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COMPONENTES DA ESTATURA DE PLANTA EM TRIGO 1

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PEDRO LUIZ SCHEEREN2. FERNANDO I.F. DE CARVALHO3 e LUIZ CARLOS FEDERIZZI4

RESUMO - A estatura da planta do trigo (Tn'ticurn aestivum L.) e seus componentes foram medidos em populações não segregantes (P, P 2 e ri) e segregantes (E2, RC 1 F 1 e RC 2 F 1 ), derivadas de cruza-mentos entre diferentes genótipos de trigo em expericruza-mentos conduzidos a campo na Estação Experi-mental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Guaíba, RS, em 1979. Amostra-gens de entrenós de ambos os genitqres, semi-anôes e altos, revelaram que: 1.0 comprimento médio dos entrenós foi crescente da base ao ápice da planta; 2. Uma êxpressiva porção da variabilidade feno-típica do caráter "número de entrenós" era de naturezá ambiental; 3. O pedúnculo contribuiu com, aproximadamente, 40% da estatura total dos genótipos.

Termos para indexação: estatura, trigo, Triticum aestivum

HEAT PLANT STATURE COMPONENTS

ABSTRACT - Wheat piant stature and its components were rneasured in non-segregated (P. P 2 and F) and segregated (E 2 . RC 5 E 1 and 9C 2 F 1) populations derived from crosses among different geno-types of wheat in field experiments carried out at the Agronomic Experimental Station/UFRGS, Guaíba, R5, pn 1979. Internode patterns of both semi-dwarf and talI parents showed that:1. Average internode lengths were progressively longer from the culm base to the spike; 2. A high portion of the phenotypic variation of tIie internode number was environmental in origin, and 3. The peduncle contributed with approximately 40% of the total stature of the genotypes.

Index terms: stature, wheat, Triricum aestivum.

INTRODUÇÃO

Urna característica de grande importância na planta de trigo é a baixa estatura, devido, prin-cipalniente, ao notável potencial de rendimento de grãos e à resistência ao acamamento, revelado pelos seus genótipos. Neste sentido, foram con-duzidos inúmeros trabalhos de pesquisa nos paí-ses produtores deste cereal e o sucesso alcançado comprovou a i niportãncia desta característica-

No Rrasil, muito pouco foi conseguido no pro-pós i t o de alterar a arquitetura das pia n tas do t ri-go. Talvez a inexistência de um método de seleção eficiente seja responsável pelo pequeno êxito obser-vado, unia vez que a grande maioria das variedades cultivadas, e também aquelas que estão por ser lan-çadas em escala comercial, são as de porte alto.

Aceito para publicação em 30 de julho de 1980. Parte da dissertação apresentada pelo primeiro autor para a obtenção do grau de Mestre em Agronomia/Uni. versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 2 Eng? Agr?, Bolsista do CNPq, Avenida Bento

Gonçal-ves, 7.712, CIEP 90.000- Porto Alegre, RS.

3 Eng? Agr?, Ph.D., UFRGS, Pesq. CNPq, Porto Alegre, RS.

Eng? Agr?, M.Se., UFRGS, Pesq. CNPq, Porto Alegre, RS.

Além disto, a inexpressiva informação sobre o ma-terial genético aqui adaptado e sobre os mecanis-mos genéticos envolvidos na redução da estatura, dificulta o estabelecimento de um método de se-leção que tenha possibilidade de propiciar razoável ganho genético. Deste modo, seria indispensável o conhecimento d05 componentes responsáveis pela estatura. No trigo, estes componentes estão representados pelo número e comprimento de entrenós; no entanto, muito pouco é conhecido a respeito da influência destes componentes na estatura total.

Visando maior oportunidade de identifica-ção das características dos genitores, foi feito este trabalho de pesquisa, a partir de três cruzamentos entre três genótipos, um de porte alto e dois de baixa estatura, Assim, foram estudados os com-ponentes da estatura com os seguintes objetivos principais: determinar a influência do número de entrenós sobre a estatura ; decompor a estatura em seus componentes (comprimento de entrenós e espiga); verificar a participação de cada entrenó na determina ç ão d0 porte da planta ; e estimar o grau de associação existente entre a estatura das plantas de trigo e seus componentes.

