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O Episcopado e a Recepção do Concílio Vaticano II em Goiás: microhistória e método biográfico

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Academic year: 2020

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(1)O EPISCOPADO E A RECEPÇÃO DO CONCÍLIO VATICANO II EM GOIÁS: MICROHISTÓRIA E MÉTODO BIOGRÁFICO Sérgio Ricardo Coutinho. Resumo: o texto procura apresentar uma possibilidade de investigação sobre a recepção do Concílio Vaticano II e da atuação do episcopado em Goiás, tendo a microhistória e a biografia como referenciais teórico-metodológicos dos mais promissores. Palavras-chave: Concílio Vaticano II, episcopado, microhistória, biografia. A. reflexão que proponho realizar neste espaço se refere a necessidades de trabalho bem particulares. Não visa, de forma alguma, atender a amplas demandas teórico-metodológicas, mas simplesmente compartilhar com o(a) leitor(a) o desafio de percorrer as tortuosas trilhas da pesquisa em história social, particularmente, de uma história social da Igreja Católica. Atualmente, tenho me debruçado sobre a história da Igreja nos últimos quarenta anos. Meu problema de fundo é compreender o impacto causado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) na Igreja do Brasil e os seus desdobramentos sociais, políticos, culturais e eclesiais. Meu objeto, de fato, é a recepção do Concílio1. Em função disso, gostaria de estabelecer uma parceria reflexiva com o(a) leitor(a). Quem sabe um pensar juntos não nos ajudaria a enfrentar os dilemas da pesquisa? Vamos tentar? Quero iniciar problematizando o meu objeto. Segundo José Oscar Beozzo, em todo acontecimento eclesial, particularmente naqueles, como os Concílios, destinados a marcar em profundidade a vida da Igreja, três elementos devem ser tomados em consideração: o evento em si, os documentos nele aprovados e, finalmente, sua recepção: FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 577.

(2) A recepção é o elemento de verificação mais importante, pois revela quais dimensões foram capazes de passar para o quotidiano da Igreja, que outras deixaram de ser assimiladas e até mesmo as que foram seletivamente abandonadas (BEOZZO, 2003, p. 425). Este historiador da Igreja chama a atenção para aqueles que pretendem desenvolver qualquer estudo sobre a recepção do Concílio Vaticano II: devem atentar para um dado tranqüilamente aceito pela historiografia: tratou-se de um Concílio dominado por bispos e teólogos da Europa, de modo particular, da Europa central. A partir desta afirmação, Beozzo (2003) propõe uma questão investigativa: Estudar, pois, a sua recepção no Brasil, que é parte de um processo mais geral da recepção do Concílio pela Igreja na América Latina, significa interrogar-se sobre a maneira como áreas relativamente periféricas para a gestação e produção do Concílio aprestaram-se para a sua recepção e a realizaram à sua maneira. O tema é tanto mais interessante, quanto foram justamente essas áreas relativamente marginais durante a gesta conciliar, que se tornaram das mais relevantes para sua recepção, durante o período pós-conciliar (BEOZZO, 2003, p. 426). O problema apresentado é, de fato, o contínuo problema de todo trabalho historiográfico: a relação entre o macro e o micro, entre o geral e o particular, entre contexto e texto. Nossa intuição, para tentar resolver tal problemática, estaria no caminho de se aventurar pela redução da escala, pela chamada microhistória. MICROHISTÓRIA E EXPERIÊNCIAS DA VIDA Em língua portuguesa, encontramos muitos bons trabalhos acerca da microhistória e de suas possibilidades. Mas acreditamos ser as análises de Revel (1998; 2000) as mais atentas a esse movimento historiográfico (REVEL, 1998; 2000)2. De fato, Revel representa uma leitura interpretativa da opção microhistórica, onde procura vê-la como uma interrogação sobre a história social e a construção de seus objetos. Mais próximo, então, dos nossos propósitos aqui. Em função do caráter extremante empírico da abordagem microhistórica, não existe um texto fundador, nem um roteiro teórico, nem mesmo 578. