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REGULAMENTO (UE) N.º /.. DA COMISSÃO. de XXX

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COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, XXX COMP A3 […](2013) XXX draft

REGULAMENTO (UE) N.º …/.. DA COMISSÃO de XXX

que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado

(2)

ÍNDICE

REGULAMENTO (UE) N.º …/.. DA COMISSÃO que declara certas categorias de auxílios

compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado ... 3

CAPÍTULO I... 16

CAPÍTULO II Requisitos processuais ... 25

CAPÍTULO III Disposições específicas aplicáveis às diferentes categorias de auxílios ... 26

Secção 1 – Auxílios com finalidade regional... 26

Secção 2 – Auxílios a favor das PME ... 30

Secção 3 – Auxílios à investigação e desenvolvimento e inovação... 36

Secção 4 – Auxílios à formação ... 39

Secção 5 – Auxílios a favor de trabalhadores desfavorecidos e com deficiência ... 40

Secção 6 Auxílios à proteção do ambiente... 42

CAPÍTULO IV Disposições Finais... 51

ANEXO I Definições ... 53

Definições para auxílios com finalidade regional ... 55

Definições aplicáveis aos auxílios em favor das PME... 61

Definições aplicáveis aos auxílios à investigação, ao desenvolvimento e à inovação... 63

Definições aplicáveis aos auxílios à proteção do ambiente ... 67

ANEXO II Definição de PME ... 70

ANEXO III Informações relativas aos auxílios estatais isentos nas condições do presente regulamento ... 74

ANEXO IV Modelo do pedido de efeito de incentivo (tal como especificado no artigo 6.º).. 82

(3)

REGULAMENTO (UE) N.º …/.. DA COMISSÃO de XXX

que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado

(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 108.º, n.º 4,

Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 994/98 do Conselho, de 7 de maio de 1998, relativo à aplicação dos artigos 92.º e 93.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia a determinadas categorias de auxílios estatais horizontais 1, em particular o seu artigo 1.º, n.º 1, alíneas a) e b),

[Após publicação do projeto do presente regulamento [referência JO],] [Após consulta do Comité Consultivo em matéria de auxílios estatais,] Considerando o seguinte:

(1) O financiamento público que preencha os critérios enunciados no artigo 107.º, n.º 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (a seguir designado «o Tratado») constitui um auxílio estatal e deve ser notificado à Comissão nos termos do artigo 108.º, n.º 3, desse Tratado. No entanto, de acordo com o artigo 109.º do Tratado, o Conselho pode fixar as categorias de auxílios dispensadas da obrigação de notificação. Nos termos do artigo 108.º, n.º 4 do Tratado, a Comissão pode adotar regulamentos relativos a estas categorias de auxílios estatais. Por força do Regulamento (CE) n.º 994/98, o Conselho decidiu, em conformidade com o artigo 109.º do Tratado, que as categorias a seguir enunciadas podem ser dispensadas da obrigação de notificação: os auxílios à investigação e desenvolvimento, os auxílios à proteção do ambiente, os auxílios ao emprego e à formação, bem como os auxílios que respeitem o mapa aprovado pela Comissão relativamente a cada Estado-Membro com vista à concessão de auxílios com finalidade regional. Nesta base, a Comissão adotou o Regulamento (CE) n.º 800/2008, que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado comum, em aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado (a seguir designado o «regulamento geral de isenção por categoria»)2, que é aplicável até 31 de dezembro de 2013.

1

JO L 142 de 14.5.1998, p. 1.

(4)

(2) Com a sua comunicação intitulada «Modernização da política da UE no domínio dos auxílios estatais»3, a Comissão lançou uma revisão mais ampla das regras em matéria de auxílios estatais. Os principais objetivos desta modernização são: i) o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo num mercado interno concorrencial, que, simultaneamente, contribua para os esforços dos Estados-Membros no sentido de uma utilização mais eficiente das finanças públicas; ii) centrar o controlo ex ante da Comissão de medidas de auxílio nos casos com maior impacto no mercado interno, reforçando simultaneamente a cooperação com os Estados-Membros para efeitos de aplicação da legislação no domínio dos auxílios estatais; e iii) simplificar as regras e tornar o processo de tomada de decisões mais rápido, bem informado e robusto, baseado numa justificação económica clara, numa abordagem comum e em obrigações claras.

(3) O presente regulamento permite uma melhor definição das prioridades das atividades de aplicação da legislação e uma maior simplificação e deve ser combinado com uma maior transparência, uma avaliação eficaz e um controlo da conformidade com as regras ao nível nacional e da União em matéria de auxílios estatais, mantendo-se simultaneamente proporcional e preservando as competências institucionais da Comissão e dos Estados-Membros.

(4) A experiência adquirida pela Comissão no decurso da aplicação do Regulamento (CE) n.º 800/2008 permitiu-lhe, por um lado, definir melhor as condições sob as quais certas categorias de auxílio podem ser consideradas compatíveis com o mercado interno e alargar o âmbito de aplicação da isenção por categoria e, por outro, reforçar a transparência e o controlo e permitir uma avaliação adequada de grandes regimes, tendo em vista os seus efeitos na concorrência no mercado interno.

(5) As condições gerais de aplicação do presente regulamento podem ser definidas com base num conjunto de princípios comuns que asseguram que o auxílio serve uma finalidade de interesse comum, satisfaz uma deficiência ou necessidade de coesão do mercado bem identificada, tem um efeito de incentivo claro, é adequado e proporcional, é concedido em condições de absoluta transparência e sujeito a um mecanismo de controlo e a uma avaliação regular e não falseia a concorrência nem o comércio para além do aceitável de acordo com uma perspetiva de interesse comum. (6) Os auxílios que satisfaçam todas as condições previstas no presente regulamento, tanto

gerais como específicas, relativas às categorias pertinentes de auxílios devem ser dispensadas da obrigação de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. (7) Os auxílios estatais na aceção do artigo 107.º, n.º 1, do Tratado que não sejam

abrangidos pelo presente regulamento continuam a estar sujeitos à obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. O presente regulamento não prejudica a possibilidade de os Estados-Membros notificarem auxílios cujos objetivos correspondam aos abrangidos pelo presente regulamento.

(8) Tendo em vista o possível efeito de distorção da concorrência, o presente regulamento não deve aplicar-se a regimes cujas despesas anuais, planeadas ou efetivas, excedam um limiar baseado no PIB nacional e num valor absoluto, nomeadamente com vista a sujeitá-los a avaliação regular.

3

Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões, Modernização da política da UE no domínio dos auxílios estatais,

(5)

(9) O presente regulamento não deve aplicar-se aos auxílios que favoreçam a produção nacional em detrimento de produtos importados nem aos auxílios a atividades relacionadas com a exportação. Em especial, não deve aplicar-se aos auxílios que financiem a criação e o funcionamento de uma rede de distribuição noutros países. Os auxílios destinados a cobrir os custos da participação em feiras comerciais ou os custos de estudos ou serviços de consultoria necessários para o lançamento de um novo produto ou de um produto já existente num novo mercado não devem constituir, em princípio, auxílios a atividades relacionadas com a exportação.

(10) O presente regulamento deve aplicar-se, em princípio, à maioria dos setores económicos. No entanto, em alguns setores, o âmbito de aplicação deve ser limitado, tendo em conta as regras especiais vigentes. No setor das pescas e da aquicultura, o presente regulamento apenas deve aplicar-se aos auxílios à formação, os auxílios a favor do acesso das PME ao financiamento, aos auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação e aos auxílios a favor de trabalhadores desfavorecidos e com deficiência. Na produção primária de produtos agrícolas, o presente regulamento apenas é aplicável à exploração dos auxílios com finalidade regional (compensação dos custos suplementares que não sejam custos de transporte numa região ultraperiférica), aos auxílios à investigação e desenvolvimento, aos auxílios à inovação para as PME, aos auxílios à proteção do ambiente e aos auxílios a favor dos trabalhadores desfavorecidos e com deficiência, na medida em que estas categorias de auxílios não sejam abrangidas pelo Regulamento da Comissão... [que substitui o Regulamento (CE) n.º 1857/2006 da Comissão, de 15 de dezembro de 2006, relativo à aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado aos auxílios estatais a favor das pequenas e médias empresas que se dedicam à produção de produtos agrícolas].

