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Composição bromatológica do Sorgo CV. SS-318 em monocultivo e em consórcio com soja, em dois espaçamentos/ Bromatological composition of Sorghum CV. SS-318 in monoculture and in consortium with soya, in two spaces

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75852-75862 ,oct. 2020. ISSN 2525-8761

Composição bromatológica do Sorgo CV. SS-318 em monocultivo e em

consórcio com soja, em dois espaçamentos

Bromatological composition of Sorghum CV. SS-318 in monoculture and in

consortium with soya, in two spaces

DOI:10.34117/bjdv6n10-129

Recebimento dos originais:08/09/2020 Aceitação para publicação:07/10/2020

Andressa Santana Costa

Graduação em Zootecnia Universidade Federal do Oeste do Pará Endereço:Av. Cristo Rei, 83B, Santarém – Pará

E-mail:kika.andressa@gmail.com

Caroline Pimentel Maia

Mestre em Biociências

Universidade Federal do Oeste do Pará

Endereço:Av. Tropical n. 1083, Santana, CEP 68010420, Santarém – Pará E-mail:carolinepimentelmaia@hotmail.com

Daniel Parente Barbosa

Mestrando em Ciência Animal Universidade Federal do Amazonas

Endereço:Avenida Marechal Rondon, 2446 C, Santarém-PA E-mail:danielparente.zootecnia@gmail.com

Andréa Krystina Vinente Guimarães

Doutora em Zootecnia

Universidade Federal do Oeste do Pará Endereço:R. Vera Paz, s/n, Salé, Santarém – Pará

E-mail:andreavinente@gmail.com

Milâne Lima Pontes

Graduação em Gestão de Agronegócios Universidade Federal do Oeste do Pará

Endereço:Rua Conceição Barreto, n. 44, bairro conquista, cep 68035-830 Santarém – Pará

E-mail:enalimpontts@gmail.com

RESUMO

Objetivou-se avaliar a composição bromatológica do sorgo CV SS-318 em monocultivo e em consorcio com soja, nos espaçamentos de 0,5 e 1,0 metros. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x2, (2 sistemas de cultivo e 2 espaçamentos entre fileiras), com 4 repetições cada. Após as amostras serem moídas, as partes foram misturadas para serem realizadas as análises bromatológicas, formando uma amostra composta das

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partes da planta (folha+colmo+panícula) (uma vez que a silagem de sorgo é feita através do corte da planta inteira), para posteriores análises do conteúdo de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO), extrato etéreo (EE) e fibra em detergente ácido (FDA). Os conteúdos de carboidratos não-fibrosos (CNF) foram calculados pela fórmula CNF = 100 - (%PB + %FDN + %EE + %Cinzas). Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o Sistema de Análises de Variância e, na presença de significância as médias foram comparadas pelo teste T (p<0,05). As plantas cultivadas no espaçamento de 0,5m apresentaram redução de FDN e elevação nos teores de CNF e CNFD deixando o sorgo mais energético. As plantas que foram cultivadas em consórcio, apresentaram elevação nos teores de MS da folha, CT, CNF e CNFD e redução no teor de FDN, já a MS do colmo apresentaram teores maiores para o monocultivo. Quando analisada a interação cultivo vs espaçamento, apenas a MS dos grãos sofreram influencia para o espaçamento, apresentando teores maiores para o espaçamento de 0,5 m, porem as variáveis FDN, MM, CNF e CNFD obtiveram resultados melhorados quando cultivadas em consorcio.

Palavras-Chave: Espaçamento, nutrição, matéria seca. ABSTRACT

The objective was to evaluate the bromatological composition of CV SS-318 sorghum in

monoculture and intercropped with soybean, in the spacing of 0.5 and 1.0 meters. The experiment was carried out in a completely randomized design, in a 2x2 factorial scheme (2 cultivation systems and 2 spacing between rows), with 4 replicates each. After the samples were ground, the parts were mixed to perform the bromatological analyzes, forming a sample composed of the parts of the plant (leaf + stem + panicle) (since the sorghum silage is done by cutting the entire plant), for further analysis of the content of dry matter (DM), crude protein (PB), organic matter (MO), ether extract (EE) and acid detergent fiber (FDA). The contents of non-fibrous carbohydrates (CNF) were calculated using the formula CNF = 100 - (% PB +% NDF +% EE +% Ash). The data were subjected to analysis of variance using the Analysis of Variance System and, in the presence of significance, the means were compared using the T test (p <0.05). Plants grown at 0.5m spacing showed a reduction in NDF and an increase in CNF and CNFD levels, making sorghum more energetic. Plants that were cultivated in consortium showed an increase in the levels of leaf MS, CT, CNF and CNFD and a reduction in the content of NDF, the MS of the stem showed higher levels for the monoculture. When the crop vs. spacing interaction was analyzed, only the DM of the grains were influenced by the spacing, presenting higher contents for the spacing of 0.5 m, but the variables NDF, MM, CNF and CNFD obtained improved results when cultivated in intercropping.

