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Avaliação das características dento-maxilo-faciais em crianças com trissomia 21.

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Academic year: 2021

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MONOGRAFIA DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA

Porto 2012

AVALIAÇÃO DAS CARATERÍSTICAS DENTO-MAXILO-FACIAIS

EM CRIANÇAS COM TRISSOMIA 21

PORTO 2012

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Monografia de Revisão Bibliográfica

Inês Cardoso Teixeira Vilhena Beirão Aluna do 5.º Ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária beirão631@hotmail.com

Orientadora Mestre Viviana Marisa Pereira Macho Assistente Convidada de Odontopediatria da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA DA

UNIVERSIDADE DO PORTO

AVALIAÇÃO DAS CARATERÍSTICAS DENTO-MAXILO-FACIAIS

EM CRIANÇAS COM TRISSOMIA 21

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Agradecimentos

Aos meus pais, pelo incentivo e palavra amiga nos momentos menos favoráveis. Ao meu irmão André, amigo e companheiro de todas as horas.

Aos meus amigos pelo carinho e pelos bons momentos sempre vividos.

À Mestre Viviana Macho, minha orientadora, pela valiosa e imprescindível colaboração na realização deste trabalho. O meu sincero agradecimento pelo empenho, dedicação e interesse. Agradeço as sugestões e críticas; a disponibilidade, prestabilidade e apoio que sempre demonstrou.

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Índice

Resumo ... 5 Abstract ... 6 Introdução ... 7 Objetivos ... 8 Materiais e Métodos ... 9 Desenvolvimento ... 10 Caraterísticas gerais ... 11 Caraterísticas dento-maxilo-faciais ... 14 Anomalias oclusais ... 18

Impacto das caraterísticas dento-maxilo-faciais na qualidade de vida das crianças com Trissomia 21 ... 20

Conclusão ... 25

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Resumo

Introdução: A Trissomia 21 é uma anomalia cromossómica com particularidades orofaciais sui

generis desta síndrome.

Objetivos: Descrever as caraterísticas clínicas de um indivíduo com Trissomia 21, avaliar o

impacto destas caraterísticas na qualidade de vida do sindrómico e identificar os diferentes tipos de tratamento ortodôntico para a correção das anomalias oclusais dos sindrómicos.

Material/Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura utilizando artigos

publicados em revistas indexadas (português/ inglês) no período de 2002-2012, online e impressas em papel.

Resultados: O sindrómico clinicamente carateriza-se por hipotonia generalizada, alteração

neurológica, cardiopatias, problemas respiratórios e alteração no sistema estomatognático. A quase totalidade dos portadores de Trissomia 21 possui qualquer tipo de desarmonia oclusal, incluindo a mordida aberta anterior, mordida cruzada anterior e posterior, pro-inclinação dos dentes anteriores e subdesenvolvimento da maxila e do andar médio da face. Apresentam anomalias dentárias como a hipodontia, dentes conóides, hipocalcificação do esmalte. As caraterísticas dento-maxilo-faciais têm implicações clínicas a nível da fala, da alimentação, da postura, da ventilação e da estética, com enormes consequências no seu crescimento e desenvolvimento e na sua integração social. As anomalias oclusais tratadas precocemente (placas palatinas) permitem ao sindrómico beneficiar na coordenação e fortalecimento da musculatura orofacial. O disjuntor maxilar é muito eficaz no aumento da maxila e nomeadamente na melhoria da ventilação nasal.Um bom resultado de tratamento ortodôntico é possível nestes indivíduos. A esperança de vida do sindrómico tem crescido consideravelmente, no entanto, permanece ainda menor em comparação com a população geral.

Conclusões: Uma terapia multidisciplinar, essencialmente precoce, associada a uma equipa de

fonoaudiólogos, fisioterapeutas, otorrinolaringologistas e médicos dentistas pode proporcionar resultados excelentes em crianças com Trissomia 21, influenciando o seu bem-estar e qualidade de vida.

Palavras- chave: Trissomia 21, Síndrome de Down, aparelho ortodôntico, qualidade de vida,

(6)

Abstract

Introduction: The Trisomy 21 is the chromosomal anomaly with specific orofacial features. Aim: To describe the clinical features of an individual with Trisomy 21, to assess the impact of

these characteristics on their quality of life and to identify the different types of orthodontic treatment used for the correction of the occlusal anomalies usually found in this population.

Material / Methods: A systematic review of the literature was made using articles published in

indexed journals (Portuguese / English) in the period between 2002 and 2012, online and on paper.

Results: Individuals with Down syndrome are clinically characterized by generalized hypotonia,

neurological, cardiac and respiratory problems and changes in their stomatognathic system. Almost all of these patients have an occlusal disharmony, including anterior open bite, anterior and posterior crossbite, anterior proclination and underdevelopment of the maxilla and of the midface. Dental anomalies such as hypodontia, conical teeth and enamel hypocalcification are also found. The dentomaxillofacial features have clinical implications in speech, nutrition, posture, ventilation and aesthetics, with enormous consequences in growth, development and social integration. Early treatment of occlusal anomalies (palatal plate) allows the patient to improve the coordination and the strength of the orofacial muscles. The maxillary expansion has been proved to be very effective in the growth of maxilla, particularity in the improvement of nasal ventilation. Orthodontic treatment can offer good results in these individuals. Life expectancy of these patients has grown considerably. However, it is still low when compared with general population.

Conclusions: An early multidisciplinary approach lead by a team of speech therapists,

physiotherapists, dentists and otolaryngologists can provide excellent results in children with Down syndrome, influencing their well-being and quality of life.

