UNIVERSIDADE
DE
SAO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
íorus
DE
META|S
pESADos
(pb,
Gu,
cr
e
Ni)
ASSOCIADOS
A
SOLOS
DE
COBERTURA
DE
Resiouos sôLrDos
EM
Dots
ATERRos
sANtrÁRtos
'DA
REGIAO
rvlerRopoltTe¡¡À
Oe
SnO
pAULo-sp
."t'
Sibele
Ezaki
Orientador:
Prof,
Dr.
Raphael Hypolito
DISSERTAçÃo
DE
MESTRADÔ
.i
Programa
de
Pós-Graduação.
em
Recursos Minerais
e
Hidrogcologia
SÃO
PAULO
2o,04
IONS DE
METAIS PESADOS (Pb,
C¡r,
Gr
e
N)
ASSOCIADOS
A
SOLOS
DE
COBERTURA
DE RESIDUOS
SOLIDOS
EM
DOIS
ATERROS SAN|TÁR¡OS DA
REGÁO
METROPOLITANA
DE
SÃO
PAULO .
SP
UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊruCINS
SIBELE EZAKI
Orientador:
Prof.
Dr.
Raphael
Hypólito
DtSSERTAÇnO Oe
MESTRADO
COMISSÃO
JULGADORA
Nome
Raphael Hypólito
Uriel Duarte
Valdir Schalch
SÃO
PAULO2004
Presidente: Prof.
Dr.Examinadores:
Prof.
Dr.UNIVERSIDADE DE
SAO
PAULO
INSTITUTO DE
GEOCIÊNCAS
íorus
oe
METAIS
PESADOS
(Pb, Cu,
Gr
e
Ni)
ASSOCIADOS A SOLOS
DE
COBERTURA
DE RESíDUOS
SÓLIDOS
EM DOIS
ATERROS
SANITÁRIOS
DA
REGÁO
METROPOLITANA
DE
SÃO PAULO.SP
Sibele
Ezaki
Orientador:
Prof.
Dr. Raphael Hypolito
DISSERTAÇAO DE MESTRADO
Programa
de Pós-Graduaçäo
emRecursos Minerais e Hidrogeologia
SÃO
PAULO2004
Ezaki, Sibele
íons,
de
metais
pesados
(Pb, Cu, Cr
d
Ni)
associados
a
solos
decobertura
de
resíduos
sólidos
em dois
aterros
sanitários
da
Região
Metropolitana de
Säo Paulo-SP/ Sibele
Ezaki-
Säo
Paulo, 2004.123p.:il.
Dissertaçåo (Mestrado):
lGc/USPOrientador: Hypolito,
Raphael1.
Metais
Pesados.2. Solos,
3.Aterro
Sanitário.4.
ResíduoSólido
Urbano.Dedico
este Texto
Ao Mestre e amigo Professor
RaphaelHypolito
Aos meus
pais José eTomomi
AGRADECIMENTOS
Agradeço de coração,
ao
Professor RaphaelHypolito,
pelos ensinamentos científicose
devida,
pela força,coragem
e
inspiraçãotransmitidas,
pela ded¡cação e amizadea
meus pais pelo incentivo aos estudos, compreensão, amor e, principalmente, pelasvibrações pos¡tivas nos momentos de dúvida
à Universidade de São Paulo que propiciou minha formação e esta pesquisa
à CAPES pela bolsa de estudos e auxílio à pesquisa
à
ProF Lilia
MascarenhasSant'Agostino
(Coordenadorado
Programade
RecursosMinerais e Hidrogeologia
-
2002)
e ao Prof. Fábio Taioli (Diretor do CEPAS-2003) peloapo¡o na Pós-graduação
aos professores de Pós-graduação do
Inst¡tuto
de Geociências, da Escola Politécnica eda ESALQ, com os quais t¡ve oportunidade de aprendizado
aos am¡gos que contr¡buíram ao desenvolv¡mento dos trabalhos nos aterros sanitários, Eng'. Yara Campos Almeida, Enga. Zena¡de Vensk¡s, Economista Prisc¡la Bolcchi, Bió|.
Marcelo Laso, Eng. Francisco Molnar; Eng. Silvio L. Andrade
aos amigos dos Laboratórios
de
HidrogeoquímicaII
e
III
-
CEPAS, Mirian Shinzato,Silv¡a, Janaina, Douglas
Komati,
Deborah Baré, Marisa Pugas, Marta Pugas, Cláudia, Lúcia Helena, Paulinhoa Silvia Cremonez Nascimento, Janaína Ferreira Marques, Cristiane Lorena Rodrigues e
Cláudia Moura por tudo que fizeram para mim
aos técnicos e pesquisdores do
Inst¡tuto
de Geoc¡ências que auxiliaram com trabalhosde análises
e
laboratoriais, Sandrae
Ricardo (Química), Fláv¡o Carvalho (DRX). PauloMori (FRX), Sueli e Cle¡de (Geoquímica), Verônica (ATD), Lúcia Helena (CEPAS), Silvio
e
losé
Paulo (preparação de amostras)aos funcionár¡os do setor administrativo Sonia e Graça, Ana Paula, Magali, Tadeu; aos
amigos da Gráfica, Sr. José, Henrique, Claudionor; da biblioteca, liirica, Brenda, Stella;
à Zefinha; à D. Quitéria
aos amigos da pós-graduação Marina, Cam¡la Passos, José Coelho,Cláud¡o D¡as, Kleber
Kavassa, Raimundo Nonato, Cintia Gaia, Valéria Guimarães, Vanessa Madrucci, Iraldo,
Gaston Enrich, Vanessa Gazano, Gustavo (Torrinha), Cláudia Varnier, Deise e Rodrigo,
André Sawakuch¡, Caroline Thaís, Zeca
e
Pi, Márcia Mika, Marcelo Rocha, Jorge, Neidee Sidney
aos amigos
Eduardoe
Tereza Kato, Tuca, Dinda, Maria
AparecidaCouto,
Mar¡naMidori,
MarisaSantiago
Pugas,Elaine Sinfronio,
D.
Marieta, José Nakashima, Ana Cristina (Engoly), Carol, Anna Maria; aos meus familiares, Simone, Lilian, Jay, Nanci, Taís, Tia Kazue e Tia M¡eco pelo carinho e forçaaos novos amigos do
Instituto
Geológico-
SMA/SP pelo incentivoRESUMO
Resíduos sólidos urbanos (domiciliares, comercias,
de
serviços, industria¡s etc.)dispostos
em
atenos
san¡tários bras¡leiros
contêm,
em
pequenas
proporçöes, componentes considerados tóx¡cosou
perigosos,entre os
qua¡s metais pesados de interesse neste trabalho.O
comportamento desses íons associados aos solos, lixos echorumes
foram
estudadosem dois atenos
sanitários(Atenos
I
e
II)
localizados naReg¡ão Metropolitana de Säo Paulo-SP.
Nos solos de cobertura, em ambos
os
atenos, constatou-se enriquecimento emmetais pesados com baixas concentra@es
de
íons interst¡ciaise
elevados teores demeta¡s adsorv¡dos.
Experimentos
em
colunas contendo camadasde
solosnão
¡mpactadose
lixo(bananas) reproduziram com eficácia os fenômenos que ocorrem nas células sanitárias dos
ateros.
As
diferentesfases
de
decomposifro
(aeróbia, aeróbia/anaeróbia, anaeróbia)foram mon¡toradas através de amostragens sistemát¡cas de chorume e o comportamento
iônico,
em
relação
ao
solo,
foi
acompanhadopela
percolação
de
soluçöes
comconcentrações conhecidas de íons Pb, Cu, Cr e N¡.
Os
solos fomeceram respostas dist¡ntas com maior adsorção no AtenoI
dev¡doprevalênc¡a
de
sua
composição textural sobrea
mineralog¡ae
capacidadede
trocacatiônica do solo do Ateno II.
Nas fases iniciais de decomposiÉo do lixo, com a produção de ácidos orgânicos
(complexantes), elevaçåo
da
força
¡ônicae
diminuiçãodo
pH, foram
facilitadas asdisponibilidades iônicas.
A
diminuiçåode
íonsde
meta¡s pesadosnos
chorumes nasfases
posterioresoconeu
devido, principalmente,ao
aumentodo
pH, conseqüência das transformaçöesquímicas que culm¡naram na fase metanogênica.