(11) Com exceção dos auxílios à formação, setor para o qual estão previstas disposições específicas no regulamento da Comissão [regulamento de isenção por categoria aplicável ao setor agrícola], o presente regulamento deve aplicar-se à transformação e à comercialização dos produtos agrícolas, desde que sejam cumpridas determinadas condições. Nem as atividades de preparação dos produtos para a primeira venda efetuadas nas explorações agrícolas, nem a primeira venda por um produtor primário a revendedores ou a transformadores, nem qualquer atividade que prepare um produto para uma primeira venda devem ser consideradas atividades de transformação ou de comercialização para efeitos do presente regulamento. A jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia estabeleceu que, a partir do momento em que a União tenha adotado uma legislação que institua uma organização comum de mercado num determinado setor agrícola, os Estados-Membros devem abster-se de adotar qualquer medida suscetível de impedir ou prejudicar essa organização. Por conseguinte, o presente regulamento não deve aplicar-se a auxílios cujo montante seja estabelecido com base no preço ou na quantidade de produtos adquiridos ou colocados no mercado, nem a auxílios que estejam associados a uma obrigação de partilha com produtores primários.

(12) Tendo em conta a Decisão do Conselho, de 10 de dezembro de 2010 relativa aos auxílios estatais destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas4, o presente regulamento não deve ser aplicável aos auxílios destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas nos termos da Decisão do Conselho de 10 de dezembro de 2010. Para além deste tipo de auxílios, o presente

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regulamento é aplicável ao setor siderúrgico, com exceção dos auxílios com finalidade regional.

(13) A Comissão deve garantir que os auxílios autorizados não alteram as condições das trocas comerciais numa medida contrária ao interesse comum. Por conseguinte, os auxílios concedidos a um beneficiário, objeto de uma injunção de recuperação na sequência de uma decisão da Comissão que declare um auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno, devem ser excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento.

(14) Os auxílios concedidos a empresas em dificuldade devem ser excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento, uma vez que devem ser apreciados à luz das orientações relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação a empresas em dificuldade5, a fim de evitar que estas sejam contornadas. A fim de garantir a segurança jurídica, convém estabelecer critérios claros que não impliquem uma avaliação de todas as especificidades relativas à situação de uma empresa para determinar se uma empresa é considerada em dificuldade para efeitos do presente regulamento.

(15) A aplicação da legislação no domínio dos auxílios estatais é altamente dependente da cooperação dos Estados-Membros. Por conseguinte, os Estados-Membros devem tomar todas as medidas necessárias para assegurar a conformidade com o presente regulamento, incluindo a conformidade de auxílios individuais que beneficiem de uma isenção por categoria.

(16) Devido aos maiores riscos de distorção da concorrência que apresentam, os auxílios de elevado montante, quer concedidos individual quer cumulativamente, devem ser apreciados pela Comissão no momento da notificação. Por conseguinte, nos limites do âmbito de aplicação do presente regulamento, é conveniente, em relação a cada categoria de auxílio, estabelecer limiares que tenham em conta a categoria do auxílio em causa e os seus prováveis efeitos sobre a concorrência. Qualquer auxílio cujo montante ultrapasse esses limiares deve, por conseguinte, continuar sujeito à exigência de notificação imposta pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado.

(17) Para efeitos de transparência, tratamento equitativo e controlo efetivo, o presente regulamento só deve aplicar-se aos auxílios relativamente aos quais é possível calcular com precisão o seu equivalente-subvenção bruto, sem necessidade de proceder a uma avaliação de risco («auxílios transparentes»). Para certos instrumentos de auxílio específicos, como empréstimos, garantias, medidas fiscais, medidas de financiamento de risco e, em particular, adiantamentos reembolsáveis, o presente regulamento deve definir sob que condições esses instrumentos podem ser considerados transparentes. Os auxílios incluídos em garantias devem ser considerados transparentes se o equivalente-subvenção bruto tiver sido calculado com base nos prémios de limiar de admissibilidade automática estabelecidos para o respetivo tipo de empresa. Por exemplo, para as pequenas e médias empresas, a Comunicação da Comissão relativa à aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado CE aos auxílios estatais sob forma de garantias6 estabelece níveis de prémios anuais acima dos quais uma garantia estatal seria considerada não constituir um auxílio.

5

JO C 244, 1.10.2004, p. 2, prorrogado pela Comunicação da Comissão, que prorroga as orientações comunitárias relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação a empresas em dificuldade, de 1 de outubro de 2004, JO C 296, 2.10.2012, p. 3.

(7)

(18) A fim de garantir que o auxílio é necessário e incentiva o desenvolvimento de outras atividades ou projetos, o presente regulamento não deve aplicar-se aos auxílios a favor de atividades que o beneficiário poderia exercer com base apenas nas condições de mercado. Os auxílios só devem ser dispensados de notificação nos termos do presente regulamento se o trabalho sobre o projeto ou ação começar após o beneficiário ter apresentado um pedido escrito para a ajuda.

(19) OPÇÃO COMPLEMENTAR PARA EFEITO DE INCENTIVO A FAVOR DAS

GRANDES EMPRESAS: No que se refere a todos os auxílios abrangidos pelo

presente regulamento concedidos a beneficiários que sejam grandes empresas, para além das condições aplicáveis às PME, o Estado-Membro deve igualmente verificar se o beneficiário analisou, num documento interno, a viabilidade do projeto ou da atividade objeto de auxílio, com e sem auxílio. O Estado-Membro deve verificar se o referido documento interno confirma a existência de um aumento significativo em termos de dimensão ou âmbito do projeto/atividade ou um aumento significativo no montante total despendido pelo beneficiário no projeto ou atividade objeto do auxílio ou um aumento significativo na rapidez de conclusão do projeto/atividade em questão. No que se refere aos auxílios com finalidade regional, pode igualmente ser verificada a existência de um efeito de incentivo, com base no facto de que o projeto de investimento não seria realizado enquanto tal, na região assistida em causa, na ausência do auxílio.

(20) Na maior parte dos casos, é difícil estabelecer o efeito de incentivo dos auxílios ad hoc concedidos a grandes empresas, razão pela qual esta forma de auxílio deve ser excluída do âmbito de aplicação do presente regulamento. A Comissão continuará a analisar a existência do efeito de incentivo desse auxílio no contexto da notificação e com base nos critérios estabelecidos nas orientações, enquadramentos ou outros instrumentos comunitários aplicáveis. OPÇÃO LTERNATIVA PARA OS AUXÍLIOS

AD HOC A FAVOR DAS GRANDES EMPRESAS: Os auxílios ad hoc concedidos a

grandes empresas devem ser incluídos no âmbito de aplicação do presente regulamento, na condição de o Estado-Membro ter antes verificado que os documentos apresentados pelo beneficiário indicam um aumento significativo da dimensão, do alcance ou dos montantes do projeto ou da atividade.

(21) Os regimes fiscais automáticos devem continuar sujeitos a condições específicas no que diz respeito ao seu efeito de incentivo, tendo em conta o facto de o auxílio resultante desses regimes ser concedido no quadro de procedimentos diferentes dos que são seguidos para as outras categorias de auxílios. Esta condição específica implica que os regimes supramencionados tenham sido adotados antes do início do projeto ou da atividade objeto do auxílio. Contudo, a referida condição não se aplica às versões posteriores do regime, se a atividade já tiver sido abrangida pelos regimes fiscais anteriores. Para a apreciação do efeito de incentivo de tais regimes, o momento crucial é aquele em que a medida fiscal tenha sido estabelecida pela primeira vez no regime inicial, que passa, então, a ser substituído pelo novo regime.

(22) No que diz respeito aos auxílios à contratação de trabalhadores desfavorecidos sob a forma de subvenções salariais, aos auxílios que visam compensar os sobrecustos decorrentes do emprego de trabalhadores com deficiência, aos auxílios a favor do acesso das PME ao financiamento e aos auxílios sob a forma de reduções dos impostos ambientais, pode presumir-se a existência do efeito de incentivo, caso sejam satisfeitas as condições específicas estabelecidas no presente regulamento para estas categorias de auxílios.

