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Dissertação de Mestrado EQUIVALÊNCIA OPERACIONAL ENTRE EQUIPAMENTOS DEFLETOMÉTRICOS - ESTUDO DE CASO EM RODOVIA LOCALIZADA EM OURO BRANCO - MG

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(1)

Dissertação de Mestrado

EQUIVALÊNCIA OPERACIONAL ENTRE

EQUIPAMENTOS DEFLETOMÉTRICOS

-ESTUDO DE CASO EM RODOVIA

LOCALIZADA EM OURO BRANCO - MG

AUTOR: LUIZ HENRIQUE COSTA GOMES

ORIENTADOR: Prof. José Leomar Fernandes Júnior (D.Sc)

COORIENTADOR: Cláudio Ângelo Valadão Albernaz (M.Sc)

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA GEOTÉCNICA DA UFOP

(2)
(3)

Catalogação:

sisbin@sisbin.ufop.br

G633e Gomes, Luiz Henrique Costa.

Equivalência operacional entre equipamentos defletométricos [manuscrito] :

estudo de caso em rodovia localizada em Ouro Branco - MG / Luiz Henrique

Costa Gomes. - 2012.

xvii, 86f.: il., color.; grafs.; tabs.; mapas.

Orientador: Prof. Dr. José Leomar Fernandes Júnior.

Coorientador: Prof. MSc. Cláudio Ângelo Valadão Albernaz.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto.

Escola de Minas. Núcleo de Geotecnia - NUGEO.

Área de concentração: Geotecnia de Pavimentos.

1. Pavimentos - Teses. 2. Avaliação estrutural - Teses. 3. Vigas - Viga

Benkelman - Teses. 4. Defletômetro de impacto - Teses. I. Fernandes Júnior,

José Leomar. II. Albernaz, Cláudio Ângelo Valadão. III. Universidade Federal

de Ouro Preto. IV. Título.

(4)

Todo nosso conhecimento se inicia com sentimentos

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha amada esposa Daniela

e aos meus pais Fábio e Maria

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força e inspiração na realização deste trabalho.

Agradeço a minha esposa e companheira Daniela pelo estímulo, compreensão e paciência.

Agradeço aos meus pais pelos princípios morais ensinados.

Agradeço aos meus mentores José Leomar e Cláudio Albernaz que foram grande fonte de

inspiração e estímulo na realização desta empreitada.

Agradeço à Strata Engenharia Ltda por proporcionar a minha participação em um curso

desta natureza. Seja pela maleabilidade na questão dos horários ou pela disponibilidade dos

equipamentos e equipe para realização dos ensaios. Gostaria de lembrar especialmente os

amigos Paulo Gontijo, Lucas Rebelo, Francisco Almeida, Marcelo Henrique, Sérgio

Alencar, Luiz Márcio, Marílio Caldeira, Breno Andrade, Roberta Alves, Frederico

Junqueira e Eduardo Quirino.

Agradeço ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais o auxílio prestado em

diversas etapas deste trabalho. Lembro-me especialmente dos Engenheiros José Flávio do

Nascimento, Cláudio Lima e Rogério.

Agradeço à Universidade Federal de Ouro Preto, pelo brilhantismo no pioneirismo de

implantar um curso de mestrado profissional ligado à área de pavimentação. Em especial

aos professores Romero César Gomes e Adilson Lago que souberam entender todas as

dificuldades em relação à disponibilidade de tempo, fato este que permitiu a conclusão

desta etapa da minha vida profissional.

Aos profissionais da Pattrol Pavimentos traçados e Obras Ltda; que contribuíram

sobremaneira na realização dos ensaios geotécnicos desta dissertação. Lembrança especial

aos engenheiros Bruno e Almir.

Finalmente, agradeço aos colegas de curso pela troca de conhecimento ocorrida. Em

particular aos amigos Antônio Fontana, Elizeu Zica e Sávio Firmino pelo apoio

incondicional nos momentos de dificuldade.

(7)

RESUMO

O avanço tecnológico acelerou o desenvolvimento da humanidade, de tal forma que

processos que demandavam grande quantidade de mão de obra e muito tempo, hoje, com o

advento da informática, podem ser realizados de maneira mais rápida e eficiente. No

entanto, devem ser balizados por experiências passadas, com as quais devem ser

comparados os novos métodos e equipamentos, para que não sejam cometidos erros de

interpretação e, consequentemente, não haja desperdício de recursos. Anualmente, em todo

o mundo, vultosas quantias de dinheiro são destinadas a pesquisas visando o

aperfeiçoamento dos procedimentos de auscultação de pavimentos e o aumento da eficácia

dos métodos de dimensionamento de reforço estrutural. Grande parte dessas pesquisas

concentra-se no estudo da deformabilidade elástica como parâmetro definidor da

capacidade estrutural do pavimento, conjunto estratificado de camadas que poder ser

analisado a partir das tensões e deformações geradas em seu interior quando o mesmo é

solicitado por cargas exteriores. De acordo com a filosofia de aprendizado constante, que

une as experiências passadas e a dinamicidade atual, o presente trabalho investiga a

possibilidade de equivalência operacional entre dois equipamentos amplamente utilizados

no Brasil e no mundo para a avaliação estrutural de pavimentos, a viga Benkelman e o

defletômetro de impacto (Falling Weight Deflectometer, FWD). O primeiro foi utilizado

com a configuração preconizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transporte (DNIT), enquanto o segundo foi utilizado em oito configurações diferentes,

resultantes da combinação de diferentes níveis de carregamento aplicado e diferentes áreas

de aplicação da carga. As análises realizadas compararam as bacias defletométricas, as

deflexões reversíveis máximas, os módulos de resiliência e as tensões e deformações

geradas. Os resultados obtidos confirmam as evidências de que não existe uma correlação

universal entre os dois equipamentos e que as melhores correlações possíveis devem ser

feitas considerando-se os fatores que melhor caracterizam a individualidade de cada

rodovia em estudo.

Palavras-Chave: Pavimentos, avaliação estrutural, viga Benkelman, defletômetro de

impacto, equivalência operacional.

(8)

ABSTRACT

The technological advancement has accelerated the development of the human kind in such

way that processes that have required lots of manpower and a lot of time, today, with the

advent of computer technology, can be performed more quickly and more efficiently.

However, they must still be based on past experiences, which should be compared to new

methods and equipments to avoid misinterpretation and waste of resources. Annually in the

world, large amounts of money are applied for research aimed at improving the procedures

of structural evaluation of pavements and the effectiveness of the methods of pavement

reinforcement design. Those researches are focused on the study of the elastic deformability

as a parameter that define the structural capacity of the pavement layered system that can be

analyzed from the stresses and strains generated in its interior when it is submitted to

external loads. According to the philosophy of constant learning, linking past experiences to

the current dynamicity, this work investigated the possibility of operational equivalence

between two devices widely used in Brazil and in the world for structural evaluation of

pavements, the Benkelman beam and the Falling Weight Deflectometer (FWD). The first

one was used with the configuration recommended by the National Department of

Transport Infrastructure (DNIT), while the second one was used in eight different

configurations, resulting from the combination of different levels of applied load and

different load application areas. The analysis compared the deflection basins, the maximum

elastic deflections, the resilient modulus and stresses and strains in the layered system. The

results confirm the evidence that there is no universal correlation between the two devices

and that the best possible correlations should be developed considering the factors that best

characterize the particularities of each highway under the study.

