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RESPOSTA DA DELTAOPAL AO CLORETO DE MEPIQUAT E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA Taxa de Crescimento e Acúmulo de Matéria Seca.

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Academic year: 2021

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RESPOSTA DA DELTAOPAL AO CLORETO DE MEPIQUAT E DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA – Taxa de Crescimento e Acúmulo de Matéria Seca. Gustavo Pazzetti Ordoñez1, Tomás de Aquino Portes, Castro2 Isabel Dias Carvalho1 Jairo dos Santos3. 1 - FESURV Caixa Postal 104, 75906-380, Rio Verde, GO, pazzetti@fesurv.br; isabel@fesurv.br; 2- UFG, Pos-graduação / Agronomia,Goiânia, GO portes@icb1.ufg.br; 3- Rua 28, nº 500, CP406, Vila Carolina, 75900-000 Rio Verde – GO, Jairo.dos-santos@basf-sa.com.br

RESUMO

Procurou-se avaliar o impacto do cloreto de mepiquat sobre o crescimento vegetativo e reprodutivo do algodoeiro herbáceo, cultivado sob diferentes doses de nitrogênio em cobertura no município de Rio Verde – GO. Durante o ciclo da cultura, mediante coletas destrutivas, monitorou-se a altura das plantas, e também, a matéria seca de: folhas, ramos, caule e das estruturas reprodutivas, o que possibilitou estimar, a taxa de crescimento e o acúmulo de matéria seca total. As análises, dessas variáveis, revelaram que os tratamentos alteraram significativamente, a taxa de crescimento da cultura e, assim, o acúmulo de matéria seca. A altura das plantas, a matéria seca do caule, dos ramos, das folhas, e também, a matéria seca total, foram significativamente influenciadas pelas doses de nitrogênio em cobertura No entanto, em cada dose de nitrogênio, as plantas sob aplicação de cloreto de mepiquat apresentaram, ao longo do ciclo, menores taxas de crescimento, o que se traduziu em menor altura; o regulador de crescimento, também reduziu, de forma significativa, a matéria seca dos ramos e das folhas, e ainda promoveu o espessamento do mesófilo, o que respectivamente, fornece indícios de plantas com arquitetura mais compacta, e com comportamento hídrico mais conservativo. Por sua vez, o menor investimento em crescimento vegetativo, nas plantas sob efeito do cloreto de mepiquat, contrastou com maior investimento em crescimento reprodutivo.

INTRODUÇÃO

A aplicação de reguladores de crescimento, na cotonicultura, vem sendo incorporada ao sistema de produção com o objetivo principal de equilibrar o crescimento vegetativo, uniformizar a abertura dos frutos, facilitar o trabalho das colheideiras, e como apontado por Lamas (2001), aumentar a eficiência do controle de insetos, pois permite uma melhor distribuição da calda de inseticida no dossel das plantas Todavia, vale lembrar que a resposta das plantas aos reguladores de crescimento está na dependência da taxa de crescimento dos cultivares, sendo que a mesma pode variar em função da época de semeadura, do regulador de crescimento, da época, dose e parcelamento das aplicações, e do suprimento mineral, especialmente da adubação nitrogenada em cobertura. Portanto, há a necessidade de estudos, buscando definir a estratégia de aplicação do regulador de crescimento, em função da estratégia de cultivo que possa resultar em maiores produtividades, melhor qualidade de fibra e semente e maior retorno econômico.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido na fazenda Fontes do Saber, Campus da Fundação do Ensino Superior de Rio Verde – FESURV, localizada no município de Rio Verde-GO, situado na latitude 17o48’11” Sul, longitude 50º55’53” oeste e altitude de aproximadamente 750 metros.

Os resultados da análise do solo apontaram para a dose de 950 kg.ha-1 de corretivo, distribuído e incorporado, a 0,20 m de profundidade, cinqüenta dias antes da semeadura (03/01/2002), quando se utilizaram sementes da cultivar DeltaOpal, que receberam no suprimento mineral da semeadura de 16 kg de N.ha-1, 120 kg de P2O5.ha-1, 60 kg de K2O.ha-1, e que após o desbaste, permaneceu sob densidade populacional de aproximadamente 100 mil plantas.ha-1.

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O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com três repetições, seguindo arranjo fatorial 2 X 4, definido pela aplicação ou não do cloreto de mepiquat (pix) e por quatro doses de nitrogênio em cobertura (0; 60; 120 e 240 kg.ha-1), distribuídos em três aplicações eqüitativas; a primeira realizada aos 28 dias da emergência (DAE), a segunda e terceira com intervalo de 15 dias entre si. As formulações utilizadas foram uréia e 20-00-20 de forma a totalizar 60 kg de K2O.ha-1 em todos os tratamentos.

