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Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI’s na Construção Civil em Sinop-MT Use of Personal Protective Equipment - PPE - Civil Construction in Sinop-MT

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Academic year: 2019

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1 Acadêmico do Curso de Engenharia Civil na Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT, Campus de Sinop, Mato Grosso, Brasil. E-mail: gustavoaimi@hotmail.com

2 Engenheiro Agrônomo, Professor do curso de Engenharia Civil na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Sinop, Mato Grosso, Brasil. E-mail: tiago.jm@agronomo.eng.br.

Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual -

EPI’s

na Construção Civil em Sinop-MT

Use of Personal Protective Equipment - PPE - Civil Construction in Sinop-MT

Gustavo Luigi Aimi1 Tiago Junior Manhaguanha2

Resumo: O objetivo desse estudo foi verificar se os operários da construção civil no município de Sinop estão

trabalhando de acordo com as normas de segurança no trabalho quanto à utilização de EPI’s. A pesquisa foi realizada no município de Sinop-MT. A coleta de dados foi feita em canteiros de obras de três empresas do ramo da construção civil que foram escolhidas aleatoriamente. Para tanto foi elaborado um questionário com 9 perguntas e aplicado a 34 operários escolhidos aleatoriamente. Juntamente ao questionário foi elaborado um arquivo fotográfico para registrar as condições de segurança no trabalho as quais os operários eram expostos. Quanto aos resultados obtidos, a média de idade dos operários foi de 36,74 anos. A maioria encontrava-se trabalhando com carteira assinada. Em relação aos machucados 85,25% relataram não ter se machucado no local de trabalho. Todos os entrevistados responderam saber

da importância da utilização dos EPI’s para preservação da vida e cerca de 85,29% já participaram de palestras sobre a importância do uso desses equipamentos. Conclui-se que as empresas estão fornecendo os EPI’s necessários e os

operários estão utilizando de maneira adequada. Dessa forma os acidentes de trabalho diminuíram e a qualidade de vida dos operários aumentou.

Palavras-chave: segurança no trabalho; prevenção de acidentes; fiscalização.

Abstract: The aim of this study was to determine whether the construction workers at Sinop are working in accordance

with the standards of safety in the use of PPE. The research was conducted at Sinop-MT. Data collection was done on construction sites three companies from the construction that were chosen randomly. Therefore we designed a questionnaire with 10 questions and applied to 34 randomly selected workers. Along the questionnaire was designed to record a photographic safety conditions at work which the workers were exposed. Regarding the results obtained, the average age of the workers was 36.74 years. The majority were working with signed. Compared to 85.25% reported no injuries have been hurt in the workplace. All respondents know the importance of using PPE to preserve life and about 85.29% have attended lectures on the importance of the use of such equipment. We conclude that companies are providing the necessary PPE and workers are utilizing appropriately. Thus accidents at work decreased and the quality of life of workers increased.

Keyworsds: occupational safety, prevention of accidents, surveillance.

1 Introdução

Nos últimos tempos muito se tem falado sobre segurança do trabalho. Esse termo tem surgido para as empresas que estão se qualificando poderem entrar no mercado de trabalho. Segurança vem com o significado de ter conforto por alguém ou com alguém de maneira a se sentir bem ou ainda a vontade de exercer suas atividades tranquilamente, já o Trabalho é definido como atividade remunerada ou não, para fins de exercer atividade que traga tranquilidade, sendo assim atividade física ou intelectual de qualquer caráter (FILHO, 2001).

Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas atividades das empresas. Indispensável à execução plena de qualquer trabalho. Essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições inseguras e corrigi-las quando existentes nos locais ou meios de trabalho, bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes (ZOCCHIO, 2002).

As empresas da construção civil são caracterizadas por necessitarem de grande quantidade de mão-de-obra, fato

que contribui para ocorrência de acidentes de trabalho, pois os canteiros de obras apresentam inúmeros riscos aos operários, sendo que uma das maiores causas desses acidentes é a falta de Programas de Gestão de Segurança no Trabalho.

