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A implementação da sistematização da assistência de enfermagem no ambiente hospitalar / The implementation of the systematization of nursing care in the hospital environment

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Academic year: 2020

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A implementação da sistematização da assistência de enfermagem no ambiente

hospitalar

The implementation of the systematization of nursing care in the hospital

environment

DOI:10.34117/bjdv6n6-039

Recebimento dos originais: 01/05/2020 Aceitação para publicação: 02/06/2020

Marcela Cordeiro Silva

Discente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Goiatuba UNICERRADO. E-mail: ma_marcela97@hotmail.com

Jheniffer Sousa Macedo

Enfermeira. Especialista em UTI. Docente do Centro Universitário de Goiatuba UNICERRADO.

E-mail: jheniffersousa@hotmail.com

Letycia Parreira de Oliveira

Enfermeira.Especialista. Docente do Centro Universitário de Goiatuba UNICERRADO. E-mail: letyciaparreira@gmail.com

Lucíola Silva Sandim

Enfermeira. Doutoranda em Gerontologia (UCB). Docente do Centro Universitário de Goiatuba UNICERRADO.

E-mail: luciola_sandim@yahoo.com.br

RESUMO

Objetivo: Identificar se existe a aplicação da SAE nos hospitais dentre suas dificuldades, facilitar

no entendimento da implementação da SAE a fim de auxiliar na gerência de funcionários em um ambiente hospitalar. Metodologia estudo bibliográfico, apresentando caráter qualitativo, estudo ocorreu no período de agosto de 2019 a junho de 2020, publicações na base de dados: BVS ,COFEN, , MEDLINE e o SCIELO.Resultados: De 300 artigos encontrados na pesquisa foram separados 53 para leitura e somente 17 foram utilizados no trabalhos. Conclusão: A aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem requer familiaridade dos diagnósticos de enfermagem e sensibilidade para adequar as necessidades do cliente às condições de trabalho o cuidado com o paciente e com os familiares a não aplicação da SAE compromete a segurança dos pacientes e também do próprio enfermeiro.

Palavras chave: SAE, enfermagem, hospitais. ABSTRACT

Objective: To identify if there is the application of SAE in hospitals among its difficulties, to

facilitate the understanding of the implementation of SAE in order to assist in the management of employees in a hospital environment. Methodology bibliographic study, presenting a qualitative character, a study took place from August 2019 to June 2020, publications in the database: BVS, COFEN, MEDLINE and SCIELO. Results: Of 300 articles found in the research, 53 were separated for reading and only 17 were used in the work.Conclusion The application of Nursing Care Systematization requires familiarity with nursing diagnoses and sensitivity to adapt the needs of the

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client to the working conditions, care for the patient and family members, the non-application of SAE compromises the safety of patients and also of the patient nurse.

Keywords: SAE, nursing, hospitals. 1 INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é descrita como método que busca a organização de informações, análise, interpretação e avaliação de dados, tem objetivo de reduzir as complicações que possam surgir durante o tratamento, contribuindo com a adaptação e recuperação do cliente. Através da SAE, o enfermeiro pode ofertar uma melhora na qualidade do atendimento prestado, assim como oferece ao profissional segurança e autonomia no cuidado. (LEFEVRE, 2002) Considera-se que a SAE representa um avanço para a enfermagem, como profissão, já que oferece ao enfermeiro autonomia, permitindo uma aproximação deste com o paciente e aplicando sistematicamente o cuidado necessário. A SAE proporciona organização, atendimento individual, humanizado, qualificado e integralizado, passando a analisar o paciente como um todo. O enfermeiro deve ter em mente a SAE como uma oportunidade de trabalho, visto que a aplicabilidade do processo, além de ser uma ação única e exclusiva do profissional, fornece maior segurança, pois os registros garantem respaldo legal e técnico. (COSTA, 2012)