(8)

(23) A fim de garantir que os auxílios sejam proporcionados e limitados ao montante necessário, os montantes máximos de auxílio devem, sempre que possível, ser expressos em termos de intensidade de auxílio em relação a um conjunto de custos elegíveis. Sempre que a intensidade máxima do auxílio não puder ser fixada, pelo facto de não poderem ser identificados custos elegíveis ou para poderem ser determinados instrumentos mais simples para pequenos montantes, devem ser estabelecidos montantes máximos de auxílio definidos em valores nominais, a fim de garantir a proporcionalidade das medidas de auxílio. Tendo em conta a experiência da Comissão, os montantes máximos de auxílio devem ser fixados a um nível que, simultaneamente, permita reduzir ao mínimo as distorções da concorrência no setor beneficiário do auxílio e responder adequadamente às deficiências ou aos problemas de coesão do mercado em causa. No que se refere aos auxílios com finalidade regional a favor do investimento, a intensidade do auxílio tem de cumprir as intensidades de auxílio autorizadas ao abrigo dos mapas de auxílios com finalidade regional.

(24) Para o cálculo da intensidade do auxílio, os valores utilizados devem ser os valores anteriores a qualquer dedução fiscal ou de outros encargos. O valor dos auxílios pagáveis em várias prestações é o seu valor atualizado reportado ao momento da concessão. Os custos elegíveis também devem ser atualizados segundo o seu valor à data da concessão do auxílio. A taxa de juros a utilizar para efeitos de atualização e para o cálculo do montante do auxílio, que não assuma a forma de subvenção, será a taxa de referência aplicável no momento da concessão, tal como estabelecido na Comunicação da Comissão sobre a revisão do método de fixação das taxas de referência e de atualização7. A identificação dos custos elegíveis deve ser provada através de documentos claros, específicos e atualizados. Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais, as parcelas de auxílio devem ser atualizadas com base nas taxas de referência aplicáveis nas diferentes datas em que os benefícios fiscais se tornarem efetivos. A utilização dos auxílios sob a forma de adiantamentos reembolsáveis deve ser fomentada, uma vez que esses instrumentos de partilha de riscos são vocacionados para reforçar o efeito de incentivo do auxílio. É, por conseguinte, adequado estabelecer que, quando um auxílio é concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, podem ser aumentadas as intensidades de auxílio previstas no presente regulamento, com exceção dos auxílios com finalidade regional (uma vez que estes últimos só podem ser objeto de isenção se respeitarem os mapas aprovados).

(25) Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais relativos a impostos futuros, a taxa de referência aplicável e o montante exato das parcelas de auxílio podem não ser previamente conhecidos. Nesse caso, os Estados-Membros devem fixar antecipadamente um limite máximo sobre o valor atualizado do auxílio no que diz respeito à intensidade do auxílio aplicável. Posteriormente, quando o montante da parcela do auxílio numa determinada data se tornar conhecido, o valor atualizado pode efetuar-se com base na taxa de referência aplicável nesse momento. O valor atualizado de cada parcela de auxílio deve ser deduzido do montante global do limite máximo.

(26) A fim de determinar se os limiares de notificação individual e as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no presente regulamento são respeitados, o montante total das medidas de auxílio estatal à atividade ou projeto objeto de auxílio deve ser tido em conta, independentemente da forma de financiamento desse apoio. Na medida

(9)

em que a Comissão avalia globalmente o montante total do apoio público quando autoriza que fundos da União sejam geridos a nível central pela Comissão e assegura a coerência com as regras relativas aos auxílios estatais, o financiamento da União que não esteja direta ou indiretamente sob o controlo do Estado-Membro e não constitua um auxílio estatal não deve ser tido em consideração para determinar se os limiares de notificação e as intensidades máximas de auxílio são respeitados.

(27) Além disso, o presente regulamento deve especificar as circunstâncias em que podem ser cumuladas diferentes categorias de auxílio por ele abrangidas. Os auxílios objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento e quaisquer outros auxílios compatíveis objeto de isenção nos termos do presente regulamento ou aprovados pela Comissão podem ser cumulados, desde que essas medidas de auxílio digam respeito a diferentes custos elegíveis identificáveis. Quando as diferentes fontes de auxílio estão relacionadas com os mesmos custos elegíveis identificáveis (parcial ou totalmente sobrepostos), a cumulação deve ser permitida até à intensidade de auxílio ou ao montante de auxílio máximos aplicáveis a esse auxílio nos termos do presente regulamento. O presente regulamento deve igualmente estabelecer regras especiais para cumulação das medidas de auxílio com custos elegíveis identificáveis ou com custos elegíveis não identificáveis, em matéria de cumulação com auxílios de minimis e em matéria de cumulação com auxílios a favor dos trabalhadores com deficiência. (28) Dado que, em princípio, a concessão de auxílios estatais na aceção do artigo 107.º,

n.º 1, do Tratado é proibida, é importante que todas as partes tenham a possibilidade de verificar se um auxílio é concedido em conformidade com as regras aplicáveis. A transparência dos auxílios estatais é, por conseguinte, essencial para a correta aplicação das regras do Tratado e conduz a uma melhor conformidade, maior responsabilização, a uma avaliação interpares e, em última análise, a uma maior eficácia em termos de despesas públicas. A fim de assegurar a transparência, o presente regulamento deve exigir a cada Estado-Membro a criação de um único sítio Web em matéria de auxílios estatais. Este sítio Web deverá ser complementado ou extrair informações de vários sítios Web (portal). Nesse sítio Web, os Estados-Membros deverão publicar informações sucintas sobre cada medida de auxílio objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento em formato normalizado, o texto integral de cada medida de auxílio e informações sobre a concessão de auxílios individuais. Essa obrigação deve ser uma condição para a compatibilidade do auxílio individual com o mercado interno. As ligações para os sítios Web dos auxílios estatais de todos os Estados-Membros devem ser publicadas no sítio Web da Comissão. Em conformidade com o artigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 994/98, o resumo das informações relativas a cada medida de auxílio isenta nos termos do presente regulamento deve ser publicado no Jornal Oficial da União Europeia.

(29) A fim de garantir um acompanhamento eficaz das medidas de auxílio em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 994/98, é conveniente definir obrigações no que diz respeito à apresentação pelos Estados-Membros de relatórios relativos a medidas de auxílio que tenham sido objeto de isenção nos termos do presente regulamento, assim como à aplicação do presente regulamento. Para que a Comissão possa proceder a um melhor controlo dos efeitos cumulativos do auxílio, os Estados-Membros devem apresentar relatórios sobre a concessão de auxílios individuais que excedam um determinado montante. Além disso, é de todo o interesse estabelecer regras relativamente aos dossiês que os Estados-Membros devem conservar em

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relação aos auxílios isentos nos termos do presente regulamento, tendo em conta o prazo de prescrição imposto pelo artigo 15.º do Regulamento (CE) n.º 659/19998. (30) A fim de reforçar a eficácia das disposições em matéria de compatibilidade geral

consagradas pelo capítulo I do presente regulamento, bem como das disposições em matéria de requisitos processuais constantes do capítulo II, a Comissão deve poder retirar o benefício da isenção por categoria em relação às futuras medidas de auxílio, caso não sejam cumpridas as exigências impostas nestes capítulos. A Comissão pode limitar a retirada do benefício da isenção por categoria a medidas em favor de determinados beneficiários ou adotadas por determinadas autoridades. Caso não sejam cumpridas as condições de compatibilidade impostas pelo capítulo I, os auxílios concedidos não são abrangidos pelo presente regulamento e, por conseguinte, constituem um auxílio ilegal, que a Comissão examinará no âmbito do procedimento aplicável em conformidade com o previsto no Regulamento (CE) n.º 659/1999.Se não forem observadas as exigências impostas pelo capítulo II, a retirada do benefício da isenção por categoria em relação a medidas de auxílio futuras não afeta o facto de as medidas adotadas no passado terem sido objeto de isenção por categoria.

(31) Com o intuito de eliminar as disparidades que possam dar origem a distorções da concorrência e facilitar a coordenação entre as diferentes iniciativas nacionais e da União relativas às PME, bem como por razões de clareza administrativa e de segurança jurídica, a definição de PME utilizada para efeitos do presente regulamento deve basear-se na definição da Recomendação 2003/361/CE da Comissão, de 6 de maio de 2003, relativa à definição de micro, pequenas e médias empresas9.