Key-words: Pavements, structural evaluation, Benkelman beam, Falling Weight

Deflectomer, operational equivalence.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Modelo de distribuição de tensões em solos de Joseph Boussinesq ... 9

Figura 2.2 - Modelo de distribuição de tensões em solos de Barber e Palmer ... 9

Figura 2.3 - Modelo de distribuição de tensões em solos de Donald Burmister ... 10

Figura 2.4 - Viga Benkelman em operação ... 14

Figura 2.5 - Esquema da viga Benkelman ... 14

Figura 2.6 - Curviômetro ... 16

Figura 2.7 - Deflectógrafo Lacroix ... 16

Figura 2.8 - Equipamento Defletométrico Dynaflect... 18

Figura 2.9 - Falling Weight Deflectometer em operação... 19

Figura 2.10 - Esquema de Ensaio do FWD ... 20

Figura 2.11 - Delineamento dos assentamentos reversíveis com o FWD... 21

Figura 3.1 - Mapa de Situação do Trecho Estudado... 47

Figura 3.2 - Seção Transversal do Trecho ... 50

Figura 3.3 - Jazida Campina ... 51

Figura 3.4 - Pedreira ... 53

Figura 3.5 - Areal ... 54

Figura 3.6 - Detalhe de Demarcação do Trecho ... 55

Figura 3.7 - Esquema de Demarcação do Trecho ... 56

Figura 3.8 - Etapa de Carregamento do Caminhão... 57

Figura 3.9 - Campanha Defletométrica realizada com a viga Benkelman... 58

Figura 3.10 - Campanha Defletométrica realizada com o FWD ... 58

Figura 3.11 - Perfil Constitutivo do Pavimento Existente (Lado Direito e Lado Esquerdo)

... 60

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Correlações entre o FWD e a viga Benkelman ... 3

Tabela 2.1 - Programas de Retroanálise... 39

Tabela 2.2 - Parâmetros utilizados no processo de Análise Mecanística... 45

Tabela 3.1 -

roctor

Modificado (55 golpes)... 52

Tabela 3.2

-Intermodificado (40 golpes)... 52

Tabela 3.3

-Intermediário (26 golpes)... 52

Tabela 3.4 - Parâmetros geotécnicos da jazida com adição de Areia com utilização do

Proctor Modificado (55 golpes) ... 52

Tabela 3.5 - Parâmetros Geotécnicos da jazida com adição de Areia com utilização do

Proctor Intermodificado (40 golpes) ... 53

Tabela 3.6 - Resultados granulométricos do material pétreo obtido na Pedreira ...54

Tabela 3.7 - Parâmetros geotécnicos do material pétreo obtido na Pedreira ... 54

Tabela 3.8 - Parâmetros geotécnicos obtidos a partir da análise de material do Areal ... 55

Tabela 3.9 - Discriminação das campanhas defletométricas utilizando o FWD ... 59

Tabela 4.1 - Características geométricas e geotécnicas do pavimento existente ... 63

Tabela 4.2 - Características elásticas das estruturas do banco de dados e incrementos de

variação dos módulos no processo iterativo do Retran5-L ... 64

Tabela 4.3 - Carregamento padronizado viga Benkelman (Eixo padrão DNIT) ... 64

Tabela 4.4 - Configurações FWD com placa de 0,30 m de diâmetro ... 65

Tabela 4.5 - Configurações FWD com placa de 0,45 m de diâmetro ... 65

Tabela 4.6 - Bacias de deformação médias... 67

Tabela 4.7 - Valores médios de deflexão máxima referentes a ensaios com Viga

Benkelman e diferentes configurações de FWD... 68

(11)

Tabela 4.8 - Valores médios dos Módulos de Resiliência da camada de revestimento

determinados por retroanálise ... 70

Tabela 4.9 - Valores médios dos Módulos de Resiliência da camada de base determinados

por retroanálise... 71

Tabela 4.10 - Valores médios dos Módulos de Resiliência da camada de sub-base

determinados por retroanálise ... 72

Tabela 4.11 - Valores médios dos Módulos de Resiliência do subleito determinados por

Retroanálise ... 73

Tabela 4.12 - Valores médios de tensão horizontal na face inferior do revestimento 74

Tabela 4.13 - Valores médios de deformação horizontal na face inferior do revestimento .. 76

Tabela 4.14 - Valores médios de tensão no topo do subleito... 77

Tabela 4.15 - Valores médios de deformação vertical no topo do subleito ... 78

(12)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1.1 - Correlações obtidas por vários pesquisadores (tipo D

FWD

= a D

VB

+ b)... 4

Gráfico 4.1 - Bacias médias de ensaios com Viga Benkelman e oito configurações do

FWD... 67

Gráfico 4.2 - Comparação entre a Viga Benkelman e as oito configurações adotadas para

o FWD pelo método da Raiz Média Quadrática (RMS)... 68

Gráfico 4.3 - Comparação entre Deflexões Máximas Médias (Viga Benkelman e FWD)... 69

Gráfico 4.4 - Comparação das Médias dos Módulos de Resiliência do Revestimento ... 70

Gráfico 4.5 - Comparação das Médias dos Módulos de Resiliência da Base ... 71

Gráfico 4.6 - Comparação das Médias dos Módulos de Resiliência da Sub-base ... 72

Gráfico 4.7 - Comparação das Médias dos Módulos de Resiliência do Subleito ... 74

Gráfico 4.8 - Valores Médios de Tensão Horizontal na Fibra Inferior do Revestimento... 75

Gráfico 4.9 - Valores médios de Deformação Horizontal na fibra inferior do

Revestimento ... 76

Gráfico 4.10 - Valores médios de Tensão Vertical no topo do subleito ... 77

(13)

LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E

ABREVIAÇÕES

CBR

Califórnia Bearing Ratio

CBUQ

Concreto Betuminoso Usinado à Quente

cm centímetro

DEP-DNER Diretoria de Estudos e Projetos do Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem

DNER Departamento

Nacional

de Estradas de Rodagem

DNIT

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

r

Deformação Axial Resiliente

D.

max

Densidade máxima

D

0

Deflexão reversível máxima

E

p

Módulo de Elasticidade do Pavimento

E

s

Módulo de Elasticidade do Subleito

ESG

Módulo do Subleito

Exp.

Expansão

FWD

Falling Weight Deflectometer

GC

Grau de Compactação

HDM

Highway Development and Management Model

IPR-DNER

Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem

ºC graus

Celsius

hz hertz

h

eq

espessura equivalente

h

ótima

umidade ótima

h

p

espessura do pavimento

IP

Índice de Plasticidade

kgf quilograma

força

km

2

quilômetro quadrado

km/h

quilômetro por hora

(14)

kN

quilo Newton

kPa

quilopascal

lb

libra

Lf Leitura

Final

Li Leitura

Inicial

LL

Limite de Liquidez

LVDT

Linear Variable Differential transformer

m

metro

ME

Método de Ensaio

MG

Minas Gerais

μ

min

μ mínimo

μ

máx

μ máximo

μ

p

Coeficiente de Poisson do Pavimento

μ

s

Coeficiente de Poisson do Subleito

mm

milímetro

mm/s

milímetro por segundo

ms

milissegundo

MR

Módulo de Resiliência

N

número de amostras

´´

polegada

%

porcentagem

ppm

parte por milhão

q

carga distribuída

Q

carga concentrada

r

raio

RMS

Raiz média quadrática

s

segundo

S

desvio padrão

SI

Sistema Internacional

SNEF

número estrutural efetivo do pavimento

(15)

TSCE

Teoria de Sistemas de Camadas Elásticas

1

tensão vertical

d

tensão desvio axial

3

tensão confinante

Tx

espessura efetiva do pavimento

USACE

United States Army Corps of Engineers

US

United States

VB Viga

Benkelmam

X

média aritmética

X

mín.

X Mínimo

X

Max.

X Mínimo

(16)

LISTA DE ANEXOS

Anexo I - Resultados dos Levantamentos Defletométricos executados com a utilização da

viga Benkelman.

