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Fidelidade Partidária e a Constituição Federal de 1988

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FIDELIDADE PARTIDÁRIA

E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

DE 1988*

MARINA SANTANA DE LACERDA** FRANCIELY SILVA DE MORAIS***

O

objeto de estudo deste trabalho é a Fidelidade Partidária como um instituto es-sencial na Constituição Federal de 1988 dentro do Direito Eleitoral. O tema a ser abordado neste artigo pretende analisar a importância e a necessidade da Fi-delidade Partidária no âmbito da Carta Magna de 1988, destacando o que esta disposto no

Resumo: o presente estudo pretende examinar a importância do instituto da fidelidade

partidária dentro da Constituição Federal de 1988, assunto este de interesse social já que a sociedade brasileira e regida pelo sistema democrático, no qual o poder encontra com maior centralização nas mãos dos cidadãos, onde os mesmos, através do poder do voto elegem seus representantes políticos, será analisando a relevância do partido político na sociedade brasileira abrangido com uma maior transparência o principio da fideli-dade partidária e a necessifideli-dade de que o debate da valorização da democracia prevaleça. Como foco de análise, este artigo optou pelo estudo do inicio das Constituições Federais, ate a atual, para interpretar melhor desenvolvimento da política no Brasil. Dentro dessa perspectiva de análise, este estudo procurou obter dados sobre a fundação da política ate a estruturação do principio da fidelidade partidária, levantando elementos crucias para a construção do regime democrático de direito, além de obter dados e informações sobre as mudanças históricas ocorridas durante a elaboração da Carta Magna, até a concretização da perda do mandado eletivo, através do principio da fidelidade partidária.Através dos estudo elaborado, observou-se um grande avanço na legislação eleitoral. Em síntese, o processo eleitoral com do passar dos anos tornou-se mais claro e rígido, com o intuito de tornar o Brasil um país democrático de direito.

Palavras-chave: Fidelidade partidária. Partido político. Constituição Federal.

* Recebido em: 03.08.2014. Aprovado em: 25.08.2014.

** Especialista em Direito Processual pela Universidade de Rio Verde-FESURV. Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Professora na PUC Goiás e na Faculdade Cambury.

E-mail: lacerda.marina@yahoo.com.br.

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Capitulo V, Art. 17, da referida Constituição Federal 1988, tema esse com bastante relevância para a sociedade brasileira. O objetivo deste artigo é analisar as questões legislativas, praticas e jurídicas, seus pressupostos históricos na sociedade brasileira, bem como as implicações de sua prática, no atual cenário político brasileiro.

Este artigo e divido em quadro seções, iniciando historicamente com os partidos po-líticos; partidos políticos e sua constitucionalidade; poderes que emanam do povo; e finalizando com o foco principal do artigo, a fidelidade partidária. O principio analisado neste artigo, a Fidelidade Partidária está associado com o regime democrático, e para iniciar a abordagem deste tema, se faz necessário levar em consideração as características dos partidos políticos, e a inserção destes no contexto político de uma determinada sociedade. Os partidos são elementos de vital importância em um regime democrático, tanto para sua consolidação como para sua extensão, sendo assim, o tema da Fidelidade Partidária assume importância relevante.

Com base na descrição do tema, historicamente e tendo em vista a legislação Eleito-ral vigente, pretende-se realizar uma abordagem legal e doutrinária com foca na problemática que envolve os reflexos da legalização ou descriminalização desta conduta, a perda do man-dato eletivo devido a displicência sobre a fidelidade partidária, tendo como base analisar as causas e as eventuais consequências ocorridas devido a troca de partidos considerando a perda do mandado eletivo.

PARTIDOS POLITICOS Origens da Política

A Política surgiu na Grécia, derivando do adjetivo grego Pólis (politikós), tendo como significado tudo o que se refere à cidade podendo tanto ser Cidade-Estado quanto so-ciedade, coletividade, tudo aquilo que está ligado à vida em sociedade. O termo Política tam-bém pode ser utilizado para designar obras que estudam atividade humana através da admi-nistração do Estado, que desta modo viabiliza o progresso econômico e social da comunidade, sendo o real conjunto de meios que permite aos homens alcançarem os objetivos desejados.

Segundo Gomes (2009, p. 2):

A política relaciona-se a tudo que diz respeito à vida coletiva. Trata-se de esfera constituída socialmente, na qual se agregam múltiplos e, por vezes, contraditórios interesses. Modernamente, consolidou-se a ligação de ‘política’ com ’governo’. Assim, o termo é associado ao que concerne polis, ao Estado, ao governo, à arte ou ciência de governar, de administrar a res pública, de influenciar o governo ou o processo de to-mada de decisões. Nesse sentido, o sociólogo inglês Giddens (2005:342,573) assevera que política é o meio pela qual o poder é utilizado e contestado para influenciar a na-tureza e o conteúdo das atividade governamentais. Assinala que a ‘’ esfera ‘política’ inclui as atividade daqueles que estão no governo, mas também as ações e interesses de muitos outros grupos e indivíduos.

O termo política pode denominado como ciência ou até mesmo como arte de or-ganizar e administrar as Polis da Grécia sendo elas, Esparta, que em sua administração visava o desenvolvimento por meio da força física, através das guerras, já em Atenas tinha como

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objetivo o bem estar da sociedade analisando os interesses dos homens, através disso iniciou a democracia, nestas sociedades administradas pelos gregos para exerceram a política era neces-sário que estes homens fossem nascidos no solo da Cidade, livres e iguais.

