PsicoterapiaInterpessoal
PsicoterapiaInterpessoal
TIP
TIP
1
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º
º
Encontro Forma
Encontro Forma
ç
ç
ão APIP
ão APIP
C
1º Manual TIP
Klerman G, Weissman, MM, Rounsaville B, Chevron E. Interpersonal Psychotherapy of Depression.
New York, Basic Books, 1984. Início dos anos 80: primeiros manuais de psicoterapia
instrumento de investigação
homogeneidade das intervenções comparação de dados
inicialmente sobre depressão
2 grupos investigam a psicoterapia da depressão (década de 70) cognitiva – Center for Cognitive Therapy – Filadelfia – Aaron Beck
interpessoal – Boston, New Haven e New York – G Klerman & Weissman M
Introdução
Modelo TIP – Klerman et al
Tempo limitado, semanal, ambulatório Foco nas relações interpessoais actuais
Intervenção na formação do sintoma e disfunção social por depressão Não interfere nos traços de personalidade
Enfoque pluralista
não doutrinário, modelo biopsicossocial
empírico, experiência clínica, evidência experimental psiquiatria interpessoal e psicologia social
Indicação inicial
depressão Major (ñ BIP, ñ psicótica, acontecimentos vida)
Indicações actuais
perturbação distímica bulimia nervosa
depressão recorrente (TIP – M) perturbação bipolar
fobia social
perturbação pânico dismorfofobia
somatização crónica
perturbação personalidade border-line consumo substâncias Populações específicas adolescentes idosos Grupos
Indicações
• Antecedentes infantis de perda e depressão adulta • Stress e acontecimentos de vida e depressão
• Suporte social protector da depressão
• Relações de intimidade e protecção contra depressão • Conflitos conjugais crónicos
• Dificuldades interpessoais na depressão
Modelos conceptuais da TIP
Bowlby (1988):
“working model” relacional Harry Stack Sullivan (1953):
distorções paratáxicas (modificáveis)
Psicodinâmica e Terapia Centrada Terapia cognitiva e comportamental Terapia sistémica - comunicação
Modelos conceptuais da TIP
Attachment – necessidades, vinculação (segura, insegura ambivalente, insegura evitante)
Comunicação – depende da vinculação, causalidade circular, conteúdo expresso/afecto associado
Medroso
Medroso
(desorganizado) (desorganizado)Evitante
Evitante
Outro
Outro
-
-Preocupado
Preocupado
(ambivalente) (ambivalente)Seguro
Seguro
Outro +
Outro +
Pr
Pr
ó
ó
prio
prio
-
-Pr
Pr
ó
ó
prio +
prio +
Modelos
Modelos
Horowitz & Bartholomew, 1991
Relação doente-terapêuta
em TIP
• Avaliar vínculo
• Formular hipóteses interpessoais
• Compreender funcionamento interpessoal na vida habitual • Informar sobre resistência
• Planear fim da psicoterapia • Predizer outcome
Tarefas essenciais em
TIP
1. Criar ambiente terapêutico e boa aliança terapêutica 2. Reconhecer padrão da comunicação inter-pessoal 3. Identificar os padrões disfuncionais de comunicação 4. Ajudar a desenvolver rede suporte social
Avaliação inicial
História psiquiátrica (e médica) Vinculação: consciência do estilo
qualidade da narrativa descrição dos outros relação terapêutica Estilo comunicação:
Inventário Inter-Pessoal
Nome ………. Idade. ………….
Nome do outro importante ………... (associar a início da depressão?) Relação do outro com o doente (expectativas, problemas, comunicação) Relato do problema pelo doente...
Área (s) a clarificar: ...………....
Área problema acordada: Luto … Disputa …Transição de papel... Défice IP … Vinculação: Segura... Insegura... Evitante...
consciência do estilo comunicativo próprio: bastante... média... pouca... qualidade da narrativa: bastante afecto... pouco afecto... sem afecto... descrição dos outros: tridimensional... bidimensional... sem detalhe... relação terapêutica: fácil... dependente... difícil...
Guião de perguntas gerais:
Reacção dos pais a bons resultados académicos? Reacção dos pais quando era magoado (a)? Reacção dos pais quando se zangava? Pedir ajuda aos pais? Outras figuras prestadoras de cuidados parentais? Relação com irmãos ao longo do
crescimento? Obtenção de suporte social? Resolução de problemas inter-pessoais? Lidar com perdas? Lidar com rupturas relacionais? Cuidar dos outros? Modo como se zanga? Modo como fica em stress?
