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COORDENADORIA DE ENGENHARIA METALÚRGICA

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(1)

Gerência de Ensino

Coordenadoria de Recursos Didáticos

CONFORMAÇÃO

DOS

METAIS

FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO

Vitória - Março - 2008

(2)

CONFORMAÇÃO

DOS

METAIS

FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO

Autor:

MARCELO LUCAS PEREIRA MACHADO

Engenheiro Metalurgista – UFF – RJ

Doutor em Engenharia Elétrica/Automação – UFES

Mestre em Engenharia Metalúrgica – PUC-RJ

Pós-Graduado em Educação/Aperfeiçoamento em Conteúdos Pedagógicos - UFES

Professor dos Cursos de Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais,

Engenharia Metalúrgica e Tecnólogo em Siderurgia, do Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo – IFES

(3)

SUMÁRIO

1 - CONFORMAÇÃO DOS METAIS...7

1.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ...7

1.2 - CARACTERíSTICAS DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ...7

1.3 - PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO DE METAIS NA FABRICAÇÃO ...10

1.4 - VARIÁVEIS, CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO DE METAIS...11

1.5 - CONFORMAÇÃO DE METAIS COMO UM SISTEMA ...13

1.6 - CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL ...14

1.7 - EQUIPAMENTO E FERRAMENTAL ...15

1.8 - CLASSIFICAÇÃO E BREVE DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO ...17

1.9 – REVISÃO DE ESTRUTURA CRISTALINA ...19

1.9.1- Cristalinidade...19

1.9.2 - Sistemas cristalinos...20

1.9.3 - Cristais cúbicos. ...21

1.9.4 – Cristais hexagonais. ...24

1.9.5 - Outros retículos cristalinos. ...26

1.9.6 - Direções no cristal. ...26

1.9.7- Planos cristalinos...27

1.9.8- Imperfeiçoes cristalinas ...29

1.9.9 - Deformação plástica...36

2 - FORJAMENTO...41

2.1 - DEFINIÇÃO ...41

2.2- CLASSIFICAÇÃO...42

2.2.1- Temperatura de trabalho ...42

2.3 - GRAU DE RESTRIÇÃO AO FLUXO DE METAL ...44

2.3.1 - Forjamento livre (matriz aberta) ...44

2.3.2 - Forjamento em matrizes fechadas ...44

2.3.3 - Forjamento a quente em matriz aberta ...45

2.3.4 - Forjamento a quente em matrizes fechadas ...47

(4)

2.3.6 - Equipamentos para forjamento ...51

3 - EXTRUSÃO...56

3.1 - GENERALIDADES ...57

3.2 - CLASSIFICAÇÃO...57

3.2.1 – Quanto a temperatura de trabalho...57

3.2.2 – Quanto as dimensões do produto...59

3.2.3 – Quanto ao sentido de deslocamento do pistão...60

3.2.4 - Outros processos de extrusão...62

3.3 - EQUIPAMENTOS DE EXTRUSÃO ...63

3.4 - PARÂMETROS FÍSICOS ...65

3.5 - DEFEITOS DA EXTRUSÃO ...66

4 - TREFILAÇÃO...69

4.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS TREFILADOS...72

4.2 - MECÂNICA DA TREFILAÇÃO ...72

4.3 - FIEIRA...73

4.4 - CÁLCULO DE CARGA NA TREFILAÇÃO ...77

4.5 - TREFILAÇÃO DE VERGALHÕES E ARAMES ...78

4.6 - TRATAMENTOS TÉRMICOS ...81

4.7 - MÁQUINAS DE TREFILAR INDUSTRIAIS ...82

4.7.1 - Máquina de Trefilar em Série ("Tandem"), com Deslizamento...82

4.7.2 - Máquina de trefilar cônica, com deslizamento...83

4.7.3 - Máquina de trefilação de 3 sarihos (Morgan) ...85

4.7.4 - Máquinas de trefilar em série, sem deslizamento ...86

5 - LAMINAÇÃO ...88

5.1 - DEFINIÇÕES DOS PRODUTOS LAMINADOS:...92

5.1.1 - Classificação dos produtos semi-acabados ...93

5.1.2 - Classificação dos produtos acabados ...94

5.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS LAMINADORES ...102

5.3 - ÓRGÃOS MECÂNICOS DE UM LAMINADOR ...114

5.4 - CILINDROS DE LAMINAÇÃO: ...118

5.4.1 - Classificação dos cilindros: ...120

5.5 – LAMINAÇÃO A QUENTE. ...123

(5)

7 – FUNDAMENTOS DA CONFORMAÇÃO APLICADOS A LAMINAÇÃO...132

7.1 – INTRODUÇÃO...132

7.2 - PARÂMETROS DA LAMINAÇÃO ...132

7.3 - EQUAÇÕES DE FLUXOS TÉRMICOS NA LAMINAÇÃO ...140

7.4 - ASPÉCTOS METALÚRGICOS NA LAMINAÇÃO ...147

7.4.1 - Processos de restauração do grão...150

7.4.2 - Fatores que afetam a redução crítica de recristalização. ...158

7.4.3 - Efeito da Temperatura e Elementos de Liga ...158

7.4.4 - Efeito da Quantidade de Deformação. ...159

7.4.5 - Tamanho de grão da austenita completamente recristalizada após deformação...161

7.4.6 - Crescimento do grão após completa recristalização na laminação. ...162

7.4.7 - Tamanho de grão da austenita parcialmente recristalizada ...165

7.4.8 - Mudanças estruturais no aço durante o resfriamento. ...165

7.4.9 - Efeito da microestrutura do aço na tensão de escoamento do material ...167

7.5 - CÁLCULO DA FORÇA DE LAMINAÇÃO UTILIZANDO MODELOS MICROESTRUTURAIS ...173

7.6 - CÁLCULO DA FORÇA DE LAMINAÇÃO UTILIZANDO AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO LAMINADOR ...177

7.7 - TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS NA LAMINAÇÃO ...184

8 - FORNOS DE REAQUECIMENTO ...198

8.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS FORNOS DE REAQUECIMENTO ...200

8.2 - PRODUÇÃO...205

9 – LAMINAÇÃO DE TIRAS A QUENTE...208

10 - DECAPAGEM ...220

11 - LAMINAÇÃO A FRIO ...226

11.1 - PROCESSOS DE LAMINAÇÃO À FRIO ...229

11.2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TIPOS DE LAMINADORES:...229

11.3 - RESFRIAMENTO DOS CILINDROS:...230

11.4 - LAMINADORES CONTINUOS: ...231

11.5 - BOBINADEIRAS...231

11.6 - OPERAÇÃO ...232

(6)

11.8 - PRODUÇÃO DE FÔLHAS MUITA FINAS ...233

11.9 - LAMINADORES DE ENCRUAMENTO E DE ACABAMENTO ...233

11.10 - PROCESSO DE LAMINAÇÃO A FRIO DA USINA ARCELORMITTAL VEGA

(VEGA DO SUL) ...235

(7)

1 - CONFORMAÇÃO DOS METAIS

Um dado material, normalmente sem forma ou de geometria simples, é transformado

em um componente útil através de um processo de fabricação. Este produto, na

maioria das vezes, tem geometria complexa, com forma, tamanho, precisão,

tolerâncias, aparência e propriedades bem definidas.

1.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

A fabricação e montagem de componentes metálicos podem ser classificadas,

demaneira simplificada, em cinco áreas gerais:

1. Processos para formas primárias em metais, tais como fundição, lingotamento,

coquilhamento e metalurgia do pó. Em todos estes processos de fabricação o

material inicialmente não tem forma definida, mas a obtém através do processo.

2. Processos de conformação dos metais, tais como laminação, extrusão, forjamento a

frio e a quente, dobramento e repuxo, nos quais o metal é conformado através de

deformação plástica.

3. Processos de usinagem dos metais, tais como corte em serra, torneamento,

fresamento e brochamento, nos quais uma nova forma é gerada através da remoção

de material.

4. Processos de tratamento dos metais, tais como tratamento térmico, anodização e

endurecimento superficial, nos quais a forma do componente permanece

essencialmente imutável, mas sofre mudanças de aparência e propriedades.

5. Processos de união, incluindo (a) união física, tais como aquelas por soldagem ou

por difusão; e (b) união mecânica, tais como rebitamento, união eixo-cubo por

contração e montagem mecânica.