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(3) um corpo de proposições unificadas. A microhistória é inseparável de uma prática de historiadores, dos obstáculos e das incertezas enfrentados ao longo de caminhos dos mais diversos. É, na verdade, uma experiência de pesquisa. A primazia dada à prática revela, de cara, certa insatisfação com um certo modo de fazer e com um estado da história social: as formulações gerais e as abstrações inscritas quase sempre num espaço macro. Na verdade, a história social dominante refletia sobre agregados anônimos, acompanhados durante um longo período. A mudança de escala de análise é essencial para a definição da microhistória. A princípio, a escolha de uma escala particular de observação produziria efeitos de conhecimento, e poderia também ser posta a serviço de estratégias de conhecimento. A variação da objetiva não significaria apenas aumentar (ou mesmo diminuir) o tamanho do objeto, mas significaria mudar sua forma e sua trama. Assim, mudar as escalas não consistiria apenas em representar uma realidade constante em tamanho maior ou menor, e sim em transformar o conteúdo daquilo que é representável. A importância é dada ao princípio da variação e não a escolha de uma escala em particular. Aqui estaria o segredo e a própria complexidade do trabalho em microhistória. Quais seriam então os efeitos de variarmos a escala no estudo em história social? Diríamos que a forma e a trama dos comportamentos e da experiência social ganhariam um novo rosto, mais atento aos indivíduos percebidos em suas relações com outros indivíduos e não mais na massa da coletividade abstrata. A escolha de um homem ou de um grupo de homens, torna possível uma diferente abordagem do social, pois possibilita acompanhar a multiplicidade dos espaços e dos tempos, a meada das relações na(s) qual(is) se inscreve, enfim, na complexidade das relações sociais. Desta forma, a microhistória lança o programa de uma análise das condições da experiência social, restituídas em sua máxima complexidade. Não mais abstrair, como sempre se fez no campo da história social, mas, num primeiro momento, enriquecer o real, levando em consideração os aspectos mais diversificados da experiência social. Não é à toa que o recurso à biografia e a uma certa prosopografia (biografia coletiva) são os instrumentos de análise dos mais utilizados. Tomando o trabalho de Giovanni Levi como exemplo, a idéia é a de fazer aparecer as estratégias sociais desenvolvidas pelos diferentes atores em função de sua posição e de seus recursos individuais, familiares, de grupo etc. A participação de cada um na história geral, na formação e na modificação das estruturas de sustentação da realidade social, não pode ser avaliada apenas com base em resultados perceptíveis: no curso da vida de cada um, de uma maFRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 579.

(4) neira cíclica, nascem problemas, incertezas, escolhas, uma política da vida cotidiana que tem seu centro na utilização estratégica das regras sociais. O desejo dos microhistoriadores é o de estudar o social não como um objeto dotado de prioridades, mas, sim, como um conjunto de inter-relações móveis dentro de configurações em constante adaptação. A abordagem microhistórica se propõe enriquecer a análise social, tornando suas variáveis mais numerosas, mais complexas e também mais móveis. De forma objetiva, podemos identificar talvez quatro redefinições no campo da história social, proporcionadas pela microhistória: • redefinição dos pressupostos da análise sócio-histórica. O recurso a sistemas classificatórios baseados em critérios explícitos (gerais ou locais) é substituído, na microanálise, pela decisão de levar em consideração os comportamentos por meio dos quais as identidades, individuais e/ou coletivas, se constituem e se deformam; • redefinição da noção de estratégia social. É raro encontrar fontes que apresentem, por si mesmas, as alternativas, e mais ainda as incertezas com que se defrontam os atores sociais do passado. Daí decorre um recurso freqüente e ambíguo à noção de estratégia: muitas vezes ela serve para substituir uma hipótese funcionalista geral e, algumas vezes, serve para qualificar, de maneira mais prosaica, os comportamentos dos atores individuais ou coletivos que foram bem-sucedidos (e que, em geral, são os que conhecemos melhor). A microhistória, levando em conta em suas análises uma pluralidade de destinos particulares, procura reconstituir um espaço dos possíveis – em função dos recursos próprios de cada indivíduo ou de cada grupo no interior de uma configuração dada; • redefinição da noção de contexto. Uma noção que muitas vezes foi objeto de uso cômodo e preguiçoso, tanto nas ciências sociais como na história. Podemos citar uma variante de três. ‘Uso retórico’: o contexto, em geral apresentado no início do estudo, produz um efeito de realidade em torno do objeto da pesquisa. ‘Uso argumentativo’: o contexto apresenta as condições gerais nas quais uma realidade particular encontra seu lugar, mesmo que nem sempre se vá além de uma simples exposição dos dois níveis de observação (estrutural e conjuntural). ‘Uso Interpretatativo’: extraem-se às vezes do contexto as razões gerais que permitam explicar situações particulares. Em relação à microhistória, ela recusa a evidência, subentendida por todos os usos acima, de que existiria um contexto unificado, homogêneo, dentro do qual e em função do qual os atores determinam suas escolhas. Essa recusa pode ser entendida de duas maneiras: como uma lembrança da multiplicidade das experiências e das represen580. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(5) tações sociais, em parte contraditórias, em todo caso ambíguas, por meio das quais os homens e mulheres constroem o mundo e suas ações; mas, também, na análise, como um convite para inverter o procedimento mais habitual para o historiador, aquele que consiste em partir de um contexto global para situar e interpretar seu texto. O que é proposto, ao contrário, é construir a pluralidade dos contextos que são necessários à compreensão dos comportamentos observados; • à hierarquia dos níveis de observação. O trabalho de contextualização múltipla pelos microhistoriadores parte de premissas muito diferentes. Eles afirmam, em primeiro lugar, que cada ator histórico participa, de maneira próxima ou distante, de processos (daí inscritos em contextos) de dimensões e de níveis variáveis, do mais local ao mais global. Não existe, portanto, hiato, menos ainda oposição, entre história local e história global. O que a experiência de um indivíduo permite perceber é uma modulação particular da história global. Particular e original e não uma versão atenuada, parcial ou mutilada, de realidades macrosociais, mas uma versão diferente. Tentando ainda buscar uma unidade para as práticas da microhistória, Revel apresenta três. O primeiro consistiria numa relação qualificada de inventiva com a realidade histórica. Todos sabemos que o historiador deveria se esforçar para construir seu objeto, mas muitas vezes os resultados são muito tímidos. Os microistoriadores, ao reduzirem a escala de observação, interessados por destinos específicos, por escolhas confrontadas a limitações, convidam a não se deixar subjugar pela tirania do fato consumado e a analisar as condutas individuais e coletivas, em termos de possibilidades, que o historiador pode tentar descrever e compreender. O segundo traço é a dimensão experimental do trabalho. O procedimento sugerido pela microhistória consiste na criação de condições de observação que farão aparecer formas, organizações, objetos inéditos. Traduz-se, por outro lado, por um recurso constante a condições assim definidas, ao mesmo tempo das suas modificações posteriores, durante a análise. Nasce assim uma forma de exposição que pode parecer sinuosa, complicada, mas que reintroduz a todo instante as regras do jogo na própria narrativa do jogo. Finalmente o terceiro traço: as formas de escrever a história. Os defensores da microhistória consideram essa dimensão de seu trabalho tão experimental quanto aos procedimentos da própria pesquisa. Os dois aspectos não são dissociáveis. O que é central é a invenção de um modo de exposição que contribui explicitamente para a produção de um certo tipo de inteligibilidade nas condições definidas pela redução de escala de observação. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 581.

(6) O EPISCOPADO E O CONCÍLIO VATICANO II NO ESTADO DE GOIÁS: UMA PROPOSTA DE ESTUDO Nesta parte do texto, gostaria de também reivindicar, como os microhistoriadores, o princípio de um direito: o da experimentação em história. Como disse Revel, a microhistória nasceu de uma reação a um certo modelo de história social que enfatizou formulações gerais e abstratas, que desde a origem se inscreveu, explícita ou (cada vez mais) implicitamente, num espaço macro. No que diz respeito à recepção do Concílio Vaticano II na Igreja do Brasil, as generalizações naturalmente se fazem sentir. É bom lembrarmos, antes de qualquer coisa, que a generalização é simultaneamente um procedimento abstrato e processo de abstração: seu resultado se inscreve inteiramente na ordem das representações. Ela opera por seleção dos termos comuns e por perda da singularidade, do detalhe, da diferença concebida como secundária. Generalizar, portanto, é diminuir o número das variações reconhecidas como pertinentes. Beozzo (2003, p. 432-4), principal historiador do processo de recepção, afirma que o Vaticano II encontrou no Brasil “um campo privilegiado de sua recepção e de novos e singulares desdobramentos pastorais e teológicos”. Três condições para este processo foram ativadas durante o próprio Concílio: em primeiro lugar, o fato dos bispos morarem juntos, em Roma, na Domus Mariae favoreceu uma proximidade afetiva e efetiva; em segundo, o deliberado programa de reciclagem do episcopado, que há muito estava distante das principais discussões teológicas, levado à cabo por oitenta conferências e palestras dos principais teólogos europeus; e, em