Anexo II - Resultados dos Levantamentos Defletométricos executados com a utilização do

Falling Weight Deflectometer.

(17)

ÍNDICE

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ... 1

1.1 - Justificativa da Dissertação... 1

1.2 - Objetivos da Dissertação ... 5

1.2.1 - Objetivo Geral ... 5

1.2.2 - Objetivos Específicos ... 5

1.3 - Estrutura da Dissertação ... 6

CAPÍTULO 2 - ESTUDO DA DEFORMABILIDADE ELÁSTICA EM PAVIMENTOS

FLEXÍVEIS - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 8

2.1 - Histórico... 8

2.2 - Equipamentos Defletométricos Utilizados em Pavimentos... 11

2.2.1 - Considerações Gerais ... 11

2.2.2 - Descrição dos Equipamentos... 13

2.2.2.1 - Viga Benkelman (VB) ... 13

2.2.2.2 - Curviômetro... 15

2.2.2.3 - Deflectógrafo Lacroix... 16

2.2.2.4 - California Travelling Deflectometer... 17

2.2.2.5 - Dynaflect... 17

2.2.2.6 - Road Rater ... 18

2.2.2.7 - WES-16 Kip ... 19

2.2.2.8 - Falling Weight Deflectometer (FWD)... 19

2.3 - Determinação dos Módulos de Resiliência... 22

2.3.1 - Considerações Gerais ... 22

2.3.2 - Obtenção dos Módulos de Resiliência em Laboratório... 23

2.3.2.1 - Determinação dos Módulos de Resiliência em Solos... 23

2.3.2.1.1 - Comportamento resiliente dos solos granulares... 25

2.3.2.1.2 - Comportamento resiliente de solos coesivos ... 30

2.3.2.2 - Determinação dos Módulos de Resiliência em Misturas

Asfálticas ... 32

2.3.3 - Obtenção dos Módulos de Resiliência Utilizando Retroanálise ... 34

(18)

3 - ESTUDO DE CASO RELACIONANDO DEFLEXÕES OBTIDAS POR

PROCESSOS ESTÁTICOS E DINÂMICOS... 46

3.1 - Considerações Gerais... 46

3.2 - Caracterização da Rodovia em Estudo ... 46

3.2.1 - Histórico do Trecho... 46

3.2.2 - Características Gerais da Região ... 47

3.2.3 - Características Geométricas do Trecho ... 49

3.2.4 - Materiais Empregados na Pavimentação... 51

3.3 - Metodologia de Estudo Utilizada para os Levantamentos de Campo ... 55

3.3.1 - Demarcação do Trecho... 55

3.3.2 - Levantamentos Defletométricos com a Utilização da Viga Benkelman... 57

3.3.3 - Levantamentos Defletométricos com a Utilização do FWD ... 58

3.3.4 - Determinação do Perfil Constitutivo do Pavimento Existente... 59

4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 62

4.1 - Análise de Equivalência VB e FWD Quanto à Bacia de Deflexão ... 67

4.2 - Análise de Equivalência VB e FWD Quanto à Deflexão Máxima ... 68

4.3 - Análise de Equivalência VB e FWD Quanto aos Módulos de Resiliência... 69

4.4 - Equivalência VB e FWD Quanto à Tensão Horizontal na Face Inferior do Revestimento

... 74

4.5 - Equivalência VB e FWD Quanto à Deformação Horizontal na Face Inferior do

Revestimento... 75

4.6 - Equivalência VB e FWD Quanto à Tensão Vertical no Topo do Subleito... 76

4.7 - Equivalência VB e FWD Quanto à Deformação Vertical no Topo do Subleito... 77

5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS... 79

5.1 - Conclusões sobre o Estudo Realizado ... 79

5.2 - Sugestões para Pesquisas Futuras ... 80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 81

(19)

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 - JUSTIFICATIVA DA DISSERTAÇÃO

Anualmente em todo o mundo vultosas quantias de dinheiro são destinadas a pesquisas

visando o aperfeiçoamento dos procedimentos de auscultação de pavimentos e o aumento

da eficácia das metodologias de dimensionamento de reforço estrutural.

Grande parte das pesquisas hoje desenvolvidas se baseia no estudo da deformabilidade

elástica como parâmetro definidor da capacidade estrutural do pavimento. Neste contexto, o

pavimento é visto como um conjunto estratificado de camadas que pode ser analisado a

partir das tensões, deformações e deslocamentos gerados em seu interior, quando o mesmo

é solicitado por cargas exteriores.

Todo este esforço é motivado principalmente, pelo desenvolvimento de estruturas que

elevem ao máximo a relação benefício/custo e que consequentemente tragam maior retorno

à sociedade. Entende-

menores custos de projeto,

de construção e manutenção das rodovias. Os elementos desta tríade devem estar em

perfeita consonância gerando, desta forma, condições satisfatórias para que haja um

aumento na vida útil do pavimento.

Um parâmetro de suma importância, e que é amplamente utilizado no diagnóstico e no

dimensionamento de pavimentos, são as deflexões elásticas exibidas quando o mesmo é

solicitado pelas cargas transmitidas pelos eixos dos veículos. No início da aplicação das

técnicas de levantamento defletométrico de pavimentos, em meados do século passado,

quando eram realizados os ensaios de placa e, em seguida, os ensaios com a viga

Benkelman, eram medidas apenas as deflexões nos pontos de aplicação da carga e,

eventualmente, a uma distância de 0,25 metros a partir desse ponto, para o cálculo do raio

de curvatura. Modernamente, são levantados no campo vários pontos da bacia de deflexão,

de modo a caracterizá-la completamente em profundidade e em extensão. No Brasil, grande

parte da experiência acumulada está baseada em bacias de deflexões obtidas através da viga

(20)

Benkelman, que utiliza um carregamento quase-estático. No entanto, este processo tem suas

limitações, sejam elas de operação ou de morosidade dos levantamentos de campo.

O notável avanço tecnológico observado nas últimas décadas deu origem uma nova linha de

equipamentos capazes de obter bacias de deflexões a partir de carregamentos dinâmicos

(que simulam o veículo em movimento) com maior produtividade e menor possibilidade de

interferência humana. O principal representante destes equipamentos no Brasil é o aparelho

denominado Falling Weight Deflectometer (FWD).

No entanto, observa-se que as deflexões obtidas pela viga e o FWD em um mesmo local de

um pavimento são diferentes, devido aos tipos diferenciados de carregamentos utilizados

por estes equipamentos. Muitos esforços foram realizados na tentativa de se obter equações

de correlação entre as bacias finais obtidas por estes equipamentos.

Segundo o Manual de Restauração de Pavimentos Flexíveis (DNIT,2006), um trabalho efetuado

por FABRÍCIO et al. (1996) estabeleceu algumas correlações entre as deflexões características

medidas com a viga Benkelman e com o FWD

-O objetivo de tais correlações, é de propiciar o emprego das deflexões obtidas com o FWD

nos métodos adotados pelo DNIT (de projeto de reforço de pavimento flexíveis e Sistema

de Gerência de Pavimento) e no Modelo HDM adotado pelo Banco Mundial.

Os resultados obtidos por Fabrício (1996) foram os seguintes:

a) para deflexões características D

FWD

<85×10

2

mm

-D

B

= 20,645(D

FWD

19)

0,351

(1.1)

Coef. de determinação R

2

= 0,952

b) para deflexões características D

FWD

>85×10

2

mm

-D

B

= 8,964(D

FWD

60)

0,715

(1.2)

Coef. de determinação R

2

= 0,933

em que:

(21)

D

FWD

= deflexão característica obtida por viga FWD

As correlações entre deflexões características obtidas por viga Benkelman e FWD são

dependentes de diversos fatores e, principalmente, da resposta elástica da estrutura de

pavimento que está sendo avaliada. Portanto, não existem correlações de aplicação

generalizada, porém, constata-se que geralmente as deflexões características Benkelman e

os respectivos desvios padrões possuem valores superiores aos obtidos pelo FWD.