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MATERIAL E MÉTODOS

A estatura da planta e seus componentes foram medi-dos em populações não segregantes (P 1 , P2 e F) e segre-gantes (F 2 , RC 1 F 1 e RC2 F1 ) derivadas de cruzanientos entre o genótipo Vacaria, de porte alto, com os genéti-pos Glória e IAS-54, de porte baixo, e do cruzamento destes entre si, em experimento conduzido na Estação Ex-perimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EEA/UFRGS), em Guaíba, RS, no ano de 1979.

No dia 11 de junho de 1979,.o experimento foi esta-belecido a campo. O esquema experimental empregado foi o de blocos completamente casualizados, com três repeti-ções. O tamanho das parcelas foi uniforme para as gera-ções paternas, constando de três filas de 3 m com espaça-mento de 0,30 m entre filas e entre plantas de uma mesma fila. Nas populações F1, F2 , RC 1 F 1 e kC2 F 1 , cujo espa-çamento foi igual ao usado nos genitores, o tamanho das parcelas variou em função do número disponível de se-mentes. Para esta semeadura, foram identificadas as linhas de cada parcela, uma vez que durante a fase preliminar de obtenção das populações Fi, E 2 , RC1F1 e RC 2 F1 as plantas haviam sido marcadas isoladamente, permitindo, desta maneira, a identificação da origem de cada linha.

As determinações da estatura das plantas e do compri-mento e número de entrenós foram realizadas sempre so-bre o atilho mais longo, após 21 ou mais dias da antese da quase totalidade das plantas. O primeiro entrenô foi medido da base da planta até o meio do primeiro nó; o segundo, do meio do primeiro nó ao meio do segundo e assim, sucessivamente, até o pedúnculo, que vai do meio do último nó até a base da espiga, cujo comprimento vai de sua base ao ápice, excetuando as aristas. A estatura total de cada planta foi determinada pela soma dos comprimen-tos dos entrenós e da espiga.

Para a análise, os dados foram agrupados de maneira que houvesse uma coincidência dos entrenós superiores. Deste modo, para o cálculo da média dos pcdúnculos, fo-ram agrupadas as respectivas medidas das plantas com quatro, cinco, seis e sete entrenós. Tal procedimento foi tomado tendo em vista a grande participação dos entrenós superiores, em relação à estatura total. A mesma metodo-logia foi empregada para os entrenós abaixo do pedúncu-lo (Ped), onde foram agrupadas as medidas dos entrenós imediatamente abaixo do pedúnculo (Ped-l), do segundo abaixo do pedúnculo (Ped-2) e assim, sucessivamente, até o último entrenó que, na realidade, é o primeiro de-senvolvido pela planta, sendo o pedúnculo o último, quan-do consideraquan-dos em sua ordem de surgimento.

As estimativas dos parâmetros estatisticos, para a esta-tura total de seus componentes, foram obtidas a partir da computação dos dados pelo programa "Minitab", des-crito por Ryan et aI. (1976).

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O porte baixo da planta é um caráter de impor-

Pesq. agropec. bras., Brasilia, 16(4):527-538,jul./ago. 1981.

tância fundamental no trigo e em diversos outros cereais, tais como milho, sorgo, centeio, cevada e triticale.

Em trigo, existem diversas publicações de pes-quisa ressaltando as vantagens das plantas de baixa estatura, sendo que uma delas, a resistência ao aca-mamento, foi referida pela maioria dos pesquisado-res. No entanto, a redução na estatura não deter-mina, necessariamente, resistência ao acamamento, mas pode caracterizar maior tolerância do que nas plantas de porte alto.

Observando as características das plantas do trigo, Vogel et al- (1956), Borojevié (1968), McNeal et ai. (1972),Powell & Schlehuber (1967) e Laude & Pauli (1956) verificaram que a resistên-cia ao acamamento era um dos fatores de maior influência no rendimento do produto final. Além disto, existem ainda diversos trabalhos ressaltando outras vantagens dos trigos de porte baixo, tais como o alto potencial de rendimento devido à ca-pacidade produtiva de afilhos férteis e o grande ná-merã de espiguetas, por espiga, com alta fertili-dade (Plarre 1975 e Rawson & Evans 1971); maior tolerância aos danos causados pelas altas precipita-ções e à ação dos ventos (Borojevié 1968); e o aumento da relação grão/palha (Powell & Schlehu-ber 1967 e Carvalho & Dotto 1975).