Estudos realizados por Almeida; Filho; Santos (2005) mostram que por ter se destacado como um dos setores que mais ocorre acidentes, as empresas da construção civil têm buscado diminuir estes índices por meio de programas de conscientização dos trabalhadores com a segurança no ambiente de trabalho.

Segundo Montenegro; Santana (2012) além de orientações sobre os equipamentos de trabalho e as atividades a serem exercidas, também são feitos treinamentos sobre os EPI’s para melhor compreensão por parte dos trabalhadores da funcionalidade de tal equipamento.

(2)

A legislação que trata de EPI no âmbito da segurança e saúde do trabalhador é estabelecida pela Consolidação das Leis do Trabalho-CLT (AFT, 2010).

A Lei 6514 de dezembro de 1977, que é o Capítulo V da CLT, estabelece a regulamentação de segurança e medicina no trabalho. A Seção IV desse capítulo, composta pelos artigos 166 e 167, estabelece a obrigatoriedade de a empresa fornecer o EPI gratuitamente ao trabalhador, e a obrigatoriedade de o EPI ser utilizado apenas com o certificado de aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Artigo 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Artigo 167 - o equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

Segundo a Norma Regulamentadora–NR4 que especifica os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, em seu Regulamento Técnico (NR 4 pg. 4 Item 4.12 letra b) diz que compete

aos profissionais “determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual-EPI, de acordo com o que determina a NR 6,desde que a concentração,

a intensidade ou característica do agente assim o exija” .

Também podemos verificar na norma regulamentadora (NR 6 pg.1 item 6.1) que: para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora-NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Na NR 6 são estabelecidas as obrigações do empregador e do empregado quanto aos EPIs, sendo obrigações do empregador: adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; fornecer ao trabalhador somente quando for aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e conservação; substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada e registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Já aos empregados cabe: usar os

EPI’s, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A NR 6, em seu item - 6.11 destaca que é da competência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

e que cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho: cadastrar o fabricante ou importador de EPI; receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o Certificado de Aprovação-CA de EPI; estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI; emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador; fiscalizar a qualidade do EPI; suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e, cancelar o C.A.

A construção civil esta carente de mão-de-obra qualificada, assim muitas vezes a empresa acaba segurando o funcionário pela falta de opção.

Nas pequenas empreiteiras ainda existe a falta de equipamentos de segurança, porém nas empresas de médio e grande porte a principal problemática que verificamos é a falta de comprometimento dos próprios funcionários quanto a utilização do equipamento, uns alegam que atrapalham no serviço devido a falta de mobilidade, outros simplesmente acham que não é necessário.

Segundo o artigo 482 da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, quando o funcionário não utiliza o equipamento a empresa pode advertir o mesmo com até três advertência para só depois poder demiti-lo por justa causa.

De acordo com Montenegro, Santana (2012) o trabalhador será mais receptível ao EPI quanto mais confortável e de seu agrado. Para isso, os equipamentos devem ser práticos, proteger bem, ser de fácil manutenção, ser fortes e duradouros.

A Segurança do Trabalho faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho, assim a empresa terá um funcionário exercendo suas funções dando o máximo de si, sem se machucar ou contrair algum tipo de doença que possa afastá-lo do serviço e /ou função.

Segundo Grohmann (2009) no ano de 1995, no Brasil ocorreram 437 acidentes fatais na construção civil, o que significa que de 100.000 operários, 44 morreram. Os casos de invalidez permanente foram de 452, isto é, 46 funcionários em 100.000. Os acidentes que causaram incapacidade parcial permanente foram de 697, o que da um coeficiente de 71 para 100.000. Isto significa que o ramo da construção civil encontrava-se em segundo lugar nos casos de acidentes fatais e invalidez permanente e, em quarto lugar nos casos de incapacidade parcial permanente.

(3)

Trabalho que realizará a fiscalização das atividades que serão desenvolvidas no local da obra e que por sua vez se os funcionários estão utilizando EPI’s adequados com

suas funções.

