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A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS PELA MÍDIA BRASILEIRA: ANÁLISE SEMIÓTICA DO CASO DO MOVIMENTO SEM TERRA (MST)

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Academic year: 2020

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International Scientific Journal – ISSN: 1679-9844 Nº 2, volume 13, article nº 5, April/June 2018 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v13n2a5

Accepted: 26/11/2017 Published: 20/06/2018

A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS PELA MÍDIA

BRASILEIRA: ANÁLISE SEMIÓTICA DO CASO DO MOVIMENTO

SEM TERRA (MST)

THE CRIMINALIZATION OF SOCIAL MOVEMENTS IN BRAZIL:

SEMIOTICS ANALYSIS OF LANDLESS MOVEMENT (MST)

Vladimir Gama1, Rosália Maria Netto Prados2, Luci Mendes de Melo Bonini3

1Jornalista e mestrando em políticas públicas na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). 2Dra. em Linguística e Semiótica pela USP e pesquisadora no Programa de Mestrado em

Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

3Dra. em Semiótica pela PUC-SP, Pesquisadora no Programa Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e no Mestrado Profissional em Habitação: planejamento e tecnologia no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo

(IPT-SP).

Resumo – Neste artigo, à luz da Semiótica greimasiana, apresenta-se como se configura, na mídia, um processo de criminalização das ações do Movimento dos Sem Terra (MST). São objetivos deste trabalho analisar as relações interdiscursivas e percursos dos sujeitos dos discursos, que perpassam as práticas sociais, manifestados no jornalismo. Esta análise semiótica do discurso possibilita uma reflexão sobre as contradições presentes no discurso subjacente aos textos jornalísticos no que se refere ao MST. A metodologia semiótica greimasiana possibilita uma análise das estratégias de enunciação no discurso jornalístico. São revelados os sistemas de valores desse universo de discurso, por meio de uma análise semiótica discursiva. Para esta análise, realizou-se uma busca no mecanismo de busca da internet Google, no período de 01 de junho a 31 de dezembro de 2014 e selecionaram-se 3 manchetes de jornais de grande circulação, relacionadas ao MST e à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) que oferece formação política para seus integrantes e de outros movimentos sociais. Os resultados apontaram que o movimento é sempre visto como perturbador da ordem

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pública e que não há referencia na grande mídia sobre seus processos de educação para emancipação política.

Palavras-chave: Criminalização; MST; Semiótica; Reforma Agrária.

Abstract – This article presents the process of criminalization of social movements in Brazilian newspapers, more specifically the actions of the Landless Movement (MST). Using the semiotic approach, this study intends to analyse the interdiscoursive relationships and construction of the individuals inside the speeches that are in newspapers contents. This semiotic analysis of journalism speeches provides a reflection on the contradictions tht are present in the underlying speech of those texts addressed to the MST – Landless Movement. The greimasian semiotic methodology enables an analysis of enunciation strategies in the journalistic discourse. They are revealed the value systems of this universe of discourse, through a discursive semiotic analysis. For this analysis, it was used Google's search engine for the period from June 01 to December 31, 2014. It was selected, 3 news titles of big circulation newspapers that published content related to the MST and his university Florestan Fernandes Nacional School (ENFF), where students from MST learn politics. Results show that the social movement MST is always seen as against democracy and the public order and there is no reference about ENFF.

Keywords: Criminalization, Landless Movement, Semiotics, land reform.

Introdução

Todos os dias, em todo o país, milhares de jornais e revistas são lidos, assim como milhares de pessoas assistem aos canais de televisão diariamente e muitos fatos veiculados pela mídia produzem sentidos, provocam diferentes sentimentos e reações. A mídia reflete e refrata valores sociais (BARBOSA, 2005).

Não só no Brasil, mas no mundo todo, muitos fatos repercutem na mídia e redes sociais, causam diversas reações na população que rotula uma certa classe social, ou um certo tipo de artista, ou resistente, ou reacionário, gerando, muitas vezes, intolerância e discriminação.