O pix foi aplicado na dose total de um litro.ha-1, distribuído em quatro aplicações. A primeira foi realizada aos 35 dias após a emergência (DAE), usando dose de 350 mL.ha-1. A 2ª, 3ª e 4ª (250, 250 e 150 mL.ha-1, aos 43, 57 e 72 DAE respectivamente)

A partir do 7º dia após a emergência das plantas (DAE), e a intervalos regulares de sete dias ao longo do ciclo, foram efetuadas coletas destrutivas para avaliar o efeito dos tratamentos sobre o crescimento das plantas; as variáveis selecionadas foram: altura de plantas, matéria seca dos ramos, do caule, das folhas, das estruturas reprodutivas e a matéria seca total.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os tratamentos adotados influenciaram significativamente a maioria das variáveis avaliadas. Em todos os tratamentos a equação que melhor se ajustou aos dados de matéria seca total (MST) em função do tempo, foi a do tipo polinomial exponencial quadrática: Y=CEXP (AX + BX2). Ajuste desse tipo também foi constatado por Portes et al.(2000).

Sob todas as doses de nitrogênio em cobertura, até os 35 DAE (época do aparecimento dos botões florais), registrou-se reduzido acúmulo da MST, decorrente das menores taxas de crescimento (TCC) (Figuras 1, 2, 3 e 4). O lento crescimento da parte aérea do algodoeiro, no período compreendido entre a emergência e a emissão do primeiro botão floral, está associado ao maior investimento de fotoassimilados em crescimento radicular (Oosterhuis, 1999). Na fase compreendida entre o primeiro botão floral e a primeira flor branca, o crescimento em altura, e o acúmulo de matéria seca do algodoeiro se acentuam, entrando na fase linear de crescimento (Baker; Landivar, 1991). Isto pode ser facilmente denotado nas Figuras, onde se visualiza que a fase de maior acúmulo de matéria seca ficou compreendida entre 35 e 70 DAE, sendo as maiores TCC atingidas aos 63 DAE. Também pode ser notado que em todas as doses de nitrogênio, as plantas expostas ao CM atingiram a partir da aplicação desse regulador, até o final da avaliação, menor TCC e conseqüentemente menor MST. Efeito antagônico sobre a matéria seca das plantas pela aplicação do CM, também foi constatdo por Lamas; Athayde; Banzato, (2000).

Independentemente da dose de nitrogênio utilizada, a aplicação de CM resultou em menor crescimento vegetativo, não apenas por reduzir a altura, mas também pela redução significativa da MSR e da MSF (Tabela1), fornecendo indícios de arquitetura mais compacta e redução da área foliar. Também se observou que a aplicação do CM resultou em folhas coreáceas, e de coloração verde mais escura, o que segundo Gausman et al. (1978) indica maior espessamento do mesófilo e maior concentração de clorofila.

A redução da superfície foliar e o maior espessamento do mesófilo, induzidos pela aplicação do CM, podem condicionar maior resistência ao fluxo de água para a atmosfera. Por sua vez, a maior quantidade de clorofila por unidade de área foliar pode propiciar maior taxa de fixação de CO2, o que pode permitir maior retenção de estruturas reprodutivas. (Gausman et al, 1978). Além de reduzir a área foliar, o tratamento a base de compostos onium pode causar acúmulo de solutos tais como aminoácidos e açúcares (Knapp; Harms; Volenec, 1987), e como detectado por Beltrão; Souza; Santos (2001), também aumenta o conteúdo de proteínas solúveis na folha, o que possivelmente não está relacionado com a rubisco.

O algodoeiro sob aplicação de CM investe menor energia em crescimento vegetativo (caule, ramos e folhas), e mais energia para retenção e desenvolvimento de estruturas reprodutivas. O resultado disso é um maior número e tamanho de brotos, diminuição do crescimento vegetativo, maior

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maturidade da cultura e, conseqüentemente, maior produtividade. Isto corrobora com as avaliações realizadas neste ensaio, onde, se observou que o maior investimento em MSER pela aplicação de CM decorreu do menor investimento em crescimento vegetativo como mostram os dados obtidos aos 98 DAE (Tabela 3).

CONCLUSÕES

O modelo que melhor se ajusta aos dados do acúmulo de matéria seca ao longo do ciclo foi o tipo: polinomial exponencial quadrático.

As doses de nitrogênio em cobertura e o cloreto de mepiquat alteram a taxa de crescimento da cultura e, conseqüentemente, o acúmulo de matéria seca em função do tempo.

A aplicação de cloreto de mepiquat reduziu significativamente a altura, a matéria seca dos ramos e das folhas, além de resultar em maior espessamento do mesófilo, fornecendo indícios de arquitetura mais compacta das plantas, e de comportamento hídrico mais conservativo.