A construção civil no município de Sinop destaca-se pelo grande crescimento, pois segundo dados do Núcleo de Desenvolvimento Urbano de Sinop, nos últimos quatro anos esse crescimento foi de 51%. Desde o início de 2013, foram liberados 486 alvarás para o início de obras, o que equivale a 102.9 mil m² de área construída. Em abril a quantidade de área construída somou 29.2 mil m², estabelecendo o recorde dos primeiros quatro meses do ano. Em março foram liberados 28.7 mil m², fevereiro 29 mil m² e, janeiro, 28.7 mil m². (PRODEURBS, 2013).

Com esse crescimento da construção civil em nosso município verificamos que a segurança do trabalho é uma questão que precisa ser olhada com cuidado, pois com o grande número de operários nas obras, as empresas precisam fazer sua parte para que possam garantir a segurança de seus colaboradores.

Desta forma o objetivo desse estudo foi verificar se os operários da construção civil no município de Sinop estão trabalhando de acordo com as normas de segurança do trabalho quanto à utilização de EPI’s.

2 Materiais e Métodos

2.1 Área de estudo

A pesquisa foi realizada nos canteiros de obras de empresas da construção civil localizadas no município de Sinop. A cidade apresenta população de 113.099 habitantes, com extensão territorial de 3.942km² e distante da capital Cuiabá 488km ao norte do Estado de Mato Grosso.

2.2 Coleta de dados

Os dados foram obtidos por meio de entrevistas com operários que trabalhavam nos canteiros de obras de três empresas de Sinop sendo visitada apenas uma obra de cada empresa, a qual foi liberada pela mesma.

Para tanto foi elaborado um questionário (Quadro 1) e aplicado de forma aleatória a 34 operários (pedreiros, serventes, meio oficiais e mestre de obras). As entrevistas ocorreram nos meses de julho e agosto de 2013.

O questionário visou abranger informações advindas do cenário real dos operários a fim de verificar se eles utilizavam os equipamentos de segurança necessários e se as empresas os forneciam, como luvas, protetores faciais, óculos de segurança, capacete e protetor auditivo, já que estes são os itens básicos para o funcionário da construção civil começar sua jornada de trabalho de forma segura. Juntamente ao questionário foi elaborado um arquivo fotográfico para registrar as condições de

segurança no trabalho as quais os operários eram expostos, as imagens foram obtidas por meio de máquina digital.

Quadro 1 – Questionário aplicado aos operários. 1 – Qual sua idade?

2 – Trabalha por: [ ] diária [ ] registrado 3 – Quanto tempo trabalho no cargo:

[ ] menos de um ano [ ] 1 a 3 anos [ ] 3 anos acima. 4 – Já se machucou por falta de algum equipamento de segurança? [ ] sim [ ] não Qual?

5 – Sabe de alguém que se feriu gravemente em uma obra que você participou? [ ] Sim [ ] Não

6 – Você utiliza equipamentos de segurança? [ ] Sim [ ] Não 6.1 – Quais? [ ] capacete [ ] óculos [ ] protetor auditivo [ ] luvas (de pano ou borracha) [ ] botas [ ] uniformes [ ] cinto de segurança.

6.2 – Você sabe a maneira correta de utilizar? [ ] Sim [ ] Não 7 – Você sabe que eles preservam sua vida? [ ] Sim [ ] Não 8 – Já participou de uma palestra ou alguém já explicou qual a importância do uso destes equipamentos? [ ] Sim [ ] Não

9 – Em sua opinião o que você acha que deveria ser feito para que as pessoas utilizem os equipamentos de segurança (EPI´s)?

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2013). 2.3 Análise dos dados

A partir dos dados obtidos no questionário foram elaborados gráficos para melhor compreensão dos resultados. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística simples descritiva, onde foram utilizadas médias e percentagens que facilitaram a visualização do cenário real dos operários entrevistados.

3 Resultados e Discussão

3.1 Idade dos operários entrevistados

Em entrevista pelas empresas sobre o uso de equipamentos de segurança percebemos grande variação de idade entre os operários, sendo de 18 a 61 anos. Conforme a Figura 1 a média de idade dos entrevistados foi de 36,74 anos.