(32) Os auxílios com finalidade regional, ao tentarem ultrapassar as limitações das regiões desfavorecidas, promovem a coesão económica, social e territorial dos Estados-Membros e da União no seu conjunto. Os auxílios com finalidade regional destinam-se a contribuir para o desenvolvimento das zonas mais desfavorecidas, apoiando o investimento e a criação de emprego num contexto sustentável. Nas zonas que satisfazem as condições previstas no artigo 107.º, n.º 3, alínea a) do Tratado, os auxílios com finalidade regional podem ser concedidos para promover a criação de novos estabelecimentos, o alargamento de estabelecimentos existentes, a diversificação da produção de um estabelecimento ou a mudança fundamental do processo de produção global de um estabelecimento existente. Tendo em consideração que as grandes empresas são menos afetadas por limitações regionais do que as PME quando investem numa zona que satisfaça as condições previstas no artigo 107.º, n.º 3, alínea c) do Tratado, os auxílios com finalidade regional às grandes empresas devem ser isentos da obrigação de notificação apenas para os investimentos iniciais a favor de novas atividades nessas zonas (auxílios a investimentos em instalações novas de raiz ou a diversificação dos estabelecimentos existentes em relação a novos produtos). (33) Quando um regime de auxílios com finalidade regional visa setores de atividade

económica específicos, o objetivo e os efeitos prováveis do regime podem ser mais setoriais do que horizontais. Por conseguinte, os sistemas setoriais não podem ser dispensados da obrigação de notificação. No entanto, a Comissão, após a notificação, pode avaliar os seus eventuais efeitos positivos de acordo com as orientações ou quadros aplicáveis. É o que acontece no caso, nomeadamente, de regimes de auxílios com finalidade regional que abranjam atividades económicas no setor do carvão, no setor da construção naval, bem como no setor dos transportes e da infraestrutura

8

JO L 83 de 27.3.1999, p. 1.

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aeroportuária. No entanto, devido às características específicas de certos setores, tais como o aço e as fibras sintéticas, considera-se que os efeitos negativos dos auxílios regionais nesses setores não podem ser compensados pelos efeitos de coesão positivos; Por estas razões, os auxílios com finalidade regional nestes setores não podem ser concedidos. Contudo, o setor do turismo desempenha um importante papel nas economias nacionais e, em geral, tem um efeito particular positivo no desenvolvimento regional. Os regimes de auxílios com finalidade regional que visam atividades no setor do turismo devem, por conseguinte, ser dispensados da obrigação de notificação.

(34) Os investimentos nas regiões assistidas efetuados em favor de energia proveniente de fontes renováveis, de cogeração e de aquecimento e arrefecimento urbano eficientes devem ser autorizados nas condições estabelecidas na secção relativa a matéria ambiental do presente regulamento. Tal deve minimizar o seu elevado impacto de distorção sobre o mercado interno da energia e garantir uma maior incidência na relação custo/eficácia. Tendo em atenção o seu elevado impacto de distorção sobre o mercado interno da energia, os auxílios estatais a favor da produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis e a criação de infraestruturas energéticas não beneficiam da dispensa da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado.

(35) Dada a importância de estratégias regionais de desenvolvimento, os investimentos que não façam parte de programas operacionais deverão ser escolhidos em função da sua contribuição para as estratégias de desenvolvimento regional das zonas em causa. Para o efeito, os Estados-Membros podem basear-se nas apreciações de anteriores regimes de auxílios estatais, nas avaliações de impacto efetuadas pelas autoridades que concederam os auxílios ou nos pareceres de peritos. A fim de assegurar que os regimes de auxílios satisfazem os objetivos de estratégias regionais de desenvolvimento, os objetivos devem ser claramente identificados. Um sistema de pontos deve permitir que a autoridade responsável pela concessão possa definir prioridades e selecionar os investimentos em função dos objetivos.

(36) A fim de não favorecer o fator «capital» de um investimento em relação ao fator «trabalho», deve prever-se a possibilidade de quantificar os auxílios com finalidade regional a favor do investimento com base quer nos custos do investimento quer nos custos salariais relativos aos postos de trabalho diretamente criados por um projeto de investimento.

(37) Os auxílios com finalidade regional a favor do investimento não devem ser dispensados de notificação quando concedidos a um beneficiário que encerre a mesma atividade ou uma atividade produtiva semelhante numa outra zona do EEE nos dois anos que antecedem o pedido de auxílio ou quando o beneficiário tenha planos concretos para encerrar essa atividade nos dois anos seguintes à conclusão do investimento.

(38) A Comissão adquiriu experiência suficiente na aplicação do artigo 107.º, n.º 3, alíneas a) e c) do Tratado no que se refere aos auxílios regionais a favor do funcionamento para compensar os custos de transporte de mercadorias produzidas nas regiões ultraperiféricas ou em zonas populacionais mais esparsas e os sobrecustos de produção e de funcionamento (para além dos custos de transporte) incorridos pelos beneficiários estabelecidos nas regiões ultraperiféricas. Os auxílios para compensar sobrecustos nas regiões ultraperiféricas apenas podem ser compatíveis com o mercado interno e dispensados da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, na

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medida em que o nível desses auxílios seja limitado a uma determinada percentagem do rendimento gerado por essas empresas na região ultraperiférica em causa. Para minimizar o impacto ambiental e as emissões, o auxílio deve ser calculado com base no meio de transporte com o mais baixo custo externo para o ambiente, incluindo em matéria de energia.

(39) Os investimentos correspondentes às prioridades da estratégia Europa 2020 em tecnologias verdes, I&D&I, transição para uma economia com baixas emissões de carbono realizados nas regiões menos desenvolvidas podem beneficiar de montantes de auxílio mais elevados através da concessão de um prémio regional. Salvo indicação em contrário no presente regulamento, tais investimentos iniciais podem ser apoiados ao abrigo das condições estabelecidas em diferentes secções do presente regulamento. (40) As PME desempenham um papel determinante na criação de emprego e, em termos

mais gerais, representam um fator de estabilidade social e de dinamismo económico. Contudo, o seu desenvolvimento pode ser limitado pelas deficiências do mercado, o que as expõe a dificuldades específicas. As PME encontram frequentemente dificuldades no acesso a capitais ou a empréstimos, dadas as reticências de certos mercados financeiros em assumirem riscos e as garantias por vezes limitadas que estas empresas podem oferecer. Os seus limitados recursos podem igualmente restringir o seu acesso à informação, nomeadamente no que diz respeito às novas tecnologias e aos mercados potenciais. A fim de facilitar o desenvolvimento das atividades económicas das PME, o presente regulamento deve, por conseguinte, isentar algumas categorias de auxílios, quando estes são concedidos a favor de PME.

(41) Tendo em conta as desvantagens específicas e as diferenças entre as pequenas e médias empresas, podem ser aplicáveis intensidades de auxílio de base diferentes e prémios diferentes.

(42) A experiência adquirida na aplicação das orientações comunitárias relativas aos auxílios estatais para promover os investimentos de capital de risco em pequenas e médias empresas demonstra que existe um certo número de deficiências no mercado do capital de risco na União relativamente a certos tipos de investimento em determinadas fases do desenvolvimento das empresas. Essas deficiências do mercado são imputáveis a uma inadequação entre a oferta e a procura de capital de risco. Em consequência, o volume de capital de risco proporcionado pelo mercado é demasiado limitado, o que impede as empresas de acederem aos financiamentos de que necessitam, embora tenham planos válidos e boas perspetivas de crescimento. O principal fator de deficiência dos mercados do capital de risco, que tem um impacto particularmente negativo no acesso das PME ao capital e que pode justificar uma intervenção pública, é a informação inadequada ou assimétrica. Tal afeta não só o fornecimento de capital de risco, mas também dificulta o ao financiamento através de empréstimos para certas PME. Por conseguinte, as medidas de financiamento de risco que procuram atrair capitais privados para a oferta de financiamento de risco a PME não cotadas afetadas pelas carências de financiamento e que assegurem decisões de financiamento com fins lucrativos e uma gestão comercial dos intermediários financeiros devem ser dispensadas da obrigação de notificação se satisfeitas determinadas condições.