De acordo com Gomes (2009, p.1):

No mundo grego, a política era compreendida como a vida pública dos cidadãos, em oposição à vida privada. Era o espaço em que se estabelecia o debate público pela palavra. Compreendia-se a política como a arte de definir ações na sociedade. Com inicio do surgimento da política, iniciaram também reuniões de conselhos de anciãos que buscavam solucionar e debater os problemas da sociedade grega, surgindo assim instituições partidárias com visões tanto liberal quanto conservadora, com a utilidade de pro-curar medidas que assegurassem a ordem, a coesão e a paz social.

Os filósofos Gregos tiveram uma grande contribuição para a concretização da Polí-tica, principalmente o famoso Aristóteles, que em sua obra abordava temas polêmicos para a época, como funções e divisão do Estado.

Segundo Gomes (apud ARISTÓTELES, 2009, p. 1):

Em sua Ética a Nicômacos, Aristóteles (1992: 1094a e 1094b) afirma que a ciência política estabelece o que devemos fazer e aquilo de que devemos abster-nos. Sua finalidade é o bem do homem, ou seja, a felicidade. Deve descrever o modo como o homem alcança a felicidade. Esta depende de se seguir certa maneira de viver. Nesse sentido, o termo político significa o mesmo que ética e moral, conduzindo ao estudo individual da ação e do caráter.

Para a população alcançar seus objetivos políticos e necessário a introdução do po-der, sendo este uma atividade entre pessoas que impõe seus ideais através de forças parlamen-tares para regulamentar a população.

Para Bobbio (1992, p. 956) o poder político é:

[...] o que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos que atuam num determinado contexto social. Exclusivi-dade esta que é o resultado de um processo de monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física. Este processo de monopolização acompanha o processo de incriminação e punição de todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas pelos detentores e beneficiários de tal monopólio.

SURGIMENTO DO PARTIDO POLITICO

Devido toda a evolução da sociedade foi necessário que a população cria se um meio de se organizar, para colocar seus direitos políticos em prática através da eleição que se relaciona política, partidos políticos e com a comunidade.

Os Partidos Políticos nada mais e que pessoa jurídica com direito privado com o objetivo principal de concretizar a democracia.

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De acordo com Lula (2010, p. 214):

Cidadão seria, então, o individuo titular dos direitos políticos de votar e ser votado, adquirindo-se tal atributo com a mera obtenção da qualidade de eleitor, que se ma-nifestaria na posse de um documento, qual seja, o titulo de eleitor. A esse conjunto de direitos políticos que permitiria ao individuo votar e ser votado e o que se da o nome de cidadania.

E indispensável que ocorra a união das pessoas que se dedicam para a carreira políti-ca, com o poder, pois através destes e que são criados decisões para regulamentar a sociedade.

Já na visão de Burdeal (1990, p. 58):

Os partidos políticos tratam de organizações de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político, com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo, in-fluenciando a gestão da coisa pública através de críticas e oposições. Portanto, essa definição reforça a prevalecer que há um tempo os políticos reunidos com o maior número possível de cidadãos, na busca de conquistas para o poder, na influencia de suas decisões.

Os Partidos Políticos teve origem no ocidente com o objetivo de formar uma opi-nião publica para encontrar melhores maneiras de como a sociedade quer ser governada, tendo como principal ferramenta a união da população para uma nação democrática, onde na maioria das vezes se buscava a igualdade entre os povos.

Segundo os ensinamentos de Gomes (2009, p.1):

A palavra político apresenta variegados significados na cultura ocidental. No dia-a-dia, é associada a cerimônia, cortesia ou urbanidade no trato interpessoal; identifica-se com a habilidade no relacionar-se com o outro. Possui igualmente sentido pejorativo, consistente no emprego de astúcia ou maquiavelismo nas ações desenvolvidas, sobretudo, para obtenção de resultados sem a necessária ponderação dos meios empregados.

Com a criação dos partidos políticos, foi necessário a invenção de siglas políticas, as quais possui ideais e vontades diferentes, no inicio a Ciência Política possuía somente dois tipos de partidos, o da esquerda que tem uma visão mais igualitária, humanista sempre com o horizonte para a mudança e progresso, já a outra nomenclatura, e o partido de direita tendo uma visão na sua totalidade conservadora nas questões do modo de viver, dos costumes da época, porém, no sistema econômico possui uma visão ampla.

Para Silvia (2005, p. 395), a origem dos partidos políticos foi:

Em primeiro lugar, da criação de grupos parlamentares; depois, da aparição dos co-mitês eleitorais; finalmente, do estabelecimento da ligação permanente entre esses dois elementos; a partir da universalização do sufrágio, quer requer entidade per-manente que organize e coordene a vontade popular, os partidos foram-se firmando como instituições políticas indispensáveis na estrutura do Estado contemporâneo.

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CONCEITOS DE PARTIDOS POLÍTICOS

Sabe-se que qualquer instituto do ramo jurídico possui um imenso emaranhado de conceitos e visões distintas.

Para Cândido (2006, p. 27):

Embora não seja fácil conceituar qualquer disciplina jurídica, pode dizer que o Di-reito Eleitoral é o ramo do DiDi-reito Púbico que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado.

Os partidos políticos são partes jurídicas que tem como objetivo dominar a socie-dade através do poder.

Gomes (2009, p. 1) conceitua que:

Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pes-soas, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime democrático, a autentici-dade do sistema representativo, e defender os direitos humanos fundamentais. O mundo da política esta diretamente ligado aos Estados, a tudo que regi a comu-nidade, sem a política e sem os políticos a sociedade não saia do lugar, visto que somente eles criam leis, projetos voltando tanto para o social quanto para a economia e a melhoria do pais.