Figura 1 – Distribuição da Idade dos operários. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013. 18 23 28 33 38 43 48 53 58

0,00 3,00 6,00 9,00

(4)

3.2 Forma de trabalho

Na Figura 2 são apresentados os dados referentes a forma de contratação dos operários entrevistados.

Figura 2 – Situação do empregado na empresa. Fonte: PRÒPRIO AUTOR, 2013.

Um dado muito importante coletado na pesquisa foi que praticamente todos os funcionários eram registrados, apenas um não era, pois estava em seu primeiro dia de trabalho na empresa. Esse resultado reforça os dados obtidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no ano de 2011, pois a Construção Civil foi responsável pela criação de 222.897 empregos com carteira assinada, registrando o maior crescimento relativo entre os setores da economia analisados, com elevação de 8,78% em relação ao total de dezembro de 2010. Ainda segundo dados do Caged, a construção civil abriu 133.436 vagas com carteira assinada no primeiro semestre de 2013.

3.3 Tempo de empresa

Conforme a Figura 3 são mostrados os dados relativos ao tempo de serviço dos funcionários na empresa

.

Figura 3 – Tempo de serviço na empresa. FONTE: PRÓPRIO AUTOR, 2013.

Entre os operários 56% relataram ter menos de 1 ano de empresa, 35% de 1 a 3 anos e 9% acima de 3 anos. Por meio desses dados podemos constatar que muitos funcionários apresentaram pouco tempo de contratação, isto nos mostra uma rotatividade que esta acontecendo dentro das empresas, até mesmo trocando de setor de serviço, pois o setor predominante na nossa região era o setor madeireiro, mas com a sua crise, fez com que estes funcionários migrassem para a construção civil. Deste modo acarretando na falta de qualificação profissional dentro das empreiteiras visitadas.

Analisando o perfil de operários da construção civil no estado do Rio de Janeiro, Silva, 2008, constatou que 75% dos operários entrevistados tinham menos que um ano de trabalho. Esses dados confirmam a grande rotatividade do setor.

3.4 Acidentes de Trabalho

3.4.1 Ocorrência de acidentes

Na Figura 4 são apresentados os dados de ocorrência de acidentes sofridos pelos operários.

Figura 4 – Ocorrência de acidentes durante o trabalho. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013.

Assim, podemos verificar que o numero de funcionários que não se machucaram nas empresas é cada dia maior, pois 85,29% dos funcionários não se machucam e 14,71% já se machucaram trabalhando pela falta de algum equipamento de segurança.

Esse resultado é reflexo de programas executados dentro das empresas, como o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Estes programas possuem alguns aspectos das seguintes Normas Regulamentadoras: NR-4,5,6,7. Nestas normas consta a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) isto quer dizer que se na empresa existe grande número de funcionários é necessário montar a CIPA para que os próprios funcionários possam fazer os primeiros socorros até a chegada dos bombeiros e também possam orientar os companheiros de profissão na utilização dos equipamentos de segurança.

99% 1%

Trabalho

registrado

diaria

56% 35%

9%

Tempo de Empresa

menos de 1 ano 1 a 3 anos acima de 3 anos

85,29% 14,71%

Acidentes durante o

serviço

Não

(5)

3.4.2 Acidentes graves

Dos acidentes graves que podem ocorrem durante a realização de obras da construção civil é a queda de andaimes. A NBR 6494 é uma norma específica para segurança dos andaimes.

Alguns acidentes graves ocorridos na nossa região por falta de equipamentos de proteção chamaram atenção, como por exemplo, o caso em que o funcionário de uma construtora caiu do 3º andar de um prédio em construção localizado no município de Sinop, outro caso ocorreu no município de Itanhangá, onde um funcionário queestava cobrindo o barracão de um armazém veio a cair, e um terceiro caso onde um funcionário de uma fazenda na MT-220 que estava fazendo uma instalação elétrica em um barracão também caiu. Nos três casos as vítimas vieram a óbito. Além do grande número de acidentes desta natureza registrados, levamos em consideração a gravidade dos acidentes ocorridos em altura, nos casos em que não houve vitimas fatais ocorreram lesões graves, como quebra de ossos, ou até mesmo, ficaram paraplégicos (SÓ NOTICIAS 2013).

