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O uso das tecnologias na educação: os desafios frente à pandemia da COVID-19 / The use of technologies in education: the challenges facing the COVID-19 pandemic

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.70070-70079 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761

O uso das tecnologias na educação: os desafios frente à pandemia da COVID-19

The use of technologies in education: the challenges facing the COVID-19

pandemic

DOI:10.34117/bjdv6n9-452

Recebimento dos originais:08/08/2020 Aceitação para publicação:16/09/2020

Chayene Cristina Santos Carvalho da Silva

Formação acadêmica: Mestranda do Programa de Pós-graduação Gestão de Ensino na Educação Básica - PPGEEB da Universidade Federal do Maranhão

Instituição atual: Universidade Federal do Maranhão- UFMA Endereço: Rua da Salina, n° 48, João Paulo

E-mail: ccs-carvalho@outlook.com

Cenidalva Miranda de Sousa Teixeira

Formação acadêmica mais alta: Doutora em Engenharia Elétrica, área Ciência da Computação Instituição de atuação atual Universidade Federal do Maranhão

Endereço completo: Av dos Holandeses, n.1, Palazzo Verona, Laguna, ap 101. 65077-635 - Ponbta do Farol- São Luís-Ma

E-mail: cenidalva.teixeira@ufma.br; cenidalva@gmail.com

RESUMO

A pandemia do COVID-19, doença advinda do coronavírus (SARS-CoV-2), colocou o mundo em uma situação nova e desafiadora, e isso inclui de maneira importante os profissionais da educação, devido à adoção rápida de novas práticas pedagógicas voltadas para o ensino remoto e com adoção das tecnologias digitais educacionais, que se tornaram instrumentos essenciais nesse processo. Este trabalho analisou como os professores têm lidado com os desafios enfrentados durante a pandemia. Como procedimento metodológico adotou-se uma pesquisa exploratória baseada no levantamento de referências bibliográficas em livros, artigos científicos em base de dados, além de aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, com dois grupos de professores: um grupo de escola pública e outro de escola privada da cidade de São Luís – Maranhão. Dessa forma, evidenciou-se que as tecnologias têm sido um fator predominante frente aos desafios do novo coronavírus, entretanto, esbarra-se em problemas como a falta de acessibilidade virtual e formação específica na área pelos profissionais.

Palavras-chave: Tecnologias na educação, Ensino remoto, Formação de professores. ABSTRACT

The COVID-19 pandemic, a disease caused by the coronavirus (SARS-CoV-2), has placed the world in a new and challenging situation, and this includes education professionals, due to the rapid adoption of new pedagogical practices aimed at remote teaching and the adoption of digital educational technologies, which have become essential instruments in this process. This work will analyze how teachers have dealt with the challenges faced during the pandemic. As a

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methodological procedure, an exploratory research based on the survey of bibliographic references in books, scientific articles in databases was adopted, in addition to the application of questionnaires with open and closed questions, with two groups of teachers, a group from public schools and another from private school in the city of São Luís - Maranhão. Thus, it became evident that technologies have been a predominant factor in the face of the challenges of the new coronavirus, however, it comes up against problems such as the lack of virtual accessibility and specific training in the area by professional.

Keywords: Technologies in education, Remote teaching, Teacher traning.

1 INTRODUÇÃO

As tecnologias têm alterado de maneira significativa o modo como a sociedade se organiza, no sentido de que o que antes era feito sem o uso dessas tecnologias, hoje não mais é possível, incluindo atividades essenciais e não essenciais. Sendo assim, a escola não está fora desse contexto, pelo contrário. Nos últimos anos, a escola tem sido um nicho especial quando se trata da inserção de tecnologias digitais, e, principalmente, da inclusão de aplicativos incorporados ao próprio processo de ensinar.