A
fixação iônica,
especialmentedo
Pb
e
Cu,
deu-se devido formaçáo
decompostos
pouco
solúveis (carbonatose
óxi-hidróxidos)e a
retenção
do
Ni
graçasessencialmente aos fenômenos de adsorção.
O
cromo
sofreu fundamentalmente influênciado
pH
e
Eh,
prec¡pitando comocromo (lll) na fase anaeróbia metanogênica.
A ef¡c¡ência da reprodução em colunas dos fenômenos que oconem nas células
ABSTRACT
Urban
sol¡dwaste (residential,
commerc¡al, mun¡c¡pal, industrial)disposed
inbrazilians sanitâry landfills conta¡n,
in
small quantities, potent¡allytoxic and
hazardouscomponents,
in
which group
heavy
metalsare
included.This research studied
thebehavior of these ions, associated with soil, wastes and leachates of two sanitary landf¡lls
(Landf¡lls
I
andII)
in the Metropol¡tan Reg¡on of Sâo Paulo, São Paulo State.Heavy metals enrichment
was
detectedin cover
soilof
both
landfills,with
lowconcentrations of interst¡t¡al ¡ons and high levels of adsorbed metallic ions.
Columns experiments
conta¡n¡ngsoil
and
artificial
waste
(bananas)
layersreproduced efficaciously phenomena that occur in real sanitary cells.
Different stabil¡zation
phases
(aerobic, aerobic/anaerobic, anaerobic)
weremon¡tored by systematic collect¡on
of
leachates andthe
ionic behavior, related to soils,was accompanied by solution inject¡ons with known concentrations of Pb, Cu, Cr and N¡.
Soils answers to the percolations were d¡st¡nct, with higher adsorpt¡ons in Landfill
I
so¡l due
to
its texture, which dominated mineralogyand
cation¡c exchange capacityof
Landfill
II
soil.During initial decomposít¡on phases, the production of organic acids (complex) in
leachate, the ionic force raise and pH drop, favored ¡onic availab¡l¡ty.
The
decrease
of
heavy metal ions
in
leachate
during later phases
was
a consequenceof
pH
elevat¡onand
chem¡cal transformat¡ons,which
culminated themethane stab¡lizat¡on phase.
lonic fixation, especially
of
Pb
and Cu,occuned
dueto
unsolvable compoundsformation
(carbonates, ox¡-hydrox¡des)and
Ni
retent¡onwas
essentially related
toadsorpt¡on phenomenon.
Chromium suffered influence
of
pH and Eh, and
prec¡pitatedas
chromium (lll)during methanic phase.
The eff¡ciency of san¡tary cells phenomena reproduction in columns is an evidence
íruorce
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
¡i¡ vi
viii
1 5 5 1. TNTRODUçÃO'l.l
OBJETrvos1.2 LocALrzAçÃo E cARAcrERrzAçÃo
on
Áneaor
EsruDo2.
REVISÃO
BBLIOGRÁFrcA
2.I
ATERRo SANITÁRIoAspectos construtivos dos atenos estudados
2.2 REsíDUo SóLrDo URBANo Compos¡ção geral
Meta¡s pesados no l¡xo urbano
Resíduos dispostos nos Atenos I e
II
2.3 CHoRUME
Degradab¡lidade
Forma química do metal presente
2.4 SoLos EM ATERRoS
Comportamento de meta¡s pesados no solo
Caso de contaminação de solos em atenos e lixöes
3.
MATERIAIS
EMÉTODOS
3.1. ATTVTDADE DE CAMpo
-
CoLETA DEAMosrRAs
...Solos de Referência (Branco)
Solos Contam¡nados
Chorume dos
Ateros
3.2 TRATAMENTo DE AMoSTRAS
3.3 CARACTERTZAçÃo Dos MATERTATS Dos ATERRoS
Caracterização Textural
Anál¡se M¡neralóg¡ca
Determinaçáo de pH de Solos
DeterminaSo da Capac¡dade de Troca Catiônica
Análise Química
Extraçôes Totais e Seletivas
Anál¡se Quím¡ca do Chorume
3.4 ExpERrMENTos ...
Montagem dos Dispositivos
Acompanhamento dos Parâmetros
F¡nalização dos Experimentos
RESULTADOS
EXPERIMENTo 1
DOS EXPERIMENTOS
ExPERIMENTo 2
EXPERIMENTo 3
DrscussÂo
CONCLUSÕES
7.
REFERÊNCASBIBLIOGNÁNCNS
75 76
7A
79
80 80 86 a7
89
89
95
102
107
116
F¡gura
I .1.Figura
1.2.Figura
1.3.F¡gura
1.4Figura
2.1.Figúa
2.2.Figura
2.3.Figura
2.4.Figura
2.5.Figura
2.6.Figura
2.7.Figura
3.1.Figura
3.2.Figura
3.3.Figura
3.4.Figura
3.5.Figura
3.6.F¡gura
3.7.Figura
3.8.F¡gura
4.1.Figura
4.2.Figura
4.3.Figura
4.4.F¡gura
4.5.LISTA
DE FIGURASLocalização dos
Atenos
SanitáriosI
e
II,
estudadosna
Região
6Metropolitana de São Paulo-SP.
Precipitaçöes mensais medidas nos Postos Meteorológicos
Perus
10(a) e Sertãoz¡nho (b).
Mapa geológ¡co de área que abrange o
Atero
l.
12Mapa geológico da área que abrange o Ateno
ll
17Esquema da confÌguração das camadas e
élulas
de l¡xo(Ateno
20D.
Esquema construtivo
do Ateno
II
duranteo
preench¡mentode
22cava.
Esquema construt¡vo de células em forma de tronco de
pirâmide
23do Ateno II.
Curvas
teóricas
da
degradaçäo
de
resíduos
em
ateno
40experimental, segundo Stanforth et al. (1979)
Variação
de pH
e
Ehde
chorumeem
funçáodo
tempo(LIMA'
41 1988).Fases da estabilização
de
resíduos sólidos em atenos,segundo
42Rees (1980).
Etapas
de
estabil¡zaçäo
de
resíduos d¡spostos
em
atenos
42(POHLAND & HARPER, 1985).
Localização dos pontos de amostragem de solos, chorume e
água
58de nascentes do Ateno L
Esquema de camadas de lixo e solo compactados mostrando
os
62pontos de escavaçåo de solo contaminado.
Localizaçâo dos pontos de amostragem no Ateno II.
Classificação
textural
dos
solos dos Atenos
SanitáriosI
e II
segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Difratograma representat¡vo dos solos do Ateno I.
Difratograma representativo
do
solo
da
jazida
do
Ateno
II,destacando
picos
de
vermiculita
(sem
tratamento
-
preto;glicolada
-
azul; aquecida-
vermelho).65
71
tö
73
Esquema construtivo das colunas experimentais A e
B.
81Esquema construtivo
da
coluna
experimentalC,
mostrandoas
83duas células san¡tárias.
Diagramas
de
Condutividade Elétricadas
ColunasA
e
B
com
90respect¡vas curvas méd¡as.
D¡agramas de teores de Na* das Colunas A e B
Diagramas de teores de
K
das Colunas A e B.Diagramas de pH das Colunas A e B.
Diagramas de Eh das Colunas A e B.
91 91
F¡gura
4.6.Fígura
4.7.Figura
4.8.Figura
4.9.Figura
4.10.Figura
4.1 1.Figura
4.12.Figura
4.13.Figura
4.14.Figura
4.15.Figura
4.16.Figura
4.17.Figura
4.18.Figura
4.19.Figura
4.2O.Fígura
4.21.F¡gura
5.1.Figura.
5-2.Diagramas de concentraçäo de meta¡s pesados em soluçåo nas
Colunas A e B.
Diagrama de concentração de Crn¡ no chorume das Colunas
A
eB,
Diagramas de evolução da Condutividade Elétrica nos chorumes
da Coluna C com curvas de tendência.
D¡agramas
de
concentraçãode
Na*no
chorumedas
células daColuna C.
Diagramas
de
concentraçãode
K
no
chorumedas
células daColuna C.
Evolução do pH nas Células Simples e Dupla da Coluna C.
Diagramas de concentração de Pb2*, Cu2*
e
Ni2* no chorume dascélulas C-Simples e C-Dupla.
Diagramas Eh das células da Coluna C.
Diagramas de concentração de Cr (r) no chorume das células
C-Simples e GDupla.
D¡agramas de evolução da Condutividade Elétrica nos chorumes das Colunas D e E com curvas médias.
