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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO – IED EVOLUÇÃO E EXPANSÃO: UM OLHAR A PARTIR DA DÉCADA DE 1990 NO BRASIL

Germano HAMADA Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Aluno do curso de Geografia Licenciatura, Travessa Dom Pedro II, nº27, Bairro Dos Estados, CEP 85035-100, Guarapuava – PR germano_7@hotmail.com

Sandra VIDEIRA Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Professora do Departamento de Geografia, Rua Generoso de Paula Bastos, nº1168, Bairro Trianon, CEP 85012-060, Guarapuava – PR slvideira@yahoo.com.br

Resumo

Este trabalho busca analisar o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil a partir da década de 1990, considerando os processos aquisitivos, fusões e aquisições nacionais e/ou internacionais, os quais contribuirão para os estudos sobre a internacionalização da economia nacional. A evolução das dinâmicas incorporativas cada vez mais se encontra presente no contexto social/econômico. Dentro disso buscamos apresentar análises que apresentem este processo. O montante e setores para onde se direcionam, são alguns pontos do trabalho, pontos esses que apresentam como o processo de desnacionalização do Brasil entre 1990 e 2009 foi de grande intensidade, gerando uma concentrada desnacionalização industrial e de serviços no Brasil.

Palavras-chave: Investimento Estrangeiro Direto (IED); internacionalização da economia; desnacionalização; Brasil

Abstract

Foreign Direct Investment - FDI evolution and expansion: a view from the decade of 1990 in Brazil

This present work analyzes the Foreign Direct Investment (FDI) in Brazil from the 1990s, considering the acquisition procedures, the mergers and national and/or international acquisitions which will contribute to studies on the internationalization of the national economy. The development of the incorporating dynamics are more and more often present in the social/economic. Therefore we present an analysis showing this process. Some points of the work focus on the amount and sectors this process tends to. These points show that the process of denationalization of Brazil between 1990 and 2009 was of great intensity, producing a concentrated denationalization of industry and services in Brazil.

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INTRODUÇÃO

O processo global de fluxos de capital se dá sobremaneira via empresas transnacionais e, ilustram o processo de globalização que cada vez mais se encontra manifestado na sociedade atual. Entende-se a globalização “como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa” (GIDDENS apud Videira, 1991, p.69).

Dentro do processo de evolução da globalização alguns elementos podem ser identificados, como auxiliares para a intensificação do processo. As inovações tecnológicas e apropriações de tecnologias avançadas como a fibra ótica possibilitaram maiores ações num curto período de tempo, proporcionando a evolução desses processos que hoje se tornaram tão importantes para a expansão das indústrias, serviços e capitais por todo o mundo.

Cabe destacar também o

[...] constante processo de aperfeiçoamento tecnológico, que a informática associada aos meios de telecomunicações vem possibilitar, ao homem, não só usufruir de maior capacidade de informação que pode ser processada, como também de uma velocidade cada vez mais rápida, chegando à instantaneidade (VIDEIRA, 2009, p. 67).

Diante da globalização, que se encontra dentro do processo evolutivo dos mercados externos, a questão da procura por novos mercados consumidores se faz presente, gerando uma grande expansão do mercado mundial, tanto em países subdesenvolvidos como nos desenvolvidos. A busca por novos lócus de investimento e consumo, além de mão-de-obra barata fez com que gerasse uma expansão da circulação do capital estrangeiro ao redor do mundo. O aumento da circulação do Investimento Estrangeiro Direto (IED) quanto à sua definição será tratada no item a seguir, se torna possível não só pela grande liquidez mundial, mas também pela melhoria na esfera tecnológica que permite maior capacidade de transmissão de informações em tempo real, facilitando as negociações que a cada minuto ocorrem no mundo todo.

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desnacionalização da economia, como aponta Gonçalves (1999). Porém, a presença dos Investimentos Estrangeiro Direto (IED) no Brasil já podia ser percebida no início do século XIX, Videira (2009, p.104) baseada em Gonçalves (1999) “destaca que, a partir de 1850, empresas estrangeiras já dispunham de monopólios em certos segmentos da economia brasileira, como ferrovias, companhias de gás e transporte urbano”. As restrições devido à segurança nacional em áreas como mineração, energia elétrica entre outras, nos anos de 1930, ocasionaram uma diminuição no fluxo de IED no Brasil, durante esse período.