1.2 - CARACTERíSTICAS DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

Existem quatro características principais em qualquer processo de fabricação, a

(8)

Geometria, tolerâncias, razão de produção ou produtividade e fatores ambientais e

humanos.

Geometria.

Cada processo de manufatura é capaz de produzir uma família de geometrias. Dentro

desta família há geometrias que podem ser produzidas somente com extraordinários

custo e esforço.

Por exemplo, o processo de forjamento permite a produção de componentes que

podem ser facilmente extraídos de uma matriz, isto é, matrizes superior e inferior.

Através do uso de matriz especial com partes deslizantes é possível obter peças com

detalhes perpendiculares à direção de forjamento e com formas mais complexas.

Tolerâncias.

Nenhuma dimensão pode ser produzida exatamente como é especificada pelo

projetista. Portanto, cada dimensão é associada a uma tolerância, assim como cada

processo de fabricação permite a obtenção de certas tolerâncias dimensionais, de

forma e acabamento superficial.

A qualidade dessas dimensões, no entanto, pode ser melhorada pelo emprego de

variantes mais sofisticadas destes processos e através de novos desenvolvimentos.

Por exemplo, pelo uso do processo de fundição em cera perdida a vácuo é possível

obter formas muito mais complexas com tolerâncias mais fechadas do que usando os

processos com moldes de areia.

Tolerâncias dimensionais servem a um duplo propósito:

*Primeiro, elas permitem o funcionamento adequado dos componentes fabricados: por

exemplo, um tambor de freio de automóvel deve ser circular, dentro de certos limites,

para evitar vibrações e assegurar funcionamento correto dos freios.

(9)

rolamento, por exemplo) por um novo, de um fabricante diferente seria inimaginável na

moderna produção seriada.

Razão de Produção ou Produtividade.

A razão de produção que pode ser atingida através de um dado processo de fabricação

é provavelmente o seu aspecto mais significativo, porque ela indica os aspectos

econômicos e a produtividade que pode ser atingida.

Nos países industrializados, as indústrias de produção representam cerca de 30% a

40% do produto interno bruto. Conseqüentemente, a produtividade destas indústrias,

isto é, a produção de componentes discretos, conjuntos montados e produtos por

unidade de tempo, é o fator mais importante a influenciar o padrão de vida num país,

assim como sua posição competitiva no mercado internacional de bens de produção.

A razão de produção ou produtividade pode ser aumentada através da melhoria dos

processos de fabricação existentes ou pela introdução de novos processos e

máquinas, todos requerendo novos investimentos.

Contudo, o ingrediente mais importante para o aumento de produtividade reside no ser

humano e nos recursos gerenciais, uma vez que boas decisões em investimentos

(quando, quanto e em que) são tomadas por pessoas bem treinadas e motivadas.

Como resultado, o presente e o futuro da produtividade na fabricação dentro de uma

fábrica, indústria ou nação dependem não somente do nível de investimentos numa

nova fábrica e equipamentos, mas também do nível de treinamento e disposição dos

engenheiros e especialistas em fabricação dentro destas entidades.

Fatores Ambientais e Humanos.

Todo processo de fabricação deve ser examinado visando

a) seus efeitos ambientais, isto é, em termos de poluição do ar, água e sonora,

b) sua interface com os recursos humanos, isto é, em termos de segurança humana,

(10)

c) seu uso de energia e recursos materiais, particularmente em termos de escassez de

energia e materiais.

Conseqüentemente, a introdução e uso de um processo de fabricação devem antes ser

considerados com vistas a estes fatores ambientais.

1.3 - PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO DE METAIS NA FABRICAÇÃO

Processos de conformação de metais incluem [73]:

a) processos de conformação maciça como o forjamento, extrusão, laminação e

trefilação; e

b) processos de conformação de chapas como dobramento, repuxo e estiramento.

Entre o grupo de processos de fabricação discutido anteriormente, a conformação de

metais representa um grupo altamente significativo de processos para produção

industrial, componentes militares e bens de consumo.

Um modo comum de classificar os processos de conformação dos metais é

considera-los como conformação a frio (à temperatura ambiente) e a quente (a temperaturas

acima da recristalização). Muitos materiais comportam-se diferentemente em diferentes

temperaturas.

Normalmente, a tensão de escoamento de um metal aumenta com o aumento da

deformação durante a conformação a frio e com o aumento da taxa de deformação

durante a conformação a quente. Entretanto, os princípios gerais que governam a

conformação dos metais a várias temperaturas são basicamente os mesmos.

Portanto, classificação dos processos de conformação baseados na temperatura inicial

do material não contribui significativamente para o entendimento e melhoria destes

processos. De fato, o projeto das ferramentas, máquinas, automação, manuseio de

componentes e conceitos de lubrificação pode ser melhor considerado através de

classificação baseada não na temperatura, mas sim na geometria específica de saída e

(11)

Geometrias complexas, tanto no processo de conformação maciço quanto no de

chapas, podem ser obtidas igualmente bem por conformação a frio ou a quente.

Evidentemente, devido à menor resistência ao escoamento dos materiais deformados a

elevadas temperaturas, as tensões nas ferramentas e as cargas nas máquinas são,

relativamente, menores na conformação a quente se comparadas àquelas na

conformação a frio.

Conformação é especialmente atrativa em casos em que:

a) geometria dos componentes é moderadamente complexa e o volume de produção é

grande, de maneira que o custo do ferramental por unidade produzida possa ser

mantido baixo - por exemplo, em aplicações automobilísticas; e

b) as propriedades e integridade metalúrgica dos componentes são extremamente

importantes, como é o caso de aeronaves de carga, motores a jato e componentes de

turbinas.

O projeto, análise e otimização de processos de conformação requerem:

a) conhecimento analítico referente ao fluxo metálico, tensões e transferência de calor,

b) informações tecnológicas relacionadas com lubrificação, técnicas de aquecimento e

resfriamento, manuseio de materiais, projeto e fabricação de matrizes e equipamentos

de conformação.

1.4 - VARIÁVEIS, CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO DE METAIS

Na conformação de metais, um componente inicialmente simples - um tarugo ou uma

chapa metálica, por exemplo - é plasticamente deformado entre as ferramentas (matriz

ou estampo) para a obtenção da configuração final desejada.

Portanto, um componente de geometria simples é transformado num outro complexo,

em que as ferramentas guardam a geometria desejada e aplicam pressão ao material

(12)

O processo de conformação de metais comumente produz pouca ou nenhuma sobra e

a geometria final do componente aparece num curto período de tempo, normalmente

com um ou poucos golpes de uma prensa ou martelo. Como resultado final, a

conformação de metais apresenta um potencial para economia de energia e material -

especialmente em médios e grandes lotes, em que o custo de ferramental pode ser

facilmente amortizado.

Além disso, para um dado peso, componentes produzidos por conformação exibem

melhores propriedades mecânicas, metalúrgicas e confiabilidade do que aqueles

produzidos por fundição ou usinagem.

Conformação de metais é a tecnologia da experiência orientada. No decorrer dos anos,

uma grande quantidade de conhecimento e experiência tem sido acumulada neste

campo, na sua maioria pelo método da tentativa-e-erro. No entanto, a indústria de

conformação de metais tem sido capaz de fornecer sofisticados produtos fabricados

dentro das mais rígidas normas, usando ligas recentemente desenvolvidas e difíceis de

conformar.

Os fenômenos físicos que descrevem uma operação de conformação são de difícil

expressão através de relações quantitativas.

O fluxo de metais, o atrito na interface ferramenta-peça, a geração e transferência de

calor durante o fluxo plástico do metal e o seu relacionamento com a microestrutura, as

propriedades e as condições do processo são difíceis de prever e analisar.

Freqüentemente, quando se produzem componentes discretos, várias operações

intermediárias de conformação (pré-conformação) são necessárias para transformar a

geometria inicial simples em uma complexa, sem causar danos ao material ou

prejudicar suas propriedades.

Conseqüentemente, o principal objetivo de qualquer método de análise é auxiliar o

engenheiro de conformação no projeto de conformação e/ou seqüência de pré-formas.

