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De Semióforos, Motivo Edênico e Educação Ambiental

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Academic year: 2020

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DE S EMIÓFOROS, MOTIVO ED ÊNICO E EDUCAÇÂO AMB IENTAL

Maria Luc ia de A morim Soares1

RES UMO: O propósito deste artigo é o de considerar a natureza, categoria de análise na

Educação Ambiental, co mo u m semióforo, conectando -o ao motivo edênico que habita o imaginário social brasile iro. Orienta-se, també m, para a descrição dos modos como o setor empresaria l, fa z uso da natureza enquanto mercadoria, ao mes mo tempo que na escola a atenção dos alunos e dos professores, está centrada no objeto – a natureza, e não no próprio ato do pens amento. A e mpiria , teve co mo senda os anúncios de venda da natureza, e m jo rnais, rev istas e folders, somados às notícias sobre inve stimentos internacionais no Brasil para a compra de propriedades. Dentro de uma sociedade desigual cultural e economica mente co mo a brasileira, interpretar as signific ações do contexto sócio-histórico contribui para a leitura de situações concretas. A idéia é a de que, para dar conta da realidade, a Educação Ambiental e xige u m con junto de estratégias que superem o jogo do capital no processo de globalização e xc ludente. Se isso for possível é o que se quer.

PALAVRAS CHAVES: Se mióforos; Motivo edênico; Educação ambiental.

ABSTRACT: The proposal of this article is the nature consideration, category of analysis

on the Environ mental Education, as a semiophorus, connecting it to the edenic mot ive which dwe lls the Bra zilian social imagina ry. It orients, also, to the description of the ways like the business sector, ma kes use of the nature as a product, at the same time that in the school the attention of the students and of the teachers, it is centered in the object “the nature”, and not at the very act of thinking. The empiric, has as a path announces of selling of the nature, and journals, maga zines and folders, adding to the news about international investments in Bra zil to the purchasing properties. Inside of a not balanced cultural and economica lly society such as the Brazilian, to interpret the social-h istoric context mean ings contributes to the concrete situations lecture. The idea is, to manage the reality, the Environ mental Education de mands many strategies which can hold the game of the capital on the e xclud ing globalizat ion process. If this is poss ible so this is what is wanted.

KEY WORDS: Se miophorus; Edenic motive; Env iron mental education.

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Professora do Programa de Mestrado em Educação da Uniso; Integrante do Comitê de Ética da Uniso. Email:

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1 Advertênci a

Este texto pode ser lido a partir de qualquer platô - zona de intensidade

vibrando sobre ela mesma – no caminho de Deleuze e Guattari. Este é um texto que

aspira à elaboração de um “pensamento nômade” – máquina de guerra, totalmente

diferente dos exércitos estatais, procedendo por capturas pouco pacíficas; conectando

energias habitualmente soltas; desterritorializando velhas intens idades e fazendo

“rizoma”:

Existem linhas que não podem ser resumidas em trajetórias de um ponto e que fogem da estrutura, linhas de fuga, devires, sem futuro nem passado, sem memória, que resistem à máquina binária, devir – mulher que nem é homem nem é mulher, devir – animal que nem é bicho nem homem. Evoluções não paralelas, que não procedem por diferenci ações, mas que pulam de uma linha para outra, entre seres totalmente heterogêneos ; fissuras, rupturas imperceptíveis, que quebram as linhas, mesmo se retomam em outro lugar, pulando por cima dos cortes significantes ... é tudo isso o rizoma. (1995, p.34).

2 De semi ofor os

Se me iophoros é uma palavra grega composta de duas outras palavras: semeion – “sinal” ou “signo”, e phoros – “trazer para a frente”, “expor”. Apanhando Pomian (Entre I’invisible et le v isible, Libre, n.3, 1987) Marilena Chauí em “ Brasil – Mito fundador e sociedade autoritária” (2000), indica a Nação como Se mióforo – Matriz, aquele que será o lugar e o guardião dos semióforos públicos. Por me io da intelligentsia, da escola, da biblioteca, do museu, do arquivo de documentos raros, do patrimôn io histórico e geográfico e dos monumentos celebratórios, o poder político faz da Nação o sujeito produtor de semiófo ros nacionais, e ao mesmo tempo, o objeto do culto integrador da sociedade una e indivisa. Diz Chauí:

Um se meion é u m sinal d istintivo que diferencia u ma coisa de outra, mas é també m um rastro ou vestígio deixado por a lgum anima l ou por a lguém. Signos indicativos de acontecimentos naturais – como as constelações, indicadores das estações do ano - , sinais gravados para o reconhecimento de alguém – co mo os desenhos num escudo, as pinturas num navio, os estandartes -, presságios e agouros são também se meion. E pertence à fa mília dessa palavra todo sistema de sinais convencionados, como os que se faze m e m assembléias, para abri-las ou fechá-las ou para anunciar u ma deliberação. Inic ialmente, u m s eme iophoros era a tabuleta na estrada indicando o caminho; quando colocada à frente de um edifíc io, indicava u ma função. Era ta mbé m o estandarte carregado pelos exé rcitos, para indicar sua proveniência e orientar seus soldados durante a batalha. Co mo semá foro, era u m sistema de sinais para

comunicação entre navios e deles com a terra. Co mo algo precursor, fecundo ou carregado de presságios, o semiófo ro era a co municação co m o invisível, u m signo vindo do passado ou dos céus, carregando uma significação co m conseqüências presentes e futuras para os homens. Co m esse sentido, um se mióforo é u m signo trazido à frente ou empunhado para indicar

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algo que significa alguma outra coisa e cujo valor não é medido por sua materialidade e sim por sua força simbólica : u ma simples pedra, se for o loca l onde um deus apareceu, ou um simp les tecido de lã, se for o abrigo usado, um dia, por um heró i, possuem um valor incalculável, não como pedra ou como um pedaço de pano, mas como lugar sagrado ou relíquia heróica. Um semióforo é fecundo porque dele não cessam de brotar efe itos de significação. (2000, p.11-12).

Na e xposição à visibilidade é que os semióforos realiza m sua significação e sua existência. Seu lugar é público: te mplos, museus, bibliotecas, teatros, cinemas, ca mpos esport ivos, praças e jardins, lugares santos como montanhas, rios, lagos, cidades, em resumo, loca is onde a sociedade poss a comunicar-se celebrando algo co mu m e que conserva o sentimento de comunhão e de unid ade.

Um objeto, um acontecimento, um anima l, u ma pessoa, uma instituição é um semióforo. A celebração de um semióforo pode acontecer por me io de cultos, peregrinações representações de feitos heróicos, passeatas, desfiles, monu mentos, uma vez que o semióforo é capaz de relac ionar o v isível e o invisível no espaço e no tempo: o invisível pode ser o sagrado – um espaço além de todo espaço, ou o passado ou o futuro distantes – um te mpo sem te mpo.

Entretanto, Max Weber, no início do século passado, já expressava a condição de estarmos vivendo um “ mundo desencantado”, mundo onde mistérios, ma ravilhas, prodígios tornaram-se intelig íveis pelo conhecimento científico e regidos pela rac ionalidade por me io da lógica de me rcado. A célebre e xpressão weberiana induz-nos a dizer que , no modo de produção capitalista, não pode haver semióforos, pois, no capitalis mo, tudo é mercadoria , não tendo como ser retirado do circu ito da circ u lação mercantil. Mas, “a suposição da impossibilidade de semióforos na sociedade capitalista só surgiu po rque havíamos deixado na sombra um outro aspecto decisivo dos semióforos, ou seja, que são signos de poder e prestígio” (Chauí, 2000, p.13), v isto serem, também, posse e propriedade daqueles que detêm o poder para produzir e conservar um sistema de crenças ou um sistemas de inst ituições que lhes permite dominar o meio social. Chefias religiosas, detentoras do saber sobre o s agrado, e chefias político-militares, detentoras do saber sobre o profano, são os detentores inicia is dos semióforos. Agora, a aquisição de semióforos passa a ter uma nova determinação – a de seu valor por seu preço em d inheiro.

Os semióforos relig iosos são particulares à cada crença, os semióforos da riqueza – os do poder econômico, são propriedade privada e os semióforos político -militares, constituintes do patrimôn io histórico-geográfico, são nacionais. O semióforo fundamental, aquele que será o guardião e o lugar dos outros semióforos públicos é a nação, construído pelo poder político por me io da intelligen tsia (ou de seus intelectuais orgânicos), da biblioteca, do museu, do arquivo de documentos raros, do patrimônio histórico e geográfico, dos monumentos celebratórios e da escola.

