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Boletim. Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde. Hepatites Virais

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Epidemiológico

Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde

Hepatites

Virais

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(3)

Epidemiológico

Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde

N° 24 - 2017

ISSN 2358-9450

Introdução

As hepatites virais constituem um enorme

desafio à saúde pública em todo o mundo. Elas

são responsáveis por cerca de 1,4 milhão de

óbitos anualmente, como consequência de suas

formas agudas graves ou, principalmente, pelas

complicações das formas descompensadas crônicas

ou por hepatocarcinoma.

Em nosso país, esse cenário parece se repetir.

Dados deste Boletim revelam que os óbitos por

hepatite C representam atualmente a maior

causa de morte entre as hepatites virais no Brasil.

Evidenciam, também, que o número de óbitos

devidos a essa etiologia vem aumentando ao longo

dos anos, em todas as regiões. Entre 2000 e 2015,

foram identificados 46.314 óbitos relacionados à

hepatite C.

O enfrentamento das epidemias de hepatites

virais, sobretudo a epidemia da hepatite C, exige

uma política bem estruturada de saúde pública.

Nesse contexto, informações epidemiológicas

atualizadas são fundamentais e necessárias.

Este Boletim Epidemiológico é publicação do

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle

das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do

HIV/Aids e das Hepatites Virais, da Secretaria

de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde

(DIAHV/SVS/MS). Ele contém dados relativos às

hepatites virais, atualizados até 2016 e detalhados

segundo variáveis selecionadas, por regiões e

Unidades da Federação. Entre outras informações,

destacam-se, neste Boletim, os dados referentes

à hepatite C em todo o território nacional. Entre

1999 a 2016, foram detectados 182.389 casos dessa

afecção, observando-se uma elevação da taxa de

detecção em diferentes regiões.

É plausível supor que o aumento dos casos

notificados se deva à recente disponibilização em

todo território nacional das novas medicações de

ação direta, voltadas ao tratamento da hepatite C

crônica. A partir de 2015, novas terapias baseadas

Hepatites Virais no Brasil

no uso de sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir

foram incorporadas ao tratamento dessa patologia

no Brasil. Trata-se de terapia inovadora e com altas

taxas de sucesso terapêutico.

Entre 2015 e 2017, cerca de 57.000 tratamentos

para essa doença foram disponibilizados em todo

o território nacional, levando a taxas de cura de

95% entre todos os casos tratados. Importante

mencionar que, entre 2002 e 2014, quando o

tratamento dessa doença se fazia com terapias

baseadas no uso de interferon, apenas cerca de

110.000 tratamentos foram realizados em todo o

país. O interferon constituía então a única terapia

disponível, com taxas de sucesso de apenas 50% e

inúmeros efeitos colaterais.

Portanto, vivemos nos últimos anos, no Brasil

e em todo o mundo, uma enorme evolução no

tratamento da hepatite C. No entanto, há ainda

muitos desafios a serem enfrentados para o efetivo

controle dessa epidemia entre nós. A elaboração de

documentos que contribuam para o aprimoramento

das ações nessa área constitui compromisso e

missão do DIAHV.

Este ano, diferentes Protocolos Clínicos e

Diretrizes Terapêuticas (PCDT) foram elaborados

e/ou atualizados, relativos às hepatites virais B ou

C, à infecção pelo HIV e à sífilis. Em todos eles,

orientações específicas relativas ao diagnóstico,

manejo e tratamento das hepatites virais foram

incluídas.

O presente Boletim Epidemiológico faz parte

dessa série de documentos e tem como principal

objetivo aprimorar as ações de atenção, prevenção

e vigilância das hepatites virais em nosso país.

Tem também a missão de fornecer subsídios

para diferentes linhas de pesquisas, clínicas ou

epidemiológicas e, dessa forma, contribuir para o

aperfeiçoamento das ações do DIAHV em relação

ao enfrentamento das hepatites virais no âmbito do

Sistema Único de Saúde.

(4)

4

Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais Ano V – nº 01

Tiragem: 3000 ISSN: 2358-9450

Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde – Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV)

SRTVN Quadra 701, lote D, Edifício PO700 – 5º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF

Disque Saúde – 136 e-mail: aids@aids.gov.br site: www.aids.gov.br

© 1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

Comitê Editorial

Adeilson Loureiro Cavalcante, Sônia Maria Feitosa Brito, Adele Schwartz Benzaken, Daniela Buosi Rohlfs, Elisete Duarte, Geraldo da Silva Ferreira, João Paulo Toledo, Márcia Beatriz Dieckmann Turcato, Maria Terezinha Villela de Almeida, Marta Roberta Santana Coelho.

Equipe Editorial

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais – DIAVH/SVS/MS: Adele Schwartz Benzaken (Editora Científica).

Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços/SVS/MS: Lúcia Rolim Santana de Freitas (Editora Assistente). Colaboradores

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais - DIAVH/SVS/MS: Alessandro Ricardo Caruso da Cunha, Elisa Argia Basile Cattapan, Elton Carlos de Almeida, Flavia Kelli Alvarenga Pinto, Gerson Fernando Mendes Pereira, Maria Cássia Jacintho Mendes Correa, Melina Érica Santos, Rachel Abrahão Ribeiro, Ronaldo de Almeida Coelho, Simone Monzani Vivaldini.

Projeto gráfico e diagramação Marcos Cleuton de Oliveira (DIAHV) Distribuição eletrônica Núcleo de Comunicação/SVS Revisão de texto

Angela Gasperin Martinazzo (DIAHV)

Nesta edição do Boletim Epidemiológico de

Hepatites Virais 2017, destacaremos o cenário

epidemiológico e as tendências de distribuição

e impacto das hepatites virais no Brasil, regiões e

estados, reafirmando o compromisso de publicar

e disseminar anualmente informações atualizadas

sobre a situação epidemiológica desses agravos no

país. Ainda para o ano de 2017, acompanhando

este Boletim, o Departamento de Vigilância,

Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente

Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites

Virais, divulga o painel de indicadores das hepatites

virais, disponível em www.aids.gov.br/indicadores,

contendo dados de todos os municípios do Brasil.

As informações presentes neste Boletim têm

como objetivos subsidiar o planejamento e

aprimoramento das ações de atenção, prevenção

e vigilância das hepatites virais no país; auxiliar

na elaboração de hipóteses sobre os padrões

de ocorrência dessas doenças; contribuir para

a identificação de novas linhas de pesquisa

epidemiológica e operacional; e indicar a

necessidade de aperfeiçoamento da vigilância, da

qualidade da informação e da capacidade local para

a captação de casos e confirmação destes à luz dos

critérios preconizados.

(5)

Cenário epidemiológico das hepatites virais

De 1999 a 2016, foram notificados no Sistema

de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

561.058 casos confirmados de hepatites virais no

Brasil. Destes, 162.847 (29,0%) são referentes aos

casos de hepatite A, 212.031 (37,8%) de hepatite

B, 182.389 (32,5%) de hepatite C e 3.791 (0,7%) de

hepatite D (Tabela 1).

A distribuição proporcional dos casos varia

entre as cinco regiões brasileiras: a região Nordeste

concentra a maior proporção das infecções pelo

vírus A (30,8%). Na região Sudeste concentram-se

as maiores proporções dos vírus B e C, com 35,4% e

62,2%, respectivamente. Por sua vez, a região Norte

acumula 76,8% do total de casos de hepatite D (ou

Delta) (Tabela 1 e Gráfico 1).