Para uma dada operação de conformação (pré-conformação ou conformação final), o

(13)

deformações) entre a parte deformada e a parte não deformada, isto é, prever o fluxo

de metal;

b) estabelecer o limite de conformabilidade, ou seja, determinar se é ou não possível a

conformação sem rupturas internas ou na superfície do metal; e

c) prever as forças e tensões necessárias para efetuar a operação de conformação a

fim de que o ferramental e equipamento possam ser projetados ou selecionados.

Para entender, projetar, dimensionar e otimizar a operação de conformação é útil:

a) considerar o processo de conformação de metais como um sistema e

b) classifica-lo de forma sistemática.

1.5 - CONFORMAÇÃO DE METAIS COMO UM SISTEMA

Um sistema de conformação metálica consiste de todas as variáveis de entrada, tais

como [73]:

1) o tarugo ou "blank" (geometria e material),

2) o ferramental (geometria e material),

3) as condições na interface ferramenta-peça,

4) o mecanismo de deformação plástica,

5) o equipamento usado,

6) as características do produto final e, finalmente,

7) o ambiente da fábrica onde o processo está sendo conduzido.

A maneira de encarar o problema do ponto de vista do "sistema" na conformação de

metais permite o estudo da relação entrada-saída e dos efeitos das variáveis do

(14)

A chave para o sucesso na operação de conformação, isto é, para obter a forma e

propriedades adequadas, é o entendimento e o controle do fluxo metálico.

A direção deste fluxo, sua magnitude de deformação e a distribuição de temperatura

envolvida afetam significativamente as propriedades do componente conformado.

O fluxo metálico determina ambas as propriedades relacionadas com a deformação

local e a formação de defeitos, tais como trincas ou dobras na superfície ou sob ela.

O fluxo metálico local é, por sua vez, influenciado pelas variáveis do processo, as quais

estão resumidamente relacionadas na Tabela 1.1.

1.6 - CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL

Para uma dada composição de material e uma história de deformação-tratamento

térmico (microestrutura), a tensão de escoamento e a conformabilidade nas várias

direções (anisotropia) são as mais importantes variáveis na análise de um processo de

conformação de metais [73,77,78,79].

Para uma dada microestrutura, a tensão de escoamento, σ, é escrita como função da

deformação ε, da taxa de deformação •

ε e da temperatura T:

⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜

⎝ ⎛ =F ε,ε•,T

σ (1.1)

Para formular a Equação Constitutiva, Equação 1.1, é necessário conduzir testes de

torção, de deformação plana, de compressão e testes de compressão uniforme.

Durante qualquer desses testes, o trabalho plástico cria um certo aumento em

temperatura, o qual deve ser considerado na estimativa e no uso dos resultados do

teste.

Atualmente estão sendo desenvolvidos modelos microestruturais e térmicos que

podem determinar a tensão de escoamento, temperaturas, tamanho de grão, etc. O

(15)

e no aumento da produtividade [77,78,79,80].

Conformabilidade é a capacidade do material ser deformado sem apresentar ruptura;

isto depende:

a) das condições existentes durante o processo de deformação (tais como temperatura,

taxa de deformação e a história anterior de tensão e deformação) e

b) das variáveis do material (como a composição química, vazios internos, inclusões e

microestrutura inicial).

No processo de conformação a quente, gradientes de temperatura no material em

deformação (por exemplo, devido a resfriamentos locais) também influenciam o fluxo

metálico e os fenômenos de ruptura.

1.7 - EQUIPAMENTO E FERRAMENTAL

A seleção de uma máquina para um dado processo é influenciada pelo tempo, precisão

e pelas características de carga-energia da mesma. A seleção do equipamento ótimo

requer considerações do sistema completo de conformação, incluindo tamanho do lote,

condições na fábrica, efeitos ambientais e necessidades de manutenção, assim como

as necessidades de cada componente específico e do processo sob estudo.

As variáveis de ferramental incluem:

a) projeto e geometria,

b) acabamento superficial,

c) rigidez e

(16)

Tabela 1.1 - Variáveis mais significativas num processo de deformação [73].

_____________________________________________________________________ MATERIAL DO TARUGO

*Tensão de escoamento como função da deformação, taxa de deformação, temperatura e microestrutura (equações constitutivas)

*Conformabilidade como função da deformação, da taxa de deformação, temperatura e microestrutura (curvas limites de conformação)

*Condições superficiais *Propriedades termo-físicas

*Condições iniciais (composição química, temperatura, estados anteriores da microestrutura).

*Efeitos de mudanças em microestrutura e composição química na tensão de escoamento e conformabilidade.

FERRAMENTAL

*Geometria das ferramentas *Condições superficiais

*Material/dureza/tratamento térmico *Temperatura

*Rigidez e precisão

CONDIÇÕES NA INTERFACE FERRAMENTA-PEÇA *Tipo de lubrificante e temperatura de trabalho

*Isolação e características de resfriamento na camada de interface *Lubrificação e tensão de cisalhamento ao atrito,

*Características relacionadas à aplicação e remoção do lubrificante.

ZONA DE DEFORMAÇÃO

*Mecanismo de deformação, modelo usado para análise

*Fluxo de metal, velocidade, taxa de deformação, deformação (cinemática). *Tensões (variação durante a deformação)

*Temperaturas (geração e transferência de calor)

EQUIPAMENTO USADO *Velocidade/razão de produção

*Força/capacidade de conversão de energia *Rigidez e precisão

PRODUTO *Geometria

*Precisão dimensional/tolerâncias *Acabamento superficial

*Microestrutura, propriedades mecânicas e metaIúrgicas

AMBIENTE

*Capacidade da mão-de-obra disponível *Poluição do ar e sonora e resíduos líquidos

*Controle da produção e equipamentos disponíveis na fábrica

(17)

1.8 - CLASSIFICAÇÃO E BREVE DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO

Os processos de conformação podem ser classificados em duas grandes categorias

[73]:

1. Processos de conformação maciça (Tabela 1.2).

2. Processos de conformação de chapas (Tabela 1.3).

Tabela 1.2 - Classificação dos processos de conformação maciça [73].

Forjamento Laminação Extrusão Trefilação Forjamento em matriz

fechada com rebarba Forjamento em matriz fechada sem rebarba Cunhagem

Eletro-recalque Forjamento por extrusão direta Forjamento por retro-extrusão

Endentação

Forjamento isotérmico Forjamento de ogiva Forjamento em matriz aberta (forjamento livre) Forjamento orbital Forjamento de sinterizado

Forjamento radial Recalque

Laminação de chapas Laminação de perfis Laminação de tubos Laminação de anéis Laminação rotativa por penetração Laminação de engrenagens Laminação/forjamento Laminação transversal Laminação superficial Repuxo por torneamento Redução de tubos (Rocking)

Extrusão sem lubrificação

Extrusão a quente direta com lubrificação Extrusão hidrostática

Trefilação com rolos Calibração de parede (Ironing)

Estiramento de tubos

Tabela 1.3 - Classificação dos processos de conformação para chapas [73].

Dobramento e flangeamento reto Conformação de recessos rasos Dobramento

Calandragem

Conformação de perfilados

Conformação de perfis por estiramento Conformação de perfis com rolos Conformação de chapas

Conformação por estiramento Nervuramento (androforming) Conformação por

envelhecimento Conformação por alongamento (creeping) Conformação e têmpera em matriz Conformação por abaulamento Conformação a vácuo

Escareamento por prensagem Conformação em martelo Conformação eletromagnética Conformação por explosão Entalhamento (joggling)

Repuxo profundo e flangeamento Rolagem por torneamento

Embutimento profundo Processo marform

Conformação com sapatas de borracha

Hidroconformação com diafragma de borracha

(18)

contato e o atrito entre elas tem grande influência no processo.

No forjamento maciço, o material inicial é um tarugo, barra ou vergalhão e um aumento

considerável na taxa superfície-volume ocorre no componente conformado.

Na conformação de chapas, um blank de chapa (platina) é plasticamente transformado

em um objeto tridimensional sem qualquer mudança significativa na espessura da

chapa original ou nas características superficiais.

Processos que se enquadram na categoria de conformação maciça têm as seguintes

formas distintas:

*O componente passa por uma grande deformação plástica, resultando numa

apreciável mudança de forma e seção transversal.

*A porção do componente que sofre deformação plástica é, geralmente, muito maior do

que aquela que sofre deformação elástica, portanto o retorno elástico é insignificante

(conformação a quente).

Exemplos de processos de conformação maciça são extrusão, forjamento, laminação e

trefilação.