Formulação Inter-Pessoal
Factores Biológicos Genética Tóxicos Doenças físicas Tratamentos somáticos Factores Sociais Relações Íntimas Suporte Social Factores Psicológicos Vinculação Personalidade Mecanismos de Coping Indivíduo Único Crise Interpessoal Problemas IP Luto Conflitos Transição papel Défice IPFase inicial TIP 1-2 sessões
A. Lidar com a depressão Rever sintomas
Dar nome ao síndrome
Explicar depressão e tratamento Dar o papel de doente
Avaliar necessidade de medicação
B. Relacionar depressão com contexto interpessoal Rever as relações actuais e passadas (Inventário IP) Interacção relações importantes
Expectativas mútuas e grau de satisfação Mudanças desejadas nas relações
C. Identificação da área problema
Associação área problema e depressão Objectivos terapêuticos
Factores relacionais e como mudá-los D. Explicar TIP estabelecer contrato
Ponto de vista do terapeuta
Área problema de acordo comum Descrição da TIP
Fase intermédia TIP 3 – 12 sessões
A. Lidar com a relação terapêutica
B. Manter foco numa área TIP específica
C. Explorar expectativas e avaliações do doente
D. Intervenções TIP: clarificação, incidentes inter-pessoais, expressão do afecto
E. Solução de problemas: brainstorming, implementação, monitorização
Fase final TIP 13 – 14 sessões
A. Rever progresso
B. Antecipar futuros problemas
C. Reforçar positivamente ganhos do doente
Técnicas
Técnicas usadas em TIP
1. Clarificação e Escuta Activa 2. Análise da Comunicação 3. Incidentes Interpessoais 4. Uso do Afecto 5. Role Playing 6. Solução de Problemas 7. TPC
8. Uso da Relação Terapêutica
Objectivos
1. Facilitação do processo de luto
2. Ajudar a restabelecer interesses e relações substitutos Estratégias
1. Rever sintomas depressivos
2. Relacionar sintomas com morte de pessoa significativa 3. Reconstruir relação com o falecido
4. Descrever a sequência dos acontecimentos antes, durante e após morte
5. Explorar sentimentos associados (negativos e positivos) 6. Modos possíveis de envolvimento com outros
Áreas problema
Área problema
Conflitos inter-pessoais
Objectivos
1. Identificar o conflito 2. Escolher plano de acção
3. Modificar expectativas e falhas de comunicação para solução satisfatória
Estratégias
1. Rever sintomas depressivos
2. Relacionar sintomas com conflitos latentes ou claros com outros importantes
3. Determinar estado do conflito:
a. renegociação: acamar para facilitar resolução
b. impasse: aumentar desarmonia para reabrir renegociação c. dissolução: assistir ao afastamento
4. Compreender discordâncias de papéis relacionados com disputa
a. assunto em discussão
b. diferenças nas expectativas e valores c. quais as opções
d. probabilidade de alternativas
e. recursos disponíveis para a mudança 5. Semelhanças com outras relações
a. ganho do paciente
b. assumpções por detrás do comportamento do paciente 6. Factores de manutenção do conflito
Áreas problema
Área problema
Transição de papel Objectivos
1. Ajudar a aceitar a perda do antigo papel 2. Aceitar lado positivo do novo papel
3. Aumentar auto-estima por maior controlo do novo papel Estratégias
1. Rever sintomas depressivo
2. Relacionar sintomas com dificuldade em lidar com novo papel 3. Rever aspectos positivos e negativos no velho e novo papel 4. Explorar sentimentos sobre o que foi perdido
5. Explorar sentimentos sobre a transição 6. Explorar oportunidades do novo papel 7. Avaliar o que foi perdido realisticamente 8. Encorajar ventilação dos sentimentos
Área problema
Défices inter-pessoais Objectivos
1. Reduzir isolamento social
2. Encorajar formação de novas relações Estratégias
1. Rever sintomas depressivos
2. Relacionar com isolamento ou vazio
3. Rever relações anteriores (negativo e positivo) 4. Explorar padrões repetitivos relacionais
5. Abordar aspectos positivos e negativos da relação com terapeuta e paralelismos com outros
A. Discutir final do tratamento
B. Terminação como processo de separação com sentimentos apropriados
C. Reconhecimento de competências adquiridas
Validação