Keywords: Trisomy 21, Down syndrome, orthodontic appliances, quality of life, craniofacial

(7)

Introdução

O paciente portador de necessidades especiais é todo o indivíduo que apresenta determinados desvios dos padrões de normalidade, identificáveis ou não, e que, por isso, necessita de atenção e abordagem especiais por um período da sua vida ou indefinidamente.(5, 6)

A Síndrome de Down (SD), também denominada por Trissomia 21, foi descrita por Langdon Down em 1866, como uma anormalidade genética de um cromossoma autossómico, relacionada com a trissomia do par 21. É a alteração cromossômica mais frequente (7-13) com uma incidência de 1/770 crianças nascidas vivas e uma prevalência de 1:3300 a 1:2000 na população geral.(14, 15)

A esperança de vida dos portadores de SD tem aumentado significativamente nas últimas décadas, sendo a média de vida cerca de 57 anos (7, 16), dando particular relevância à evolução técnica da medicina e à melhoria das condições materno-infantis. (10, 11)

A caraterística mais frequente é o seu desenvolvimento retardado, com comprometimento intelectual, e consequente défice cognitivo e desenvolvimento motor.(17, 18) Essas crianças também apresentam um risco aumentado de aparecimento de defeitos congénitos e distúrbios orgânicos, tais como cardiopatias congénitas, defeitos gastrointestinais e hipotiroidismo.(17, 19, 20)

A maioria dos portadores de Trissomia 21 possui qualquer tipo de desarmonia oclusal, com maior frequência de mordida cruzada anterior, mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e subdesenvolvimento da maxila e do andar médio da face.(7, 15, 21) As caraterísticas dento-maxilo-faciais têm implicações clínicas a nível da alimentação, da deglutição, da fonação da mastigação, da postura, da ventilação e da estética, com enormes consequências no seu crescimento e desenvolvimento e na sua integração social.(19, 22) Então a má-oclusão tem um impacto considerável na vida destas crianças(7) associada a problemas nas suas atividades diárias, incluindo a discriminação devido à sua aparência física. (11, 21, 23)

A prevalência de má-oclusão nesta população pode ser explicada pelas alterações caraterísticas encontradas nesta síndrome, incluindo a obstrução da faringe (causada por pseudomacroglossia, micrognatia, e hipertrofia das amígdalas), problemas funcionais (hipotonia) e obstrução nasal (via aérea reduzida, hipertrofia das adenoides ou sinusite).(11, 21)

Os indivíduos com Síndrome de Down apresentam diversas alterações dentárias, incluindo agenesias, hipodontia, microdontia, dentes conóides, hipoplasia, hipocalcificação do esmalte, atraso de erupção e esfoliação.(10, 13, 19)

As pessoas com Síndrome de Down são frequentemente vítimas de uma imagem estereotipada, relacionada à sua condição. Um bom resultado de tratamento ortodôntico

(8)

é possível nestes indivíduos (24), e por este motivo estes pacientes não devem ser excluídos da população.(11, 25) Má-oclusão e ortodontia são conceitos que estão interrelacionados, que podem influenciar a qualidade de vida de cada indivíduo, englobando a função psicológica (autoestima), física (aparência) e social (interação com os outros).(26)

O tratamento da Trissomia 21 incide fundamentalmente na manutenção da qualidade de vida do sindrómico(27), valorizando uma intervenção precoce, de forma a minimizar as alterações que podem agravar o atraso de desenvolvimento existente.(14) Ressalta-se a importância da colaboração familiar (28, 29), da equipa multidisciplinar, bem como o papel do médico-dentista no atendimento de pacientes com necessidades especiais.(27, 29)

Objetivos

Assim, como objetivos deste estudo pretende-se analisar todos os aspetos referentes a indivíduos com Trissomia 21, focando as suas principais caraterísticas clínicas e dento-maxilo-faciais e, concomitantemente relacionar essas características com a qualidade de vida desses indivíduos.

O tema é importante e de grande relevância para a sociedade. Apesar de se tratar de um indivíduo com Síndrome de Down não devem ser descurados possíveis tratamentos, realçando a importância do tratamento ortodôntico. Futuramente, o sindrómico irá beneficiar de ganhos em saúde, o que irá influenciar a sua qualidade de vida e inclusão social.

(9)

Materiais e Métodos

Para a realização desta monografia, pretendeu-se efetuar uma revisão bibliográfica da literatura científica, através da pesquisa e análise de artigos publicados em revistas indexadas (Português/Inglês), online e impressas em papel.

A pesquisa bibliográfica para este estudo foi feita com recurso às seguintes bases de dados: Ebsco host (medline, biomed, pubmed); British Medical Index; b-on (Academic Search Premier Elsevier, Springer Link, Wiley Interscience). Para tal, procurou-se uma combinação das palavras-chave: trisomy 21, Down syndrome, braces, quality of life, craniofacial changes e occlusal anomalies.

Foram excluídos desta pesquisa bibliográfica os artigos que datavam anos inferiores a 2002 e os artigos com abstract incompleto ou texto integral indisponível.

Foi incluído nesta pesquisa bibliográfica a tese de doutoramento “Protusão lingual e placas palatinas na infância” do Professor Doutor David de Andrade, que, apesar de ser de 2000, é o único estudo em Portugal e de relevante importância para este trabalho.

Após a leitura dos artigos científicos, as informações reunidas foram agrupadas, desde as particularidades orofaciais específicas da síndrome, o tratamento ortodôntico efetuado nos sindrómicos e o impacto deste tratamento na qualidade de vida das crianças com síndrome de Down.