Gráfico 1. Proporção de casos de hepatites virais notificados segundo regiões. Brasil,

1999 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS. 25,8 14,2 3,1 76,8 30,8 9,4 5,7 5,0 16,4 35,4 62,2 9,8 15,5 31,6 25,6 5,3 11,4 9,3 3,4 3,1 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Hepate A Hepate B Hepate C Hepate D

Proporção de casos

n

oficados

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Entre os anos de 2003 e 2007, no Brasil, a taxa

de incidência de hepatite A era superior à das

demais etiologias (B, C e D); entretanto, após 2007,

apresentou uma importante queda, atingindo

0,6/100 mil habitantes em 2016. Nesse mesmo

período, em contrapartida, as taxas das hepatites

B e C apresentaram tendência de aumento. As

menores taxas são observadas para a hepatite D,

que se mantiveram constantes em todo o período

(Gráfico 2).

(6)

FONTE: Sinan/SVS/MS

Gráfico 2. Taxa de incidência/detecção de hepatites virais segundo agente etiológico e ano

de notificação. Brasil, 2003 a 2016.

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de incidência/detecçã o (x100 mil hab. ) Ano de noficação

Hepate A Hepate B Hepate C Hepate D

1,7%

21,6%

75,6%

1,1%

Hepate A

Hepate B

Hepate C

Hepate D

Gráfico 3. Distribuição dos óbitos associados às hepatites virais segundo agente etiológico.

Brasil, 2000 a 2015.

De 2000 a 2015, foram identificados, no Brasil,

pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM),

61.297 óbitos associados às hepatites virais dos tipos

A, B, C e D. Desses, 1,7% foram associados à hepatite

viral A; 21,6% à hepatite B; 75,6% à hepatite C e 1,1%

à hepatite D (Tabela 2; Gráfico 3).

(7)

Hepatite A

Os casos de hepatite A concentram-se, em sua

maioria, nas regiões Nordeste e Norte do país,

que representam juntas 56,6% de todos os casos

confirmados no período de 1999 a 2016. As regiões

Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 16,4%,

15,5% e 11,4% dos casos do país, respectivamente.

Segundo as Unidades da Federação, Amazonas e

Paraná são os estados que mais concentram casos

de hepatite A, com 8,6% e 7,4% de todos os casos

do país, respectivamente, enquanto Sergipe é o

estado que apresenta o menor volume de casos

notificados, menos de 1,0% (Tabela 3).

A taxa de incidência de hepatite A do Brasil

apresentou aumento até 2005, quando atingiu

11,7 casos por 100 mil habitantes e, desde 2006,

tem mostrado tendência de queda: em 2016,

a taxa observada foi de 0,6 casos para cada 100

mil habitantes. Estratificando-se as análises por

região, nota-se uma tendência de queda similar à

do país a partir de 2007, com exceção da região

Norte, que, mesmo em queda, apresentou maiores

taxas e variações (Tabela 3; Gráfico 4). Ao final

do período analisado, as taxas observadas nas

regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste não

ultrapassaram 0,7 casos por 100 mil habitantes.

Na região Norte, foi de 1,9 casos por 100 mil.

Gráfico 4. Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo região de residência e ano de

notificação. Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de incidência (x100mil hab. ) Ano de noficação

(8)

Se ranqueadas as taxas de incidência de hepatite

A nas 27 capitais brasileiras, em 2016, pode-se

observar que 12 delas apresentaram taxa superior

à nacional (0,6 casos por 100 mil habitantes), a

citar em ordem decrescente: Boa Vista-RR (5,8),

Rio Branco-AC (5,6), Macapá-AP (4,9), Porto

Velho-RO (2,9), Maceió-AL (2,5),

Florianópolis-SC (1,3), Porto Alegre-RS (1,1), Curitiba-PR (0,9),

São Luís-MA (0,8), Teresina-PI (0,8), Manaus-AM

(0,7) e Palmas-TO (0,7). Fortaleza-CE apresentou

a menor taxa de incidência dentre as capitais

com casos notificados, com 0,03 casos por 100

mil habitantes em 2016. Natal-RN, João

Pessoa-PB e Vitória-ES não apresentaram nenhum caso

notificado nesse ano (Gráfico 5; Tabelas 3 e 4).

Quando pareadas as taxas observadas nos

estados e em suas respectivas capitais,

observa-se que a incidência estadual de hepatite A foi

maior do que na respectiva capital em 12 das

UF brasileiras: Acre, Amazonas, Pará, Tocantins,

Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,

Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul

e Mato Grosso (Gráfico 5; Tabelas 3 e 4).

No período de 2003 a 2016, a distribuição dos

casos de hepatite A segundo sexo mostra que não

existe diferença expressiva entre o número de

casos em homens e mulheres. O sexo masculino

apresenta 6,3% mais de casos que o sexo feminino,

o que implica uma razão de sexos que varia ao

longo do período entre 1,1 e 1,3 (Tabela 5).

Gráfico 5. Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo UF e capital de residência.

Brasil, 2016

Brasil = 0.6 0 1 2 3 4 5 6 7 8 RR AC AP RO AL SC RS PR MA PI TO AM DF MG BA SP PE RJ PA GO MT SE MS CE ES PB RN Taxa de detecção (x100 mi l hab. )

Capital Unidade da Federação

No último ano, a taxa de incidência de hepatite

A em homens foi de 0,6 casos para cada 100 mil

habitantes, enquanto entre as mulheres foi de

0,5 caso. A tendência das taxas de incidência de

ambos os sexos, a partir de 2005, é de queda, com

maior velocidade de diminuição entre os homens

(Tabela 5; Gráfico 6).

(9)

Gráfico 6. Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo sexo e ano de notificação.

Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS 1,1 1,1 1,1 1,1 1,2 1,1 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,3 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de incidência (x100 mil hab. ) Ano de noficação

Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)

A incidência de hepatite A é maior em crianças

menores de dez anos de idade, independentemente

do sexo, e decresce à medida em que aumenta a

idade. Os casos nessa faixa etária correspondem

a 54,5% de todos os casos notificados no país, no

período de 1999 a 2016. A taxa de incidência nesse

grupo também é superior em relação aos demais;

no entanto, desde 2005, a taxa tem apresentado

expressiva redução e, no último ano, a queda

foi mais acentuada, aproximando a incidência

observada nos outros grupos etários. Em 2016,

a variação observada permaneceu entre 0,4 e 0,9

casos por 100 mil habitantes (Tabela 6; Gráfico 7).

Gráfico 7. Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo faixa etária e ano de notificação.

Brasil, 2003 a 2016

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de incidência (x100 mil hab. ) Ano de noficação

(10)

Em relação ao critério raça/cor, verificou-se

uma melhoria na qualidade dos dados relativos

a essa informação. O percentual de notificações

sem preenchimento ou com marcação do campo

“ignorado” diminuiu de 94,5% em 1999 para

11,7% em 2016. Considerando-se os indivíduos

com a informação de raça/cor conhecida no ano de

2016, aqueles autodeclarados pardos concentram

o maior percentual (54,5%), seguidos dos brancos

(36,5%), pretos (6,7%), indígenas (1,8%) e

amarelos (0,5%), conforme mostra a Tabela 7.

Entre os anos de 2000 e 2015, foram identificados

1.066 óbitos associados à hepatite A, sendo

71,8% como causa básica. Na distribuição entre

as regiões, observou-se que a maior proporção

ocorreu na região Nordeste (34,9% do total de

óbitos), conforme mostra a Tabela 2.

O coeficiente de mortalidade por hepatite A

como causa básica mostra tendência de queda

em todas as regiões brasileiras. A região Norte

se destaca por apresentar o maior coeficiente em

todo o período analisado, com exceção do ano de

2012, quando a região Nordeste ultrapassou seu

coeficiente (Tabela 8; Gráfico 8).

A faixa etária mais frequente entre os óbitos cuja

causa básica foi a hepatite A é a dos indivíduos com

60 anos ou mais, sendo esta também responsável

pelo maior coeficiente de mortalidade em todo o

período analisado (Tabela 8).