No seio da vida social, caracteriza-se um saber compartilhado decorrente de processos discursivos gerados nas práticas sociais, nas diferentes esferas de atividade humana. São processos semióticos, que são sistemas de significação com seus respectivos discursos; são processos de produção de significação, de produção de informação, ou recortes culturais, e de produção e sustentação de

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ideologia, esta entendida como sistemas de valores (PRADOS, GORGULHO e BONINI, 2012).

Os discursos que circulam na sociedade, como o jornalístico, o político, o político-eleitoral, o publicitário, entre outros, têm seu valor de comunicação atribuído pela sociedade, com seus sujeitos coletivos, enunciadores e enunciatários, e esses discursos mantêm entre si redes de relações. Esses universos de discurso são ditos sociais, porque, embora tenham, como é evidente, emissor e receptor individuais, caracterizam-se por enunciador e enunciatário coletivos, ou seja, um grupo ou segmento social, como o MST, por exemplo.

Por essa razão, nesta pesquisa, o objeto de análise é da Sociossemiótica. Esta é uma especificidade da Semiótica que, segundo Prados, Gorgulho e Bonini (2012), além de tratar da captura do sentido na relação sujeito-mundo, ou seja, o sentido construído no momento da interação, examina, no seio da vida social, o funcionamento dos processos semióticos, cujos sujeitos são coletivos.

Os movimentos sociais têm sido alvo de discriminação pela mídia, no caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foco deste trabalho. Verifica-se um tipo de discurso criminalizador, de que o MST é alvo todas as vezes em que eclodem manifestações.

Este estudo tem o objetivo de descrever o processo de criminalização na mídia de que é alvo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, para tanto utilizou-se o método exploratório-descritivo de abordagem utilizou-semiótica greimasiana. A coleta de dados realizou-se utilizando o mecanismo de busca Google, com as palavras- chave Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), num corte transversal, no período de julho a dezembro de 2014. Foram selecionadas 3 manchetes de jornal de grande veiculação impressa que mantém também seus conteúdos na web, de modo que se pudesse demonstrar que as notícias refletem o posicionamento político do órgão de imprensa que as divulga. Optou-se pela análise do discurso de base semiótica, a fim de demonstrar como os meios de comunicação, vinculados a grandes impérios da mídia, divulgam via rede mundial de computadores, as notícias relacionadas ao MST e à Escola Nacional Florestan Fernandes, sua base de educação política, localizada num município na região do Alto Tietê, estado de São Paulo.

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O MST é um movimento social de massa, que luta basicamente por terra, pela reforma agrária e por mudanças na sociedade. Segundo Morissawa (2001), a origem do MST remonta as lutas isoladas por terra, no sul do Brasil, com destaque para as ocupações das Fazendas Macalli e Brilhante, em 1979, no Rio Grande do Sul; da Fazenda Burro Branco, em Santa Catarina e da Fazenda Primavera, em Andradina, São Paulo, essas duas últimas em 1980. Em 1981, ainda no Rio Grande do Sul, 700 famílias acamparam em Encruzilhada Natalina, município de Ronda Alta.

Oficialmente, o MST foi fundado em janeiro de 1984, na cidade de Cascavel, no Paraná, durante o 1° Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que teve a participação de representantes de 12 estados da federação. Um ano depois, em 1985, constituiu-se como um movimento nacional, quando 23 estados brasileiros estiveram representados por 1500 delegados, no 1° Congresso Nacional do MST, no qual decidiu-se que as ocupações eram a forma mais eficiente de se sensibilizar para a Reforma Agrária (MORISSAWA, 2001).

Segundo Carter (2006), em meados de 1990, o MST já estava presente em 23 das 27 unidades federativas do país. Uma década mais tarde, em 2003, pelo menos 7 milhões de hectares de terras haviam sido distribuídas, essa área corresponde a um território do tamanho da Irlanda. Mais tarde, em 2006, pelo menos 350.000 mil famílias obtiveram terras através das lutas do MST, em aproximadamente 2.300 assentamentos agrícolas sancionados pelo governo. Nesta época, o movimento tinha estabelecido 88 cooperativas, 1800 escolas e 96 unidades de processamento de alimentos (CARTER, 2006).