Diagramas de concentração de Na. no chorume das Colunas D e
E.
D¡agramas de concentraçäo de
K
no chorume das Colunas D eE.
Diagramas de pH das Colunas D e E.
D¡agramas
de
concentraçäo dos íons metálicos Pb,Cu
e
N¡ nochorume das Colunas D e E.
Diagramas de Eh das Colunas D e E.
D¡agramas de concentração de cromo nas Colunas D e E.
Tendência do pH das células A, B e C-Dupla em função do tempo
e curvas médias.
Tendência
do pH das
célulasGSimples, D
e
E em função
doTabela
1.1.Tabela
1.2.Tabela
1.3.Tabela
2.1.Tabela
2.2.Tabela
2.3.Tabela
2.4.Tabela
2.5.Tabela
2.6.Tabela
2.7.Tabela
2.8.Tabela
2.9.Tabela
2.10.Tabela
2.11.f abela
2.12.Tabela
2.13.Tab€la
2.14.Tabela
2.15.Tabela 2.f6.
Tabela
2.17.Tabela
3.1.Tabela
3.2.LISTA
DETABELAS
Caracterização
das
águas
de
nascentes(1 e 2)
do
Ateno
I
I
(Campa nhas de coleta : 25 /o4lo2, 251 06 1O2, 22l O 1 lo3).Resultados analíticos das águas subtenâneas de poços do
Ateno
15I
(Campanhas de coleta: 07 /10199, 24lO2lOO, O4l1OlOO, 2O|O2/O1,0s/06/01).
Resultados analíticos das águas sublenâneas de poços do Ateno
II
(Campanhas de coleta : 1 3l 03103, 1 1 106103, 241 Og lO3, 1 6 I 121 03)-Composição percentual (em peso) dos componentes dos resíduos
sólidos domiciliares
e
comercia¡s coletadosno
Município de SãoPaulo (Maio-1998).
Evolução da composiçåo média dos resíduos sól¡dos
domiciliares
24(o/o em peso) no Município de Säo Paulo.
Compos¡ções dos resíduos sólidos domiciliares de '10 d¡str¡tos
do
25Mun¡cípio de Såo Paulo
-
valores médios.Composição dos Resíduos Sólidos Domiciliares do Município
de
26Såo Paulo (1998,2000, 2003).
Resultados analíticos
dos
extratos l¡xiv¡adose
solubilizadosda
26fração pastosa do RSU,
Atero
dos Bande¡rantes.Caracterização dos resíduos tóx¡cos do lixo
urbano.
27Exemplos de componentes e fontes metál¡cos do
lixo.
29Aplicaçoes e materiais assoc¡ados a meta¡s pesados Pb, Cu, Cr
e
30Ni.
Concenlrações tóxicas
de
metais pesadosou de
riscoà
saúde
31estabelecidas por lei.
Concentrações
de
metais pesadosem
lodosde
esgotoda
ETE
34Barueri-SP.
Composição méd¡a dos RSD dispostos no Ateno
II.
35Compos¡ção química do lodo de chorume tratado no
Atero
IL
35Composição média
do
chorume compilada
de
trabalhos
de
37literatura
por
Christensen et al. (2OO1).Concentração de substâncias no chorume e outras
características
38em função da ¡dade do ateno.
Variaçåo da composição do chorume com a ¡dade do
ateno.
38Diferenças entre os modelos de Rees (1980) e Pohland &
Harper
43(1e85).
Teores
de
meta¡s pesados
em
solos
de
atenos
sanitários,
55controlados e de l¡xöes brasileiros.
Descrição de. campo das amostras de solo referênciâ
(referênc¡a)
59coletadas no
Atero
I.Massas
de
solode
cada intervalodo
perfil para composi@odo
59solo composto.
18
Tabela
3.3.
Descrição do perf¡l de solo localizado em jazida próxima aoAteno
60II.
Tabela
3.4.
Resultado da análise granulométrica dos solos dosatenos.
70Tabela
3.5.
Mineralogia de amostras de solos dos Atenos I eII.
72Tabela
3.6.
Valores de pH dos solos dos Atenos I eII.
74Tabela
3.7.
Resultado das análises quím¡cas dos solos para determinaçãoda
75crc.
Tabela
3.8.
Composição química dos solos do Ateno LTabela
3.9.
Composiçåo química dos solos do AtenoI.
Tabela
3.10a.
Resultado das extrações seletivas de meta¡s de solo em água e em HNOo (8M) do Ateno LTabela
3.10b.
Dados das extraçôes seletivas de meta¡s de solo em água eem
78HNO3 (8M) do Ateno II.
Tabela
3.11.
Teores de metais pesados (mgdm{)
no chorume do AtenoI.
79Tabela 3.12.
Teores em mg dm+ de metais pesados no chorume do AtenoII.
79Tabela
3.13.
Concentraçõesde
Fel¡
em mg dm-3 nas camadasde
solodas
87Colunas A e B.
Conteúdo de meta¡s pesados (adsorvidos
e
estruturais) nostrês
109principais compartimentos do ateno sanitário: lixo, solo e chorume
-
valores máximo, mínimo e médio.Resultado das extrações nítricas
de
íonsde
metais pesadosda
115Coluna B fixados pelo solo (Ateno I ) e lixo.
Resultado das extraçóes nítricas
de
íonsde
meta¡s pesadosda
115Coluna C.
Tabela
5.4.
Resultado das extraçöes nítricasde
íonsde
metais pesados daColuna E.
115 76 77
7A
Tabela
5.1.Tabela
5.2.Tabela
5.3.T.
TNTRODUçÃO
Dentre
todas
as
formas
de
destinaçåofinal
de
ResíduosSólidos
Urbanosexistentes, o aterro sanitário tem se mostrado a mais usual, atendendo a demandas cada
vez maiores de lixo, principalmente nos grandes centros urbanos.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia para confinamento de resíduos no
menor espaço
possível,visando diminuir
os
impactosambientais (ABNT, 1992).
Oatenamento
é
realizado
conforme
normas
operacionais
e
técnicas
específ¡cas,assegurando controle ambiental
de todo
o
processode
armazenagem dos resíduos eevitando danos
ou
riscosà
saúde
pública.Os
resíduossåo
dispostosem
camadascompactadas
e
cobertas periodicamentecom
materialinerte ao f¡m de cada dia
detrabalho. Além disso, oferece medidas estruturais de segurança como impermeabilizaçäo
de base, drenagem, coleta e tratamento de chorume e eliminação de gases gerados no
interior
das
células. Realiza-se,também,
monitoramento constanteda
qual¡dade daságuas subtenåneas e do recalque e deformaçåo que sofrem o ateno.
Muitas Prefeituras Municipais, responsáveis
pelo
gerenciamentode
resíduossólidos, assumiram o comprom¡sso de abolir sistemas antigos de disposição de lixo em
locais considerados inadequados, como vazadouros a céu aberto, e adotar sistemas que
ofereçam maior controle.
No Estado de Sáo Paulo, com a instituiçåo do Programa Estadual de Resíduos
Sólidos Domiciliares, em 1997 , 441 municípios com inegularidades na destinação final de
resíduos urbanos firmaram
um
compromisso (Termode
Ajustamento
de
Conduta),definindo
prazose
atividadesa
serem
realizadaspara
regularizaçåo ambiental dasinstalações de destinaçåo de lixo em operaçao (CETESB, 2002).