(10)

Desenvolvimento

A Trissomia 21 define-se como uma alteração da organização genética e cromossómica do par 21. Resulta de uma divisão anormal das células germinativas, devido à não disjunção cromossómica durante a primeira ou segunda divisão meiótica de um dos progenitores. (15, 30)

Langdon Down apresentou caraterísticas fenotípicas sui generis da síndrome. Down acreditava que na realidade se tratava de um retrocesso em direção a uma raça primitiva. O défice cognitivo, a forma dos olhos e o aparecimento de uma prega no canto interno do olho (epicanto), induziram o autor a denominar, erroneamente a condição de “idiotia mongoloide”. Atualmente esta terminologia não se usa. Porém, só mais tarde se constatou que a SD resultava da presença de um cromossoma a mais no par 21, sendo denominada “Trissomia 21”. (31)

A Trissomia 21 classifica-se em três tipos distintos, destacando-se a trissomia livre, presente em 96%; a translocação em 3%; e o mosaicismo em 2% dos casos com síndrome de Down (Figura 1). (3, 8, 30, 31)

Na trissomia livre, os indivíduos apresentam 47 cromossomas e não 46 nas suas células, havendo um cromossoma extra do par 21. A translocação resulta da união do cromossoma extra do par 21 com outro cromossoma; mesmo que o indivíduo apresente 46 cromossomas, será considerado portador da síndrome. No mosaicismo, a alteração não ocorre em todas as células, ou seja, algumas células exibem cariótipos normais e outras células apresentam trissomia livre do cromossoma 21. (3, 8, 30, 31)

A prevalência da Síndrome de Down aumenta com a idade materna, pois para mulheres acima dos 35 anos o risco de ter um filho com Trissomia 21 é significativamente mais elevado.

(11)

(20, 24, 30, 32)

O seu diagnóstico baseia-se numa associação de sinais e sintomas, sendo a sua confirmação determinada pelo estudo cromossómico, e por uma investigação citogenética para identificação do cariótipo (Figura 2 e 3). (2, 27, 29)

Esta síndrome é geralmente caraterizada pela combinação de défice cognitivo e várias malformações físicas. (17, 30, 33) As diversas anomalias presentes em portadores desta síndrome são classificadas em caraterísticas gerais e craniofaciais.

Caraterísticas Gerais

A Trissomia 21 frequentemente acarreta complicações clínicas que acabam por interferir no desenvolvimento global da criança portadora, sendo as mais comummente encontradas as referidas no quadro 1.

A Síndrome de Down associa-se com frequência, a várias anomalias congénitas, sendo as mais frequentes as cardiopatias. (14, 16, 18, 21) Aproximadamente 40% das crianças com Trissomia 21 nascem com algum tipo de anomalia cardíaca. A maioria sofre correção cirúrgica nos primeiros anos de vida. (16)

(12)

Sabe-se ainda que, os defeitos congénitos cardíacos são a principal causa de mortalidade infantil na SD, particularmente durante o período pós-neonatal (70% dos casos). (20) No entanto, devido aos avanços cirúrgicos da doença coronária (20) e dos defeitos gastrointestinais (34), observou-se uma queda na morbidade e mortalidade infantis na Trissomia 21. (20) O prolapso da válvula mitral é a anomalia cardíaca mais comum, e representa aproximadamente, 50% das doenças cardíacas nestes doentes. Assim, antes de qualquer procedimento dentário, é recomendado avaliar se é necessário a profilaxia de endocardite bacteriana. (15, 30)

Os doentes com Trissomia 21 têm maior prevalência de patologia específica do foro otorrinolaringológico, nomeadamente rinossinusites de repetição e obstrução nasal crónica, consequência da hipotonia e das malformações craniofaciais que apresentam, como a hipoplasia do andar médio da face. Estas alterações, juntamente com o facto de terem as trompas de Eustáquio mais curtas e patentes, predispõem ao aparecimento de otite média com efusão crónica, causa de hipoacusia de transmissão, que interfere com a aquisição da linguagem.(14) Este

Alterações cardíacas Complicações respiratórias Alterações endócrinas Alterações hematológicas Alterações oftalmológicas Anomalias gastrointestinais

Atraso neuropsicomotor (hipotonia muscular) Comprometimento intelectual (QI-50)

Alterações neurológicas Baixa estatura

Obesidade Esterilidade

Epicanto

Fissura Palpebral oblíqua Língua hipotónica

Encurtamento das extremidades (mãos, pés, dedos, orelhas, nariz) Prega palmar única

(13)

grupo caraterístico apresenta uma elevada incidência de infeções recorrentes, principalmente das vias aéreas superiores (11, 17, 21), assim como, uma frequência superior a 50% (14) de apneia do sono. (4, 11, 14, 35) A apneia do sono pode afetar de forma adversa o comportamento, o crescimento e o neuro-desenvolvimento das crianças em geral. Nos portadores de SD os défices cognitivos e comportamentais podem ser agravados pela hipoxemia e pelas alterações do sono que acompanham a apneia do sono. (14)

Outra anomalia comum a esta síndrome é um defeito no funcionamento da glândula tiróide. Os indivíduos com Síndrome de Down tendem apresentar hipotiroidismo (19, 36, 37) e esta disfunção influencia o desenvolvimento tanto dos ossos como dos dentes, com consequente hipodesenvolvimento ósseo e dentário, e com atraso na erupção dos dentes.(36)

Estas crianças apresentam um maior risco de desenvolver leucemia, apresentando uma incidência 20 vezes maior em relação à população em geral.(2) A presença de lesões persistentes e hemorragia gengival espontânea podem ser sinais de leucemia, devendo o médico dentista estar alerta para a presença destes sinais. (37)