O fotógrafo Sebastião Salgado1 (1999), faz uma declaração emocionada e sobre o MST:

Para mim o MST é um dos únicos movimentos – se não o único – que reúne em sua ação as lutas pela dignidade e pela cidadania no Brasil. Sua ação é toda centrada em uma só preocupação, um só eixo: promover a real e justa divisão de renda no país que tem o sistema de distribuição mais injusto do mundo. Acompanho sua luta com atenção desde o início. Creio também que sua maior importância está no fato de incorporar e materializar todas as experiências anteriores, e que este sistema injusto que domina nosso país vem tentando, ao longo dos anos, apagar nossa memória [...] É um movimento cívico sério, que merece o respeito de todos os brasileiros e uma atenção real e corajosa por parte das autoridades. Qualquer brasileiro que tenha um mínimo de responsabilidade, que tenha consciência da situação social real de nosso país, tem o dever de acompanhar e apoiar o trabalho e a luta do MST. A história nos trouxe até um ponto em que foi

1 Sebastião Salgado – fotógrafo brasileiro mundialmente reconhecido e premiado. Organizou em 1997 a exposição Terra, em homenagem à luta do MST.

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preciso duvidar de todas as certezas. A essa altura, depois de ter passado por esse processo árduo, sinto-me no direito de expressar, com serenidade, que se poucas certezas sobrevivem em mim, uma delas é o valor e a dignidade do Movimento dos Sem Terra. Apoiar o MST é preservar o meu direito a continuar confiando na história, a despeito de tudo que o sistema vem fazendo no Brasil ao longo dos tempos (SALGADO, 1999, 1).

E mesmo com tanta luta, a reforma agrária está longe de ser uma realidade no Brasil. Segundo SANSON (2006), existiam no Brasil, no ano 2000, mais de quatro milhões e meio de famílias sem-terra.

Neste contexto, chama atenção a postura vacilante do governo Lula. Lula é a metassíntese do Brasil dos últimos 70 anos: um país moderno e conservador. A grande aposta foi a de que Lula no poder faria um governo sintonizado com o seu histórico de movimento social. Porém, o que se vê é a opção de Lula pela continuidade da modernização conservadora. Prevaleceu o Lula da lógica do desenvolvimentismo associado ao capital transnacional ajustado aos tempos da globalização, um governo que pratica o Pós-consenso de Washington, ou seja, junta o social com a ortodoxia econômica. Por um lado, mantém os fundamentos da disciplina fiscal e monetária e, por outro, políticas sociais de caráter compensatórias como o Bolsa-Família que resultam num apaziguamento da miséria (SANSON, 2006, 4).

Com toda essa resistência das bancadas políticas e do poder executivo em discutir a reforma agrária, houve, dentro do MST, uma forma de empreender uma educação política que mantivesse acesa a chama da militância em todo território nacional e que pudesse repercutir no exterior sua ideologia. Assim nasceu a Escola Nacional Florestan Fernandes.

Logo que ocorreram as primeiras ocupações de terras no sul do Brasil, no final dos anos 70, os problemas foram aparecendo, entre eles foi o que fazer com as crianças do acampamento. A título de exemplo, na Fazenda Anonni, em Sarandi, no Rio Grande do Sul, em 1985, num dos maiores acampamentos da história do MST, eram 1500 famílias e mais de 1000 crianças (DOSSIÊ MST, 2005, p. 13)

Depois de muitas discussões, a escola chegou, mas o ensino tradicional fez novamente o grupo repensar a respeito do processo ensino-aprendizagem. Assim uma pedagogia diferente era necessária, até porque levaria em consideração as concepções da luta pela terra.

Nas palavras de uma das professoras, fica evidente a nova educação que os sem-terrinhas deveriam ter.