O Investimento Estrangeiro Direto (IED) contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento econômico no Brasil tendo como origem principalmente países

com economias mais avançadas como Estados Unidos e Inglaterra1, tendo como setores

com maiores investimentos estrangeiros aqueles que demandavam maior tecnologia (GONÇALVES, 1999).

Fato esse que nos leva a pensar como a os investimentos estrangeiros levaram a um aumento exponencial da infra-estrutura no país. No que se refere ao desenvolvimento de infra-estrutura para a ampliação de pólos industriais, a preparação de um ambiente propício para o desenvolvimento industrial de determinado local, está ligado principalmente à preparação mínima do local, “um exemplo importante são os avanços das telecomunicações, com a expansão da tecnologia digital e de fibras óticas que formarão as infovias por onde trafegarão todas as informações relativas aos negócios da economia” (PEGÔ, FILHO; CÂNDIDO, JUNIOR; PEREIRA, 1999, p.8).

Dentro do contexto de maior infra-estrutura e evolução do capital estrangeiro no país, um fato se apresenta com a crise na década de 1980. A procura por soluções de problemas relacionados com a década faz surgir políticas neoliberais, políticas essas que buscavam uma reestruturação industrial e abertura do capital nacional ao capital externo.

O contexto sócio-econômico posterior a década de 19902 contribuiu

significativamente para a adoção de uma política neoliberal marcada por processos de

A participação desses dois países foi representativa até meados da década de 1930, após o período da segunda guerra os EUA se tornou hegemônico na participação de IED no Brasil, hegemonia essa que reside até os dias de hoje.

2 Esse contexto é marcado por uma série de ajustes econômicos, como os sucessivos planos econômicos

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privatizações e de desnacionalização em vários setores da economia brasileira. Nesse sentido a participação do capital estrangeiro foi marcante, contribuindo para uma intensificação da internacionalização da economia brasileira. Assim, pretendemos com este trabalho, analisar a internacionalização da economia brasileira pelo viés dos investimentos estrangeiros diretos – IED, procurando identificar a evolução do seu montante e suas origens, além dos e setores que se direcionam com maior intensidade no país. A metodologia do trabalho foi calcada num referencial teórico que fornecesse subsídios para a interpretação correta do objeto de estudo. Posteriormente, a pesquisa se direcionou ao levantamento de dados, junto do site do Banco Central (informações sobre Censo de Capitais Estrangeiros), KPMG (empresa de consultoria), revista Exame e Carta Capital, proporcionando a formulação da redação final da pesquisa desenvolvida.

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO (IED): ALGUMAS ANÁLISES DO CASO E EVOLUÇÃO A PARTIR DE 1990

Diante do processo global de expansão do capital, questões como fusões e aquisições são cada vez mais aparentes nas gestões econômicas. Nesse sentido, despontam o interesse quanto ao entendimento da evolução dos Investimentos Estrangeiro Direto (IED), que segundo Gonçalves (2003, p. 30), é “todo fluxo de capital com o intuito de controlar a empresa receptora do investimento. O principal agente da realização do IED é a empresa de grande porte que controla ativos em pelo menos dois países”.

A busca por serviços como marketing e propaganda e regiões com fortes atrativos a inserção do capital estrangeiro no país, fazem com que ocorra incessantemente a evolução e desenvolvimento do capital, num processo expansivo sem limites. Dentro dos processos de fusões e aquisições, Gonçalves (2003, p.32) aponta que

A maior instabilidade sistêmica da economia internacional, associada ao volume extraordinário de recursos comandado pelas empresas transnacionais e pelos bancos internacionais, tem provocado um processo de fusões e aquisições.

Sendo que

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capital em escala global. Isto é, um número cada vez menor de grandes empresas controla uma parcela cada vez maior da produção mundial.

De acordo com o fato citado acima, podemos perceber que a reestruturação do processo produtivo acarreta maior competitividade no mercado, refletindo em constante processo de mudança devido aos fluxos e redes que se interligam.