As características dos processos de conformação de chapas são:

*O componente é uma chapa ou é fabricado a partir de uma chapa.

*A deformação normalmente causa mudanças significativas na forma, mas não na

seção transversal da chapa.

*Em alguns casos, a magnitude da deformação plástica permanente é comparável à

deformação elástica, portanto, o efeito mola ou retorno elástico pode ser significativo.

Exemplos de processos que se enquadram nesta categoria são o dobramento

convencional com dois apoios somente ou com estampos macho-fêmea, repuxo

profundo, conformação por estiramento e com punção flexível.

(19)

Por exemplo, na redução da espessura da parede de um tubo, partindo-se de um tubo

de parede grossa, o processo de trefilação poderia ser considerado como de

conformação maciça. Por outro lado, se o blank inicial fosse uma lata fabricada com

chapa fina, a trefilação seria considerada como conformação de chapas.

1.9 – REVISÃO DE ESTRUTURA CRISTALINA 1.9.1- CRISTALINIDADE.

Uma molécula tem uma regularidade estrutural, porque as ligações covalentes

determinam um número específico de vizinhos para cada átomo e a orientação no

espaço dos mesmos. Portanto, uma repetição deve existir ao longo de um polímero

linear. A maioria dos materiais de interesse para o engenheiro tem arranjos atômicos,

que também são repetições, nas três dimensões, de uma unidade básica. Tais

estruturas são denominadas cristais [75].

A repetição tridimensional nos cristais é devida à coordenação atômica no interior do

material; adicionalmente, esta repetição, algumas vezes, controla a forma externa do

cristal. A simetria hexagonal dos flocos de neve é, provavelmente, o exemplo mais

familiar deste fato. As superfícies planas dos cristais de pedras preciosas e quartzo

(SiO2) são todas manifestações externas dos arranjos cristalinos internos. Em todos os

casos, o arranjo atômico interno persiste mesmo que as superfícies externas sejam

alteradas. Por exemplo, a estrutura interna de um cristal de quartzo não é alterada,

quando as suas superfícies são desgastadas para formar grãos de areia.

Analogamente, há um arranjo hexagonal das moléculas de água, quer nos cubos de

(20)

Fig. 1.1. Estrutura cristalina. A cristalização do sal comum na forma de cubos decorre da estrutura

cristalina cúbica do NaCI. O MgO tem a mesma estrutura [75].

1.9.2 - SISTEMAS CRISTALINOS.

Qualquer empacotamento atômico deverá se encaixar em um dos sete principais tipos

de cristais. Estes estão intimamente associados com o modo pelo qual o espaço pode

ser dividido em volumes iguais, pela interseção de superfícies planas. O mais simples e

mais regular deles envolve três conjuntos. Mutuamente perpendiculares, de planos

paralelos, igualmente espaçados entre si, de forma a dar uma série de cubos.

Podemos, também, descrever esta divisão da maneira mostrada na Fig. 1.2, através de

espaçamentos iguais em um sistema de eixos ortogonais. Outros métodos de divisão

do espaço incluem as combinações mostradas na Tabela 1.4.

Fig. 1.2. Células cúbicas. O espaço está dividido por três conjuntos de planos paralelos, igualmente

(21)

Esses sete sistemas incluem todas as possíveis geometrias de divisão do espaço por

superfícies planas contínuas. A maior parte dos cristais é geralmente de sistema

cúbico. Entre os exemplos, inclui-se a maior parte dos metais comuns (com exceção do

magnésio e do zinco, que são hexagonais) e alguns dos mais simples compostos

cerâmicos tais como MgO e TiC.

Tabela 1.4. Geometria dos Sistemas Cristalinos [75].

1.9.3 - CRISTAIS CÚBICOS.

Os átomos podem ser agrupados, dentro do sistema cúbico, em três diferentes tipos de

repetição: cúbico simples (cs), cúbico de corpo centrado (ccc) e cúbico de faces

centradas (cfc). Cada tipo será considerado separadamente, preocupando-se apenas

com os metais puros que têm apenas uma espécie de átomo. Estruturas mais

complexas, que contêm dois tipos de átomos, serão analisadas nos capítulos que se

seguem:

Cúbico simples.

Esta estrutura, que está mostrada na Fig. 1.3, é hipotética para metais puros, mas nos

fornece um excelente ponto de partida. Além das três dimensões axiais, a, serem

iguais e os três eixos mutuamente perpendiculares, há posições equivalentes em cada

célula. Por exemplo, o centro de uma célula tem vizinhanças idênticas ao centro da

célula seguinte e ao de todas as células unitárias do cristal. Analogamente, os cantos

direitos inferiores (ou qualquer outra posição específica) de todas as células unitárias

(22)

A estrutura, mostrada na Fig. 1.3, contém um átomo metálico por célula unitária.

(Apenas um oitavo de cada um dos átomos mostrados, cai dentro da célula). Esta é a

razão pela quais os metais não se cristalizam na estrutura cúbica simples.

Considerando-se os átomos.

Fig. 1.3. Estrutura cúbica simples. Os vértices das células unitárias estão em posições equivalentes no

cristal. a = a = a. Os eixos são perpendiculares entre si.

Fig. 1.4. Estrutura cúbica de corpo centrado. (a) e (c) são representações esquemáticas, mostrando a

localização dos centros dos átomos. (b) Modêlo de esferas rígidas (Bruce Rogers, 7he Nature of Meta/s.

Cleveland: American Society for Metais, 1951) [75].

(23)

O ferro tem estrutura cúbica. À temperatura ambiente, a célula unitária do ferro tem um

átomo em cada vértice do cubo e um outro átomo no centro do cubo (Fig. 1.4a). Tal

estrutura cúbica é conhecida como cúbica de corpo centrado.

Cada átomo de ferro, em uma estrutura cúbica de corpo centrado (ccc), é cercado por

oito átomos de ferro adjacentes, quer o átomo esteja localizado em um vértice, quer no

centro da célula unitária. Portanto, todos os átomos de ferro são, geometricamente,

equivalentes (Fig. 1.4c). Há dois átomos por célula unitária em uma estrutura ccc. Um

átomo está no centro do cubo e oito oitavos estão nos oito vértices (Fig. 1.5).

Fig. 1.5. Célula unitária cúbica de corpo centrado. Em um metal, a estrutura ccc tem dois átomos por

célula e um fator de empacotamento atômico de 0,68.

Estrutura cúbica de faces centradas.

O arranjo atômico do cobre (Fig. 1.6) não é o mesmo que o do ferro, embora também

seja cúbico. Além de um átomo em cada vértice da célula unitária, há um no centro de

cada face e nenhum no centro do cubo. Tal reticulado é denominado cúbico de faces

centradas.

Estruturas cúbicas de faces centradas (cfc) são mais comuns entre os metais que as

estruturas cúbicas de corpo centrado. Alumínio, cobre, chumbo, prata e níquel

(24)

Fig. 1.6. Estrutura cúbica de faces centradas de um, metal. (a) e (c) são representações esquemáticas,

mostrando a localização dos centros dos átomos. (b) Modêlo de esferas rígidas. (Bruce Rogers, The Nature of Meta/s. Cleve1and: American Society for Metais, 1951) [75].

1.9.4 - CRISTAIS HEXAGONAIS.

As estruturas das figuras (1.7a e b) são duas representações de células unitárias

hexagonais simples. Estas células não têm nenhuma posição interna que seja

equivalente aos vértices. Embora o volume da célula da figura (1.7a) seja três vezes o

da célula da figura (1.7b), há três vezes mais átomos (3 versus 1) na célula da figura

(1.7a); portanto, o número de átomos por unidade de volume é o mesmo.

Os metais não cristalizam no hexagonal simples, em virtude do fator de

(25)

Fig. 1.7. Células unitárias hexagonais simples. (a) Representação hexagonal. (b) Representação

rômbica. Ambas são equivalentes com a * c, um ângulo basal de 120° e ângulos verticais de 90° [75].

Estrutura hexagonal de empacotamento fechado ou compacta.

A estrutura hexagonal, Especificamente formada pelo magnésio, está mostrada na Fig.

1.8. Essa estrutura, que é mais densa que a representada na Fig. 1.7, é denominada

de hexagonal de empacotamento fechado ou hexagonal compacta (hc). É

caracterizada pelo fato de que cada átomo de uma dada camada está diretamente

abaixo ou acima dos interstícios formados entre três átomos das camadas adjacentes.

