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O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DE UM GRUPO DE ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

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Academic year: 2020

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O Desenvolvimento das Habilidades e Competências Profissionais de um

Grupo de Estudantes de Administração

Mauro Maia Laruccia1

Rogério de Almeida2

Terezinha Teixeira Ruiz3

RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar um grupo de estudantes de Administração de uma instituição de São Paulo: presencial e a distância, a fim de verificar se as competências e habilidades foram desenvolvidas de forma satisfatória. Na pesquisa foi utilizado o método survey, aplicando-se um questionário a 104 alunos, divididos em dois grupos: alunos de cursos presencial e totalmente a distância. O questionário contemplou dados correspondentes ao tipo de curso considerado, sobre a aquisição de competências, habilidades e atitudes, sobre o perfil dos respondentes, e por fim, sobre dificuldades de ensino-aprendizagem. A pesquisa revelou que, de forma geral, o curso desenvolveu as competências necessárias para formação do aluno, não ocorrendo discrepâncias significativas entre as duas modalidades pesquisadas, presencial e a distância.

Palavras-chave: TIC, EaD, Formação, Competências e Habilidades.

ABSTRACT

This study has a goal to analyze a group of business students in São Paulo institution: personally and distance, in order to verify if competences and abilities have been developed suitably. The research was used the survey method, applying to 104 students, divided into two groups: students in regular or personally courses and totally at distance. The survey contemplated data corresponding to the considered course, regarding the acquisition of competences, skills and attitudes, on the profile of the responding people, and to end with it, about difficulties of teaching-learning. The research has shown, in a general basis, that the

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Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Professor do Programa de Mestrado em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação da UBC. e-mail: mauro.laruccia@gmail.com.

2 Doutor em Educação pela USP. Professor da Faculdade de Educação da USP. e-mail: roalmeida@uol.com.br 3 Mestre em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação (UBC). e-mail: ttruiz@ig.com.br

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course developed the necessary competencies for student formation, and has not showed significant discrepancies between two researched modalities, personally and distance.

Keywords: ICT, Distance Education, Formation, Competencies and Skills.

INTRODUÇÃO

A educação a distância tem, cada vez mais, ocupando um lugar extremamente significativo na sociedade do conhecimento, o que provoca transformações em todas as esferas sociais no início do Século XXI. Esta modalidade de educação é um recurso de extrema importância para atender grandes contingentes de alunos.

No Brasil, com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, e o Decreto n.º 5622, de 2005, houve um grande aumento no número de cursos oferecidos a distância. Segundo o censo da educação superior, em 2006 existiam 349 cursos superiores de graduação a distância, que contavam com mais de 207 mil alunos matriculados. (INEP, 2008)

No contexto da Educação a distância, nossa pesquisa tem como objetivo o estudo de dois grupos de estudantes dos Cursos de Administração: Alunos de graduação que realizam o curso de forma presencial; e Alunos de graduação totalmente a distância.

No caso dos alunos da graduação presencial, as disciplinas cujos conteúdos são transmitidos a distância devem ser entendidas como forma complementar da educação, no sentido de gerar processos continuados de acesso ao conhecimento.

A partir da seleção dos dois grupos de alunos citados, desenvolvemos o seguinte problema: As disciplinas presenciais e a distância desenvolvem as competências e habilidades do estudante de administração com a mesma percepção de qualidade?

Para o desenvolvimento deste estudo, deveremos identificar: O perfil do ingressante em cada uma das modalidades de ensino; e A aquisição das competências e habilidades esperadas na conclusão do curso.

A educação pode ser considerada como um reflexo da sociedade. Vários fatores, como a situação histórica desta sociedade, o momento cultural, a estrutural social, política e econômica influenciam diretamente a educação. Assim, podemos dizer que a educação é característica de uma determinada sociedade em um determinado momento Gadotti (1992), Aranha (2005), Manacorda (1989), Hilsdorf (2006) e outros.

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Segundo Rocha (2006), a explosão dos negócios mundial, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na educação. Nesta perspectiva, a educação a distância passa a ocupar uma posição estratégica e mesmo política, pois o conhecimento está disponível a quem quiser dele se apropriar.

Na tentativa de incorporar as novas tecnologias de informação e comunicação, no entanto, a escola nem sempre tem logrado sucesso porque, muitas vezes, apenas incorpora os novos recursos, sem, no entanto, conseguir alterar a formatação das aulas acadêmicas. Devemos perceber que o que determina o valor da EAD é a qualidade do projeto pedagógico a ser implementado: seus objetivos, a pertinência e a atualidade dos conteúdos, as estratégias didáticas e as relações entre os participantes que devem discutir os problemas levantados pelo grupo.

Podemos considerar, entretanto, que as Tecnologias da informação e da Comunicação (TICs) entraram de tal forma no mundo contemporâneo, que a escola não tem mais como permanecer artesanal, nem ficar à parte, em plena época da globalização, já que a educação a distância pode ser considerada como uma modalidade de educação em que pode-se utilizar um ênfase estas inovações tecnológicas da sociedade da informação, de forma a responder em tempo hábil as exigências da sociedade.