O novo coronavírus, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2), que causa a doença COVID-19, se originou na China, e surpreendeu o mundo de maneira exponencial em 2020. Grandes e pequenas nações tiveram que lidar com um vírus novo, de fácil transmissão, que causou o fechamento do comércio, das instituições, e colocou todas as pessoas em condição de quarentena, isolamento e distanciamento social, impedindo a interação entre estas, aplicando até o chamado lockdown.

Nesse contexto, as escolas fecharam e alunos e professores permanecem em casa, o que ocasionou uma mudança importante no modo de pensar quanto às atividades escolares. Por isso, pensou-se em uma educação à distância, mais especificamente um ensino remoto, via plataformas digitais, com aulas on-line por aplicativos de videoconferência. Dessa forma, tem-se demonstrado que a pandemia do novo coronavírus pode ser considerada um marco no uso das tecnologias digitais, em se tratando de que o que antes era opcional, passou a ser de uso necessário no “novo normal” à qual a sociedade está vivenciando.

Com isso, surgem dúvidas quanto ao professor que se insere nessa realidade. Como esse sujeito se sente frente aos desafios dessa problemática? Para tentar responder a essa pergunta, objetiva-se compreender como os professores têm lidado com os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, e como esses se utilizam de recursos digitais no processo de ensino no modelo remoto.

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Ademais, este estudo se trata de uma pesquisa exploratória, de cunho qualitativo, pois essa tem por objetivo “principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições”. (GIL, 2002, p. 41). Assim, a principal técnica utilizada é o levantamento bibliográfico em bases de dados científicos, como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BTDT) e o Google Acadêmico, além de obras clássicas para obter-se o embasamento teórico, destacando-se autores como: Kensky (2003), Castells (2003), Moran (2018) e Bacich (2018).

Nesse sentido, fez-se um levantamento, evidenciando-se os discursos de professores de duas escolas, uma escola pública e outra privada do ensino fundamental da cidade de São Luís - Maranhão, sendo que suas respostas foram coletadas a partir de um questionário on-line, com perguntas fechadas e abertas. A aplicação do instrumento de coleta teve início no dia 20 de maio de 2020, e sua conclusão no dia 28 de maio de 2020, obtendo-se 22 respostas validadas, que são apresentadas e discutidas neste trabalho.

2 O USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

O uso das tecnologias não é novidade, pois todas as eras viveram suas descobertas. Com isso, para este século, o digital oferece novos desafios e possibilidades de interação e comunicação (KENSKI, 2003). Muitos desses desafios são encontrados no cotidiano das pessoas até as estruturas sociais como a escola, que engloba fatores de sociabilidade que implicam na vida daqueles que perpassam por ela.

Neste viés, corrobora-se com o pensamento de Sahb (2016) de que as tecnologias digitais têm se popularizado cada vez mais, e o acesso a elas tem sido expandido, apesar das grandes desigualdades sociais e dos fatores políticos e econômicos mediante as ações efetivas de acesso e democratização das ferramentas tecnológicas.

Entretanto, para Kenski (2003), essas atuais tecnologias criam novos tempos e espaços educacionais. Sua importância tem destaque nos processos de ensino e aprendizagem, pois estas “[...] prometem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de competências e habilidades dos professores e alunos”. (BOTTENTUIT JUNIOR, 2010, p. 28).

Nessa perspectiva, pode-se destacar que:

A tecnologia em rede e móvel e as competências digitais são componentes fundamentais de uma educação plena. Um aluno não conectado e sem domínio digital perde importantes chances de se informar, de acessar materiais muito ricos disponíveis, de se comunicar, de se tornar visível para os demais, de publicar suas ideias e de aumentar sua empregabilidade futura (MORAN, 2018, p. 13).

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Corroborando com os autores citados e com a assertiva de Bacich (2018, p. 137), “as tecnologias digitais modificam o ambiente no qual elas estão inseridas, transformando e criando novas relações entre os envolvidos no processo de aprendizagem: professor, estudantes e conteúdos”. Nesse processo é preciso considerar que um dos grandes desafios do uso das tecnologias na educação é tornar a aprendizagem ativa, na inter-relação desses atores, no sentido de ser compartilhada, colaborativa, desafiadora e inovadora.

