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O ECLIPSE SOLAR DE 1919 EM REVISTAS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: CONCEPÇÕES SOBRE NATUREZA DA CIÊNCIA E POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

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115 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019

O ECLIPSE SOLAR DE 1919 EM REVISTAS DE DIVULGAÇÃO

CIENTÍFICA: CONCEPÇÕES SOBRE NATUREZA DA CIÊNCIA E

POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

THE SOLAR ECLIPSE OF 1919 IN MAGAZINES OF SCIENTIFIC DISCLOSURE: CONCEPTIONS ON THE NATURE OF SCIENCE AND POSSIBLE IMPLICATIONS IN

SCIENCE TEACHING

Lucas Albuquerque do Nascimento

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica / Universidade Federal de Santa Catarina, lucas.albuquerque13@hotmail.com

Resumo

Na área da Educação em Ciências, estudos defendem a importância de discussões sobre Natureza da Ciência (NdC). Uma forma de inserir a NdC no ensino é por meio do uso da História e Filosofia da Ciência (HFC). O objetivo do presente artigo é identificar e analisar, em textos de revistas de divulgação científica, possíveis concepções relacionadas à NdC a partir do episódio histórico do Eclipse Solar de 1919. Construímos seis categorias acerca das concepções sobre NdC, utilizando a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011) e, como referencial teórico acerca da NdC, a pesquisa desenvolvida por Peduzzi e Raicik (2017). Como resultado, os textos apresentaram tanto concepções mais atuais quanto concepções menos atuais sobre NdC. No entanto, discutirmos que numa situação de ensino as concepções mais atuais podem passar despercebidas para professores e alunos e o material pode ser potencialmente utilizado pelo docente a fim de proporcionar uma melhor compreensão sobre a atividade científica. Por fim, defendemos que investir em formação dos professores, poderá possibilitar que os mesmos possam reconhecer concepções acerca da natureza do conhecimento científico nos materiais utilizados em uma situação no ensino de ciências.

Palavras-chave: Natureza da Ciência; História e Filosofia da Ciência; Divulgação Científica; Textos de Divulgação Científica.

Abstract

In the area of Science Education, studies defend the importance of discussions about Nature of Science (NOS). One way to insert NOS into teaching is through the use of History and Philosophy of Science (HPS). The objective of this article is to identify and analyze, in texts of scientific journals, possible conceptions related to NOS from the historical episode of the Solar Eclipse of 1919. We constructed six categories about the conceptions about NOS, using the Content Analysis proposed by Bardin (2011) and, as theoretical reference on the NOS, the research developed by Peduzzi and Raicik (2017). As a result, the texts presented both more current conceptions and less current conceptions about NOS. However, we discuss that in a teaching situation the most current

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116 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 conceptions may go unnoticed for teachers and students and the material may be potentially used by the teacher to provide a better understanding of scientific activity. Finally, we argue that investing in teacher training may enable them to recognize conceptions about the nature of scientific knowledge in the materials used in a science teaching situation.

Keywords: Nature of Science; History and Philosophy of Science; Scientific divulgation; Scientific Dissemination Texts.

Introdução

Um número crescente de pesquisas no campo da Educação em Ciências tem defendido “a importância de se aprender sobre o que caracteriza a ciência como um empreendimento humano, e defende-se a história da ciência como uma estratégia pedagógica adequada para discutir certas características da Natureza da Ciência (NdC)” (FORATO, PIETROCOLA e MARTINS, 2011, p. 29).

A partir disso, surge um possível questionamento: Mas, o que é NdC? Tentaremos, a seguir, de forma breve e sucinta, não definir tal termo, mas apresentar como a NdC pode ser entendida, assim como algumas características e concepções sobre NdC.

Não há um consenso sobre essa questão, ou seja, a NdC pode ser conceituada de diversas formas. Segundo Acevedo (2008), existe uma vasta variedade de aspectos que são relacionados a essa terminação, como a filosofia, a sociologia e a história da ciência, por exemplo.

Nesta mesma perspectiva, “uma explicação consensual sobre o que seria NdC não é trivial, pois remete a profundas discussões de cunho epistemológico, principalmente” (SILVA e CALAÇA, 2017, p. 184).