Quando analisados por sexo, ocorreram em média

mais óbitos por hepatite A entre os homens do que

entre as mulheres. Nos últimos três anos da análise,

porém, os coeficientes de ambos os sexos se igualaram.

Do total de óbitos ocorridos entre 2000 e 2015, 430

(56,2%) foram entre os homens (Tabela 8).

Gráfico 8. Coeficiente de mortalidade por hepatite A segundo região de residência e ano do

óbito. Brasil, 2000 a 2015.

FONTE: SIM/DASIS/MS.

NOTA: Representação gráfica suavizada do coeficiente de mortalidade.

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

Coef. de mortalidad

e

(x100mil

hab.

)

Ano do óbito

(11)

Hepatite B

No período de 1999 a 2016, foram notificados

212.031 casos confirmados de hepatite B no Brasil;

desses, a maioria está concentrada na região Sudeste

(35,4%), seguida das regiões Sul (31,6%), Norte

(14,2%), Nordeste (9,4%) e Centro-Oeste (9,3%).

Ao se comparar a proporção dos casos nos últimos

três anos por regiões, observou-se uma tendência

de estabilidade entre elas, à exceção da região Norte,

que apresentou diminuição na proporção de casos

no último ano (Tabela 9).

As taxas de detecção de hepatite B no Brasil, desde

2011, vêm apresentando poucas variações, atingindo

6,9 casos para cada 100 mil habitantes no país em

2016. Desde 1999, ano de início da notificação

compulsória da doença no Brasil, verificou-se que

a taxa de detecção das regiões Sul, Norte e Centro

Oeste foram superiores à taxa nacional, enquanto as

menores taxas foram observadas na região Nordeste

(Tabela 9; Gráfico 9).

Gráfico 9. Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo região de residência e ano de

notificação. Brasil, 2003 a 2016.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Taxa

de

dectecção

(x100mil

hab.

)

Ano de noficação

Brasil

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

FONTE: Sinan/SVS/MS.

Na Tabela 10, está apresentado o ranking da

taxa de detecção de hepatite B segundo as capitais.

Visualiza-se que 11 capitais, em 2016, apresentaram

taxa de detecção superior à do país (que é de 6,9 casos

por 100 mil habitantes). Porto Velho apresentou

a maior taxa (35,6 casos por 100 mil habitantes),

sendo esta 35,4% maior que a observada para o

segundo lugar, Rio Branco (26,3 casos por 100

mil habitantes). Além disso, observou-se que, três

das cinco capitais com maiores taxas pertencem à

região Norte (Porto Velho-RO, Rio Branco-AC e

Boa Vista-RR).

Apenas seis estados apresentaram, em sua

totalidade, taxas de incidência superiores às

observadas em suas capitais: Acre, Paraná, Santa

Catarina, Mato Grosso, Amapá e Pará (Gráfico 10;

Tabelas 9 e 10).

(12)

Gráfico 10. Taxa de incidência de casos de hepatite B segundo UF e capital de residência.

Brasil, 2016.

Brasil = 6.9 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 RO AC RR RS PR AM SC MT DF ES SP GO MG TO SE BA PE AL CE RJ AP MA MS PA RN PI PB Taxa de detecção (x100 mil hab. )

Capital Unidade da Federação

FONTE: Sinan/SVS/MS.

Do total de casos de hepatite B notificados de

1999 a 2016, 114.904 (54,2%) ocorreram entre

homens. Entre 2003 a 2016, a razão de sexos que

variou entre 1,1 e 1,3, e a taxas de incidência entre

homens e mulheres apresentaram tendência de

aumento no período (Tabela 11; Gráfico 11).

Gráfico 11. Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo sexo e ano de notificação.

Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS.

1,2

1,2

1,2

1,1

1,1

1,1

1,2

1,2

1,1

1,2

1,2

1,2

1,2

1,3

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Taxa

de

detecção

(x100

mil hab.

)

Ano de noficação

(13)

A distribuição dos casos de hepatite B segundo

faixa etária e sexo, conforme apresentado na Tabela

12, mostra que, do total de casos no período, a

maioria se concentra entre indivíduos de 30 a 34

anos (13,4%), porém nota-se que, no último ano,

a maior concentração foi registrada entre aqueles

com 60 anos ou mais (13,1%). Em 2016, quando

analisados por sexo, os casos detectados em

indivíduos do sexo masculino acompanharam a

inversão etária observada: a maioria dos casos se

verificou na faixa etária de 60 anos ou mais (14,2%).

Entre as mulheres, a maioria dos casos detectados

ocorreram naquelas entre 30 e 34 anos de idade

(13,5%).

Quando comparadas as taxas de detecção por

faixa etária nos dez últimos anos da análise,

pode-se obpode-servar um aumento na taxa de detecção em

indivíduos com 45 anos ou mais, e uma queda entre

aqueles com idade inferior a 35 anos (Gráfico 12).

0,9 0,8 1,2 4,9 8,5 10,3 11,8 11,4 11,3 10,4 9,9 8,9 4,6 0,7 0,2 0,3 2,0 6,0 9,0 10,1 11,4 11,3 12,6 11,8 11,1 7,8 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0

<5 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 anos e mais

Taxa de detecção (x100 mi l hab. ) 2007 2016

Gráfico 12. Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo sexo por faixa etária. Brasil,

2007 e 2016.

(14)

Em 2007, quando comparadas as taxas de

detecção segundo faixa etária, observou-se que

estas foram maiores entre homens com idade entre

40 e 44 anos (15,1 casos por 100 mil habitantes),

ao passo que, em 2016, a maior taxa foi observada

entre aqueles de 45 a 49 anos de idade (16,0 casos

por 100 mil habitantes). Nas mulheres, a maior taxa

observada, em 2007, foi entre aquelas de 30 a 34

anos (11,7 casos por 100 mil habitantes) e em 2016,

as maiores taxas foram observadas entre as de 25 a

29 anos e as de 30 a 34 anos de idade (9,5 casos por

100 mil habitantes) (Gráfico 13).

FONTE: Sinan/SVS/MS. 0,8 0,2 0,2 1,1 4,9 8,5 10,7 13,4 14,1 16,0 15,2 14,0 10,7 0,6 0,2 0,4 3,0 7,1 9,5 9,5 9,4 8,6 9,3 8,6 8,5 5,5 25,0 15,0 5,0 5,0 15,0 25,0 <5 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 anos e mais Masculino Feminino 2016 1,1 0,9 1,2 3,1 6,6 9,2 11,9 13,5 15,1 13,9 13,1 12,2 6,2 0,7 0,6 1,2 6,6 10,5 11,3 11,7 9,4 7,8 7,2 7,0 5,9 3,2 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 <5 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 anos e mais Masculino Feminino 2007

A taxa de detecção entre os indivíduos com idade

inferior a 20 anos apresenta uma leve tendência de

queda a partir de 2011, chegando a uma taxa de 0,8

casos para cada 100 mil habitantes em 2016, além

de ter apresentado mais linearidade e de ter sido

consideravelmente inferior na comparação com as

demais faixas etárias.

Entre as pessoas com 20 anos ou mais, a tendência

das taxas de detecção foi de crescimento até 2014.

Em 2010, observou-se que a taxa de detecção na

faixa etária de 40 a 49 anos ultrapassou a taxa de

30 a 39 anos, que vinha sendo, desde 2003, a de

maior detecção de hepatite B na análise por idade.

Posteriormente, no ano de 2012, a taxa de detecção

na faixa etária de 50 anos ou mais ultrapassou a da

faixa de 20 a 29 anos, passando então a representar

a terceira maior taxa de detecção de hepatite B

dentre todas as faixas etárias (Gráfico 14).

Gráfico 14. Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e ano de notificação.