Portanto, cada átomo tangencia três átomos na camada acima do seu plano, seis

átomos no seu próprio plano e três átomos na camada abaixo do seu plano [75].

Fig. 1.8. Estrutura hexagonal compacta. (a) Vista esquemática, mostrando a localização dos centros dos

(26)

1.9.5 - OUTROS RETÍCULOS CRISTALINOS.

Não daremos maiores atenções aos outros sistemas cristalinos (Tabela 1.4) e aos

grupos espaciais (Fig. 1.9) das outras estruturas cristalinas, porque os princípios são os

mesmos que os citados anteriormente.

Fig. 1.9. Grupos espaciais. Estes 14 reticulados de Bravais se repetem nas três dimensões. Cada ponto indicado tem idênticas vizinhanças. Compare com a Tabela 1.4 [75].

1.9.6 - DIREÇÕES NO CRISTAL.

Quando, em seguida, correlacionarmos várias propriedades e estruturas cristalinas,

será necessário identificar direções específicas no cristal. Isto pode ser conseguido,

com relativa facilidade, se usarmos a célula unitária como base. Por exemplo, a Fig.

1.10 mostra três direções em um reticulado ortorrômbico simples. A direção [111] é

aquela de uma reta que passa pela origem e por um ponto cuja coordenada em cada

eixo é o correspondente parâmetro da célula. Analogamente, as direções [101] e [100]

(27)

Fig.1.10. Direções no cristal. Usualmente, utilizam-se colchetes [h k I] para indicar as direções no cristal. Os parênteses (h k l) indicam planos cristalinos [75].

1.9.7- PLANOS CRISTALINOS.

Um cristal contém planos de átomos e esses planos influenciam as propriedades e o

comportamento do cristal. É, portanto, vantajoso identificar os vários planos atômicos

que existem em um cristal.

Os planos cristalinos mais facilmente visualizados são os que limitam a célula unitária;

entretanto, existem muitos outros planos. Os planos mais importantes, nos cristais

cúbicos estão mostrados nas Figs. 1.11, 1.12, e 1.13.

Os planos nas Figs.1.11 a 1.13 são designados (010), (110) e ( −

111), respectivamente.

Estes símbolos (hkl) são denominados índices de Miller [75].

Fig. 1.11. Planos (010) em estruturas cúbicas. (a) Cúbica simples. (b) ccc. (c) cfc. [Observe que os

(28)

Fig. 1.12. Planos (110) em estruturas cúbicas. (a) Cúbica simples. (b) ccc. (c) cfc. [Os planos (220)

incluídos para a estrutura cfc, são equivalentes aos planos (110)].

Fig. 1.13. Planos (111) em estruturas cúbicas. (a) Cúbica simples. (b) ccc. (c) cfc. Interseções negativas

são indicadas com barras sobre o índice. [Os planos (222) incluídos para a estrutura ccc, são

equivalentes aos planos (

111)].

Em resumo, os planos (010) são paralelos aos eixos cristalográficos x e z. Os planos

(110) são paralelos ao eixo z, mas cortam os eixos x e y em distâncias, contadas a

partir da origem, iguais aos parâmetros correspondentes.

Os planos (-111) cortam os três eixos cristalográficos.

Os números usados acima são os inversos das distâncias das interseções do plano

com os eixos à origem, medidas usando-se como unidade o parâmetro correspondente

(29)

( )

010 1 , 1 1 , 1 = ∞ ∞

Para o plano (110): ,1

( )

110 1 1 , 1 1 = ∞

Para o plano ( −

111): ⎟⎟

⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ = − − 10 1 1 1 , 1 1 , 1 1

Como a origem é escolhida arbitrariamente, isto é, poderia ser tanto o ponto O' como o

ponto O da Fig. 1.11a, o plano com índices (010) é igualmente arbitrário. Assim sendo,

(010) é um símbolo para todos os planos atômicos que são paralelos ao plano que

satisfaz a definição dada no parágrafo anterior. Esta generalização dos índices é

completamente lógica, ainda mais que todos estes planos paralelos são

geometricamente semelhantes. Os índices de Miller podem também ser negativos, e o

sinal negativo é colocado sôbre o dígito correspondente, por exemplo, ( −

11 −

1).

1.9.8- IMPERFEIÇOES CRISTALINAS 1.9.8.1 - INTRODUÇÃO.

Imperfeições do reticulado são encontradas na maior parte dos cristais. Nos casos em

que estão envolvidos individualmente átomos deslocados, átomos extras ou falta de

átomos, temos os defeitos pontuais. Os defeitos de linha envolvem a aresta de um

plano extra de átomos. Finalmente, temos as imperfeições de fronteira, quer entre

cristais adjacentes, quer nas superfícies externas do cristal.

Tais imperfeições influenciam muitas das características dos materiais, tais como

resistência mecânica, propriedades elétricas, propriedades químicas e serão discutidas

(30)

Fig. 1.14. Defeitos pontuais. (a) Vazios. (b) Vazio duplo (faltam dois átomos). (c) Defeitos de Schottky (vazios de um par de íons). (d) Defeitos intersticiais (e) Defeito de Frenkel(deslocamento de um íon) [75].

1.9.8.2 - DEFEITOS PONTUAIS. Vazios.

O mais simples defeito pontual é um vazio, o qual simplesmente envolve a falta de um

átomo (Fig.1.14) dentro de um metal. Tais defeitos podem resultar de um

empacotamento imperfeito durante a cristalização original ou podem se originar das

vibrações térmicas dos átomos em temperatura elevada, pois, conforme a energia

térmica se eleva, aumenta também a probabilidade dos átomos individuais se

afastarem de suas posições de menor energia. Os vazios podem ser simples como

aquele mostrado na Fig.1.14a ou dois ou mais deles podem se condensar para formar

um vazio duplo (Fig.1.14b) ou triplo.

Defeitos de Schottky

Estão intimamente relacionados com vazios, mas são encontrados em compostos que

devem manter um balanço de carga (Fig. 1.14c). Envolvem vazios de par de íons de

cargas opostas. Tanto os vazios como os defeitos de Schottky facilitam a difusão

(31)

Defeitos intersticiais.

Um átomo extra pode se alojar em uma estrutura cristalina.Tal imperfeição produz uma

distorção no reticulado (Fig.1.14d), salvo se o átomo intersticial for menor que os

átomos restantes do cristal.

Defeitos de Frenkel

Quando um íon é deslocado de sua posição no reticulado para um interstício

(Fig.1.14e), temos o defeito de Frenkel.

1.9.8.3 - DEFEITOS DE LINHA (DISCORDÂNCIAS) Discordância em cunha

O tipo mais comum de defeito de linha, no interior de um cristal, é uma discordância.

Uma discordância em cunha está mostrada na Fig. 1.15. Pode ser descrita como a

aresta de um plano atômico extra na estrutura cristalina. Zonas de compressão e de

tração acompanham uma discordância em cunha, de forma que há um aumento de

energia ao longo da discordância. A distância de deslocamento dos átomos ao redor da

discordância é denominada vetor de Burgers. Esse vetor é perpendicular à linha da

discordância em cunha.

Fig. 1.15. Discordância em cunha. Um defeito em linha ocorre na aresta de um plano atômico extra.

(Guy, A. G., Elements of Physical Metallurgy, Reading Mass.: Addinson Wesley, 1959, pag. 110) [75].

Discordância helicoidal

Uma discordância helicoidal tem seu deslocamento, ou vetor de Burgers, paralelo ao

(32)

adjacentes; assim sendo, analogamente às discordâncias em cunha, também nesse

caso, temos um aumento de energia.

Ambos os tipos de discordâncias estão intimamente associados à cristalização. As

discordâncias em cunha, por exemplo, são originadas quando há uma pequena

diferença na orientação de partes adjacentes do cristal em crescimento, de forma que

um plano atômico extra é introduzido ou eliminado.

Como está mostrado na Fig. 1.16, uma discordância helicoidal permite um fácil

crescimento do cristal, uma vez que os átomos e células unitárias adicionais podem ser

adicionados ao "passo" da hélice. Assim sendo, o termo helicoidal é muito adequado, já

que, conforme o crescimento se processa, uma hélice se "enrola" em torno do eixo.