Os projetistas que utilizarem o FWD devem estabelecer suas próprias correlações com base

em pesquisas locais.

PINTO (1991) apresentou a seguinte correlação entre as medidas de deflexão obtidas com a

viga Benkelman, de acordo com a metodologia do DNIT, e o FWD, aplicando uma carga

equivalente ao do método DNER ME 024 / 94:

D

VB

5,73 +1,396D

FWD

,

(1.3)

Onde:

D

VB

= Deflexão Benkelman

D

FWD

= Deflexão FWD

Neste sentido, BORGES (2001), estudou vários modelos de correlação que são

apresentados na tabela 1.1 e no gráfico 1.1.

Tabela 1.1 - Correlações entre o FWD e a viga Benkelman.

(Fonte: Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos DNIT 2006).

CORRELAÇÕES OBTIDAS

POR MEIO DE VALORES DE:

MODELOS DE CORRELAÇÃO

Y = aX+ B

Deflexões características de cada segmento

D

VB

= 1,343 D

FWD

-5,814

R

2

= 0,84

D

VB

= 1,248 D

FWD

R

2

= 0,83

Deflexões de todos os segmentos

D

VB

= 1,251 D

FWD

-2,412

R

2

= 0,75

D

VB

= 1,205 D

FWD

R

2

= 0,74

Deflexões médias de cada segmento

D

VB

= 1,339 D

FWD

-6,243

R

2

= 0,80

D

VB

= 1,210 D

FWD

R

2

= 0,79

Deflexões espessura de 5,0cm de

revestimento

D

VB

= 1,180 D

FWD

-0,710

R

2

= 0,73

D

VB

= 1,193 D

FWD

R

2

= 0,73

Deflexões espessura de 10,0cm de

revestimento

D

VB

= 1,486 D

FWD

-11,144

R

2

= 0,77

D

VB

= 1,237 D

FWD

R

2

= 0,74

(22)

Gráfico 1.1

Correlações obtidas por vários pesquisadores (tipo D

FWD

= a D

VB

+ b).

(Fonte: Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos DNIT 2006).

Verifica-se, pelo gráfico 1.1, que os resultados das equações de correlação entre os valores

das deflexões medidas com a VB (carga no eixo = 8,2 tf ou 80,4 kN) e com o FWD

(diâmetro da placa-batente = 0,30 m e carga de ensaio = 40 kN) produzem resultados

significativamente diferentes. Portanto, nota-se a dificuldade em se comparar deflexões

medidas com equipamentos com configuração geométrica e modo de aplicação de cargas

diferentes, como é o caso da viga Benkelman e do FWD.

SESTINI et al. (1998), abordou análise de dados obtidos em rodovias do estado de São

Paulo com os dois equipamentos em questão. A conclusão do trabalho apontou que as

deflexões obtidas com a viga foram inferiores que àquelas obtidas com o FWD, conforme

pode ser descrito na equação abaixo:

D

Benk

= 0,64 x D

FWD

(1.4)

R

2

= 0,087

Uma outra abordagem do problema seria definir uma configuração de ensaio do FWD, ou

da viga Benkelman, que produzisse, durante o levantamento de campo, uma bacia de

deformação, senão igual, pelo menos, semelhante à bacia que seria produzida pelo outro

equipamento.

(23)

Com essa finalidade, ALBERNAZ (1997) elaborou um estudo paramétrico visando a

determinação de uma configuração de ensaio do FWD (diâmetro da placa–batente e valor

da carga a ser aplicada) que produzisse uma bacia de deformação com perfil longitudinal

semelhante ao de uma bacia que seria gerada se o levantamento fosse feito com a viga

Benkelman, considerando a carga de 8,2 tf (80,4 kN). Os resultados desse estudo

simplificado indicaram que o diâmetro da placa deveria ser de 0,33 m, e a carga de 5,0 tf,

ou 49 kN, aproximadamente.

A dissonância encontrada entre os valores defletométricos obtidos, por estes dois

equipamentos influi decisivamente no diagnóstico e no dimensionamento do pavimento,

podendo levar ao sub ou ao superdimensionamento do mesmo. Ambas as situações oneram

sobremaneira a sociedade. Na primeira hipótese através de problemas precoces no

pavimento aumentando assim o seu custo de manutenção. Na segunda hipótese através do

desperdício gerado através da adoção de intervenções em níveis acima do necessário.

1.2 - OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO

1.2.1 - Objetivo Geral

O objetivo geral desta dissertação é avaliar, para um determinado trecho de estrada, a

possibilidade de igualdade de parâmetros estruturais de pavimento obtidos a partir de dados

defletométricos oriundos de equipamentos quase estáticos e de equipamentos de impacto.

Para tanto, foi desenvolvido um estudo de caso, onde os resultados obtidos através da

utilização dos dados da VB (tomados como referência), são comparados com os resultados

obtidos através da utilização dos dados do FWD em 8 configurações distintas.

1.2.2 - Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desta dissertação, que consubstanciam seu objetivo geral são:

(24)

FWD em 8 configurações distintas quanto ao raio da placa de aplicação da carga e

cargas aplicadas.

Comparação entre os valores médios de deflexão reversível máxima obtida com a

viga Benkelman e o FWD em suas 8 configurações.

Comparação entre os módulos de resiliência médios (camada de revestimento, base,

sub-base e subleito) obtidos através de retroanálise, entre as campanhas realizadas

com a viga Benkelman e o FWD em suas 8 configurações.

Comparação dos valores médios de tensão e deformação horizontal/vertical na fibra

inferior do revestimento asfáltico e no topo do subleito obtidos com a viga

Benkelman e o FWD em suas 8 configurações.

1.3 - ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação foi organizada em cinco capítulos a seguir resumidos.

O capítulo 1 apresenta a justificativa da presente dissertação, os objetivos a serem

alcançados e a estrutura do presente trabalho.

O capítulo 2 faz uma breve revisão bibliográfica a respeito do estado de conhecimento sobre a

deformabilidade elástica de pavimentos. Destaca o avanço ocorrido nesta área e importância

deste parâmetro, nos dias atuais, na área de pavimentação. São enfocados os principais

equipamentos utilizados para medição de deflexão, bem como a importância da deformabilidade

elástica na obtenção dos módulos resilientes e no dimensionamento de pavimento.

O capítulo 3 apresenta um estudo realizado em um trecho teste localizado na cidade de

Ouro Branco em Minas Gerais. Inicialmente são enfocadas informações relativas ao projeto

de implantação do trecho. Em seguida é exposta a metodologia utilizada neste estudo de

caso. Todos os procedimentos para demarcação do trecho, campanhas defletométricas com

a viga Benkelman (equipamento quase estático) e o FWD (equipamento dinâmico), bem

como todas as prospecções geotécnicas realizadas são devidamente detalhadas.

(25)

O capítulo 4 apresenta todos os resultados obtidos a partir de uma completa análise

mecanística da estrutura, buscando estudar a possibilidade de se encontrar uma

compatibilização de carregamento entre os dois equipamentos de forma a gerar resultados

similares entre os mesmos.

O capítulo 5 traz a conclusão da dissertação e sugestões para futuras pesquisas sobre

deformabilidade de pavimentos e assuntos correlatos.

O Anexo I apresenta todos dos resultados defletométricos obtidos através dos

levantamentos realizados no trecho teste com a viga Benkelman.

O Anexo II apresenta todos dos resultados defletométricos obtidos através dos

levantamentos realizados no trecho teste com o Falling Weight Deflectometer.