A gente tava acostumada a dar aquela educação tradicional: chega em sala de aula e só falar, despejar matéria em cima dos alunos, não permitindo que eles contassem a vida deles, não questionando nada. Agora no acampamento a gente sentiu que tinha que mudar mesmo. Ali a gente começou a questionar os alunos e a gente mesma, ver o porquê daquilo

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que está sendo dado, fazendo aluno se tornar mais crítico (DOSSIÊ MST, 2005 p. 19).

Com esse pensamento de uma educação “diferente”, o MST criou em 2005, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), no município de Guararema, na região do Alto Tietê.

Segundo Teixeira e Nanni (2006), a metodologia pedagógica da ENFF foi criada, buscando preencher uma lacuna na educação brasileira, ou seja, a ausência de uma educação adequada para o trabalhador rural. A Escola não se preocupa apenas com a Educação de base, mas, com o indivíduo como um ser inteiro, como um “sujeito social”, busca a formação em todas as áreas do conhecimento: pedagogia, filosofia, sociologia, psicologia, história, economia, política, etc. Teixeira e Nanni (2006) lembram que o espaço físico é muito amplo e arejado. Tudo tem dimensão pedagógica, tudo foi planejado de forma a atender a chamada educação para libertação.

A pedagogia que eles adotam é chamada da alternância. Porém, ressaltam que não existe uma proposta pedagogia finalizada. Ela está em permanente construção. Há constantemente seminários para atualização e formação de quadros, inclusive com a presença de professores, pesquisadores de instituições nacionais e internacionais, que contribuem com sugestões para a construção do processo pedagógico (TEIXEIRA E NANNI, 2006, p. 7). Todas as ações e práticas pedagógicas utilizadas na Escola Nacional Florestan Fernandes vislumbram a possibilidade da construção de novos caminhos e ainda nos permite constatar que existem alternativas possíveis, além daquelas já definidas (TEIXEIRA e NANNI, 2006, p. 7).

E a mídia, ao criminalizar os movimentos sociais, como o MST, e por consequências a ENFF, ao não divulgar seus temas realmente relevantes como o avanço da educação dos militantes, e de seus filhos, veiculando apenas notícia do MST em combate com a polícia, na luta pela terra, um tendencionismo, o controle da sociedade, posicionando o movimento na situação de inimigo do Estado.

É nessa lacuna, na busca por seus direitos, que os grupos minoritários de movimentos sociais buscam um novo paradigma na comunicação, com notícias veiculadas em blogs, sites e redes sociais, que desmontam o que há por trás nas notícias veiculadas pela Grande Mídia, controlada por um sistema que busca transformar agentes sociais, em bandidos.

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No Brasil, apenas seis famílias são proprietárias dos veículos midiáticos e controlam 70% da informação que o cidadão recebe (ASSANGE, 2013). O que significa que o viés político dessas famílias exerce forte influência para determinar o que o povo vê, ouve e lê.

Foucault (1986), em seus estudos sobre discursos, esclarece que um enunciado que nunca é neutro.

...[não há] enunciado livre, neutro e independente; mas sempre um enunciado fazendo parte de uma série ou de um conjunto, desempenhando um papel no meio dos outros, neles se apoiando e deles se distinguindo: ele se integra sempre em um jogo enunciativo, onde tem sua participação, por ligeira e ínfima que seja. [...] Não há enunciado que não suponha outros; não há nenhum que não tenha, em torno de si, um campo de coexistências (FOUCAULT, 1986, p.114)

Um discurso, segundo Pais (1997), decorre dos discursos que o precederam, portanto só ocorre quando são utilizados os signos e as leis combinatórias que pertencem aos demais membros de um determinado grupo, já que uma experiência individual, em sua alta especificidade, é única e intraduzível e só será inteligível aos outros apenas, quando traduzida em termos do consenso desse grupo.