A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem sendo amplamente discutida, sua finalidade é organizar o cuidado a partir de um método sistemático, tanto para a gestão quanto para a assistência de enfermagem. No entanto, são muitos os desafios para sua implementação, como a falta de conhecimento, ausência de educação permanente e a sobrecarga de trabalho. Apesar de todo o empenho dos Conselhos, Federal e Regionais, ainda se evidencia instituições de saúde em diversos níveis de implantação e implementação efetiva da SAE, seja no uso de seus recursos para registros físicos ou digitais, os quais implicam na prática assistencial do enfermeiro. Considera-se que a aplicação da SAE é a única possibilidade de o enfermeiro atingir sua autonomia profissional e constitui a essência de sua práxis. Dessa maneira, a formação de recursos humanos qualificados, principalmente junto aos programas de pós-graduação, pode ser uma oportunidade de alavancar e qualificar profissionais e as instituições de saúde nessa temática. (LINCH et al., 2019, p. 83)

A falta de informação sobre o paciente é apontada como problema comum nos setores de emergência, uma vez que a maioria deles chega para sem a presença de um acompanhante. Todos os serviços de saúde que atendem à demanda de urgência e emergência tendem a sofrer com a lotação e alto fluxo de atendimentos diários, que não caracterizam a necessidade desse serviço e que poderiam ser resolvidos na Atenção Primária, porém o déficit de profissionais nesses locais e a falta de informação dos pacientes sobre qual serviço procurar complicam e contribuem para esse fator.

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A SAE se identifica dentre as seguintes ideias: estratégia que norteia o cuidado; atividade exclusiva do enfermeiro; e é algo que não funciona na prática. A primeira ideia central - Estratégia que norteia o cuidado - fornece direção na prática de trabalho, auxilia na organização e no planeamento da assistência prestada, favorecendo melhor resultado na implementação do plano de cuidados. De tal forma o enfermeiro sente-se mais seguro durante a prestação dos cuidados, pois a SAE também permite uma conduta mais fundamentada, ancorada em conhecimento científico. Isto contribui para que o profissional deixe de atuar de forma intuitiva ou impulsiva, só cumprindo tarefas, como, na maioria das vezes, é visto. Com a SAE, o enfermeiro adquire a autonomia para a tomada de decisão, construindo assim o seu próprio conhecimento e contribuindo cada vez mais para consolidar a enfermagem como ciência. Resultados de estudos também mencionam que, com a utilização da SAE, os enfermeiros reconhecem que o foco da assistência deve ser o cliente. Mediante a sua aplicação, obtém-se a identificação dos problemas e necessidades, promove-se o planejamento e a organização e fundamentação dos cuidados, bem como facilita a prática assistencial do enfermeiro. (COSTA; SILVA, 2018, p. 142)

A organização hospitalar é um dos mais complexos serviços de saúde devido à coexistência de inúmeros processos assistenciais e administrativos e, uma fragmentação dos processos de decisão assistencial com a presença de uma equipe multiprofissional com elevado grau de autonomia. Dessa forma, utiliza a tecnologia de forma intensiva e extensiva, podendo ainda, constituir-se em espaço de ensino e aprendizagem além de um campo de produção científica. Nesse contexto, o enfermeiro vivencia um desafio na edificação e compilação do conhecimento sobre o qual se fundamenta sua prática gerencial e assistencial, fazendo parte desse desafio o desenvolvimento do processo de trabalho da enfermagem, para concretizar a proposta de promover, manter ou restaurar o nível de saúde do paciente. Sendo assim, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem para somar o planejamento, a execução, o controle e a avaliação das ações de cuidados diretos e indiretos aos pacientes. (SOARES; et al, 2015, p. 49)

Segundo RESOLUÇÃO COFEN-358/2009

Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados (COFEN-358, 2009)

O Processo de Enfermagem, atua como um instrumento básico de trabalho da enfermagem em qualquer cenário de atenção direta ao paciente/cliente/usuário, orientado pelo menos por uma teoria