Leitão (1980, p. 67) conceitua:

Os partidos políticos é conceituado como partes que pretendem dominar o todo, querendo tomar o poder, assim sendo a origem da palavra “partido” é constituído a partir de um grupo de indivíduos, representantes de uma comunidade, de posse de seus direitos políticos, organizam-se de forma a repercutirem um programa político.

Os partidos políticos possui personalidades Jurídicas de acordo com a nossa Carta Magna do Brasil de 1988 estabelece qualquer duvida a respeito da natureza jurídica, decla-rando que eles são personalíssimo juridicamente, possui uma única exigência, que todos os partidos sejam registrados corretamente no Tribunal especifico TSE.

Para Bonavides (2005, p. 376):

Não importa os meios que empreguem para afiliação de sua clientela, são na essên-cia mais íntima, organizações criadas de maneira voluntária, que partem de uma propaganda livre e que necessariamente se renova, em contraste com todas as enti-dades firmemente delimitadas por lei ou contrato.

E de extrema importância que a população escolha o que melhor lhe convêm, que se identifique e confie, pois são esses políticos eleitos através do poder de voto do povo que ira representar e apresentar projetos para a melhoria do país.

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os partidos políticos podem converter as necessidades de expressão e dos desejos mais difusos da população em pretensões precisas e concretas, sendo imprescin-díveis apresentar como organizações sólidas e programadas. Portanto, eles têm a função de canalizar.

Partidos políticos são a união de varias pessoas com o mesmo pensamento e ideolo-gia dentro programa partidário, que se unem para criarem suas ideias e propostas partidárias.

Destaca Ramayana (2010, p. 129) que os partidos políticos devem:

Os Partidos Políticos devem ter uma unidade de ideologia estatutária e uma ana-tomia identificável ao eleitor, com propostas objetivas, e serem coesos na disputa da “maquina partidária”, evitando distorções entre os órgãos nacionais, regionais e municipais.

Após o desenvolvimento e aprimoramento das agremiações partidárias foi preciso unir a democracia com os direitos públicos incluindo o sufrágio, sendo este o direito de voto, de votar e ser votado

O ponto de vista de Ramayana (2010, p. 49) o sufrágio e a cidadania andam lado a lado:

O sufrágio é um direito abstratamente assegurado. O voto é o instrumento, a ferra-menta deste direito [...] O sufrágio e um direito iam formando um partido político com intuito de disputar uma eleição, com base no publico subjetivo.

Assim sendo, e fundamental o poder do sufrágio popular, pois somente através dele, busca-se uma melhor organização do corpo social para assegurar a vontade popular e o exercício governamental.

PARTIDOS POLITICOS E SUA CONSTITUCIONALIDADE Introduções dos Partidos Políticos na Constituição

Eleitoral é de domínio do Direito, que tem como objetivo aprofundar os estudos dos sistemas eleitorais e suas leis, que visa o instituto da regulamentação dos direitos políticos da população como um todo.

De acordo com Ribeiro (1996, p. 4):

O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental.

O Direito Eleitoral e elencado no Direito Público, para regular um conjunto de normas para uma melhor organização da sociedade através do poder do sufrágio.

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Segundo Cândido (2006, p. 25):

O Direito Eleitoral, menos por descender do Direito Constitucional, e mais por características que lhe são peculiares, pertence ao ramo do Direito Publico. Não obstante possuir regramento próprio vincula-se, ou se relaciona, em diversas pas-sagens, com outras disciplinas, como o Direito Penal, o Direito Administrativo, o próprio Direito Constitucional, o Processo Penal, o Direito Civil E O Processo Civil, entre outros.

Devido a criação do Direito Eleitoral no Brasil, iniciou juntamente um movimento que buscava melhores condições de vida, de relacionamento social ,que todos buscavam um ideal, e através dessa procura de igualdade originou-se a democracia brasileira, onde a socie-dade exercia seu direito de cidadania de forma responsável optando para um político para expressar a vontade popular, a soberania popular.

Compreende Lula (2010, p. 33):

Para ordenar o processo eleitoral, em que os representantes são escolhidos e garan-tir a democracia, surge o direito eleitoral, que e garantido, ao mesmo tempo, pela própria democracia. Onde não houver democracia, portanto, não haverá direito eleitoral, senão mero simulacro; onde não houver direito eleitoral, a democracia não passa de falácia e hipocrisia.

A principal e primeira fonte que amparou o Direito Eleitoral foi a Constituição da Republica Federativa do Brasil e logo após com um aprimoramento e uma busca por uma fonte especifica criaram leis complementares e ate mesmo o Código Eleitoral.

Para Queiroz (2008, p. 33):

Vontade soberana do povo, a Constituição Federal é a lei fundamental e nela são traçadas as principais normais gerais que interessam ao direito eleitoral, especial-mente quanto aos direitos políticos e organização da justiça eleitoral. Também é a constituição que dispõe sobre as regras gerais e básicas dos partidos políticos. Não e próprio de constituição esgotar os temas abordados, mas apenas seus aspectos fundamentais e deixar o detalhamento para ser disciplinado por leis, especialmente complementares, com o art.14,§ 9°, que se refere á lei de inelegibilidades, e o art. 121, que também remete para o campo da lei complementar a definição da compe-tência e organização da justiça eleitoral.

Para que haja um melhor entendimento da relação do Direito Eleitoral com a Constituição Federal ate o reconhecimento dos partidos, e de extrema importância frisar historicamente algumas Constituições Federais Brasileiras que foram essencial para originar a democracia. O ponto de partida constitucional do Brasil não ajudou muito, a formar uma sociedade democrática de direito pois o nosso pais recebeu reflexos do Brasil Colônia, con-siderado que foi um pais que recebia influencias europeias, as quais eram elitista, que eram totalmente contra um Estado de democracia.