Keywords: Spacing, nutrition, dry matter.

1 INTRODUÇÃO

O Sorghum bicolor (L.) Moench pertence a família Poaceae, é uma gramínea de clima tropical, não tolera baixas temperaturas, sendo seu cultivo indicado em regiões com temperatura media superior a 20ºC, tolera ao déficit hídrico, solos encharcados e a baixa fertilidade dos solos (BUSO et al. 2011).

Possui ótimas características para o processo de ensilagem, além de facilidade de plantio seu porte facilita na hora da colheita, pois aceita bem os maquinários necessários para tal finalidade, seu

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alto teor nutritivo junto com a alta concentração de carboidratos solúveis que são essenciais para uma boa fermentação lática e seus altos rendimentos de massa seca por unidade de área (NEUMANN et al. 2002), e a cv. SS318 é um hibrido que tem como finalidade a silagem com menor custo e maior valor energético.

Santos et al. (2009), em pesquisa envolvendo consórcio entre sorgo com soja na entrelinha, observaram maiores rendimentos forrageiros e melhor qualidade nutricional do consórcio em relação ao monocultivo.

Alcantara et al. (2011), também observou maiores rendimentos quanto ao consórcio do sorgo com a soja onde mostrou maior rendimento de massa verde, matéria seca e proteína bruta, comparado ao monocultivo de sorgo, o que só agrega mais valor e qualidade a cultura que já tem boas qualidades.

O aumento da produtividade e a qualidade do produto é o que se espera em uma cultura, e o consórcio é melhor aplicado quando realizado com leguminosas, pois as mesmas fixam o nitrogênio no solo melhorando a qualidade tanto do solo quanto da cultivar consorciada.

Sabe-se que o espaçamento e a densidade no cultivo de culturas influenciam diretamente no rendimento e qualidade da produção, segundo Albuquerque et al. (2011), trabalhos considerando a produção e a qualidade de forragem do sorgo em diferentes espaçamentos e densidades de semeadura são escassos.

Desta forma objetivou-se com este trabalho avaliar a composição bromatologica do sorgo CV SS-318 em monocultivo e em consorcio com soja, nos espaçamentos de 0,5 e 1,0 metros.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido, na fazenda experimental da UFOPA, localizada no km 37 da Rodovia Curuá-Una, município de Santarém Pará, no período de abril a julho de 2016, em solo classificado como Latossolo Amarelo Podzólico cujas características foram às seguintes: pH em água 5,7; Al : 0,00 cmolc.dm-3; Mg: 1,08 cmolc.dm-3 ; P = 33,7 cmolc.dm-3; K: 39,2 mg.dm-3 ; Ca +

Mg: 3,98 cmolc.dm-3; Ca: 2,90 cmolc.dm-3; H: 5,38 cmolc.dm-3; CTC: 9,46 cmolc.dm-3. A

classificação climática da região norte caracteriza-se com tipo Am de acordo com a classificação de Köppen, com clima quente e úmido, e temperaturas médias, máximas e mínimas anuais oscilando, respectivamente, entre 25 e 26°C, 30 e 31°C e 21 e 23. As precipitações pluviométricas apresentam valores anuais oscilantes em torno de 2.000 mm, com distribuição irregular durante os meses, mostrando a ocorrência de dois períodos nítidos de chuvas, sendo o mais chuvoso abrangendo dezembro a junho, concentrando mais de 70% da precipitação anual, e outro com menos chuva,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75852-75862 ,oct. 2020. ISSN 2525-8761 compreendendo os demais meses do ano (OLIVEIRA & CORREA, 2001).

O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x2, (2 sistemas de cultivo e 2 espaçamentos entre fileiras), com 4 repetições cada. Foram 4 tratamentos, onde os tratamentos foram: 1. monocultivo de sorgo + espaçamento de 0,50m; 2: monocultivo de sorgo + espaçamento de 1,0 m (cujas áreas das parcelas foram 52,5 m2); 3. consórcio

com soja + espaçamentos de 0,50 m; e 4. consórcio com soja + espaçamentos de 1,0 m, (respectivamente, em área de 105 m2). O cultivo foi realizado em linhas com comprimento de 7

metros cada e densidade de 10 plantas por metro.