Podemos entender NdC como “a união de conhecimentos sobre a ciência que discute sobre seus objetivos, as influências sofridas e/ou causadas sobre a sociedade da época, suas limitações, seu pluralismo metodológico, a aceitação ou rejeição de ideias científicas, dos equívocos cometidos pelos cientistas e o seu caráter provisório” (SILVA et

al., 2017, p. 4).

Na pesquisa desenvolvida pelos autores citados no parágrafo acima, são apresentadas, conforme a literatura especializada, algumas concepções mais atuais e menos atuais acerca da NdC. Segundo Silva et al. (2017), as concepções sobre NdC devem ser trabalhadas na educação científica básica e também podemos ampliar para o nível da educação científica superior (em cursos de graduação e pós-graduação).

Os autores basearam-se em Lederman (1999) e Acevedo (2009) e apresentaram algumas dessas concepções mais atuais acerca da NdC. São elas:

 Conhecimento científico é provisório (sujeito a mudanças).  Subjetivo (carregado de teoria).

 É resultante, necessariamente, de inferências e deduções humanas, mas também da imaginação e criatividade dos cientistas (envolve a invenção de explicações).

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117 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019  Requer uma combinação de observações e inferências ou deduções.

 Está submetido a normas acadêmicas da comunidade científica que o regula (sociologia interna da ciência).

 Está incrustado na sociedade e na cultura, que influência nele e se veem influenciadas por ele (sociologia externa da ciência) (SILVA et al., 2017, p. 4). Em relação às concepções menos atuais acerca da NdC, os autores utilizaram como referência a pesquisa desenvolvida por Acevedo et al. (2007) que, em um estudo empírico, indica alguns consensos acerca das concepções sobre a NdC. Em resumo, são:

 O Método científico como única forma de se fazer ciência.

 A ciência se baseia apenas na observação (descarta a subjetividade).

 Os cientistas, através de seus modelos científicos, são capazes de descrever perfeitamente a realidade, tal qual ela é, de forma inequívoca e absolutamente verdadeira.

 A ciência como uma atividade imutável.  A ciência progride de uma forma linear.

 Teorias científicas, leis e hipóteses são encontradas, e não inventadas (imaginadas) pelos cientistas (SILVA et al., 2017, p. 6).

Diante do exposto acima e fazendo uma reflexão sobre nossa prática de trabalho diária, ou seja, o Ensino de Ciências, colocamos outra questão: Como inserir tais aspectos sobre NdC no Ensino de Ciências?

Apresentamos, a seguir, uma possível forma de inserção – não sendo esta, no entanto, a única: no campo da Didática das Ciências, existem outras possibilidades, como, por exemplo, o movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).

Uma possibilidade é dada por meio da História e Filosofia da Ciência (HFC), ou seja:

“(...) análise de episódios históricos permite a discussão sobre modelos de natureza da ciência envolvidos na produção do conhecimento científico. Isso favorece a compreensão do caráter dinâmico da construção da ciência, evidenciando que cada época e cada cultura adotaram critérios próprios para validar a construção do conhecimento” (Martins, 1999 apud FORATO, PIETROCOLA e MARTINS, 2011, p. 35).

Dessa maneira, o uso didático da HFC, pode contribuir como uma possibilidade de inserção e discussão de aspectos relacionados à NdC no Ensino de Ciências.

Em sua tese de doutorado, Peduzzi (1998) apresenta algumas potencialidades do uso didático da HFC na educação científica. Com base em seu trabalho, apresentamos, de forma resumida, três potencialidades relacionadas à concepções sobre NdC, a saber: (a) desmistificar o método científico, dando ao aluno subsídios necessários para que ele tenha um melhor entendimento do trabalho do cientista.

(b) mostrar como o pensamento científico se modifica com o tempo, evidenciando que as teorias científicas não são „definitivas e irrevogáveis‟, mas objeto de constante revisão.

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118 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 (c) contribuir para um melhor entendimento das relações da ciência com a tecnologia, a cultura e a sociedade (PEDUZZI, 1998, p. 57).

Além das potencialidades acerca da HFC citadas acima, podemos considerar “necessário e importante discutir elementos Históricos e Filosóficos da Ciência, pois, possivelmente, mostrarão aos alunos uma Ciência que dará sentido aos conceitos estudados” (NASCIMENTO, CARVALHO e SILVA, 2016, p. 41).

Com um grande alcance, não só no âmbito da educação, e sendo materiais que podem ser utilizados por parte de professores de ciências, os textos de divulgação científica, transmitem concepções relacionadas à NdC, quando seu conteúdo for de natureza científica (entende-se aqui como natureza científica, os conteúdos relacionados a: Física, Química, Biologia e/ou Matemática).