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de enfermagem e composto por etapas ordenadas, sequenciais, dinâmicas, inter-relacionadas e interdependentes. É utilizado para sistematizar os cuidados dirigidos ao indivíduo, família ou comunidade. É importante observar que qualquer instituição de saúde, em qualquer nível: primário, secundário ou terciário, pode ter a assistência de enfermagem sistematizada, ou seja, organizada com protocolos, normas e rotinas, sem, no entanto, ter o Processo de Enfermagem, com todos seus elementos. (MARIA, 2020)

É informado pelo COFEN-272/2002 – Revogada pela Resolução cofen nº 358/2009 que: A Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. (COFEN, 272/2002)

A Enfermagem, assim como várias profissões, sofreu modificações em sua assistência devido a todo cenário sociopolítico-econômico de sua trajetória histórica. Os saberes da profissão produzidos, difundidos, questionados, avaliados e reavaliados nas academias deve estar vinculado à prática assistencial dos cenários de atuação, desde o processo de formação. Há inúmeras discussões acerca das dificuldades de implantação da SAE, o principal fator para essa dificuldade seja a dissonância entre a metodologia da assistência ministrada nos cursos de graduação de Enfermagem e aquela supostamente adotada pelo serviço. Como consequência, os enfermeiros não conseguem implementar a SAE em sua prática, desvinculando mais uma vez a teoria da prática, comprometendo a qualidade de sua assistência. (MOSER, et al, 2018 , p. 999)

Na enfermagem, como vocabulário técnico-científico Sistematização é definida de uma forma ampla, como o ato de dispor elementos de forma racional e coordenada para funcionarem integralmente no atendimento às necessidades de enfermagem do cliente em todos os aspectos relacionados à saúde. Assim, o termo pode ser entendido como um método, aplicado tanto no manejo de aspectos administrativos, assistenciais, de ensino e de pesquisa em enfermagem. (MARIA, 2020) No Histórico de Enfermagem é possível realizar um levantamento dos problemas do paciente, sendo este o primeiro passo para o processo de enfermagem. É composto pelo exame físico e a entrevista. Deve estar atento para a comunicação não-verbal (tiques faciais, de membros ou ombros; tremores, sudorese, respiração, pulsação, tosse, movimentos oculares), aceitando sempre o paciente como ele é, tratando-o de forma individualizada e nunca generalizada. (CAMPEDELLI et al., 1989) Contribuir no entendimento da implementação da SAE no intuito de auxiliar na gerência dos servidores em um ambiente hospitalar. Apresentando ações efetivas para a aplicação da SAE.

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2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão narrativa da literatura. A busca ocorreu no período de agosto de 2019 a de abril 2020. Buscaram-se publicações na base de dados: BVS – Biblioteca Virtual em Saúde e Enfermagem ,COFEN (Conselho Federel de Enfermagem) ,LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica) e o SCIELO (Scientific Electronic Library Online )sobre a temática da implementação da sistematização da assistência de enfermagem no ambiente hospitalar publicados entre os anos de 2000 e 2020. Para a busca foram utilizados as seguintes palavras: “sistematização da assistência de enfermagem”, “importância e obstáculos dos profissionais de saúde”.

Foram encontrados 300 artigos, destes 283 foram excluídos da amostra por não abordarem especificadamente o tema em estudo. Os critérios de inclusão foram: ano de publicação, que abordassem a temática proposta. Os critérios de exclusão foram: estudos que não tinha relação com o objetivo do trabalho e que não estivessem na íntegra. Devido aos critérios de seleção, restaram quinze artigos, utilizados para análise e discussão dos dados. O recorte temporal deu-se no sentido de buscar as publicações mais recentes na área. A análise realizada foi a análise temática dos dados, que resultaram em duas categorias: Vantagens da SAE e Obstáculos da SAE.

QUADRO 1: DISTRIBUIÇÃO QUANTITATIVA DOS ARTIGOS.