Para Pais (1997), o conjunto de discursos manifestados pertencentes ao universo de discurso jornalístico (como a qualquer outro universo de discurso) apresenta certas características comuns: são sistemas de valores e crenças compartilhados que se entrecruzam e refletem a produção ideológica desta comunidade. Assim, os discursos sociais apresentam estruturas de poder caracterizadas pela persuasão e sedução e definidas por combinatórias de modalidades.

A mídia é um discurso de poder e para compreender-se a produção do discurso jornalístico à luz da semiótica deve-se considerar a construção da significação que sustenta-se numa tensão dialética entre termos contrários e contraditórios (PRADOS, 2008).

Volanin (2007) destaca que os meios de comunicação, na forma que existem hoje, nas mãos de poucas famílias que dominam a mídia no país, dificilmente darão espaço para a expressão ou a constituição de interesses que ameacem as estruturas de base do capitalismo. A situação é delicada para os movimentos sociais, cada vez mais criminalizados pela grande mídia, e o MST é um dos principais alvos.

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Volanin (2007) reforça que a classe dominante através da mídia enquadra os fatos como acontecimentos, como pensamentos da sociedade como um todo, incriminando os movimentos sociais e seus líderes.

Mas, ao tentar incriminar os movimentos sociais, a classe dominante, através dos meios midiáticos, enquadra os fatos como acontecimentos como pensamentos da sociedade como um todo. A ideologia dominante é colocada como um conjunto de ideias consensuais de todos os indivíduos da sociedade. Pretende com isso ganhar o apoio, principalmente de setores da classe média, utilizando os meios de comunicação procurando incriminar os movimentos sociais e seus líderes. A sociedade acaba por se convencer e levar em consideração que o ato de lutar por um direito torna-se um crime contra a ordem social (VOLANIN, 2007, p. 14).

Volanin (2007), e este estudo, baseia o que se chama dominação dos meios de comunicação, nas definições dos pensadores da Escola de Frankfurt.

A preocupação com o desenvolvimento dos meios de comunicação, ainda que universal, tem sua origem na Escola de Frankfurt, principalmente através de Horkheimer e Adorno, a partir da década de 40, quando foi a pioneira a orientar e relacionar teoricamente a questão econômica e política com a questão cultural, denominando então, de “indústria cultural”. Este movimento foi o primeiro referencial teórico a questionar sobre o processo de industrialização da cultura. Segundo este pensamento, a mídia passa a ser um veículo de transmissão de uma ideologia das elites. A cultura, conforme é analisada pelos frankfurtianos, passa a ser transformada em mercadoria, sendo assim, os meios de comunicação a serviço da ideologia do grupo econômico mais forte, que exerce a dominação, produzindo através do trabalho a alienação do indivíduo e tem por objetivo a manutenção das classes sociais (VOLANIN, 2007. p. 6)

Volanin (2007) afirma que a mídia usa um controle informal nesse processo de criminalização dos movimentos sociais. Assim, busca desqualificar ou “satanizar” as ações dos movimentos, sempre responsabilizados pela intransigência, intolerância e violência. Ocorre um descredenciamento dos movimentos sociais, apresentando-os como subversivos-revolucionários, arruaceiros, desordeiros e criminosos, muitas vezes com um teor terrorista.

Para Volanin (2007), a grande mídia substitui a notícia das razões das manifestações, pelos confrontos com a polícia. Ele afirma que “conhece-se um movimento a partir do confronto. Os movimentos sociais só tornam-se notícia quando a polícia entra em confronto com eles” (VOLANIN, 2007, p. 14).