Dessa maneira, levantamos outro questionamento: Em textos de divulgação científica, quais concepções acerca da NdC podem ser discutidas numa situação de ensino? Para isso, inicialmente discutiremos algumas ideias acerca da Divulgação Científica (DC) e possíveis implicações da utilização de Textos de Divulgação Científica (TDC) no Ensino de Ciências.

Para a literatura especializada como, por exemplo, Silva (2006), definir se um texto é ou não de divulgação científica pode ser uma atividade complexa e até mesmo arriscada, pois, “(...) o que chamamos de divulgação científica compreende um conjunto tão grande e diverso de textos, envolvidos em atividades tão diferentes, que todas as tentativas de definição e categorização ahistóricas acabam malogradas” (SILVA, 2006, p. 53).

O autor sinaliza uma possibilidade do que podemos entender acerca da DC, cabe ressaltar que não podemos considerar como uma definição:

“O que chamamos de divulgação científica é o reflexo de um modo de produção de conhecimento restringido e, consequentemente da constituição de um efeito-leitor específico relacionado à institucionalização, profissionalização e legitimação da ciência moderna, e que opõe produtores e usuários/consumidores e, cria a figura do divulgador, que viria, imaginariamente, restabelecer a cisão, e minimizar a tensão instaurada ao longo da história no tecido social da modernidade” (SILVA, 2006, p. 57 e 58).

Ainda conforme Silva (2006), não podemos considerar que a DC seja uma atividade unidirecional, ou seja, produto da interlocução exclusiva entre cientista (ou jornalistas científico) e o não cientista (público leigo). Esta concepção não dá conta de que a DC também está envolvida na interlocução entre cientistas.

No trabalho das autoras Ferreira e Queiroz (2012), o qual teve como objetivo identificar e analisar, por meio de pesquisa bibliográfica, as principais características das pesquisas que relacionam TDC e Ensino de Ciências, são apresentadas algumas implicações do uso de TDC no Ensino de Ciências, a saber:

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119 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 “(...) transformar em inteligível a linguagem especializada da ciência configura um desafio que o divulgador precisa enfrentar. (...) um modo mais usual de sobrepujar esse entrave seria promover uma simplificação da linguagem científica através do uso de metáforas, ilustrações e imagens. A dimensão problemática dessa questão é que essa simplificação, muitas vezes, acaba por atingir também aquilo que se deseja divulgar e desvirtua o tema científico, prestando-se apenas para apresentar o resultado das pesquisas, como se a ciência sempre fornecesse conclusões e verdades” (FERREIRA e QUEIROZ, 2012, p. 20 e 21).

Após a breve discussão sobre concepções da NdC, uma possibilidade da sua inserção no Ensino de Ciências, aspectos da DC e possíveis implicações da utilização de TDC no ensino, apresentamos como objetivo deste texto, identificar e analisar, em textos de revistas de divulgação científica, possíveis concepções relacionadas à NdC a partir do episódio histórico do Eclipse Solar de 1919.

Em síntese, o Eclipse Solar de 1919, observado em Sobral, município do Estado do Ceará (CE), serviu para registrar chapas fotográficas (pelos astrônomos ingleses Charles Davidson e Andrew Crommelin) que após os registros e análise das mesmas, verificaram o desvio da luz pela presença de um campo gravitacional intenso, confirmando uma previsão da recém publicada Teoria da Relatividade Geral (1916) desenvolvida por Albert Einstein.

Segundo Videira (2005), os preparativos para as expedições durante o fenômeno natural e os estudos desenvolvidos a partir dos registros experimentais tiveram influência de vários cientistas (inclusive Henrique Morize, francês naturalizado brasileiro), e não-cientistas como, por exemplo, o prefeito da cidade de Sobral – Ceará (CE), José Jacome d‟Oliveira (foi prefeito entre 1916 a 1920).

Podemos destacar que a própria população do munícipio contribuiu, sendo que “durante o eclipse as pessoas deveriam se manter calmas e em silêncio, o que implicava, por exemplo, não soltarem fogos de artifício, pois estes poderiam atrapalhar a qualidade das chapas fotográficas” (VIDEIRA, 2005, p.83).