Com relação à estrutura óssea, a articulação atlanto-axial, responsável em promover a comunicação entre a primeira e a segunda vértebra, apresenta-se defeituosa em cerca de 20% dos indivíduos. (15, 37)Este defeito pode causar algum tipo de compressão da medula espinal durante movimentos bruscos de flexão ou extensão e, por isso, o médico dentista deve ter muito cuidado na manipulação do pescoço de um paciente com esta síndrome que apresenta laxidez na articulação atlanto-axial. (37)

As crianças com SD não adquirem as capacidades motoras na mesma idade que crianças com desenvolvimento típico. (18, 35)

O termo deficiência intelectual é a caraterística mais marcante do SD (29, 38, 39), com um QI médio de 50. Envolve vários domínios cognitivos (neurais e mentais), destacando-se a memória, aprendizagem, vocabulário, linguagem, capacidade de adaptação e atenção. O QI destas crianças vai diminuindo com a idade, sendo que o desenvolvimento mental raramente ultrapassa os 8 anos. (17, 18) Este atraso no desenvolvimento tem sido frequentemente estudado durante os últimos 50 anos, indicando que estes indivíduos apresentam um QI mais baixo, dificuldades com a linguagem expressiva, com a memória de trabalho verbal, linguagem recetiva, leitura, escrita e aritmética. (17, 18)

A principal causa do défice cognitivo deve-se a uma alteração na comunicação sinática, decorrente de uma perturbação neurológica, diminuição do número e da profundidade dos sulcos no córtex cerebral, alterações das lâminas corticais e redução das ramificações dendríticas. A

(14)

hipocelularidade do cérebro é adquirida durante o início do desenvolvimento da criança, que é devido a uma diminuição da proliferação dos percursores neuronais, que por sua vez conduzem a uma diminuição do número de neurónios e contatos sináticos, levando, consequentemente a um comprometimento neurológico.(31, 33) Outro fator que contribui para o comprometimento cognitivo destes indivíduos, está relacionado com uma redução do volume cerebral, devido à diminuição do lobo temporal e desenvolvimento neural impróprio. (10, 40)

A maior parte dos indivíduos com SD desenvolve doença de Alzheimer (35, 38, 40, 41) por volta da quarta ou quinta década de vida. (19) Esta doença degenerativa apresenta uma incidência elevada, estando relacionada com uma expressão exagerada da proteína b-amilóide precursora (BAPP), que é um dos genes em triplicado no SD. (38)

A saúde mental, problemas comportamentais, incluindo transtorno do défice de atenção, hiperatividade, transtorno obsessivo-compulsivo e depressão são problemas que afetam uma proporção considerável de indivíduos com Trissomia 21. A depressão e a doença de Alzheimer estão relacionadas, estando a gravidade da depressão associada um QI baixo, memória pobre e a um baixo nível de adaptação. Em vários estudos, a depressão foi o principal problema de saúde mental em sindrómicos adultos jovens, com deficiência intelectual leve a moderada. (35)

Caraterísticas dento-maxilo-faciais

Existe subdesenvolvimento do andar médio da face, devido fundamentalmente, a uma micrognatia da maxila. Acredita-se que seja a micrognatia a principal responsável pelo desenvolvimento da respiração oral destas crianças, levando a alterações de desenvolvimento das estruturas nasais e nasofaringeanas. (27)

Os sindrómicos são respiradores bucais, e apresentam um padrão de mordida aberta. (5, 7,

21, 42)

Por outro lado, como os músculos orofaciais são hipotónicos não há fecho completo dos lábios. Estes fatores causam um desequilíbrio no desenvolvimento orofacial, que conduz às más oclusões que são típicas em pacientes com SD (11, 21, 43) e a malformações craniofaciais, como a hipoplasia do andar médio da face. (10, 24, 30, 44)

Indivíduos com SD apresentam dificuldades motoras orais, como problemas de deglutição, mastigação e sucção, devido essencialmente, à presença de uma língua protrusiva e a uma hipotonicidade muscular. (21, 42-44) Associada à baixa tonicidade muscular, encontra-se uma flacidez ligamentar, visível em todo o corpo. (2) Tal fato induz uma hiperflexibilidade das articulações, que pode comprometer os ligamentos que rodeiam os dentes. Como consequência

(15)

da hipotonicidade muscular, o portador pode apresentar distúrbios da articulação temporomandibular. (27, 44) Outro fator importante relacionado à hipotonicidade muscular é o excesso de saliva nas comissuras labiais, que conduz a irritação, fissuras (queilite angular) (27) e úlceras aftosas, facilitando a instalação de processos infeciosos pala acumulação de microrganismos como Candida albicans. (15, 27, 30)

O crescimento craniofacial e os distúrbios oclusais podem ser acentuados pela interação entre a genética e fatores ambientais, tais como o aleitamento materno e hábitos orais (sucção de chupeta, dedo, onicofagia). (11, 43) Assim, essas crianças têm uma maior prevalência de hábitos de sucção não nutritivos, uma vez que são menos amamentadas do que as crianças com desenvolvimento normal. (21, 43)

Num estudo realizado por Backman et al, observou-se que os hábitos de sucção foram mais prevalentes em crianças com desenvolvimento normal do que nas crianças com SD. No entanto, nos sindrómicos a sucção digital foi mais prevalente do que a sucção da chupeta. Nas crianças com desenvolvimento normal verificou-se o inverso, pois, a sucção digital foi menos frequente. Para melhorar a função motora oral a sucção da chupeta é incentivada nos portadores da síndrome. (45)

A macroglossia é evidente nos portadores desta síndrome, o que pode levar a um deslocamento dos dentes, e consequente, má oclusão.(4, 25) Assim, os mecanismos compensatórios conduzem à protrusão e sequente mordida aberta, levando o paciente à condição de respirador bucal.(11, 27) É importante realçar, que a macroglossia que se destaca nestas crianças, raramente é verdadeira, sendo uma pseudomacroglossia. A cavidade oral apresenta tamanho reduzido, devido ao hipodesenvolvimento da maxila e do palato.(10, 12, 15)