A identificação de genótipos de porte baixo foi o primeiro passo para a obtenção de êxito na sele-ção e lançamento de cultivares de baixa estatura. Segundo Vogel et al. (1956), Norin 10 (C.1. 12699) foi o primeiro genótipo de baixa estatura que reu-niu a desejável combinação de estatura da planta, resistência ao acamamento e às moléstias, e quali-dade de grãos, sendo ainda o genótipo em que se fundamentou a maioria dos cruzamentos, visando à redução da estatura das plantas d0 trigo (Reitz & Salmon 1968).

Apesar doa numerosos trabalhos sobre a estatu-ra da planta do trigo, poucos eestatu-ram aqueles que rc-velaram uma maior atenção para com os compo-nentes da estatura, ou seja, ao número e compri-mento de entrenós. No entanto, talvez a variabi-lidade encontrada na estatura das plantas seja de-vida a estes componentes.

Observações feitas por Powell & Schlehuber (1967), Paquet (1968), McNeal et ai, (1960), Johnson (1953), Rawson & Evans (1971) e Gomes

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(1978) indicaram que o comprimento médio dos entrenós aumentava progressivamente da base do colmo para o ápice da planta e que o pedúnculo contribuía com a maior percentagem da estatura. Além disto, na análise do comprimento dos entre-nós, Powell & Schlehuber (1967) verificaram que o pedúnculo contribuía com, aproximadamente, a metade da estatura total no genótipo de porte alto e com cerca de um terço nos genótipos semi-anões. Segundo Johnson (1953), o somatório das medidas do pedúnculo e d0 quarto entrenó representa cerca de 60% da estatura total; no entanto, Paquet (1968) relatou que estes dois componentes foram responsáveis por 70% da estatura. A constatação de que os três entrenós superiores das variedades de porte normal são definitivamente mais longos do que os das plantas de porte semi-anão, foi feita em trabalho realizado por McNeal et al..(1960). Os autores constataram, ainda, que a estatura superior das plantas é determinada pelo maior comprimen-to do pedúnculo. Resultados semelhantes foram relatados pdr Johnson (1953), Scarascia-Mugnozza & Bozzini (1968) e Kumar et ai. (1967), citado por Borojeviá (1968).

Por outro lado, a estatura total das plantas de um determinado genótipo fixo pode variar de acor-do com o ambiente em que elas estão crescenacor-do. Johnson (1953) relata casos em que houve redução de estatura até 57%, de um local para outro, en-quanto que a estatura relativa das variedades ten-deu à similaridade em todos os locais. Quanto ao número de entrenós por planta, Peterson (1975) e Powell & Schlehuber (1967), verificaram que o mesmo foi marcadamente afetado, quando as plan-tas cresceram em ambientes diferentes. Para John-son (1953) e Gomes (1978), as plantas com cinco entrenós foram as mais freqüentes, ocorrendo ain-da algumas com quatro ou seis entrenós, enquanto que uma maior percentagem de plantas com seis entrenós foi averiguada por Percival (1974) e Briggle (1967).

Quanto ao comprimento da espiga, em relação à estatura total, Powell & Schlehuber (1967), Borojevié (1968) e Zitelli & Mariani (1973) eviden-ciaram a possibilidade de selecionar plantas baixas com espigas grandes, ao contrário de alguns resul-tados relaresul-tados por Gomes (1978).

