Serviço e Disciplina de Clínica Médica Serviço e Disciplina de Clínica Médica
Sessão Clínica
Sessão Clínica –– 12/03/201812/03/2018 Auditório Honor de Lemos Sobral
Auditório Honor de Lemos Sobral-- Hospital Escola Álvaro AlvimHospital Escola Álvaro Alvim Orientador: Prof. Dr. Fernando
Orientador: Prof. Dr. Fernando MarottaMarotta JuncáJuncá Relatora:
Relatora: DrªDrª Maria Fernanda Maria Fernanda Fernandes Duarte Costa Fernandes Duarte Costa (R2)(R2) Debatedor: Dr. Thiago Siqueira
Caso clínico
Caso clínico
Identificação: 57 anos, feminina, casada, do lar, natural e procedente de
Campos dos Goytacazes
Queixa principal: Queimação
HDA: Há seis meses, paciente relata início de dor epigástrica, em
queimação, sem relação com alimentação e sem fatores atenuantes. Refere que foi prescrito Omeprazol 20 mg/dia, sem melhora do quadro. Evoluiu após 2 meses com plenitude pós prandial e saciedade precoce associadas. Nega emagrecimento significativo. Nega vômitos, disfagia ou odinofagia. Nega emagrecimento significativo. Nega vômitos, disfagia ou odinofagia.
HPP: HAS (de longa data) em uso regular de Losartana 50 mg/dia
Cirurgias: Apendicectomia há 30 anos Hemotransfusão prévia: Ø
História familiar: Pai falecido por IAM.
História social: Ex-tabagista (20 anos/maço – parou há 5 anos). Nega
EXAME FÍSICO
Paciente acordada, lúcida, orientada, normocorada, hidratada, anictérica e
acianótica.
ACV: RCR 2T BNF sem sopro; FC: 63 bpm; PA: 130x90mmHg AR: MV audível bilateralmente, sem RA; FR:16 irpm
Abdome: atípico, peristalse presente, flácido e indolor à palpação
superficial e profunda, sem visceromegalias palpáveis e Traube timpânico.
EXAMES COMPLEMENTARES
EDA: Gastrite enantematosa erosiva plana antral, de
moderada intensidade. Lesão elevada, séssil, com
base larga, que mede
aproximadamente 30 mm em Hb/HT 11,3/34,3 VCM 96,3 Leuco 7.100 Eosin 4% Bas 1% Segmen 56%
seu maior eixo, com superfície mucosa lisa,
regular e de coloração idêntica a mucosa adjacente, localizada ao
nível da região limítrofe entre a pequena curvatura
alta e parede posterior do corpo alto. Segmen 56% Linf 36% Plaq 168.000 AST (31) UI/L 17 ALT (32) UI/L 19
Lipase (até 300 UI) 90
Amilase (até 110 UI) 86
CASO CLÍNICO
Discutir...Hipóteses diagnósticas
Discussão Clínica
IDENTIFICAÇÃO: 57 anos, feminina, casada, do lar, natural e procedente de Campos dos Goytacazes.
QUEIXA PRINCIPAL: “Queimação”
HDA: Há seis meses, paciente relata início de dor epigástrica, em queimação, sem relação com alimentação e sem fatores atenuantes. Refere que foi prescrito sem relação com alimentação e sem fatores atenuantes. Refere que foi prescrito Omeprazol 20 mg/dia, sem melhora do quadro. Evoluiu após 2 meses com
plenitude pós prandial e saciedade precoce associadas. Nega emagrecimento significativo. Nega vômitos, disfagia ou odinofagia.
HPP: HAS (de longa data / não sabe precisar)
Medicamentos: Losartana 50 mg/dia
Cirurgias: Apendicectomia há 30 anos Hemotransfusão prévia: Ø HISTÓRIA FAMILIAR: Pai falecido por IAM
Discussão Clínica
HITÓRIA SOCIAL: Ex-tabagista (20 anos/maço – parou há 5 anos). Nega etilismo.
EXAME FÍSICO: Paciente acordada, lúcida, orientada, normocorada, hidratada, anictérica e acianótica.