Já para Escrivão Filho e Frigo (2010), a mídia ao criminalizar um movimento popular, criminaliza os sujeitos nele inseridos, homens e mulheres. O expediente de criminalização e as práticas de violência contra os trabalhadores rurais sem terra

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revelam um caráter de um Estado ainda preso a um modelo social e político autoritário, que, por um lado, relaciona entre seus objetivos, a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e da marginalização, e de outro lado, mantém os seus excluídos afastados das políticas públicas que deveriam assegurar aqueles mesmos fundamentos, e o que é pior, usa o direito penal como resposta para contenção das demandas sociais. Isso fica claro quando Escrivão Filho e Frigo afirmam:

O domínio de forças conservadoras sobre espaços do aparelho de estado permite que mecanismos variados usados seletiva e simultaneamente contra os movimentos sociais, como prisões, inquéritos policiais, ações criminais, ameaças, órgãos de fiscalização e controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU). Há de se reconhecer ainda que isto se dá em articulação com um processo de desmoralização e satanização dos movimentos sociais, orquestrado por meios de comunicação, que priorizam as faltas criminalizatórias e manipulam informações e fatos referentes às manifestações sociais, sem garantir-lhes um espaço, ou mesmo reconhecer-lhes como interlocutores da questão reportada (ESCRVÃO FILHO e FRIGO, 2010, p. 01).

Os movimentos de organização popular têm sido considerados como elementos e meios de inovação e transformações sociais. O MST é uma prova disso. Mas, por outro lado, sua criminalização torna-se uma arma manipulada por poderosos agentes da sociedade e do estado, principalmente, através do uso da mídia. Prova disso, são as notícias, abaixo acessadas, em 22 de maio de 2015, todas veiculadas no intervalo entre junho e dezembro de 2014.

O MST tem um discurso construído em seu processo histórico, é um discurso político que o constitui. Sobre o discurso político do MST, são pertinentes as considerações de Landowski (1992). Para este autor, o desejo de mudança não é apenas uma tomada de posição diante de coisas que mudam, ou que se gostaria que melhorassem, mas também escolher uma maneira determinada de viver seu próprio devir, ou seja, de colocar-se em condição de „desfrutar o tempo presente‟, qualquer que seja este, percebendo a si mesmo como imediatamente inscrito no movimento do momento que passa, como participante do desenrolar de uma atualidade vivida em comum com outrem, compartilhada, efetivamente presente a si mesmo.

Dessa maneira, a mudança torna-se produtora de identidade. Não se trata de, ao aderir à mudança, deixar de ser alguém, ou deixar de apresentar ideias como apresentava antes, mas, segundo Landowski (1992, p. 93), é talvez exatamente o

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contrário, um dos meios mais elementares de afirmar sua própria existência, tanto o olhar de si mesmo como diante de outrem. É mudar se não “a vida”, em todo o caso, o sentido de sua própria vida.

Analisamos três manchetes, à luz da Semiótica do discurso, a Semiótica Greimasiana. Segundo Prados (2008):

A semiótica de que tratamos é a do discurso, desenvolvida por Algirdas Julien Greimas, é aquela que tem suas raízes na teoria da linguagem, em que se concebe a língua como instituição social. Greimas não estuda o signo, e sim a significação e estruturas significantes que modelam os discursos social e individual (PRADOS, 2008, p.50-51).

A metodologia semiótica constitui-se da descrição das etapas do discurso, da enunciação ao enunciado, das estruturas fundamentais e profundas à sua manifestação no texto. É um estudo da estrutura narrativa, ou nível da ação do discurso; da estrutura discursiva, que é o nível das relações intersubjetivas e espaço-temporais; e da semântica profunda, que é o nível dos sistemas de valores ou ideologias do discurso. O texto, segundo essa perspectiva é visto como produto ou resultado de um processo de produção de sentidos.

A estrutura profunda, ou semântica profunda, do discurso constitui a primeira etapa do percurso gerativo do sentido, ou seja, aquela a partir da qual é gerada a significação, no modelo clássico de percurso gerativo. O discurso se reduz à significação considerada como uma estrutura semântica elementar que se baseia numa relação de oposição. Nessa etapa profunda do discurso, por meio dessa metodologia de análise é possível descrever os sistemas de valores, ou axiologia discursiva (PRADOS, 2008).

Por meio da reconstrução do discurso, na análise semiótica, examinam-se cognições, significações, recortes culturais próprios de uma cultura, que habilitam ao convívio e conferem a consciência e o sentimento de pertinência ao grupo, de sua permanência e continuidade no eixo do tempo.