(43) Sob determinadas condições, também o auxílio ao arranque das PME, os auxílios a plataformas de negociação alternativas especializadas em PME e os auxílios a custos relacionados com a prospeção preliminar das PME antes da sua primeira venda comercial ou que tenham operado durante menos de cinco anos após a sua primeira

(13)

venda comercial num mercado devem também ser considerados compatíveis com o mercado interno e dispensados da obrigação de notificação.

(44) As PME que participam nos projetos de Cooperação Territorial Europeia têm frequentemente dificuldades em financiar os sobrecustos decorrentes da cooperação entre parceiros situados em diferentes regiões e nos diferentes Estados-Membros. Dada a importância da Cooperação Territorial Europeia no âmbito da política de coesão da União, os auxílios para os custos de cooperação relativos a projetos abrangidos pelo regulamento [COM(2011) 611 FEDER/CTE] devem ser dispensados da obrigação de notificação.

(45) A promoção da investigação, do desenvolvimento e da inovação é um objetivo importante de interesse comum. Os auxílios à investigação, ao desenvolvimento e à inovação para as PME podem contribuir para o crescimento económico sustentável, para o reforço da competitividade e para o aumento do emprego. A experiência adquirida na aplicação do Regulamento (CE) n.º 800/2008 e o Enquadramento comunitário dos auxílios estatais à investigação e desenvolvimento e à inovação para PME demonstram que as deficiências do mercado podem impedir que seja atingido um nível ótimo de produção e conduzir a ineficácias. Tais resultados ineficientes estão geralmente associados a externalidades, aos bens públicos/divulgação dos conhecimentos, à insuficiência e assimetria das informações, bem como a problemas de coordenação e de rede.

(46) Os auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação assumem especial importância para PME que possam enfrentar dificuldades no acesso aos novos desenvolvimentos tecnológicos, às transferências de conhecimentos ou a pessoal altamente qualificado. Os auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento, os auxílios para estudos de viabilidade, assim como os auxílios à inovação para PME, incluindo os auxílios destinados a cobrir as despesas de direitos de propriedade industrial das PME, podem remediar estes problemas, pelo que devem ser dispensados da obrigação de notificação, sob certas condições.

(47) No que diz respeito aos auxílios a projetos no domínio da investigação e desenvolvimento, a vertente subvencionada do projeto de investigação deve ser inteiramente abrangida pelas categorias de investigação fundamental, investigação industrial ou desenvolvimento experimental. Quando um projeto é composto por diferentes tarefas, deve ser definido para cada uma delas se está abrangida pelas categorias de investigação fundamental, investigação industrial ou desenvolvimento experimental ou por nenhuma delas. Essa classificação não terá necessariamente de ser cronológica, passando ao longo do tempo da investigação fundamental para atividades mais próximas do mercado. Por conseguinte, uma tarefa executada numa fase posterior de um projeto pode ser considerada investigação industrial. Do mesmo modo, uma atividade efetuada numa fase anterior pode constituir desenvolvimento experimental. A vertente subvencionada do projeto pode igualmente incluir os estudos de viabilidade preparatórios das atividades de investigação.

(48) Cada vez mais são necessárias infraestruturas de investigação de qualidade elevada para a investigação e a inovação, por atraírem talentos a nível mundial e serem essenciais, nomeadamente para as tecnologias de informação e comunicação e para as tecnologias facilitadoras essenciais. As infraestruturas de investigação públicas deveriam continuar a funcionar em parceria com o setor da investigação. O acesso a infraestruturas de investigação com financiamento público deve ser concedido com base em condições de mercado transparentes e não discriminatórias. Se estas últimas

(14)

condições não forem respeitadas, a medida de auxílio não pode ser dispensada da obrigação de notificação. Várias partes podem deter, operar e utilizar uma dada infraestrutura de investigação, e as entidades e empresas públicas podem utilizar as infraestruturas em colaboração.

(49) As infraestruturas de investigação podem servir para atividades económicas e não-económicas. A fim de evitar auxílios estatais indevidos a atividades económicas através do financiamento público de atividades não-económicas, os custos e o financiamento das atividades económicas e não-económicas devem ser claramente separáveis. Se uma infraestrutura for utilizada tanto para as atividades económicas como para as atividades não-económicas, o financiamento público é abrangido pelo âmbito de aplicação das regras em matéria de auxílios estatais apenas na medida em que estas rejam os custos relacionados com as atividades económicas. Se a infraestrutura for utilizada quase exclusivamente para uma atividade de natureza não-económica, pode não ser abrangida pelo âmbito de aplicação das regras relativas aos auxílios estatais em todos os seus elementos, ainda que seja igualmente utilizada para uma atividade económica meramente acessória, ou seja, uma atividade que esteja diretamente relacionada e seja necessária ao funcionamento da infraestrutura ou esteja intrinsecamente ligada à sua principal utilização não-económica e limitada em relação ao seu âmbito de aplicação.

(50) A promoção da formação e o recrutamento/emprego de trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência constituem um objetivo central das políticas económicas e sociais da União e dos seus Estados-Membros.

(51) A formação gera habitualmente efeitos externos positivos para a sociedade no seu conjunto, na medida em que aumenta a oferta de trabalhadores qualificados a que podem recorrer outras empresas, melhora a competitividade da indústria da União e desempenha um importante papel na estratégia da União em matéria de emprego. Esses auxílios devem, por conseguinte, ser dispensados da obrigação de notificação desde que sejam respeitadas determinadas condições. Tendo em conta as desvantagens específicas a que as PME têm de fazer face e o nível mais elevado dos custos relativos que devem suportar quando investem em formação, as intensidades de auxílio isentas pelo presente regulamento devem ser mais elevadas para as PME. Além disso, as intensidades de auxílio isentas pelo presente regulamento devem ser mais elevadas se for dada formação a trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência. As características da formação no setor dos transportes marítimos justificam uma abordagem setorial específica.

(52) Certas categorias de trabalhadores com deficiência ou desfavorecidos continuam a registar dificuldades para entrar no mercado de trabalho. Por este motivo, as autoridades públicas têm legitimidade para aplicar medidas destinadas a incentivar as empresas a aumentarem os níveis de emprego destas categorias de trabalhadores, em especial dos jovens. Os custos com o pessoal fazem parte dos custos normais de funcionamento de qualquer empresa. É, por conseguinte, particularmente importante que os auxílios ao emprego a favor de trabalhadores com deficiência ou desfavorecidos exerçam um efeito positivo nos níveis de emprego dessas categorias e que não permitam simplesmente às empresas reduzir os custos que, de qualquer forma, teriam de suportar. Assim, esses auxílios devem ser dispensados da obrigação de notificação, sempre que possam apoiar essas categorias de trabalhadores a entrarem no mercado de trabalho, ou a ele regressarem, e nele permanecerem.

(15)

(53) Um crescimento sustentável para uma economia eficiente em termos de recursos, mais ecológica e mais competitiva constitui um dos principais pilares da estratégia de crescimento Europa 2020. O desenvolvimento sustentável baseia-se, nomeadamente, num elevado nível de proteção e de melhoria da qualidade do ambiente. O domínio da proteção do ambiente confronta-se com deficiências do mercado tais que, em condições normais de mercado, as empresas podem não ter o incentivo necessário para reduzir a poluição decorrente da sua atividade, uma vez que tal redução pode aumentar os seus custos, sem que tal seja acompanhado dos benefícios correspondentes.

(54) Com base na experiência adquirida pela Comissão no âmbito da aplicação do enquadramento comunitário dos auxílios estatais a favor do ambiente, diversas medidas de auxílio podem incluídas na dispensa da obrigação de notificação. As medidas isentas abrangem os domínios da eficiência dos recursos, a luta contra as alterações climáticas e a energia em que haja um benefício para o ambiente.

(55) Em especial, as medidas relativas à poupança de energia e à eficiência energética, à cogeração e ao aquecimento urbano têm por objetivo a utilização eficaz dos recursos. As medidas destinadas a incentivar as empresas a alcançar um grau de proteção do ambiente superior ao exigido pelas normas da União podem beneficiar a eficiência dos recursos e o ambiente em maior medida, ao passo que os auxílios para a reabilitação de locais contaminados — que podem ser justificadas nos casos em que não é possível identificar o poluidor — visam especificamente reparar os danos ambientais. A este respeito, refira-se, nomeadamente, a Diretiva 2004/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de abril de 2004, relativa à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais10, com a redação que lhe foi dada pela Diretiva 2006/21/CE11 e pela Diretiva 2009/31/CE12.