Diante das transformações vertiginosas proporcionadas pelas tecnologias, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los, criando umas profissões e extinguindo outras, temos a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos e, portanto, de acesso às informações, mediante uma auto-formação controlada.

A Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia em 1990, definiu os pilares da educação, que devem ser a meta para o desenvolvimento educacional em todos os países signatários de seus documentos. Esses pilares são: (a) aprender a aprender; (b) aprender a fazer; (c) aprender a conviver; e (d) aprender a ser.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 2004), bem como a diretrizes curriculares nacionais, dos diferentes níveis de ensino, e vários outros documentos oficiais referentes à educação no Brasil, têm colocado – de conformidade com uma tendência mundial - a necessidade de centrar o ensino e aprendizagem no desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, em lugar de centrá-lo somente no conteúdo conceitual.

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O desenvolvimento das competências e habilidades deve ser o objetivo do ensino. A escola deve capacitar o aluno para comparar, classificar, analisar, discutir, descrever, opinar, julgar, fazer generalizações, analogias e diagnósticos, Independentemente do que se esteja comparando, classificando ou assim por diante. O foco do ensino não pode estar centrado apenas no conteúdo, mas o conteúdo das diferentes disciplinas deve ser o principal instrumento para o desenvolvimento das habilidades.

Nesse sentido, o professor é a peça central na organização das situações de aprendizagem, pois a ele compete dar condições para que o aluno "aprenda a aprender" e não seja apenas um depositório de informações.

O professor deve propiciar ao educando as melhores condições para o desenvolvimento de suas competências, isto é, o professor não deve apenas transmitir informações (isto a Internet faz muito bem), mas sim contextualizar o conhecimento, utilizando estratégias para desenvolver habilidades específicas, com uma linguagem adequada e respeitando os valores culturais de seus alunos.

As competências permitem a mobilização dos conhecimentos para que se possa enfrentar uma situação, uma capacidade de encontrar recursos no momento e na forma adequados, utilizando o anterior aprendido e os esquemas mentais para respostas rápidas e eficazes para os problemas que surgem nas diferentes situações da vida.

A competência implica em fazer uso de conhecimentos e esquemas que se possui para desenvolver respostas imediatas, originais e eficazes para novos problemas. Perrenoud (1999) afirma que uma competência orquestra um conjunto de esquemas. Envolve diversos esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação, pois o esquema não significa, necessariamente, uma repetição idêntica. Ele deve permitir enfrentar uma variedade de situações com estrutura igual, mobilizando as operações mentais do indivíduo.

As competências são construídas através de um processo, obtidas como resultado acumulado da experiência do indivíduo em lidar com determinada situação, portanto, as competências são observáveis, avaliáveis e julgáveis. (KING, FOWLER e ZEITHAML, 2002)

Em nossa pesquisa, centramos nossas questões nas competências que podem ou não ser adquiridas ao longo do curso de Administração, já que frente às transformações nas estratégias organizacionais decorrentes dos processos de globalização e convergências dos meios de comunicação, o principal diferencial dos trabalhadores passou a ser a capacidade de

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criar, aprender e desenvolver novos conceitos, produtos e serviços baseados estritamente em suas competências.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Administração, o estudante, deverá ao final do seu curso ser capaz de:

I - reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de decisão;

II - desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais; III - refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção, compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento;

IV - desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e formulações matemáticas presentes nas relações formais e causais entre fenômenos produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais;

V - ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício profissional;

VI - desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável;

VII - desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos em organizações; e

VIII - desenvolver capacidade para realizar consultoria em gestão e administração, pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais, estratégicos e operacionais. (PCN, 2004)

Assim, as novas tecnologias da informação e comunicação não são meros instrumentos no sentido técnico tradicional, mas algo tecnologicamente novo e diferente dentro desse contexto. As tecnologias tradicionais serviam como instrumentos para aumentar o alcance dos sentidos. As novas tecnologias da informação e comunicação ampliam o potencial cognitivo do seres humanos de forma complexa e cooperativa.

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O homem é um ser que fala; é um ser que trabalha e se organiza; pelo trabalho transforma a natureza e a si mesmo ao criar novos instrumentos ou artefatos, isto é, tecnologias. Para completar, devemos enfatizar, ainda, que a ação humana é uma ação coletiva, na qual o trabalho é executado como uma tarefa social e a palavra toma sentido pelo diálogo, pelas interações. (...) As novas tecnologias digitais estão integrando o mundo em redes. A comunicação mediada por computadores gera uma sociabilidade de redes, on-line, fundada nos vetores da velocidade, da instantaneidade e da simultaneidade. Nela, trocas sociais e relações pessoais efetuam-se em máxima proximidade, mas na distância, ou seja, com o mínimo de contato físico. (LARUCCIA, 2002, p.16)

Para Castells citado em Werthein (2000), as novas tecnologias da informação e comunicação têm algumas características essenciais: A informação é sua matéria-prima; Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade Predomínio da lógica de redes. Flexibilidade: Crescente convergência de tecnologias

É inegável a existência de uma tendência mundial para a inclusão de toda sociedade na chamada “sociedade da informação”, definindo um novo paradigma que coloca a transformação tecnológica como essencial para as relações sociais.