Os processos de fusões e aquisições no Brasil apresentam maior volume no início dos anos de 1990 e tem seu ápice entre 1992-1994 (Gonçalves, 1999), tais processos não têm em sua maioria participação de empresas nacionais, o que acaba acarretando num processo de “desnacionalização” do capital, Videira (2009, p.119) afirma que “Entre 1995-1997 as empresas estrangeiras envolveram-se em 154 fusões e aquisições, enquanto as empresas nacionais, apenas em 103”, diante disso fica claro que o processo de inclusão das empresas internacionais cada vez mais se acentua pelo fato de sua agressividade expansionista.

Países como Estados Unidos, Alemanha, França e Japão despontam pelo maior número de Investimentos Estrangeiro Direto (IED), entre o período de 1995 á 2000 setores como de indústria totalizam nesse período US$ 62, 632, 712 milhões de dólares, despontando indústrias de produtos químicos e automobilísticos e US$ 78, 751, 351

milhões de dólares3 em serviços como correio e telecomunicação, seguro e previdência,

aumentando ainda mais durante o período de 2005. Apresentando um total de US$ 53.763.053 milhões de dólares na indústria e US$ 102, 820, 255 milhões de dólares no setor de serviços, despontam novamente indústrias de produtos químicos e serviços de correio e telecomunicações, como os setores com o maior número de investimentos.

Porém, países como Japão e França perdem lugar para países como os Países Baixos e México, o que nos mostra a intensa mobilidade nos investimentos estrangeiros no país.

Dentro destes processos aquisitivos, o número de transações nos mais diferentes

setores cresce de forma acelerada. Conforme a KPMG4 em 1995 o número de

transações chega a 212 no total geral, setores como o de alimentos, bebidas e fumo, instituições financeiras, elétrico e eletrônico, produtos químicos e petroquímicos, são os com maiores números de transações.

Os valores apresentados nos setores de indústria e serviço são a soma dos anos de 1995 e 2000.

4 A KPMG Corporate Finance corresponde a uma empresa de auditoria e consultoria de atuação

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O avanço do fluxo de IED a partir de 1995 é relevante na história nacional Videira (2009, p.114) aponta que

[...] o inusitado está atrelado, além do montante, ao fato do enfraquecimento dos blocos de capitais nacionais em oposição à crescente importância dos grupos estrangeiros, isso não quer dizer que os grupos nacionais perderam seus postos de mando, mas, sim, que o número destes grupos diminuíram dada a crescente concentração do capital e também a associação destes grupos ao capital estrangeiro [...]

Decorrente disso, o número de transações aumenta cada vez mais e diferentes setores passam a ser envolvidos nesse complexo processo de (re)estruturação econômica calcado numa centralização do capital. Em meados ano 2000 o volume de transações chega a 353 operações, cerca de 60% a mais do que no ano de 1995, setores como tecnologia da informação e telecomunicações incluem-se como áreas de maiores transações (KPMG, 2000). Gonçalves (2003, p. 76) coloca que

As recentes ondas de fusões e aquisições têm refletido não somente os problemas de ajuste sistêmico nos países centrais (insuficiência de demanda), mas também o acirramento da concorrência. A ET tornou-se o principal agente de realização do processo de concentração e centralização do capital em escala global.

Numa análise geral das transações ocorridas no decorrer da década de 1990 até 2009, nota-se que apesar de nem sempre estar à frente em número de transações por ano, o setor de alimentos, bebidas e fumo se encontra em primeiro lugar no total geral do número de transações efetuadas ao longo da história; seguido pelo setor de tecnologia de informação que evoluiu gradativamente do início de 2000 até 2009. Isso se justifica pelo avanço tecnológico cada vez mais presente na sociedade.

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ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP

Quadro 1- Processos de Fusões e Aquisições – Brasil- 1994/2009

Fonte: KPMG Corporate Finance, organizado por Hamada, 2010.