Da mesma forma que na cristalização, as discordâncias estão associadas também com

deformação. Vemos isso na Fig. 1.17, onde uma tensão de cisalhamento origina tanto

uma discordância em cunha como uma helicoidal. Ambas levam ao mesmo

(33)

Fig. 1.17 - Formação de discordância por cisalhamento. (a) Discordância em cunha. (b) Discordância

helicoidal. (c) Discordância mista [75].

1.9.8.4 - Contornos de Grão.

Fig. 1.16. Discordância helicoidal. O vetor de deslocamento (vetor de Burgers) é

(34)

Embora um material, como o cobre de um condutor elétrico, contenha apenas uma

fase, ele contém muitos cristais de várias orientações. Esses cristais individuais são

denominados grãos. A forma do grão em um sólido é usualmente controlada pela

presença dos grãos circunvizinhos. No interior de cada grão, todos os átomos estão

arranjados segundo um único modelo e uma única orientação, caracterizada pela

cédula unitária. Entretanto, no contorno do grão entre dois grãos adjacentes há uma

zona de transição, a qual não está alinhada com nenhum dos grãos (Fig. 1.18).

Quando um metal é observado ao microscópio, embora não possamos ver os átomos

individuais ilustrados na Fig. 1.18, podemos facilmente localizar os contornos dos

grãos, se o metal foi atacado. Primeiramente, o metal é cuidadosamente polido, de

forma a se obter uma superfície plana e espelhada e, então, quimicamente atacado por

um curto período de tempo.

Fig. 1.18 - Contornos de grão. Observe a área de desordem na transição de um grão para outro. (Clyde

(35)

Fig. 1.19 - Contornos de grão. (a) Molibdênio (250 x) (O. K. Riegger). (b) Periclásio, MgO, de alta

densidade (250 x) (Gardner, R. E. e G. W. Robinson, Jr., "Improved Method for Polishing Ultra-High

Density MgO" J. Am. Ceram. Soe. 45, 46 (1962) [75].

Os átomos, na área de transição entre um grão e o seguinte, se dissolverão mais

facilmente que os outros átomos e deixarão uma linha que pode ser vista com o

microscópio (Fig. 1.19); o contorno de grão atacado não atua como um espelho perfeito

como acontece com o restante do grão.

Podemos considerar o contorno de grão como sendo bidimensional embora, na

verdade, tenha uma espessura finita de 2 a 10 ou mais distâncias atômicas. A

diferença na orientação dos grãos adjacentes produz um empacotamento dos átomos

menos eficientes ao longo do contorno. Dessa forma, os átomos ao longo do contorno

têm uma energia mais elevada que aqueles do interior dos grãos. Isto justifica o ataque

mais rápido dos contornos, descrito acima.

A maior energia dos átomos do contorno é também importante na nucleação da nova

fase e o menor empacotamento atômico favorece a difusão atômica.

Há ainda um segundo tipo de contorno, o qual é suficientemente distinto daqueles

mostrados na Fig. 1.19, para merecer uma discussão separada. É o denominado

contorno de pequeno ângulo e é, na realidade, uma série de discordâncias alinhadas

(36)

entretanto, ele tem importância, porque tende a ancorar os movimentos das

discordâncias que normalmente contribuem para a deformação plástica.

Fig. 1.20 - Contorno de pequeno angulo(a) cristal de germânio atacado para mostrar as extremidades

das discordâncias em cunha(100x). (b) Representação esquemática, mostrando apenas as células

unitárias. O angulo θ foi exagerado. (Cortesia de F. L. Vogel Jr.) [75].

1.9.9 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

Quando são submetidos à ação de forças exteriores, os metais sofrem deformações,

que podem ser elásticas ou plásticas de acordo com a magnitude das forças aplicadas.

Os mecanismos mediante os quais se deformam os metais são basicamente os

seguintes:

1. Deformação por deslizamento

2. Deformação por maclação

(37)

Dos três mecanismos, o mais importante é o deslizamento, sendo muito pouco

freqüente as bandas de deformação e de dobramento, motivo pelo qual não serão

analisadas. A maclação, por sua parte, se bem que produz pouca deformação em si,

permite o prosseguimento do deslizamento, com se verá na análise a seguir.

1.9.9.1 - DEFORMAÇÃO POR DESLIZAMENTO

A deformação plástica ocorre normalmente nos metais através do deslizamento de

blocos do cristal, uns sobre os outros, ao longo dos planos cristalográficos bem

definidos que são chamados planos de deslizamento. Numa aproximação grosseira, o deslizamento, ou escorregamento, de um cristal pode ser considerado análogo à

distorção produzida quando se espalha um baralho sobre a mesa, empurrando uma de

suas extremidades. A figura (1.21) ilustra esta visualização clássica do deslizamento.

Figura 1.21 - (a) orientação dos cristais antes da aplicação da deformação; (b) orientação após a

aplicação da deformação sem qualquer restrição para o deslizamento; (c) orientação após a aplicação

da deformação com a presença de restrições para o deslizamento (garras do equipamento de ensaio de

tração)

1.9.9.2 – TENSÃO CRÍTICA DE CISALHAMENTO

(38)

plasticamente a uma velocidade apreciável. Abaixo desta tensão o material se encontra

na zona elástica e somente pode-se deformar a velocidade de deformação muito baixa

e com grandes tempos.

O deslizamento é produzido por tensões tangenciais atuando nos planos de

deslizamento. Tem-se provado experimentalmente que é necessário que a tensão de

corte no plano e na direção de deslizamento alcance um certo valor crítico, para que o

cristal comece a deformar-se plasticamente. A tensão mínima sob a qual se produz

deformação plástica no sistema de deslizamento dado, se denomina tensão crítica de cisalhamento.

A determinação da tensão crítica de cisalhamento para um sistema de deslizamento,

efetua-se em função da força externa aplicada sobre o cristal e da orientação do

sistema de deslizamento em relação a aquele de aplicação da força externa.

Para simplicidade de análise considera-se o que ocorre num monocristal cilíndrico

sujeito a um esforço de tração segundo seu eixo (figura 1.22).

1. Na superfície transversal (S) do cilindro atua a força de tração (P) na direção do eixo

do cilindro (E).

2. O plano de escorregamento de superfície (S') está inclinado de um determinado ângulo (θ); este ângulo corresponde à inclinação da normal do plano de

escorregamento (B) em relação ao eixo do cilindro (E).

3. A relação entre as superfícies (S) e (S') fica então estabelecida:

S' = S/cos(θ)

4. A força de tração (P) pode ser decomposta em uma força normal (Pn) ao plano de

escorregamento na direção da normal (B) e uma força tangencial (Pt) na direção da

(39)

Figura 1.22 - Análise de esforços em um monocristal cilíndrico.

5. As expressões da força (P) decomposta ficam:

Pn = Pcos(θ) Pt = Psen(θ)

6. A força decomposta (Pt) é a força de cisalhamento que atua no plano de

escorregamento; a tensão de cisalhamento é calculada pela relação:

) cos( ). sen(

'

' θ θ

τ

S P S Pt = =

e como σ =P S é a tensão de tração, tem-se:

) cos( ). sen(

' σ θ θ

τ =

7. Contudo, apenas eventualmente a direção cristalográfica de escorregamento (D)

coincide com a direção de linha de maior inclinação (C); em geral elas formam um ângulo (β), no plano de escorregamento.

8. Assim, para calcular a tensão de cisalhamento atuante no plano de escorregamento

(40)

direção (D).

) cos(

' β

τ

τ = ou

) cos( ). cos( ). sen(

. θ β θ

σ τ =

Analisando então a expressão que permite calcular a tensão crítica de cisalhamento,

decomposta e atuante no plano e direção de escorregamento, pode-se notar que:

a. O valor máximo da tensão de cisalhamento em função do ângulo e de inclinação do plano de escorregamento em relação ao eixo de tração ocorre quando θ = 45O

.

b. Para ângulos e maiores e menores do que 45O as tensões são menores, e no caso

do ângulo aproximar-se de 90O a tendência da força de tração é provocar mais a

separação dos átomos entre si do que o deslizamento do átomo, uns em relação aos

outros.