Na escola, o motivo edênico que habita o imaginário social brasileiro desde os primórdios da presença européia – a visão do país como natureza paradisíaca da terra, cristaliza -se: o rio Ama zonas é o ma ior rio do mundo; a floresta amazônica é a maio r floresta tropical do planeta; somos um país continental cortado pela linha do Equador e pelo trópico de Capricórnio donde provém contrastes regionais cuja riqueza natural e cultural é inigualável; nossa terra desconhece ciclones, furacões, vulcões, desertos, nevascas, terremotos; aqui “em plantando, tudo dá”. O próprio Hino Nac ional é edênico. Tome mos a primeira estrofe por exe mplo: o brado retu mbante do povo heróico é invenção. Quem bradou foi D. Pedro e o ouvinte do brado foi a natureza, fora m as margens do Ipiranga: a referênc ia à liberdade, uma conquista humana, fe ita logo a seguir, aparece via metáfora natural – a liberdade é o sol cujos raios

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brilham no céu. Mais à frente, surgem de novo o céu risonho e límpido e o gigante belo, impávido, colosso – colosso pela natureza. A grandeza do futuro é garantida pelo gigantismo natural, o país está deitado em berço esplêndido, ilu minado ao sol do novo mundo, nossas terras têm palme iras, e o símbo lo de amor eterno é o Cru zeiro do Sul, que aparece duas vezes no hino.

Uma pesquisa nacional feita em 1996 pelo Instituto Vo x Populi e outra pelo Centro de Pesqu isa e Documentação de História Conte mporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Va rgas, indagaram se os entrevistados sentiam orgulho de ser brasile iros e quais os motivos para o orgulho. Enquanto 60% responderam a firmat iva mente, somente 5% diss eram sentir vergonha do país. Esses dados indica m u ma taxa de orgulho que se coloca entre as mais altas do mundo. Segundo dados do Word Value Survey para 1990, apenas os Estados Unidos e a Irlanda registram percentagem de “ mu ito orgulho” bem acima da brasileira. Ta xa co mparáveis são as do Canadá, México e África do Sul. Muito abaixo estão as da Holanda, Ale manha e Japão.

Quanto aos motivos de orgulho, foram enumerado s, em ordem decrescente: a

natureza (35%), o caráter do povo (16%), as características do país (13%),

esportes/músicas/carnaval (9%). No item “natureza”, alguns exemplos de respostas:

natureza maravilhosa, paisagem, terra maravilhosa, terra santa, Amazônia, florestas,

montanhas, pantanal, cachoeiras, orla marítima, o verde, o sol, ar puro, a fauna, a flora,

aspecto geográfico, beleza física, beleza geográfica, b eleza natural, beleza das praias do

Nordeste, país mais bonito do mundo, país abençoado, fertilidade do solo, terra rica,

país mais rico do mundo, riquezas minerais, país continental, grandeza do país, clima

tropical, clima bom, não ter terremoto, furacão, tufão, beleza do povo, as mulheres

bonitas (corpo é natureza).

“Caráter do povo” inclui traços de personalidade do brasileiro considerados positivos. Exe mp los: povo solidário, trabalhador, unido, esforçado, cordial, artístico, hospitaleiro, bo m, alegre, pacífico, ordeiro, simples, acolhedor, amigo, a moroso, carinhoso, capaz, honesto, humanitário, religioso, inteligente, livre , festivo, feliz, Getúlio Va rgas, Airton Senna, Juscelino Kubitschek, Xu xa, etc.

“Características do país” incluem conquistas humanas. Exemplos: ausência de discriminação racia l, de terroris mo, de conflitos, de pena de morte, paz, liberdade de opinião, de expressão, de religião, democrac ia, progresso, campanha da fome , o Plano Real, etc.

Na escola, o motivo edênico que hábita o imaginário social brasileiro cristaliza -se nas aulas de Geografia , disciplina que comanda com a Bio logia , no Ensino Médio, e Ciênc ias, no Ensino Fundamental, a Educação Ambiental. O Brasil é :

“um Do m de Deus e da Natureza”;

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é um pa ís sem preconceitos (é raro o e mprego da exp ressão ma is sofisticada “democracia racial”), desconhecendo discriminação de raça e de credo, e praticando a mestiçage m co mo padrão fort ificador da raça;

é um país acolhedor para todos os que nele desejam t rabalhar e, aqui, só não melhora e só não progride quem não trabalha, não havendo por isso discriminação de classe e sim repúdio da vagabundagem, que, como se sabe, é a mãe da delinqüência e da violência;

é um “país dos contrastes” regionais, destinado por isso a pluralidade econômic a e cultural. Essa crenç a se completa com a suposição de que o que ainda falta ao país é a modernização – isto é, uma economia avançada, com tecnologia de ponta e moeda forte, com a qual sentar-se-á à mesa dos donos do mundo. (Chauí, 2000, p. 8).