RESU LTADOS

Visando a comprovação da existência de varia-bilidade entre genitores quanto ao caráter "núme-ro de entrenós", foram analisadas as médias d05 três genitores entre si, conforme os dados inseridos na Tabela 1. Foi constatado que as médias, para o número de entfenós foram estatisticamente maiores no genitor de porte alto Vacaria e que en-tre os genitores de baixa estatura, Glória e IAS-54, não houve diferença significativa quanto ao núme-ro de entrenós. Contudo, a existência de variabili-dade entre genitores, e também dentro de um mes-mo genitor, proporcionou a análise entre repeti-ções, objetivando a identificação da contribuição genética e ambiental. Para isto, foram analisados os genitores, individualmente, a cada inclusão nos cruzamentos, através da aplicação de F-testes entre as repetições de um mesmo genitor (Tabela 2). Os dados da Tabela 2 revelaram que o caráter "núme-ro de entrenós" apresentou grande variabilidade nos genitores estudados, pois a diferença entre re-petições foi evidenciada nos três genitores.

Para a análise do comprimento de cada entre-nó, independentemente de seu número, as medidas foram agrupadas de modo que sempre houvesse coincidência dos pedúnculos, conforme já descrito anteriormente no capítulo Material e Métodos. Na Tabela 3, pode ser verificada a contribuição e in-fluência d0 comprimento de cada entrenó na es-tatura total, nas seis gerações. Foi observado que o comprimento dos entrenós, ou seja, sua contribui-ção para a estatura, foi crescente da base para o TABELA 1. Médias (X) e t-testes do número de entrenós

nos genitores envolvidos nos cruzamentos Vacaria x Glória, Vacaria x IAS-54 e Glória x 1AS-54, EEA/UFRGS, 1979. Número de entrenós (X) __________________ Valor do Cruzamento t-teste PI P2 Vacaria x Glória 6,02 5,07 12,60' Vacariax IAS-54 6,04 5,20 12.14' Glória x IAS-54 5,15 5.18 0,38 ns * - significativo P <0,05 ns- não significativo

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TABELA 2. Número de plantas (N), média do número de entrenós (i) e (-testes das três repetições das gerações paternas dos cruzamentos Vacaria x Glória, Vacaria x IAS-54 e Glória x IAS-54, EEA/UFRGS, 1979.

19 repetição 29 repetição 39repetição

Genôtipos F-teste N X N X N X 1. Vacaria 21 610 21 5,95 24 6,00 0,75 ns Glória 21 4,81 26 5,00 24 5,35 8,18' 2. Vacaria 25 6.00 25 6,24 24 5,84 5,24' IAS-54 25 5,28 28 6,25 30 5,10 1,63 ns 3. Glória 27 5,22 26 5,23 27 5,00 2,31 ns IAS•54 30 5,47 25 5,08 29 4,96 8,80' - significativo P <0,05 ns- não significativo

ápice da planta, em todas as gerações dos três cru-zamentos estudados. O pedúnculo contribuiu com, aproximadamente, 40% da estatura, enquanto que o Ped-1 representava cerca de 20%.

Nas Tabelas 4, 5 e 6, foram incluídos os dados referentes aos componentes da estatura, onde as plantas foram agrupadasem função do número de entrenós, em cada geração, tendo o número variado de quatro a sete. Foi observado que, à medida que a estatura média das plantas e o número de entre-nós decresciam, o pedúnculo revelava maior im-portância sobre a estatura total. Na geração F 2 , do cruzamento Vacaria x IAS-54 (Tabela 5), o pedún-culo foi responsável por 42,8% da estatura média das plantas com cinco entrenós e por 32,9% na-quelas com sete. Resultados semelhantes foram encontrados na população F 2 , d0 cruzamento Vacaria x Glória (Tabela 4), onde o pedúnculo representou 42,8% da estatura total, nos indi-víduos com cinco entrencSs e 33,4% nas plantas com sete, havendo ainda a ocorrência de uma planta com quatro entrenós, em que o pedún-culo foi responsável por 57,8% da estatura total. Por outro lado, na geração F 2 , do cruzamento Glória x IAS-54 (Tabela 6), o pedúnculo contri-buía com 47,7%, 41,6% e 37,1%, respectivamen-te, para plantas com quatro, cinco e seis entrenós. Quanto ao entrenó Ped-1, foi detectado que sua influência na estatura total das plantas de trigo foi maior no genitor IAS-54, nos cruzamentos Vacaria IAS-54 (Tabela 5) e Glória x IAS-54 (Tabela 6), Pcsq, aopec. bras., Brasília, 16(4):527-538,jul./ago. 1981.

enquanto que no cruzamento Vacaria x Glória (Tabela 4) a influência foi semelhante nos dois ge-nitores. Além disto, os entrenós Ped'2 e Ped-3 não variaram muito em sua influência na estatura total, nas gerações estudadas.