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos, da UNESCO, (1990) em seus Princípios de Ação, enfatiza que o primeiro passo deve ser identificar os sistemas tradicionais de aprendizagem existentes na sociedade e a demanda real por serviços de educação básica, seja em termos de escolaridade formal, seja em programas de educação não formal. Deve-se, também, abordar, por todos os meios, as necessidades de aprendizagem básicas, capitalizando o uso de meios tradicionais e modernos de informação e de tecnologias para educar o público.

Dentre as relações sociais, as tecnologias da informação e comunicação são cada vez mais usadas nas organizações de trabalho, a fim de coletar, armazenar, processar um grande número de informações, para controle dos equipamentos e processos de trabalho, para conectar as pessoas e escritórios, tanto dentro quanto entre as organizações. (WALTON, 1993)

A utilização destas tecnologias da informação e comunicação em nossa vida diária significa a possibilidade de modernização das diferentes culturas, já que a utilização dos instrumentos da tecnologia da informação e comunicação significa novas formas de interação entre homem-máquina. No mercado de trabalho, inclusive, o indivíduo deve ser capaz de absorver e utilizar a informação a serviço da empresa, já que não é possível ignorar a verdadeira revolução que as tecnologias da informação e comunicação desempenham. Estas

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tecnologias conferem grandes vantagens ao esforço do homem para sobreviver e competir no ambiente organizacional.

As tecnologias da informação e comunicação são um dos principais agentes transformadores das organizações, pois seus diversos usos e implicações contribuem para as alterações em nossa forma de conhecer o mundo e na forma de representar esse conhecimento.

A capacitação e formação do cidadão somente se darão através da educação. A educação entendida como criação de competências suficientemente amplas que permitam uma atuação efetiva da produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar novas mídias criativamente, em ações rotineiras ou mais complexas.

Neste contexto, a Educação a Distância insere-se como alternativa para rápida difusão do material didático e de informação entre pais, professores e alunos, permitindo a construção interdisciplinar de informações produzidas individualmente, bem como o desenvolvimento de projetos por parte de indivíduos geograficamente dispersos.

O papel das tecnologias de informação e comunicação é gerar a produção de bens e serviços e transferir estas aquisições para o setor produtivo, onde deve ocorrer sua aplicação em novos bens e serviços, disseminando sua aplicação.

O ensino a distância deve tornar-se uma realidade em larga escala e, dentre outras iniciativas, transformar-se no instrumento para a capacitação tecnológica e a inclusão digital.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Segundo Pimentel e Andrade, a educação a distância só é possível porque existem tecnologias da informação e comunicação que possibilitam estabelecer um processo de comunicação mesmo quando alunos e professores encontram-se fisicamente distantes – é possível graças as TICs. Sem limitação de lugar, tempo, profissão ou idade dos alunos. Entretanto, se antes, educação a distância podia ser caracterizada como o sistema educacional onde há total separação física entre professor e aluno (em contraposição com a educação presencial), hoje, a fronteira entre educação a distância e educação presencial encontra-se cada vez menos nítida, pois a interação pessoal em sala de aula está sendo substituída pela ação sistemática de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização de tutoria,

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que propicia aprendizagem independente dos alunos.

O uso da educação a distância, no Brasil registra boas experiências, porém, foram muito pontuais e, na maioria dos casos, não tiveram tempo de serem avaliadas e adotadas como políticas de Estado. (LARUCCIA, 2008)

Para Carlos Eduardo Bielschowsky da Secretária de Educação a Distância (2008), o ano de 2007 foi excepcional para a educação a distância (EAD) no Brasil. Além do aumento significativo de alunos matriculados nos cursos, a avaliação do rendimento dos alunos foi muito positiva. Segundo os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade/MEC), das 13 áreas em que se pode comparar estudantes da educação presencial com aqueles à distância, observamos que em sete: administração, biologia, ciências sociais, física, matemática, pedagogia e turismo, os alunos de cursos a distância foram melhores do que os de presenciais e, ou seja, não houve nenhuma diferença significativa entre a formação de alunos do ensino da educação a distância para os presenciais. Ainda, segundo o Secretário, o EaD no Brasil está consolidado, pois integra uma ampla política de educação, sendo uma das prioridades do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

Associada à proposta de mudança, surgem resistências motivas pela insegurança e medo do desconhecido. As atitudes dos estudantes com relação à educação a distância são indicadores tão importantes quanto seu desempenho na identificação da eficácia dos cursos e dos programas realizados a distância. (VALENTA, THERRIAULT, DIETER & MRTEK, 2001)

O Ministério da Educação foi além, ao permitir, por meio da Portaria MEC 4059, de 10 de dezembro de 2004, que as IES (Instituições de Ensino Superior) ministrem até 20% de seus cursos reconhecidos a distância. Tal prática caracteriza um ensino semipresencial, visto que os 80% restantes são presenciais.