O episódio histórico em foco pode permitir a discussão sobre modelos de Natureza da Ciência envolvidos na produção de um determinado conhecimento científico; neste caso específico, o desvio da luz por um campo gravitacional intenso.

Procedimentos metodológicos

Apresentamos, a seguir, os procedimentos metodológicos adotados nesse artigo:  Inicialmente, selecionamos dois textos1

em revistas de divulgação científica cujo conteúdo era o Eclipse Solar de 1919.

1 DAMINELI, A. Sobral, 29 de maio de 1919. Revista Pesquisa Fapesp (online), 2009. Disponível em:<http://revistapesquisa.fapesp.br/2009/05/04/sobral-29-de-maio-de-1919/>. Acesso em: 30 de mai. 2018.

VEIGA, C. H., et al. Placas fotográficas do eclipse de Sobral. Ciência Hoje – Revista

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120 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019  Realizamos uma primeira leitura integral dos textos.

 Durante e após a segunda leitura2

, direcionamos o olhar aos trechos que possivelmente evidenciam aspectos relacionados à Natureza da Ciência e destacamos tais trechos.

 Construímos categorias para os trechos. Para a construção das categorias, usamos como referencial teórico sobre concepções da NdC o estudo desenvolvido por Peduzzi e Raicik (2017) e como referencial teórico-metodológico, adotamos a pesquisa qualitativa do tipo Análise de Conteúdo, proposta por Laurence Bardin.

 Em seguida, distribuímos os trechos, citando-os de forma direta nas categorias.

 Realizamos uma análise, na qual concepções sobre NdC podem ser discutidas a partir dos trechos. Para análise, utilizamos as referências bibliográficas relacionadas às concepções mais e/ou menos atuais e sobre NdC citadas nesse texto, tendo como base o episódio histórico do Eclipse Solar de 1919, aspectos da HC e, caso necessário, alguma outra referência ainda não citada acerca da NdC.

 Por fim, nas considerações finais, apresentamos possíveis implicações acerca da utilização dos textos de divulgação científica analisados nesse texto no Ensino de Ciências.

Construção e apresentação das categorias

A Análise de Conteúdo (AC), proposta pela autora Laurence Bardin, é considerada como um referencial teórico metodológico, em uma perspectiva de pesquisa qualitativa, por essa característica, adotamos tal referencial para a construção das categorias.

Conforme Bardin (2011), um método para a AC pode ser composto pelas seguintes fases: a) a pré-análise (tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise); b) a exploração do material (consiste essencialmente de operações de codificação, desconto ou enumeração, em função de regras previamente formuladas); c) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação (Os resultados brutos são tratados de maneira a serem significativos “falantes” e válidos).

Com o objetivo de tornar mais claro a sequência das etapas previstas no método de AC, apresentamos a ilustração, esquematizada por Bardin (2011), através das seguintes etapas, constantes na Figura 1, a saber:

<http://assinaturadigital.cienciahoje.org.br/revistas/reduzidas/331/files/assets/basic-html/index.html#17>. Acesso em: 30 de mai. 2018. 2 Houve mais de duas leituras para cada texto.

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121 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 Figura 1 – Desenvolvimento de uma análise, proposta por Bardin (2011).

Além do referencial citado acima, também utilizamos como referência para a construção das categorias o texto produzido por Peduzzi e Raicik (2017), onde os autores apresentam e discutem 18 (dezoito) proposições com concepções sobre NdC e do trabalho científico.

Para a seleção dos dois textos, optamos por aqueles cujo tema central de discussão seja o Eclipse Solar de 1919 em revistas de divulgação científica, sendo que buscamos dois exemplos de textos publicados por autor ou no mínimo um autor com formação inicial em Física.

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122 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 Após a pesquisa do tema em revistas de DC, selecionamos dois TDC sendo que um texto está presente na Revista Pesquisa FAPESP3 (a revista possui como missão difundir e valorizar os resultados da produção científica e tecnológica brasileira) e o outro na Revista Ciência4 Hoje (tendo como missão divulgar a ciência para contribuir com o desenvolvimento do Brasil, seja por meio de nossas publicações, projetos ou parcerias). Consideramos como justificava em relação à escolha das revistas, a missão das mesmas, ou seja, a difusão e a divulgação de conhecimentos científicos em âmbito nacional.

A partir desse momento, codificamos as revistas como R1 (revista um) e R2 (revista dois). O critério adotado foi o ano de publicação dos textos nas mesmas, ou seja, do texto mais antigo para o mais atual.