terceiro lugar, as duas assembléias que a CNBB realizou durante o Concílio, dedicada à discussão e à aprovação do Plano de Pastoral de Conjunto (PPC), favoreceu uma ação coordenada para a implantação das decisões conciliares. Sobre o resultado prático deste último ponto, o PPC na Igreja do Brasil, afirma o Pe. Gervásio Queiroga que o Plano possibilitou a aquisição de “um alto grau de rentabilidade e eficiência, como também elevado nível organizacional, sem prejuízo da dimensão teológica aprofundada” (BEOZZO, 2003, p. 456). Concluímos então que estaria aí a originalidade e criatividade da recepção no caso brasileiro. Quando tentamos mudar a objetiva de nossa lente de observação e nos deslocamos para o conjunto de dioceses da e na região do então estado de Goiás, as generalizações também se fazem presentes. 582. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(7) O regional Centro-Oeste da CNBB foi constituído como órgão executor do programa de ação da CNBB no pós-Concílio. Em fevereiro de 1967, realiza-se em Goiânia a reunião da Comissão Episcopal Regional, presidida por Dom Fernando Gomes dos Santos e com a presença de todos os bispos. Esta reunião é muito importante porque se elabora e se aprova o primeiro Plano Regional de Pastoral, em sintonia com o PPC aprovado na última sessão do Concílio (1965). Segundo Frei Humberto P. de Almeida ([19_ _], p. 271), secretário do Regional por mais de dez anos, o momento pós-conciliar é muito rico na história da Igreja do Brasil, e o regional Centro-Oeste vai se formando como um bloco forte, numa ação colegial que tinha como base um bom plano de pastoral, respeitando o jeito de ser e as prioridades de cada diocese. É também o momento difícil da ditadura militar, com prisões arbitrárias e aplicação radical da Lei de Segurança Nacional. Os bispos do regional são firmes na defesa dos direitos da pessoa e autonomia da Igreja na sua ação evangelizadora. No entanto, encontramos um indício, um sinal, de que as coisas não eram tão homogeneizadas assim. Durante as comemorações dos dez anos de criação do regional Centro-Oeste, em 1972, o presidente, Dom Fernando Gomes, faz um pronunciamento bastante revelador. Diz que: a consolidação do Regional levou o clero, o laicato, os religiosos e religiosas do Centro-Oeste, sob contagiante entusiasmo, a se despertarem para uma ação conjunta da Igreja. Hoje a Igreja do CentroOeste é conhecida, prestigiada e, por vezes, temida, graças à organização regional, à intrepidez dos seus pastores, à capacidade apostólica e criadora dos seus presbíteros, ao dinamismo crescente dos leigos, religiosos e religiosas de tantos valores por vezes anônimos, que constituem o Povo de Deus (ALMEIDA, [19– –], p. 272). Insiste que os bispos são responsáveis, colegialmente, pelo revigoramento, atualização e expansão da Igreja na Região. Por outro lado, recomenda que a CNBB e os seus Regionais reconheçam o pluralismo no episcopado, para o fortalecimento da unidade. E, aqui, a afirmação mais importante para nossa reflexão: “não se devem temer pronunciamentos divergentes ou até contraditórios dos bispos, pois cada um sente e vive a realidade onde está, e cada um tem o direito de ter a sua visão”. Respeita as divergências, mas FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 583.

(8) recomenda que não se venha a enfraquecer a fraternidade ou quebrar a unidade. Diz: “Por que alimentar a ilusão dos pronunciamentos ‘unânimes’, que terminam desfigurados ou desfibrados?” Daí reafirmar: “(é) válido também o pluralismo de pronunciamentos, nos assuntos em que temos o direito de optar” (ALMEIDA, [19 _ _], p. 273). A afirmação cada um sente e vive a realidade onde está, e cada um tem o direito de ter a sua visão, é um indício para que reduzamos um pouco mais a escala, e provoca-nos a necessidade de sair das generalizações em busca daqueles bispos de carne e osso e de visões próprias, e que nem sempre coincidem com a imagem criada de um episcopado intrépido, unido, coeso, que faz do Regional ser até mesmo temido pelos adversários da Igreja. Quem são esses bispos que participaram do Concílio Vaticano II e tem visão própria? Como era a realidade social de suas dioceses? Como se davam as relações entre si e com os demais colegas do episcopado fora da região? A recepção de um Concílio é um fenômeno complexo, por isso devemos cuidar com as generalizações. O historiador italiano Giuseppe Alberigo nos chama atenção para uma questão importante: [...] é inevitável que um Concílio conheça as várias fases da própria recepção: inércia, zelo, sedimentação, fechamento em si mesmo. Essas fases passam sucessivamente por variações, na medida em que o Concílio desenvolveu sobretudo funções de juízo, funções de legislação social