Clinicamente, observa-se também uma situação de braquicefalia nestes indivíduos, ou seja, uma redução no tamanho da cabeça em geral (rosto redondo). (10, 11, 30, 40) A base do crânio, o osso frontal e o seio paranasal são significativamente mais pequenos que nos indivíduos normais, levando consequentemente, a uma diminuição do tamanho da sela turca. Deste modo, há um achatamento da base craniana, como resultado da hipoplasia vertical das estruturas centrais do crânio. (9)

Nos portadores de SD, são evidentes as seguintes características dento-maxilo-faciais (10,

11, 25, 27, 30)

(16)

O perfil prognático encontrado por norma nestas crianças deve-se a uma maxila subdesenvolvida e não, a um crescimento da mandíbula, pois não parece ter o seu desenvolvimento afetado. (12, 30) As medidas mandibulares não são significativamente diferentes de indivíduos normais, no entanto, pode apresentar-se expandida transversalmente em função de pressões linguais. (27)

O bruxismo é frequente nesta população, desde muito jovens, e persiste muitas vezes durante toda a vida, com alta incidência de bruxismo noturno. (15, 19) No estudo realizado por Areias et al, observa-se uma elevada percentagem de bruxismo nas crianças com SD (23%), em comparação com os seus irmãos (2%), como grupo controlo.(46) Esta diferença pode ser explicada pela existência de más oclusões dentárias, disfunção da articulação temporomandibular devido à laxidez dos ligamentos de suporte e subdesenvolvimento do controlo nervoso. A ansiedade crónica normalmente encontrada nestes pacientes contribui para o aumento de frequência de bruxismo. (46)

Inicialmente este bruxismo leva a um desgaste dos sulcos e fissuras da superfície oclusal dos dentes, ficando as superfícies mais lisas. Mas ao longo do tempo pode levar a uma sobrecarga dos tecidos de suporte e subsequente fratura dentária. (15)

Estes pacientes devem ser observados num programa de revisão regular para permitir que os problemas relacionados com o bruxismo sejam identificados precocemente. Nos casos onde já existe bruxismo é necessário reposicionar a mandíbula e diminuir o ranger dos dentes.(19) Infelizmente, nos pacientes cujo bruxismo é devido a uma profunda falta do controlo nervoso, mesmo com a aplicação da terapia correta, o tratamento não é bem-sucedido. (15)

Nariz pequeno Base nasal achatada Tonicidade labial diminuída

Fissuras labiais frequentes Fecho labial incompleto

Língua fissurada

Movimento lingual impreciso e lento Palato estreito, curto, profundo e ogival

Úvula bífida

Subdesenvolvimento da maxila

Alterações na erupção dentária permanente e temporária

(17)

Areias et al afirma que crianças com Trissomia 21 têm menor prevalência de cárie (22%), em relação aos seus irmãos (42%). Este fato pode ser explicado pela maior preocupação dos pais na saúde oral, visita mais cedo ao odontopediatra (46),presença de bruxismo, atraso de erupção de dentes decíduos e permanentes e pelo elevado número de diastemas observado nesta síndrome

(19)

.

A IgA é a imunoglobulina mais predominante na saliva, e previne a aderência microbiana no hospedeiro e indivíduos com SD apresentam taxas de secreção de IgA e IgG diminuídas, podendo justificar a diminuição da prevalência de cárie nestas crianças. (25)

Alguns estudos concluíram que os sindrómicos possuem alterações dos ductos das células acinares e logo alterações iónicas, com consequente diminuição do fluxo salivar, aumento da concentração de sódio, diminuição de potássio e do pH. No entanto, Areias et al concluiu que o fluxo salivar foi inferior no grupo dos sindrómicos mas o pH da saliva foi igual em ambos os grupos. Estatisticamente, não houve diferenças em relação à concentração iónica da saliva na Trissomia 21. (46)

A doença periodontal tem início muito precoce e é a doença oral mais frequente nas crianças com Trissomia 21 (25, 37), com efeito negativo na qualidade de vida destes pacientes. A doença periodontal é uma das principais causas de perda dentária na população humana a nível mundial. Trata-se de uma infeção crónica dos tecidos periodontais (gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar), decorrente de acumulação de placa bacteriana com níveis de prevalência elevados de bactérias Gram-negativas.(47) Os portadores desta síndrome apresentam uma higiene oral deficiente, sendo comum encontrar acumulação de placa bacteriana, gengivite e periodontite.(25) Existe ainda uma grande incidência de úlceras aftosas e infeções orais por cândida, além de gengivite ulceronecrosante aguda.(47) A incidência aumentada de doença periodontal pode ser explicada: pela alteração da função leucocitária, responsável pelos mecanismos de defesa nos tecidos periodontais; pela hipotonia muscular e suas consequências; pela flacidez da articulação dento-alveolar (47); pela falta de compreensão das necessidades de higiene oral e destreza manual diminuída devidas ao défice cognitivo.(6, 13, 19,

25)

As pessoas com Trissomia 21 são frequentemente atingidas por destruições periodontais severas. O sistema imunitário comprometido, com um número diminuído de células T, é caraterístico da maioria dos portadores de Trissomia 21, o que contribui para um nível de infeções mais elevado e é também um dos fatores que justificam a alta incidência de doença periodontal. (37, 47)

(18)

As anomalias dentárias são muito comuns, tanto na dentição temporária como na permanente, ocorrendo com uma incidência de cinco vezes mais do que na população normal (10,