O Anexo III apresenta todos os resultados laboratoriais realizados referentes às camadas do

pavimento existente.

(26)

CAPÍTULO 2

ESTUDO DA DEFORMABILIDADE ELÁSTICA EM

PAVIMENTOS FLEXÍVEIS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - HISTÓRICO

A deformabilidade elástica pode ser conceituada como a propriedade que determinado

material tem de absorver energia de deformação, que é completamente dissipada após a

remoção de forças externas. Este é hoje um parâmetro de grande importância para o

diagnóstico e dimensionamento de pavimentos flexíveis. O seu perfeito conhecimento nos

permite avaliar de maneira satisfatória a capacidade estrutural das camadas do pavimento,

bem como, explicar grande parte dos motivos que levam um pavimento rodoviário à ruína.

O primeiro grande passo para o estudo da deformabilidade elástica em solos foi dado por

BOUSSINESQ (1885), que baseado na Teoria da Elasticidade formalizada por CAUCHY

(1822), apresentou uma série de equações inter-relacionando forças de contato sobre o

contorno de um sólido semi-infinito. As conclusões deste trabalho são valiosas e serviram

como fundamento para diversos outros estudos realizados no âmbito do cálculo de tensões e

deformações.

Neste estudo, Boussinesq admitia o solo como um material homogêneo, isotrópico e que

tinha seu sistema de tensões caracterizado pelo módulo de deformação e coeficiente de

Poisson, seguindo à Lei de Hooke. As suas equações foram desenvolvidas a partir de

equações diferenciais para cargas pontuais. Dentro destas prerrogativas, torna-se possível o

cálculo das tensões e deformações a uma profundidade z afastada da vertical de aplicação

da carga.

Observa-se, no entanto, uma limitação deste modelo para utilização em pavimentos

rodoviários, onde na maioria das vezes encontram-se materiais heterogêneos, com

comportamento não linear e dependente do estado de tensões em que se encontram. No

entanto, segundo HUANG (1993), para pequenos carregamentos, em comparação com a

resistência do material analisado, repetidos por um grande número de vezes, a deformação

(27)

abaixo de cada repetição de carga é completamente recuperável e proporcional à carga e

pode ser considerada como elástico linear.

Figura 2.1 - Modelo de distribuição de tensões em solos de Joseph Boussinesq.

BARBER e PALMER (1940) procuraram particularizar os estudos de Boussinesq para

pavimentos que envolviam duas camadas de materiais distintos. Na oportunidade, eles

lançaram o conceito de espessura equivalente, ou, seja a espessura do pavimento poderia

ser substituída por uma espessura equivalente de subleito.

Figura 2.2 Modelo de distribuição de tensões em solos de Barber e Palmer.

Foi admitido que o coeficiente de Poisson igual a 0,5, e também que o módulo de

elasticidade do pavimento é maior que o módulo de elasticidade do subleito, resultando que

(28)

a deformação do pavimento é menor que a do subleito. Para relações entre o módulo de

elasticidade do pavimento (E

p

) e o módulo de elasticidade do subleito (E

s

) superiores a 100,

o erro pode ser considerado desprezível. Para relações da ordem de 20, o erro já é sensível,

e para relações da ordem de 2 o erro já é bastante acentuado.

O comportamento dos pavimentos e os fatores que o afetam não foram levados em conta.

Este modelo, não permite a abordagem de um sistema de camadas, em função de não existir

a possibilidade do cálculo de recalques em diferentes profundidades dentro do pavimento.

Em 1945, foi dado um grande salto qualitativo no tocante a análise estrutural de

pavimentos. Donald Burmister, engenheiro especialista e professor da Columbia University

em Nova York, preocupado com a crescente construção de aeroportos desencadeadas com o

advento da Segunda Guerra Mundial e com questões relacionadas a constituição de aterros

com materiais de propriedades distintas entre si, publicou uma série de artigos onde

enfocava o estudo de tensões e deformações em estruturas contendo duas e três camadas.

Estes estudos posteriormente vieram a ser chamados de TSCE (Teoria de Sistemas de

Camadas Elásticas) e se apoiaram nas seguintes premissas:

(29)

Todas as camadas são elásticas e lineares em termos de respostas dos materiais;

Todas as camadas são infinitas na direção horizontal;

Todas as camadas possuem espessura constante;

Não existem descontinuidades a menos na superfície do pavimento;

Não existem forças da gravidade agindo sobre o sistema;

Não existem deformações nem tensões iniciais residuais.

Ressalta-se ainda, que para a análise dos problemas à luz da TSCE são necessários

alguns dados de entrada como: coeficiente de Poisson, módulo de elasticidade dos

materiais envolvidos, espessuras das camadas e magnitude e distribuição das cargas

atuantes.

Merecem ainda destaque os estudos conduzidos HOGG (1938) e ODEMARK (1949). As

tensões calculadas por estes dois pesquisadores oferecem resultados comparáveis com as

calculadas por Burmister. Para o sistema de duas camadas, as tensões verticais e os

recalques são praticamente iguais, quer calculados por Hogg, quer calculados por

Burmister. Já as tensões radiais e de cisalhamento da primeira camada apresentam ligeiras

diferenças.

2.2 - EQUIPAMENTOS DEFLETOMÉTRICOS UTILIZADOS EM PAVIMENTOS

2.2.1 - Considerações Gerais

A disseminação no uso da TSCE e o avanço tecnológico foram fatores que

impulsionaram de maneira expressiva o desenvolvimento de tecnologia na área de

avaliação de pavimentos. Com o uso das novas ferramentas era possível se obter

respostas a respeito do pavimento de maneira mais rápida minimizando o tempo

necessário.

Os equipamentos utilizados em ensaios de avaliação não-destrutiva para medidas das respostas

mecânicas da estrutura, segundo SMITH E LYNTTON (1985), classificam-se em 3 grupos:

(30)

Grupo 1:

O primeiro grupo é composto de equipamentos quase-estáticos, que medem as deflexões do

pavimento sob carregamento através de veículo que se desloca lento o suficiente para que

não ocorra influência de forças inerciais. Nesta categoria estão incluídos a viga Benkelman,

o curviômetro, o deflectógrafo Lacroix e o Califórnia Travelling Deflectometer. Nesta

classe a velocidade é muito baixa, variando de 0,8 a 5 km/h; exceto para o curviômetro no

qual a velocidade é de 18 km/h. Segundo SHAHIN (1995) a utilização destes equipamentos

não é indicada no caso de pavimentos rígidos, por falta de acurácia nas leituras das

deflexões com valores muito baixos, além de não possibilitarem a avaliação do sistema de

transferência de cargas nas juntas.

Grupo 2:

No segundo grupo encontram-se equipamentos de carregamento dinâmico em regime

permanente, que aplicam uma carga estática na superfície do pavimento. O caráter

dinâmico do ensaio é obtido a partir da indução de uma vibração harmônica estável.

Existem dois tipos de geradores de força dinâmica:

No primeiro a carga cíclica que é gerada através da rotação de dois volantes desbalanceados

que giram em sentidos contrários. Desta maneira, os vibradores podem aplicar uma

amplitude de força, numa dada frequência. O Dynaflect é incluído nesse grupo;

No segundo a carga cíclica é gerada por meio de um sistema eletro-hidráulico, cuja amplitude de

carregamento independe da frequência de operação, isto é, para uma mesma carga pode se

utilizar diferentes frequências. Está nesta categoria o Road Rater nas suas várias versões e o

vibrador WES 16 Kip do corpo de engenheiros do exército americano (USACE). Ao utilizar

estes equipamentos é extremamente importante certificar-se de que estão adequadamente

calibrados e que a intensidade da força aplicada (pico a pico) ao pavimento seja menor que duas

vezes a pré-carga estática para evitar o deslocamento do equipamento na superfície do

pavimento. A deflexão produzida pela força dinâmica é medida por um referencial inercial, ou

(31)

seja, a variação da deflexão de pico a pico é comparada com a variação da força dinâmica pico a

pico, evitando desta maneira, que a alteração do estado de tensões, provocado pela pré-carga

estática, modifique a resposta do pavimento ao carregamento dinâmico.