Dessa forma, segundo Pais (apud PRADOS, 2008), há uma tensão dialética (t.d.), que se manifesta no discurso da mídia, entre as modalidades que combinadas às respectivas modalidades contraditórias, geram uma dêixis positiva, e uma negativa.

Foram selecionados três títulos de reportagens veiculadas na mídia, cujos conteúdos se referem ao MST, para serem analisados.

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Abaixo, descrevemos o sistema de valores implícitos no discurso subjacente a este texto, a partir de metatermos - termos sobre o discurso manifestado no texto - que se referem à ideologia, segundo a semântica profunda, com base nos modelos da Semiótica discursiva. Como se observa no octógono semiótico elaborado a partir de modelos semióticos de Pais (2007):

NEOLIBERAL

CAPITALISMO---COMUNISMO

DIREITA ESQUERDA

NÃO COMUNISMO---NÃO CAPITALISMO

ALIENADO

Fig. 1. Universo do discurso quanto à posição política: Tensão dialética (t.d.).

Há uma tensão dialética (t.d.) entre o sistema em que vivemos, o capitalismo, que se opõe ao Comunismo. Vivemos num país capitalista. O que a mídia quer empregar, no que se refere aos integrantes do MST, é que são comunistas. No discurso subjacente ao texto da manchete, a expressão “comuna”, que significa “aglomerado de famílias que independem do Estado”, reforça a figuratividade dos integrantes do MST, como aqueles que se opõem à ordem democrática.

Na tensão dialética, localiza-se o indivíduo com práticas comuns em ambos os tipos de política, os neoliberais. Na dêixis positiva, temos os indivíduos de direita, na dêixis negativa o indivíduo de esquerda. Fora do sistema estão os alienados. De acordo com esse discurso, quem é do MST, é de esquerda, e contra o atual sistema política vigente.

2 - MST impede clientes e funcionários de sair do BB da Epitácio, deputado Janduhy está entre eles (CALLADO, 2014a)

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O modelo que se segue é um dos modelos extraído de Universo do discurso da Democracia (PAIS, 1997, p. 329) t.d DEMOCRACIA LEGITIMIDADE LEGALIDADE RESISTÊNCIA TIRANIA ILEGALIDADE ILEGITIMIDADE RUPTURA DO ORDENAMENTO SOCIAL

Fig.2. Octógono semiótico (PAIS, 1997, p. 329)

Nesse modelo de modelo de Pais, em que o conceito de “legalidade” deve estar articulado ao de “legitimidade”, ética e política, ao mesmo tempo, fica evidente a distorção promovida por um preconceito de ordem cultural e econômica, de que resultam discriminações e restrições que caracterizam o povo brasileiro.

Há uma tensão dialética entre o direito constitucional de ir e vir, da democracia institucionalizada no país, e o impedimento de sair da agência ocupada, imposto pelo grupo social. A tensão se forma sendo de um lado a legalidade e de outro, a legitimidade, em que se tem a democracia.

Na dêixis positiva, na junção entre legalidade e ilegitimidade, está o Estado, e sua tirania, em que se encontram os indivíduos de direita. Na dêixis negativa está o indivíduo de esquerda e na junção entre legitimidade e ilegalidade, temos a resistência Fora do sistema, entre a ilegalidade e a ilegitimidade, temos a ruptura do ordenamento social.

De acordo com esse discurso, quem é do MST é de esquerda. O grupo é legítimo, mas em contraponto, a legalidade da ação é inexistente. Entra na ilegalidade a partir do momento que age contra a lei.

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3 - MST ocupa terra de agricultor, mata boi com tiro de 12 e incendeia moradia, diz Federação (CALLADO, 2014b)

O modelo abaixo foi construído, a partir dos metatermos discursivos, segundo a semântica profunda do discurso manifestado nesse texto de Pedro Calado, com base nos modelos de análise semiótica de Pais (1997) em que se enixa o universo do discurso quanto ao movimento social:

t.d.