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De acordo com Lula (2010; p.35):

Assim chegamos a 1824. Nossa Carta Imperial. Proclamada a Independência, urge resolver o problema da unidade nacional. A solução adotada buscava frear os pode-res locais e seguir os postulados da teoria política que vigorava na Europa.

Nas primeiras constituições não havia menção a nenhum partido político, porém, logo que se início o surgimento do Estado Social, originou se também a evolução dos partidos políticos.

Segundo Cândido (2006, p. 27):

Pela natureza da matéria objeto de seu conteúdo, o Direito Eleitoral sempre terá na Constituição Federal disposições fundamentais indicando o norte de sua trajetória, quer de ordem material e, até mesmo, de ordem processual. Em-bora refletindo as peculiaridades e circunstâncias ditadas pelos respectivos mo-mentos históricos, as Constituições brasileiras, até aqui, sempre dispuseram so-bre matéria eleitoral fixando-se como fonte mais fértil dos preceitos que regem essa disciplina.

Por volta da década de trinta à população começou a atentar para a responsabi-lidade de como a sociedade ia ser governado, ser politizada, em 1932 foi concretizada esta preocupação, através da edificação da Justiça Eleitoral e também a implantação do Código Eleitoral, que trouxe inovações para a sociedade brasileira na época.

Conforme Lula (2010, p.40):

O Código Eleitoral de 1932 havia introduzido uma serie de modificações na vida política brasileira. A mais importante foi a extensão do direito de vota ás mulhe-res. Mas houve simultaneamente outras mudanças “saneadoras”: o sigilo do voto foi aperfeiçoado, o alistamento passou a ser obrigatório, assim com o registro prévio das candidaturas, e a recém-criada Justiça Eleitoral teve a responsabilidade de organizar o alistamento, as eleições e a proclamação dos eleitos. O processo tornou-se mais limpo. Já para Pimenta (2008, p. 30):

Após a Revolução de 1930, a chamada “Revolução de 30”, que adotou como lema as palavras “Representação e Justiça”, numa clara condenação as fraudes eleitorais da Primeira República, surgiu o primeiro Código Eleitoral Brasileiro, trazido pelo Decreto n 21.076, de 24 de fevereiro de 1932. Esse Código, pela primeira vez no Brasil, mencionou os partidos políticos, as “alianças de partidos”, como eram refe-ridas no artigos 58, 1°, 99.

Após a criação da Constituição de 1934, houve uma edição em uma Lei Comple-mentar, com o objetivo de alterar o ultimo Código Eleitoral para que apolítica

fosse mais democrática consequentemente mais partidária autorizando o registro dos partidos nos tribunais competentes.

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Neste sentido destaca Pimenta (2008, p. 31):

O passo seguinte foi a edição da lei n°48, de 4 de maio de 1935,alterando o Código Eleitoral e possibilitando aos Partidos o registro no Tribunal Regional Eleitoral, se seu âmbito de ação política se limitasse “a região respectiva” ou registro no Tribunal Su-perior Eleitoral, se exercesse” ação política por mais de uma região” artigo(1967,§ 2°). Em 1937 foi elaborada uma Constituição á qual desconhecia a Justiça Eleitoral e todo o seu teor, que havia sido originada na Constituição anterior. Esta Constituição teve como objetivo fortalecer do regime federativo e também do Poder Executivo.

Para Lula (2010, p. 41):

A Justiça Eleitoral desapareceu do texto constitucional e estava vedado ao Poder Judiciário conhecer de questões “exclusivamente políticas”. Entre 1937 e 1945 o Brasil desconheceu eleições. Ainda assim, a Carta dispunha sobre direitos políticos e inelegibilidades. Desnecessário dizer ser de total inutilidade qualquer doutrina sobre o direito eleitoral.

Já para Cândido (2006, p. 28):

Esta Constituição do Estado Novo extinguiu a Justiça Eleitoral, dispondo, todavia, sobre eleitores, direitos políticos e inelegibilidades (art. 117 a 121). Alei Constitu-cional n° 9, de 28.2.1945, já no frontispício dos “novos tempos” que se desencade-ariam com o termino da 2° Guerra Mundial e que trdesencade-ariam a Assembleia Nacional. Após a Constituição de 1937, foi a vez da Constituição de 1946 sendo considera-da a mais liberal, que manteve a Justiça Eleitoral, porém, criou mais um novo Código Eleitoral a ser seguido. Apos um ano de sua vigência foi necessário a criação de um novo Decreto-Lei n° 9.258,considerando o que era Partidos Políticos, sendo de extrema importância pois estava próxi-mo de um processo eleitoral para escolher um novo Presidente.

Em conformidade Mezzaroba ressalta (2003, p. 208):

[...] as agremiações que possuíssem no mínimo cinquenta mil eleitores, distribuídos em cinco ou mais Estados da Federação devendo somar pelo menos mil eleitores em cada um dos Estados da Federação devendo somar pelo menos mil eleitores em cada um dos Estados. Diante dessa nova exigência, todas as organizações políticas que não atingiram os novos requisitos legais e que não possuíssem representação na Assem-bleia Constituinte tiveram os seus registros na Justiça Eleitoral cancelados.

Em seguida da Carta de 1946 teve a de 1967 que tinha como enfoque a segurança nacional e reforçava o Poder do Presidente para governar, posteriormente foi a de 1969 que seguiu o período da Ditadura no Brasil, o famoso Golpe Militar.

Nesse sentido Lula evidencia (2010, p. 43):

Assim, o Documento de 1967 é a Constituição que mais jovem falece, sendo o presidente temporariamente impedido de exercer o poder pelo AI n.°12, de agosto

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de 1969,que atribuiu aos Ministros da Marinha de Guerra, do Exercito e da Aero-náutica Militar os poderes do Executivo.