Por isso verificamos a importância da utilização do cinto paraquedista na execução dos trabalhos em altura.

Os dados de ocorrência de acidentes graves sofridos pelos operários que participaram desta pesquisa são demostrados na Figura 5.

Figura 5 – Ocorrência de acidentes graves sofridos durante o trabalho. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013.

Verificamos que 63% dos entrevistados informaram não ter sofrido acidentes graves e 37% relataram já ter sofrido. Com esses dados percebemos que o número de acidentes graves esta a cada dia menor, e se tornando menos frequente, pois as empresas e funcionários estão se conscientizando quanto aos cuidados que eles próprios têm que ter com o próximo e consigo mesmo para poder evitar acidentes e trabalharem com maior segurança e apresentar melhor produtividade.

Comparando com estudos de anos atrás, quando os programas de gestão de segurança no trabalho não eram aplicados, os acidentes graves diminuiu.

Dados da Secretaria Regional do Trabalho e Emprego do Amazonas (SRTE/AM) apontam que os acidentes de trabalho que resultaram em morte no setor da construção civil caíram 50% nos últimos dois anos (PORTAL D24 AM, 2013).

3.5 Utilização dos EPI’s durante as obras

Os equipamentos mais utilizados pelos operários durante as obras são demonstrados na Figura 6.

Figura 6 – Principais EPI’s identificados nas obras visitadas. Sendo a) protetor auditivo, b) óculos de proteção, c) botinas em couro, d) máscara de proteção e) luvas de couro e f) cinto de segurança. Fonte: Eletro Solda (2013). Fonte: ELETROSOLDA, 2013.

Os equipamentos de proteção individual mais utilizados pelos funcionários entrevistados estão distribuídos na Figura 7.

Figura 7 – Distribuição dos EPI’s mais utilizados entre os operários entrevistados. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013. 63%

37%

Acidentes graves

Não

Sim

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

(6)

Foi possível constatar que os equipamentos mais utilizados entre os operários são os capacetes (100%), botas (97,06%) e uniformes (91,17%), luvas (82,35%), óculos (64,7%), cinto de segurança (58,82%) e o protetor auditivo (41,17%). Nota-se que o capacete (Figura 8) é o equipamento mais utilizado e o protetor auditivo o menos utilizando. Este fato ocorre por conta dos operários acreditarem que este equipamento deve ser utilizando somente quando estão manusearem instrumentos de trabalho que façam bastante barulho como poli corte e serra-circular, entre outros, mas não é bem assim, pois até quando se utiliza o martelo é preciso usar o protetor, pois qualquer ruído afeta nosso aparelho auditivo.

Figura 8 – Composição do capacete de proteção. Fonte: ELETROSOLDA, 2013.

A principal utilização do capacete é para proteção da cabeça do empregado contra trabalhos a céu aberto e trabalho em local confinado, impactos ocasionados de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar.

Os dados de utilização dos equipamentos de forma correta são apresentados na Figura 9.

Figura 9 – Utilização adequada dos EPI’s. Fonte: AUTOR, 2013.

Entre os entrevistados 97% informaram utilizar de forma

correta os EPI’s e 3% não. Apenas um dos operários informou não saber utilizar os equipamentos. Ao entrevista-lo foi notado que o mesmo utilizava apenas o capacete de proteção, ele por sua vez estava exercendo suas atividades sem as luvas. Logo foi percebido que este operário apresentava alguns cortes pequenos nas mãos pela falta do uso deste EPI (Figura 10).

Figura 10 – Operário utilizando capacete de proteção, mas sem luvas durante o trabalho. Fonte: FOTOS DO AUTOR, 2013.

Podemos observar na Figura 11 que nas obras visitadas o uso do capacete e do uniforme foi predominante.

Figura 11 – Operários utilizando capacete e uniforme em uma das obras visitadas. Fonte: FOTOS DO AUTOR, 2013.