Brasil, 2003 a 2016.

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de detecção (x100mil hab. ) Ano de no�ficação

<20 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais

FONTE: Sinan/SVS/MS.

Gráfico 13. Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2007

e 2016.

(15)

O preenchimento da informação da raça/cor

dos indivíduos infectados com o vírus da hepatite

B apresentou melhoria considerável no período

analisado. Em 2016, a proporção de casos com essa

informação declarada foi de 89,0%, incremento

importante quando observados os dois primeiros anos

de notificação, com percentual de preenchimento

inferior a 15,0% (Tabela 13).

A distribuição proporcional dos casos segundo

raça/cor, em 2016, mostrou maior concentração entre

as pessoas de raça/cor autodeclarada branca (50,6%),

seguida da parda (37,5%), preta (9,6%), amarela (1,5%)

e indígena (0,9%), conforme mostra a Tabela 13.

A informação sobre o nível de instrução dos

indivíduos infectados com o vírus da hepatite B

foi registrada como “ignorada” em um percentual

médio de 26,7% dos casos, sendo 27,9% entre os

homens e 25,2% entre as mulheres. Apesar disso,

verifica-se que a maioria dos casos, em ambos os

sexos, ocorreu em pessoas que tinham entre a 5ª e

a 8ª série incompleta (cerca de 26%), em oposição

aos indivíduos com ensino superior incompleto,

que apresentaram o menor percentual de casos

tanto para o sexo masculino (2,6%) quanto para o

feminino (2,2%), conforme mostra a Tabela 14.

Entre os casos notificados no Sinan no período

de 1999 a 2016, 88,1% incluem a informação sobre a

forma clínica definida. Desse percentual,

verificou-se que a principal forma clínica à confirmação dos

casos foi a crônica, representando em média 81,6%

do total. Os casos agudos representaram 18,2%, e

os fulminantes, 0,2%. Quando avaliadas as formas

clínicas segundo as faixas etárias, verificou-se que

os casos agudos alcançaram maior proporção entre

as crianças, chegando a 59,3% dos casos entre

cinco e nove anos de idade. A proporção de casos

fulminantes não apresentou variações expressivas

por faixa etária (Tabela 15).

Quanto à provável fonte ou mecanismo de

transmissão dos casos notificados,

verificou-se que em mais da metade (58,6%) dos casos

essa informação foi registrada como “ignorada”,

dificultando uma melhor avaliação sobre as fontes

prevalentes de transmissão. Apesar dessa limitação,

observou-se que, entre os casos cuja provável fonte

ou mecanismo de transmissão era conhecido,

a maioria ocorreu por via sexual (51,2%), e as

transmissões domiciliares e por uso de drogas

representaram 9,3% e 4,3%, respectivamente

(Tabela 16; Gráfico 15).

Gráfico 15. Proporção de casos de hepatite B segundo provável fonte ou mecanismo de

infecção e ano de notificação. Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS.

NOTA: (1) tratamento cirúrgico + tratamento dentário + pessoa/pessoa + outras formas.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Percentual Ano de noficação

(16)

Conforme mostram o Gráfico 15 e a Tabela 16,

entre o total de casos de hepatite B notificados no

Brasil de 1999 a 2015, 23.563 (11,1%) ocorreram

em mulheres gestantes. Na distribuição por regiões,

33,7% foram observados na região Sul; 26,1%

no Sudeste; 16,0% no Norte; 14,2% no

Centro-Oeste; e, finalmente, 9,8% no Nordeste do país. No

período de 2003 a 2016, observaram-se também

pequenas variações, além de uma queda no último

ano na taxa de detecção em todas as regiões, com

leve tendência de aumento na região Norte entre os

anos de 2012 e 2015 (Tabela 17; Gráfico 16).

Gráfico 16. Taxa de detecção de casos de hepatite B em gestantes segundo região de

residência e ano de notificação. Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de detecçã o (x1.000 nascidos vivos) Ano de no�ficação

Brasil(5) Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

A distribuição dos casos de hepatite B em

gestantes segundo faixa etária, escolaridade e raça/

cor mostra que a maioria tinha idade entre 20 a 29

anos (51,0%) e escolaridade entre a 5ª e a 8ª série

incompleta (23,5%) no período de 1999 a 2016.

Com relação à raça/cor, nesse mesmo período,

nota-se que houve diminuição de gestantes de cor

branca infectadas, cujo percentual passou de 64,3%

em 2003 para 33,1% em 2016. Em contrapartida, foi

observado aumento de casos em gestantes de cor

parda e de cor preta, cujos percentuais passaram de

18,0% e 6,5% para 46,1% e 12,1%, respectivamente,

no mesmo período de queda observada entre

mulheres brancas (Tabela 18).

A coinfecção com o HIV foi observada em 5,2%

dos casos notificados no período de 2007 a 2016

(Tabela 19). A proporção de indivíduos coinfectados

variou segundo as regiões; no Sudeste, a proporção

observada foi de 8,1% do total de casos, a maior

entre as cinco regiões. No Nordeste, a proporção foi

de 4,3%; no Sul, 4,1%; no Centro-Oeste, 3,9%; e no

Norte, 2,0%, conforme mostra a Tabela 20.

A hepatite B é a segunda maior causa de óbitos

entre as hepatites virais. De 2000 a 2015, foram

identificados 13.252 óbitos relacionados à hepatite

B; desses, 55,5% como causa básica, sendo a maior

parte na região Sudeste (42,0%). No entanto, a região

Norte foi a que apresentou o maior coeficiente de

mortalidade devido a esse agravo, que tanto em

2000 quanto em 2015, foi de 0,5 óbitos para cada

100 mil habitantes (Tabela 21; Gráfico 17).

(17)

Gráfico 17. Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo região de residência e ano

do óbito. Brasil, 2000 a 2015.

FONTE: SIM/SVS/MS.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

Coef. de mortalidad

e

(x100mil

hab.

)

Ano do óbito

Brasil

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Na comparação por sexos, o número de óbitos

por hepatite B entre os homens foi superior ao de

mulheres. Entre os anos de 2000 e 2014, a razão de

sexos passou de 2,1 para 3,0, retornando, em 2015,

para a razão de 2,1 observada no início da análise.

O coeficiente médio de mortalidade por hepatite B

entre os homens foi de 0,4 óbitos para cada 100 mil

habitantes e de 0,1 óbitos entre as mulheres (Tabela

22; Gráfico 18).

Gráfico 18. Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo sexo, razão de sexos e ano

do óbito. Brasil, 2000 a 2015.

FONTE: SIM/ SVS/MS.

2,1 2,1

2,7

2,1 2,3

2,4 2,3 2,2

2,7 2,6 2,5 2,5

3,2

3,0 3,0

2,1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

Razão M:

F

Coef. de mortalidad

e

(x100

mil hab.

)

Ano do óbito

(18)

Hepatite C

De 1999 a 2016, foram detectados no Brasil

319.751 casos de hepatite C que apresentaram um dos

marcadores – anti-HCV ou HCV-RNA – reagente.

Considerando-se os casos que possuíam ambos os

marcadores anti-HCV e HCV-RNA reagentes, foram

detectados 155.032 casos (Tabelas 23 e 24).

Na análise da distribuição dos casos com

anti-HCV e anti-HCV-RNA reagentes (155.032) por regiões,

64,1% ocorreram no Sudeste, 24,5% no Sul, 5,5% no

Nordeste, 3,3% no Centro-Oeste e 2,5% no Norte

(Tabela 24).

A taxa de detecção de casos de hepatite C com

anti-HCV e HCV-RNA reagentes no Brasil mostrou

tendência de aumento entre 2003 e 2016, em todas

as regiões. Na quase totalidade do período, a região

Nordeste apresentou as menores taxas de detecção.