Como procedimento de análise, foi realizada uma primeira leitura integral dos textos selecionados na perspectiva teórico-metodológica de leitura flutuante5; em seguida,

uma segunda leitura, com o objetivo de destacar trechos que podem transmitir concepções sobre NdC e de estabelecer critérios de classificação dos trechos obtidos em categorias. O critério utilizado para que a partir de um conjunto de trechos construíssemos uma determinada categoria, foi a interpretação dos trechos acerca de concepções mais e/ou menos atuais e sobre NdC que ficaram implícitas ou explícitas.

Os trechos também passaram por um processo de codificação, o critério adotado foi a ordem da presença do trecho no texto, ou seja, R1T1 (revista um-trecho um), R2T1 (revista dois-trecho um) e assim sucessivamente para cada trecho.

Logo depois, como citação direta, foram distribuídos os trechos na devida categoria. A última etapa desse levantamento consistiu nas análises desses trechos, acerca da Natureza da Ciência em Textos de Divulgação Científica e nas considerações finais, onde apresentamos possíveis implicações caso os textos sejam usados no Ensino de Ciências.

Desta forma, apresentamos as seis categorias construídas. Que são: 1. Não-neutralidade nas observações científicas.

2. Fatores extracientíficos influenciam na ciência.

3. Por vezes, teorias científicas não são algo descartável. 4. Coletividade na construção de um conhecimento científico. 5. O papel da atividade experimental.

6. Tentativas frustradas na atividade científica.

3 Podemos considerar como objetivo do texto, recuperar os principais acontecimentos do episódio histórico do Eclipse Solar de 1919 observado em Sobral – CE.

4 Como objetivo do texto, podemos destacar que o mesmo buscou evidenciar a importância da utilização de chapas fotográficas em atividades experimentas astronômicas, tal evidência se deu através da contextualização de alguns fatos históricos ocorrido durante o Eclipse Solar de 1919. 5 Na perspectiva da AC, proposta por Bardin (2011), a leitura flutuante é o primeiro contato com os documentos da coleta de dados, momento em que se começa a conhecer os textos, reportagens, entrevistas e demais fontes a serem analisadas.

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As categorias com os trechos e as análises

Nesse momento, os trechos selecionados a partir das leituras dos TDC se fazem presentes nas devidas categorias. Esse também será espaço para as análises dos trechos. Vale ressaltar que o trecho R1T4 encontra-se em duas categorias.

Não-neutralidade nas observações científicas

As observações científicas podem ser motivadas por problemas, interesses pessoais e até mesmo por auxílio de outros estudiosos e/ou cientistas, ou seja, afirmar que uma observação científica é neutra e que gerará dados puros seria uma concepção menos atual acerca da NdC.

“A experiência visual que alguém tem ao ver um objeto depende de seus conhecimentos, de suas vivências, de suas expectativas, de suas interpretações” (PEDUZZI e RAICIK, 2017, p. 9).

Tratando-se do Eclipse Solar de 1919, os astrônomos ingleses Charles Davidson e Andrew Crommelin que foram observar o fenômeno em Sobral – CE tinham motivações específicas para essa expedição, ou seja, verificar a existência ou não do desvio da luz pela presença de um campo gravitacional intenso, uma previsão da Teoria da Relatividade Geral, publicada por Albert Einstein em 1916.

Porém, os astrônomos não chegaram até o Brasil “às cegas”. Henrique Morize, astrônomo brasileiro, desenvolveu estudos e produziu um relatório “(...) o qual foi enviado para vários observatórios no mundo. No seu relatório, Morize indicava que a cidade de Sobral, no Ceará, seria um excelente local de observação” (VIDEIRA, 2005, p. 85).

Com os conhecimentos acerca das condições climáticas da região, as previsões meteorológicas do tempo na data para observação do eclipse, além das informações sobre a região e dos cálculos matemáticos que previam as constelações que poderiam ser observadas naquele período, tal episódio histórico demonstra que não há neutralidade nas observações científicas. Abaixo, citamos os trechos R2T2 e R2T4, que também exemplificam essa afirmação.

“Naquele dia, aconteceria um eclipse solar total. Os cálculos previam que deveria haver, pelo menos, uma estrela localizada no fundo de céu cuja luz passasse próxima ao bordo solar. Com essa configuração e boas condições meteorológicas, haveria grande chance de comprovar a nova teoria” (VEIGA et al., 2015).