O uniforme é peça fundamental para o trabalhador, pois é fator de segurança e proteção em situações de risco para o funcionário, propicia conforto e boa impressão do público externo em relação à imagem da empresa.

97% 3%

Maneira certa de

utilizar os EPI´s

Sim

(7)

3.6 Importância dos EPI’s

3.6.1 Preservação da vida

Na Figura 12 são apresentadas as opiniões dos operários

sobre a importância da utilização dos EPI’s para

preservação da vida.

Figura 12 – Opinião dos operários quanto a importância dos EPI’s. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013.

Todos os funcionários (100%) disseram saber que a utilização dos equipamentos de segurança é fundamental para a preservação da vida no local de trabalho. Os entrevistados relataram que quando algum equipamento estraga, eles vão até o responsável para que possam entregar um equipamento novo. Os funcionários concordaram que até os equipamentos mais comuns, como no caso das luvas são importantes, pois deixam as mãos preservadas, sem causar machucados ou calos.

Em seu artigo, Vendrame (2012) relata que alguns EPI's são passíveis de conserto e de terem suas partes substituídas, prolongando sua vida útil - como, por exemplo, o protetor tipo concha, que possui peças de reposição no mercado. Para o protetor tipo concha existe uma máxima que diz: o conforto é inversamente proporcional à proteção; assim, a partir do momento em que o protetor tipo concha estiver confortável, é exatamente por que não está exercendo a pressão adequada, permitindo vazamento, não cumprindo sua função de atenuar ruídos.

Ainda segundo Vendrame, existem trabalhadores que usam protetores auriculares descartáveis por várias semanas, contrariando totalmente a finalidade para a qual foram concebidos; em visita a empresas no primeiro mundo, notamos que os EPI's estão disponíveis na fábrica para que sejam trocados diariamente pelo trabalhador. A durabilidade do EPI está diretamente ligada ao tipo de atividade e condições ambientais a que este está sendo submetido, somente existindo, com algumas exceções, métodos empíricos para se determinar se o EPI está imprestável, já no caso de máscaras, é bem nítido o instante em que o equipamento não produz mais o efeito desejado, pois o trabalhador

passa a sentir o cheiro do contaminante ou dificuldade de respirar, pela obstrução dos poros do filtro.

3.6.2 Eventos sobre utilização dos EPI’s

Figura 13 –Participação dos operários em palestras sobre EPI’s. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013.

Grande parte dos funcionários (85,29%) relatou já ter participado de palestras sobre a importância da utilização

de EPI’s. Participar de eventos como estes garante aos funcionários o aprendizado individual, mas também coletivo, pois os participantes podem transmitir para os colegas de serviços como devem ser utilizados os equipamentos de forma adequada e também como proteger os outros para evitar algum tipo de sinistro no canteiro de obras em que eles estejam trabalhando ou até mesmo fora do local de trabalho.

Mesmo que os participantes dessas palestras não estejam mais na empresa que forneceu esse evento, os mesmos podem ensinar o conteúdo aprendido para seus colegas em outras empresas, ou até mesmo solicitar para seus novos patrões que sejam ministradas palestras para que seus companheiros de serviço utilizem os equipamentos adequadamente.

3.6.3 Opinião dos operários

Quando indagados sobre o que deveria ser feito para que os funcionários utilizem os EPI´s, os operários entrevistados relataram em consenso que quando a empresa fornecer os equipamentos e outros meios em prol da segurança dos seus colaboradores e os mesmos não quiserem utilizá-los, o ideal é que sejam mandados embora, pois além de prejudicarem a própria saúde, colocando suas vidas em risco, causam prejuízos as empresas que trabalham.

A partir dessa resposta percebemos que os operários entrevistados apresentavam consciência dos prejuízos que a falta de utilização dos equipamentos de proteção durante o exercício de suas atividades pode causar a eles e também a empresa que trabalham.