(56) A fim de alcançar os objetivos da União em matéria de energias renováveis e na medida em que seja necessário complementar um quadro normativo, como, por exemplo o regime de comércio de licenças de emissão da União, o presente regulamento prevê a possibilidade de conceder auxílios com base num processo de concurso público, que seja tecnologicamente neutro e esteja aberto a proponentes para além das fronteiras nacionais. Tal processo pode ajudar a União a atingir os seus objetivos de forma rentável, limitando as distorções do mercado interno. Para esse efeito, os Estados-Membros são encorajados a participar em mecanismos de cooperação previstos na Diretiva 2009/28/CE, de modo a que a energia que beneficia do apoio faça parte dos seus objetivos nacionais.

(57) Existem preços negativos quando há oferta excedentária de eletricidade. Tal pode igualmente ocorrer devido a condições meteorológicas favoráveis. Os produtores de energias renováveis podem continuar a produzir até o preço ser inferior ao valor do auxílio. Por um lado, esta situação pode obrigar todos os produtores a pararem a sua produção ou a pagar para

produzirem. Por outro, poderá incentivar esses mesmos produtores a tomarem medidas

de resposta à procura, permitindo-lhes reagir de forma mais flexível à redução dos preços da eletricidade.

10

JO L 143 de 30.4.2004, p. 56.

11

Diretiva 2006/21/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativa à gestão dos resíduos de indústrias extrativas e que altera a Diretiva 2004/35/CE JO L 102 de 11.4.2006, p. 15.

12

Diretiva 2009/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa ao armazenamento geológico de dióxido de carbono e que altera a Diretiva 85/337/CEE do Conselho, as Diretivas 2000/60/CE, 2001/80/CE, 2004/35/CE, 2006/12/CE e 2008/1/CE e o Regulamento (CE) n.º

(16)

(58) Deve também assegurar-se que os critérios sustentáveis aplicáveis são cumpridos aquando da prestação de apoio às energias renováveis. Os auxílios ao investimento no domínio do ambiente para a utilização da biomassa apenas serão isentos na medida em que os investimentos objeto de auxílio forem aplicados exclusivamente para a utilização da biomassa sustentável, desde que os referidos critérios de sustentabilidade sejam adotados.

(59) Os auxílios sob a forma de reduções fiscais previstos ao abrigo da Diretiva 2003/96/CE13 que promovam a proteção do ambiente e sejam abrangidos pelo presente regulamento podem beneficiar indiretamente o ambiente e devem ser limitados a um período de dez anos. Após este período, os Estados-Membros devem reexaminar a adequação das reduções fiscais em causa. No entanto, sempre que um artigo específico do presente regulamento abranja a medida de auxílio constituída por uma isenção fiscal aplica-se o presente artigo.

(60) Um cálculo correto dos custos de investimento ou de produção suplementares necessários para a realização dos objetivos de proteção do ambiente é essencial para determinar se os auxílios em causa são compatíveis com o artigo 107.º, n.º 3, do Tratado. Tendo em conta as dificuldades que poderiam surgir na determinação dos sobrecustos resultantes do investimento para melhorar a proteção do ambiente, o presente regulamento prevê um método simplificado para o cálculo dos custos de investimento ambiental, limitado por intensidades máximas de auxílio.

ADOTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

CAPÍTULO I

Artigo 1.ºÂmbito de aplicação

1. O presente regulamento é aplicável às seguintes categorias de auxílios: (a) Auxílios com finalidade regional;

(b) Auxílios às PME sob a forma de auxílios ao investimento, auxílios ao funcionamento e ao acesso das PME ao financiamento;

(c) Auxílios à proteção do ambiente;

(d) Auxílios à investigação e ao desenvolvimento; (e) Auxílios à inovação a favor das PME;

(f) Auxílios à formação;

(g) Auxílios a favor do recrutamento e do emprego de trabalhadores desfavorecidos e com deficiência.

2. O presente regulamento não é aplicável:

(a) A regimes cujas despesas públicas anuais, planeadas ou efetivas, excedam 0,01 % do produto interno bruto (PIB) nacional do Estado-Membro em causa referente ao ano de calendário anterior14 e desde que o orçamento anual, planeado ou efetivo, do regime em questão exceda 100 milhões de euros. Esses

13

JO L 283 de 31.10.2003, p. 51.

(17)

regimes devem ser notificados nos termos do artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, pelo menos seis meses a contar da data em que é satisfeita a condição supracitada. Se vários regimes com características idênticas ou muito semelhantes forem postos em execução no mesmo Estado-Membro no período de três anos, esses regimes devem ser considerados em conjunto para efeitos da aplicação da presente disposição.

(b) Aos auxílios a atividades relacionadas com a exportação, nomeadamente os auxílios diretamente ligados às quantidades exportadas, a favor da criação e funcionamento de uma rede de distribuição ou a favor de outras despesas correntes atinentes às atividades de exportação;

(c) Aos auxílios condicionados à utilização de produtos nacionais em detrimento de produtos importados.

3. Estão excluídos do âmbito de aplicação do presente regulamento os seguintes setores:

(a) Pesca e aquicultura, abrangidas pelo Regulamento (CE) n.º 104/200015; Neste setor, no entanto, o presente regulamento apenas deve aplicar-se aos auxílios à formação, os auxílios a favor do acesso das PME ao financiamento, aos auxílios à investigação, desenvolvimento e inovação e aos auxílios a favor de trabalhadores desfavorecidos e com deficiência;

(b) Produção primária de produtos agrícolas; Neste setor, no entanto, o presente regulamento aplica-se à compensação dos custos suplementares que não sejam custos de transporte nas regiões ultraperiféricas nos termos do artigo 16.º, n.º 2, alínea b), aos auxílios à investigação e desenvolvimento, aos auxílios à inovação para as PME, aos auxílios à proteção do ambiente e aos auxílios para trabalhadores desfavorecidos e com deficiência;

(c) Transformação e comercialização de produtos agrícolas, nos seguintes casos: (i) auxílios à formação;

ii) sempre que o montante do auxílio for fixado com base no preço ou na quantidade dos produtos adquiridos junto de produtores primários ou colocados no mercado pelas empresas em causa; ou

ii) sempre que o auxílio estiver subordinado à condição de ser total ou parcialmente repercutido para os produtores primários;

(d) Auxílios destinados a facilitar o encerramento de minas de carvão não competitivas, como as abrangidas pela Decisão n.º 2010/78716;

(e) Categorias de auxílios com finalidade regional enumerados no artigo 14.º 4. O presente regulamento não é aplicável a:

(a) Regimes de auxílios que não excluam expressamente o pagamento de auxílios individuais a favor de empresas sujeitas a uma injunção de recuperação, ainda pendente, na sequência de uma decisão anterior da Comissão que declare o auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno;

(b) Auxílios ad hoc a favor de uma empresa conforme previsto pela alínea a);

15

JO L17 de 21.1.2000, p. 22.

(18)

(c) Auxílios a favor de empresas em dificuldade;

(d) Auxílios ad hoc concedidos a grandes empresas, à exceção de auxílios ad hoc utilizados em complemento de auxílios concedidos com base num regime de auxílios com finalidade regional a favor do investimento;

OPÇÃO ALTERNATIVA: disposição eliminada — os auxílios ad hoc concedidos às grandes empresas estão abrangidos pelo RGIC, no entanto, ver requisitos mais rigorosos no que respeita ao efeito de incentivo no artigo 6.º 5. O presente regulamento não é aplicável às medidas de auxílio estatal que, por si

próprias, através das modalidades da sua atribuição ou pelo seu método de financiamento, impliquem de uma forma indissociável uma violação do direito da União, nomeadamente:

(a) Medidas de auxílio em que a concessão do auxílio esteja sujeita à obrigação de o beneficiário ter a sua sede no Estado-Membro pertinente ou estar predominantemente estabelecido nesse Estado-Membro;

(b) Medidas de auxílio em que a concessão do auxílio esteja sujeita à obrigação de o beneficiário utilizar bens de produção nacional ou serviços nacionais; (c) Medidas de auxílio que restrinjam a possibilidade de os beneficiários

explorarem os resultados da investigação, desenvolvimento e inovação noutros Estados-Membros.