Atualmente, såo geradas no Estado de Såo Paulo 20 256 ton/d¡a de resíduos,
com média
de
0,58
kg/hab/dia.Desse total,
conformea
classificaçãodo
lnventárioEstadual
de
Resíduos Sólidos, 7O,4 o/o (14260
ton/dia) säo destinadosa
sistemas dedisposição considerados seguros quanto a locação, tecnologia e op
eßçâoi
13,1 o/o (2663
ton/dia) dispostos em sistemas controlados
e
16,5 % (3 333 ton/dia) inadequadamentedispostos (CETESB, op. cÍ.),
Segundo estimativas
da
Pesquisa Nacionalde
Saneamento Básico (PNSB),realizada pelo lnstituto Bras¡leiro de Geograf¡a
e
Estatíst¡ca (IBGE, 2003), em todo paíscoletam-se cerca de 228 OOO ton/dia
de
resíduos sólidos urbanos, que såo distribuídosprincipalmente a atenos controlados (37olo), atenos san¡tários (360lo) e vazadouros a céu
lixões
fo¡
reduzida emtrês
vezes, enquantoa
porcentagemde
resíduos dest¡naclos aatenos aumentou em
igual
proporção, no mesmo período.Apesar das melhorias observadas quanto
à
destinaçãoe
aspectos estrutura¡s,operacionais
e
de proteção amb¡ental, enormes volumes de lixo são a¡nda gerados poruma
população crescente, acanetando perspectiva
de
que nåo
se
anulem
aspossibilidades de rápido esgotamento da capacidade dos atenos san¡tários.
lsto leva a outro problema ma¡or: a necessidade do estabelecimento de diretrizes
e
açöes político-administrativas efet¡vas paraa implantaÉo de
um Gerenciamento deResíduos
Sólidos, nos
três
níveis
de
govemo
(federal,estadual
e
mun¡cipal). Estegerenc¡amento
deve
focar
inclusive,
o
reaprove¡tamentomáximo
dos
resíduos(reut¡l¡zação
e
rec¡clagem)e
min¡mizaçãode
sua geração. Assim, áreas destinadas aconstrução
de
atenos, que
são
cadavez
mais escassasdada
suas espec¡f¡cidades(locÂlizaçáo, extensão, atributos físicos, logísticos etc.) e exigências para ¡mplantação,
seriam poupadas enquanto os atenos em func¡onamento teriam sua vida út¡l prolongada.
Neste sentido,
¡dealmente,os
ateros
deveriamser
destinados somente aresíduos
nåo
reaproveitáveiscomo
os de
uso
hig¡ên¡co, embalagens contaminadas,cinzas
de
incineradores, mater¡ais m¡sturados, plást¡cosnão
recicláveis,lodos
dediversos tratamento (água, esgoto, calhas de rios) etc.
A
realidade, contudo,é
que ainda grande parte do lixo nãoé
separada desdesua origem. No Município de Säo Paulo, estima-se que apenas
I
o/o (1 28O ton) do l¡xod¡ário coletado sejam encaminhados
a
centrosde
triageme
usinasde
compostagem,visando separação
dos
resíduos
quanto
ao
tipo
para
posterior reciclagem
oureaproveitamento. Desta pequena parcela, reciclam-se 2 o/o;51 o/o são transformados em
composto orgânico,
e
os
dema¡s47
o/osâo
rejeitadose
encam¡nhadospara
atenos(LIMPURB, 2003a).
A ma¡or parte (cerca de 90o/o) do resíduo urbano gerado, portanto, não passa por
processos de separação de componentes reutilizáveis, o que ocasiona desperdícios de
materiais.
Um
dos
principais componentesde
todo material
descartadoé
a
matéria orgân¡ca de restos alimentares. Ela pode, em Usinas de Compostagem, ser reciclada porprocesso microbiológico de decomposição e seu produto aplicado ao solo, ¡ncorporando
nutrientes
e
atuando como
condicionadorpara
melhoriade
suas
caracferísticas. Acomponentes do lixo (vidro, meta¡s, plásticos etc.), pr¡ncipalmente daqueles considerados
perigosos e tóx¡cos. O ¡deal, portanto, seria sua separaçåo
já
nas residências.Atualmente, compostos de lixo urbano apresentam câracterísticas ¡nadequadas
para uso
e
aplicaçâo agrícola, devidoa
presença de substâncias tóx¡cas como metaispesados em sua composiçao (GROSSI, 1993; AZEVEDO et al-, 1999; EGREJA FILHO
ef
al., 1999).
Grossi
(op. cif.)
avaliou
a
qualidade
dos
compostos
de
21
usinas
decompostagem distribuídas em
I
estados brasileiros. Adotou, como referênc¡a, valores detolerância de metais no composto maduro ace¡tos na Alemanha, uma vez que no Brasil a¡nda não foram estabelecidos tais lim¡tes, sendo estes: Pb=150 mg kg-1, Cu=100 mg kg-r,
Zn=4oo mg kg-t, Cr=100 mg
kg¡,
trti=s0 mgkg¡,
Cd=1,5 mg kg-r e Hg='|,6 mgkgr
(baseseca). Grande parte
das
amostras (maduras,
semi-madurase
cruas)
anal¡sadasrevelaram teores elevados de metais. Das amostras sem¡-maduras, 82olo apresentaram
valores de
Cu
entre
116
e
2
986 mgkg-r;
79 o/o âpÍesentaram Hgentre
1,0e
10,6mg
kgr);
65 o/o com Pbentre
57
e
1272
mg kg-t; 61 o/o e.om Cr entre 1O3a254 mg kg-r;e 55 % com
Zn
enlre 410 eI
685 mg kg-r.Dentre
as
substâncias tóx¡casque
chegamaos
atenos
e
l¡xöesos
metaispesados merecem especial
atenÉo
e têm sido alvo de pesquisadores do mundo ¡nte¡ro,em função das reações adversas que podem c¿lusar aos organismos quando de alguma
forma são por eles absorvidos em teores inadequados.
Há
a
preocupação de que estes metais, presentes nos resíduos armazenadosnas células de lixo dos atenos, possam ser l¡berados e transportados pelo chorume com
o passar do tempo. Desconhecem-se, no entanto, os processos pelos quais eles possam
ser l¡berados e em quais quantidades. Os modelos até o momento propostos, garantem
imob¡lização dos metais em condiçôes alcal¡nas no ¡nterior dos atenos por centenas de
anos.
Trabalhos sobre atenuação
e
mobil¡zaçãode
meta¡s pesadosno
interior deateros
enfat¡zama
degradab¡l¡dadeda
matéria
orgânicae
as
condições guímicasassociadas às fases de degradação, destacando os mecan¡smos de complexaçáo e de
sorção dos íons metálicos às partículas coloida¡s orgânícas.
Praticamente,
esses estudos,
nåo
cons¡derama
possível
¡nterferênc¡a das camadasde
solo compactado, ut¡lizadas como cobertura d¡ária de lixo, na retenção deíons de metais pesados.
O
recobrimento
diário
de
resíduos
nos
atefros
san¡tários,
assim
comoimpermeabilização do teneno, drenagem
de
chorumee de
gasesetc.
são ex¡gências(ABNT, 1997)
que
v¡samcontrole
e
proteção
amb¡entais.No
Brasil,
a
técn¡ca derecobrimento tomou-se prát¡ca comum nos aterros san¡tários e controlados, mas nâo se
apl¡ca a lixões.
Dentre os materia¡s inconsolidados e ¡nertes util¡zados na cobertura de resíduos
sól¡dos,
o
solo
tem
sido
o
ma¡s amplamente aplicado
e
desempenha funçõesgeotécn¡cas, sanitárias, amb¡enta¡s
e
mesmo estét¡cas no func¡onamento de um ateno.Normalmente, util¡za-se material extraído durante
a
preparaçãoda área
destinada àconstrução do ateno e solos provenientes de jazidas próx¡mas. Caso contrário,
utilizam-se materiais disponíve¡s, como solos de origens diversas (de fundação de constru@es),
entulhos e mesmo sed¡mentos de leitos de rios.
A
aplicação da cobertura d¡ária v¡sa: (a) dificultar/minimizat a entrada de águasde chuva
no
interior do residuo atenado evitando aumento no volume de chorume; (b)proteger
a
superfície das células san¡tárias para evitar/reduz¡a Woïfeîaøo
de vetoresde doenças (rato, mosca, urubu etc-), dificultando seu acesso aos resíduos; (c) impedir o
espalhamento
de
materiais leves (papéis, plásticos), pela ação dos ventos; (d) perm¡t¡rtráfego de veículos; (e) evitar escape descontrolado de gases e vazamento de chorume;
(f) reduzir exalação de odores; (g) possib¡litar cresc¡mento de vegetaçäo e, de espec¡al
atençåo neste trabalho, (h)
a
retençãode
substâncias, func¡onandocomo um
filtro(BRUNER & KELLER, 1977; CHRISTENSEN
efal-, 1992;lPT,1995;
EZAKI eta1.,2003).Esta última função não é um aspecto tratado com a devida ¡mportânc¡a, apesar
do grande papel desempenhado pelo solo
no
processode
incorporação/atenuação depoluentes. Normalmente, as características químicas
e
mineralógicas sáo consideradassomente
no
poeto
de
implantaçãode um ateno, apenas em funçáo dos
riscos deescape de chorume do ateno/lixâo.