100%

Preserva a vida

Sim 85,29%

15%

Participação em palestra

Sim

(8)

4 Conclusão

Por meio dos resultados obtidos nessa pesquisa foi possível concluir que as empresas do setor de construção civil no município de Sinop estão investindo em programas de gestão de segurança para que seus operários trabalhem de acordo com as normas de segurança estabelecidas. Essas empresas de médio e grande porte estão fornecendo os EPI’s necessários e os operários estão utilizando de maneira adequada, mas as pequenas empresas não permitiram a entrada na obra temendo uma fiscalização do órgão competente. Dessa forma os acidentes de trabalho diminuíram e a qualidade de vida dos operários aumentou, além disto, podemos perceber que os funcionários estão se conscientizando quando ao uso dos equipamentos de segurança e até mesmo chamando a atenção dos colegas que não os utilizam até eles percebem a importância da sua utilização. Também verificamos que a fiscalização dos órgãos competentes esta mais rigorosa, assim fazendo com que as empresas se qualifiquem e tenham um gerenciamento dos cuidados dos funcionários no canteiro de obras. Com isto tudo verificamos que atualmente todos precisam de qualificação para estar no mercado de trabalho, exercendo suas funções adequadamente, e com qualidade para os clientes.

Com essa pesquisa observamos que os programas de gestão de segurança no trabalho são fundamentais para que possa existir beneficiamento mútuo entre empregador e empregado e que melhor forma de evitar os acidentes de trabalho é a prevenção.

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por nunca desistir de mim nesta jornada e me dar forças nas horas mais difícil que passei, pois sem ele não chegaria até aqui. “Aquele que confia em ti, jamais será esquecido por ti”.

À minha família pela paciência. Aos meus queridos pais Lisete Braun Aimi e Ivan Aimi, meu irmão Guilherme Luiz Aimi, pela compreensão que tiveram ao longo deste tempo.

À minha querida e amada esposa Andreia que esteve ao meu lado em todos os momentos desta caminhada que esta se encerrando aqui, mas com uma nova caminhada se iniciando, ela sabe as coisas que passamos para chegar a esta conquista que não e só minha, mas dela também.

Ao meu orientador Tiago Junior Manhaguanha por me ajudar a fazer este artigo com tanta determinação.

Aos meus colegas de faculdade que estiveram nesta jornada.

A todos que de alguma forma contribuíram para esta

conquista.

A esta instituição de ensino por ter este curso maravilhoso.

Mas porque engenheira civil? Nasci em uma cidade simples do interior do estado de Santa Catarina, em seguida meus pais vieram para o Mato Grosso. Logo que comecei a me entender por gente percebi que meu pai construía sonhos, sonhos de pessoas que queriam construir sua casa, e vi a sua dedicação em suas ações. Foi quando comecei a me interessar pelo ramo e logo mostrei este interesse, pois quando eu podia estava presente em alguma edificação que era construída. Isto foi crescendo, percebi que não construíamos apenas casas, vias, prédios e sim sonhos, sonhos de pessoas, de cidades, de estados, de governos, mas sempre sonhos. Sonho que estou conseguindo conquistar, para poder conquistar sonhos para as outras pessoas, que às vezes não se completam por falta de alguma coisa, sonhos que de alguma forma transformam-se em matéria ou objetivos alcançados. Poder de alguma forma participar destes sonhos e objetivos nos engrandece como pessoas. Então pelo motivo escolhido posso realizar sonhos, os dos outros e consequentemente realizar os meus, portanto obrigado engenharia por existir e poder me tornar um engenheiro civil.

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Imagem

Figura 1 – Distribuição da Idade dos operários. Fonte: PRÓPRIO  AUTOR, 2013.1823283338434853580,00 3,00 6,00 9,00 12,00 15,00 18,00 21,00 24,00 27,00 30,00 33,00Idade (anos)
Figura  3  –  Tempo  de  serviço  na  empresa.  FONTE:  PRÓPRIO  AUTOR, 2013.
Figura  5  –  Ocorrência  de  acidentes  graves  sofridos  durante  o  trabalho. Fonte: PRÓPRIO AUTOR, 2013
Figura 10  – Operário utilizando capacete de proteção, mas sem  luvas durante o trabalho
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Referências

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