A análise das médias dos entrenós inferiores, classificados nas Tabelas 4, 5 e 6, como outros (so-matório dos comprimentos dos entrenós existentes abaixo do entrenó Ped-3), revelou que o aumento de um entrenó, em qualquer das geraçes e para qualquer estatura total média das plantas, repre-sentou um acréscimo, quase constante, de aproxi-madamente 5% na estatura total média das mesmas. Por outro lado, a contribuição dos componentes Ped e Ped-1, quando somados, sempre foi superior a 50%, para qualquer geração ou classe de número de entrenós, nos três cruzamentos analisados. Foi averiguado, ainda, que o comprimento da espiga não foi influenciado pela estatura das plantas, nem pelo número de entrenós.

A associação existente entre a estatura total das plantas de trigo e seus componentes foi determina. da objetivando uma interpretação estatística sobre os resultados anteriores. Foi constatado (Tabela 7) que as estimativas dos coeficientes de correlação entre a estatura total e o número de entrenós fo-ram baixas, variando de 0,21 a 0,69. Também os valores estimados para a associação entre estatura total e comprimento de espiga foram inexpressivos. De outro modo, os coeficientes de correlação esti-mados para a estatura total e comprimento de en-

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(9)

TABELA 7. Estimativas dos coeficientes de correlação entre o comprimento de cada entrenó, dos dois entrenós supetio-'es

1

Ped + (Ped-1) j, da espiga e do número de entrenós com a estatura total lias gerações no segregantes (P 1 , P2 e F 1 ) e segregantes (F 2 , RC 1 F1 e RC2 F0 dos cruzamentos Vacaria x IAS-54, Vacaria x Glória e Glória x IAS-54, EEA/UPRGS, 1979.

Cruzamento Geraç5o N N9entr, Espiga Ped Ped-1 Ped-2 Ped-3 Ped +

Vacariax P1 74 0,44 0,10 0,80 0,36 0,37 0,66 .0.79 IAS-54 P2 83 0,46 0,01 0,10 0,84 0,74 0,80 0,48 F1 98 0,40 0,45 0,63 0,61 0,49 0,75 0,81 114 0,21 0,04 0,53 0,66 0,61 0,66 0,77 RC 1 F 1 101 0,58 0,42 0,73 0,69 0,72 0,78 0,84 RC2 F 1 137 0,19 0,18 0,67 0,64 0,63 0,69 0,84 Vacaria x P, 66 0.31 0,46 0,79 0,42 0,30 0,60 0.81 Glória P 2 71 0,46 0,28 0,63 0,82 0,76 0,75 0,85 E 1 78 0.51 0,38 0,83 0,73 0,78 0,75 0,89 F 2 780 0,37 0,18 0,67 0,64 0,62 0,60 0,81 RC 1 F 1 179 0,59 0,35 0,60 0,64 0,71 0,70 0,73 RC 2 F 1 99 0,49 0,49 0,76 0,84 0,84 0,88 0.88 Glória x P 1 80 0,40 0,56 0,76 0,83 0,71 0,69 0,84 IAS-54 P2 84 0,69 0,16 0,20 0,88 0,72 0,76 0,62 F 1 89 0,40 0,50 0,76 0.79 0,76 0,76 0,92 F 2 714 0,50 0,25 0:61 0,72 0,70 0,78 0,82 RC 1 F 1 146 0,47 0,43 0,70 0,82 0,76 0,80 0,86 RC 2 E 1 129 0,47 0,28 0,66 0.85 0,63 0,76 0,86

trenós poderiam ser considerados significantes, em sua maioria. Além disto, quando foram soma-dos os comprimentos soma-dos componentes Ped e Ped-1, as estimativas foram sempre expressivas e superio-res a 0,73, exceto para o genitor IAS-54, cujos coe-ficientes computados foram 0,48 e 0,62.