ou mesmo funções de elaboração e orientação. Todo o processo de recepção implica uma apropriação e, por isso mesmo, uma interpretação (ALBERIGO, 1998, p. 545). A recepção, como qualquer processo histórico, é complexa porque, além de implicar o tempo e o lugar, coloca em ação na Igreja local (diocese) diversos atores. A recepção de um concílio na Igreja local vai além do bispo; insere-se no conjunto da população católica do lugar. Não se dá sem o bispo evidentemente, mas o seu papel, neste processo, é o de tornar conhecidas e promover as decisões do concílio em sua diocese; é o de poder ou não reconhecer e incentivar a participação de todos no processo; é o de proteger a diversidade que se exprime em sua Igreja e mantê-la na unidade; e é o de guardar, na comunhão de toda a Igreja, a recepção particular que acontece em sua Igreja local. Nesse sentido, conhecer as vicissitudes do episcopado é elemento fundamental para qualquer estudo sobre o processo de recepção de um Concílio na Igreja. 584. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(9) Pode parecer, a princípio, que esta preocupação com a atuação do episcopado da região fuja por completo aos objetivos propostos pela microhistória, ou seja, de se escrever uma história vista de baixo, de dar voz aos excluídos da história ou aos protagonistas anônimos da História. Pelo contrário, mesmo na elite eclesiástica brasileira vamos encontrar um grande número de marginais que não entraram para a história, tal como um Dom Helder Câmara, ou um Dom Paulo Evaristo Arns, ou mesmo um Dom Fernando Gomes dos Santos para Goiás. Eles estão explicitamente em luta social, o conflito se dá entre atores sociais concretos que são e, com isso, podemos verificar suas estratégias sociais, suas vicissitudes biográficas. Mas para isso é necessário, obviamente, que tenham deixado algum tipo de vestígio. Aqui, mais do que nunca, vejo a possibilidade de se trabalhar numa perspectiva metodológica muito usada na microhistória: a network analysis (análises de redes). Estas permitem reconstruir as redes de relações dos indivíduos e das famílias. Essas redes resultam do espaço da experiência social de cada um e desenham seu horizonte. Sua identificação permite recuperar as formas de agrupamento social a partir da multiplicidade das práticas individuais. Tomando emprestado elementos teóricos do antropólogo norueguês Fredrik Barth, a microhistória parte do indivíduo ativo e racional, que por seu lado opera escolhas num universo caracterizado por incertezas e obrigações que dependem particularmente da distribuição desigual das capacidades individuais de acesso à informação. Do conjunto de escolhas individuais resultam processos macroscópicos. Estudar a recepção do Concílio Vaticano II na periferia da periferia, ou seja, no conjunto de dioceses (ou igrejas locais) do e no estado de Goiás, por meio da microhistória, seria uma importante maneira de verificar os comportamentos dos diversos atores socioeclesias (aqui, particularmente, dos bispos), por meio das quais suas identidades foram se constituindo e se deformando; perceber as estratégias sociais usadas por cada ator, ou seja, sua política da vida cotidiana; constituir a pluralidade dos contextos, necessários à compreensão dos comportamentos observados; e permite perceber uma modulação particular da história global. O uso da biografia, como método, seria também válido neste caso? Vainfas afirma que as biografias realizadas pela microhistória não se confundem com as chamadas biografias coletivas, a chamada prosopografia (biografia de certos segmentos, membros de uma corporação etc.) embora possa guardar com elas pontos em comum. Para Alberigo, a prosopografia visada pela microhistória pretende combinar a “ótica não-elitista”, na análise dos FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 585.

(10) “agregados sociais mais amplos”, ao enfoque particularizado de um personagem-chave (VAINFAS, 2002, p. 139). De fato, a prosopografia pode ser uma primeira etapa num processo investigativo microanalítico específico. Isto se mostra bastante promissor para o estudo do episcopado da região de Goiás. O enorme esforço de levantamento realizado por Beozzo (2002), em seu estudo sobre a participação do episcopado brasileiro no Concílio Vaticano II, é de grande importância para a proposta de investigação que estou fazendo aqui. Em primeiro lugar, foi necessário recortar dos 243 bispos listados por ele, e que participaram do Concílio em pelo menos uma das várias etapas de realização, os nomes dos onze prelados da região de Goiás que estiveram no evento. Os nomes são: Dom Abel Ribeiro Camelo (bispo de Goiás), Dom João Alano Maria du Noday, OP (dominicano, bispo de Porto Nacional), Dom