ENCONTRADOS SELECIONADOS POR CRITERIOS USADOS NO ARTIGO BVS 182 28 04 COFEN 03 03 03 LILACS 85 07 04 MEDLINE 08 02 01 MINISTERIO DA SAÚDE 01 01 01 SCIELO 21 12 04 TOTAL 300 53 17 (Fonte: autoral) 3 REVISÃO DA LITERATURA

Existem diversos modos de sistematizar a assistência de enfermagem, entre os quais se podem citar os planos de cuidados, os protocolos, a padronização de procedimentos e o processo de

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enfermagem. Trata-se de diferentes formas de se desenvolver o cuidado, ou seja, diversos métodos podem ser utilizados para se solucionar uma situação real em um determinado tempo, a fim de alcançar resultados positivos para a saúde dos pacientes. Essas modalidades de agir não são excludentes e têm naturezas diferentes. (SOARES et al., 2015, p. 50)

De acordo com Teodoro (2015), é possível ressaltar que a aplicação da SAE requer tempo e qualidade, ou seja, um olhar holístico voltado ao cliente, priorizando dados dentro de uma investigação, realizando um levantamento de tudo que antecede possíveis causas que levem o cliente a necessitar de ajuda, acompanhado de um exame físico criterioso, para então desenvolver o plano de cuidados específico a cada indivíduo. Segundo Teodoro (2015) os gestores de hospitais ou de unidades de atendimento básico de saúde tem a preocupação de atender, se esquecendo de que cada cliente é único com situações específicas e individuais.

Utilizar teorias e métodos de Enfermagem ao campo de prática profissional remete à visibilidade da profissão e ao reconhecimento dos pares e de outros profissionais de saúde, descaracteriza o tecnicismo (rótulo empregado diversas vezes à Enfermagem) e a repetição de ações rotineiras, desencadeando uma prática equânime e segura ao profissional. (MOSER, et al, 2018, p. 1001)

O apoio da administração do hospital é essencial já que é ela que irá viabilizar os recursos necessários para implantação e manutenção da SAE, por isso é pertinente que sejam realizadas discussões nas instituições sobre seus aspectos e o real papel do enfermeiro. (MARIA; QUADROS; GRASSI, 2012, p. 299)

As questões associadas à segurança do paciente são um grave problema de saúde pública em todo mundo, uma vez que o risco e a ocorrência de eventos adversos/iatrogenias têm aumentado em todos os ambientes da saúde, fatos estes relacionados principalmente ao maior número de opções terapêuticas e diagnósticas. Observa-se ainda que, mesmo em instituições de saúde mais bem estruturadas, os pacientes e familiares estão em constante risco de serem vítimas de erros e/ou eventos adversos evitáveis. Desta forma, como recurso para a Sistematização da Assistência de Enfermagem, além da implantação do Processo de Enfermagem, se faz necessário a adoção de medidas sistematizadas, visando a prevenção dos riscos e a segurança dos usuários dos serviços de saúde. (SANTOS, et al, 2016, p. 40)

Silva et al. (2011 , p. 1982) nos diz que a aplicação da SAE envolve mais do que uma sequência de passos para serem seguidos, requerendo do profissional maior familiaridade dos diagnósticos de enfermagem e sensibilidade para adequar as necessidades do cliente às condições de trabalho, tornando-as menos simples do que sugere a teoria.

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O enfermeiro em âmbito hospitalar desenvolve inúmeras tarefas com alto grau de exigências e responsabilidades as quais dependendo da forma como estão sistematizadas e do seu conhecimento acerca das ferramentas gerenciais capaz de auxiliá-lo, podem prejudicar a qualidade da assistência prestada. (SOARES et al., 2015, p. 51)

Medeiros, Santos e Cabral (2013 , p. 48) destaca que as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros para implantação da SAE são o número reduzido de profissionais de enfermagem, a falta de credibilidade dos técnicos de enfermagem frente ao sistema e a sobrecarga de trabalho do enfermeiro justificando que a sobrecarga de trabalho do enfermeiro, associada ao número reduzido de profissionais de enfermagem nas instituições de saúde, tem interferido diretamente na aplicação do processo de enfermagem.