Em 2016, a taxa de detecção da região Sul foi a maior,

com de 12,0 casos para cada 100 mil habitantes,

seguida pelo Sudeste (9,6), Centro-Oeste (3,9),

Nordeste (1,6) e Norte (1,0) (Gráfico 19; Tabelas 23

e 24).

Vale salientar que a análise do Gráfico 19 deve levar

em consideração a mudança do critério diagnóstico

ocorrida em 2015: os casos, que previamente eram

confirmados com dois marcadores reagentes,

passaram, então, a ser confirmados com apenas um

deles. Dito isso, pôde-se observar uma tendência

de elevação na taxa de detecção em todas regiões a

partir de 2015, quando a definição de caso se tornou

mais sensível.

Gráfico 19. Taxa de detecção

(1)

de casos de hepatite C segundo região de residência e ano

de notificação. Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS.

NOTA: (1) Até 2014 eram considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentavam ambos os testes anti-HCV e HCV-RNA reagentes; em 2015, passaram a ser considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentam pelo menos um dos testes anti-HCV ou HCV-RNA reagente.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de detecção (x100mil hab. ) Ano de no�ficação

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Em 2016, o ranking das capitais com as maiores

taxas de detecção de hepatite C apresentou onze

capitais com taxas superiores à nacional (13,3 casos

por 100 mil habitantes). Destaca-se Porto

Alegre-RS (94,1 casos por 100 mil habitantes) com a

maior taxa entre as capitais, seguida de São

Paulo-SP (38,4), Curitiba-PR (33,1),

Florianópolis-SC (26,4), Rio Branco-AC (22,3), Boa Vista-RR

(19,9), Belo Horizonte-MG (18,7), Porto

Velho-RO (18,2), Vitória-ES (15,0), Brasília-DF (14,9) e

Rio de Janeiro-RJ (13,4). A menor taxa entre as

capitais foi observada em João Pessoa-PB, com 2,5

casos para cada 100 mil habitantes (Gráfico 19;

Tabelas 23 e 25).

(19)

Gráfico 20. Taxa de incidência de casos de hepatite C segundo UF e capital de residência.

Brasil, 2016.

Brasil = 13.3 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 RS SP PR SC AC RR MG RO ES DF RJ MT AM GO BA AL SE CE PA TO RN MS MA PE AP PI PB Taxa de detecção (x100 mil hab. )

Capital Unidade da Federação

Desde 1999, entre os 182.389 casos confirmados

de hepatite C, 106.637 (58,5%) ocorreram em

indivíduos do sexo masculino e 75.683 (41,5%)

no sexo feminino. Apesar de o número de casos

entre homens ser superior, observou-se ligeira

diminuição ao longo dos anos analisados. Nos

quatro primeiros anos (1999 a 2002), a razão de

sexos observada foi de aproximadamente 2,0. No

ano de 2016, foram notificados 30% de casos a mais

em homens: razão de 1,3 (Tabela 26; Gráfico 21).

FONTE: Sinan/SVS/MS.

Gráfico 21. Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano de

notificação. Brasil, 2003 a 2016.

FONTE: Sinan/SVS/MS. 1,7 1,6 1,7 1,5 1,5 1,4 1,5 1,4 1,4 1,3 1,3 1,4 1,3 1,3 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Taxa de detecção (x100 mi l hab. ) Ano de no�ficação

(20)

Os casos confirmados de hepatite C ocorreram,

em sua maioria, na faixa etária acima de 60 anos

(18,8%); no entanto, quando estratificados por

sexo, pôde-se observar que, entre os homens, a

maioria dos casos ocorreu em indivíduos com

idade entre 45 e 49 anos (16,4%), enquanto que,

entre as mulheres, a maior parte observou-se

entre as de 60 anos ou mais (24,2%), conforme

mostra a Tabela 27.

Em 2016, as maiores taxas de detecção foram

observadas, em ambos os sexos, na faixa etária de

55 a 59 anos, chegando a uma taxa de detecção de

46,6 casos por 100 mil habitantes para os homens

e 33,7 para mulheres. Em relação às pessoas

mais jovens (até 34 anos de idade), as taxas de

detecção observadas foram similares entre os

sexos (Tabela 27; Gráfico 22).

Gráfico 22. Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2016.

1,7 0,1 0,3 1,4 3,4 6,0 9,5 18,3 25,6 35,5 44,4 46,6 32,1 1,5 0,1 0,4 2,1 3,8 5,8 8,4 12,9 14,3 19,4 27,6 33,7 27,1 60,0 40,0 20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 <5 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 anos e mais Masculino Feminino FONTE: Sinan/SVS/MS.

Houve uma melhoria no preenchimento da

variável raça/cor para os casos de hepatite C ao

longo dos anos. Em 1999, essa informação era

conhecida em apenas 26,7% dos casos notificados.

Desde 2004, mais de 80,0% das notificações de

casos contaram com o preenchimento dessa

informação (Tabela 27). Em 2016, entre os casos

que incluíram a informação de raça/cor, 61,3%

foram referidos como brancos, 28,8% como

pardos, 8,8% como pretos, 0,8% como amarelos e

0,3% como indígenas (Tabela 28).

Em relação à escolaridade dos indivíduos com

casos notificados, 28,9% dos registros têm a

informação registrada como “ignorada”. De modo

similar à hepatite B, a maioria possuía escolaridade

da 5ª à 8ª série incompleta, em ambos os sexos. Os

indivíduos analfabetos representaram menos de

2,5% de todos os casos (Tabela 29).

A principal forma clínica dos casos de hepatite

C notificados no Sinan foi a crônica, em todas as

faixas etárias. Se considerados os indivíduos de 15

anos ou mais, essa forma clínica correspondeu a

cerca de 97% dos casos notificados. O percentual

de casos fulminantes foi baixo (até 0,2%) e não

apresentou grandes variações ao longo do período

analisado (Tabela 30).

Quanto à provável fonte ou mecanismo de

infecção, ressalte-se a falta de informação em

52,1% de casos notificados, tornando difícil a

caracterização das formas prevalentes. Entre os

casos em que esse dado foi preenchido, verificou-se

que a maior provável fonte foi relacionada ao uso de

drogas (29,2%), seguida de transfusão sanguínea

(25,3%) e da relação sexual desprotegida (18,3%).

Em 2016, o percentual de infecções relacionadas

ao uso de drogas foi de 24,8%, e a proporção de

infecções por via sexual foi maior que por via

transfusional: 24,2% e 21,7%, respectivamente

(Tabela 31; Gráfico 23).

(21)

Gráfico 23. Proporção de casos de hepatite C segundo provável fonte ou mecanismo de

infecção e ano de notificação. Brasil, 2003 a 2016.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Percentual Ano de noficação

Sexual Transfusional Uso de drogas Transmissão vercal Acidente de trabalho Hemodiálise Domiciliar Outros

Do total de casos confirmados de hepatite C

entre 2007 e 2016 (149.537), 9,8% apresentaram

coinfecção com o HIV. No entanto, observou-se, ao

longo desses anos, uma redução no percentual de

coinfecção, que em 2007 foi de 14,4% e, em 2016,

passou para 9,3% (Tabela 32). Entre as regiões

brasileiras, a maior proporção de indivíduos

coinfectados com HIV observou-se no Sul, com

13,2% do total dos casos de hepatite C (Tabela 33).

Os óbitos por hepatite C são a maior causa de

morte entre as hepatites virais. O número de óbitos

devidos a essa etiologia vem aumentando ao longo

dos anos em todas as regiões do Brasil. De 2000 a

2015, foram identificados 25.080 óbitos associados

à hepatite C; desses, 54,2% tiveram essa infecção

como causa básica. Quando analisada a distribuição

proporcional entre as regiões brasileiras, 57,0%

foram registrados no Sudeste, 23,5% no Sul, 10,7%

no Nordeste, 4,7% no Norte e 4,2% no

Centro-Oeste (Tabelas 34).