“Os astrônomos sabiam da dificuldade que teriam para medir o ângulo de desvio da trajetória e chegar ao resultado previsto pela teoria da relatividade geral, pois, provavelmente, muitas imagens de estrelas estariam imersas no halo difuso provocado pela luz do Sol, encoberta pelo disco da Lua. Havia também o problema da turbulência atmosférica, que prejudicaria a qualidade das imagens” (VEIGA et al., 2015).

Outro fato que chama a atenção por sua curiosidade e também demonstra que as observações científicas não são neutras, caracteriza-se pelo pedido feito por Morize

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124 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 através de uma reportagem de jornal, solicitando o silêncio por parte da população durante a observação de todo o fenômeno. O trecho R2T7 caracteriza tal passagem.

“A pedido de Morize, a população de Sobral deveria acompanhar o eclipse em silêncio, sem soltar fogos de artifícios para não atrapalhar a qualidade das „chapas fotográficas‟” (VEIGA et al., 2015).

Fatores extracientíficos influenciam na ciência

“Essa passagem histórica mostra como a ciência é uma atividade humana peculiar, não se submetendo a conflitos políticos ou morais, impiedosa com seus próprios heróis e capaz de reformular seus fundamentos com base em diferenças muito sutis à primeira vista” (DAMINELI, 2009).

O trecho R1T4, citado acima chama atenção por uma concepção errônea, distorcida e antagônica, em relação à natureza do conhecimento científico. O autor, ao afirmar que a ciência é uma “atividade humana”, não poderia, logo em seguida, isolar o trabalho científico dos aspectos políticos e morais.

Essa afirmação pode, por exemplo, formar uma concepção nos estudantes que um determinado estudioso é um ser isolado de toda a sociedade (Nessa categoria – Fatores extracientíficos influenciam na ciência – o trecho foi analisado até a palavra “morais”).

Segundo Lederman (1999) e Acevedo (2009), os cientistas e/ou estudiosos são influenciados e/ou submetidos a “Sociologia externa da ciência”, ou seja, sociedade, cultura, economia, política, valores morais e éticos.

No caso do episódio histórico em questão, segundo Videira (2005), os próprios astrônomos escreveram uma carta em consideração e agradecimentos ao até então prefeito de Sobral, José Jacome d‟Oliveira, por todas as contribuições prestadas ao oferecer apoio logístico à expedição astronômica.

Por vezes, teorias científicas não são algo descartável

Os trechos R1T1 e R1T2 são boas representações de uma concepção menos atual acerca da NdC, a de que determinadas teorias científicas deixam de ser científicas porque foram descartadas ou como a própria palavra do autor do trecho R1T2 “destronadas”.

Essa concepção pode causar a significância de que “proferir a esse mesmo presente a sentença de também não ser científico, de não ter valor, no futuro, com a emergência de novas teorias” (PEDUZZI e RAICIK, 2017, p. 19).

“O valor deduzido a partir da teoria da Gravitação Universal de Newton era de 0.78 segundo (supondo que a luz fosse composta por partículas). Essa diferença numérica parece minúscula, mas corresponde a diferentes esquemas conceituais da gravitação, de modo que uma delas devia ser descartada” (DAMINELI, 2009).

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125 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 “O matemático britânico Alfred Whitehead descreveu a cena dramática, na sala encabeçada pelo retrato de Sir Isaac Newton, numa atmosfera de pompa e tradição. O mais famoso cientista da história, cuja teoria havia reinado absoluta por mais de 200 anos, era destronado” (DAMINELI, 2009).

Outra concepção menos atual caracteriza-se quando o autor do trecho R1T4 afirma que as teorias científicas são reformuladas “à primeira vista”. Utilizando exemplos da própria História da Ciência, pode-se contestar essa afirmação e apresentar uma concepção mais atual da NdC.

“Essa passagem histórica mostra como a ciência é uma atividade humana peculiar, não se submetendo a conflitos políticos ou morais, impiedosa com seus próprios heróis e capaz de reformular seus fundamentos com base em diferenças muito sutis à primeira vista” (DAMINELI, 2009).

Os estudiosos não descartam logo de imediato e constroem algumas hipóteses, mesmo quando encontram problemas durante a elaboração de uma determinada teoria científica e algumas questões e/ou hipóteses são resolvidas apenas nas gerações futuras. Por exemplo, “quando foi observado pelos newtonianos que a órbita prevista para Urano era discordante com as observações astronômicas, eles não consideraram que a Mecânica Newtoniana estivesse refutada” (SILVEIRA, 1996, p. 221).

