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INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

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Academic year: 2021

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Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.

Turma e Ano: 2015

Matéria / Aula: Princípios Institucionais do Ministério Público / Aula 04 Professor: Elisa Pittaro

Monitora: Kelly Silva

Aula 04 INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

Conceito: É a liberdade plena de manifestação e com amparo legal, o que possibilita inclusive a manifestação de membros em sentido contrário em um mesmo processo. Limites à independência funcional:

É possível que o promotor do inquérito tenha se manifestado sobre a prisão temporária e representado pela prisão preventiva, que foi decretada pelo juiz. Nada impede que o promotor da vara criminal opine ou solicite pela colocação do agente em liberdade. Se, em alegações finais, o promotor da vara pedir a condenação e o réu for absolvido ele não é obrigado a recorrer, pois, além da voluntariedade dos recursos, incide aqui a independência funcional. Se o promotor da vara criminal recorrer e se afastar do órgão de execução, o seu substituto é obrigado a apresentar razões? 1ª orientação – em nome do princípio da independência funcional, ele não é obrigado a concordar com seu antecessor, porém para evitar que isso ocorra a resolução 1521/09 estabelece que o promotor que recorre deve apresentar razões; 2ª orientação (jurisprudência) – além do art. 576 do CPP negar a possibilidade do Ministério Público desistir do recurso, o princípio da unidade que norteia a instituição impede a discordância entre seus membros.

1ª situação – Conflito de atribuições: caberá ao PGJ decidir quem atuará e não como será feita essa atuação.

2ª situação – declaração negativa de certidão: em um procedimento de natureza cível, o membro do Ministério Público se manifesta no sentido de que não há interesse que

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justifique a sua intervenção e deixa de oficiar. Se o magistrado discordar o que poderá fazer? Como não há previsão legal, o art. 28 do CPP deve ser aplicado analogicamente com a remessa do feito ao PGJ, conforme deliberação 22 do Órgão Especial do Colégio de Procuradores.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

3ª situação – caso um promotor da PIP chegue à conclusão de que um prefeito está envolvido na prática de um crime, ele deverá remeter o feito ao PGJ para prosseguir com a investigação. Caso o PGJ discorde e o membro se sinta prejudicado, ele poderá impetrar mandado de segurança ou recorrer ao CNMP em razão da suposta prática de um ato administrativo ilegal do PGJ.

4ª situação – o controle da imprescindibilidade das diligências investigatórias do inquérito: nas comarcas onde não há central de inquéritos, os inquéritos são judicializados, ou seja, sempre que o Ministério Público solicita a devolução dos autos à delegacia o pedido passará pelo juiz. Se o juiz entender que estas diligências não são imprescindíveis, o que ele poderá fazer? Na falta de previsão legal devemos aplicar o art. 28 do CPP e, segundo Emerson Garcia, o controle da imprescindibilidade ou não caberá ao PGJ, o que é um absurdo porque viola a independência funcional.

6ª situação – não confirmação do arquivamento em matéria penal ou cível: em matéria criminal, se o PGJ discordar do arquivamento ele poderá designar outro membro para oferecer denúncia. Esse promotor pode se recusar a denunciar? 1ª orientação (Carvalhinho) – esse promotor está agindo por delegação do PGJ, ou seja, ele é um longa manus. Logo, ele não pode se recusar a oferecer denúncia; 2ª orientação

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– por conta do princípio da independência funcional, nada obriga esse promotor a concordar com o PGJ, podendo inclusive insistir no pedido de arquivamento. Porém, para evitar que isso ocorra a designação deveria recair sobre a assessoria criminal do PGJ. A atribuição originária do PGJ está prevista no art. 39, VI da LC 106/03 e na hipótese de arquivamento devemos aplicar o art. 40 da mesma lei, ou seja, o arquivamento do PGJ não se subordina ao controle judicial do princípio da obrigatoriedade. O feito permanecerá arquivado até que algum interessado peça a revisão dessa decisão no órgão especial. Em matéria cível, havendo discordância, o feito acabará sendo analisado pelo PGJ. Quando o assunto girar em torno de tutela coletiva, a resolução aplicável será a 1769/12; quando for tutela individual indisponível, a resolução será 1778/12.

Art. 39 – Além das atribuições previstas nas Constituições Federal e Estadual, nesta e em outras leis, compete ao Procurador-Geral de Justiça:

[...]

VI – ajuizar ação penal de competência originária do Tribunal de Justiça, bem como medidas cautelares a ela conexas, em todas oficiando;

Art. 40 – Compete ao Colégio de Procuradores de Justiça, através de seu Órgão Especial, rever, na forma que dispuser o seu Regimento Interno, mediante requerimento de legítimo interessado, decisão de arquivamento de Inquérito Policial ou peças de informação determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua atribuição originária.