TIP é eficaz nas Perturbações do Espectro Depressivo (Depressão major, distímia, depressão recorrente)
Guidelines APA para depressão: 1993
Evidência de Eficácia
1º estudo TIP
Klerman et al, 1974
Tratamento de 8 meses
Ínicio em 1967 e sem manual estandardizado e formação unitária Falta de operacionalização diagnóstica
150 doentes depressivas com resposta à amitriptilina e 50% redução sintomas 6 condições criadas ao longo dos 8 meses
Conclusões: antidepressivo reduziu as recaídas, a TIP melhorou função social (tardiamente)e não influiu nas recaídas, maior eficácia para
Evidência de Eficácia
1ª verificação
RCT, N=81 (85% ♀)
TIP, Amitriptilina, TIP+Amitriptilina, psicoterapia inespecífica de controlo
Weissman MM et al, 1979
TIP semanal, por 16 semanas e segundo manual com técnicos treinados Tratamento agudo da depressão (diagnóstico pelo RDC)
Avaliação após 1 ano
Conclusões
1ª verificação de eficácia da TIP
1. Os 3 tratamento activos foram melhores
2. TIP e amitriptilina sem diferença no tratamento da fase aguda (a acção da amitriptilina foi 1 a 2 semanas mais rápida)
3. TIP+Amitriptilina melhor que qualquer uma isolada e com menor taxa de dropouts e mais tardiamente
4. TIP melhor nos sintomas emocionais e cognitivos 5. Amitriptilina melhor nos sintomas vegetativos 6. Após 1 ano TIP melhor na adaptação social
Evidência de Eficácia
Confirmação de efectividade
Estudo NIMH-TDCRP
National Institute of Mental Health
Treatment of Depression Collaborative Research Program
Elkin I et al, 1989
RCT, N=250, ,multicêntrico, Depressão Major (RDC), ñ BIP, ñ psicótica TIP, TCC, Imipramina+Apoio clínico, Placebo+Apoio clínico
TIP, TCC, semanais, 16 semanas, segundo manual, técnicos muito treinados (11,4 anos mínimo de experiência clínica), supervisão, pelo menos 12 sessões de psicoterapia efectiva/doente ou 15 semanas de duração
Manejo clínico por psiquiatras com muita experiência e com mesma frequência Imipramina+Apoio clínico ≈Terapia combinada...?
Conclusões
Confirmação de efectividade
1. Todos os tratamento reduziram os sintomas e melhoraram funcionamento social, mesmo o placebo (remissão em 66% do
total dos doentes às 16 semanas)
2. As formas activas foram melhores que o placebo na depressão 3. Imipramina+Apoio clínico: a mais eficaz (no início)
4 Placebo+Apoio Clínico: a menos eficaz
5. Às 12 semanas as 3 formas activas eram iguais na redução da depressão e no funcionamento global
6. Os dropouts no placebo foram 2 vezes > TIP 7. TIP: menos dropouts
1. TIP=Imipramina para depressão ligeira a moderada
2. TIP pouco melhor que TCC para depressão grave (Hamilton>20)
3. Depressão grave com disfunção funcional importante prediz melhor resposta à TIP e Imipramina
4. Menos disfunção cognitiva prediz melhor resposta à TCC e Imipramina 5. Menos disfunção social prediz melhor resposta à TIP
Conclusões
Confirmação de efectividade
Dicotomização por gravidade depressiva Preditores de resposta (Sotsky et al, 1991)
Conclusões
Conclusões
Remissões completas e recaídas (Shea et al, 1992)
1. 43 % dos doentes que entraram em TIP remitiram (HAM-D<7) 2. 55% dos que completaram TIP remitiram
3. 23% terminaram prematuramente (depressão mais grave inicial)
Recaídas aos 18 meses: 1. TCC: 36%
2. TIP: 33%
3. Imipramina mais apoio clínico: 50% 4. Imipramina e apoio clínico: 33%
Evidência de Eficácia
-Prevenção de recaídas
( Frank et al, 1990; Kupfer et al, 1992)
Conclusões
• Imipramina reduz as recaídas, TIP-M não é tão eficaz
• O tratamento combinado imipramina – TIP não reduz recaídas
• TIP foi superior ao placebo em atrasar aparecimento das recaídas Método
Remissão obtida com imipramina e TIP → randomização pelos 5 braços Remissão
da fase aguda Imipramina + TIP
Evidência de Eficácia
Meta-análise (4 variantes)
TIP vs Med, TIP+Med vs Med, TIP vs placebo, TIP vs TCC Feijo de Mello et al, Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci 2005
13 RCTs com TIP em Doenças do Espectro Depressivo 1974 a 2002; selecção de 13 entre 23 ensaios
Outcomes de eficácia: remissão, variação de sintomas depressivos entre inicial e final, não haver recorrência