Com o fim do poder ditatorial o qual os Militares haviam assumido o poder, resta-ram inúmeros problemas a serem sanados. A sociedade passa por uma fase difícil e urgia por liberdade e democracia.

PRESENÇA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Com o fim do Poder Militar durante vinte e cinco anos governando o Brasil, foi necessário a intervenção do corpo social para que estabelecesse uma nova Carta Constituinte, isso ocorreu através de uma Assembléia Nacional em 1985.

Destaca Cândido (2006, p. 45):

Na Constituição Federal de 1988, o plebiscito (assim como o referendo e a iniciati-va popular) é uma forma de se exercer a soberania popular, assuntos constantes do capitulo dos Direitos Políticos (CF, art. 14, I A III).

Após o plebiscito e a concretização da tão esperada Constituição de 1988, que em seu teor traduzia todos os anseios da população, tendo em vista que era totalmente democrá-tica e revolucionaria para aquele momento histórico do Brasil.

Para Cândido (2006, p. 46):

Podemos dizer que a Constituição Federal de 1988 foi o Magno Documento Polí-tico dotado de maior legitimidade social. Ou seja, o que se quer aqui ressaltar é que a Constituição de 1988 foi dotado de maior reflexo na população como um todo, que realmente nela confiava, como se seu texto pudesse transformar a realidade nacional. Indubitavelmente, de todas as Constituições brasileiras, a atual foi, sem duvida, a que trouxe mais avanços, indubitavelmente, de todas as Constituições Brasileiras, a atual foi sem duvida, a que trouxe mais avanços, inclusive no campo do direito eleitoral. A possibilidade de o analfabeto ter capacidade eleitoral ativa e o voto direto, secreto, universal e periódico transformando em clausula pétrea são apenas alguns exemplos. Sua acentuada concepção dirigente aliada a uma tentativa de garantia dos direitos fundamentais e a primeira aqui nestas terras.

O texto atual da Constituição Federal prioriza o Estado Democrático de Direito, onde se faz valer o direito de sufrágio. O Direito Eleitoral evoluiu bastante, no qual os partidos políti-cos adquiriu uma grande autonomia para fundações de novos partidos, que estão disponíveis na Constituição através do Titulo II Capítulos IV destinados a área Eleitoral e aos Direitos Políticos, dispondo sobre alistamento, voto e representação, evidenciado nos artigos 14 a 17 que expõe:

É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados (protegendo) a soberania nacional, o regime democrático, o pluralismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS QUE ORIENTAM DOS PARTIDOS POLÍTICOS Os partidos Políticos requer alguns princípios para que sejam regulamentados. Es-tes princípios estão explicito na Carta Constituinte, tendo como objetivo a declarar a prote-ção dos interesses básicos do homem.

Destarte Lula (2010, p. 53):

Os princípios, na verdade, embasam as decisões políticas fundamentais tomadas pelo constituinte originário e expressam os valores consagrados pelo Estado no tex-to constitucional. De sua analise, ficam alicerçadas as linhas mestras das instituições democráticas, de sorte que, desrespeitado o principio, destruído esta todo o aparato normativo que da guarida.

Estes princípios têm como função complementar os lapsos do direito, possibilitan-do a interpretação para uma melhor harmonia possibilitan-do legislapossibilitan-dor para melhor auxiliar a população, o principio da efetividade, o qual verifica se a norma esta produzindo efeitos também de suma importância e o principio da Segurança Jurídica que fortalece o direito já adquirido.

Os princípios exclusivos e essências para os partidos políticos são: princípio da liberdade partidária está previsto no artigo 17 da CRFB/88, o principio da autonomia dos partidos o qual defini a sua estrutura interna, organização e funcionamento das agremiações. PODERES QUE EMANAM DO POVO

Soberania Popular

A soberania é historicamente muito antiga, pelo que se consta se iniciou através de pensamentos filosóficos voltados para a política, visando o liberalismo da sociedade na época.

Segundo Mezzaroba (2004, p. 87-8):

Entre os séculos XIII e XIX, do final do período medieval até a formação dos Esta-dos constitucionais da Europa, as questões políticas acerca de certos temas polêmi-cos, como Soberania, legitimidade, legalidade e sucessão no trono, foram paulati-namente conquistando espaço nos salões e nas cortes, determinando novas formas de embate político, até chegar a um “acordo acerca de determinadas regras de en-frentamento, já que na maioria dos casos os agrupamentos adversários só tinham os seus interesses” reconhecidos a partir de meras concessões do soberano. A ideia que se tinha era de que tudo o que o soberano fazia em favor dos súditos não seria obrigação, mas simples decorrência de sua magnitude e generosidade. Nesse quadro começa a nascer nova mentalidade que busca elevar os súditos à condição de cidadãos, convertendo-os em detentores de direitos inalienáveis frente ao so-berano. A vontade do governante passaria, então, a ser determinada pelo conteúdo da lei, não mais pelo seu livre-arbítrio.

Para que um Estado se concretize de fato e extremamente relevante e necessário a presença da Soberania Popular, sendo ela um poder que emana da vontade do povo tornando

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ela uma autonomia ilimitada, una e universal. A Constituição Federal em seu artigo 1º dispõe sobre esse poder que emana do povo.

Reale (2003, p. 74) conceitua:

A soberania é uma espécie de fenômeno genérico do poder. Uma forma histórica do poder que apresenta configurações especialíssimas que se não encontram senão em esboços nos corpos políticos antigos e medievos.

A Soberania popular tem como objetivo conferir e delimitar a legitimidade do po-der Estatal, para que este aceite e acate as decisões da população. Assim sendo traduzindo os desejos e vontades do povo, a liberdade para a organização da sociedade como um todo, fundamental nas questões partidárias disciplinado na nossa Carta Magna.

