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EFEITOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA NOS PACIENTES COM TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

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Revista UNIABEU, V.11, Número 28, maio-agosto de 2018.

EFEITOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA NOS PACIENTES COM TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO NA UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Dayanne Alves Pereira Wenya Sarmento Sobrinho Weslley Epifanio Sarmento Daniele Thairis de Souza Hilana Cristina Lins Machado Sandra Maria Figueiredo de Lima Wendy Epifanio Sarmento Fernandes Resumo: O estudo objetiva realizar uma revisão da literatura especializada, sobre a utilização da

VMI nos pacientes acometidos por TCE internados em uma UTI. Trata-se de uma revisão da literatura especializada, utilizando-se artigos científicos, através dos bancos de dados do Scielo e da Bireme, a partir das fontes Medline e Lilacs; além de consultas a livros e periódicos. Os descritores utilizados foram: Ventilação Mecânica Invasiva, Traumatismo Cranioencefálico, Unidade de Terapia Intensiva. Foram selecionados artigos de revisão bibliográfica e artigos originais publicados de 2013 a 2014 que abordavam a utilização da VMI em pacientes acometidos por TCE internados na UTI. Foram encontrados 100 artigos, mas somente 16 alcançaram todos os critérios de inclusão e exclusão. Foi possível observar que há uma gama de estudos sobre a VMI nesses pacientes e, a partir deles, mostrou-se que quando administrada corretamente, com monitorização constante e grande conhecimento do fisioterapeuta, a ventilação mecânica invasiva se mostra eficaz e essencial nos cuidados prévios e advindo dos pacientes vítimas de TCE. Assim, percebe-se quão importante e desafiador é o papel fisioterapêutico, fundamental e insubstituível nos cuidados destes pacientes e que requer a utilização e domínio de várias técnicas e manobras respiratórias e motoras para o restabelecimento deste grupo.

Palavras-chaves: Ventilação Mecânica Invasiva; Paciente com Traumatismo Cranioencefálico;

Unidade de Terapia Intensiva.

Abstract: The objective of this study is to review the literature on the use of IMV in patients with

TBI admitted to an ICU. It is a review of the specialized literature, using scientific articles, through the databases of Scielo and Bireme, from sources Medline and Lilacs; Besides consultations with books and periodicals. The descriptors used were: Mechanical Invasive Ventilation, Cranioencephalic Trauma, Intensive Care Unit. We selected bibliographic review articles and original articles published from 2013 to 2014 that addressed the use of IMV in ICU patients admitted to the ICU. We found 100 articles, but only 16 met all inclusion and exclusion criteria. It was possible to observe that there is a range of studies about IMV in these patients and from them it has been shown that when properly administered, with constant monitoring and great knowledge of the physiotherapist, invasive mechanical ventilation proves to be effective and essential in the previous care and Patients with TBI. Thus, it is perceived how important and challenging is the physiotherapeutic role, fundamental and irreplaceable in the care of these patients and which requires the use and mastery of several techniques and respiratory and motor maneuvers for the reestablishment of this group.

Keywords: Mechanical Ventilation Invasive; Patient with Traumatic Brain Injury; Intensive Care

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Revista UNIABEU, V.11, Número 28, maio-agosto de 2018. 1 INTRODUÇÃO

A ventilação mecânica é classificada em: ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica não invasiva. Nas duas condições, a ventilação artificial é conseguida utilizando-se a pressão positiva nas vias aéreas. As duas formas diferem na forma de liberação da pressão; enquanto na ventilação invasiva usa-se uma prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo orotraqueal ou nasotraqueal (intubação) ou uma cânula de traqueostomia. Na ventilação não invasiva usa-se uma máscara como interface entre o paciente e o ventilador artificial (CARVALHO et al.; MATSUMOTO, 2007).

A Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) trata-se de um método que utiliza a pressão positiva nas vias aéreas, usado em pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. O prolongamento do seu uso pode levar a diversos problemas, como: pneumonias e infecções, aumento do tempo de internação e consequentes problemas da imobilidade, mortalidade, além de maior custo hospitalar (ANDRADE JÚNIOR, 2005; GOLDWASSER, 2007).