Quanto ao coeficiente de mortalidade por

hepatite C como causa básica, observou-se uma

tendência de estabilização para o Brasil como

um todo, a partir de 2007. Em 2015, as regiões

Sul (1,5 por 100.000 habitantes) e Sudeste (1,3)

apresentaram coeficiente de mortalidade superior

à média nacional observada (1,0) (Tabela 34;

Gráfico 24).

FONTE: Sinan/SVS/MS.

(22)

Gráfico 24. Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo região de residência e ano

do óbito. Brasil, 2000 a 2015.

FONTE: SIM/ SVS/MS.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

Coef. de mortalidad

e

(x100mil

hab.

)

Ano do óbito

Brasil

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

A diferença entre o número de óbitos por hepatite

C segundo sexo é de aproximadamente 50,0% a

mais de casos em homens do que entre as mulheres

(razão de sexos de 1,5). Além disso, observou-se

que coeficiente de mortalidade superior entre os

homens: em 2015 foi de 1,2, enquanto o observado

entre as mulheres foi de 0,8 óbitos para cada 100

mil habitantes (Tabela 35; Gráfico 25).

Gráfico 25. Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano

do óbito. Brasil, 2000 a 2015.

FONTE: SIM/SVS/MS.

1,5

1,4 1,4 1,4

1,6

1,4 1,6

1,7 1,7 1,6

1,4 1,5

1,6 1,5 1,5 1,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Razão M:

F

Coef. de mortalidad

e

(x100

mil hab.

)

Ano do óbito

(23)

Hepatite D

No período de 1999 a 2016, foram notificados no

Brasil 3.791 casos confirmados de hepatite D; com

maior ocorrência na região Norte do país, 76,8%

dos casos notificados. As regiões Sudeste, Sul,

Nordeste e Centro-Oeste abrangeram 9,8%, 5,3%,

5,0% e 3,1% dos casos, respectivamente. No mesmo

período, observou-se um aumento no número

de casos confirmados até o ano de 2011, seguido

de uma considerável redução a partir de então.

Desde 2002 foram notificados em média 253 casos

de hepatite D por ano no Brasil. Em 2016, foram

notificados 125 casos no país, sendo 62 (49,6%) na

região Norte (Tabela 36; Gráfico 26).

Gráfico 26. Casos de hepatite D segundo região de residência e ano de notificação. Brasil,

2003 a 2016.

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Número de caso s Ano de no�ficação

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

FONTE: Sinan/SVS/MS.

A maioria dos casos verificou-se entre homens

(57,2%), e a diferença entre o número de casos

em homens e mulheres vem diminuindo ao longo

dos anos. Entre 1999 e 2000, a razão de sexos

aproximou-se de 2,0, relação que se reduziu para 1,4

(40% mais de casos em homens que em mulheres)

em 2016 (razão de sexos de 1,4), conforme mostra

a Tabela 37.

A distribuição etária dos casos notificados de

hepatite D demonstrou que a população infectada

é mais jovem; 52,3% dos indivíduos possuíam

idade entre 20 a 39 anos no período analisado.

Aproximadamente 15,3% dos casos tinham idade

superior a 50 anos (Tabela 38).

Em relação ao critério raça/cor, a maioria dos

casos verificou-se entre indivíduos autodeclarados

pardos (65,0%), seguidos de brancos (19,3%),

indígenas (8,4%), pretos (5,6%) e amarelos (1,8%).

O padrão se manteve quando da estratificação por

sexos (Tabela 39).

A classificação clínica prevalente dos casos

de hepatite D notificados, assim como para as

hepatites B e C, foi a forma crônica. Os casos

fulminantes representaram 0,4% dos casos que

tiveram essa informação preenchida. Os casos

em branco/ignorados e inconclusivos, por sua

vez, representaram 4,8% dos casos notificados no

período de 1999 a 2016 (Tabela 40).

De 2000 a 2015, foram identificados 665 óbitos

associados à hepatite D, dos quais 67,8% a tiveram

como causa básica. A maioria desses óbitos ocorreu

na região Norte (58,5%), seguida das regiões

Sudeste (17,7%), Sul (11,8%), Nordeste (9,5%) e

Centro-Oeste (2,2%), conforme mostra a Tabela 2.

(24)

Nota técnica – Procedimentos para preparação da base de dados das hepatites

virais do Sinan

1. Adequação das variáveis:

Considerando que os dados das hepatites virais estão em duas plataformas do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (Sinan), a Windows e a NET, e que algumas variáveis sofreram alterações, foram

realizados os seguintes procedimentos para a unificação dos bancos de dados:

1.1. Gestante – conversão das categorias da versão NET para Windows: às categorias 1º, 2º, 3º trimestres

de gestação e idade gestacional ignorada, foi atribuída a categoria 1 (sim); a categoria 5 (não) passou

para 2 (não); e mantiveram-se as categorias 6 (não se aplica) e 9 (ignorado).

1.2. Escolaridade – conversão das categorias da versão Windows para NET: na versão Windows, a

variável que representa a escolaridade está categorizada segundo os anos de estudo, enquanto que,

na versão NET, esta é categorizada de acordo com a série escolar. Aplicou-se a seguinte adaptação:

a categoria 1 (nenhuma) mudou para 0 (analfabeto); a categoria 2 (1 a 3 anos) mudou para 1 (1ª à

4ª série incompleta); a 4 (8 a 11 anos) mudou para 5 (médio completo); a 5 (12 anos e mais) mudou

para 8 (superior completo); a 6 (não se aplica) mudou para 10 (não se aplica); e as categorias 3 (4 a

7 anos ou 5ª à 8ª série incompleta) e 9 (ignorado) permaneceram inalteradas.

1.3. Classificação final – conversão das categorias da versão Windows para NET: as categorias 1 e 4,

referentes à confirmação clínico-laboratorial e laboratorial, respectivamente, foram agrupadas sob a

classificação 1 (confirmação laboratorial); a categoria 5 (inconclusivo) mudou para 8 (inconclusivo);

e mantiveram-se os valores 2 e 3, referentes à confirmação clínico-epidemiológica e descartado,

respectivamente.

1.4. Forma clínica – conversão das categorias da versão Windows para NET: as categorias 2, 4 e 5,

referentes à forma crônica, portador assintomático e infecção assintomática, foram agrupadas sob

a categoria 2 (forma crônica/portador assintomático); a categoria 8, apesar de não estar na ficha de

investigação epidemiológica, aparece quando se realiza a tabulação de dados, tendo sido redefinida

para 9 (ignorado).

1.5. Classificação etiológica – conversão das categorias da versão Windows para NET: a categoria 1

(vírus B) mudou para 02; a 2 (vírus C) mudou para 03; a 3 (vírus B e C) mudou para 06; a 4 (vírus B

e D) mudou para 04; a categoria 5 (outras hepatites virais) para 50; a 6 (vírus A) para 01; a 7 (vírus

A/B ou A/C) mudou para 50 (outras hepatites virais); a 8 (vírus E) mudou para 05; e as categorias

9 (ignorado – versão Windows) e 09 (não se aplica – versão NET) foram reunidas na categoria 99

(ignorado).