Para Bispo (1996, p. 21):

É um poder político supremo e independente, entendendo-se por poder supremo aque-le que não é limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente, aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam volunta-riamente aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos dos outros povos. REGIME DEMOCRATICO

O nosso país não e somente um Estado de Direitos, mais sim um Estado Demo-crático Direito. Estabelecido pela nossa Lei Maior regime político adotado no Brasil e a Democracia.

Leciona Lula (2010, p. 67):

A Constituição Republicana de 1988, com nenhum dos textos constitucionais an-teriores, firmou compromisso não apenas de ordem formal com a democracia. A so-berania popular é exercida tanto pelo sufrágio universal e pelo voto direito e secreto, com valor igual para todos (instrumentos de democracia direta), que se fundam e forma a democracia dita semidireta, nosso atual regime de governo.

A nação urgia por liberdade e democracia, devido a isto se desenvolve o regime democrático, o qual a população através do seu voto expressa sua vontade, dessa forma foi ne-cessário a criação e o desenvolvimento dos partidos políticos, os quais tiveram como principal suporte os partidos políticos.

Desta forma, Gomes (2008, p.77):

Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo, e defender os direitos humanos funda-mentais.

Portanto é primordial a manutenção do Estado para que o regime democrático compra sua função.

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PLURIPARTIDARISMO

Há registro da existência dos sistemas pluripartidários, na Alemanha, na Itália, na Holanda, em Portugal, na Espanha, e no Brasil e em outros países. O pluripartidarismo esta regulamento em nosso país, no artigo 1º da Carta Magna, e como ingrediente essencial para a formação de um regime democrático de direito, que todo poder emana do povo, que através das eleições escolhe seus representantes com objetivo de concorrer a um cargo elitista. Sistema este que possibilita a existência de mais de um partido político

De acordo com Hamati (1994, p. 25):

Há de se notar a existência de pluripartidarismo no Brasil, decorrente de um número imenso de legendas com deturpação dos respectivos programas, ou ain-da, com plataformas iguais ou pelo menos bem parecidas entre vários partidos oposicionistas.

Nos sistemas onde há o pluripartidários, e necessário anunciar abertamente as suas raízes e suas diretrizes políticas, maneira essa que fragiliza o princípio da fidelidade partidária, que diretrizes que eclodiu com o propósito de penalizar os filiados, que agir em discordância com as regras e ideologias políticas do partido em que e filiado.

Sistemas pluripartidários geram uma instabilidade política. As alianças políticas são firmadas através de interesses, esses que variam de maneira exorbitante, caucionando varias imperfeições no sistema democrático, a maior delas e a multiplicação dos partidos políticos, que ocasiona a formação de instabilidade governamental, sendo esse outro problema políticos do Brasil, que na anciã de conseguir o poder ultrapassa a ideologia partidária Para Rabello Filho destaca (2001, p. 76):

A fórmula da democracia pelos partidos não se compatibiliza com o funciona-mento de um número grande de partidos – o multipartidarismo ‘excessivo’. É isto experiência mundial. Na verdade, idealmente esse modelo reclama o bipartida-rismo. Realmente neste caso, o povo, ao votar escolhe quem vai governar e qual a orientação do governo – presumidamente o programa do partido majoritário. Sendo muitos os partidos, a linha governamental será em regra geral fruto do acordo de partidos que se compõem para constituir a coalização majoritária – a ‘maioria’ –, o que significa que o programa de governo será fixado entre eles, à margem da vontade popular.

FIDELIDADE PARTIDÁRIA

Resgate Histórico da Fidelidade Partidária

Em um contexto histórico a fidelidade partidária iniciou-se no ordenamento jurídi-co durante o Regime militar, através de uma emenda jurídi-constitucional numero 1 de 1969,pre-nunciando a perda do mandato eletivo daquele que deixasse a legenda partidária pela qual foi eleito, porem na época seria uma forma de punir quem iria contra a ditadura.

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Bem verdade que, quando a Junta Militar governou o pais editou a Emenda Cons-titucional nº 1,de 1969, impôs regras de fidelidade partidária, mas o objeto era tão-somente manter, no Congresso Nacional, a unidade da bancada da ARENA, partido que apoiava os militares.

A redemocratização no Brasil, a norma da fidelidade partidária foi afastada do or-denamento jurídico previsto em lei, visto que a Emenda Constitucional nº 25/85 revogou a perda do mandato eletivo por infidelidade partidária. Em nossa Carta Magna o instituto da fidelidade partidária é determinado por lei, em seu artigo 17, parágrafo 1º, assegurando que o estatuto do partidário, deve estabelecer regras para disciplinar sanção para aqueles que atuarem em desacordo com os ideais determinados pelos partidos.

Conforme Pimenta (2008, p. 41):

A Constituição Cidadã ressuscitou, em 1988, esse instituto, agora inspirado no fortalecimento dos partidos. Mas a Carta Magna não previu, em nenhum artigo, a perda de mandato eletivo em decorrência da pratica de infidelidade, deixando para os partidos a faculdade de estabelecer, nos seus estatutos, normas sobre punições porventura aplicáveis aos trânsfugas.

DEFINIÇOES PARA FIDELIDADE PARTIDARIA Destaca Ferreira Filho (1966, p. 130):

A coerência doutrinária imporia a submissão dos parlamentares ao partido. De fato, são eles apenas os soldados dessa instituição, encarregados de lutar pela ideia que os inspira, na frente parlamentar. Devem executar as ordens que o povo lhes dá através, dos partidos.