O Traumatismo Craniencefálico (TCE) é uma lesão de natureza não degenerativa ou congênita, causada por uma agressão ou iniciada por um processo de aceleração ou desaceleração de alta energia do cérebro dentro do crânio, que gera um dano anatômico ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo (DUTTON; MCCUNN, 2003; RIBAS, 2003). Pode ser provocado por acidentes de trânsito, quedas, agressões, perfuração por arma branca ou de fogo, grandes catástrofes e atividades esportivas e, quando apropriado, deve-se pesquisar drogas e álcool no organismo (PARANHOS; MOURA, 2004; BRAUNWALD et al., 2006).

O rebaixamento do nível de consciência é o principal fator de risco para a broncoaspiração e posterior admissão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que tem como objetivos detectar e tratar as complicações da lesão primária e fornecer uma melhor condição para o retorno da função cerebral (ZINK, 2001). Portanto, pacientes com problemas relacionados ao sistema nervoso central (SNC) muitas vezes necessitam de assistência ventilatória por insuficiência respiratória aguda (IRpA), nem sempre pela condição neurológica em si, como a diminuição do drive respiratório, mas por afecções pulmonares (ANDRÉ; FREITAS, 2002).

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A ventilação mecânica constitui um dispositivo terapêutico imprescindível em pacientes com TCE grave, uma vez que visa a proteção da via aérea, pela intubação endotraqueal, e permite a sedação, inclusive curarização, evitando assim os danos causados pela hipoxemia e hipercapnia (BELDA; AGUILAR; SORO; MARUENDA, 2004).

O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura especializada, sobre a utilização da VMI nos pacientes acometidos por TCE internados em uma UTI. A relevância do estudo pode ser percebida, visto o assunto ser de suma importância para a área em questão, tendo em vista que a maior parte dos pacientes admitidos na UTI serem acometidos por TCE, pois avalia através de outros estudos já realizados sobre a fisioterapia motora e seus benefícios nesses pacientes e também incentiva a realização de vários outros estudos randomizados e controlados na área e tema, torna-se importante para os fisioterapeutas intensivistas, pois os norteia a valorizar e utilizar cada vez mais a fisioterapia motora no dia a dia do seu trabalho com seus pacientes, tornando comum essa prática nas UTI’s.

2 METODOLOGIA 2.1 Tipo de Estudo

O presente estudo trata-se de uma revisão da literatura especializada, utilizando-se artigos científicos, através dos bancos de dados do Scielo e da Bireme, a partir das fontes Medline e Lilacs. Como também, realizando consultas a livros e periódicos presentes na Biblioteca Central das Faculdades Integradas de Patos (FIP). Os descritores utilizados para a busca foram: Ventilação Mecânica Invasiva, Paciente com Traumatismo Cranioencefálico, Unidade de Terapia Intensiva.

2.2 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram selecionados os artigos que atendessem aos seguintes critérios de inclusão: artigos de revisão bibliográfica e artigos originais publicados de a 2014 que abordavam a utilização da VMI em pacientes acometidos por TCE internados na UTI. Excluíram-se os artigos que abordavam a VMI utilizada em pacientes de outras patologias. Foram

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encontrados 100 artigos, dos quais, somente 16 alcançaram todos os critérios de inclusão e exclusão, e, assim, foram incluídos neste estudo.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)

A VMI é um suporte ventilatório realizado através de uma prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo orotraqueal ou nasotraqueal (intubação) ou uma cânula de traqueostomia. Este tipo de assistência ventilatória é considerada uma das principais causas para um paciente adentrar na UTI. Trata-se de um suporte ventilatório que utiliza pressão positiva nas vias aéreas através de um tubo endotraqueal, como já foi dito, usada para o tratamento de insuficiência respiratória aguda (IRpA) ou crônica agudizada, que consegue promover alguns benefícios, como: o repouso da musculatura respiratória, reduzindo assim consequentemente o trabalho respiratório, além de melhorar a oxigenação e ventilação alveolar, mantendo as trocas gasosas, além de permitir a aplicação de técnicas terapêuticas (ANDRADE JÚNIOR, 2005; KNOBEL, et al., 2004).