O critério de escorregamento estabelecido por essa expressão, que se constitui numa

lei de definição do fenômeno, sofre alterações para alguns metais com o surgimento de

escorregamentos transversais de escorregamento principais e retomo posterior às

(41)

2 - FORJAMENTO

O forjamento é, com absoluta certeza, o mais antigo dos processos detransformação

mecânica de metais, com registros datando de cerca de 7.000 anosatrás. Há

evidências de que o forjamento foi usado no Egito antigo, Grécia, Pérsia,Índia, China e

Japão para a fabricação de armas, jóias e uma variedade deutensílios. Naquela época,

os artesãos que dominavam as técnicas do forjamentoeram tratados com muito

respeito e consideração. Por volta de 1600 A.C., na ilha de Creta antiga, placas de

pedra gravadas eram usadas como matrizes paragravação em ouro e prata. Isto

evoluiu para a fabricação de moedas, medianteum processo semelhante, cujos

registros datam de cerca de 800 A.C. Matrizes mais complexas foram usadas em

Roma, por volta de 200 A.C. A evolução do forjamento permaneceu estagnada durante

muitos séculos, até o surgimento domartelamento com guia, no final do século VIII D.C.

Este desenvolvimento permitiu o ingresso definitivo do forjamento na indústria, como

processo de fabricação.

Atualmente, o forjamento é um importante processo industrial, largamente utilizado na

fabricação de componentes de elevada resistência para aindústria automotiva,

aeroespacial e outras aplicações. Tais componentes incluem eixos de manivela para

motores (virabrequins), bielas, engrenagens, componentesestruturais para aeronaves e

peças para turbinas de motores a jato. Além disso,lingotes de aço e outras ligas

metálicas são submetidos a operações primárias de forjamento, produzindo formas

básicas que são subseqüentemente usinadas.

2.1 - DEFINIÇÃO

Forjamento é um processo de conformação no qual modificam-se a geometria, as

dimensões e as propriedades mecânicas de um corpo metálico pela ação de tensões

compressivas diretas.

A ação das matrizes se dá mediante a aplicação de golpes rápidos e repetidos

(martelos de queda livre ou acionados) ou pela aplicação lenta de intenso esforço

(42)

2.2- CLASSIFICAÇÃO

2.2.1- . TEMPERATURA DE TRABALHO

a) FORJAMENTO A QUENTE

• mais comum

• formas simples (matriz aberta)

• formas complexas (matrizes fechadas)

• recuperação e recristalização

• oxidação e contração térmica: sobremetais

b) FORJAMENTO A FRIO

• para peças de geometrias mais simples

• encruamento

(43)

Figura 2.1 –Forjamento a quente de peças simples

(44)

2.3 - GRAU DE RESTRIÇÃO AO FLUXO DE METAL

2.3.1 - FORJAMENTO LIVRE (MATRIZ ABERTA)

• formas simples e regulares (anéis, eixos, etc.)

• peças de grandes dimensões

• baixa produtividade

• normalmente realizado com martelos, embora operações de desbaste de lingotes

devam ser feitas em prensas hidráulicas

Figura 2.3 –Forjamento livre em matriz aberta

2.3.2 - FORJAMENTO EM MATRIZES FECHADAS

• para peças de geometrias complexas

• alta produtividade

• maior homogeneidade estrutural

• melhor qualidade dimensional

• normalmente realizado em prensas mecânicas, embora algumas peças, mais simples,

possam ser forjadas em martelos.

VARIAÇÃO: Forjamento em Matriz Fechada sem Rebarba

(45)

Figura 2.4 –Forjamento em matriz fechada

2.3.3 - FORJAMENTO A QUENTE EM MATRIZ ABERTA

As matrizes de forjamento livre são, na maioria das aplicações, planas ou com ligeiros

contornos superficiais que auxiliam a amoldar a peça. Além disso, a peça deve ser

manipulada freqüentemente (girando-a periodicamente e/ou movendo-a para frente e

para trás) para se atingir a mudança de forma desejada. A habilidade do operador é um

fator importante para o êxito nestas operações.

Um exemplo de forjamento em matriz aberta é a transformação de grandes lingotes

fundidos de aço com seção quadrada ou hexagonal em barras de seção transversal

circular. Operações de forjamento em matriz aberta produzem formas grosseiras e são

necessárias operações subseqüentes de beneficia-mento das peças para obtenção da

geometria e dimensões finais. Uma importante contribuição do forjamento livre a

quente é a obtenção de uma estrutura metalúrgica favorável no metal, devida não só

aos fenômenos de recuperação e recristalização, mas, também à diminuição da

(46)

OPERAÇÕES TÍPICAS:

• desbaste utilizando matrizes com superfícies convexas, côncavas e planas, este

último caso conhecido como estiramento.

• corte e fendilhamento, como operação intermediária.

• recalque de cilindros, para a produção de discos e rodas

• forjamento de anéis, empregando combinações de matrizes

(47)

ANÁLISE DO FORJAMENTO EM MATRIZ ABERTA

DEFORMAÇÃO DO METAL NO ESTIRAMENTO POR FORJAMENTO

Figura 2.6 – Análise da deformação no estiramento por forjamento

2.3.4 - FORJAMENTO A QUENTE EM MATRIZES FECHADAS

Processos básicos: recalque, espalhamento e ascensão

Seqüência de processamento

• corte, aquecimento

• limpeza, etapas de forjamento

• rebarbação

• tratamento térmico

(48)

• Etapas de forjamento: esboçadora, formadora, calibradora

Comparação do forjamento a quente convencional com o de precisão

• controle da temperatura do aquecimento

• controle do corte e das dimensões do tarugo

• precisão dimensional e geométrica de matrizes e insertos

Figura 2.7 –Seqüência de forjamento de um processo básico

Rebarbação:

A rebarba é a região do forjado que sofre deformação mais intensa

A formação de rebarba visa:

(49)

• escoar excesso de material do tarugo

• acomodar defeitos de forjamento

Figura 2.8–Oeração de rebarbação

(50)

Figura 2.10 – Etapas do forjamento de um virabrequim

Figura 2.11 – Esquema e foto de um forjamento de cilindros

2.3.5 - FORJAMENTO A FRIO

(51)

Seqüência de processamento

• corte

• lubrificação

• etapas de forjamento

• recozimentos intermediários

FORJAMENTO DE PRECISÃO

• a quente, a frio, morno ou isotérmico

• menores sobremetais, sem rebarbas, sem ângulos de extração e raios de

arredondamento menores

Figura 2.12 – Peças forjadas a frio

2.3.6 - EQUIPAMENTOS PARA FORJAMENTO

(52)

„ Martelos

„ Prensas de forjamento

„ recalcadoras

Essas máquinas são energeticamente limitadas.

TIPOS DE MARTELOS DE FORJAMENTO:

„ Martelos de queda livre

„ Martelo de dupla ação

„ Martelo de contra golpe

Normalmente uma peça é forjada com várias pancadas repetidas 60 a 150 pancadas

por minuto

MARTELO EM QUEDA LIVRE

Este equipamento consiste de uma base que suporta colunas, nas quais são inseridas

as guias do suporte da ferramenta, e um sistema para a elevação da massa cadente

até a altura desejada.

SISTEMAS DE ELEVAÇÃO:

„ Pressão exercida por ar comprimido;

„ Cintas de couro;

„ Correntes metálicas;

(53)

„ Cilíndrico hidráulico.

MARTELO DE DUPLA AÇÃO

Neste equipamento, a massa cadente é conectada a um pistão contido em cilindro no

topo do martelo.

Figura 2.13 – Martelo de queda livre Figura 2.14 – Martelo de dupla ação

MARTELO DE CONTRAGOLPE

Vantagens em relação aos outros tipos de martelos:

„ maior rendimento;

(54)

Figura 2.15 – Martelo de contra golpe

Desvantagens:

„ Maior desalinhamento entre as partes superior ou inferior da matriz;

„ Necessidade da força de forjamento estar localizada no meio da matriz para evitar

grandes atritos entre massas e as guias;

„ Impossibilidade de manipulação da peça durante o movimento;

„ Maiores despesas de manutenção.

„ Capacidade – 500 – 15.000 kgm

TIPOS DE PRENSAS USADAS EM FORJAMENTO:

„ Prensas hidráulicas

„ Prensas mecânicas (excêntricas e de fricção)

(55)

Tipos de prensas para forjamento:

„ Prensas hidráulicas verticais – com cilíndrico na sua parte superior.