Ano/Setores 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 20001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 Total

Alimentos, bebidas e fumo 39 54 66 43 36 36 22 29 32 36 25 36 49 38 24 21 586

Tecnologia de Informação 58 73 56 46 49 22 28 13 36 57 28 8 8 11 7 8 508

Telecomunicações e mídia 23 19 27 28 21 32 21 22 27 26 47 31 14 5 8 5 356

Instituições financeiras 22 23 19 21 19 19 16 20 17 18 16 28 36 31 20 15 340

Companhias energéticas 19 24 25 61 16 12 17 16 36 20 10 11 17 9 1 0 294

Metalurgia e siderurgia 6 20 31 38 25 19 14 13 15 11 9 23 18 17 9 11 279

Publicidade e editoras 22 26 35 19 19 17 12 12 19 23 17 19 9 5 2 3 259

Produtos químicos e petroquímicos 9 17 39 21 18 7 5 4 7 12 6 25 22 18 13 14 237

Seguros 24 19 6 8 14 16 7 26 40 28 6 1 3 4 4 2 196

Petróleo e Gás 8 27 4 6 16 10 10 5 7 6 9 15 24 16 9 8 192

Outros 202 326 324 156 106 79 60 71 89 97 122 134 141 174 103 62 395

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Ao observar o Quadro 1 podemos tecer algumas observações. Os processos aquisitivos são um tanto dinâmicos tanto quanto ao número como no setor de ocorrência. Nota-se a evolução de muitos dos setores, a exemplo dos setores como alimentos, bebidas e fumo, tecnologia de informação, telecomunicações e mídia. Podemos também notar ápices e decaídas como o caso de instituições financeiras que em 1997 alcançou índice de 36 transações e em 2009 apenas 19. A explicação para as oscilações deste setor podem ser encontradas nas políticas neoliberais com a abertura da economia e os processos de privatizações de bancos públicos, ocorridas na década de 1990, proporcionando a participação dos bancos estrangeiros. O exemplo das redes bancárias nacionais Bamerindus e Real e empresas como CCES (Camargo Corrêa Equipamentos e Sistemas) e Rebiéri, que tiveram seu controle adquirido pelo HSBC (capital inglês) e ABN Amro (capital holandês), e como Toshiba de (capital japonês) e Rousselot a VION company (capital francês) se tornam ilustrativos nesse sentido, vale destacar que o processo dinâmico do setor financeiro é tão intenso que em 2008 o ABN Amro foi vendido ao grupo Santander de capital espanhol.

Dentro das atuações internacionais na economia nacional, a evolução de sua atuação em setores de serviços como seguros, publicidade e propaganda vêm crescendo juntamente com o de indústrias, muito disso ocorre pela atuação da propaganda e evolução de métodos para alavancar a competitividade num mercado que cada vez mais necessita de inovações, o que acarreta no desenvolvimento das indústrias modernas, incorporando processos que antes eram feitos separadamente.

Dinâmicas como essas apresentadas, ilustram o processo de internacionalização e “desnacionalização” da economia nacional, gerando assim cada vez mais discussões para o entendimento deste processo.

ANÁLISE TERRITORIAL DAS TRANSAÇÕES NOS ANOS DE 2001, 2005 e 2009

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[...] abertura da exploração dos serviços em infra-estrutura ao capital estrangeiro, por meio da privatização e da concessão, conduz ao chamado efeito sinalização, no qual novos investimentos tenderão a ser canalizados

para o país de forma direta (com melhoria e expansão dos serviços) e indireta (ambiente favorável à entrada de capitais externos) Portanto, em países como o Brasil, a infra-estrutura é, atualmente, a área mais atrativa para os investimentos privados nacional e estrangeiros. (PEGÔ, FILHO; CÂNDIDO, JUNIOR; PEREIRA, 1999, p.8)

Estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, encontra-se com índice superior a 6 e 13% do total de transações ocorridas no país, enquanto o Amazonas encontra-se na categoria (outros) pela sua baixa porcentagem em relação aos demais, como apresenta o Gráfico 1. O destaque da região sudeste não carece de maiores esclarecimentos pelo fato de se justificar de acordo com Santos (1996, p.106) através da divisão do trabalho, que pode

[...] ser vista como um processo pelo qual os recursos disponíveis se atribuem social e geograficamente. Os recursos do mundo constituem juntos uma totalidade. Entendamos aqui por recurso toda possibilidade material ou não de ação oferecida aos homens (indivíduos, empresas, instituições). Recursos são coisas naturais ou artificiais relações compulsórias ou espontâneas, idéias, sentimentos, valores.