Antônio Ribeiro de Oliveira (auxiliar de Goiânia), Dom Frei Benedito Domingos Coscia, OFM (franciscano, bispo de Jataí), Dom Cornélio Chizzini della Piccola (Prelado nullius de Tocantinópolis), Dom Estanislau Arnoldo Van Melis, CP (passionista, Prelado nullius de São Luís de Montes Belos), Dom Fernando Gomes dos Santos (arcebispo de Goiânia), Dom Francisco Prada Carrera, CMF (claretiano, bispo de Uruaçu), Dom Frei Jaime Antônio Schuck, OFM (franciscano, Prelado nullius de Cristalândia), Dom José Newton de Almeida Baptista (arcebispo de Brasília) e Dom Victor Joannes H. J. Tielbeek, SS.CC. (Congregação dos Sagrados Corações, Prelado nullius de Formosa). Logo de cara destacam-se dois nomes, tanto pela importância de suas dioceses, melhor arquidioceses, como em relação às posições um tanto quanto antagônicas entre si: Dom Fernando Gomes dos Santos e Dom José Newton de Almeida Baptista. Enquanto o primeiro é um dos nomes mais destacados da Igreja no Brasil, ainda mesmo antes e durante o Concílio – quando realizou uma reforma agrária em terras da Igreja em 1959 e durante o Concílio com uma intervenção oral bastante firme sobre a necessidade de se valorizar o bispo em sua diocese e da importância da colegialidade episcopal –, e que fez uma opção pelos pobres e se engajou na luta por justiça social; o segundo esteve sempre muito próximo dos governos Militares, chegando a ser Ordinário Militar (vigário castrense) do Brasil. Os outros nove nomes poderiam ser de excluídos da história da Igreja nos últimos 40, 50 anos. Mergulhamos, dentro do que nos foi possível fazer para este momento, em suas biografias. Encontramos sinais para muitas possibilidades de investigação. Resolvemos, para fins didáticos desta exposição, agrupá-los em possíveis conjuntos identitários. 586. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(11) Dom Abel Ribeiro Camelo e Dom Antônio Ribeiro de Oliveira são os bispos naturais da terra, os goianos de fato. O primeiro nasceu em Silvânia, em 22.09.1902, ordenou-se sacerdote na mesma cidade em 08.05.1927, consagrado bispo em S. Paulo no dia 27.10.1946. Fez os estudos de Humanidades no Seminário de Goiás; cursou Teologia em Mariana (MG). Antes do Episcopado, foi vigário em Bonfim, Santa Cruz, Anápolis, Jaraguá, Goiás e outras cidades, também foi o primeiro vigário da Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora, hoje Catedral de Goiânia e secretário de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, arcebispo de Goiás. Como Bispo, em 1955 foi designado Administrador Apostólico da Prelazia de Jataí e vigário Capitular da Arquidiocese. Em janeiro de 1957, foi nomeado 1º bispo Diocesano de Jataí e depois transferido para a Sé de Goiás, em 1960; foi o primeiro diretor do ginásio Anchieta, em Silvânia; diretor do ginásio arquidiocesano Municipal de Anápolis, hoje Colégio Estadual; fundou e dirigiu a Escola Normal da Anápolis. No Concílio Vaticano II, participou das quatro sessões e não fez qualquer intervenção na Aula Conciliar, seja oralmente, seja por escrito. Tinha por lema Pro Aris et Focis (Pelos altares e pelos lares), indício importante que revela o caráter romanizador de sua prática pastoral. Morreu em 24.11.1966. O segundo nasceu em Orizona, em 10.06.1926. Ordenou-se em Mariana (MG), em 02.04.1949, consagrado bispo em 29.10.1961. Seus estudos: Filosofia: Seminário Central Imaculada Conceição, Ipiranga, São Paulo (1943-1944); Teologia: Seminário São José, Mariana (MG) (19451948). Antes do episcopado, foi Secretário da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Goiânia, (1949); reitor e professor do Seminário Santa Cruz, Silvânia (GO), (1950-1955); Vigário Ecônomo, Orizona (GO), professor no Colégio local (1955-1957); Pároco da Catedral de Goiânia (GO), (19571961) e Vigário Geral da Arquidiocese de Goiânia (1958-1961). Como bispo foi Auxiliar de Goiânia (10/1961 a 02/1976). Participou apenas da última sessão do Concílio (1965). Posteriormente, foi administrador apostólico de Goiás (1966-1967); Administrador apostólico de Itumbiara (GO), (19721973); bispo de Ipameri (GO) (1975-1985); membro da Comissão Representativa da CNBB, até 1976; vice-secretário da Regional Centro-Oeste (1974-1976); secretário do Regional Centro-Oeste desde 1976; membro da Comissão Episcopal para revisão de Tradução dos textos litúrgicos; membro do Conselho Estadual de Educação de Goiás e Arcebispo de Goiânia, de 1986 a 2003. Seu lema: Ut unum sint (Para que todos sejam um). Dois franciscanos norte-americanos se colocaram a serviço da Igreja em Goiás: Dom Frei Benedito Domingos Coscia e Dom Frei Jaime Antônio Schuck. Poderíamos chamá-los de os franciscanos historiadores filhos de FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 587.