Porém, o cenário hospitalar, não raro, é precário em recursos físicos e humanos, necessários para a implementação da SAE os pacientes atendidos no pronto-socorro geralmente encontram-se bastante ansiosos e estressados devido a situação crítica de saúde e ao ambiente que culturalmente está associado a sentimentos de temor e morte, portanto, eles exigem uma maior atenção nos aspectos relacionados a interação e comunicação, necessitando que o profissional tenha empatia, sendo sensível ao sofrimento humano em relação a todo o contexto em que o paciente e sua família estão inseridos. A SAE neste ponto proporciona envolvimento dos profissionais em um atendimento individualizado, ou seja, a estruturação e aplicação de um plano de assistência orientado particularmente a cada paciente garante que suas peculiaridades sejam respeitadas, articulando os métodos terapêuticos às suas características próprias. (MARIA; QUADROS; GRASSI, 2012, p. 300) A uma inexistência de formulários da SAE mesmo onde eles existem, alguns enfermeiros negaram o manuseio deles, indicando uma assistência distanciada da fundamentação teórica. Os formulários são importantes porque padronizam os registros e respaldam legalmente as ações de enfermagem. As anotações devem conter termos técnicos, numa sequência lógica e objetiva, para que permita a continuidade do planejamento dos cuidados prestados. Mantê-los arquivados junto ao prontuário do cliente é útil para consulta de pesquisa e ensino, fonte de dados e para processos administrativos. (SILVA et al., 2011, p. 1384)

Observam-se dificuldades de relacionar a teoria à prática, quando se trata de SAE, pois se têm dificuldade de operacionalizá-la, por considerarem uma atividade teórica, que se encontra apenas no papel, muito distante da realidade. (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2013, p. 50)

A não utilização da SAE pelos profissionais deve-se ao distanciamento entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática, principalmente por não haver uma preocupação maior com a qualidade da assistência e sim com a demanda do serviço. (SILVA et al., 2011, p. 1384)

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Para uma efetiva implantação da SAE, é necessário comprometimento da gestão de enfermagem com a proposta, promovendo reuniões e elaborando um plano de ação, incluindo a sensibilização da equipe para a importância dessa metodologia. Devendo também promover um estudo aprofundado do tema com o envolvimento de toda a equipe, bem como construir coletivamente os meios para viabilizar a execução do processo. A SAE deve ser reconhecida por todos os profissionais de enfermagem como uma metodologia de trabalho que visa a promover um cuidado sistematizado ao cliente. (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2013, p. 51)

Enfermeiros realizam a SAE na prática cotidiana, mesmo sem compromisso com a metodologia, essa situação subsidie à falta de conhecimento teórico que refere ao processo de enfermagem ou mesmo ao funcionamento do processo em si. Entretanto a SAE representa aos profissionais de enfermagem, instituição e clientes um importante instrumento técnico-científico capaz de assegurar a qualidade e a continuidade da assistência de enfermagem e a contenção de custos, sendo uma garantia para fins legais, elaborada pelo enfermeiro ela permite a integralidade do cuidado humanizado e a valorização do enfermeiro sua equipe. (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2013, p. 52)

Em art. 6° da resolução do Cofen n° 543/2017 é fornecido pelo enfermeiro o registro diário da(s):- ausências ao serviço de profissionais de enfermagem; presença de crianças menores de 06 (seis) anos e de clientes crônicos, com mais de 60 (sessenta) anos, sem acompanhantes; e classificação dos clientes segundo o SCP, para subsidiar a composição do quadro de enfermagem para as unidades assistenciais. Disposto em art° dessa mesma resolução que dá garantia a autonomia do enfermeiro nas unidades assistenciais, para dimensionar e gerenciar o quadro de profissionais de enfermagem, descritos nos incisos a seguir.

§ 1º – O responsável técnico de enfermagem da instituição de saúde deve gerenciar os indicadores de performance do pessoal de enfermagem.