Como diz Teixeira e Carvalho (2020) as ferramentas tecnológicas “[...] podem ser utilizadas no processo ensino aprendizagem e, consequentemente, na sala de aula, de acordo com a sua aplicabilidade”. Assim, elas assumem um papel essencial na formação de professores potencializando suas práticas, bem como favorecendo novas habilidades e competências.

Para Rodrigues Junior (2014, p. 2): “[...] atualmente temos diversas mídias educacionais, o grande desafio é saber utilizá-las de modo eficiente e permitir que elas contribuam, de modo mais decisivo, para aperfeiçoar as práticas pedagógicas”. É perceptível que o destaque nesse processo não é “o quê”, mas o “como fazer”, realizar e construir. Nesse aspecto, corroborando com Moran (2018), as metodologias ativas surgem para mostrar o papel protagonista que o aluno deve assumir na construção do seu próprio aprendizado, aliando-se ao uso das tecnologias, apesar do entendimento da essencialidade do uso das mesmas, de que há uma resistência por parte, até então, do âmbito escolar, como aponta Sahb (2016, p. 6):

A falta de recursos, de infraestrutura, o despreparo dos professores e da equipe pedagógica, os materiais que chegam à escola por imposição e não por escolha dos professores, a quantidade de material inadequada ao porte do colégio, estão entre os principais. Tais fatores interferem consideravelmente na disposição dos educadores para a utilização das inovações, como se fosse possível ficar indiferente à influência que elas exercem sobre as pessoas.

Não tem como ficar indiferente a essa transformação tecnológica, pois, é fundamental que o ensino seja atrativo, e para que os objetivos sejam satisfatórios, como aponta Bottentuit Junior (2010, p. 30), “é necessário que a escola ofereça as condições básicas no que tange as tecnologias e os professores estejam formados e dispostos a criar metodologias de utilização das TIC e da Internet em sala de aula”. Por isso, é fundamental esse processo de reconstrução pedagógica aliada às tecnologias, como forma de superação do tradicional, em vista de se alcançar os melhores resultados.

De acordo com Souza e Silva (2013), a inclusão tecnológica faz com que a instituição educativa e os profissionais se reinventem. Nessa perspectiva, os professores devem aprender a utilizar as ferramentas tecnológicas, conhecer o perfil de cada estudante, aliar as tecnologias a novas

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formas de aprendizagem para que os estudantes aprendam a partir dessas novas práticas educativas, como propõe a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que apresenta para a educação brasileira uma norma que compreende o conjunto de aprendizagens essenciais, como pontua o Plano Nacional de Educação (PNE), integrando, assim, uma política nacional de educação, referente aos processos pedagógicos. (BRASIL, 2018).

Possuir a cultura digital em uma base educacional é oficializar a promoção dessa cultura e o uso das tecnologias digitais, visto que muitas mudanças nas sociedades contemporâneas já vêm acontecendo, devido a uma maior disponibilidade de aparatos digitais, como computadores, smartphones, tablets e afins.

Percebe-se que todo esse contexto da cultura digital impõe desafios, reflexões e análises profundas sobre o uso de novas práticas pedagógicas. Visto que, os estudantes dessa geração hiperconectada esperam que a escola e os professores possam aproveitar o potencial da informação, comunicação e o uso democrático das tecnologias, como propõe a BNCC, de tornar significativas as aprendizagens atreladas ao contexto atual de uma sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultado, a pesquisa demonstrou que 64% dos professores que responderam ao questionário lecionam na rede pública, 32% na rede privada e 4,5% em ambas as redes. De acordo com as respostas, 100% dos professores possui acesso fácil à internet, a maioria pelo uso do celular e computador/notebook, com uma maioria com acesso via banda larga, sendo que 18% considera a qualidade da sua internet ruim.