Os partidos políticos em seu estatuto estabelecem a respeito da liberdade com in-tuído de tipificaras condutas que são consideradas infidelidade partidária, desde que não ultrapasse o que esta prevista na Constituição.

De acordo com Clève (1998, p. 26):

O fato de, no sistema constitucional brasileiro contemporâneo, o parlamentar não perder o mandato em virtude de filiação a outro partido ou em decorrência do cancelamento da filiação por ato de infidelidade é eloqüente. Ainda que, doutrinariamente, o regime do mandato possa sofrer crítica, é induvidoso que, à luz do sistema constitucional em vigor, o mandato não está à disposição do partido.

Finalmente a Fidelidade Partidária no seu sentido amplo da palavra estabelece o cumprimento de obrigações assumidas, com a junção da palavra Partidária, gerou-se a noção de que cada cidadão, filiado a um partido tem que cumprir com as normas estabelecidas pelo mesmo, com Fidelidade no tocante aos dogmas internos dos Partidos Políticos.

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A disciplina não há de entender-se como obediência cega aos ditames dos órgãos partidários, mas respeito e acatamento do programa e objetivos do partido às regras de seu estatuto, cumprimento de seus deveres e probidade no exercício de mandados ou funções partidárias e num partido de estrutura interna democráti-ca, por disciplina compreende a aceitação das decisões discutidas e tomadas pela maioria de seus filiados. O Ato indisciplinar mais sério é o da fidelidade partidá-ria, que se manifesta de dois modos: a) oposição, por atitude ou pelo voto, a dire-trizes legitimamente estabelecidas pelo partido; b) apoio ostensivo ou disfarçado a candidatos de outra agremiação.

A TEORIA DA FIDELIDADE PARTIDÁRIA

Em nossa Carta Maior, em seu artigo 17,parágrafo 1º assegura as margens dos par-tidos políticos estabelecendo as regras de competência da fidelidade partidária, tendo como objetivo a concretização do Estado Democrático .

Consoante Pimenta (2008, p.40-1):

Ao se falar em ‘fidelidade partidária’ e em „Estado democrático de Direito’, im-põe-se a formulação inicial de brevíssima consideração sobre o que se deve enten-der por DEMOCRACIA. Porque a democracia não é apenas um processo de escolha de governantes pelos governados. Seria muito simples se fosse só isso. A democracia e mais, porque deve garantir os direitos dos cidadãos e criar mecanis-mos eficientes para assegurar a todos a efetiva participação nos bens e benefícios de toda a sociedade. A democracia não é apenas „política’. O seu conceito transcende o político, para atingir o social. E é sob esse conceito que surge o papel do Partido Político, enquanto agremiação que reúne os cidadãos em torno de princípios, em torno de valores morais, em torno de concepção e formulações que devem ser sin-ceras e libertarias, em torno, enfim, da defesa da justiça social.

A teoria da fidelidade partidária se concebe através da obrigação que o eleito tem em desempenhar o mandato para qual foi eleito através do voto de sufrágio, o partido político que proporciono ao candidato o poder eletivo, tendo em vista a necessidade de cumprir as normas estabelecidas no estatuto do Partidário juntamente com a Constituição Federal, caso o político eleito modificar ou afastar-se da agremiação partidária a qual o proporcionou o poder, este que não seguir o limite estabelecido pelas normas, deveria este perder o cargo ele-tivo a que se candidatou, pois e de extrema importância a manutenção dos partidos políticos para a colocação do candidato. A fidelidade partidária possui uma imensa relevância para a sociedade devendo ser resguardado e protegido, em nenhuma hipótese pode ser contemplado como um mero um valor a ser negociado.

Define Mérlin (1998, p. 25-6) sobre a fidelidade partidária:

Por outro lado, não se pode tolerar a desnaturação do instituto, de tal modo a permi-tir a emergência da ditadura partidária ou do domínio dos oligopólios políticos. Por isto, o instituto, a par de ser utilizado com moderação, de modo temperado, não pode desviar-se de sua finalidade, que é a manutenção da coesão partidária, para permitir a

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persecução de objetivos outros que não aqueles legítimos (desvio de finalidade). Nem pode, ademais, transformar o parlamentar em mero autômato, em boca sem vonta-de, destinada apenas a expressar, sem independência e violentando a consciência e a liberdade de convicção, as deliberações tomadas pelos órgãos partidários, nem sempre constituídas por titulares de mandatos conferidos pelo eleitorado.

A TROCA DE PARTIDOS E A PERDA DO CARGO ELETIVO

O sistema eleitoral amparado no nosso país, e indispensável que um cidadão esteja regularmente filiado a uma agremiação partidária para que possa almejar um cargo eletivo. O extenso problema da permutação de partidos na política brasileira tem ocasionado grandes alterações no cenário político atual, o Tribunal Superior Eleitoral pronunciou através dos votos proporcionais dos Ministros em eleições, que o mandato pertence aos partidos e coli-gações e não somente aos candidatos eleitos, visto que os políticos trocam constantemente de partido. De costume, a medida põe fim no conhecido troca-troca de partidos políticos consagrando a fidelidade partidária entre deputados federais, estaduais e vereadores.

Enfatiza Pimenta (2008, p. 42-3):

Coube ao Tribunal Superior Eleitoral promover o grande avanço no que se refere á fi-delidade partidária no país, quando respondeu afirmativamente á Consulta nº 1.398e, após pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, editou as regras consubstanciadas na Resolução nº 22.610, de 30 de outubro de 2007. O Tribunal Superior Eleitoral, ao analisar e responder á consulta, deixou de lado qualquer consideração de ordem ‘politi-co-eleitoral’, adotando, como paradigma, uma perspectiva „ jurídico-eleitoral’. Assim, foram abandonados possíveis argumentos que pudessem ter como objetivo a defesa de conveniências partidárias para essa ou aquela eleição. E o tema foi todo examinado sob o ponto de vista do sistema constitucional e legal do país. Entretanto, decisões de colegia-dos são marcadas, quase sempre, por interpretações divergentes. E é assim que o Direito de aperfeiçoa. Em tema tão delicado como este da fidelidade partidária.