(12) imigrantes. De fato, ambos eram filhos de imigrantes italianos e alemães estabelecidos nos Estados Unidos, provavelmente em fins do século XIX. Ambos estudaram em Institutos de Filosofia e Teologia dos Franciscanos nos anos 1930 e 1940, particularmente na Saint Bonaventure University em Nova Iorque. Ali fizeram mestrado em História da América Latina e História Moderna respectivamente, portanto dois bispos historiadores. Também participaram juntos das quatro sessões do Concílio Vaticano II, cada um fazendo uma intervenção escrita. Procurando o nome de um dos dois na Rede Mundial de Computadores, encontrei, no site da Saint Bonaventure University, notícias de uma homenagem prestada à Dom Domingos Coscia, quando recebeu o título de doutor Honoris Causa em Humanidades. Ali era dada uma pequena biografia sua: Fr. Benedict D. Coscia, O.F.M., nasceu no Brookling, N.Y. Professou seus votos solenes em 1946 em Washington, D.C, onde foi ordenado padre em 1949. Logo após a sua ordenação, foi enviado para as missões da Província do Santíssimo Nome no Brasil. Antes de ser nomeado bispo, ele serviu por 11 anos na Paróquia Sant’Ana em Anápolis e Pires do Rio, ambas no Estado de Goiás, Brasil. Em 1961, foi nomeado bispo da diocese de Jataí. Durante seu episcopado, reorganizou o patrimônio da diocese, criou uma estação de rádio, contribuiu para ampliar o clero local e introduziu famílias de religiosos para assistir na pastoral da diocese. Construiu um centro pastoral juntamente com uma grande igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, tal como a nova catedral dedicada ao Espírito Santo no oeste de Goiás. Bispo Coscia ficou neste posto até sua retirada em maio de 1999. No entanto, ele serviu como administrador apostólico por um ano mais, em função da morte de seu sucessor. Agora Bispo Emérito de Jataí, Coscia reside hoje em Goiás, assistindo o Arcebispo Antônio Ribeiro de Goiânia. Outros dois nomes que mereceriam case studies são os de Dom João Alano Maria du Noday, OP e Dom Estanislau Arnoldo Van Melis, CP. Podemos chamá-los de bispos militantes. Dom Alano Noday nasceu em Saint-Servant, Vannes, França, em 1899. Foi encaminhado pela família para a carreira militar, prestando serviços na então colônia francesa do Marrocos (1917). É ordenado sacerdote dominicano em 1928, vindo para o Brasil em 1932, quando foi nomeado assistente da Ação Católica pelo Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme. 588. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(13) Em 1936, foi nomeado bispo da diocese de Porto Nacional e a ela se dedicou de corpo e alma. De sua imensa diocese foram depois sendo desmembradas as Prelazias de Tocantinópolis (1954), de Cristalândia (1956) e de Miracema (1966). Voltou à Europa somente para participar das duas primeiras sessões do Concílio Vaticano II e ali, provavelmente, ainda na Primeira Sessão, entrou para o grupo dos marginais engajados mais conhecido por Igreja dos Pobres. No final do Concílio, este grupo selou um compromisso com a pobreza e o serviço aos pobres, firmando o assim chamado pacto das catacumbas. Graças a D. Alano, o brigadeiro Eduardo Gomes, seu amigo pessoal, sentiu-se incentivado para o pioneirismo do Correio Aéreo Militar, criando a rota do Rio de Janeiro até Belém do Pará, passando por todo o norte goiano. Por serviços prestados, foi agraciado com a comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul (02.10.1953) e a de Grande Oficial da Ordem do Mérito da Aeronáutica (23.10.1965). Renunciando ao seu posto de bispo diocesano em 1976, foi terminar seus dias como simples vigário em um pequeno lugarejo (Campos Belos), entre os pobres. Morreu em 1985. Dom Estanislau Arnoldo Van Melis, holandês e Padre Passionista, nos apresenta uma série de possibilidades de investigação. Foi diretor do Seminário dos Passionistas em Svistov, Bulgária, entre 1937-1942. Depois, foi vigário da Paróquia e assistente dos Estudantes em Svistov (1942-47) e vice-Provincial dos Padres Passionistas, na Bulgária de 1947 a 1949. É justamente neste ano, em 1949, que foi expulso da Bulgária pelo Governo Comunista. Qual teria sido o motivo? Aqui mereceria uma boa pesquisa para elucidar a trajetória deste holandês durante a formação dos países da Cortina de Ferro. Após sair da Bulgária, Van Melis vai estudar em Roma, no Pontificium Institutum Orientalium Studiorum, onde se especializou em História Oriental (1949-52) e realiza o seu Doutorado (1953). Nesse período, até 1962, assume praticamente todos os cargos mais importantes de direção dos Passionistas: diretor dos Estudantes Universitários Passionistas em Roma (1949-52); Conselheiro Provincial da Província Holandesa, na Holanda (1952); Provincial da Província Holandesa dos Passionistas (1952-58) e vice-Provincial dos Passionistas holandeses no Brasil (1958-1962). Chegando ao Brasil em 1958, Van Melis assume a paróquia São Pio X, em Goiânia, (1959-1961). Depois vai para a paróquia de S. Luís de Montes Belos (GO) (1961-1962) e, em seguida, é nomeado Vigário Geral da nova Prelazia de São Luís de Montes Belos (1962). Em novembro de FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 589.