Os dados iniciais mostram que mais de 70% dos professores possui uma formação no nível de pós-graduação. No entanto, 42% especializaram-se na temática relacionada às tecnologias na educação, pois se trata de um tema pertinente, recorrente e necessário para os dias atuais.

Devido à pandemia, o ensino remoto surge como uma opção para atender o funcionamento das instituições educacionais e sua inserção no cotidiano dos alunos se deu nesse novo contexto, como uma alternativa para manter as atividades escolares em dia. Assim, fez-se o questionamento: Nesse espaço de tempo, você (professor) teve alguma formação específica para o ensino remoto? Se, sim, como foi essa formação? As respostas apontaram que:

a) Os professores que lecionam na escola pública não tiveram nenhum direcionamento ao ensino remoto e nem tiveram formação nesse sentido;

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.70070-70079 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761 pudesse auxiliar para o processo de ensino remoto;

c) Os professores que possuíram algum tipo de formação fizeram por conta própria, e somente uma professora manifestou ter uma formação direcionada advinda da sua instituição de ensino.

Entende-se que os professores não tiveram essa formação específica devido às circunstâncias da pandemia da COVID-19, e antes demonstra-se que somente 40% tem algum tipo de especialização na área tecnologias na educação.

Pode-se inferir que, a partir dos estudos de Coutinho e Lisbôa (2011), que vive-se na era da informação, que é classificada como uma nova ordem social, com a manipulação das informações de forma incomparável, como nunca antes, visto que deve haver em pleno século XXI a garantia da construção do conhecimento. Demonstra-se com esse pensamento que esse novo contexto impõe mudanças significativas em relação ao tratamento da informação, como objeto de conhecimento e transformação social, política, econômica e educacional, o que comunga com Castells (2003) na perspectiva de que o acesso à informação é um recurso essencial para a educação e para o aprendizado e como reforça Santaella (2013) de que a sociedade tem feito o uso de tecnologias para o acesso à informação, e estas têm chegado às diversas situações do cotidiano, inclusive pelo meio digital.

Um dos desafios nessa perspectiva é a de que muitos professores ainda carecem de conhecimentos sobre as tecnologias educacionais, visto que, com a velocidade das mudanças ocorridas nesse campo, não há outro caminho, a não ser a busca de maiores níveis de qualificação e de conhecimento, no sentido da não promoção de um distanciamento perigoso da escola com a sociedade (BOTTENTUIT JUNIOR, 2010). Por isso, a aprendizagem deve ir além dos muros da escola, e o professor deve mudar sua ação de mero transmissor de informações, passando a assumir um papel de mediador da aprendizagem (COUTINHO; LISBÔA, 2011).

No contexto atual da pandemia muitos dos professores não tem formação direcionada para utilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Nesse sentido, muitas são as dificuldades enfrentadas pelos professores em situações normais em sala de aula, e no ensino remoto não é diferente. Com a pandemia houve uma busca exponencial pelas TICs, e nesse processo algumas barreiras foram encontradas.

Em vista desses aspectos, pode-se observar falas de alguns professores nomeados por ordem alfabética, e categorizados a respeito da pergunta: Quais as dificuldades que você (professor) têm enfrentado para ministrar aulas no ensino remoto?

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.70070-70079 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761 a) A falta de manuseio técnico, quanto às ferramentas digitais:

Me falta manuseio das tecnologias digitais. (Professor A) Tenho dificuldades na edição de vídeo. (Professor B) Formativa e técnica. (Professor C)

Dificuldades em manusear o ambiente virtual. (Professor D) Ter um equipamento melhor. (Professor E).

b) O acesso à internet:

A internet e os seus instrumentos não atingem a todos. (Professor F) Poucos alunos têm acesso às aulas. (Professor G)

Participação dos alunos. (Professor H) O acesso à internet pelos alunos. (Professor I)

c) Falta de materiais didáticos:

A falta de livros didáticos por parte dos alunos. (Professor I)

d) Formação de professores:

Interagir com as crianças e pais. (Professor J) Dificuldades com os aplicativos. (Professor K) Gestão de tempo. (Professor L)

Sobre o manuseio técnico, compreende-se com a ideia de que “o envolvimento do docente com as TICs pode servir como meio para auxiliar sua própria formação em diversas áreas do conhecimento [...] e/ou ainda como objeto de conteúdo complementar ao processo pedagógico”. (MENDES; BUTTENTUIT JUNIOR, 2019, p. 3). Assim, o pensamento de que o professor estará sempre apto a ensinar é uma falácia, pois a formação docente é uma constância, ou seja, é permanente. Por isso, quando o professor tem contato, manuseio com as tecnologias, ao mesmo tempo ele está em um processo autoformativo que o ajudará em sua prática docente.

Quanto ao acesso, o uso da internet tem se revelado centralizado, e, assim, ficam à margem aqueles que não possuem acesso, mas sim acesso limitado, ou ainda aqueles que não possuem uma usabilidade tão eficaz. Esses fatores são considerados complexos, pois em plena era da informação há uma grande divisão digital gerada pela própria desigualdade em meio à realidade da sociedade (CASTELLS, 2003).

Para o contexto da pandemia da covid-19, uma questão emergente é o problema que envolve o retorno das aulas através das TDIC: a falta de acessibilidade. Por isso, segundo Arruda (2020, p.

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268) é preciso “[...] garantir equidade nas políticas de substituição da educação presencial pela educação mediada por tecnologias digitais”. E isso, se faz importante, na medida em que há um distanciamento entre a comunidade e a escola poderá existir a perda de vínculos importantes para o processo educacional.

Os entraves apontados pelos professores demonstram uma desigualdade digital que já existia, mas que ganhou grandes proporções com a pandemia do novo coronavírus. Ou seja, o uso das tecnologias na educação cria um contexto cultural que coloca a usabilidade das tecnologias, a acessibilidade à internet, o processo cultural digital e a formação do professor em um centro de importância.

4 CONCLUSÃO

Diante do exposto, abordou-se nesta pesquisa sobre “O uso das Tecnologias na Educação: frente à pandemia da Covid-19”, e ao final deste trabalho compreende-se que os professores e a escola têm enfrentado grandes desafios no uso de tecnologias para um ensino remoto.

Assim, o objetivo de pesquisar sobre como os professores têm vivenciado os desafios impostos pela pandemia foi alcançado, no sentido de que esses sujeitos têm perpassado por problemas significativos, como: o acesso dificultado à internet por parte dos alunos, a falta de manuseio técnico, a incorporação das TICs em sua prática pedagógica de uma forma quase que imposta frente ao atual contexto, e a falta de uma formação mais específica na área. Contudo, a escola e os professores que estão oferecendo o ensino remoto têm usado as TICs como um meio possível, não totalmente inclusivo, mas necessário.

Compreende-se que o esforço das instituições, e no caso dos professores da escola privada, tem possibilitado a continuação dos estudos por meio das tecnologias e, assim, permanecendo um vínculo entre os estudantes e a escola em meio à pandemia. Entretanto, para os professores da escola pública, constata-se que a secretaria de educação não colocou rapidamente em ação um plano que corrobore para o estabelecimento de vínculo por meio das tecnologias. Desse modo, essa questão poderá ser levantada em uma investigação futura.

Portanto, o uso das tecnologias em um contexto de crise de saúde e social, se torna cada vez mais relevante a sua inserção em diversos fatores da sociedade, e mais ainda no contexto educacional. Contudo, deve levar em consideração a conjuntura dos educandos, educadores e comunidade escolar, na perspectiva de se compreender de que maneira as tecnologias podem fazer parte da sua realidade, no que diz respeito à acessibilidade e perspectivas futuras.

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