Nesse momento, torna-se importante destacar que o ângulo do desvio da luz por campo gravitacional intenso era apresentado desde a Gravitação Newtoniana, cerca de 0,87 segundos de arco. E, que mesmo após os cálculos das medidas presentes nas chapas fotográficas registradas pelo eclipse observado em Sobral confirmarem a previsão idealizada por Einstein na Teoria da Relatividade Geral, cerca de 1,75 segundos de arco, não podemos deixar de considerar a Gravitação Newtoniana como uma teoria científica. Conforme exemplificado no trecho R2T8.

“A partir daquele momento, a teoria da gravitação do inglês Isaac Newton (1642-1727), idealizada cerca de 2,5 séculos antes, passava a ser um caso particular da relatividade geral, sendo válida só nos casos em que as massas são muito menores que as solares e as velocidades inferiores à da luz (300 mil km/s)” (VEIGA et al., 2015).

Coletividade na construção de um conhecimento científico

Na pesquisa desenvolvida por Silva et al. (2017), após alunos do Ensino Fundamental desenharem cientistas no seu local de trabalho, os desenhos registrados apresentaram apenas cientistas do sexo masculino e sozinhos. De fato, os cientistas que trabalharam na observação do eclipse solar em 1919 eram todos do sexo masculino, porém é válido destacar o papel da coletividade durante um trabalho científico.

Os trechos R1T5, R2T1 e R2T6 são exemplos do quanto foi coletivo o trabalho entre cientistas no episódio histórico discutido, a saber:

“(...) o sucesso da missão inglesa que comprovou a teoria de Einstein se deveu, em parte, ao apoio logístico e levantamentos climáticos feitos por

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126 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 Henrique Morize, então diretor do Observatório Nacional do Rio de Janeiro” (DAMINELI, 2009).

“Apreensão total entre os cientistas – entre eles, brasileiros – que estavam nessa cidade cearense para fotografar o céu nos poucos minutos em que nossa estrela fosse encoberta pela Lua” (VEIGA et al., 2015).

“Morize foi ainda o responsável no Brasil pelos trabalhos que apontaram Sobral como local ideal para a observação. Os trabalhos relacionados à sutil medição do ângulo de deflexão da luz ficaram a cargo dos astrônomos ingleses” (VEIGA et al., 2015).

A partir do trecho R2T5, além da importância que o trecho destaca sobre o trabalho coletivo na construção de um conhecimento, podemos enfatizar que um mesmo fenômeno estudado pode ter objetivos diferentes. A expedição organizada pelo Observatório Nacional, que também observou o eclipse solar, teve como seu objetivo “fotografar a coroa solar a fim de entender melhor as variações de sua forma e de determinar sua composição química” (Morize, 1920 apud BARBOZA, 2010, p. 286).

“A equipe de astrônomos brasileiros – responsável por medidas da coroa solar (atmosfera exterior do Sol) – foi chefiada por Henrique Morize (1860-1930), então diretor do Observatório Nacional, e contava com Domingos Costa (1882-1956), Lélio Gama (1892-1981), Theophilo Lee, Luís Rodrigues e Allyrio de Mattos (1889-1975)” (VEIGA et al., 2015).

O papel da atividade experimental

“Essa foi uma das situações em que ficou eloquente o grande potencial da astronomia para fornecer testes cruciais para a física” (DAMINELI, 2009). O trecho R1T3 apresenta uma afirmação frágil e uma generalização equivocada sobre a atividade experimental no contexto da construção de um conhecimento científico. Afirmar que os experimentos ou testes são cruciais acaba por restringir e minimizar a importância da experimentação no campo da atividade científica.

Quando falamos em uma teoria científica, por exemplo, a Teoria da Relatividade Geral, torna-se importante estarmos atentos que “Uma teoria é uma rede de conceitos. Nesse sistema, um conceito adquire significado por sua relação e articulação teórica, lógica e experimental com outros conceitos”(PEDUZZI e RAICIK, 2017, p. 36).

Tentativas frustradas na atividade científica

O trecho R2T3 pode exercer um papel fundamental na construção de uma concepção mais atual em relação ao trabalho científico de um estudioso e/ou cientista. Não será sempre que se obterá sucesso na atividade científica, ou seja, existem as tentativas frustradas.