15, 27)

. Na dentição temporária, o mais comum são os incisivos laterais estarem ausentes, enquanto na dentição permanente, são os terceiros molares, segundos pré-molares e os incisivos laterais, nesta sequência, os dentes ausentes mais frequentes (10). Os dentes dos portadores de SD apresentam mineralização completa, atraso da erupção dentária de seis a dezoito meses (15), alteração na sequência de erupção, principalmente os decíduos (27), alta incidência de dentes inclusos (incisivos e caninos) (10, 33, 48) e agenesias (11). A microdontia, com uma incidência de 55% (15, 27), a hipoplasia de esmalte, a hipodontia de dentes decíduos com uma prevalência de 17% (33) e oligodontia, são as anomalias dentárias mais comuns. As anomalias estruturais incluem a taurodontia, os dentes conoides, fusões e geminações, sendo os caninos mais afetados em forma e tamanho (27), dentes supranumerários, hipoplasia e hipocalcificação dentária. (15) Num estudo realizado por Moraes et al em 49 indivíduos portadores de SD verificou uma elevada incidência de anomalias dentárias (96%), englobando o taurodontismo (50%), anodontia, dentes conoides (9%), dentes inclusos (6%) e microdontia (Figura2). (10)

Anomalias oclusais

As más oclusões em pessoas com SD são bastante frequentes, e representam um impacto elevado na qualidade de vida destas pessoas. (11, 15, 19, 43)

A prevalência da má oclusão é distinta nas diversas faixas etárias (5) e esta aumenta à medida que o sindrómico cresce, devido fundamentalmente ao retardo do desenvolvimento crânio facial, sendo acompanhado de uma disfunção motora oral, comprometendo a mastigação e

Figura 4: Mordida aberta anterior e cruzada posterior (bilateral); acumulação de saliva na região anteroinferior (hipotonia da língua); agenesia dentária e dentes conoides (3).

(19)

a deglutição. (11) Estudos epidemiológicos indicam que a prevalência e a gravidade da má oclusão são maiores na dentição permanente e que a sua prevalência em crianças e adolescentes pode variar bastante, podendo estar presente em 10 a 90% da população. (5)

Existe incidência aumentada de problemas ortodônticos, envolvendo os dentes anteriores e posteriores, com maior frequência de mordida aberta anterior, mordida cruzada anterior e posterior, pro-inclinação dos dentes anteriores e subdesenvolvimento da maxila. (5, 11, 15)

Num estudo realizado em Portugal, em 152 crianças com Trissomia 21, observou-se 30% de mordida cruzada unilateral, 8% de mordida cruzada bilateral, 14% de mordida cruzada anterior, 21% de mordida aberta e 26% de compressão maxilar. (15)

As crianças com Trissomia 21 apresentam por norma hipoplasia do maxilar superior originando uma oclusão do tipo classe III de Angle (5, 15, 23, 42) e Mushish refere uma frequência de 54%.(48) Oredugba et al encontrou 51% de classe I e 47% de classe III de Angle num estudo realizado em 43 indivíduos com SD e somente 5% de classe III de Angle no grupo controlo (indivíduos sem Trissomia 21), concluindo que a má oclusão de classe III nos sindrómicos apresenta uma maior incidência. (22) Estes resultados são similares com Soares et al, os quais concluíram que a classe III de Angle é mais frequente no grupo sindrómico. Esta é uma consequência da hipoplasia da face média. Anatomicamente, o terço médio da face é subdesenvolvido, sendo que a mandíbula segue um desenvolvimento normal (pseudoprogenia). A displasia do terço médio da face também contribui para um estreitamento maxilar. (5)

A musculatura oral, em particular, a língua, é hipotónica, sendo o terço médio da face pouco desenvolvido. Esta discrepância intermaxilar impede com que ocorra a intercuspidação considerada ótima, necessária para estabilizar a mandíbula e o osso hióide durante a mastigação e deglutição. (49)

O elevado índice de má oclusão está associado frequentemente às alterações da maxila, mais precisamente na região de incisivos e caninos (5) e também à ausência de aleitamento materno numa fase inicial (11). As más oclusões provêm de alterações verticais e/ou transversais, sendo que a sua ocorrência em pacientes sindrómicos aumenta com o avançar da idade. (11, 19) Isso acontece devido a uma série de fatores como: retardo do crescimento craniofacial, disfunção motora oral e hipotonicidade orofacial generalizada. (19, 43) Por outro lado, um desenvolvimento ósseo insuficiente associado com uma musculatura deficiente na região do músculo orbicular dos lábios e dos músculos faciais podem conduzir a um selamento labial insuficiente, sialorreia e alterações oclusais. (11, 19, 43) Assim, a união destes fatores associados com uma língua hipotónica

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e protruída, propiciam desordens no foro respiratório, ortodôntico, levando, concomitantemente, a problemas na linguagem, sucção, mastigação, e deglutição.