Ao incluir, em seu currículo, parte das disciplinas no formato não-presencial, as instituições de ensino superior passaram a contribuir para a disseminação da cultura da educação à distância. A maior divulgação deste formato de educação criou um mercado de fronteiras cada vez mais elásticas. (LARUCCIA, 2008)

As transformações associadas à nova realidade de ensino não são pequenas, visto que envolvem muito mais do que a simples alteração de ambiente educacional, abrangem todo um aparato didático e social, devido à necessidade de alterações metodológicas e também das relações vigentes, sejam essas humanas, tecnológicas e também de conhecimento.

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É importante salientar que a educação a distância não pode ser compreendida como substituta da educação convencional, presencial. São duas modalidades do mesmo processo, já que a pedagogia e tecnologia (entendidas como processos sociais) sempre andaram em paralelo: o processo de socialização das novas gerações inclui necessária e logicamente a preparação dos jovens para o uso dos meios técnicos disponíveis na sociedade, seja a caneta seja o computador.

A educação a distância não tem como objetivo concorrer com a educação convencional, A adoção universal da EAD, entretanto, demonstra que já existem dúvidas sobre se uma educação mediada por tecnologias de informação e comunicação se constitui numa educação legítima.

Um dos maiores desafios para a EaD, é a superação dos preconceitos, que chegam a considerá-la apenas como um processo de contenção de despesas, ou uma educação de segunda categoria, uma maneira disfarçada de esvaziar o ensino regular e prescindir de recursos humanos exigidos pela educação presencial.

A EaD, porém, não significa uma simplificação do processo ensino-aprendizagem, uma vez que todo referencial teórico necessário à aquisição das competências e habilidades que promovam o desenvolvimento do indivíduo, o exercício da cidadania e a autonomia para continuar aprendendo é exatamente o mesmo para ambas as formas de ensino: presencial e a distância.

Os responsáveis peça políticas institucionais e governamentais têm introduzido a EaD para atender certas necessidades, como: (a) acesso crescente a oportunidades de aprendizado e treinamento; (b) proporcionar oportunidades para atualizar aptidões; (c) melhorar a redução dos custos dos recursos educacionais; (d) apoiar a qualidade das estruturas educacionais existentes; (e) melhorar a capacitação do sistema educacional; (f) nivelar desigualdades entre grupos etários; (g) direcionar campanhas educacionais para públicos-alvo específicos; (h) proporcionar treinamento de emergência para públicos-alvo importantes; (i) aumentar as aptidões para a educação em novas áreas do conhecimento; (j) oferecer uma combinação de educação com trabalho e vida familiar; (k) agregar uma dimensão internacional à experiência educacional. (MOORE, 2008)

Como forma integradora de parcelas da sociedade, a educação a distância pode ser empregada para a formação e atualização de contingentes populacionais com pouca escolaridade, mas grande experiência de vida, se adaptando às múltiplas realidades dessas pessoas e buscando, inclusive, sua transformação em cidadãos ativos na sociedade.

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Dentro desta perspectiva, não podemos confundir informação com conhecimento. Na sociedade atual, os cidadãos estão cada vez mais informados, mas isto não significa que tenham adquirido conhecimento. A partir desta afirmação, nos deparamos com o problema de definir mais profundamente o significado de ensino e aprendizagem.

O conceito de ensinar está mais diretamente ligado a um sujeito (que é professor) que, por suas ações, transmite conhecimentos e experiências a um aluno que por obrigação receber, absorver e reproduzir as informações recebidas. O conceito de aprender está ligado mais diretamente a um sujeito (que é o aprendiz) que, por suas ações, envolvendo ele próprio, os outros colegas e o professor, busca e adquire informações, dá significado ao conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa, dialoga, debate, desenvolve competências pessoas e profissionais, atitudes éticas, políticas, muda comportamentos, transfere aprendizagens, integra conceitos teóricos com realidades práticas da vida cotidiana, desenvolve sua criticidade, a capacidade de considerar e olhar os fatos e fenômenos sob diversos ângulos compara posições teorias, resolve problemas. (MASETTO, 2000)

A educação, assim, deve trabalhar mais com o significado do que com o conteúdo, sendo a tecnologia o meio, o instrumento para o desenvolvimento da aprendizagem.