§ 2º – Os indicadores de performance devem ter como base a infraestrutura institucional e os dados nacionais e internacionais obtidos por “benchmarking”.

§ 3º – Os índices máximo e mínimo de performance devem ser de domínio público.

Art. 8º – O responsável técnico de enfermagem deve dispor de 3 a 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem para cobertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e participação de programas de educação continuada.

Com a utilização da SAE, há uma melhora significativa da qualidade da assistência, a profissão ganha cientificidade, além de garantir vantagens, como promoção da integração entre a equipe de enfermagem e demais membros da equipa de saúde, pacientes e familiares. Entretanto, ainda a falta

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de consciencialização para o fortalecimento da implementação da SAE, pois são poucas as instituições que fazem uso dessa metodologia. (COSTA; SILVA, 2018, p. 144)

Acredita-se na importância da educação permanente nos serviços de saúde, tendo em vista que vários profissionais, ao adentrarem o mercado de trabalho, sobrecarregados em cargas horárias abusivas, acabam distanciando-se do processo contínuo de formação profissional. A educação permanente torna-se também espaço oportuno para a tomada/retomada de assuntos inerentes à prática profissional, porém sem espaço para discussões por parte dos profissionais que os utilizam como ferramentas de trabalho. O processo de Enfermagem acontece sob a direção do enfermeiro, porém toda equipe de Enfermagem deve estar envolvida para que seu resultado seja positivo; logo, atina-se para a necessidade de capacitação e estímulo aos técnicos e auxiliares na efetivação de todo o processo. (MOSER et al, 2018, p. 1003)

O art. 8° da resolução do Cofen n° 543/2017 diz que o responsável técnico de enfermagem deve dispor de 3 a 5% do quadro geral de profissionais de enfermagem para cobertura de situações relacionadas à rotatividade de pessoal e participação de programas de educação continuada.

Parágrafo único – O quantitativo de Enfermeiros para o exercício de atividades gerenciais, educação continuada e comissões permanentes, deverá ser dimensionado de acordo com a estrutura da organização/empresa.

Os enfermeiros alinham a realização da sistematização como uma etapa do processo de trabalho que envolve apenas o preenchimento da ferramenta no prontuário do paciente. O método constitui-se em um processo mental que envolve o pensar, investigar, planejar e propor ações, sendo que o registro dessa ação é o que evidencia a sua aplicabilidade e importância na prática, e nota-se que a SAE ocorre, porém, de forma fragmentada e apenas como forma de processo mental.Alinhado à forma de trabalho do setor e às tecnologias e ferramentas à disposição pelos enfermeiros, os enfermeiros avaliam de forma positiva o uso de ferramentas informatizadas visando a SAE. (CORDEIRO et al., 2019, p. 33) Existe um programa dentro da SAE que os enfermeiros reconhecem como ferramenta importante, chamado PEP (Prontuario Eletronico do Paciente ), ele apresenta dificuldades pela necessidade de otimizar o tempo, devido à alta rotatividade de pacientes e acúmulo de tarefas, falta de informações sobre o paciente, mudança das necessidades do paciente de forma rápida, falta de recursos humanos e materiais, o que acarreta na falta de registro no PEP. Há uma necessidade de adequação do PEP, para que se tenha maior praticidade na realização dos registros, sendo ele uma ferramenta que contribui para a SAE no setor de emergência e permite que as informações registradas sejam facilmente acessadas a qualquer momento. No entanto, o processo de trabalho e o perfil dos pacientes atendidos configuram-se como obstáculos para a consolidação da SAE nesse setor.