Foi utilizada a mesma quantidade de adubo para todos os tratamentos, aplicados em sulco aos 32 dias após a emergência (100kg/ha de N (uréia) e de P2O5 (super fosfato simples) e, 80 kg/ha

de K2O (cloreto de potássio).

Para realização deste trabalho, foram coletadas 10 plantas de cada parcela cortadas ao nível do solo aos 120 dias. As plantas foram separadas em folhas, colmo e panícula. Posteriormente as amostras foram submetidos à pré-secagem a 55ºC durante 72 horas e moídas em moinho de facas com peneira de porosidade de 1 mm de diâmetro.

Após as amostras serem moídas, as partes foram misturadas para serem realizadas as análises bromatológicas, formando uma amostra composta das partes da planta (folha+colmo+panícula) (uma vez que a silagem de sorgo é feita através do corte da planta inteira), para posteriores análises do conteúdo de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO), extrato etéreo (EE) e fibra em detergente ácido (FDA), conforme os métodos do AOAC (1990). A correção da FDN para cinzas e da FDA para os compostos nitrogenados e a estimação dos conteúdos de compostos nitrogenados insolúveis no detergente ácido (NIDA) foram feitas conforme Licitra et al. (1996). Os conteúdos de carboidratos não-fibrosos (CNF) foram calculados em adaptação ao proposto por Hall (2000), sendo: CNF = 100 - (%PB + %FDN + %EE + %Cinzas).

A partir da composição química dos alimentos avaliados foram estimados os Carboidratos não fibrosos digestíveis e carboidratos totais, conforme as equações recomendadas pelo NRC (2001), sendo: CNFd = 0,98 x CNF.

Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o Sistema de Análises de Variância 5.6 (SISVAR, 2006) e, na presença de significância as médias foram comparadas pelo teste T (p<0,05).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na figura 1, pode-se ver que a matéria seca do colmo foi superior quando as plantas foram cultivadas em monocultivo (P<0,05) o que vai a desencontro com a literatura, Alcantara et al. (2011), observou maiores rendimentos de matéria seca quanto ao consórcio do sorgo com a soja. Entretanto, o teor de matéria seca da folha apresentou médias superiores em consórcio concordando assim com Rezende et al. (2001), que analisaram o comportamento de quatro híbridos de sorgo em consórcio com soja e encontraram rendimentos numericamente superiores em relação ao monocultivo, para todos aqueles híbridos analisados quando os mesmos foram cultivados em consórcio.

Figura 1. Valores médios de matéria seca (g) da folha e do colmo obtidos a partir da interação de monocultivo e consórcio

Quando o fator cultivo vs espaçamento (figura 2) foi analisado, houve efeito significativo para a matéria seca dos grãos, onde as plantas cultivadas em consórcio e em espaçamento de 1,0m mostraram médias superiores às cultivadas em monocultivo no mesmo espaçamento (P<0,05). Esse resultado está de acordo com os obtidos por Alcantara et al. (2011), que provaram que o consórcio do sorgo com soja aumenta o rendimento de matéria seca do sorgo.

Já para o espaçamento de 0,5m não houve diferença significativa concordando assim com Guerra (2014), que analisando a variável rendimento de grãos, também não encontrou diferença significativa para o tipo de cultivo na combinação sorgo vs braquiária mostrando assim vantagens da produção de sorgo sobre a braquiária, no consórcio dessas duas espécies.

O consorcio entre duas espécies não interfere na produção de grãos do sorgo, o que é visto de forma positiva já que assim a área destinada para tal fim pode ser aproveitada de melhor formar e pode produzir mais, já que o consorcio pode ser utilizado.

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Figura 2. Valores médios de matéria seca dos grãos (MS grãos) (g), obtidos a partir da interação de tipo de cultivo e espaçamento

Em relação ao teor de proteína bruta não houve alteração em nenhum dos tratamentos analisados neste trabalho, ficando em todos eles o teor de proteína dentro da media encontrada na literatura que é de 7,33% (VALADARES et al. 2018), discordando do trabalho de Alcântara et al. (2011), que afirmaram que o consorcio sorgo-soja aumenta o teor de proteína do sorgo.

A matéria mineral (MM) apresentou efeito significativo para a interação cultivo x espaçamento (tabela 1). Quando as plantas foram cultivadas em monocultivo não houve diferença na matéria mineral quanto aos espaçamentos, no entanto, na área consorciada as plantas que foram cultivadas com maior espaçamento apresentaram incremento na matéria mineral.