O aluno, situado neste contexto de mudanças, deve: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver (DELORS, 1996). A educação, além de transmitir informações, tem que formar um cidadão que saiba transformar estas informações em conhecimento, em ação e desenvolver habilidades e competências capazes de lidar com esta gama de informações, para realizar seu projeto de vida. A maneira como os estudantes irão processar estas informações irá influenciar suas habilidades de aprendizagem. Não podemos confundir informações com aprendizagem ou conhecimento. Para desenvolvimento de suas habilidades, os estudantes devem saber transformar a informação recebida em conhecimento. Para desenvolvimento de suas habilidades, os estudantes devem saber transformar a informação recebida em conhecimento.

Nesse contexto, os alunos podem ser levados a compreender a educação a distância como mero meio de armazenamento e disseminação de conteúdos, e não como modelo de ensino/aprendizagem que utiliza tecnologias da informação e comunicação para mediar parte desse processo. Na percepção dos alunos, o não-cumprimento das obrigações da instituição de prover uma situação de ensino/aprendizagem coerente com o esquema representativo

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tradicional, afeta negativamente a percepção global do aluno de que a instituição pode não estar comprometida com ele.

As novas gerações, ao mesmo tempo em que estão desenvolvendo novos modos de perceber, novos modos de aprender mais autônomos, voltados para a construção de um conhecimento mais ligado com a experiência concreta parecem se ressentir da forma mais pontual e abstrata de transmissão de conhecimentos, freqüentemente praticada na escola.

Devemos lembrar que o próprio conceito de distância está se transformando, em virtude das infinitas possibilidades de comunicação que as TICs oferecem, possibilitando a interação entre sujeitos, mediatizada pelas máquinas, sendo o fenômeno educação a distância, entendido como parte de um processo de inovação educacional mais amplo que é a integração das novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais.

Não há estudos que comprovem que a maior disseminação da educação à distância em um contexto corresponda a uma atitude mais positiva ou mais negativa com relação a esta modalidade educacional.

As atitudes dos estudantes com relação à educação a distância são indicadores tão importantes quanto seu desempenho na identificação da eficácia dos cursos e dos programas realizados a distância.

Akerlind e Trevitt apud Steil, Piloon & Kern, (2005) pesquisaram os fatores que induzem os estudantes a resistir à aprendizagem mediada por tecnologia. Concluíram que, em termos gerais, quanto mais satisfeitos os estudantes estão com as suas experiências de aprendizagem tradicionais, sem o uso de tecnologias, menos estarão preparados para aceitar métodos de aprendizagens não familiares. Para esses estudantes, a imposição externa do uso de métodos tecnológicos, quando os estudantes possuem pouco conhecimento sobre o tema, geralmente produz sentimentos de desconforto e de ansiedade. (STEIL, PILOON & KERN, 2005, p.255)

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa qualitativa-quantitativa, que tem como o método survey de pesquisa. Segundo Lima (2004, p.26) o “método de pesquisa survey é, atualmente, o que melhor representa as características da pesquisa qualitativa”. Esse método corresponde a uma abordagem do fenômeno pesquisado ao envolver a realização de pesquisa de campo em

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que a coleta de dados é feita por meio de aplicação de questionário junto à população alvo da pesquisa, que neste caso são alunos de graduação presencial e a distância de uma instituição de ensino superior (IES) da grande São Paulo.

O universo da pesquisa foi constituído por 300 alunos de graduação, presencial e a distância, do curso de administração de uma IES da Grande São Paulo. Conforme McDaniel & Gates (2003, p.372), adotou-se o tipo de amostragem não-probabilística aleatória, que inclui elementos de uma população selecionados de maneira não aleatória, na base da conveniência, no nosso caso, a dos alunos de uma IES, porque são fáceis e baratos de encontrar, porém, com a vantagem de poder ter certeza de obter informações de um corte transversal representativo da população de interesse. Segundo Lima (2004, p.83), as amostragens não-probabilísticas são freqüentemente utilizadas em razão da inacessibilidade ao universo total que é composto a população-alvo da pesquisa.

Os dados primários foram obtidos por meio de questionário do tipo semi-estruturado, desenvolvido pelo pesquisador eletronicamente no Qualtrics Survey Software criado e

disponibilizado no <http://www.Qualtrics.com/> desde 30 de março de 20094. Para McDaniel

& Gates (2003, p.352) com uso de questionários na Internet, os entrevistados completam a pesquisa e os dados são automaticamente coletados e tabulados. De acordo com Moreira (2002), as perguntas possuem uma ordem, no entanto, por ser respondida on-line foi permitido aos pesquisados liberdade de avançar e retroceder para opinarem mais livremente.

No questionário formularam-se perguntas fechadas, semi-abertas, abertas, de múltipla escolha, de avaliação, questões de fato, questões de opinião e de intenção, conforme descreve Lima (2004, p.50-71). O questionário apresentou-se com 11 (onze) perguntas. Contemplou dados correspondentes ao tipo de curso considerado, sobre a aquisição de competências, habilidades e atitudes, sobre o perfil dos respondentes, e por fim, sobre dificuldades de ensino-aprendizagem. Não houve participação nenhuma do pesquisador, ou seja, o questionário ficou a disposição dos respondentes no ar, on-line, e foi preenchido e coletado pelo sistema do Qualtrics Survey Software.