Índice de aceitabilidade: dropouts Critérios de inclusão:
RCTs entre TIP, AD ou outras Psicoterapias Diagnóstico por método estandardizado
Duração definida do ensaio (agudo≤4 m, manutenção≥6 m, profilaxia) Antidepressivos: tricíclicos, SSRI, RIMA (150 mg imipramina ou equivalente) TIP > controlo: RR (remissão) ou Média Ponderada (diferença sintomas)
Meta-análise 1
TIP vs Antidepressivo
9 estudos
947 doentes (TIP: 488; Medicação: 459) Outcome: remissão, não recorrência
Tratamento agudo: 43% vs 51% - ñ sig
Tratamento manutenção: 52.8% vs 59.6% - ns
Tratamento de profilaxia: 36.4% vs 67.9% - ns
Dropouts: 31.7% vs 33.3% - ñ sig
Dropouts: 13% vs 23.2% - ñ sig Dropouts: 16.6% vs 28.6% - ñ sig
Meta-análise 2
TIP+ Antidepressivo vs Antidepressivo
8 estudos
Outcome: remissão, não recorrência
Tratamento agudo(remissão): 76.8 % vs 67.7 % - ñ sig
Tratamento manutenção (remissão): 60.5% vs 60.8% - ñ sig
Tratamento de profilaxia (não recorrência): 78 % vs 67.9 % - ñ sig Dropouts: 23.2% vs 44.8% - ñ sig
Dropouts: 14% vs 23.2% - ñ sig Dropouts: 28.1% vs 28.7% - ñ sig
Meta-análise 3
TIP vs Placebo
9 estudos
653 doentes (TIP: 653; Placebo: 316)
Outcome: remissão, diminuição de sintomas depressivos, não recorrência
Tratamento agudo (remissão): 68.1 % vs 48.7 % - ñ sig
Tratamento de profilaxia (não recorrência): 36,4% vs 15,4% - p < 0.05 Tratamento agudo (diminuição de sintomas): - 3.57 na TIP – p < 0.05
Dropouts: 19.2% vs 37.7% - p < 0.05
Meta-análise 4
TIP vs TCC
3 estudos
204 doentes (TIP: 102; TCC: 102) Outcome: remissão
Tratamento agudo(remissão): 56.1% vs 47.1 % - ñ sig
Dropouts: 26.6% vs 37.1% - ñ sig
Meta-análise (4 variantes)
TIP vs Med, TIP+Med vs Med, TIP vs placebo, TIP vs TCC Feijo de Mello et al, Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci 2005
Conclusões
1. TIP é mais eficaz que placebo e e menos dropouts
2. TIP + Antidepressivo e somente Antidepressivo semelhantes em eficácia e aceitação (dropouts)
Estudo de Caso
Área-problema: conflitos interpessoais Técnicas do terapêuta
Respostas do doente
Stuart S, Robertson M: Interpersonal Psychotherapy: A Clinician's Guide. London, Edward Arnold
Oxford University Press, 2003
Weissman MM, Markowitz JC, Klerman GL.
Comprehensive Guide to Interpersonal Psychotherapy. Basic Books, New York, NY, 2000
Wifley DE, Mackenzie KR, Welch R, Ayres V, Weissman MM (eds.). Interpersonal Psychotherapy for Group.
Basic Books, New York, NY, 2000 Schramm E.
Psicoterapia Interpesonal. Masson, Barcelona, 1998
Elkin I, Shea MT, Watkins JT, Imber SD, Sotsky SM, Collins JF, Glass DR, Pilkonis PA, Leber WR, Docherty JP, Fiester SJ,
Parloff MB. National Institute of Mental Health Treatment
of Depression Collaborative Research Program: General effectiveness of treatments. Arch Gen Psychiatry 1989; 46(11): 971-982
Weissman MM, Prusoff BA, DiMascio A, Neu C, Goklaney M, Klerman GL:
The efficacy of drugs and psychotherapy in the treatment of acute depressive episodes. Am J Psychiatry 1979; 136:555-558
Sotsky SM, Glass DR, Shea MT, Pilkonis PA, Collins JF, Elkin I, Watkins JT, Imber SD, Leber WR, Moyer J, Oliveri ME.
Patient predictors of response to psychotherapy and pharmacotherapy:
Findings in the NIMH Treatment of Depression Collaborative Research Program. Am J Psychiatry 1991; 148(8), 997-1008
Feijo de Mello M, Mari JJ,Bacaltchuk J, Verdeli H, Neugebauer R.
A systematic review of reserach findings on the efficacy of interpersonal therapy for depressive disorders.
Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci 2005; 225:75-82
ARTIGOS
Frank E, Kupfer DJ, Perel JM, et al: Three-year outcomes for maintenance therapies in recurrent depression. Archives of General Psychiatry, 1990;47:1093-1099.
Kupfer DJ, Frank E, Perel JM, et al: Five-year outcomes for maintenance therapies in recurrent depression. Archives of General Psychiatry, 1992; 49:769-773
http://www.iptedinburgh.org/Main
http://www.interpersonalpsychotherapy.org
FORMAÇÃO E CONTACTOS
CURSO DE 20 HORAS