Grupo 3:

No terceiro grupo estão incluídos equipamentos que medem as deflexões a partir de

carregamento por impulso. Estes aplicam uma força transiente ao pavimento pelo impacto

causado por um peso elevado a uma determinada altura em um sistema guia para em

seguida ser liberado. O peso em queda choca-se com uma placa que transmite a força ao

pavimento. Esta força pode ser variada pela alteração do conjunto de massas e/ou altura de

queda através de um processo de tentativa e erro. Estão incluídos neste grupo os FWD

comercialmente disponíveis (Dynatest, Kuab, Phonix e outros).

Segundo ALBERNAZ (1997), dos equipamentos citados o mais utilizado em todo o mundo

tem sido a viga Benkelman e suas variações. No entanto, os equipamentos do tipo FWD

vêm sendo utilizados em larga escala, principalmente a partir da década de 80, devido à sua

versatilidade, à quantidade de dados que podem ser levantados em um único ensaios e à sua

elevada produtividade.

2.2.2 - Descrição dos Equipamentos

2.2.2.1 - Viga Benkelman (VB)

Este equipamento foi desenvolvido em 1953 por A.C. Benkelman e tem como objetivo medir os

deslocamentos verticais do pavimento. É amplamente utilizado no Brasil tendo em vista, seu

baixo custo de aquisição, quando comparado com equipamentos mais sofisticados.

Inicialmente, a viga Benkelman era unicamente utilizada para determinação da deformação

reversível máxima. No entanto, com o passar do tempo, passou-se a utilizar este

equipamento também para a definição da bacia de deformação, visto a importância deste

(32)

parâmetro, para a caracterização do estado de tensão da estrutura de pavimentos rodoviários

e aeroportuários.

A viga Benkelman consiste em um equipamento muito simples que necessita de um

caminhão com eixo traseiro simples com roda dupla carregado com 80 kN, para aplicar a

carga sob a qual será medida a deformação elástica. Seu uso no Brasil é regulamentado pelo

método de ensaio DNER ME 24/94 Determinação das deflexões pela viga Benkelman e

pelo procedimento DNER PRO 175/94

Aferição da viga Benkelman. (DNER, 1994)

Figura 2.4 Viga Benkelman em operação.

(Fonte:

BERNUCCI, L. B.; et al., 2007).

Figura 2.5 Esquema da viga Benkelman.

(33)

O ensaio completo consiste das seguintes etapas:

Colocar a ponta de prova da viga Benkelman entre os pneus de uma das rodas

geminadas do eixo traseiro do caminhão, colocando-a exatamente sob o seu eixo.

Fazer uma leitura inicial no extensômetro, que se situa sobre o braço móvel da viga

leitura Li.

Fazer o caminhão se afastar lentamente até 10 m de distância da ponta de prova, ou

até que o extensômetro não acuse mais variação de leitura.

Ler no extensômetro a leitura final Lf.

A leitura final corresponde ao descarregamento do pavimento e todo o deslocamento

recuperado é associado à deformação elástica do pavimento (deflexão). Calcula-se a

deflexão D

0

pela seguinte expressão:

D

0

=(Li-Lf).K

(2.1)

Onde k é a constante da viga dada pela relação entre o braço maior e o braço menor,

articulados.

Com o passar dos anos, algumas modificações foram realizadas na viga Benkelman, com o

intuito de melhorar a acurácia e a velocidade dos levantamentos. Dentre estas melhorias,

pode-se citar a cri

medição automática da linha de influência através de cinco sensores verticais denominados

LVDT, registrando automaticamente a temperatura da superfície do pavimento. As

informações são monitoradas e armazenadas através de software próprio.

2.2.2.2 - Curviômetro

O curviômetro foi desenvolvido para medir deflexões em pavimentos flexíveis com o

veículo a uma velocidade de 18 km/h, considerada relativamente alta. A aceleração vertical

em um ponto da superfície do pavimento é medida por um geofone localizado entre as duas

(34)

rodas de teste, dando deste modo, não só o valor da curvatura naquele ponto, mas também o

valor máximo no pico da curva de deflexão. A deflexão é então obtida através da integração

do sinal do aparelho medidor, sendo que a medida da curvatura da bacia de deflexão é

obtida através das medidas da velocidade e da aceleração vertical. No veículo é levada uma

viga de deflexão eletrônica similar à viga Benkelman.

Figura 2.6 Curviômetro.

(Fonte: Acervo Strata Engenharia).

2.2.2.3 - Deflectógrafo Lacroix

Esse equipamento fabricado na Europa é um caminhão adaptado para execução de ensaios e

registro de resultados de forma totalmente automatizada. O veículo se move a uma

velocidade constante de cerca de 3 km/h, com eixo de carga com peso igual a 13 tf. As

deflexões são medidas, entre as rodas duplas do caminhão, por um bastão sensor conectado

a uma viga de referência, enquanto o veículo se movimenta. A unidade produz gráficos e os

dados são registrados em uma fita magnética para análises posteriores com computador.

Figura 2.7 Deflectógrafo Lacroix.

(Fonte: Acervo Strata Engenharia).

(35)

2.2.2.4 - California Travelling Deflectometer

Este equipamento foi desenvolvido pelo Departamento de Transportes da Califórnia.

Trata-se de duas vigas instaladas numa estrutura metálica fixada ao caminhão. No processo de

medição, as vigas são rebaixadas até o pavimento à frente do eixo traseiro e o caminhão

inicia a aproximação a uma velocidade de 3 km/h. Ao passar cada eixo traseiro sob as

vigas, as deflexões são registradas automaticamente por meio de sensores de deflexão

instalados nas vigas. Após a passagem das rodas, a estrutura é automaticamente suspensa e

posicionada novamente à frente do eixo traseiro para início de nova medição.

2.2.2.5 - Dynaflect

O Dynaflect foi o primeiro equipamento disponível comercialmente que utilizou um princípio

dinâmico de carregamento. Segundo UDIM E HUDSON (1989), este equipamento depois da

viga Benkelman foi o mais amplamente utilizado nos Estados Unidos para avaliação não

destrutiva de pavimentos. O equipamento consiste basicamente de um trailer rebocado por

veículo, onde estão instalados o sistema de carregamento e os sensores de deflexão. O

carregamento aplicado ao pavimento é obtido através de um gerador de força dinâmica instalado

no trailer, que através de um sistema de pesos excêntrico aciona duas rodas de aço, distantes 50

cm entre si em sentidos opostos a uma frequência de 8 Hz produzindo uma carga máxima de

1000 lb (454 kgf) de pico a pico. As deflexões produzidas pelo carregamento dinâmico aplicado

ao pavimento são automaticamente registradas por 5 (cinco) geofones instalados com

espaçamentos de 12 polegadas (30,5 cm) a partir do centro da carga (entre as duas rodas de aço).

Segundo SMITH & LYTTON (1985), existem algumas limitações técnicas para utilização deste

equipamento:

Necessidade de aplicação de uma pré-carga estática em cada estação de ensaio, com

valor superior a duas vezes o valor da carga que será utilizada nos ensaios;

Baixa magnitude de carregamento aplicada no pavimento;

Não permite a variação da frequência nem do carregamento aplicado ao pavimento;

Não pode ser registrada a deflexão diretamente sob o ponto de aplicação da carga.

(36)

Figura 2.8 Equipamento Defletométrico Dynaflect.