Para a coleta de dados por meio do questionário, inicialmente foram enviadas 300 mensagens por e-mail (100% dos alunos potenciais), buscando-se receber um retorno de 10% dos alunos potenciais (30 membros do universo). Este primeiro grupo de alunos foi selecionado aleatoriamente a partir da verificação no cadastro da IES pesquisada. O total de

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respondentes foi de 104, ou seja, a pesquisa de campo apresentou uma amostra de 34,6% (trinta e quatro vírgula seis por cento) da população total, e que obteve o acesso para a efetivação da pesquisa. Desses 104 respondentes, 100 responderam todas as questões. Esse procedimento aconteceu no mês de abril de 2009.

A questão número 2 que utiliza escala Likert com cinco pontos (de 1 a 5). Os respondentes, no caput do questionário recebem instrução para considerar [1 menos freqüente/importante e 5 mais freqüente/importante].

Para elaboração desta questão foram utilizadas as diferentes competências que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, espera-se que o formando no Curso de Graduação em Administração possua, ou seja: competências intelectuais, técnicas ou metódicas, organizacionais, comunicativas, sociais, comportamentais e políticas.

RESULTADOS

Apresentamos a seguir as tabelas com as respostas dos alunos envolvidos na pesquisa: sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (97%) dos entrevistados aceitaram participar da pesquisa, conforme demonstrado na tabela 1.

Tabela 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

# Respostas Total %

1 Aceito participar da pesquisa 101 97%

2 Não aceito participar da pesquisa 3 3%

Total 104 100%

O levantamento apresentou equilíbrio dos respondentes: (41%) de alunos da graduação presencial e (59%) de alunos de graduação a distancia. O perfil dos respondentes, conforme tabela 2, apresentou as seguintes características: 54% são mulheres com mais de 35 anos (33%), casada (48%), que cursou o ensino médio em colégio estadual (73%), trabalha em comércio ou prestação de serviços (60%), recebe até 3 salários mínimos (38%) e escolheu o curso em função do mercado de trabalho (50%).

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Tabela 2: Perfil dos Respondentes # Perfil do Respondentes 1 59% de alunos à distancia 1 54% mulheres 2 33% mais de 35 anos 3 48% Casada

4 44% Cursou o ensino médio em colégio estadual 5 60% trabalha em comércio/serviços

6 38% renda de até 3 salários mínimos

7 43% escolheu o curso em função do mercado de trabalho 8 40% no curso de Administração

Com relação à importância das várias mídias utilizadas para a aquisição das competências, houve uma predominância da Internet e livros com media de 4.52 e 4.11 respectivamente das respostas conforme observado na tabela 3.

Tabela 3: Importância dos meios na aquisição de competências e habilidades

# Questão 1 2 3 4 5 M V DP Resp. 1 Televisão 16 22 22 18 22 3.08 1.93 1.39 100 2 Revistas 3 11 34 31 21 3.56 1.08 1.04 100 3 Jornais 4 11 27 15 43 3.82 1.48 1.22 100 4 Livros 4 5 18 21 51 4.11 1.26 1.12 99 5 Internet 2 1 6 25 67 4.52 0.67 0.82 101

Legenda: M=Media. V=Variância. DP=Desvio Padrão. Resp.=Respondentes

Perguntado se os alunos consideram que o curso preparou para pensar estrategicamente; reconhecer e definir problemas; equacionar soluções para os problemas; ter iniciativa; ter senso ético, aplicar modelos de gestão; gerenciar adequadamente o tempo; utilizar técnicas de planejamento e de controle; comunicar-se adequadamente com sua equipe de trabalho; transferir conhecimentos da vida cotidiana para o ambiente de trabalho é apresentado uma análise descritiva na tabela 4.

Tabela 4: Análise Descritiva das Competências e Habilidades

# Pergunta M V DP Resp.

1 Pensar estrategicamente 4.06 0.99 0.99 100

2 Reconhecer e definir problemas 3.96 0.92 0.96 101

3 Equacionar soluções para os problemas 3.88 1.13 1.06 101

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5 Ter senso ético 4.18 0.88 0.94 100

6 Aplicar modelos de gestão 3.86 1.14 1.07 101

7 Gerenciar adequadamente o tempo 3.80 0.97 0.98 100

8 Utilizar técnicas de planejamento 4.06 0.96 0.98 101

9 Utilizar técnicas de controle 3.78 1.19 1.09 101

10 Comunicar-se com sua equipe de trabalho 4.02 1.14 1.07 101

11 Transferir os conhecimentos da vida cotidiana para o ambiente de

trabalho 3.84 1.25 1.12 100

Legenda: M=Media. V=Variância. DP=Desvio Padrão. Resp.=Respondentes

A pergunta específica sobre as habilidades e competências esperadas ao final do curso foi obtido à seguinte análise: apenas as competências e habilidades (1) pensar estrategicamente; (4) ter iniciativa; (5) ter senso ético; (8) utilizar técnicas de planejamento; e (10) comunicar-se

com sua equipe de trabalho obtiveram nota media5 acima de 4 (quatro) numa escala de 1 a 5.