CIDADÃO POLITIZADO

VIOLÊNCIA PASSIVIDADE

MST ESTADO

NÃO PASSIVIDADE NÃO VIOLÊNCIA

ALIENADO

Fig. 3. Octógono semiótico elaborado a partir dos modelos de análise de Pais (2007)

Há uma t.d. entre a suposta violência do grupo na ocupação da terra com a passividade apregoada pelo sistema em que vivemos. Aí se localiza o indivíduo que conhece e distingue ambas as ações, o cidadão politizado.

Na dêixis positiva, temos os indivíduos de direita, que seguem as determinações importas pelo Estado, da passividade e da não violência. Na dêixis negativa, está mais uma vez o indivíduo de esquerda, o integrante de movimento social, no nosso caso do MST, que segundo a grande mídia, e o discurso analisado, está na junção da ação violenta e da não passividade.

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Fora do sistema, mais uma vez, também, estão aqueles que não estão neste contexto. De acordo com esse discurso, quem é do MST, é de esquerda e contra o atual sistema política vigente, da passividade e da não violência. Este sujeito, quer a mídia fazer acreditar com seu posicionamento, é um indivíduo adepto à violência, que age sem passividade.

Numa segunda busca no Google, agora usando a sigla ENFF e a palavra educação, não localizamos, no mesmo período, de junho de 2014 a dezembro de 2014, notícias referentes a esses assuntos, indício de que as notícias veiculadas, pouco tratam de assuntos pertinentes à ENFF, como educação política e melhoria de vida dos seus alunos, se não todos, a maioria militantes do MST.

Considerações Finais

A coleta de dados demonstrou que o MST apareceu em 20 manchetes de reportagens de diversos veículos jornalísticos na internet – mas este percurso apresentou apenas três. Sempre que a notícia está ligada à ocupação de terras e prédios públicos, violência, ou sobre os desdobramentos nos dias seguintes às ações do movimento, os termos utilizados no discurso midiático deixam claro o intuito de fomentar o processo de criminalização do movimento que luta de forma legítima pela reforma agrária. Percebeu-se também, que há um processo de caracterizar a autoria de muitas invasões a este movimento, porém sem nada que comprove, o que seria digno de outro estudo.

Quando se trada de divulgar a Escola Nacional Florestan Fernandes, símbolo de uma educação política da militância do movimento, não existem neste mesmo período notícias a respeito.

Infere-se que as grandes empresas, que dominam os meios de comunicação no Brasil, controlam a informação. Usam as notícias sobre o MST, para afastar a legitimidade dos anseios por uma reforma agrária que já se faz tarde no Brasil. As manchetes de jornal tentam fazer crer que no MST só existem desordeiros, homens e mulheres que atrapalham o bom caminhar do processo político instalado pelo Estado.

E é aí que deve, ou pelo menos deveria, entrar a função da mídia e suas estratégias de visibilidade midiática, cujas dinâmicas assumem o caráter mais ou menos organizativo que hierarquizam os fastos, rotulam os atores dos fatos sociais,

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criando opiniões, crenças e valores na opinião pública que nem sempre são legítimos. A luta por uma política de reforma agrária decente no país é antiga, porém a cultura dos latifúndios que se arrasta desde o processo colonizatório das sesmarias e capitanias hereditárias obliterou o paradigma do empoderamento dos vulneráveis.

Referências

ASSANGE, Julian; APPLEBAUM, Jacob; MULLER-MAGUHN, Andy e ZIMMERMANN, Jérémie. Cypherpunks - Liberdade e o Futuro da Internet. São Paulo: Boitempo Ed. 2013. 148p.

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Os autores agradecem à bolsa de pesquisa da Fundação de Amparo ao Ensino e à Pesquisa (FAEP) de Mogi das Cruzes.

Imagem

Fig. 1. Universo do discurso quanto à posição política: Tensão dialética (t.d.).
Fig. 3. Octógono semiótico elaborado a partir dos modelos de análise de Pais  (2007)

Referências

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