Em
geral,os
trabalhos relacionadosàs
propriedadesde solos
ut¡lizados ematenos
enfatizam
suas
características
fís¡cas,
como
as
respostas
geotécnicas(compressíb¡lidade, colapsividade, compactação, textura, permeabilidade etc.) frente ao
atenamento
de
lixo e às condi@es climáticas loca¡s. Em contrapart¡da, alguns estudoscomo os
de
HeitzmannJr
(1999), Nascimento (2OO2)e
Rodrigues (2002), abordaram ocomportamento
de
meta¡s pesadosem
solose
águas
contam¡nadosno entomo
deatenos e lixôes.
Nota-se
a
escassez
de
estudos
sobre
os
mecanismosde
atenuação
desubstånc¡as associados aos t¡pos
de
solo ut¡l¡zadose
disponíve¡s paraa
cobertura deresíduos
em atenos. Além disso, dada
a
variedadede
solos
existentes, devem serinvestigados
os
t¡pos ma¡s adequados
e
eficazes,
bem como
melhorariade
suaspropríedades. Outra importante quest€io é a influência do t¡po de solo na compos¡ção final
D¡ante desta constatação
e
v¡sando ampliara
discussáo nesse caminho, estetrabalho v¡sa mostrar o papel do solo de cobertura no controle da qualidade amb¡ental e
sua capacidade de incorporar íons metálicos como Pb, Cu, Cr
e
Ni. Tem como propostacontribuir com
o
estudo das propriedades químicas, fís¡co-quím¡case
mineralógicas dosolo
e
sua ¡nteração comos
meta¡s pesados presentes no l¡xoe
chorumesdo
ateno.Para tanto, fo.ìam æraclenzados solos de dois atenos da Reg¡ão Metropolitana de São
Paulo.
I.1
OBJETIVOS
+
Determinar mecanismos de f¡xação e mobil¡dade de íons de meta¡s pesados (Pb, Cu,Cr,
Ni) associadosa
solosde
dois atenos san¡táriosda
Região Metropol¡lanade
São Paulo.*
Reproduzir em escala laboratorial células sanitárias com caraterísticas semelhantes ados atenos sanitários estudados.
+
Estabelecer conelações entre dados de campo - solo, lixo, chorume - e experimenta¡s,objet¡vando methor compreensåo da d¡nâmica de atenos sanitários.
1.2
LOCALIZAçÂO
ECARACTERIZAçÃO DAÁREA
DEESTUDO
Os
fenômenos químicose
fís¡co-químicosque oconem
num aterro san¡táriodevem ser acompanhados ¡n s¡tu para
a obtenÉo
de maior controle sobrea
s¡mulaçãode células sanitárias em colunas. Nesse sentido, foi imprescindível ut¡l¡zar o
atero
comomodelo para a reprodução de suas características.
Selecionaram-se
do¡s atenos,
denom¡nadosAtenos
I
e
II,
com
algumascaracterísticas d¡stintas quanto
aos
aspectos construt¡vos, operacionaise
ao tipo
deresíduo
atenado.
O
prime¡roé
de
responsabil¡dadeda
admin¡stração mun¡cipale
osegundo consiste em empreendimento privado, ambos em func¡onamento há mais de 15
LOCALTZAçAO
Os
aterros sanitários situam-se dentrodos
limites administrativosda
RegiåoMetropolitana de Såo Paulo (RMSP)
-
SP, como mostra a Figura 1.1.O
Aterro
I
localiza-se na porçåo oeste da Grande Såo Paulo, nas proximidadesdo
limite entre
os
Municípiosde
Såo
Paulo
e
Caieiras.A
área
do
teneno
é
deaproximadamente
1
300 000
m2, distribuídos numafaixa
de
cerca
de
2
100
m
deextensåo e 600 m de largura,
O
Aterro
II
situa-se na porçåo sudeste da Regiåo Metropolitana de Säo Paulo,no Grande ABC, ocupando área de aproximadamente 470 000 m2.
(Fonte: Adaptado do Mapa Rodovlárlo do Estado de Såo Paulo, 20(Þ).
Figura 1.1. Localizaçåo dos Atenos Sanitários
I
e II, estudados na Regiäo Metropolitana de Såo Paulo-SP.nec¡Ão HETRoPoLTTANA oe sÃo PAULo
,EEElAA
L¡rlte dr Rßggo llatrþpolltrnà d€ Slo L¡nlte de Munlcfplo
Plnclpðls Rio6 e RßpEàs
CARACTERIZAçÃO F¡SrcA
Grol¡onrotootA
E H|DRoGRAFIAOs atenos
sanitários situam-seem região
col¡nosae
de monos
da
UnidadeMorfoescultural
do
Planalto Atlânt¡co, conformeo
Mapa Geomorfológicodo
Estado deSåo Paulo (ROSS, 1997).
O
Aterro
I
insere-se no domínio do Planalto Jundiaí, earad.eizado por colinas emonos altos a pouco elevados, com topos aredondados e vertentes com perfis convexos
a retilíneos (lPT,198la; ROSS, op. crT.)- A topografia local é acidentada com decliv¡dades
acima de 15olo, desníveis alt¡métricos de aproximadamente 100 m e altimelria variando de
750 m a 850 m (ROSS, op. c,f). Alguns esp¡göes de relevo montanhoso nos arredores da
área, normalmente sustentados por
quaraitos,
comoo
P¡co do Jaraguá, podem at¡ngir alt¡tudes mais elevadas, entre 900 me
1100 m (CARNEIRO, 1983).A
rede de
drenagemé
densa
e
apresenta padråo dendrit¡co.Os vales
sãoabertos a fechados com planícies aluv¡onares ¡nteriores desenvolv¡das (1P1, op. cit.). O
princ¡pal curso d'água da regiåo é o Rio Juqueri, cuja bacia hidrográfica está vinculada a
Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia do Alto T¡etê (UGRHI 06).
O Rio Juqueri e todos os seus afluentes, com exceção do Rio Juqueri-Mirim, no
seu trecho integrante do Reservatório de P¡rapora (Municípios de Santana de Pamaíba e
Pirapora do Bom Jesus), säo corpos que se inserem na C/asse 4 quanto aos padróes de
qual¡dade
das
águas,confome
Decreto Estadual 10755, de
22/11n7.
Estas águas,segundo
a
Resolução CONAMA 20186, podem ser destinadas somentea
usos menosex¡gentes, como navegaçäo
ou
harmonia paisagística. Entreos
corpos d'águaque
sedestacâm quanto à proximidade do Ateno
I
estão os cónegos Manquinho e São M¡guel,tributários do Rio Juqueri.
Durante
a
implantaçãodo Ateno
I
foram
realizadasobras que
modif¡caramcaracterísticas naturais do
teneno, como
reba¡xamentoe
drenagemde
nascentes (naatual área operante).
Foram identificadas 7 nascentes, das quais restam apenas duas, uma associada
à resquício de mata (Nascente 1) e outra rebaixada (Nascente 2) (Fotos
I
e 2). Amostrasde águas destes cursos foram coletadas
em
trabalhos prévios como Komat¡ (2002) edurante caracterizaçäo do Ateno para aval¡ação da qual¡dade.
A proximidade à rodovia e à caixa coletora de chorume devem influir nos teores
elevados de n¡trato, nitrito e.cloretos e, eventualmente de metais pesados como Mn, Ni e
Pb que chegam a ultrapassar os padrões estabelecidos pela Resoluçäo CONAMA No. 20
Tabela
1.1. Carac.terizaçåo das águasde
nascentes (1 e 2) do AtenoI
(Campanhas de col€ta: 25104/02, 25106102, 2AO1 l0g).PaÉtlÉos
cl'
No2-
No!'
Po¡ Fq..
Mne
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N¡Ð
PüÈ
cuÀ znÈ
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An¡lftiaos
na.dm'Umite de 0,016 0,(xÌ5
0,m1
0,01o.Gt 0,02 0,56 0.04 0,$
0,0250,æ8
0'mgnlgf*
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1o,ooo,o2s
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o,û25o,o3 o,o2 0,18
3$3:Ë
Nascente
I
25IABRD2 76,,10
n.d.
O,1O0,03
5,67
3,80
nd. 0,00 n-d. n.d
nd
n d'Ì)tJANtæ
175.80 8a.3aY.O8
2.Æ
1.92
1,14
1,10
0,03 n.d. 0,02 0'0¿
0'53 Nåscente 2âtAP¡RtO2
1æ,30
n.d.