(14) 1962 é consagrado bispo de São Luís de Montes Belos. Participou das três últimas sessões do Vaticano II e foi autor de toda infra-estrutura pastoral e social da Diocese de São Luís de Montes Belo, com o auxílio de seus companheiros passionistas. CONCLUSÃO A consideração das variações de escala realizada pela microhistória se situa, antes de tudo, do lado do objeto. Assim, a importância dada aos diferentes recursos de que dispõem os atores sociais e a diversidade da extensão dos campos nos quais eles são suscetíveis de agir, estão entre as características essenciais do panorama social e constituem as fontes principais da sua modificação. A variação de escala não é nenhum apanágio do pesquisador nem especialmente o produto do processo de construção da pesquisa. É, em primeiro lugar, tarefa dos atores. Assim também como a manipulação deliberada do jogo das escalas não tem como objetivo sugerir um espaço social totalmente diferente. Ela tem por função identificar os sistemas de contextos nos quais se inscrevem os jogos sociais. A ambição dessa cartografia dinâmica é localizar e desenhar, em sua variedade, um conjunto de mapas que correspondem aos vários territórios sociais. O conjunto dos contextos construído ao longo da experimentação historiográfica é, ao mesmo tempo, quadro e nível para uma generalização. Mas a questão de saber se aquele que foi restituído está completo ou mesmo se é o único imaginável, fica sem solução. Invocar a experiência dos atores parece ser um meio de romper uma tal incerteza. Mapear a diversidade das relações sociais dos bispos de Goiás, seja entre eles mesmo e/ou deles com outros atores sociais, seria uma forma interessante de construir certas generalizações sobre a recepção do Concílio Vaticano II na região. Nesse sentido, a microhistória teria muito a contribuir para uma história social do catolicismo. Então, por que não experimentarmos?. Notas 1. 2. Meu projeto de pesquisa para o doutorado trata justamente sobre os 40 anos da recepção do Concílio Vaticano II junto às dioceses do Regional NE 5 da CNBB, ou seja, nas 12 igrejas locais do estado do Maranhão. Dois textos nos orientam neste momento: Revel (1998; 2000).. 590. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006..

(15) Referências ALBERIGO, G. O sentido do Concílio de Trento na história concílios. Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, v. 58, p. 545, 1998. Fascículo 231. ALMEIDA, Fr. H. P. de. O rosto da igreja do Centro-Oeste. In: INP (Org.). O rosto da igreja do Centro-Oeste. [S. l.: s. n.], [19– –]. p. 271. BEOZZO, J. O. A recepção do Vaticano II na igreja do Brasil. In: INP (Org.). Presença pública da igreja no Brasil: jubileu de ouro da CNBB (1952 – 2002). São Paulo: Paulinas, 2003. p. 425. REVEL, J. Microanálise e construção do social. In: REVEL, J. (Org.). Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: FGV, 1998. p. 15-38. REVEL, J. A história ao ré-do-chão. In: LEVI, G. A herança material: trajetória de um exorcista no Piemont do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 7-37.. Abstract: this article looks for an inquiry possibility on the reception of Second Vatican Council and the performance of the episcopate in Goiás, being had micro-history and the biography as a referencial theoreticianmetodological of most promising. Key words: Second Vatican Council, episcopate, micro-history, biography. SÉRGIO RICARDO COUTINHO Doutorando em História Social na Universidade de Brasília (UnB). Mestre em História Social pela UnB. Professor de Ciência da Religião. Pesquisador do Programa de Pesquisa e Documentação Memória e Caminhada das Comunidades Eclesiais de Base na Universidade Católica de Brasília (UCB). Professor de História da Igreja no Instituto São Boaventura (Franciscanos Conventuais de Brasília). Membro da ABHR e do Cehila-Brasil.. FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 16, n. 7/8, p. 577-591, jul./ago. 2006.. 591.

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