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Considera-se como limitação do estudo o fato de que a amostra se restringiu aos enfermeiros, não abrangendo toda a equipe de enfermagem que é parte fundamental da SAE. (CORDEIRO et al., 2019, p. 35)

Ao se tratar do conhecimento dos profissionais acerca da legislação que rege a SAE, existe um maior percentual de acertos. Dessa forma, infere-se que houve entendimento sobre o que define a legislação que regulamenta o exercício da profissão, bem como a obrigatoriedade da SAE em estabelecimentos que utilizem o cuidado profissional de enfermagem. Embora seja obrigatória, a SAE ainda é subutilizada. Este estudo foi relevante visto que o conhecimento da equipe de enfermagem sobre a SAE interfere diretamente na assistência integralizada e individualizada ao paciente, além disso, uma assistência sem embasamento teórico científico sólido e sem conscientização coletiva da sua importância torna o cuidado mecanizado e voltado apenas para o cumprimento de obrigações como empregado. (MOLA et al., 2019 , p. 888)

É apresentado sob Prescrição de Enfermagem foi apresentada na Resolução 272(4:2) como “o conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua…” e Evolução de Enfermagem como o registro feito pelo enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente, onde constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes. Pela minha avaliação, ambas as definições eram pertinentes para a época e centradas nos pontos principais: medidas e avaliação dos resultados dos cuidados prescritos pelo enfermeiro. Porém, não vejo a evolução limitada a 24 horas subsequentes, o que é válido apenas para pacientes institucionalizados e instáveis. Pacientes crônicos, acompanhados em consultas de enfermagem e em visitas domiciliares podem ter a evolução estabelecida em prazos diferentes. (MARIA, 2020)

A resolução - RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013 estabelece em art. 2° que se aplica aos serviços de saúde, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.

Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta Resolução os consultórios individualizados, laboratórios clínicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar.

Em art. 4º A direção do serviço de saúde deve constituir o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e nomear a sua composição, conferindo aos membros autoridade, responsabilidade e poder para executar as ações do Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. E explicita no art. 6º que o NSP deve adotar os seguintes princípios e diretrizes:

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I - A melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde; II - A disseminação sistemática da cultura de segurança;

III - A articulação e a integração dos processos de gestão de risco; IV - A garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.

Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer estratégias e ações de gestão de risco, conforme as atividades desenvolvidas pelo serviço de saúde para:

I - identificação, análise, avaliação, monitoramento e comunicação dos riscos no serviço de saúde, de forma sistemática;

II - integrar os diferentes processos de gestão de risco desenvolvidos nos serviços de saúde; III - implementação de protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saude;

IV - identificação do paciente; V - higiene das mãos;

VI - segurança cirúrgica;

VII - segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos;

VIII - segurança na prescrição, uso e administração de sangue e hemocomponentes; IX - segurança no uso de equipamentos e materiais;

X - manter registro adequado do uso de órteses e próteses quando este procedimento for realizado;

XI - prevenção de quedas dos pacientes; XII - prevenção de úlceras por pressão;

XIII - prevenção e controle de eventos adversos em serviços de saúde, incluindo as infecções relacionadas à assistência à saúde;

XIV- segurança nas terapias nutricionais enteral e parenteral;

XV - comunicação efetiva entre profissionais do serviço de saúde e entre serviços de saúde; XVI - estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência prestada.

XVII - promoção do ambiente seguro

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem envolve mais do que uma sequência de passos para serem seguidos, requerendo familiaridade dos diagnósticos de enfermagem e sensibilidade para adequar as necessidades do cliente às condições de trabalho o cuidado com o paciente e com os familiares.

Destaca-se que a não aplicação da SAE a grande maioria das vezes se dá por falta da adesão dos profissionais, refletindo diretamente no déficit da assistência e comprometendo a segurança dos pacientes assistidos.

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Para uma implantação da SAE, é necessário comprometimento da gestão de enfermagem com propostas, promovendo reuniões e elaborando um plano de ação, incluindo a sensibilização da equipe para a importância dessa metodologia, para sua segurança e para a do paciente.

REFERÊNCIAS

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CAMPEDELLI, Maria Coeli (Org.). Processo de enfermagem na prática. São Paulo: Ática, 1989. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução no 358, de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem. Rio de Janeiro: COFEN; 2009.

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Referências

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