1.6. Provável fonte/mecanismo de infecção – adequação das categorias da versão Windows para NET:

as categorias 1 (sexual), 2 (transfusional), 3 (uso de drogas injetáveis), 4 (vertical), 5 (acidente de

trabalho), 7 (domiciliar) e 8 (tratamento cirúrgico/dentário) foram mantidas; a categoria 6, referente

à categoria outro, mudou para 12; a categoria 9, referente à categoria ignorado, mudou para 99. Na

versão NET, as categorias tratamento cirúrgico e tratamento dentário estão separadas, e na versão

Windows, juntas em uma mesma categoria; sendo assim, as duas foram agrupadas. Para as hepatites

B e C, a provável fonte/mecanismo de infecção, tratamento cirúrgico/dentário, e pessoa/pessoa

foram incluídas na categoria outros, enquanto que a fonte alimento/água contaminada foi incluída

na categoria ignorado.

2. Definição de casos:

Os métodos de tabulação foram empregados com base na definição de caso, específica para cada hepatite

viral, de acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 2014. Os procedimentos

realizados estão listados a seguir:

(25)

2.1. Casos confirmados de hepatite A – casos que apresentaram uma das duas situações: confirmação

laboratorial (marcador sorológico anti-HAV IgM reagente); classificação final clínico-epidemiológica

e classificação etiológica vírus A.

2.2. Casos confirmados de hepatite B – casos que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores

sorológicos reagentes: HBsAg ou anti-HBc, IgM ou HBeAg. Embora no Guia de Vigilância

Epidemiológica o HBV-DNA seja um dos exames que confirmam o caso, ele não consta na Ficha de

Investigação Epidemiológica e, portanto, não foi considerado.

2.3. Casos confirmados de hepatite C

2.3.1. Até 2014 – casos que apresentaram marcadores sorológicos reagentes: anti-HCV e

HCV-RNA.

2.3.2. A partir de 2015 – casos que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores sorológicos

reagentes: anti-HCV ou HCV-RNA.

2.4. Casos confirmados de hepatite D – casos que atendem aos critérios de definição de caso confirmado

de hepatite B conforme descrito no item 2.2 e, ainda, um dos marcadores sorológicos reagentes,

anti-HDV total ou anti-HDV IgM.

Uma vez definidos os casos de hepatites virais, procedeu-se ao ajuste da forma clínica e classificação

etiológica para a hepatite A. Os registros confirmados que não estavam classificados como hepatite fulminante

foram reclassificados como forma aguda. Os demais registros foram mantidos em suas respectivas categorias.

Para a classificação final, os registros que atendiam aos critérios com base no marcador sorológico e que

não estavam devidamente classificados como laboratoriais foram reclassificados como tais.

3. Definição de variáveis (casos):

Algumas variáveis foram definidas para a execução das tabulações. São elas:

3.1. Ano de notificação: extraído pela data de notificação.

3.2. Idade: calculada a partir da subtração da data dos primeiros sintomas pela data de nascimento. Para

os registros que não possuíam data dos primeiros sintomas ou data de nascimento, ou que possuíam

data dos primeiros sintomas posterior à data de nascimento, a informação da idade presente na

ficha foi considerada.

3.3. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.

3.4. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.

4. Definição de variáveis para tabulação de óbitos:

Para a base de dados dos óbitos, foram definidas algumas variáveis:

4.1. Ano do óbito: extraído pela data do óbito.

4.2. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.

4.3. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.

4.4. Óbito: as causas de óbito apresentadas neste Boletim derivam da causa básica. Essas causas foram

agrupadas da seguinte maneira:

4.4.1. Óbito por hepatite A: causa básica B 15.0 (hepatite A com coma hepático) ou B 15.9 (hepatite

A sem coma hepático).

4.4.2. Óbito por hepatite B: causa básica B 16.2 (hepatite aguda B sem agente delta, com coma

hepático), ou B 16.9 (hepatite aguda B sem agente delta e sem coma hepático), ou B 18.1

(hepatite crônica viral B sem agente delta).

4.4.3. Óbito por hepatite C: causa básica B 17.1 (hepatite aguda C) ou B 18.2 (hepatite viral crônica C).

4.4.4. Óbito por hepatite D: causa básica B 16.0 (hepatite aguda B com agente delta – coinfecção –

(26)

hepático) ou B 17.0 (superinfecção delta aguda de portador de hepatite B) ou B 18.0 (hepatite

viral crônica B com agente delta).

5. Retirada de duplicidades

Devido à possibilidade de o paciente se infectar em momentos distintos pelos vírus de cada uma das

hepatites virais (HV) e considerando o fato de a ficha de notificação ser única, as hepatites foram separadas

por etiologia, de acordo com o marcador de confirmação de caso, e trabalhadas separadamente.

O procedimento de retirada de duplicidades, empregado pelos softwares RecLink III e SPSS©, foi aplicado

em cada hepatite viral e em cada plataforma do Sinan (Windows e NET), totalizando oito bases de dados

distintas. Para esse processo, foram utilizadas as seguintes chaves de blocagem: soundex do primeiro e último

nome do paciente, sexo e município de residência. Essas chaves foram empregadas de maneira combinada,

variando em seis passos, com o intuito de captar diferentes possibilidades de entrada dos mesmos registros.

Para a duplicidade e relacionamento, na etapa da blocagem, foram empregados:

1º passo: soundex do primeiro e último nome do paciente, sexo e município de residência;

2º passo: soundex do primeiro nome do paciente, sexo e município de residência.

A comparação, por sua vez, foi realizada com o nome completo do paciente, o nome completo da mãe

e a data de nascimento. Os parâmetros utilizados foram:

a) Nome completo do paciente (probabilidade de acerto = 99,98%, probabilidade de erro = 0,0005% e

limiar = 85%).

b) Nome completo da mãe (probabilidade de acerto = 55,63%, probabilidade de erro = 0,0013% e

limiar = 85%).

c) Data de nascimento (probabilidade de acerto = 90,88%, probabilidade de erro = 2,5279% e limiar = 65%).

O procedimento de retirada de duplicidades foi realizado em todas as bases de dados antes de iniciar o

relacionamento. Com isso, foram retiradas as duplicidades dos bancos de dados de cada hepatite nas

versões do Sinan Windows e NET. Para a classificação de duplicidades, utilizou-se o escore mínimo

igual a 19 nos passos 1 e 2.

Após a retirada das duplicidades, foram relacionadas as bases do Sinan Windows e NET para cada

uma das etiologias. Para a classificação do pareamento, os registros com escores inferiores a 10 foram

considerados não pares e os valores de escore superiores a 19 foram considerados como pares.

(27)
(28)

TABELA DE INDICADORES

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

FORMA DE CÁLCULO

UTILIDADE(S)

FONTE(S)

Taxa de incidência de hepatite A

Número de casos confir

mados de hepatite A, em um deter minado ano de notificação e local de residência _______________________________ x 100.000 Medir a ocor

rência de casos confir

mados de hepatite A na

população geral

Sinan/SVS/MS, IBGE

População total no mesmo ano, residente no

mesmo local

Taxa de detecção de hepatite B

Número de casos confir

mados de hepatite B em um deter minado ano de notificação e local de residência _______________________________ x 100.000 Medir a ocor

rência de casos confir

mados de hepatite B na

população geral

Sinan/SVS/MS, IBGE

População total no mesmo ano, residente no mesmo

local

Taxa de detecção de hepatite B em gestantes

Número de casos confir

mados de hepatite B em

gestantes em um deter

minado ano de notificação e

local de residência

_______________________________

x 1.000

Medir a ocor

rência de casos confir

mados de hepatite B em

gestantes

Sinan e Sinasc/SVS/MS

Número de nascidos vivos, no mesmo ano, no mesmo

local

Percentual de coinfecção de hepatite B com HIV

Número de casos confir

mados de hepatite B

coinfectados com HIV em um deter

minado ano de

notificação e local de residência

_______________________________

x 100

Medir a ocor

rência de casos de hepatite B coinfectados com

HIV

Sinan/SVS/MS, IBGE

Número total de casos confir

mados de hepatite B no

mesmo ano, no mesmo local

Taxa de detecção de hepatite C

Número de casos confir

mados de hepatite C em um deter minado ano de notificação e local de residência _______________________________ x 100.000 Medir a ocor

rência de casos confir

mados de hepatite C na

população geral

Sinan/SVS/MS, IBGE

População total no mesmo ano, residente no

mesmo local

Percentual de coinfecção de hepatite C com HIV

Número de casos confir

mados de hepatite C

coinfectados com HIV em um deter

minado ano de notificação e local de residência _______________________________ x 100 Medir a ocor

rência de casos de hepatite C coinfectados

com HIV

Sinan/SVS/MS, IBGE

Número total de casos confir

mados de hepatite C no

(29)

