diferenciado ou heterogêneo em relação a pretensões que devam receber tratamento homogêneo ou harmonioso; proporciona uma eliminação em maior escala dos conflitos existentes no seio da sociedade; propicia economia do ponto de vista econômico e jurídico). A desvantagem ocorre justamente ao não se encontrar um ponto ótimo ideal de compatibilização do aumento da complexidade com os benefícios;

2. Reconvenção é o mecanismo ou instrumento concedido ao demandado isolada ou conjuntamente com o até então terceiro de formular pretensão ou pretensões diversas das

(19)

discutidas em juízo até aquele momento em relação ao demandante inicial isolada ou conjuntamente com terceiro;

3. Para estabelecer o ponto ótimo de equilíbrio entre benefícios e prejuízos da reconvenção deve-se observar a conexidade entre as demandas e a compatibilidade do procedimento; 4. A reconvenção pode ser estudada como demanda e defesa. Ainda que a defesa não seja a função primordial da reconvenção, eventualmente pode de desempenhá-la de maneira colateral. É o que ocorre quando a demanda reconvencional contém demanda incompatível com o acolhimento da demanda inicial ou ainda na situação de a causa de pedir da

reconvenção contrapor-se de alguma forma com a primeira demanda. No que se refere à

reconvenção como demanda, verifica-se a apresentação de verdadeiro pedido de tutela jurisdicional e formulação de pretensão em juízo com o escopo de obter resultado prático favorável;

5. Os conceitos de reconvenção, pedido contraposto e ação dúplice não se equivalem no direito brasileiro. No caso do pedido contraposto, ainda que não haja diferença ontológica com a reconvenção, a tradição jurídica brasileira o associa a situações mais restritas, pois não se permite pedido contraposto associado aos fundamentos da defesa. A ação dúplice, por outro lado, decorre do direito material e independe de alegação pela parte ré;

6. A reconvenção é formada por pressupostos comuns a todas as demandas e por pressupostos específicos entre os quais destaca-se a conexidade. Alguns autores acrescentam como pressuposto específico a identidade entre autor e réu, mas a questão não é pacífica; 7. A restrição subjetiva da demanda é possível, pois ninguém poder ser coagido a demandar nem impor a demanda em face de pessoas determinadas;

8. Existe divergência doutrinária em se admitir a reconvenção subjetivamente ampliativa. Em ordenamentos estrangeiros, existe previsão expressa do tema (Espanha, EUA e Portugal, por exemplo);

9. Os argumentos contrários à ampliação subjetiva no Brasil são a ausência de permissão diante do art. 315 do CPC, eventual tumulto e aumento da complexidade da causa com retardamento do processo;

10. A possibilidade de reconvenção subjetivamente ampliativa não deve ficar restrita às hipóteses de litisconsórcio necessário ou facultativo ou, ainda, ter fundamento exclusivo na reconvenção como defesa. Ela deve ser aplicada por trazer uma série de benefícios inerentes à reconvenção (permite uma visão mais ampla do conflito; evita a instauração de novos processos; evita o advento de decisões conflituosas; otimiza o Poder Judiciário; favorece a economia processual);

(20)

11. Em algumas situações, a ampliação subjetiva é imprescindível para proporcionar a defesa do réu. É o que ocorre no litisconsórcio necessário;

12. O principal argumento favorável à reconvenção subjetivamente ampliativa é o máximo proveito que se pode tirar do processo, mas pode trazer prejuízo à

celeridade processual. Tal ideia pode ser afastada pela possibilidade de utilização do instituto da tutela antecipada (art. 273 do CPC);

13. Em situações excepcionais, os benefícios da ampliação subjetiva podem ser superados pelos inconvenientes. O magistrado, nessas situações, deve utilizar mecanismos de redução do litisconsórcio (art. 46 do CPC);

14. No litisconsórcio necessário, não pode haver redução sob pena de se inviabilizar o instituto da reconvenção e por aplicação da matriz constitucional do princípio da ampla defesa;

15. O Projeto de Novo Código de Processo Civil traz a reconvenção formulada na própria contestação. Permite a ampliação e restrição subjetiva da reconvenção de maneira expressa. Prevê ainda a reconvenção da reconvenção e a reconvenção na substituição processual, mas peca em algumas situações. Não prevê a hipótese de citação pessoal do terceiro-reconvindo e nem mesmo o recurso de apelação, em situações excepcionais, de indeferimento liminar da reconvenção, além de manter a expressão inconveniente “ação principal”.

(21)

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Referências

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