Este equipamento é de força restrita.

„ Prensas mecânicas excêntricas. Conhecida como de curso limitado.

„ Prensas de fricção – possuem dois pratos de fricção unidos axialmente a uma árvore.

O sentido de rotação da árvore pode ser invertido de modo que a rosca sem-fim possa

subir e descer.

(56)

3 - EXTRUSÃO

A extrusão, como um processo industrial, foi criada por volta de 1800, na Inglaterra,

durante a Revolução Industrial, quando aquele país era o principal inovador tecnológico

do mundo. A invenção, pioneira, era uma prensa hidráulica para extrusão de tubos de

chumbo.

Uma importante revolução no processo ocorreu na Alemanha, por volta de 1890,

quando a primeira prensa de extrusão horizontal foi construída para extrudar metais

com ponto de fusão mais alto do que o do chumbo. A característica que possibilitou

essa inovação foi o uso de um disco na ponta do êmbolo de extrusão (dummy block, ou

falso pistão), que o separava do tarugo, resguardando-o do calor excessivo.

Comumente, entre esse falso pistão e o metal a ser extrudado, se interpõe um pedaço

de material suplementar (geralmente grafite) para forçar a passagem de todo o material

através da matriz e evitar resíduo de metal não extrudado.

Figura 3.1 –Extrusão a quente de peças simples

A extrusão é, então, um processo de compressão indireta, que pode ser realizado

a quente ou a frio, no qual um metal é forçado a fluir através de uma matriz aberta,

de modo a produzir barras, tubos ou os mais variados perfis, ou seja, produtos

(57)

3.1 - GENERALIDADES

Embora existam várias maneiras de realizar o processo, ele pode ser comparado

ao efeito de se apertar um tubo de creme dental. O esforço de compressão é

exercido por meio de um êmbolo que empurra o metal contra uma matriz que

possui um orifício com a forma do perfil que se deseja fabricar. A tensão aplicada,

portanto, tem que superar em muito a tensão de escoamento do metal, para

permitir um fluxo regular e contínuo de produto através da matriz. O comprimento

do produto extrudado é limitado, no entanto, pela diferença entre os volumes do

tarugo e do refugo que sobra no container. Geralmente são extrudadas ligas

não-ferrosas (Al, Mg, Cu), por causa das baixas resistências ao escoamento e das

baixas temperaturas de extrusão, embora também possam ser extrudados alguns

aços comuns e inoxidáveis. Deve-se ter cuidado com estes materiais de maior

resistência e pontos de fusão mais elevados, porque eles podem se soldar à

parede do container, inconveniente que somente pode ser evitado com a

prevenção do contato direto metal-metal. Novos tipos de lubrificantes, ativos em

temperaturas e pressões elevadas, têm permitido extrudar tais materiais.

3.2 - CLASSIFICAÇÃO

3.2.1 – QUANTO A TEMPERATURA DE TRABALHO

A) EXTRUSÃO A QUENTE

• grandes reduções de seção numa só etapa

• engloba a maioria dos processos para obter produtos longos semi-acabados (barras)

e acabados (perfis e tubos)

B) EXTRUSÃO A FRIO

• pequenas reduções de seção em vários estágios

(58)

A B

Figura 3.2 –Perfis do alumínio (A) e cobre e suas ligas (B) obtidos por Extrusão a quente

(59)

Figura 3.4 – Exemplos de peças obtidas por extrusão a frio

3.2.2 – QUANTO AS DIMENSÕES DO PRODUTO

A) PROCESSO SEMI-CONTÍNUO

• produtos longos, cujo comprimento é limitado pelo volume do tarugo que cabe no

container.

• em quase todos os casos, o longo perfil extrudado é cortado

em pequenos comprimentos

B) PROCESSO DISCRETO

• uma peça simples é produzida em cada ciclo de extrusão (a extrusão por impacto é

(60)

Figura 3.5 – Extrusão de processos semi-contínuos (produtos longo)

Figura 3.6 – Fotos de extrusão de processos semi-contínuos (produtos longo)

3.2.3 – QUANTO AO SENTIDO DE DESLOCAMENTO DO PISTÃO

A) EXTRUSÃO DIRETA

Um tarugo é colocado no interior de um recipiente de extrusão e um pistão

comprime esse material, forçando-o a fluir através de uma ou mais aberturas em

uma matriz situada na extremidade oposta do recipiente.

Um problema na extrusão direta é o significativo atrito existente entre a superfície

do tarugo e as paredes do recipiente quando o material é forçado a deslizar em

(61)

agravado pela presença de uma camada de óxidos na superfície do tarugo, a qual

pode, também, causar defeitos no produto extrudado.

Figura 3.7 – Extrusão direta

B) EXTRUSÃO INVERSA

Caso 1: A matriz, ao invés de ser fixada na extremidade do recipiente, é montada

num pistão oco (ou constituído por hastes). Quando o pistão avança no interior do

recipiente, o metal é forçado a fluir através do orifício da matriz, em sentido oposto

ao movimento do pistão. Não há atrito entre o tarugo e a parede interna do

recipiente e, então, a força de extrusão é menor que na extrusão direta.

Caso 2: Usada também na produção de seções tubulares, a extrusão inversa,

neste caso, emprega um pistão com diâmetro menor que o do recipiente, de modo

que o metal flui ao redor da matriz, gerando um produto em forma de copo.

(62)

Figura 3.9 – Extrusão Inversa (caso 2)

3.2.4 - OUTROS PROCESSOS DE EXTRUSÃO

A) EXTRUSÃO POR IMPACTO

Realizado em alta velocidade e em passes curtos, este processo é utilizado para

fabricação de componentes individuais. Como o nome sugere, o punção se choca

contra o metal, ao invés de simplesmente pressioná-lo. O impacto pode promover

uma extrusão direta, uma extrusão inversa, ou uma combinação desses modos.

A extrusão por impacto é usualmente realizada a frio numa variedade de metais.

Os produtos apresentam, em geral, paredes muito finas (p. ex., capas de pilhas).

B) EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA

O problema do atrito pode ser superado envolvendo-se o tarugo por um fluido no

interior do recipiente e pressurizando este fluido por meio do movimento do pistão.

Deste modo, não há atrito com a parede do recipiente e o atrito no orifício da

matriz é reduzido. A força no êmbolo é muito menor que na extrusão direta

convencional.

(63)

em temperaturas elevadas e, neste caso, devem ser empregados procedimentos

especiais e fluidos resistentes ao calor. A pressão hidrostática em uma peça aumenta

sua ductilidade. Portanto, esse processo pode ser usado em metais frágeis.

Metais dúcteis também podem ser extrudados hidrostaticamente, possibilitando altas

relações de redução.

Uma desvantagem do processo é que ele requer a preparação do tarugo inicial, que

deve possuir em uma das extremidades uma geometria que se adapte ao ângulo da

matriz. Isso evita que o fluido escoe pela abertura da matriz quando o recipiente é

inicialmente pressurizado.

Figura 3.10 – Extrusão Hidrostática

3.3 - EQUIPAMENTOS DE EXTRUSÃO

• prensas hidráulicas (horizontais para extrusão a quente e verticais para extrusão a

frio) com capacidade de 1000 a 8000 T

• ação contínua, por acionamento hidro-pneumático ou oleodinâmico

A prensa de extrusão é, essencialmente, um conjunto cilindro-pistão hidráulico, onde o

cilindro necessita constante alimentação de líquido sob pressão para movimentar o

pistão. A alimentação do cilindro pode se dar com o auxílio de uma bomba hidráulica,

que mantém a velocidade do pistão no nível necessário para a extrusão, ou com o

emprego de uma acumulador de pressão. No primeiro caso, temos o chamado

Imagem

Fig. 1.4. Estrutura cúbica de corpo centrado. (a) e (c) são representações esquemáticas, mostrando a  localização dos centros dos átomos
Fig. 1.13. Planos (111) em estruturas cúbicas. (a) Cúbica simples. (b) ccc. (c) cfc. Interseções negativas  são indicadas com barras sobre o índice
Fig. 1.18 - Contornos de grão. Observe a área de desordem na transição de um grão para outro
Fig. 1.19 - Contornos de grão. (a) Molibdênio (250 x) (O. K. Riegger). (b) Periclásio, MgO, de alta  densidade (250 x) (Gardner, R
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