TABELA DE INDICADORES

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

FORMA DE CÁLCULO

UTILIDADE(S)

FONTE(S)

talidade

Número de óbitos por hepatite A (causa básica) em

deter minado ano e local de residência _______________________________ x 100.000

Medir o risco de óbitos em consequência de hepatite A na população geral SIM/SVS/MS, IBGE

População de residentes no mesmo local, no

mesmo ano

talidade de

Número de óbitos por hepatite B (causa básica) em

deter minado ano e local de residência _______________________________ x 100.000

Medir o risco de óbitos em consequência de hepatite B na população geral SIM/SVS/MS, IBGE

População de residentes no mesmo local, no

mesmo ano

talidade

Número de óbitos por hepatite C (causa básica) em

deter minado ano e local de residência _______________________________ x 100.000

Medir o risco de óbitos em consequência de hepatite C na população geral SIM/SVS/MS, IBGE

População de residentes no mesmo local,

no mesmo ano

Número de casos confir

mados de hepatites virais em

indivíduos do sexo masculino em um deter

minado ano de notificação e local de residência _______________________________

Medir a relação quantitativa de casos de hepatites virais entre os sexos

Sinan/SVS/MS

Número de casos confir

mados de hepatites virais

em indivíduos do sexo feminino no mesmo ano de

notificação e local de residência

Número total de casos de hepatites virais segundo escolaridade, em um deter

minado ano de diagnóstico

e local de residência

_______________________________

x 100

Medir a ocor

rência anual de casos de hepatites virais por

escolaridade

Sinan/SVS/MS

Total de casos novos de hepatites virais no mesmo

ano de notificação e local de residência

Número de casos por hepatites virais (causa básica)

por faixas etárias, em deter

minado ano e local de residência _______________________________ x 100.000

Medir o risco de casos em consequência das hepatites virais na população geral, por faixas etárias Sinan/SVS/MS, IBGE

População de residentes no mesmo local,

(30)
(31)
(32)

Tabela 1 - Casos confirmados de hepatites virais segundo tipo, região e UF de residência. Brasil, 1999-2016

(1) UF de residência Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D nº % nº % nº % nº % Brasil (2) 162847 100,0 212031 100,0 182389 100,0 3791 100,0 Norte 42012 25,8 30213 14,2 5636 3,1 2911 76,8 Rondônia 1786 4,3 7779 25,7 1166 20,7 226 7,8 Acre 4525 10,8 7965 26,4 1559 27,7 1060 36,4 Amazonas 14084 33,5 7726 25,6 1286 22,8 1479 50,8 Roraima 3540 8,4 1370 4,5 185 3,3 68 2,3 Pará 8783 20,9 3118 10,3 970 17,2 57 2,0 Amapá 4197 10,0 518 1,7 286 5,1 11 0,4 T ocantins 5097 12,1 1737 5,7 184 3,3 10 0,3 Nordeste 50227 30,8 19903 9,4 10320 5,7 191 5,0 Maranhão 6762 13,5 2759 13,9 819 7,9 31 16,2 Piauí 3721 7,4 500 2,5 236 2,3 11 5,8 Ceará 6624 13,2 2511 12,6 1373 13,3 19 9,9

Rio Grande do Nor

te 2628 5,2 659 3,3 640 6,2 7 3,7 Paraíba 5056 10,1 1488 7,5 450 4,4 14 7,3 Per nambuco 10825 21,6 2742 13,8 1415 13,7 45 23,6 Alagoas 3985 7,9 1776 8,9 635 6,2 16 8,4 Sergipe 1473 2,9 1612 8,1 789 7,6 8 4,2 Bahia 9153 18,2 5856 29,4 3963 38,4 40 20,9 Sudeste 26730 16,4 74982 35,4 113519 62,2 370 9,8 Minas Gerais 11250 42,1 11483 15,3 9051 8,0 81 21,9 Espírito Santo 2673 10,0 7157 9,5 1513 1,3 33 8,9 Rio de Janeiro 8695 32,5 9890 13,2 13677 12,0 54 14,6 São Paulo 4112 15,4 46452 62,0 89278 78,6 202 54,6 Sul 25274 15,5 66970 31,6 46753 25,6 202 5,3 Paraná 12047 47,7 25593 38,2 8835 18,9 96 47,5 Santa Catarina 3423 13,5 21856 32,6 9702 20,8 53 26,2

Rio Grande do Sul

9804 38,8 19521 29,1 28216 60,4 53 26,2 Centro-Oeste 18501 11,4 19799 9,3 6146 3,4 116 3,1

Mato Grosso do Sul

3903 21,1 3317 16,8 1088 17,7 16 13,8 Mato Grosso 3806 20,6 7365 37,2 1214 19,8 50 43,1 Goiás 5519 29,8 6767 34,2 2426 39,5 39 33,6 Distrito Federal 5273 28,5 2350 11,9 1418 23,1 11 9,5

(33)

(1) Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Básica Associada Total Básica Associada Total Básica Associada Total Básica Associada Total 765 301 1066 7351 5901 13252 25080 21234 46314 451 214 665 140 32 172 1064 560 1624 1168 646 1814 264 74 338 10 4 14 188 100 288 141 62 203 21 3 24 18 3 21 251 92 343 251 106 357 70 35 105 26 2 28 365 181 546 238 149 387 152 26 178 3 3 6 36 22 58 23 15 38 1 4 5 65 14 79 147 135 282 464 277 741 12 4 16 6 0 6 9 8 17 25 21 46 3 0 3 12 6 18 68 22 90 26 16 42 5 2 7 267 86 353 1076 741 1817 2676 1896 4572 43 18 61 65 8 73 173 94 267 260 130 390 18 3 21 17 2 19 74 31 105 110 34 144 3 0 3 45 13 58 126 96 222 230 162 392 6 2 8 te 22 19 41 62 44 106 149 103 252 2 0 2 16 6 22 56 35 91 158 56 214 2 3 5 44 15 59 230 167 397 795 611 1406 5 3 8 13 4 17 73 47 120 162 114 276 3 3 6 6 1 7 47 35 82 80 49 129 0 1 1 39 18 57 235 192 427 732 637 1.369 4 3 7 202 109 311 3087 2948 6035 14287 11811 26098 80 80 160 57 31 88 601 488 1089 1230 988 2218 17 23 40 9 6 15 240 135 375 317 234 551 7 8 15 42 14 56 627 568 1195 3700 2487 6187 16 28 44 94 58 152 1619 1757 3376 9040 8102 1142 40 21 61 93 49 142 1520 1165 2685 5898 6041 11939 53 34 87 43 11 54 674 341 1015 1074 752 1826 19 14 33 18 9 27 299 276 575 722 786 1508 15 7 22 32 29 61 547 548 1095 4102 4503 8605 19 13 32 62 24 86 603 486 1089 1051 840 1891 10 8 18 10 3 13 117 63 180 212 192 404 0 0 0 29 11 40 174 106 280 164 106 270 7 2 9 15 8 23 236 200 436 469 340 809 0 5 5 8 2 10 76 117 193 206 202 408 3 1 4

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