A contradiç ão passa des apercebida, apesar de vis ível: existência de crianças de rua, chacinas dessas crianças, desperdício de terras não cultivadas, massacres dos sem -terra, existência de favelas, grande número de desempregados ao mesmo tempo, afirmando que temos orgulho de ser brasileiros porque somos um povo pacífico, ordeiro e inimigo da vi olência. Reigota informa, indagando:

Uno de los grandes retos que enfrenta la EA brasileña es cómo vincular-se com su compromisso político inherente, la competencia técnica para abordar una problemática cada vez más compleja:

¿ Como podrá el maestro de Iperó, en el interior de São Paulo, discutir com sus alumnos y alumnas, de maneira crítica e competente, aspectos relacionados con el enriquecimiento de uranio para fines bélicos realizado en las inmediaciones de su escuela?

¿ Como podrá una maestra de Erechin, en Rio Grande del Sur, discutir com sus alumnos y alumnas, hijos e hijas de agricultores, las consecuencias negativas de la soya transgénica, si diariamente los agrónomos de las poderosas industrias claman su beneficio, seduciondo mentes y corazones?

Una maestra de una escuela del interior de Amapá, ¿ cómo podrá abordar com sus alumnos y alumnas, que viven en los márgenes de los ríos, la necesidad de preservar la selva amazônica y las relaciones geoestratégicas con los países vecimos y con la poderosa Francia?” (2000, p.24).

Na escola, o motivo hedênico que habit a o imaginário social brasileiro cristaliza -se nas aulas que trat am da Educação Ambiental através de um semióforo: a natureza. A natureza faz parte do mito fundador - da E ducação Ambiental - mito enquanto represent ação homogênea e forte e que permite crer na identidade da “coisa”. Assim, dentre os conceitos cient íficos que são elaborados no processo de escolarização, o de naturez a é o que está mais presente na prática pedagógica dos educadores pelo fat o de que, ao remeter para a compreens ão do contexto Socio-Ambiental, o mundo da primeira natureza – o mundo natural surge explicitamente, especialmente na vertente ecológic a preservacionista-romântica.

Porto Gonçalves, ao abordar a relação entre o homem e a natureza, pode-se inferir que natureza é um conc eito que traz embutido em si formulações de um grupo social em um período historicamente determinado. Toda sociedade, toda cultura cria, inventa, institui uma determinada idéia do que seja natureza. Nesse sentido, o conceit o de natureza não é nat ural, sendo na verdade criado e instituído pelos homens. Constitue um dos pilares através do qual os homens erguem as suas rel ações sociais, sua produção material e espiritual, enfim, a sua

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cultura. (1990, p. 21). Em u m estudo de caso com 35 alunos, cujas idades variam de 11 à 13 anos, ao analisar sua própria prática a do professor no processo ensino -aprendizagem na construção do conceito de natureza, Ta ma io categoriza as concepções apresentadas pelas crianças, mas que estão presentes no fazer Educação Amb iental de muitos educadores.

Romântica – Elabora u ma visão de supernatureza, mãe -natureza. Aponta a grandiosidade da

natureza, sempre harmônica, enaltecida, maravilhosa, com equilíbrio e bele za estética, a lgo belo e ético. O home m não está inserido neste processo. Dentro desta concepção está embut ida u ma visão dualística (ho me m x natureza ).

Utilitarista – Esta postura, també m dualística, interpreta a natureza co mo fornecedora de vida ao

home m, entendendo-a como fonte de recursos para o home m, enfim, u ma le itura antrop ocêntrica. Segundo Carvalho (1994), esta concepção foi construída a partir do século XVIII, co m o advento da Revolução Industrial e a sociedade capitalista, no seio da qual o conhecimento não tem ma is o sentido de reconciliação do ho me m co m o mundo, como pregava a Igreja M ed ieval, mas sim co mo um meio de controle da nature za, que te m que funcionar co mo u ma e spécie de “ máquina

perfeita”, já que não pode falhar no fornec imento da enorme quantidade de mercadorias e matérias-primas para o home m.

Científic a – A natureza é abordada como u ma máquina inteligente e infa líve l, dotada de um

conjunto de instrumentos essenciais e efic ientes como a chuva, o sol, filt ros antipoluentes, umidade, evaporação, oxigenação e preservação. Quando o seu funcionamento preciso é agredido pelo home m, e la responde às agressões. Estes conceitos podem estar relac ionados com o estudo das disciplinas de Ciências e/ ou Geografia.