27,430,15
O,O5 O,O7 nd. O,æ 0,04 n.d n.d.
n d'2IJUN/û2
95,9õ
n.d.
O,Oso,o3
7,19
5,4f
nd qm n.d n.d. n.d.
n d',)t-t^Nto3
llx¡2 n-d.
0.59
O.Oø
9.æ 5.2. 0.04 0,05 n.d. n.d. 0,02
!.q-Pår&rleiroc ..
Eh
Alcal¡nldade
CE
(x)de
cflpo
pn
(m\D
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(rng lì')¡e1!Éo-
6.0 - e.o 6,00Nascenle
I
25/ABR/0225/JUN/O2
7,17
2Í3,æ
17,51
0,382JANJß 8.30
74.00
a2,57
í,45
2,12Nascente 2 2VABRÆ2
25tJUNg2
5,83z2lJANtæ
5.4438,m
155,14-135.00
97.590,64
o,75
0,sO
Ateno
II
s¡tua-se no domínio do Planalto Paulistano/Alto Tietê, onde dominamespigöes e monos altos e médios, suav¡zados, com altimetria variando de 800 m
a
1 000m e declividades entre 10olo e 20olo (lPT, 1981a; ROSS, 1997). A área do aterro insere-se
no contexto geomorfológico da Monaria Embu, caracterizada por um sistema de relevos
de monos paralelos com sefras restritas e de morrotes baixos, com topos anedondados
e
abaulados, vertentes convexasa
ret¡línease
decliv¡dades méd¡asde
10 o/o (lPT, op.cr?.). A topografia local apresenta desníveis de 30 m a 70 m e áreas relativamente planas
devido antigas extraçðes de areia que desc¡racterizaram sua feiçåo original.
A
rede de drenagemé
densa, podendo estar associada a planícies aluv¡onaresrestritas (lPT, op.
c/).
Entreos
principais cursosd'água
destacam-seo
Cónego
daSenaria
e
Ribeiráo Pedra Branca, c¡nsideradosde
C/asse4
quantoaos
padrões dequalidade das águas, que pertencem
à
Bacia do Rio Tamanduateí, também vinculada àFOTO 1. Aguas provenientes da Nascente 1 ,
próxima a resquícios de mata no interior do
Aterro I.
Can¡cr¡nfsnces
Gutr¡ÁncesOs Aterros
I
eII
encontram-se dentro dos lim¡tes da Bacia do Alto Tietê. Nestaregiåo, o clima sofre influência direta dos efeitos orográficos associados à proximidade do
Oceano Atlåntico, cujo deslocamento
de
massade ar
elevaos
índices pluviométricos,com atenuaçåo gradual para o interior (DAEE, 1975).
Conforme classificaçåo
de
Köppen,as áreas onde estes
aterrosse
situam enquadram-s€em
dois grupos, Cwb
e
Cfb, que
correspondema
clima úmido
detemperatuÍas brandas,
com
invernoseco
ou
sem estaçåoseca
nitidamente definida(SETZER, 1946). Ambos apresentam temperaturas médias que não atingem 22 oC no
mès mais quente
e
que nåo chegama
18 oC no mês maisfrio.
No tipo Cwb o total dechuvas no mês mais seco é inferior a 30 mm, enquanto no Cfb variå de 30 mm â 60mm.
Dados
pluviométricosobtidos
do
posto
meteorológicomais
próximoa
cadaaterro,
mostram prec¡pitaçöes
médias anuais,
no
período
de
1978
a
1997,correspondont€s
a
1 400 mm e 1 600 mm, respectivamente, para a regiåo dosAteros
I eII
(Figura 1.2).O mapa de isoietas de distribuiçåo das precipitaçôes médias anuais do Alto Tietè
(D4EE,1975) demonstra, para regiåo associada ao Aterro I, valores de 1 300 a 1 400mm;
e para o Ateno
Il,
precipitaçåo anual de 1 500 mm.Valores médios
de
precipitaçåorelativos
aos
meses
de
janeiro
a
marçoapresentam-se mais elevados no Posto E3-237. lsso se deve
à
relativa proximidade doAt€ffo
II
à Sena do Mar e à mata atlântica a¡nda presente. Nota-se no sentido do interiorda Bacia do Alto Tietê, no Posto E3-030, sensivel diminuiçåo da precipitaçåo no período
chuvoso, bem como no total anual, em relaçåo ao E3-237.
Figura
L2.
Precipitaçðes mensais medidasnos
Postos Meteorológicos Perus(a)
eSertåozinho (b). (Fonte: DAEE-CTH,1997).
Posto Moteorológlco E3-030 - próxlmo ao Aterro
I
Posto Meteorológlco E3-237 - próximo ao Atero IIi"L
GEOLOGIA E HIDROGEOLOGIA LOCAIS
Aterro
I
O contexto geológico regional em que se ¡nsere a área de estudo, compreende
micaxistos e/ou metarenitos de médio grau metamórf¡co, xistos miloníticos em zonas de
movimentaçâo tectôn¡ca (Pré-Cambriano)
e
depósitos
elúvio-coluv¡ais conelatos (Ierciário-Quatemário) (EMPLASA, 1980).As rochas metamórf¡cas såo atribuídas a seqüências metassedimentares do Gr.
sâo
Roque (Proterozóico superior), pr¡nc¡pal grupo l¡tológico que engloba biotita e/ou muscov¡ta-xistos, clorita-x¡stos e quarÞo-xistos com intercalações de metass¡ltitos, filitos,metagrauvacas, calcários dolomíticos e rochas calcio-s¡licatadas (lPT' 1981b).
Conforme
mapeamentogeológico
de
detalhe
da
Folha Pico
do
Jaraguá(CARNEIRO,
1983) oconem na área do Ateno
I
duas
unidadesde
uma
seqüênciametavulcanossedimentar: metassedimentos detríticos
com
predomíniode
metapel¡toslm¡caxistos f¡nos - PSsXf, xistos porfiroblásticos - PSsXp) e
n
etassed¡mentos quím¡cos e químico4etrít¡cos lrochas cálcio-silicáticas bandadas - PSsCs) (Figura 1.3).Os Micaxistos f¡nos (PSSXÐ const¡tuem-se de quarÞo-muscov¡ta-x¡stos,
quartzo-b¡otita-muscov¡ta-xistos, silliman¡ta-quarÞo-muscovita-xistos, localmente feldspáticos e
microporfiroblást¡cos ou bastante quarÞosos. Apresentam intercalaçôes mais freqüentes
de
metaren¡los, metarcóseos, quarÞitos, f¡litos, rochas calcio-silicáticase
anfibol¡tos. Amineralogia predom¡nante
é
quartzo, muscovita, biot¡ta,
com
microporfiroblastosocas¡ona¡s de estaurol¡ta, s¡ll¡man¡ta e/ou granada.
A¡nda, segundo Cameiro
(op.
c¡t.),
os
Xistos
porf¡roblást¡cos (PSsXp)conespondem
a
xistos
de
granulação
fina
a
média,
muito
localmente grosseiros; geralmente alteradosde
coloração avermelhadae
anoxeada.Seus
porfiroblastos degranada, estaurolita
e
sill¡man¡ta ocorremna forma de
cristais lenticulares, alongadossegundo
foliação,
m¡li-submil¡métricos.Apresentam intercalações
menores
demetarenitos f¡nos, rochas cálc¡o-s¡l¡cáticas e anfibolitos.
Rochas cálcio-silicáticas bandadas (PSsCs) apresentam-se nos afloramentos,
como rochas muito alteradas, com altemância de níveis avermelhados ou roxos, e níveis
amarelados (arg¡losos) ou raramente brancos. Ocas¡onalmente oconem f¡litos, cinzentos,
mosqueados,
em
níveis cent¡métricos.A
origem dessas rochasfoi
atribuídaa
ant¡gasmargas (rochas químico-detríticas ¡mpuras) com alguma contribuição tufácea que teria
orig¡nado
algumas bandas
anfibolíticas (COUTINHO
apud
CARNEIRO
'1983;Figura 1.3. Mapa geológico de área que abrange o Aterro L (Fonte: Cameiro,C.D., 1983.
De
modo geral estes
litotipos encontram-se atualmenteem fase
bastantealterada no local (entomo do ateno), com resquícios de material micáceo
e, às
vezes,com algumas fe¡ções estruturais e texturais ainda reconhecíveis (Fotos 3 e
4)-os
depós¡tos aluvionares inconsolidados constituídos por sed¡mentos argilosos,argilo-siltosos e arenosos (Coberturas Cenozóicas) foram removidos para a ¡mplantação
do
ateno.