O menor investimento em crescimento vegetativo, nas plantas expostas ao cloreto de mepiquat, contrastou com maior investimento em crescimento reprodutivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKER, D. N.; LANDIVAR, J.A. Simulation of plant development in Gossypium hirsutum. IN: HODGES, H. F. eds. Cotton Physiology. Menphis: The Cotton Foundation. 1991. p 245-257.

BELTRÃO N.M.E.; SOUZA, J.G.; SANTOS, J.W. Modificações verificadas no algodoeiro herbáceo superprecoce, BRS 186 precoce 3 em função de dosagens e épocas de aplicação do cloreto de mepiquat (modulador de crescimento). Resumos III Congresso Brasileiro de Algodão. Campo Grande - MS, 27 a 31 de agosto. p. 500-502, 2001.

GAUSMAN, H.W.; RITTIG, F.R.; NAMKEN, L.N.; RODRIGEZ, R.R.; ESCOBAR, D.R.; GARZA, M.V. Effect of 1,1 dimetil piperidinium-chloride on cotton (Gossypium hirsutum L.). Leaf chlorophyll, size and structure. 1978 p. 137-145. In: Proc. 5th Annual. Meeting. Plant Growth Regulator,. Working Group. Blacksburg. 19-23 Aug. PERWG Longmont. CO, 1978.

KNAPP, J. S.; HARMS, C. L.; VOLENEC, J. J.. Growth regulator effects on wheat culm nonstructural and structural carbohydrates and lignin. Crop Science, v.27, 1201- , 1987

LAMAS, F.M.; ATHAYDE, M.L.F.; BANZATTO, D.A. Reações do algodoeiro CNPA ITA 90 ao cloreto de mepiquat. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, n.3, p.507-516, 2000.

LAMAS,, F.M. Reguladores de crescimento na cultura do algodoeiro: Comparação entre produtos e formas de fracionamento de doses. Resumos III Congresso Brasileiro de Algodão. Campo Grande - MS, 27 a 31 de agosto. p. 514-5016, 2001.

OOSTERHUIS, D. M. Growth and development of a cotton plant. In: CIA, E.; FREIRE, E.C.; SANTOS, W. J. dos. (eds). Cultura do Algodoeiro. Piracicaba - SP. POTAFOS 1999. p 35-55.

PORTES, T. A. de.; CARVALHO, S.I.C. de.; OLIVEIRA, I.P. de.; KLUTHCOUSKI, J. Análise do crescimento de uma cultivar de braquiária em cultivo solteiro e consorciado com cereias. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.7, p. 1349-1358, 2000.

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TABELA 1– Valores médio de altura de plantas (ALT), número de nós (Nº NÓS) e matéria seca do caule (MSC) obtidos aos 98 DAE na “cv” DeltaOpal mantida sob diferentes doses de nitrogênio em cobertura com e sem aplicação de cloreto de mepiquat (CM).

ALT (cm) MSR (g m-2) MSF (g m-2)

Nitrogênio

(kg.há-1) Sem CM Com CM Sem CM Com CM Sem CM Com CM 0 140,7 Ca 102,2 Ab 251,8 Ba 176,7 Bb 231,3 Ba 137,4 Bb 60 149,7 Ba 103,3 Ab 312,1 Aa 181,7 Bb 253,7 Ba 180,2 Ab 120 157,2 Aba 106,5 Ab 312,3 Aa 202,4 Bb 257,1 Ba 190,3 Ab 240 164,1 Aa 106,6 Ab 322,0 Aa 236,0 Ab 310,1 Aa 223,0 Ab Em cada variável, as médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%

TABELA 2 - Matéria seca de estruturas reprodutivas (MSER), obtida aos 70, 84 e 98 DAE na “cv” DeltaOpal mantida sob diferentes doses de nitrogênio em cobertura com e sem aplicação de cloreto de mepiquat (CM).

MSER (g m-2) 70 DAE MSER (g m -2) 84 DAE MSER (g m -2) 98 DAE Nitrogênio (kg.ha-1)

Sem CM Com CM Sem CM Com CM Sem CM Com CM 0 52,8 Aa 66,4 Ab 148,4 ABa 196,0 Ab 265,3 Aa 343,5 Ca 60 58,3 Aa 67,1 Ab 153,0 ABa 197,5 Ab 355,7 Aa 391,1 Ba 120 63,0 Aa 70,5 Ab 164,4 Aa 200,0 Ab 360,9 Aa 552,9 Ab 240 56,7 Aa 74,2 Ab 122,7 Ba 184,8 Ab 375,5 Aa 434,7 Ba Em cada época, as médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%

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FIGURA 1. Taxa de crescimento da cultura, “cv” DeltaOpal, sem adubação nitrogenada (A), sob 60 (B), 120 (C) e 240 (D) kg.ha-1 de nitrogênio, com e sem

aplicação de cloreto de mepiquat.

A

B

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