Os pacientes sob ventilação mecânica detêm uma intensa vigilância por parte da equipe dos profissionais da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por esse método levar a diversas consequências, tanto fisiológicas quanto psicológicas, estima-se que cerca de 41% do tempo total de um paciente em VMI destinam-se ao processo de descontinuidade da mesma, ou seja, o desmame ventilatório (ANDRADE JÚNIOR, 2005; GOLDWASSER, 2007).

Apesar de sua constante utilização, a VMI leva ao surgimento de consequências diversas no sistema respiratório. Devido ao tempo em suporte ventilatório, utilização do oxigênio prolongado e em altas pressões, quanto pela utilização da pressão positiva, as principais complicações são: o barotrauma, biotrauma, volutrauma, lesões de traqueia, diminuição do débito cardíaco, toxicidade do oxigênio, além de possíveis retenções de secreção, o que pode acarretar episódios de hipoxemia, atelectrauma (lesão pulmonar relacionada com a distensão e colapso cíclico de unidades alveolares) e infecções pulmonares como a pneumonia induzida pela VMI (PARATZ, LIPMAN, MCAULIFFE, 2002).

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Revista UNIABEU, V.11, Número 28, maio-agosto de 2018. 3.2 Pacientes com Traumatismo Cranioencefálico

O TCE é considerado como qualquer agressão que gera lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo e, de um modo geral, divide-se segundo sua intensidade, em grave, moderado e leve. É considerado como processo dinâmico, já que as consequências de seu quadro patológico podem persistir e progredir com o passar do tempo (NITRINI; BACHESCHI, 2003; SOUZA, 2003).

As vítimas que sobrevivem ao TCE podem apresentar deficiências e incapacidades que são temporárias ou permanentes, interferindo na capacidade do indivíduo de desempenhar suas funções (SOUSA; REGIS; KOIZUMI, 1999 apud HORA; SOUSA, 2005).

As incapacidades resultantes do TCE podem ser divididas em três categorias físicas, cognitivas e comportamentais/emocionais. As incapacidades físicas são diversificadas, podendo ser visuais, motoras, entre outras; as incapacidades cognitivas, frequentemente, incluem diminuição da memória, dificuldades de aprendizagem, entre outras; e as comportamentais/emocionais são a perda de autoconfiança, comportamento infantil, motivação diminuída, e mais comumente, irritabilidade e agressão (LEATHEM; HEATH; WOOLLEY, 1996 apud HORA; SOUSA, 2005).

Embora no paciente com TCE grave tenha sido dada especial atenção aos valores da pressão intracraniana e os da hemodinâmica sistêmica, atualmente têm sido apontados o consumo cerebral de oxigênio (CCO2) e de glicose, fluxo sanguíneo cerebral (FSC), a

extração cerebral de oxigênio, o acoplamento hemometabólico cerebral e a produção de lactato regional como fatores essenciais na recuperação de um TCE grave (CARVALHO, 2000).

O trauma de crânio provoca muitas vezes distúrbios de ritmo respiratório, podendo causar retenção ou queda exagerada de CO2, e, portanto, alcalose, acidose e/ou hipóxia. É

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necessária a ventilação mecânica no pós-trauma imediato e nos primeiros dias para que se possam regular os gases sanguíneos (CBVM, 2007).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Knabben (2008) realizou um estudo de relato de caso com um paciente, sexo masculino, dezoito anos, internado na UTI geral do Hospital Regional de São José (HRSJ), diagnosticado com TCE, e presença de fratura em livro aberto (sob fixação externa). O paciente foi internado no hospital devido a acidente motociclístico, com Glasgow de 08, apresentando fratura temporal direita, contusão cortical temporal anterior direita, Hemorragia subaracnoídea (HSA), acúmulo hemático entre folhetos da foice cerebral, discreto swelling cerebral bilateralmente a tomografia computadorizada.