A Síndrome de Down induz dismorfologia orofacial com diferentes graus de deficiência neuro-motora, consequências a nível psicossocial, e aparecimento de más oclusões. (21, 49) Avaliações regulares, de preferência por uma equipe de especialistas, devem ser realizadas a fim de identificar e prevenir problemas funcionais e processos patológicos, o mais precocemente possível. (11, 21)

Daí o profissional de saúde tem um papel importante na identificação de fatores associados à má oclusão, informando a mãe para a disciplina do uso do biberão, alimentação e hábitos de sucção não nutritivos. (43)

Impacto das caraterísticas dento-maxilo-faciais na qualidade de vida das crianças com Trissomia 21

Pacientes com má oclusão, essencialmente aqueles que necessitam de correção cirúrgica apresentam uma menor qualidade de vida em relação à saúde e elevada ansiedade. As doenças da cavidade oral, como doença periodontal e anomalias oclusais são muito comuns e originam não só problemas físicos, mas também económicos e sociais. Estes problemas prejudicam a qualidade de vida e afetam aspetos como a função, aparência e relações interpessoais num vasto número de indivíduos. (50)

Ferreira et al afirma que, além da interferência biológica, a que estes indivíduos estão sujeitos, a saúde oral também pode levar à exclusão social, influenciando a autoestima, e consequentemente, a qualidade de vida do sindrómico. (28)

Esteticamente, aspetos como mau hálito, dentes mal posicionados, sangramento gengival, mordida aberta, podem causar sentimentos de compaixão nos outros ou repugnância e discriminação, acentuando atitudes de rejeição social. Embora a doença oral e malformações orofaciais raramente sejam fatais, podem causar dor, infeção, complicações respiratórias e problemas de mastigação. (21) Indivíduos com SD apresentam disfunção mastigatória e consequentemente, problemas na alimentação em todas as fases da vida, com repercussões médicas e sociais, se estes problemas não forem resolvidos precocemente. (44)

(21)

Estudos controlo têm demostrado que a terapia de estimulação com aparelho precoce, combinado com fisioterapia e terapia pré-lingual simultaneamente, tendem a melhorar a postura da língua e o discurso oral em bebês. (49)

Em meados de 1970, foi introduzido por Castillo Morales uma terapia orofacial que visa harmonizar as disfunções típicas, afirmando mesmo que esta apresenta um efeito positivo sobre a aparência facial e função orofacial, conduzindo a um desenvolvimento da fala, deglutição e função mastigatória. Esta abordagem terapêutica consiste em exercícios funcionais, promovendo uma estimulação neuromuscular, estando indicada em casos de língua hipotónica e lábio superior inativo. Assim, é inserida uma placa estimulante no palato, de modo a dirigir a língua para cima e para trás e, adicionalmente, para estimular o lábio superior. Concomitantemente é colocado horizontalmente e centralmente, um botão oval na parte dorsal da placa, em frente da transição para o palato mole de modo a estimular a língua. Após a inserção da placa observa-se uma melhoria na posição da boca e da língua em 2/3 das crianças com SD. (33, 42)

A placa palatina é um dispositivo acrílico feito individualmente para cada criança. Antes dos dentes erupcionarem, a placa fica em posição através de uma pressão negativa contra a mucosa. Quando os dentes erupcionam, a placa é mantida com grampos, na mesma maneira que um dispositivo removível ortodôntico. (45) A placa é usada por 2 ou 3 períodos de 15 minutos, de modo a proporcionar crescimento e estimular de forma adequada a língua e lábios. Esta técnica ortodôntica permite estabelecer uma posição de descanso da língua atrás dos incisivos, selamento labial, reduzir a protrusão mandibular e corrigir o hábito de mordida aberta. Também é eficaz no aperfeiçoamento da mastigação, deglutição e na redução da saliva (Figura 4). (44)

Andrade realizou um estudo para avaliar a posição da língua e da postura da boca numa amostra de crianças com Trissomia 21 entre as idades do 1.º mês de vida e os 2 anos. Andrade adotou o aparelho Castillo Morales e modificou-o sob a forma de chupeta, especialmente concebida para crianças com hipotonia, protrusão lingual e mordida aberta. Este aparelho modificado pode ser utilizado a partir as 6 semanas de idade ou logo que a criança seja capaz de o segurar. (1)

Numa investigação realizada em crianças com idade média de 55 meses, observou-se um efeito positivo no desenvolvimento da fala após um ano de terapia com a placa palatina. Em outro estudo, observou-se que, após quatro anos de uso da placa, as crianças apresentavam resultados significativos sobre a função muscular oral, posição da língua, expressão facial, selamento labial e uma melhoria na articulação.(45) Há autores que afirmam que os melhores resultados provêm de uma intervenção precoce, com uma idade de 3 meses a 4 anos, não

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descurando a cooperação da criança. O uso isolado de placa palatina, por si só, não obtém bons resultados, daí a importância da combinação deste aparelho com uma equipa de odontopediatras e fonoaudiólogos. (44)

Estas terapias têm efeitos benéficos na aquisição de coordenação e no fortalecimento da musculatura orofacial. Do mesmo modo, em casos de mordidas cruzadas e/ou compressão maxilar, é usada uma terapia ortodôntica funcional, de modo a corrigir a discrepância orofacial.

(49)

Para melhorar a ventilação nasal destas crianças, e facilitar um bom fluxo aéreo nasal, recorre-se a um aparelho ortodôntico com a finalidade de expandir a maxila. (4) Apesar do maior efeito do tratamento, observado clinicamente, ser na área da dentição, o alargamento transversal do osso maxilar pode ser considerado uma contribuição adicional, incluindo o alargamento nasal. Este procedimento ortodôntico (expansão rápida do maxilar) vai corrigir o diâmetro transversal, conduzindo a um alargamento do perímetro da arcada, o que irá proporcionar mais espaço para o alinhamento dos dentes e a correção da mordida cruzada típica dos sindrómicos. (4) O disjuntor é um aparelho fixo que quando ativado permite separar os processos maxilares e palatinos ao nível da sutura mediopalatina. A ativação é diária, cerca de 0.3 a 0.5 mm por dia, durante o tempo necessário para sobredescruzar a mordida, permitindo uma separação óssea não dolorosa ao nível da sutura mediopalatina do maxilar superior em crianças em fase de crescimento. A criança é controlada durante um período de seis meses, que inclui uma fase ativa (duas a quatro semanas) e uma fase passiva (de aproximadamente cinco meses). (51) A disjunção do maxilar é um procedimento vantajoso no tratamento de casos de défice transversal maxilar e casos de inadequada capacidade nasal exibindo problemas respiratórios crónicos. A disjunção permite um aumento da largura da cavidade nasal, baixando a abóbada palatina e permitindo uma ventilação nasal. (4)