Enc¡ntravam-se
nas
por@es
topograf¡camentema¡s baixas,
junto
àsdrenagens, principalmente na porçäo sudoeste do ateno (Figura 1.3).
So/os
Durante
a
fase
de
regularizaçãodo
teneno para implantaÉo
do
ateno, extraíram-se materia¡s inconsolidadosque foram
armazenadose
aprove¡tados comomaterial de cobertura diária dos resíduos sól¡dos em fases posteriores.
Dentre estes materiais
predominaramargissolos (ant¡go PVA
-
podzólicovermelho.amarelo), conforme classificação do Mapa Pedológico do Estado de Säo Paulo
(OLIVEIRA et
al.,
1999),Das enc¡stas foram
ret¡radossolos
coluv¡onarese
material saprolítico
dealteraÉo
de
mica-xistos, x¡stos
porfiroblást¡cose
rochas
cálcio-sil¡cát¡cas, cujasespessuras atingiram até 30 m. Materiais aluvionares contendo matéria orgânica, e com
cerca de 3,5 m de espessura, também foram aprove¡tados na cobertura dos resíduos.
Hîdrogeologia Local
Antes da remoção dos materiais inconsolidados para implantaçäo da atual área
operante
do ateno, a
rocha alterada const¡tuía aquífero livre, com espessura saturadadesconhecida no local (CETESB, 1995).
Sondagens a percussão realizadas nas encostas do
tereno,
com profund¡dadesde
17 ma
30 m, não at¡ngiram a superfíc¡e potenciométrica. Os níveis d'água atingiramprofund¡dades de 2O m
a
50 m nos d¡visores de águas, apresentando-se aflorantes oucom pequenas profundidades ao longo dos vales, onde oconiam depós¡tos aluvionares
(CETESB,
op.
cit.).
O
fluxo
subtenâneo oconia das áreas
topograf¡camente ma¡s elevadasem
direçãoàs
linhasde
drenagem principal, sendoa
descarga principal nosentido noroeste (Figura 1.3).
Com
a
construção do ateno, as propriedades hidrogeológ¡cas locais devemter
sofrido alterações, dada a remoção de materiais natura¡s e sua substituição por resíduos
compactados
entre
camadasde
solo.As
águas pluviaise
de
escoamento superficialpassaram
a
ser drenadas para cursos d'água, alterando o volumede
águade
recarganaturat.
Parte
da água ¡nf¡ltrada no mäciço de resíduo doateno
passou a incorporar-seFOTO 3. Materiais alterados de rochas xistosas, no limite doAterro
I (Amostra RA-3 - localização na Figura 3.1)
ao
chorume provenienteda
decomposiçåoda
matéria orgânicados
resíduos, sendodrenada e coletada para tratamento. O ateno adquiriu balanço hídrico próprio.
Atualmente, as áreas em atividade säo impermeabilizadas,
o
que nåo oconeuna área desativada. Neste local,
a
infiltraçåo de contaminante contribui para recarga doaquifero local, embora comprometa a qualidade de suas águas subtenåneas.
Foram instalados
pela
empresa13
poçosde
monitoramentono
entomo
doAterro, sendo 4 situados nos divisores d'água e os demais localízados nas porções mais
baixas do terreno (Figura 3.1, pá9. 58).
Com
as
análise das águas subtenâneas coletadas nestes poços (Tabela 1.2),constata-se,
na
maioria deles, contaminação por Mn2*, Fe6¡e
NOs-, além de coliformesfecais,
que
näo serão tratados neste trabalho. Em vermelho foram destacados valoresque
ultrapassaramos
limites estabelecidospela
Portaria No518
de
Potabilidade deÁguas do Ministério da Saúde.
Tabela
1.2.
Resultadosanalíticos
das
águas subtenâneas
de
poços
do
Ateno
I
(Campanhas de coleta: 07/1 0/99, 24lO2lOO,
Ul
1O|OO, 2OlO2lO1, 05/06/01 ).N-NOs
Mn
cr
POçO Coliformes Totais
(NMP/100Ml) mgL P3 min. máx. média <0,03 3,00 0,73 <0,û3 0,75 0,19 2,50 10,00 6,10 <0,02 0,20 0,f 3 23 41 T3 P4 mln, máx. média
'o:*
<0,03 0,04 0,30 414 6,50 16,00 12,70 o,21 0,32 0,28 23 460 164 P5 mfn. máx. média <0,03 4,60 0,16 6,10 4.30 3,50 5(),00 15.70 <0,02 0,10 o,05n
I 100 629 <0,ff| 0,62 0,25 P6 mln. máx. média 0,30 6,40 1 tca,
0,01
q q.
3.89
9,40 110,00
76,78
I
1 100
bbt)
I
73 14 17,50 24,æ 20.60 <0,03 0,08 0,04 mln. máx. médiaP6A 0,178,36
4,81 0,37 2,ß 1.11 PM3 mín. máx. média <0,03 0,32 o,12 r,96 5,10
2,90
32,002,45
32,t20,18 9,05 4,31 4 23 12
PM6 434
73 0,08 5,50 1,57 min. máx. média <0,03 11) 0.28 5,50 <0,02
30,00
0,2321.æ
0.06mln.
<0,03
<0,02 1,000,16
T3PM4
máx.
0,104,50
0,16 150média
0,06
1,61
2,40
0,07
75Pottaria No
518
0,30
0,10
250,00
10,ü)
ausência em 100m1 NN: valores que ultrapassaram limites da Portaria dePotabilidade
(Fonte: Dados fornecidos pela Empresa)Aterro
ll
Este
atero
local¡za-se numa reg¡ão onde predom¡nam rochas pré-cambrianas(Proterozó¡co Superior) do Grupo Açungu¡, composto de migmatitos e gna¡sses graníticos
do
embasamentoatribuídos
ao
Complexo Embu,
e
rochas
metassed¡mentares doComplexo P¡lar,
ambos intrudidos por corpos
graníticosda
Facies
Cantareira (lPT'198'l
b).
Sedimentos cenozóicos distribuem-se
associadamentea
aluviöes
fluviais (quatemários)e
a
depósitos
elúvio-coluviaisou
à
FormaçãoSão
Paulo
(terciários)(EMPLASA,
l98o).
Os mapeamentos real¡zados por CPRM (1990) mostram que na área do ateno
dominam m¡ca
x¡stos
(muscovita-b¡ot¡ta-quartzo-x¡stos)e
xistos
porf¡roblásticos com s¡ll¡man¡tae
cian¡ta, ¡ntercaladosa
corpos m¡gmatíticos métricos, ambos intrud¡dos porgranito (Figura 1.4).
Os xistos apresentam-se mu¡to alterados, com coloração vermelho-affoxeada e
planos m¡l¡métricos
de
quarzo
e
m¡caque se
encontram estirados paralelamente àfoliaçao principal. Localmente,
são
feldspáticos
e
migmatizados, podendo
estarassociados a pegmat¡tos.
Ainda segundo CPRM (op. cr¿), os migmatitos foram interpretados como sendo
resultantes da fusåo parcial de seqüências supracrustais, apresentando em seu conjunto
paleossoma
de xistos,
pegmató¡des, restosde
rochas metabásicase,
possivelmente,élcio-silicatadas, além de lentes gnáisssicas. Os migmatitos encontram-se ¡ntercalados
aos
x¡stos,ou
como
enclaves. Apresentam-semuito
alterados,com
altemânc¡a debandas claras (quarÞo, caulim)
e
escuras (minerais máficos, micas), descontínuas epouco regulares.
Os
granitos foram
classificadoscomo monzo
a
sienogranitos porf¡ró¡des aequ¡granulares, leucocráticos, com
granula$o
médiaa
grossae
apresentam matriz decomposição tonalítica
a
granít¡ca. Constitui-sede
quarÞo, feldspatoe
biot¡taê
comominerais acessórios, de turmalina (<5olo) e epidoto.
So/os
No
ateno,
bem como em sua áreade
influência, predominao
solo saprolíticoassociado
à
alte[ação de xistos, que apresenta espessura ao redor de6
m,coloraÉo
manom-amarelada e textura arg¡lo-siltosa (CPRM, op. cit.). Este solo é classificado como
cambissolo (OLIVEIRA et al., 1999).