ACV: RCR 2T BNF sem sopro; FC: 63 bpm; PA: 130x90mmHg AR: MV audível bilateralmente, sem RA; FR:16 ipm
AR: MV audível bilateralmente, sem RA; FR:16 ipm
ABDOME: atípico, peristalse presente, flácido e indolor à palpação superficial e profunda, sem visceromegalias palpáveis e Traube timpânico.
MMII: sem edema, panturrilhas livres, pulsos pediosos palpáveis
EXAMES LABORATORIAIS Hb: 11,3 HT: 34,3 VCM: 96,3 LEUCO: 7.100 EOSIN: 4%
Discussão Clínica
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA
Gastrite enantematosa erosiva plana antral, de moderada intensidade. Lesão elevada, séssil, com base larga, que mede intensidade. Lesão elevada, séssil, com base larga, que mede aproximadamente 30 mm em seu maior eixo, com superfície mucosa lisa, regular e de coloração idêntica a mucosa adjacente,localizada ao nível da região limítrofe entre a pequena curvatura alta e parede posterior do corpo alto.
Discussão Clínica
Queixa principal: Queimação
Dispepsia
DRGE
DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA
DOENÇA BILIAR
GASTRITES
DISPEPSIA FUNCIONAL
USO DE DROGAS
Discussão Clínica
DISPEPSIA:
NEOPLASIAS...
GASTRITES
GASTRITES
DRGE
DOENÇA BILIAR
Discussão Clínica
DISPEPSIA
PLENITUDE PÓS PRANDIALSACIEDADE PRECOCE
DOR OU QUEIMAÇÃO EPIGÁSTRICA DOR OU QUEIMAÇÃO EPIGÁSTRICA
QUANDO INDICAR ENDOSCOPIA??
TRATAMENTO H.PYLORI??
Discussão Clínica
Discussão Clínica
VOLTANDO AO CASO CLÍNICO...
Mulher, 57 anos
Dor epigástrica em queimação não relacionada a alimentação
Não melhora com tratamento farmacológico
Evolui com plenitude pós-prandial
Evolui com plenitude pós-prandial
Saciedade precoce
Nega emagrecimento
Nega vômitos
Nega disfagia e odinofagia
Tabagista
Hipótese Diagnóstica
SARCOMAS GÁSTRICOS(GIST)
São tumores originários do mesênquima 3% das neoplasias gástricas malignas Acomete pacientes na faixa dos 60 anos Maioria classificados como benignos
Clínica:
Sangramento intestinal
Dor abdominal
Dispepsia
Marcadores:
CD-117( ou proto-oncogene Kit
Outros: CD-34/ PDGF
Hipótese Diagnóstica
SARCOMAS GÁSTRICOS(GIST)
Diagnótico:
EndoscópicoTC
USG endoscópica + Biópsia USG endoscópica + Biópsia
Tratamento:
Ressecção cirúrgicaMesilato de imatinibe Sunitinibe
Diagnóstico Diferencial
GASTRITES
O termo gastrite é reservado para a inflamação da mucosa gástrica
comprovada histológicamente
Gastrites crônicas:
• Gastrite antral pelo H.pylori
• Pangastrite crônica pelo H.pylori
• Pangastrite crônica pelo H.pylori
• Gastrite crônica autoimune
Gastrites aguda:
•
Gastrite erosiva aguda• Gastrite aguda pelo H.pylori
Outras formas de gastrite
• Gastrite linfocítica
• Gastrite eosinofílica
Diagnóstico Diferencial
DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA
Aumento da acidez
•
H. pylori
•
Gastrinoma
•
Mastocitose, leucemia basofílica
•
Mastocitose, leucemia basofílica
Fraca defesa da mucosa
•
AAS/ AINES
•
Isquemia
•
Álcool, tabaco
Favorável: Epigastralgia, dispepsia
Diagnóstico Diferencial
ADENOCARCINOMA GÁSTRICO
Mais comum em homens > 50 anos( adenocarcinoma subtipo intestinal)Em mulheres jovens, predomina o subtipo difuso
Principais fatores de risco
Baixo nível sócio econômico/ Grupo sanguíneo A/ Infecção pelo H.pylori/ Gastrite
crônica atrófica/ Anemia perniciosa/ Tabagismo/ Cirurgia gástrica prévia/ crônica atrófica/ Anemia perniciosa/ Tabagismo/ Cirurgia gástrica prévia/ H.familiar.