Tabela 1. Valores médios de Proteína Bruta (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente acido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (carboidratos não fibrosos), Proteína bruta digestível (PBD), Carboidratos não fibrosos digestíveis (CNFD), Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA), obtidos a partir da interação de monocultivo e consórcio e espaçamento

Variável Monocultivo Consorcio CV (%) P cultXespa.

0,5 1,0 0,5 1,0 PB 7,59 a 8,26 a 7,65 a 7,38 a 14,13 0,3088 EE 2,90 a 2,76 a 2,32 a 2,37 a 19,44 0,6596 FDN 43,02 a 43,66 a 30,47 b 41,26 a 13,87 0,0917 FDA 28,45 a 25,18 a 25,06 a 25,77 a 10,99 0,0936 MM 4,05 a 3,80 a 3,56 b 3,92 a 6,50 0,0071 CT 85,47 a 85,23 a 86,46 a 86,36 a 1,22 0,9975 CNF 44,30 b 41,54 a 54,70 a 45,09 a 13,07 0,6478 PBD 3,53 a 3,78 a 3,32 a 2,84 a 40,43 0,4753 CNFD 43,42 b 40,70 a 53,61 a 44,18 a 13,07 0,6572 NIDA 1,62 a 1,80 a 1,75 a 1,97 a 23,78 0,6527 PIDA 10,27 a 11,20 a 10,91 a 12,28 a 24,01 0,6573

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Apesar dos valores de FDN não diferirem estatisticamente para a interação cultivo x espaçamento, os valores de FDN, foram maiores para o espaçamento de 0,5m no monocultivo, o que pode ser justificado pelo fato das plantas se desenvolverem mais quando cultivadas em densidades maiores, estas acabam crescendo mais em busca da luz solar, com uma altura maior as plantas precisam de uma estrutura celular mais forte para manterem-se de pé, fazendo assim com que plantas nesse estado de cultivo obtenham um maior teor de FDN.

A média de FDN no espaçamento de 0,5m foi de 43,02%, o que ainda encontra-se abaixo do encontrado pela literatura que é de 59,06% (VALADARES et al. 2018), sendo assim um sorgo mais desejável do ponto de vista nutritivo. Segundo Albuquerque (2013) A determinação das frações fibrosas é muito importante na caracterização do valor nutri¬tivo das forragens, pois tanto a fibra em detergente ácido (FDA) quanto a fibra em detergente neutro (FDN) são correlacionadas com a digestibilidade e, consequentemente, com o valor energético das forragens. Um alimento com maior teor de fibra faz com que o mesmo tenha um tempo de passagem maior pelo sistema digestivo do animal, fazendo assim com que a energia desse alimento não seja aproveitada de forma desejável.

As variáveis CNF e CNFD também não apresentaram efeito significativo para interação, no entanto, é importante destacar que os valores foram numericamente maiores no espaçamento de 0,5m no consorcio. São as frações que disponibilizam energia para o animal e precisam ser inversamente proporcional ao teor de FDN, o que se mostra de forma mais apropriada quando a planta foi cultivada no espaçamento de 0,5m e em consorcio, o que pode ter ocorrido devido a influencia da soja que é uma leguminosa que em associação com uma forrageira acaba disponibilizando nitrogênio para a mesma. O CNF encontrado nesse trabalho encontra-se maior que o encontrado na literatura que é de 26,57% (VALADARES et al. 2018), o que confirma a vantagem do consórcio com uma leguminosa, o que nesse caso foi com a soja.

As variáveis que apresentaram diferenças significativas quanto aos espaçamentos testados foram: Fibra em detergente neutro (FDN), Carboidratos não fibrosos (CNF), Carboidratos não fibrosos digestíveis (CNFD), matéria seca da folha (MS folha) e matéria seca do colmo (MS colmo) (Tabela 2).

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Tabela 2. Valores médios de Proteína Bruta (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (carboidratos não fibrosos), Proteína bruta digestível (PBD), Carboidratos não fibrosos digestíveis (CNFD), Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA), quanto aos espaçamentos

Variável Espaçamento CV (%) P espa.

0,5 1,0 PB 7,63 a 7,76 a 14,13 0,7691 EE 2,51 a 2,54 a 19,44 0,8936 FDN 34,65 b 42,29 a 13,87 0,0016 FDA 25,52 a 26,19 a 10,99 0,5544 MM 3,72 a 3,87 a 6,50 0,1463 CT 86,13 a 85,87 a 1,22 0,5446 CNF 51,24 a 43,57 b 13,07 0,0045 PBD 3,39 a 3,24 a 40,43 0,7832 CNFD 50,21 a 42,69 b 13,07 0,004 NIDA 1,70 a 1,90 a 23,78 0,2702 PIDA 10,70 a 11,82 a 24,01 0,3050

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5%, pelo teste t de Student.