SISTEMA DE INVIOLABILIDADES

Art. 125 – Pelo exercício irregular de suas funções, o membro do Ministério Público responde penal, civil e administrativamente.

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§ 2.º – O membro do Ministério Público será civilmente responsável somente quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. (LC 106/03)

Art. 85. O órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. (CPC/73)

Existe um sistema diferenciado de inviolabilidade que limita a responsabilidade civil do membro do Ministério Público, atuando no exercício de suas funções por conduta dolosa ou fraudulenta. Logo, não é possível responsabilizar membro do Ministério Público quando este age com culpa.

Membro do Ministério Público ingressou com ação civil pública pela prática de improbidade em razão da contratação de um prefeito com escritório de advocacia. O escritório processou o promotor, sendo que ao invés do juiz extinguir o feito, ele deu prosseguimento e condenou o promotor a pagar R$ 10.000,00. Posteriormente, o processo foi extinto.

Se em um caso concreto o lesado se sentir prejudicado, ele deverá promover a demanda contra quem? 1ª opção – pode processar o membro, mas esta não é a melhor opção; 2ª opção – pode processar o Ministério Público, uma vez que ele possui autonomia administrativa e orçamentária; 3ª opção – pode processar o Estado ou a União, esta seria a melhor opção.

REsp 731746, 4ª Turma – o STJ entendeu que poderiam ser acionados o Estado, o membro ou ambos ao mesmo tempo, afirmando que esta corte entendia que os servidores possuíam legitimidade passiva para responderem uma ação de responsabilidade.

REsp 759272 – há uma confusão entre ilegitimidade passiva e mérito, ou seja, o promotor pode ser parte da demanda, sem prejuízo de no final ela ser extinta por ilegitimidade.

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RE 344133 e RE 228977 – a responsabilização do membro decorre da sua atuação como integrante da instituição. Logo, a ação deveria ser proposta contra o Ministério Público. Porém, como não há previsão orçamentária para tal, a ação deve ser proposta contra o Estado, que eventualmente poderá demandar uma ação de regresso. Esta é a posição defendida por Hugo Nigro Mazzilli.

Na hipótese do membro ser réu em ação indenizatória, ou seja, temos duas pessoas maiores e capazes discutindo questões que envolvem direito disponível, o Ministério Público poderia intervir como órgão interveniente? O art. 81, § 2º da LC 106/03 prevê a possibilidade de intervenção, mesmo porque na hipótese haveria o interesse da instituição em resguardar a sua atuação. Na hipótese, o interesse não é patrimonial, mas sim institucional. Porém, no processo civil o interesse jurídico está relacionado ao interesse patrimonial, o que não ocorre na hipótese.

Art. 81 – Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas nas Constituições Federal e Estadual, nesta e em outras leis:

§ 2.º – O Ministério Público, representado pelo Procurador-Geral de Justiça, poderá habilitar-se como assistente em ação civil ajuizada em face de membro do Ministério Público em virtude de ato praticado no exercício das suas funções.

Uma CPI pode convocar promotor para prestar esclarecimentos sobre a sua atuação funcional supostamente ilegal? A CPI tem poder de convocação, conforme expresso no art. 52 da CRFB/88, além disso o art. 81, II da LC 106/03, dispositivo que trata das prerrogativas dos membros, estabelece que em regra não é possível convocação, salvo hipóteses legais e constitucionais, onde se enquadrariam as CPIs.

HC 96549 – a CPI convocou um juiz de Itaguaí em razão de um número elevado de interceptações, ou seja, ele foi convocado para tratar da prática de atos jurisdicionais. Como ele se recusou a comparecer, o tribunal foi oficiado e avisado sobre a condução coercitiva. Ele ajuizou habeas corpus e o STF entendeu que essa convocação violaria a separação dos poderes, pois o juiz foi convocado para tratar de questões

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jurisdicionais, que giravam em torno, inclusive, do fundamento das suas decisões. Logo, a convocação só poderia tratar de questões administrativas.

Ademais, na hipótese de prática de crime, a atribuição será do PGJ, e infrações disciplinares será da Corregedoria, restando pouco para a atuação das CPIs. Desta forma, essa convocação nada mais é do que uma forma de pressioná-lo publicamente sobre a sua atuação. Porém, na última edição do seu livro, Mazzilli entende que se a atuação do membro for irregular seria possível a convocação, o problema é que caberia à própria CPI estabelecer se a atuação foi ou não irregular.

É possível a nomeação por parte do juiz pode promotor ad hoc? De acordo com o art. 129, § 2º da CRFB/88 a função ministerial só pode ser exercida por integrantes da carreira, independente do excesso de trabalho, ausência de promotor ou risco de colocar réu preso em liberdade.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...]

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

Referências

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