O propósito do Tribunal Superior Eleitoral foi consolidar uma sanção àqueles po-líticos que eleitos através de uma legenda partidária, definir sem motivo justificado, uma mudança agremiação. A nossa corte maior Supremo Tribunal Federal, também apoiou o Tri-bunal Superior Eleitoral.

Destaca Pimenta (2008, p.43-4):

Sobre o assunto ‘fidelidade partidária’, o passo seguinte, dado pelo Supremo Tribunal Federal, também se reveste de caráter histórico. Julgando os mandados de segurança n°s. 26602 26603 e 26604, em 04 de outubro de 2007,a excelsa Corte entendeu que os mandatos políticos pertencem aos partidos pelos quais os parlamentares se elege-ram excepcionada a alteração substancial no ideário progelege-ramático da agremiação ou perseguição política, aptas a justificar a mudança da sigla partidária.

O regime da infidelidade partidária compõe-se do ato da indisciplina do parlamen-tar ocasionando a perda do mandato decorrente de uma pratica de infidelidade partidária.

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Frisa Silva (2004, p. 405):

o ato de indisciplina, ou seja, da infidelidade partidária, se manifesta de dois mo-dos: oposição, por atitude ou pelo voto, a diretrizes legitimamente estabelecidas pelo partido; apoio ostensivo ou disfarçado a candidato de outra agremiação. Portanto, para edificar o instituto da fidelidade partidária no Brasil, e preciso inú-meras providências a ser tomadas. A principio, somente a reformulação da Carta Magna não seriam bastante, uma vez que sem o apoio dos partidos políticos não seria possível disputar um cargo eletivo, para se concretizar um método eleitoral partidário com características soli-das é necessário que se faça junção do principio da fidelidade partidária, pois o eleitorado tem anciã por medidas, assim sendo, e exatamente necessário a amparar a fidelidade partidária. CONCLUSÃO

O presente estudo partiu de uma análise do tema da fidelidade partidária e a Cons-tituição Federal de 1988. Diante do que foi apresentado, pode-se comprovar que o sistema eleitoral e partidário do Brasil precisa urgentemente de mudanças. O instituto da fidelidade partidária é um dos assuntos com mais relevância para que concretize a tão esperada reforma política, devido à proliferação dos partidos políticos no Brasil, os eleitores a cada dia estão desacreditando na democracia estabelecida pela Constituição Federal.

Em relação aos renomados autores supracitados ao longo do artigo, os mesmos pos-suem pontos de vistas diferentes, alguns afirmam que o mandato deve pertencer ao partido político, visto que muitos foram eleitos através do voto de legenda declarando assim a incons-titucionalidade do instituto da fidelidade partidária, analisando o artigo 55 da Constituição Federal em momento algum menciona a perda do cargo por infidelidade partidária, já os outros doutrinadores, acham que o cargo eletivo e do candidato, considerando o poder do sufrágio.

A pesquisa mostrou que o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal e Tri-bunal Superior Eleitoral consolidaram o regime democrático, edificando a vontade da popu-lação brasileira.

Sabe-se, por exemplo, que as migração de legenda por parte dos mandatários, acar-reta muitas duvidas, ocasionando uma discussão nacional, se o mandato pertence ao partido ou ao parlamentar, o Tribunal Superior Eleitoral juntamente com o Supremo Tribunal Fede-ral, buscou solucionar a problemática, com o intuído de acapachar todo o processo do direito eleitoral , considerou que ser infidelidade partidária pode acarretar a perda de mandato, o candidato que trocar de partido depois de eleito, perde seu mandato, deixando o mandato eletivo ao partido, e não mais ao político.

Pretendeu-se com este trabalho conhecer as questões relacionadas a fidelidade partidária na Constituição Federal de 1988,os pontos de vistas e as divergências de gran-des autores.

As premissas estendidas ao longo deste artigo autorizam afirmar que a o principio da fidelidade partidária atualmente é objeto de controvérsia e discussão entre os vários mi-nistros, políticos e na ate mesmo na sociedade brasileira como um todo, verificou-se que é de extrema importância a reforma política no Brasil, pois ainda possui traços do militares em nosso Código Eleitoral e em nossa Carta Maior.

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PARTY FIDELITY AND THE FEDERAL CONSTITUTION OF 1988

Abstract: this study aims to examine the importance of the institution of party loyalty within

the Federal Constitution of 1988, this issue of social concern as Brazilian and society governed by democratic system in which the power lies with greater centralization in the hands of citizens, where same, through the power of the vote elect their political representatives, will be analyzing the relevance of political party covered in Brazilian society with greater transparency to the principle of party loyalty and the need for discussion of valuing democracy prevails. Analytical focus, this article opted for the beginning study of Federal Constitutions, until the current to better interpret policy development in Brazil. Within this framework of analysis, this study sought data on the foundation of the policy until the structuring principle of party loyalty, raising vital for the construction of democratic rule of law elements, in addition to obtaining data and information about the histo-rical changes during drafting of the Constitution, to the realization of the loss of elective mandate, through the principle of party loyalty. Through the detailed study, there was a breakthrough in the electoral law. In summary, the electoral process with the passing of the years has become more clear and rigid, in order to make Brazil a democratic country of law.

Keywords: Party Loyalty. Political Party. Federal Constitution.

Referências

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