Ocone também,
em
menor escala,
solo
de
alteração
do
gran¡to com
deespessura, no máx¡mo, de
l
m, cor vermelho-amarelada, gråos angulosos e m¡limétricos46c25'57',
23.40'25"
Hidrogeologia Local
Dois sistemas hidrogeológicos podem
ser
reconhecidos na áreae
imediaçöesdeste
Aterro.
Um
delesestá
associadoa
rochas graníticas fraturadas, aflorantes ouencobertas. Encobre
o
primeiro, outro sistema, na formade
mantosde
intemperismo,sedimentos aluvionares ou como rejeito de mineraçåo, com espessuras nåo superiores a
10 m.
A
empresa que operao ateno
redizao
monitoramento trimestral da qualidadedas águas subterråneas, através de 7 poços instalados ao redor de sua área (Figura 3.3,
pás.
65).Os
dados apresentados na Tabela 1.3, demonstram queas
águas dos poços apresentamteores
acimado
permitidopela
Portariade
Potabilidadedo
Ministério da Saúde para alguns parâmetros como Mn2*, Fe6¡, Al3*, Cl-,F',
N-amoniacale
coliformesfecais, que também nåo seråo tratados neste trabalho.
Tabela
1.3.
Resultados analíticosdas
águas subtenâneas
de
poços
do
Aterro II
(Campanhas de coleta : 1 3/03/03, 1 1 106103, 24 I 091 03,'l 61 1 2103).Fe
Mn
Al
Cl- F- N-Amoniacal Coliformes TotaisPOçO moL (NMP/100m1) P1 mfn. máx. média 2.98
I t;0 5.37 50.rio 18,25 1,08 1,50 150 162,00 336 00 ?74 43
I,08 :t,90 ),37 1,35 5,20 2,4i 9,00
1 100,00
:1.11 ,00 mfn.
Sem
nome
máx. médiao,50 600 316
:ì.80 40 20
1413 <o,2 34,50 35,67 64,39 0,12 0,16 o,14 3,89 9,2 4,00 43,00 28,25 <0,2 P9 mfn. máx. média 0,20 0,40 0,æ tt 90 .t:Ì 60
10.51 43,30 77,OO 57,18 o,'t2 0,26 0,18 5,04 9,23 7 5')
.2,O 4,00 2,49 P11 10.80 :12,80
:?1 03 <o,2
<1 ,0
78,00 4,82 0,08 1,7,1 0,49 4,05 19,1 9?4 75,00 110000
59:r 0o
mfn.
3 ogmáx.
2rj,oomédia
13.:7P12 mln. máx. média 2,fiO 10,t;0 6.f.t0
. . J
30.50 26 50
58,00 61,80 59,90 o,o2 0,04 0,03 1,69 11,77 fì 7.1
9,00
1 100,00
55.1 50 <o,2
P18
Portarla No 518
-,o,.L,,ìoääJ åL
Ã0i." 0,30
0,10
0,20 2s0,00
1,s0
1,s0
ausência NN: valores que ultrapassaram os limites da Portaria dePotabilidade
(Fonte: Dados fornecidos pela Empresa)mfn.
1:l,oomáx.
:11 :rt)médla
16,75l:;.00 19.10 <o,2 38,40 39,00 38,70 0,09 0,15 o,'t2 14,8 27,32 ?1 Ori
.160 00
11000c)
/BO O0
2.
REMSÃO BIBLIOGRÁFICA
2.I
ATERRO
SAN|TÁRþ
Os métodos construt¡vos e operaciona¡s adotados na implanta@o de um ateno
sanitário dependem, principalmente, do t¡po de teneno podendo ser executados acima ou
aba¡xo do nível original do teneno (CETESB, 1997).
Em relevos ac¡dentados (encosta ou depressões) a configuração do ateno é em
forma de
escåda.Os
resíduos são descanegados por caminhões basculantesjunto
àbase do desnível
e
compactados por trator de este¡ras em mov¡mentos ascendentes, deencontro ao desnível, formando rampas com tâludes de ¡ncl¡nação aproximada 1:3 (V:H).
Uma camada de solo (de 20 a 50 cm) é aplicada sim¡larmente ao lixo, na base do talude,
espalhada
e
compactada sobreos
resíduos em todaa
sua extensão, com o auxílio detratores, formando uma
élula
sanitária ou célula de lixo.Outra forma, em aterros mu¡to grandes, é a aplicação ¡n¡nterrupta da cobertura,
de
c¡ma parabaixo
sobrea
superfíciedos
resíduos compactados,à
medidague
asfrentes avançam e atingem alturas de cerca de 5m.
Se o teneno for plano os desníveis sáo criados a partir da compactação de l¡xo
formando uma
elevaçãona forma
de tronco
de
p¡râm¡de.A
part¡rdesta
célula-mãecoberta com solo sâo compactadas outras células.
Os atenos construídos abaixo do nível do teneno são aproveitamentos
de
áreasescavadas duÍante exploração de jazidas minerais, ou áreas de empréstimo de onde se
ret¡ra
solo para uso em
obrasde
engenharia. Eventualmente, erosões (voçorocas) e'pedreiras desativadas (com formato em concha) podem ser ut¡lizadas, com a condição de
estudo técn¡co criterioso que viabilize a implantaçåo do ateno.
Esc€vação de valas ou trincheiras, com dimensões e configurações projetadas
conforme resíduos a serem atenados, sáo apropriadas para mun¡cípios que geram baixa
quantidade
de
resíduose
que não dispõesde
muitos recursos em equipamentos parasua
operação. Destina-setambém
a
resíduos espec¡a¡s,cujo estado físico
(líquidopastoso)
¡mpedema
compactação convenc¡onal (CETESB,op. cit.).
A
trincheíra éaplicável
a
áreas onde haja material de cobertura suficiente para recobrimento d¡ário efinal
de l¡xoe
ondeo
nível d'água subtenâneo não esteja próximoà
superfície. Assimcomo
nos outros métodos, as trinche¡ras devem ser ¡mpermeab¡l¡zadas por membranasiniética e/ou por argila de.. baixa permeabilidade, l¡m¡tando
o
mov¡mento de gasese
aASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS ATERROS ESTUDADOS
ATERRO
I
Antes da implantação do aterro removeu-se
a
cobertura vegetale
extraíram-sesolos
inconsistentes, colapsíveisou
muito permeáveis
que
pudessem
instabilizálo posteriormente,Foram identificadas nascentes,
cónegos
e
pontos
de
alagamento
paraimplantaçåo de sistema de captaçâo e drenagem das águas para fora da áreq'áo ãteno,
evitando contato com na fundaçåo impermeabilizada do ateno.
A base do aterro, bem como as encostas, foram isolados com camada de 1,5 m
(espessura mínima)
de
material argiloso compactado,de
permeabilidade inferiora
10-7cm.sn (/rne| e manta de Polietileno de Alta Densidade-PEAD, com
2
mm de espessura.Esta manta sintética foi também protegida com camada de solo de
I
m, garantindo seuperfeito estado durante tráfego de máquinas, rasgo ou punção (KAIMOTO, 1998).
Em
seguida, ¡mplantou-se sistemade
drenagemde fundo
na
configuraçåoespacial de "espinha de peixe", para coleta de chorume, Os drenos de fundo consistem
de
tubos
perfuradose
envoltospor brita, que
conduzemo
líquido para caixas
dearmazenamento no ponto mais baixo do terreno, de onde é enviado para tratamento. A
partir destas galerias såo construídos poços verticais de chorume e gás, distando cerca
de 50 m entre si, constituídos de tubo central de concreto armado, perfurado, envolto por
material granular e tela metálica. Estes drenos verticais såo elevados pela superposição
de tubos, conforme o alteamento de células sanitárias (KAIMOTO, op
cl.).
No Ateno I, a disposiçâo de resíduos urbanos é executada em conf¡guraÉo tipo
escada, aproveitando encostas de relevo acidentado (Figura 2.1).
O
lixo descanegadodiariamente é espalhado junto à base do desnível e compactado formando rampas com
taludes
de
inclinaçåo máximade
1:4
(V:H)em
elevaçðesde
5
m.À
medidaque
asfrentes avançam, as células såo cobertas com camada de 50 cm de solo (Fotos 5 e 6),
material escavado do teneno original, durante fase de regularizaçåo do ateno.
Cobedurâ diárb
coboiuÞ final
do solo SuporfloiooriOinal do tonerc