DISCUSSÃO

A análise da estatura da planta do trigo é um fato comum em diversas publicações. No entanto, desses trabalhos, poucos foram aqueles em que o número e o comprimento dos entrenós foram dis-cutidos. Conseqüentemente, esta pesquisa foi de-senvolvida objetivando elucidar se estes componen-tes podem modificar a herança do caráter "estatu-ra da planta".

O número de entrenós, em sua análise entre ge-nitores (Tabela 1), sugere a existência de variabi-lidade entre os mesmos. Foi verificado que o geni-tor Vacaria tinha seis entrenós, como número bá-sico, confirmando as observações para as plantas

de trigo, de uma maneira geral, de Percival (1974) e Briggle (1967). Enquanto isto, os genótipos Gl6ria e 1AS-54 tiveram uma maior freqüência de plantas com cinco entrenós, o que concorda com o -que foi descrito por Johnson (1953) e Gomes (1978).

A existência de variabilidade quanto ao núme-ro de entren6s no material estudado possibilitou a análise para identificaço da existência de efei-tos genéticos ou de natureza ambiental. A hipó-tese de a variabilidade ser ambiental condiciona a existência de plantas com diferente número de entrenós entre indivíduos de um mesmo genitor, pois o número de autofecundações na populaçâb paterna dificilmente permitiria a existência de va-riabilidade genética. Entretanto, poderia ser admi-tida a existência de mais de uma linha pura dentro da população paterna, o que explicaria kdiferença do número de entrenós. Contudo, como a progênie testada era proveniente de uma mesma planta, esta hipótese poderá ser rejeitada. Assim sendo, por ser admitido homozigose em todos os indivíduos de Pesq. agropec. bras., Brasília, 16(4):527-538,jul./ago. 1981.

(10)

536 P.L. SCHEEREN et aI. uma mesma cultivar, toda a variação existente

num mesmo genitor seria ambiental e para com-provar esta hipótese foi feita a análise das repe-tições de cada genitor (Tabela 2). Como as semen-tes para cada repetição eram proveniensemen-tes da mes-ma planta, o surgimento de plantas com diferente número de entrenós condicionaria que o caráter deveria ser expressivamente influenciado pelo ambiente, o que já havia sido observado por Powell & Schlehuber (1967), Peterson (1975)' e por Gomes (1978).

Quanto ao número de entrenós, comparado com a estatura total das plantas, foi verificado (Tabelas 4, 5 e 6) que, de uma maneira geral, à medida que aumentava um caráter, crescia tamlém o outro. No entanto, esta observação não tem res-paldo tia análise dos dados da geração F2, d0

cru-zamento Vacada e IAS-54, visto que o aumento de seis para sete entrenós não correspondeu ao aumento da estatura das plantas. Além disto, a observação dos desvios padrões, verificados nas gerações segregantes dos três cruzamentos, induz à hipótese de que seria plenamente viável a ocor-rência de plantas de porte baixo, mesmo com maior númerd de entrenós.

A interpretação dos valores, relativos ao com-primento de cada entrenó, revelou que o mesmo, em média, foi crescente da base para o ápice da planta, o que confirma os trabalhos anteriores, relatados por Johnson (1953), McNeal et al. (1960), Powell & Schlehuber (1967), Paqjset (1968) e Comes (1978).

Os comprimentos do pedúnculo e dos entre-nós superiores mostraram expressiva importância na determinação da estatura das plantas. Conside-rando as plantas como um todo, independente-mente de geração ou cruzamento, o pedúnculo foi o maior responsável pela estatura total da plantas, contribuindo com cerca de 40%. De uma certa forma, os resultados encontradõs, para o so-matório do pedúnculo e Ped-1, que representaram cerca de 60% sem a espiga e 70% com a espiga, confirmam o que foi relatado por Johnson (1953) e por Paquet (1968).