Artigo 2.º

Definições

Para efeitos do presente regulamento, são aplicáveis as definições estabelecidas no anexo I. Artigo 3.º

Condições de isenção

1. Os regimes de auxílio, os auxílios individuais concedidos ao abrigo dos regimes de auxílios e os auxílios ad hoc devem ser compatíveis com o mercado interno na aceção do artigo 107.º, n.º 3, do Tratado e devem ser dispensados da obrigação de notificação prevista no artigo 108.º, n.º 3, do Tratado, desde que esses auxílios satisfaçam todas as condições previstas no capítulo I, assim como as condições pertinentes estabelecidas no capítulo III.

2. Os Estados-Membros devem tomar todas as medidas necessárias para garantir a efetiva conformidade com o disposto no presente regulamento, incluindo a conformidade de auxílios individuais no âmbito de regimes que sejam dispensados da obrigação de notificação ao abrigo do presente regulamento.

Artigo 4.º

Limiares de notificação

O presente regulamento não é aplicável aos auxílios individuais, concedidos quer numa base ad hoc, quer ao abrigo de um regime, cujo equivalente-subvenção bruto ultrapasse os seguintes limiares:

(a) Auxílios com finalidade regional a favor do investimento: 75 % do montante máximo de auxílio que um investimento com custos elegíveis de 100 milhões de euros pode receber, em aplicação da intensidade de auxílio máxima

(19)

constante do mapa aprovado de auxílios com finalidade regional em vigor na data em que o auxílio é concedido;

(b) Auxílios ao investimento a favor das PME: 7,5 milhões de euros por empresa e por projeto de investimento;

(c) Auxílios ao financiamento de risco: tal como previsto no artigo 19.º, n.º 9;

(d) Auxílios ao arranque de empresas: tal como previsto no artigo 20.º, n.os 3 e 4; (e) Auxílios aos custos de cooperação das PME relativos a projetos abrangidos

pelo regulamento CTE: dois milhões de euros por empresa e por projeto, (f) Auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento:

i) se o projeto consistir predominantemente em investigação fundamental: 40 milhões de euros por empresa e por projeto,

ii) se o projeto consistir predominantemente em investigação industrial: 20 milhões de euros por empresa e por projeto,

iii) se o projeto consistir predominantemente em desenvolvimento experimental: [10] milhões de euros por empresa e por projeto,

iv) se o auxílio a projetos de investigação e desenvolvimento for concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis que, na ausência de uma metodologia destinada a calcular o seu equivalente-subvenção bruto, forem expressos como uma percentagem dos custos elegíveis, e a medida preveja que, no caso de um resultado positivo do projeto, definido com base em hipóteses razoáveis e prudentes, os adiantamentos devem ser reembolsados a uma taxa de juro pelo menos igual à taxa de desconto aplicável no momento da concessão, as intensidades do auxílio referidas em i), ii) e iii) podem aumentar em [50]%.

v) se o projeto consistir num projeto EUREKA ou for executado por uma empresa comum estabelecida com base no artigo do artigo 187.º do Tratado, os montantes a que se referem as alíneas i) a iii), podem ser duplicados.

vi) Auxílios para estudos de viabilidade em preparação relativos a atividades de investigação: [7,5] milhões de euros por estudo,

vii) Se o auxílio disser respeito à construção ou beneficiação de infraestruturas de investigação: [15] milhões de euros por infraestrutura, (g) Auxílios à inovação a favor das PME: 5 milhões de euros por beneficiário, (h) Auxílios à formação: 2 milhões de euros por projeto de formação;

(i) Auxílios para a contratação de trabalhadores desfavorecidos: 5 milhões de euros por empresa e por ano;

(j) Auxílios à contratação de trabalhadores com deficiência sob a forma de despesas salariais: 10 milhões de euros por empresa e por ano;

(k) Auxílios a favor do emprego, a fim de compensar sobrecustos com trabalhadores com deficiência: 10 milhões de euros por empresa e por ano;

(20)

(l) Auxílios ao investimento a favor do ambiente, incluindo auxílios a favor de estudos ambientais: [7,5] milhões de euros por empresa e por projeto de investimento.

Artigo 5.º

Transparência dos auxílios

3. O presente regulamento é aplicável exclusivamente a auxílios transparentes.

4. São considerados auxílios transparentes, em especial, as seguintes categorias de auxílios:

(a) Os auxílios incluídos em subvenções e em bonificações de taxas de juro;

(b) Os auxílios incluídos em empréstimos, desde que o equivalente-subvenção bruto tenha sido calculado com base nas taxas de referência prevalecentes na data da sua concessão;

(c) Os auxílios incluídos em garantias, se:

i) o equivalente-subvenção bruto tiver sido calculado com base nos prémios de limiar de admissibilidade automática estabelecidos na Comunicação da Comissão17; ou

ii) antes da execução, a metodologia destinada a calcular o equivalente-subvenção bruto das garantias tiver sido aceite na sequência da sua notificação à Comissão ao abrigo de um regulamento adotado pela Comissão no domínio dos auxílios estatais e a metodologia aprovada abranja expressamente o tipo de garantias e de operações subjacentes em causa no contexto da aplicação do presente regulamento.

(d) Os auxílios incluídos em medidas fiscais, desde que a medida preveja um limite máximo que garanta que o limiar aplicável não é ultrapassado;

(e) Os auxílios incluídos em medidas de financiamento de risco, desde que sejam satisfeitas as condições definidas no artigo 19.º;

(f) Os auxílios aos criadores de empresas, desde que sejam satisfeitas as condições definidas no artigo 20.º;

(g) Os auxílios sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, se o montante nominal total do adiantamento reembolsável não exceder os limiares aplicáveis nos termos do presente regulamento ou se a metodologia para calcular o equivalente-subvenção bruto do adiantamento reembolsável tiver sido aceite, antes da execução da medida, na sequência da sua notificação à Comissão.

Artigo 6.º

Efeito de incentivo

1. O presente regulamento só se aplica aos auxílios que tenham um efeito de incentivo. 2. Considera-se que os auxílios têm um efeito de incentivo se o beneficiário tiver

apresentado, por escrito, um pedido de auxílio, no formato previsto no anexo IV, ao Estado-Membro em causa antes de iniciados os trabalhos relativos ao projeto ou à atividade.

17

(21)

3. OPÇÃO COMPLEMENTAR 1 PARA AS GRANDES EMPRESAS: Considera-se que os auxílios às grandes empresas têm um efeito de incentivo se, para além de se encontrar preenchida a condição prevista no n.º 2, o Estado-Membro tiver verificado, antes de conceder o auxílio individual em causa, que a documentação que o beneficiário elaborou comprova o cumprimento de uma ou mais das seguintes condições:

(a) Um aumento significativo da dimensão do projeto/da atividade, devido ao auxílio;

(b) Um aumento significativo do âmbito do projeto/da atividade, devido ao auxílio;

(c) Um aumento significativo do montante total despendido pelo beneficiário no projeto/na atividade, devido ao auxílio;

(d) Um aumento significativo da rapidez de conclusão do projeto/da atividade em causa;

(e) No que se refere aos auxílios ao investimento com finalidade regional referidos no artigo 15.º, o facto de que o projeto não ser realizado enquanto tal na região assistida em causa na ausência do auxílio.

4. Em derrogação do n.º 2, considera-se que as medidas fiscais têm um efeito de incentivo se forem satisfeitas as seguintes condições:

(f) A medida fiscal estabelece um direito ao auxílio com base em critérios objetivos e sem que o Estado-Membro exerça qualquer outro poder discricionário; e

(g) A medida fiscal foi adotada e entrou em vigor antes do início da realização do projeto ou da atividade objeto do auxílio, não sendo, no entanto, aplicável às versões posteriores do regime, desde que a atividade já fosse abrangida pelos regimes fiscais anteriores.