O tratamento adotado preconizou fisioterapia respiratória, através de exercícios para a manutenção física e pulmonar. A análise dos resultados obtidos no presente estudo revelou um aumento da expansibilidade da caixa torácica. A ausculta pulmonar mostrava murmúrio vesicular presente diminuído em hemitórax esquerdo com presença de roncos e estertores creptantes. Os resultados indicaram que o tratamento adotado, desde o seu início até o final, teve grandes benefícios para a manutenção respiratória do paciente (KNABBEN, 2008).

Há necessidade de conhecimento da clínica do paciente submetido à ventilação mecânica, para se realizar a opção pela técnica mais adequada a ser empreendida. O tratamento geralmente envolve a utilização de uma combinação de técnicas, que dependerão das restrições clínicas, das necessidades do paciente e da habilidade do fisioterapeuta. O tórax deverá ser auscultado, não apenas para se localizar os segmentos mais comprometidos, mas também para a orientação quanto à efetividade do tratamento imposto (CBVM, 2007).

Os parâmetros do respirador deverão ser verificados e registrados, em formulário próprio, antes da execução das terapias. Deverão ser avaliados e monitorizados os parâmetros referentes à mecânica respiratória e hemogasométricos. Deverão ser checados os comprimentos de todos os tubos e cateteres antes de realizar a mobilização do paciente.

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O circuito do respirador também deverá ser verificado quanto ao acúmulo de água. O ritmo e a frequência cardíaca deverão ser observados, antes do início do tratamento, para distinguir-se arritmias de artefatos (CBVM, 2007).

Dias et al. (2000) dizem que a ventilação mecânica nestes pacientes direciona-se com a manutenção da vida e o não agravamento da lesão cerebral, o “segundo trauma”, que é causado por hipóxia e/ou hipercapnia, ou o “terceiro trauma”, que acontece após a hospitalização, quando, por opções inadequadas de assistência ventilatória, surgem picos de elevação de PIC agravando o edema cerebral. As decisões de assistência ventilatória assumidas desde o momento do atendimento inicial são uma oportunidade única para que se evitem sequelas posteriores. A grande maioria dos traumas de crânio não provoca alterações funcionais pulmonares, mas apenas distúrbios mecânicos e de consciência.

Estes pacientes ficam incapacitados de proteger as vias aéreas, prejudicando assim o reflexo de proteção, o que pode ocasionar uma broncoaspiração do conteúdo orofaríngeo e vômitos, acarretando pneumonias por aspiração, sendo a entubação endotraqueal realizada de imediato. É necessária a ventilação mecânica nos pós-traumas imediatos e nos primeiros dias para que se possam regular os gases sanguíneos (SARMENTO, 2005).

Martins e Guimarães (2010) defendem que é importante o conhecimento por parte do fisioterapeuta acerca do equipamento de monitorização e que se sintam confortáveis em realizar ajustes necessários para monitorização da PIC, proporcionando segurança para as possíveis intervenções fisioterapêuticas. É importante se atentar também ao posicionamento do leito, pois a cabeceira deste deve estar posicionada a 30º e a cabeça retificada, esta posição também influencia no controle da PIC.

O II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica norteia que se devem evitar modos de ventilação que possam produzir elevação de pressão de vias aéreas, senão houver medida direta da PIC. O posicionamento no leito é um fator importante no controle da PIC (DIAS et al., 2000).

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De acordo com Martins e Guimarães, se a manobra de hiperventilação for utilizada imediatamente antes da aspiração endotraqueal, ela pode neutralizar o aumento da PIC, tornando-se eficaz.

Para garantir o controle da PIC, a utilização da hiperventilação pode ser uma estratégia, sendo obtido pelo aumento de frequência respiratória, do volume corrente e a redução do espaço morto. Devido às alterações nos níveis de consciência ou da sedação, a monitorização do mesmo deve ser realizada diariamente, através de exames de imagem, gasometria e o uso de capnógrafo constante. Mas devem-se evitar as modalidades ventilatórias que não garantam o VC (volume corrente), como a PCV (ventilação controlada a pressão) nos pacientes com TCE, devido à hipoventilação gerar o aumento da PCO2 ocorrendo à vasodilatação encefálica. Por isso, o mesmo defende que

modalidades controladas a volume sejam utilizadas, pois garantem uma vasoconstrição encefálica reduzindo a Pressão Intracraniana (PIC) e mantêm os níveis de PO2 ao redor

de 90 mmHg e a PCO2 entre 28 e 32 mmHg (PRESTO, 2007).