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Gráfico 1. Distribuição geográfica das transações 2001.

FONTE: KPMG, organizado por Hamada, 2009.

Estados como Paraná e Santa Catarina, também se encontram presentes entre os principais estados com transações durante o ano de 2001, porém se resolveu não apresentar devido a sua pouca expressividade nos dados do Gráfico 1. Destacamos o aparecimento dos estados de Mato Grosso e Distrito Federal nas transações ocorridas em 2005, mesmo que menor, comparando a Rio de Janeiro apresentando índices de 1,8% e 3,2% do total de transações ocorridas no ano. O aparecimento desses estados pode servir de exemplo de que o processo de apropriação do mercado e serviços se torna propício para evoluções nos investimentos, mesmo que ainda de forma heterogênea entre os estados.

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Gráfico 2. Distribuição geográfica das transações 2005.

FONTE: KPMG, organizado por Hamada, 2009.

Brevemente no gráfico 3, traz os dados de 2009, percebemos que estados como Paraná e Santa Catarina apresentam índices maiores que os apresentados em 2005, em contrapartida aparece uma diminuição do número de transações em São Paulo e Rio de Janeiro que, mesmo não deixando de serem hegemônicos, passam de 42% para 37,3% São Paulo e 17,8% para 13,4% Rio de Janeiro em 2009. O Paraná com cerca de 3,1% de aumento e Santa Catarina com 1,1%, justifica-se em decorrência da maior apropriação de bens de serviços gerados por incentivos fiscais ou por apropriação de matéria prima, porém “vale ressaltar, também, que os investimentos na área industrial têm cedido lugar aos serviços, principalmente telecomunicações, comércio varejista, energia e área financeira” (VIDEIRA, 2009, p.111).

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FONTE: KPMG, organizado por Hamada, 2009

São Paulo, desde o ano de 2001, sempre foi superior aos outros estados na questão de transações, porém pode-se notar que mesmo sendo hegemônico, o poder do estado de São Paulo vem diminuindo gradativamente, pois a descentralização econômica e industrial do final dos anos 1990 proporcionou a proliferação dos bens de serviço nos demais estados. Oportunidades criadas, por decorrência da incessante procura de novos mercados e novas formas de expandi-lo, geraram uma incessante mobilização de indústrias e serviços em todo o território nacional, fato esse nos mostra que a produção de espaços propícios para a formação de conglomerados industriais e financeiros, já não mais aplica unicamente aos locais que sempre despontaram como os mais acolhedores, fazendo surgir regiões que anteriormente a políticas de descentralização industrial, eram marginalizadas pela sua falta de infra-estrutura e formação de mão-de-obra.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A evolução gradativa do investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil proporcionou a internacionalização da economia nacional. As suas atuações nos diferentes setores de serviços e indústrias nos demonstram como é intensa e flexível sua presença nesse processo que cada vez mais evolui e incorpora áreas que até então não se tinha uma relação de trabalho direta entre ambas.

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pelo expansionismo financeiro e industrial, isso fez com que se tornasse possível, juntamente com o processo globalizatório a evolução dos Investimentos Estrangeiro Direto (IED) em todo o país, não somente nos maiores centros, mas em todo território nacional mesmo que não sendo de forma homogênea.

Diante de todos os fatores citados, a apropriação de empresas internacionais cada vez mais está inserida no contexto industrial brasileiro. Podemos concluir que o do fluxo de IED sempre esteve presente em nossa economia, a descentralização econômica e industrial a partir do final da década de 1990 proporcionou melhorias em determinados estados como Bahia, Minas Gerais entre outros, porém a elevada desnacionalização do capital nacional acarretou numa expressiva mobilidade de empresas que fazem do capital privado uma intensa rede de transações, fusões e aquisições.

REFERÊNCIAS

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Gráfico 1. Distribuição geográfica das transações 2001.
Gráfico 3. Distribuição geográfica das transações 2009.

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