De acordo com a tabela 2, os valores de FDN foram superiores quando as plantas foram cultivas no espaçamento de 1,0m, ainda assim ficaram abaixo das medias encontradas na literatura que são de 59,06% (VALADARES et al., 2018). Assim como os encontrados por Albuquerque (2011), que encontrou os valores médios de 49,96% a 62,53% para plantas de sorgo cultivadas nos espaçamentos entre linhas de 50 cm, 70 cm e 90 cm.

As variáveis CNF e CNFD apresentaram valores superiores quando cultivados no espaçamento de 0,5m. No entanto, as médias para essas variáveis se mantiveram maior nos dois espaçamentos utilizados do que nos encontrados na literatura que é de 26,57% (VALADARES et al., 2018).

As variáveis que difeririam estatisticamente quanto ao tipo de cultivo foram: Fibra em detergente neutro (FDN), Extrato etéreo, Carboidratos não fibrosos (CNF), Carboidratos não fibrosos digestíveis (CNFD) e carboidratos totais (Tabela 3).

Na tabela 3 observa-se que o EE obteve valores superiores quando cultivado em monocultivo, ficando dentro dos valores médios encontrados na literatura (VALADARES et al. 2018), o que não foi o caso do valor médio encontrado no consorcio que obteve um valor abaixo da media da literatura, tornando o sorgo de monocultivo uma melhor opção do ponto de vista energético.

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Tabela 3. Valores médios de Proteína Bruta (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente acido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (CNF), Proteína bruta digestível (PBD), Carboidratos não fibrosos digestíveis (CNFD), Nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA)

Variável Monocultivo Consorcio CV (%) P cult.

PB 7,99 a 7,52 a 14,13 0,2907 EE 2,82 a 2,35 b 19,44 0,0270 FDN 43,41 a 35,86 b 13,87 0,0021 FDA 26,49 a 25,41 a 10,99 0,3592 MM 3,90 a 3,74 a 6,50 0,1311 CT 85,33 b 86,41 a 1,22 0,0182 CNF 42,65 b 49,90 a 13,07 0,0079 PBD 3,68 a 3,08 a 40,43 0,2757 CNFD 41,79 b 48,90 a 13,07 0,0079 AGD 179,30 a 134,56 b 31,95 0,0321 NIDA 1,73 a 1,86 a 23,78 0,4536 PIDA 10,83 a 11,60 a 24,01 0,4890

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5%, pelo teste t de Student.

A variável FDN apresentou valores superiores quando cultivado em monocultivo 43,41%, mas ainda assim com valores menores nos dois tipos de cultivo que as medias encontradas na literatura que são de 59,06% (VALADARES et al., 2018). Os CT 86,41 %, CFN 49,90% e os CNFD 48,90% apresentaram valores superiores no cultivo consorciado os tornando assim mais energéticos que os cultivados em monocultivo, segundo GONÇALVES (2001) Para os ruminantes, os carboidratos representam a principal fonte de energia para manutenção de suas funções fisiológicas, devido à fermentação microbiana.

4 CONCLUSÃO

As plantas cultivadas no espaçamento de 0,5m apresentaram redução de FDN e elevação nos teores de CNF e CNFD deixando o sorgo mais energético.

As plantas que foram cultivadas em consórcio, apresentaram elevação nos teores de MS da folha, CT, CNF e CNFD e redução no teor de FDN, já a MS do colmo apresentou maior teor para o monocultivo.

Quando analisada a interação cultivo vs espaçamento, apenas a MS dos grãos sofreram influencia para o espaçamento, apresentando teores maiores para o espaçamento de 0,5 m, porem as variáveis FDN, MM, CNF e CNFD obtiveram resultados melhorados quando cultivadas em consorcio.

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Figura 1. Valores médios de matéria seca (g) da folha e do colmo obtidos a partir da interação de monocultivo e consórcio
Tabela  1. Valores médios de Proteína  Bruta  (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente  neutro (FDN), fibra  em  detergente acido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (carboidratos não  fibrosos),  Proteína
Tabela  2. Valores médios de Proteína  Bruta  (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente  neutro (FDN), fibra  em  detergente ácido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (carboidratos não  fibrosos),  Proteína
Tabela  3. Valores médios de Proteína  Bruta  (PB), Extrato etéreo (EE), Fibra em detergente  neutro (FDN), fibra  em  detergente acido (FDA), Matéria mineral (MM), Carboidratos totais (CT), Carboidratos não fibrosos (CNF), Proteína  bruta digestível (PBD)

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