Na prática clínica, cerca de 91,4% dos profissionais utilizam a PCV para ventilar os pacientes com TCE, com o objetivo de proteger as vias aéreas e monitorizar as pressões, e afirmaram seguir protocolo, apesar de não haver protocolo nas unidades que participaram da pesquisa. Portanto, na clínica diária a escolha do modo ventilatório irá depender do quadro clínico do paciente (MARTINS; GUIMARÃES, 2010).

Sarmento (2005) diz que o suporte ventilatório tem como objetivo assegurar à ventilação pulmonar e adequar a ventilação alveolar ante as necessidades do paciente, em especial no TCE, promovendo a hiperventilação para reduzir a PIC na fase aguda e menciona que, além disso, deve manter valores aceitáveis de oxigenação arterial para assegurar adequada oferta de oxigênio aos tecidos, associada aos fatores como o conteúdo arteriais de oxigênio (hemoglobina) e o débito cardíaco; prevenir ou tratar atelectasia, otimizar a área de superfície de trocas gasosas e reduzir trabalho respiratório.

Presto (2005) complementa que o papel da ventilação mecânica é essencial para o controle dos pacientes com TCE, a fim de regular as pressões parciais de O2 e CO2, que

são decisivas para o funcionamento do SNC. Deve-se lembrar de que, nesses casos, a ventilação mecânica independe da função respiratória do paciente, e está diretamente

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relacionada ao controle dos níveis de PO2 e PCO2 sanguíneos. O controle da PIC é

fundamental nestes pacientes, para que se evitem quadros de hemorragia encefálica e, consequentemente, a morte.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo objetivou avaliar utilização da VMI em pacientes acometidos por TCE internados em uma UTI, através de uma revisão de artigos. Após a revisão, observou-se que há uma gama de estudos sobre a VMI nesses pacientes, e, a partir deles, mostrou-se que quando administrada corretamente, com monitorização constante e grande conhecimento do fisioterapeuta sobre a anatomia, fisiologia e fisiopatologia do TCE, a ventilação mecânica invasiva se mostra eficaz e essencial nos cuidados prévios e advindo dos pacientes vítimas de TCE. Percebe-se, ainda, quão importante e desafiador é o papel fisioterapêutico, fundamental e insubstituível nos cuidados destes pacientes e que requer a utilização e domínio de várias técnicas e manobras respiratórias e motoras para o restabelecimento deste grupo.

É de fundamental importância uma avaliação eficaz e detalhada para que exista um bom desenvolvimento da conduta fisioterapêutica, principalmente se iniciada já no período de atendimento pré-hospitalar, pois nos cuidados primários o objetivo é manter os valores adequados entre as pressões que interferem de forma direta o SNC, sendo este o mais afetado em traumatismos cranianos. Um dos principais objetivos da ventilação imediata no paciente com traumatismo craniano encefálico é obter o controle da hipóxia, diminuindo a possibilidade de sequelas.

Foi observado, ainda, na presente pesquisa, que a fisioterapia nas UTIs ganha a cada dia seu espaço e reconhecimento, por se mostrar eficaz e efetiva na melhora desses pacientes, principalmente no controle dos parâmetros e modalidades da VMI, que garantem a estabilização e manutenção do tecido neurológico como um todo. Com isso demonstra-se a todos os profissionais que atuam no setor intensivo que a VMI é de extrema importância nessas unidades, para que, assim, a melhora do quadro e possível retorno destes pacientes ao convívio social sejam obtidos de forma breve e sem grandes sequelas.

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Deve sempre existir uma preocupação quanto ao estímulo de novas pesquisas, randomizadas, controladas e amplas, sobre o tema em questão, colaborando para que a cada dia mais seja comprovada a importância e eficácia da VMI nos pacientes com TCE na UTI, assim como o trabalho do fisioterapeuta nesse contexto.

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