(Fonte: Acervo Strata Engenharia).

2.2.2.6 - Road Rater

O Road Rater foi o segundo equipamento defletométrico disponível comercialmente a

utilizar o modo dinâmico de carregamento. Consiste basicamente de um trailer rebocado

por veículo, onde estão instalados o sistema de carregamento e os sensores de deflexão. A

aquisição de dados é automática e todas as operações de ensaio podem ser comandadas via

computador. Segundo SMITH & LYTTON (1985), existem três modelos de Road Rater

que fornecem faixas específicas de carregamentos. O modelo 400B aplica cargas de 2,2 a

13,3 kN; as cargas aplicadas pelo modelo 2000 variam de 4,4 a 28,9 kN e o modelo 2008

aplica cargas de 4,4 a 42,1 kN. O carregamento dinâmico aplicado ao pavimento é obtido

por meio de um sistema eletro-hidráulico que desenvolve a aceleração de uma massa

alternadamente acima e abaixo de um ponto médio. As deflexões são registradas por meio

de quatro sensores, sendo o primeiro posicionado diretamente sob o ponto de aplicação da

citadas algumas vantagens de

utilização deste equipamento em relação ao Dynaflect:

Disponibilidade de modelos que aplicam cargas elevadas ao pavimento;

Possibilidade de variação do carregamento aplicado ao pavimento, dentro da faixa

de cargas disponíveis em cada modelo;

(37)

2.2.2.7 - WES-16 Kip

É um equipamento desenvolvido pelo U.S Waterways Experiment Station para a avaliação de

pavimentos aeroportuários. O equipamento foi construído em um trailer de 11 m de

comprimento, onde estão contidos o sistema de vibração, os sensores de deflexão e o sistema de

carregamento. SHAHIN (1995) explica que, antes da execução dos ensaios, é necessária a

aplicação de uma pré-carga de 16000lb. (7265 kgf). E para as medições das deflexões, as cargas

dinâmicas situam-se ao redor de 30000 lb (13620 kgf), com frequências que variam de 5 a 10

Hz. O carregamento aplicado ao pavimento é registrado por um conjunto de três load cells

instalado na placa de carga. Para medição das deflexões, os sensores são posicionados em linha,

equidistantes do centro de aplicação do carregamento.

2.2.2.8 - Falling Weight Deflectometer (FWD)

Os equipamentos mais atuais de medida de deslocamentos elásticos de um pavimento são

os de impulso gerado pelo impacto de um peso suspenso a certa altura, sobre amortecedores

que comunicam o choque a uma placa metálica apoiada sobre o pavimento, no ponto de

leitura da deflexão máxima. A intensidade da força aplicada simula o efeito da passagem

de um veículo entre 60 e 80 km/h sobre a superfície do pavimento.

Figura 2.9 Falling Weight Deflectometer em operação.

(Fonte: Strata Engenharia, 1999).

(38)

h1E1 h2E 2 h3E 3 E m

Figura 2.10 Esquema de Ensaio do FWD.

(Fonte: Strata Engenharia, 1999).

O equipamento é totalmente automatizado, sendo rebocado por um veículo utilitário leve

que carrega parte do sistema de aquisição de dados feito por computador, conectado aos

sensores instalados na parte rebocada, que é o defletômetro propriamente dito.

O ensaio, regulado no país pela norma DNER PRO 273/96 Determinação das deflexões

utilizando o defletômetro de impacto tipo Falling Weight Deflectometer FWD, envolve as

seguintes etapas:

Deslocamento do trailer para o local do ensaio, com o posicionamento do

equipamento na estação desejada;

Seleção da configuração da massa (conjunto de pesos) a ser utilizada na campanha

de ensaios, com posterior fixação das mesmas em local apropriado;

Acionamento no microcomputador do programa que controla as operações de

abaixamento da placa de carga, da barra de geofones e de posicionamento dos pesos

para queda de uma altura pré-determinada;

Liberação dos pesos para queda, através de uma pessoa localizada dentro do veículo

rebocador;

A cada ensaio realizado, são exibidos na tela, a altura de queda, pico de pressão na

placa e a força correspondente e os picos de deflexões registradas em cada sensor;

após o término da operação, os sensores e a placa são suspensos e o sistema emite

um sinal sonoro indicando que o trailer pode ser transportado para a próxima

estação de ensaio.

(39)

Figura 2.11 - Delineamento dos assentamentos reversíveis com o FWD.

(Fonte: Dynatest).

Existem hoje no mundo, uma série de fabricantes deste tipo de equipamento, dentre eles

podem ser citados:

FWD DYNATEST

Equipamento totalmente automatizado para avaliação da capacidade de carga dos

pavimentos, consistindo em um carro reboque montado com um sistema elétrico/hidráulico

de aplicação de carga e medida de deflexão. Este tipo de FWD produz breves pulsos de

carga de 7 a 12 kN (700 a 12000 kgf) de amplitude, com duração de 25 a 30 ms. Este

sistema admite a aplicação de até cinco configurações de massa em combinação com até

quatro alturas de queda, sendo desta forma, escolhida a combinação que deverá satisfazer

aos tipos de eixos preponderantes que solicitam o pavimento. As deflexões são medidas

usando sete sensores sísmicos facilmente removíveis, acoplados a cabos móveis ao longo

de uma barra metálica, o valor de pico registrado por cada transdutor é gravado na memória

do microprocessador. Este equipamento permite, através de uma bateria de apoio, uma

unidade eletro-hidráulica e de vários interruptores, que a operação seja completamente

controlada do assento do motorista.

(40)

FWD KUAB

A unidade FWD KUAB é um carro reboque totalmente coberto por uma casa de metal,

onde as portas do fundo da unidade são abertas quando se inicia os testes, permitindo, desta

forma, que o equipamento desça até a superfície do pavimento. A operação é totalmente

automatizada. Este equipamento é de origem sueca e seu princípio de operação é

semelhante ao do FWD Dynatest diferenciando-se apenas no valor da carga aplicada ao

pavimento que pode variar de 12 a 15 kN (1200 a 15000 kgf). A resposta produzida é

medida através de sismômetros que podem ser calibrados em campo por um micrômetro

incorporado ao equipamento. A carga é gerada por um sistema de duas massas permitindo,

desta forma, que haja uma duração mais extensa de pulsação, com o objetivo de representar

melhor a duração da carga pelos caminhões.

FWD PHONIX

O FWD Phonix é também um carro reboque que consiste de uma casa de metal que protege

o peso de queda, esse peso é constituído de um corpo cilíndrico (em nove seções) com no

máximo 3 kN (300 kgf). A queda da massa provoca um pulso de carga com magnitude

variando de 10,2 a 102,3 kN ( 1020 a 10230 kgf). As deflexões que são geradas são

medidas por três ou seis transdutores de deflexão ajustáveis. O sistema eletrônico desta

unidade consiste em um microcomputador, software de controle e sensores. Outras opções

incluem um microcomputador IBM-PC, instrumentos de medida da temperatura do ar e da

superfície do pavimento e um sistema de impressão.

2.3 - DETERMINAÇÃO DOS MÓDULOS DE RESILIÊNCIA

2.3.1 - Considerações Gerais

Segundo MEDINA & MOTTA (2005), os estudos sobre o comportamento resiliente dos

materiais utilizados em pavimentação foram iniciados na década de 1930 com Francis

Hveem, que foi o primeiro a relacionar as deformações recuperáveis (resiliência) com as

(41)

fissuras surgidas nos revestimentos asfálticos. Foi ele também que adotou o termo

sicamente

deformado elasticamente, a qual é devolvida quando cessam as tensões causadoras das

Hveem concluiu que muitas das fissuras detectadas no pavimento tinham

origem no processo de fadiga que sofriam os materiais, causados pela repetição excessiva

de pequenas deformações elásticas. Para se efetuar a análise de deformabilidade de uma

estrutura de pavimento, é necessário conhecer as relações tensão-deformação ou os

módulos de resiliência dos materiais que comporão as camadas da mesma.