Ge neralizante – Define a natureza de u ma fo rma mu ito a mpla , vaga e abstrata: “tudo” é natureza. Natur alista – Apresenta uma tendência pragmática de encarar a nature za. Ela é tudo que não

sofreu ação de transformação pelo ho me m, tais co mo as matas, bichos, os alimentos entre outros. Diferente mente da ro mântica, não apregoa o enaltecimento da natureza.

Sócio-ambiental – Desenvolve um abordagem histórica-cultura l. Essa leitura apresenta o homem

e a paisagem construída como e le mentos constitutivos da natureza. Postula uma co mpreensão de que o home m apropria -se da natureza e que o resultado dessa ação foi gerado e construído no processo histórico. Re integra o home m à natureza . Muitas vezes o home m surge como u m destruidor e responsálvel pela degradação a mbiental. (2000, p. 43-46).

Da natureza e seus componentes, enquanto semióforo, apodera -se o setor imobiliário oferecendo via jornais, revistas e folders o espaço verde; o equilíbrio entre o habit ante e o habitat; a liberdade de uma casa a 5 minutos do Parque Villa-Lobos; a vista panorâmica da região do empreendiment o a poucos minutos do Parque do Ibirapuera; a melhor relação de área verde por habitante; o equilíbrio urbano na Nova Manhattan; as mais belas árvores por fora e a melhor planta por dentro, entre muitas outras ofertas. Todo esse estoque somado à localização nobre e privilegiada, num end ereço cheio de

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charme e qualidade de vida; som ados ainda ao conforto, tranqüilidade, segurança, clube privativo, bosque com pista de cooper e estaçõ es de ginástica, rampa de skate, quadra poliesportiva, playground, fitness, chill-care, campo de futebol society, saunas, piscinas adulto e infantil, varanda com churrasqueira e forno de pizza, ofurô, salão de festas, home theater, dormitórios (2,3,4) com suítes, closets, vagas de garagem (2,3,4) e infra-estrutura para ar condicionado.

O setor imobiliário, oferecendo para escolha de compra para moradia, na cidade de São Paulo, apenas nos quinze dias iniciais do mês de fevereiro, t em a Mansão Bougainville, a Mansão Flamboyant, a Maison São Francisco, o edifício Laranjeiras, o edifício Amarilis, o Edifício Grand Phoenix, a Ville Belle Epoque, o Villagio Paradiso, o Jardin des Tuilleries, os Jardins des Arbres, o Mandarin (primeiro Home Design do país, com in fluência oriental já que a área de lazer possui caminhos de pedra, gazebo de massagens, lago de carpas e espaço para yoga e meditação). Por fim, “um projeto feito pela própria natureza” - a Fazenda Campo Verde, onde “ a natureza aparece em sua mais bela versão: ao vivo e em cores”. No Doppio Spazio no Villagio Panamby, o diferente, o inédito, o inusit ado, o surpreendente, o exclusivo, o charmos o.

Os croquis de localização dessas torres, como são chamadas pós -modernamente, destacam a existência, nas proximidades, de colégios particulares, clubes de elite, parques, shoppings, super e hipermercados, bancos particulares, lanchonetes (Mc Donald’s).

Mesmo com o “risco Brasil”, que assusta os investidores estrangeiros, o

mercado imobiliário brasileiro esta atraindo capitais. Acaba de captar 170 milhões de

dólares para investimento no país através do Grupo Ouroinvest, por meio de suas

controladas Brazilian Mortgames e Brazilian Capital, num acordo de joint venture com

a canadense CDP Capital que, por sua vez, é controlada pelo maior fundo de pensão do

Canadá – o Caisse du Dépôt et Placement du Québec; através do Interamerican

Investment Corporation, órgão de financiamento ao setor privado do Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID); através da New America International, que

já criou um fundo para “grandes fortunas” – a NAI Commercial Properties e já captou

80 milhões com quatro grandes investidores: um diretor de Hollywood, um príncipe

árabe, um político americano e um acionista de uma grande rede de distribuição

americana.

Do exposto, pode-se inferir que o setor imobiliário internacional e nacional, sabe

o que é natureza, natureza brasileira e globalização. Enquanto mercadoria, a própria

natureza é um todo que engole na virulência da sociedade de consumo, posturas e

valores em relação à sua compreensão.

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Referências

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