A caracterização da expressiva diferença, entre pedúnculos de plantas altas e baixas, pode ser verificada nos genitores, comparando plantas com o mesmo número de entrenós. No cruzamento Va-

cana x LAS-54, nas plantas com cinco entrenós, a diferença de comprimento dos pedúnculos, entre genitores, foi de 14,6 cm e de 19,4 cm, entre plan-tas com seis entrenós, sendo que estes valores fo-ram semelhantes diferença de estatura entre as plantas consideradas. De outra forma, no cruza-mento Vacaria x Glória, as diferenças foram de 14,4 cm e 10,3 cm para as clases com cinco e seis entrenós, respectivamenfe. No cruzamento Glória x IAS-54, a comparação das médias da estatura e dos comprimentos de cada entrenó evidenciou a possibilidade de atuação de mecanismos genéticos distintos, para o pedúnculo e demais entrenós, pois foi verificado que os pedúnculos do genótipo Glória eram maiores do que os de IAS-54, enquan-to que os demais entrenós foram mais longos no último genótipo, apesar de ambos terem estaturas semelhantes.

Com o objetivo de estimar o grau de associação existente entre a estatura total das plantas e seus componentes, foram estimados os coeficientes de correlação apresentados na Tabela 7. Os baixos va-lores estimados, de 0,21 a 0,69, para a estatura to-tal correlacionada com o número de entrenós, evi-denciaram uma pequena probabilidade de sucesso na seleção de plantas de porte baixo, tomando como critério o número de entrenós. Ao contrário dos resultados obtidos por Comes (1978), a as-sociação entre o comprimento da espiga e a esta-lura total foi inexpressiva, confirmando o que foi descrito por Powell & Schlehuber (1967), Boro-jevié (1968) e Zitelli & Mariani (1973). Exceção

feita para o genitor IAS-54, os coeficientes de cor-relação estimados para comprimento d0 pedúnculo e estatura total foram sighificativos, o mesmo ocorrendo com os demais entrenós e com o soma-tório de pedúnculo e Ped-1. Estes valores, mais uma vez, comprovam a grande importância do comprimento dos entrenós superiores, principal-mente do pedúnculo, na determinação da estatura final da planta, conforme já havia sido relatado por Johnson (1953), Scarascia-Mugnozza & Bozzini

(1968) e Comes (1978).

Considerando, em conjunto, todos os fatores que afetam a expressão d0 caráter número de en-trenós, como, por exemplo, a expressiva influência do ambiente e a extrema dificuldade na sua aferi-ção, este não parece ser o método mais indicado Pesq. agropec. bras., Brasilia. 16(4):527-538,juI./ago. 1981.

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para a identificação e seleção de plantas de porte baixo em trigo. Todavia, o comprimento dos en-trenós, principalmente do pedúnculo, surge como um método com possibilidade razoável de êxito, para a identificação e seleção de plantas de baixa estatura.

Finalmente, poderia ser admitida a possibili-dade de diminuir a estatura da planta, em trigo, pela redução do número de entrenós. Conforme os resultados anteriormente apresentados, a redução média da estatura, através do número de entrenós, foi da ordem de 5%, para cada entrenó a menos, enquanto que a redução através do comprimento d0 pedúnculo, pelos dados detectados, poderia ser de aproximadamente 15%.

CONCLUSÕES

1. Existe, no material estudado, variabilidade para os carateres "número de entrenós", "compri-mento de entrenós" e "estatura total da planta".

2. Os valores estimados para a correlação entre o comprimento da espiga e a estatura total da plan-ta não foram expressivos.

3. Embora os dados indiquem um aumento da estatura, com oacréscimo do número de entrenós, parece haver pouca possibilidade de êxito na sele-ção da estatura da planta, baseada apenas no nú-mero de entrenós, pois o ambiente revelou uma participação expressiva na determinação do cará-ter.

4. Quanto menor for o número de entrenós e a estatura total da planta, maior será a influência do pedúnculo sobre o comprimento total da planta.

5. Houve variabilidade para o caráter número de entrenós, mesmo com genótipos fixos (gerações paternas).

6. Foi detectada variabilidade para a estatura to-tal quando comparados genótipos distintos com o mesmo número de entrenós.

7. Parece haver expressiva probabilidade de êxi-to em prever a estatura das plantas do trigo, basea-do apenas no comprimento basea-dos entrenós superio-res e, principalmente, no tamanho do pedúnculo.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de

Desenvolvimento Cient(fico e Tecnológico (CNPq), ao Programa Integrado de Genética (PIG) e

a

Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul, pelos

re-cursos financeiros e facilidades na realização e de-senvolvimento desta linha de pesquisa.

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