Concomitantemente à expedição astronômica dirigida ao Brasil, outra liderada por Eddington foi para a Ilha de Príncipe na costa ocidental da África, para a observação do mesmo fenômeno no dia de 29 de maio de 1919. Porém, por conta de condições

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127 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 climáticas desfavoráveis durante o eclipse várias fotografias reveladas a partir das chapas fotográficas registradas não tinha a qualidade necessária para a realização dos cálculos matemáticos. Sendo assim, evidenciam uma tentativa frustrada de registro do fenômeno. O trecho R2T3 representa essa passagem.

“O eclipse foi observado também na ilha de Príncipe, na costa ocidental da África, mas o mau tempo não permitiu condições de trabalho ideais” (VEIGA et al., 2015).

Mesmo antes de 1919, Einstein realizou uma tentativa de esclarecer o desvio dos raios luminosos. Tal tentativa, também não obteve sucesso, mas foi a partir dela que Einstein notou que a sua medição requeria um campo gravitacional muito intenso, a saber sobre a tentativa:

“Em 1911 Einstein teve uma ideia que lhe permitiu esclarecer o desvio dos raios luminosos ao realizar que poderia aplicar o princípio de Huygens a respeito da propagação em linha reta da luz e as leis de reflexão e refração. Como o efeito é muito fraco, sua medição requer um campo gravitacional muito intenso” (VIDEIRA, 2005, p.85).

A seguir, apresentamos as considerações finais desse texto, nossa discussão final buscou centralizar-se nas possíveis implicações acerca da utilização dos textos de divulgação científica analisados nesse trabalho numa perspectiva do Ensino de Ciências.

Considerações finais

Durante a introdução, levantamos o seguinte questionamento: “Em textos de divulgação científica, quais concepções acerca da NDC podem ser discutidas numa situação de ensino?”. Tal questionamento articula-se com o objetivo do texto que foi identificar e analisar, em textos de revistas de divulgação científica, possíveis concepções relacionadas à NdC a partir do episódio histórico do Eclipse Solar de 1919. Devemos deixar claro que nossas considerações finais serão restritas apenas às análises dos dois textos de divulgação científica selecionados para esse texto. Desta forma, não podemos generalizar nossas considerações a todos os textos de divulgação científica.

Após a execução dos procedimentos metodológicos adotados, foram elaboradas seis categorias que caracterizavam possíveis concepções acerca da NdC em trechos identificados e destacados dos textos.

As categorias não-neutralidade nas observações científicas; coletividade na construção de um conhecimento científico e tentativas frustradas na atividade científica podem transmitir, na totalidade dos trechos, concepções mais atuais acerca da NdC, tendo como base a literatura especializada utilizada nesse texto e o episódio histórico adotado.

Em contrapartida, nas categorias fatores extracientíficos influenciam na ciência; por vezes, teorias científicas não são algo descartável e o papel da atividade experimental, os trechos apresentados corroboram uma concepção menos atual sobre a NdC que pode ser transmitida no ensino de ciências.

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128 REnCiMa, v. 10, n.1, p. 115-129, 2019 Os dois textos analisados apresentaram tanto concepções mais atuais acerca da NdC quanto concepções menos atuais. Porém, mesmo tendo essa característica, as concepções mais atuais podem passar despercebidas tanto para o professor de ciências quanto para os alunos em uma situação em que o TDC for utilizado. Acreditamos também que o material pode ser potencializado com o auxílio dos aspectos atuais da NdC e o uso da História da Ciência. O professor de ciências poderá utilizar como exemplo, em sala de aula, as concepções menos atuais acerca da natureza do conhecimento científico, enfatizando a ideia de que essas concepções não são compatíveis com um determinado episódio histórico.

Consideramos importante, então, investir na formação inicial e na formação continuada dos professores de ciências, para que os mesmos possam reconhecer as concepções sobre a NdC e do trabalho científico nos materiais didáticos e não-didáticos utilizados por eles no Ensino de Ciências.

Agradecimentos e apoio

Agradecemos aos árbitros da revista pela minuciosa revisão deste trabalho e suas valiosas sugestões que contribuíram sobremaneira para a melhoria do mesmo. E, o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC).

Referências

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Imagem

Figura 1 – Desenvolvimento de uma análise, proposta por Bardin (2011).

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