As outras obtiveram nota media entre 3 (três) e 4 (quatro).

De acordo com Bussab & Morettin (2004) se quisermos estimar como as competências e habilidades foram percebidas e/ou adquiridas entre os alunos dos cursos presenciais e dos cursos à distância, entre os alunos de sexo masculino e feminino e entre as faixas de idade podemos desenvolver associação entre variáveis qualitativas para auxiliar no conhecimento do grau de dependência entre elas. Ao comparar os dados entre tipo de curso (presencial e a distancia), sexo e idade versus competências e habilidades foi obtido as seguintes informações:

Sobre as dificuldades enfrentadas no seu processo de ensino-aprendizagem, foi colocada uma questão aberta, para que os alunos fizessem observações pessoais. Do total de 104 respondentes à pesquisa, 103 fizeram observações, conforme tabela 5:

Tabela 5: Resumo das Dificuldades Relatadas pelos Alunos

Dificuldade encontrada %

Nenhuma dificuldade 14%

Falta de didática e/ou preparo dos professores 4%

Falta de comunicação entre a faculdade e os alunos 10%

5

A média aritmética corresponde ao valor médio de um conjunto de dados. É utilizada quando se deseja obter a medida da tendência central que possui maior estabilidade.

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Falta de dedicação e preparado dos tutores 12%

Necessidade de reestruturação do curso 8%

Tempo para estudar 18%

Dificuldade de acesso à Internet 12%

Volume de atividades a serem entregues 9%

Dificuldade pessoal 13%

Analisando a tabela 5, verifica-se que a maior dificuldade encontrada pelos alunos é relativa ao tempo para estudar. Este percentual parece ter relação com o perfil dos respondentes, já que 95% trabalham, 38% têm renda mensal até 3 salários mínimos e 26% renda mensal entre 3 e 4 salários mínimos.

DISCUSSÃO

Este estudo procurou identificar se um grupo de alunos do curso de administração de uma instituição particular de ensino adquiriu as competências e habilidades esperadas ao final de seu curso.

Analisando os resultados apresentados, verificou-se que das dez competências questionadas, cinco (pensar estrategicamente, ter iniciativa, ter sendo ético, utilizar técnicas de planejamento e trabalho em equipe) encontram-se na zona de conforto, pois obtiveram os seguintes percentuais de respostas com avaliação 4 e 5 por mais de 70% dos respondentes.

As competências “gerenciamento de tempo” e “técnicas de controle” encontram-se próximas da zona de alerta, pois apresentaram resultados com notas 3 e 4.

Com relação às respostas apresentadas, verificou-se que houve uma distribuição uniforme com relação a sexo e estado civil, pois tivemos 46% dos respondentes do sexo masculino e 54% do sexo feminino, sendo 48% casados e 47% solteiros.

Com relação à idade, existe uma predominância de alunos na faixa etária superior a 35 anos (33%), que somados aos alunos na faixa etária entre 31 a 35 anos, (19%), representam 51% do total do universo da pesquisa, que pode ser um dado significativo para as futuras políticas de ensino da instituição pesquisada.

Ainda com relação à idade podemos observar, também, que na faixa etária de 20 a 25 anos ocorreu o maior número de respostas com nota 3. Este dado é significativo e poderá ser objeto de nova pesquisa para verificar outros fatores determinantes nesta faixa etária.

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A maioria dos respondentes (62%) situa-se numa faixa de renda mensal até 4 salários mínimos. Podemos verificar, também, que houve uma distribuição muito equilibrada entre os respondentes das duas formas de graduação pesquisadas (presencial e a distância), já que 41% deles são alunos de curso presencial e 59% da graduação a distância.

Com relação ao Ensino Médio, houve uma predominância de alunos oriundos de escolas estaduais, 73%. A forma de optar pelo curso escolhido apresenta 50% das respostas relacionadas ao mercado de trabalho, 22% ao interesse pessoal e 19% de alunos que indicam já trabalhar na área escolhida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho procurou verificar se os alunos têm percepção do desenvolvimento destas competências e se consideram que foram adquiridas de forma satisfatória.

Na introdução foram apresentadas as circunstâncias que motivaram a pesquisa, consubstanciadas na preocupação de aprofundar a compreensão se os alunos de graduação de administração dos cursos a distância (EaD) desenvolvem as competências e habilidades, ou pelos menos percebem o desenvolvimento, como os alunos das classes regulares presenciais.