Uma correção ortodôntica precoce é benéfica na medida em que permite uma correção antecipada da deficiência transversal maxilar e da má oclusão classe III. (48) O uso de aparelho ortodôntico associado a diferentes técnicas de estimulação miofuncional e a uma colaboração sistemática de uma vasta equipa (fonoaudiólogos, fisioterapeutas, otorrinolaringologistas e dentistas) podem proporcionar resultados excelentes em crianças com SD. A maioria das crianças são suficientemente cooperativas para aceitar a terapia com aparelhos simples.(44)

Assim, de um modo geral numa primeira etapa deve-se atuar o mais precocemente possível, com forças fisiológicas, de modo a instalar reflexos corretos que possam colaborar na obtenção de um equilíbrio fisiológico (recurso ao aparelho Castillo Morales ou chupeta de Andrade); se necessário, recorre-se a forças ortopédicas mais intensas, sobre o osso basal, de

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modo a atingir um equilíbrio, que pode não se ter conseguido apenas de forma fisiológica; por último pode-se proceder a um movimento ortodôntico para corrigir qualquer desvio dentário. Sempre que possível procurar simultaneamente a harmonia da musculatura, dos reflexos e da função. (1)

Na nossa sociedade o papel da comunicação é cada vez mais importante, sendo destacada pela voz, fala e linguagem. Estes indivíduos estão em grande desvantagem, nomeadamente no processo de comunicação oral. O distúrbio vocal em crianças com SD é bem reconhecido durante a infância, e é descrito como monótono, áspero, sendo essencial nestas crianças a intervenção de uma terapia da fala. (16) Está descrito que a atividade de ouvir a leitura em voz alta (contar histórias), estimula a imaginação destes indivíduos, aumenta o componente cognitivo-verbal e a linguagem expressiva. (52) Estas atividades atrativas são aplicadas na população pediátrica, especialmente em grupos com défice cognitivo. (51)

Estudos sobre a qualidade de vida e do estado de saúde das pessoas com SD com base em dados da população são raros. Há autores, que afirmam que a prevalência de problemas de saúde é maior nas crianças com SD do que na população geral, enfatizando a carência de informação sobre as condições de vida na idade adulta e senescência entre os sindrómicos. (52)

A expetativa de vida do indivíduo com SD é influenciada por uma vasto número de problemas médicos, e sintomas físicos, não descurando o défice cognitivo sui generis destas crianças. (35, 38, 39, 41) A sua esperança de vida tem crescido consideravelmente, no entanto, permanece ainda menor em comparação com a população geral. Este aumento é explicado

(24)

através dos avanços cirúrgicos, capacidade de correção da cardiopatia congénita e defeitos gastrointestinais. (2, 20, 34) No entanto, a mortalidade aumenta acentuadamente após a idade dos 40 anos para as pessoas com SD. (52)

A qualidade dos cuidados de saúde, educação e apoio comunitário prestado aos indivíduos com SD faz a diferença para o seu progresso ao longo da vida. Perante as adversidades reais, como a vida em comunidade, os sindrómicos nem sempre conseguem enfrentar os desafios, dada a falta de apoio externo ou à escassez de recursos. A integração social destes indivíduos está comprometida, seja pela sua limitada autonomia de trabalho, estado de saúde limitado ou fraca comunicação com o próximo. (29, 35, 52)

Os profissionais de saúde devem estar cientes das complexidades de um indivíduo com SD e avaliar, tratar e encaminhar. As dificuldades funcionais destes indivíduos podem ser melhoradas através de modificações ambientais, intervenção terapêutica e bom apoio familiar.

(29, 44)

Sistemas educativos de intervenção precoce são programas que podem ser usados desde os primeiros meses de vida, de modo a fornecer ferramentas para estimular o desenvolvimento. O atraso no desenvolvimento motor no Down, pode ser contornado a partir de um programa de fisioterapia, estimulando o desenvolvimento das habilidades motoras básicas, melhorar a capacidade física, e por fim, contribuir para um aumento da confiança do sindrómico. (2)

(25)

Conclusão

O paciente portador da Síndrome de Down apresenta caraterísticas dentárias peculiares como hipoplasia maxilar, pseudomacroglossia, agenesias e má oclusão.

É fundamental nestes indivíduos uma intervenção precoce, envolvendo, não só o tratamento ortodôntico como também uma equipa multidisciplinar.

O tratamento ortodôntico é essencial, oferecendo solução para problemas funcionais, como a mastigação, deglutição e fonação, bem como estético, o que irá influenciar no desenvolvimento físico, psicológico e social da criança. Assim, pretende-se que o sindrómico beneficie de uma melhor qualidade de vida e bem-estar.

É necessário que o médico-dentista saiba identificar, tratar e encaminhar estes indivíduos com a eficiência exigida no tratamento dos portadores da Síndrome.

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Imagem

Figura 1: Trissomia 21 presença de 3 cromossomas 21 (1)
Figura 2: Criança de 4 anos com SD (2)  Figura 3: Criança de 2 anos com SD (2)
Figura 4: Mordida aberta anterior e cruzada posterior (bilateral); acumulação de saliva na região anteroinferior  (hipotonia da língua); agenesia dentária e dentes conoides (3)
Figura 5: Expansão rápida do maxilar (4)

Referências

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