5. Em derrogação do n.º 2, considera-se que as seguintes categorias de auxílio têm um efeito de incentivo se forem satisfeitas as condições estabelecidas nas disposições específicas pertinentes do capítulo III:

(a) Auxílios para a contratação de trabalhadores desfavorecidos sob a forma de subvenções salariais e auxílios ao recrutamento de trabalhadores com deficiência sob a forma de subvenções salariais, tal como referido no artigo 28.º;

(b) Auxílios sob forma de compensação pelos sobrecustos decorrentes do recrutamento de trabalhadores com deficiência, tal como referido no artigo 29.º;

(c) Auxílios para o acesso das PME ao financiamento, em conformidade com os artigos 17.º e 18.º,

(d) Auxílios sob a forma de reduções dos impostos ambientais se forem satisfeitas as condições estabelecidas no artigo 35.º.

Artigo 7.º

Proporcionalidade

(22)

2. Os auxílios que, em conformidade com o presente regulamento, beneficiam da dispensa da obrigação de notificação prevista pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado são considerados proporcionados se respeitarem as intensidades máximas de auxílio ou os montantes definidos no capítulo III.

Artigo 8.º

Intensidade do auxílio e custos elegíveis

3. Para efeitos do cálculo da intensidade do auxílio e dos custos elegíveis, os valores a utilizar serão os valores antes de impostos ou de quaisquer outras imposições. Os custos elegíveis devem ser justificados por documentos comprovativos, claros, específicos e atualizados.

4. Sempre que um auxílio for concedido sob uma forma distinta da subvenção, o montante do auxílio deve corresponder ao seu equivalente-subvenção bruto.

5. O valor dos auxílios desembolsáveis em várias prestações deve corresponder ao seu valor descontado reportado ao momento da concessão. Os custos elegíveis devem consistir no seu valor descontado reportado ao momento da concessão. A taxa de juro a utilizar para efeitos de desconto deve ser a taxa de desconto aplicável no momento da concessão do auxílio.

6. Nos casos em que o auxílio é concedido sob a forma de benefícios fiscais, o valor descontado das parcelas de auxílio deve ser determinado com base nas taxas de referência aplicáveis quando um benefício fiscal se torna efetivo.

7. Sempre que o auxílio é concedido sob a forma de adiantamentos reembolsáveis que, na ausência de uma metodologia destinada a calcular o seu equivalente-subvenção bruto, são expressos como uma percentagem dos custos elegíveis, e a medida prevê que, no caso de um resultado positivo do projeto, definido com base em hipóteses razoáveis e prudentes, os adiantamentos devem ser reembolsados a uma taxa de juro pelo menos igual à taxa de desconto aplicável no momento da concessão, as intensidades máximas de auxílio definidas no capítulo III podem aumentar em [10] pontos percentuais.

8. Sempre que os auxílios com finalidade regional são concedidos sob a forma de adiantamentos reembolsáveis, as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no mapa dos auxílios com finalidade regional em vigor no momento da concessão do auxílio não podem ser aumentadas.

Artigo X

Estatuto das PME

[Sempre que a dispensa da obrigação de notificação prevista pelo artigo 108.º, n.º 3, do Tratado for limitada às PME ou que, em conformidade com o presente regulamento, forem aplicáveis condições mais favoráveis às PME, só podem beneficiar de tal dispensa ou de condições mais favoráveis em conformidade com o presente regulamento, as PME que não percam o seu estatuto de PME durante [X] anos a contar da concessão do auxílio, por se tornarem um parceiro ou uma empresa associada, na aceção do artigo 3.º do anexo II, de uma grande empresa].

(23)

Artigo 9.º

Cumulação

1. A fim de determinar se foram respeitados os limiares de notificação individual estabelecidos no artigo 4.º e as intensidades máximas de auxílio estabelecidas no capítulo III, deve ser tido em consideração o montante total das medidas de apoio público à atividade ou ao projeto objeto de auxílio, independentemente da forma de financiamento. No entanto, o financiamento da União gerido a nível central pela Comissão que não esteja direta ou indiretamente sob o controlo do Estado-Membro e não constitua um auxílio estatal não deve ser tido em consideração, quando esse financiamento e o financiamento nacional forem avaliados conjuntamente para efeitos de conformidade com os regulamentos europeus.

2. Os auxílios acompanhados de custos elegíveis identificáveis que sejam objeto de isenção nos termos do presente regulamento podem ser cumulados com:

(a) Quaisquer outros auxílios estatais, na medida em que essas medidas digam respeito a diferentes custos elegíveis identificáveis,

(b) Quaisquer outros auxílios estatais relativos aos mesmos custos elegíveis, com sobreposição parcial ou total, apenas se dessa cumulação não resultar uma intensidade máxima de auxílio ou o montante máximo de auxílio aplicável a este auxílio superiores ao previsto no presente regulamento.

3. Os auxílios não acompanhados de custos elegíveis identificáveis, que sejam isentos ao abrigo dos artigos 19.º, 20.º e 21.º do presente regulamento, podem ser cumulados com quaisquer outras medidas de auxílios estatais acompanhados de custos elegíveis identificáveis.

4. Os auxílios estatais que sejam objeto de isenção em conformidade com o presente regulamento não podem ser cumulados com quaisquer auxílios de minimis relativamente aos mesmos custos elegíveis, se dessa cumulação resultar uma intensidade de auxílio superior aos níveis fixados no capítulo III do presente regulamento.

5. A título de derrogação do n.º 1, alínea b) os auxílios a favor de trabalhadores com deficiência, tal como previstos nos artigos 28.º e 29.º, podem ser cumulados com auxílios objeto de isenção ao abrigo do presente regulamento relativamente aos mesmos custos elegíveis, mesmo que seja ultrapassado o limiar aplicável mais elevado, fixado no presente regulamento, se dessa cumulação não resultar uma intensidade de auxílio superior a 100% dos custos relevantes relativos a qualquer período em que os trabalhadores em causa estiverem empregados.

Artigo 10.º

Publicação e informação

1. O Estado-Membro em causa deve publicar num único sítio Web dedicado aos auxílios estatais ou num único sítio Web que recolha informações de vários sítios Web:

(a) O resumo das informações relativas a cada medida de auxílio isenta nos termos do presente regulamento, no formato normalizado definido no anexo III;

(b) O texto completo de cada medida de auxílio, incluindo as suas alterações, ou uma ligação que lhe permita a ela aceder;

(24)

(c) As informações sobre cada auxílio individual, de acordo com o formato previsto na parte III do anexo III.

2. As informações mencionadas no n.º 1, alínea c), devem ser organizadas e acessíveis de forma normalizada, tal como descrito no anexo V, e devem permitir funções de pesquisa e transferência eficazes. As informações referidas no n.º 1 devem estar atualizadas e disponíveis durante pelo menos 10 anos a contar da data da concessão do auxílio.

3. O texto completo do regime ou da medida ad hoc mencionado no n.º 1 deve incluir, em particular, uma referência explícita ao presente regulamento, citando o seu título e a referência de publicação no Jornal Oficial da União Europeia, assim como às disposições específicas do capítulo III respeitantes a esse ato ou, sempre que aplicável, à legislação nacional que garante o cumprimento das disposições pertinentes do presente regulamento. Deve ainda ser acompanhado pelas suas disposições de aplicação e alterações.

4. A Comissão deve publicar:

(a) No seu sítio Web, para os sítios Web de todos os Estados-Membros dedicados aos auxílios estatais, a que se refere o n.º 1;

(b) No Jornal Oficial da União Europeia, o resumo das informações referidas na alínea a) do n.º 1.

Artigo 11.º

Retirada do benefício de isenção por categoria

Quando o Estado-Membro em causa conceder um auxílio alegadamente isento da obrigação de notificação ao abrigo do presente regulamento sem preencher as condições estabelecidas no presente capítulo e no capítulo III ou não satisfizer as exigências impostas pelo capítulo II, a Comissão pode, após ter dado ao Estado-Membro em causa a possibilidade de apresentar as suas observações, adotar uma decisão que estabeleça que todas ou parte das medidas de auxílio futuras adotadas pelo Estado-Membro em causa devem ser notificadas à Comissão, em conformidade com o artigo 108.º, n.º 3, do Tratado. As medidas que devem ser notificadas podem incluir, nomeadamente, as medidas adotadas a favor de determinados beneficiários ou as medidas adotadas por certas entidades do Estado-Membro em causa.

Referências

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