Classificações: Borrmann/ Lauren/ Borders
Diagnóstico
EDA com biópsias, escovado e citologia do lavado gástricoFavorável: Dor epigástrica, lesão elevada na endoscopia, tabagismo
Condução do caso
DISPEPSIA > 45a
EDA alterado biópsia da lesão
Se GIST Se adenocarcinoma Ressecção cirúrgica Estadiamento
CONDUÇÃO DO CASO
SÍNDROME DISPÉPTICA
• Altamente frequente
• Sintomas digestivos como dor epigástrica, eructação,
náusea, vômito, plenitude pós-prandial, saciedade precoce,
náusea, vômito, plenitude pós-prandial, saciedade precoce,
distensão e flatulência
EXAMES COMPLEMENTARES
EDA: Lesão elevada, séssil, com base larga, com superfície
mucosa lisa, regular e de coloração idêntica a mucosa
adjacente, entre a pequena curvatura alta e parede posterior
EXAMES COMPLEMENTARES
• Limitações da biópsia pela EDA: amostra não suficiente, não
alcança submucosa
SEED: defeito de enchimento com
aparência submucosa
,
com cerca de 4 x 3 cm, localizado no fundo gástrico.
TC de abdome superior: estômago distendido por líquido,
apresentando
lesão
com
densidade de partes moles
,
regular, com epicentro na parede da pequena curvatura
gástrica, de
aspecto submucoso
,
abaulando a mucosa
gástrica
e
apresentando
componente
exofítico
que
comprime discretamente o corpo pancreático.
Ausência de
linfonodomegalias.
EXAMES COMPLEMENTARES
LESÃO SUBMUCOSA
• Lesão submucosa ou subepitelial
• Protusão recoberta de mucosa
normal
LESÃO SUBMUCOSA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• TC: método inicial de escolha para caracterização, avaliar
extensão e presença de metástase
• EDA: não consegue distinguir entre tumores intra e
• EDA: não consegue distinguir entre tumores intra e
extramurais; bióspias por endoscopia geralmente não obtêm
material adequado para diagnóstico definitivo
• USG endoscópico: identifica camada de origem, possibilita
amostragem guiada
CONDUÇÃO DO CASO
GIST
• Representam 1% dos cânceres gastrointestinais primários
• Origem das células de Cajal
• Mais comumente localizados no estômago e delgado proximal
• Geralmente assintomáticos
• Sintomas inespecíficos: queimação, plenitude, saciedade
precoce
GIST
• Metástase hepática e peritoneal
• Ressecção completa com margens
• Prognóstico:
tamanho,
localização,
índice
mitótico,
comprometimento de margens
EVOLUÇÃO
Estadiamento
TC de abdome e pelve de estadiamento: Sem evidência de implante secundário nos órgãos sólidos da cavidade abdominal, linfonodomegalias ou ascite. Manipulação cirúrgica do estômago, com espessamento tecidual parietal posterior na transição do corpo⁄fundo de aspecto inespecífico.
Atualmente assintomática em acompanhamento com
Oncologia Clínica
REFERÊNCIAS
Endoscopic ultrasound for the characterization of subepithelial lesions of the
upper gastrointestinal tract. Mary Lee Krinsky, DO. UpToDate.
Epidemiology, classification, clinical presentation, prognostic features, and
diagnostic work-up of gastrointestinal stromal tumors (GIST). Jeffrey Morgan, MD. UpToDate.
Risk of progression for incidental small subepithelial tumors in the upper
gastrointestinal tract. Ji Hyun Song, Sang Gyun Kim, Su Jin Chung, Hae Yeon Kang, Sun Young Yang, Young Sun Kim. National University Hospital Healthcare Kang, Sun Young Yang, Young Sun Kim. National University Hospital Healthcare System, Gangnam Center, Seoul, Korea
Menon, Laila, and Jonathan M. Buscaglia. “Endoscopic Approach to
Subepithelial Lesions.” Therapeutic Advances in Gastroenterology 7.3 (2014): 123–130. PMC. Web. 10 Mar. 2018.
HARRISON TR. Harrison: Medicina Interna - 18ª edição. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 2013.]