No primeiro capítulo foi analisada a revisão da literatura: (a) competências e habilidades; (b) tecnologias de informação e comunicação; e (c) educação a distancia (EaD). Foram apresentados os pilares da Conferência Mundial de Educação para Todos, que são: (a) aprender a aprender; (b) aprender a fazer; (c) aprender a conviver; e (d) aprender a ser. Foi desenvolvido o conceito de Perrenoud de competência que é a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos para solucionar problemas. As habilidades, por sua vez, são consideradas algo menos amplo do que as competências. Com relação às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), foram apresentados conceitos para facilitar a compreensão na linha dos PCNs, em que as TIC são recursos tecnológicos que permitem a circulação de informações, de diferentes meios de comunicação.

Na educação a distancia (EaD), os estudos foram na direção que essa a modalidade de ensino que permite que o aprendiz não esteja fisicamente presente em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, assim como, permite também que faça seu auto estudo em tempo distinto. Diz respeito também à separação temporal ou espacial entre o professor e o aluno. A EaD deve ser vista como possibilidade de inserção social, propagação do conhecimento

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individual e coletivo, e como tal pode ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É nesta direção que a instituições de ensino superiores vêem a possibilidade de formar cidadãos conscientes de seu papel sócio político, ainda que vivam em regiões onde a oportunidade de ensino de qualidade seja remota ou que a vida contemporânea reduza a disponibilidade para investir nos estudos.

No segundo capítulo foram apresentados os materiais e métodos utilizados para elaboração dessa pesquisa. Para a concepção do questionário foram feitos levantamentos bibliográficos em fontes secundárias. O universo da pesquisa foi constituído por 300 alunos de graduação, presencial e a distância, do curso de administração de uma IES da Grande São Paulo. Adotou-se o tipo de amostragem não-probabilística aleatória, na base da conveniência. Os dados primários foram obtidos por meio de questionário do tipo semi-estruturado. No questionário formularam-se perguntas fechadas, semi-abertas, abertas, de múltipla escolha, de avaliação, questões de fato, questões de opinião e de intenção. Não houve participação nenhuma do pesquisador.

No terceiro capítulo, apresentaram-se os resultados tratados, isto é, os dados foram transformados em informação, que é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento da pessoa que a recebe. A informação, enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento.

No quarto capítulo, foram apresentadas as discussões para permitir as conclusões, procurando unir os conceitos à realidade observada (teoria versus prática). A pesquisa revelou que, de forma geral, o curso desenvolveu as competências necessárias para formação do aluno, não ocorrendo discrepâncias significativas entre as duas modalidades pesquisadas: presencial e a distância. O Curso de Administração deve desenvolver as competências e habilidades necessárias para inserir os educandos no mercado de trabalho, visando à prática gerencial.

Espera-se que os resultados desta pesquisa auxiliem as Instituições de ensino, fornecendo subsídios para suas decisões quanto à estruturação, gestão e utilização de TICs para os cursos, quanto aos professores, dos cursos presenciais e a distância, na elaboração de diferentes formas apresentação das aulas.

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Nesse sentido, é importante dar continuidade à pesquisa, aprofundando os estudos teórico-empíricos sobre a percepção, o comportamento, o processo de ensino-aprendizagem e aquisição de competências e habilidades de forma interdisciplinar.

Em outra direção, esta pesquisa poderá ser aprofundada no sentido de envolver outros componentes do processo de ensino e aprendizagem além da percepção dos alunos, como os professores, os conteúdos, a forma como os conteúdos são trabalhados, os meios utilizados e o ambiente de aprendizagem.

A presente pesquisa apresenta algumas limitações, a saber: (a) trata-se de uma investigação empírica, conduzida com alunos dos cursos presenciais e a distancia de uma instituição de ensino superior, sediada na Grande São Paulo, pesquisadas no mês março a abril de 2009, portanto, não se refere esta pesquisa a qualquer outro período de tempo, outra região geográfica ou objeto; (b) os pesquisados forma convidados a responder questionários específicos, presumindo-se que as respostas obtidas foram dadas efetivamente pelos respondentes aquém os questionários foram endereçados eletronicamente e expressam a opinião dos respondentes. Dessa forma, apenas este conjunto de respostas foi levado em conta; (c) os dados coletados foram analisados por técnicas estatísticas acima descritas, consideradas adequadas à tipologia ordinal dos dados, pelo que os resultados das análises não levam em conta outras possíveis observações decorrentes do uso de outros instrumentos analíticos.

A pesquisa também é limitada pelos seguintes aspectos: (a) trata-se de uma pesquisa não-probabilística e, por este fato, não é possível extrapolar os resultados para outros alunos ou outras instituições de ensino superiores (IES); (b) os resultados obtidos referem-se apenas ao conjunto de respondentes pesquisados considerando-se que as respostas aos questionários exprimem, de fato, o pensamento dos respondentes.

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Tabela 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tabela 2: Perfil dos Respondentes  #  Perfil do Respondentes  1  59% de alunos à distancia  1  54% mulheres  2  33% mais de 35 anos  3  48% Casada
Tabela 5: Resumo das Dificuldades Relatadas pelos Alunos

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