O módulo de resiliência dos materiais envolvidos em pavimentação normalmente é obtido

de duas maneiras: em laboratório ou em campo (através da retroanálise).

2.3.2 - Obtenção dos Módulos de Resiliência em Laboratório

Os ensaios laboratoriais na área de engenharia procuram simular as condições reais

encontradas em campo visando à determinação das propriedades mecânicas dos materiais.

No que se refere à obtenção do módulo de resiliência observa-se que para determinação

deste parâmetro em solos é amplamente utilizado o ensaio de compressão axial à cargas

repetidas. No que diz respeito às misturas asfálticas observa-se uma maior variabilidade.

São utilizados ensaios de viga a flexo-tração, compressão diametral e axial entre outros.

Serão abordadas, nesta dissertação, de maneira mais específica as metodologias de ensaio

abordadas no país, sendo, o triaxial dinâmico de cargas repetidas em solos e o de

compressão diametral em misturas asfálticas. Serão abordados ainda, alguns fatores

intervenientes na magnitude dos módulos de resiliência e os modelos hoje utilizados para

descrever o comportamento dos solos.

2.3.2.1 - Determinação dos Módulos de Resiliência em Solos

(42)

introduzido nos estudos de pavimentação pelo professor H. Bolton Seed na década de 1950 na

Universidade da Califórnia, Berkeley, quando da investigação da deformabilidade do solo do

subleito da pista experimental da AASHO. SEED e FEAD (1959) fizeram uma adaptação para o

aparelho pneumático dinâmico do equipamento triaxial estático então existente.

Este ensaio tem como objetivo reproduzir em laboratório as condições de carregamento

impostas ao pavimento pela solicitação do tráfego, e dessa forma, simular o comportamento

resiliente dos materiais utilizados. Nestes ensaios a força aplicada atua sempre no mesmo

sentido de compressão, de zero até um máximo e depois diminui até anular-se, ou atingir um

patamar inferior, para atuar novamente após pequeno intervalo de repouso (fração de segundo)

procurando reproduzir as condições de carregamento de campo. A velocidade do veículo e o

fluxo de tráfego são simulados respectivamente pelo pulso e frequência da carga aplicada.

O ensaio consiste basicamente em duas fases. A primeira, chamada de fase de

condicionamento, objetiva reduzir a influência das grandes deformações plásticas e reduzir

o efeito da história de tensões no valor do módulo de resiliência. A obtenção dos valores de

Mr é feita na segunda etapa do ensaio, onde para cada par de tensões 1 e 3 é feita a

medida da deformação resiliente r. Para cada par de tensões, o módulo de resiliência pode

ser definido por:

Onde :

r d R

M

(2.2)

d =

Tensão desvio axial repetida;

r =

Deformação axial resiliente correspondente a um determinado número de aplicações de

d.

A Norma Técnica DNIT-ME 134/2010

atualmente em vigor no Brasil, estabelece um método para determinação do valor do

módulo de resiliência de solos granulares e coesivos (DNER, 2010).

(43)

2.3.2.1.1 - Comportamento resiliente dos solos granulares

Desde a década de 1960, muitos estudos e pesquisas têm sido desenvolvidos com o objetivo

de caracterizar o comportamento dos materiais granulares. Sabe-se hoje, que estes materiais

não apresentam um comportamento linear quando submetidos ao carregamento do tráfego.

Este comportamento é afetado por diversos fatores, dentre os quais podemos destacar:

Efeito das tensões: o nível de tensões é o fator mais importante nas propriedades de

materiais granulares. O módulo resiliente aumenta consideravelmente com o

aumento da tensão confinante e da soma das tensões principais. MONISHMITH et

al. (1967) verificaram um aumento de 500% no módulo resiliente devido a um

aumento na tensão de confinamento de 20 para 200 kPa. Um aumento de cerca de

50% no módulo resiliente foi observado por SMITH E NAIR (1973) quando a

soma das tensões principais aumentou de 70 para 140 kPa.

Densidade: Sabe-se que, no caso de carregamentos estáticos, o aumento de

densidade do material granular provoca também um aumento da rigidez e

resistência do mesmo. No entanto, a literatura disponível a respeito do impacto da

densidade no módulo resiliente do material é bastante ambígua. Diversos estudos

entre eles, os desenvolvidos por TROLOPE et al. (1962) e HICKS (1970) sugerem

que o módulo de resiliência aumenta com o aumento da densidade. O número de

contatos entre partículas aumenta significativamente com o incremento na

densidade, que é resultante do maior esforço de compactação. Além disso,

aumenta-se as tensões atuantes nos contatos partícula-partícula, tensões estas geradas pelo

carregamento aplicado. Com isso, reduzem-se as deformações nos contatos e o

módulo resiliente aumenta (maior rigidez e menor deformação). No entanto,

pesquisa realizada por HICKS e MONISMITH (1971) concluiu que o efeito da

densidade é mais acentuado para partículas parcialmente britadas do que para

partículas totalmente britadas. Verificou-se que o módulo resiliente aumentou de

maneira significativa com o incremento da densidade dos agregados parcialmente

britados enquanto que, para os agregados plenamente britados, o impacto foi

praticamente insignificante.

(44)

Conteúdo de finos: A literatura pesquisada não é clara quanto ao impacto do

conteúdo de finos na rigidez do material. Alguns pesquisadores como THOM e

BROWN (1987) verificaram que o módulo resiliente geralmente diminui com o

aumento de finos. BARKSDALE e ITANI (1989) verificaram uma redução de 60%

no módulo resiliente quando a porcentagem de finos foi aumentada de 0 para 10%.

Uma pesquisa realizada por JOREMBY e HICKS (1986) constatou um aumento

inicial na rigidez, seguido por uma redução considerável quando finos argilosos

foram adicionados ao agregado britado. O aumento modular inicial foi atribuído ao

maior contato entre as partículas à medida que vazios foram sendo preenchidos.

Gradualmente, o excesso de finos deslocou as partículas maiores e reduziu os

pontos de contato entre elas, de maneira que o desempenho mecânico do material

passou a depender cada vez mais dos finos, e a rigidez diminuiu.

Tamanho máximo das partículas: Verifica-se ainda que para agregados com a

mesma porcentagem de finos e curva granulométrica de formato semelhante, o

módulo resiliente aumenta com o aumento do diâmetro máximo de partícula como

demonstrado pelos estudos de GRAY (1962), BROWN (1988) e KOLISOJA

(1997). De acordo com este último a explicação para este fato é de que a maior

parte da carga que atua em um sistema granular é transmitida por uma sequência de

partículas. Os contatos entre estas fazem com que as tensões originadas pelo

carregamento sejam transmitidas de partícula para partícula. Quando os esforços

são transmitidos por partículas de maiores dimensões, o menor número de contatos

resulta em menor deformação total e consequente maior rigidez.

Granulometria: A granulometria aparenta ter alguma influência, embora pequena.

THOM e BROWN (1988) estudaram o comportamento de calcário britado em

diferentes granulometrias e concluíram que agregados de granulometria uniforme

eram apenas levemente mais rígidos que misturas graduadas. PLAISTOW (1994)

argumentou que quando umidade é introduzida em materiais bem graduados, o

efeito da graduação pode ser significativamente aumentado, porque estes materiais

podem prender água nos poros. Eles também podem atingir maiores densidades do

que os materiais uniformemente graduados porque os menores grãos preenchem os

vazios entre as partículas maiores. PLAISTOW (1994), portanto, concluiu que a

Referências

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