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Visualização da informação no apoio à análise dos dados baseada no método oka (organization knowledge assessment)

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(1)

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

STRICTO SENSU EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Mestrado

VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO APOIO À ANÁLISE

DOS DADOS BASEADA NO MÉTODO OKA (

ORGANIZATION

KNOWLEDGE ASSESSMENT)

Autor: Ricardo Dias Algarte

Orientador: Prof. Renato da Veiga Guadagnin

(2)

RICARDO DIAS ALGARTE

VISUALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO APOIO À ANÁLISE DOS

DADOS BASEADA NO MÉTODO OKA (ORGANIZATION KNOWLEDGE

ASSESSMENT)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação.

(3)
(4)

Dedicatória

Agradeço ao meu orientador, Prof. Renato, pelo auxílio sempre prestativo às minhas dúvidas e, principalmente pela serenidade inabalável durante todo o trabalho.

Agradeço a meus pais Roberto e Luzia, por terem acreditado na educação de seus filhos como maior herança a ser deixada.

Agradeço a meus filhos Ricardinho e Raquel por suportarem os inúmeros dias de ausência paterna com a mesma pergunta desapontada de sempre: “estudar de novo, pai??”

(5)

RESUMO

A importância da Gestão do Conhecimento (GC) na geração de inovação nas organizações é amplamente reconhecida no ambiente gerencial e acadêmico. Inovar significa possuir um diferencial frente à concorrência em um mercado cada vez mais

competitivo. O método OKA - Organizational Knowledge Assessment - fornece uma

maneira sistematizada de levantar informações para o diagnóstico da situação da Gestão do Conhecimento em uma organização, gerando um grande volume de informação para a tomada de decisões. A presente pesquisa propõe formas de visualização da informação adequadas aos dados do OKA, considerando aspectos cognitivos, elementos gráficos e o contexto dos dados como meios de auxílio na opção pelo tipo visual mais apropriado. Foram utilizados dados coletados pelo Banco Mundial em 58 organizações de diferentes países para a proposição dos tipos visuais selecionados de acordo com os aspectos propostos no trabalho. Para validação, foi realizada uma pesquisa de campo entre pessoas conhecedoras e não conhecedoras do método OKA, em igual número. Como resultado, concluiu-se que: (i) os aspectos visuais de fato melhoram a visualização dos dados; (ii) existem diferenças na interpretação dos gráficos entre os que conhecem e não conhecem o método OKA; (iii) a familiaridade com um tipo de gráfico afeta a escolha; (iv) inconclusivo quanto a ser o tipo spider a forma preferida na representação dos

dados do OKA.

(6)

ABSTRACT

The importance of Knowledge Management (GC) towards innovation in organizations is widely recognized in both academic and managerial environment. Innovation means to be more competitive. OKA Methodology - Organizational Knowledge Assessment - provides a systematic way to detect how Knowledge Management is performed. It makes a large information amount available for decisions making. This research proposes information visualization forms that are compatible with OKA data. One considers cognitive aspects, graphic elements and context of the data as ways to aid in the choice of the most appropriate visual type. One used data collected by the World Bank in 58 organizations from different countries to motivate visual types proposition. For validation a field research was conducted with people that were familiar and not familiar with OKA methodology. It was concluded that: (i) visual aspects indeed contribute to a better visualization of data, (ii) there are differences in graphics interpretation between those who know and not know the methodology OKA, (iii) the familiarity with a type of graph affects the choice, (iv) validation is not conclusive concerning the type spider as being the preferred form in the data

representation of OKA.

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Lista de Figuras

Figura 1 – Elementos e Dimensões do método OKA...12

Figura 2 Gráfico tipo spider representando as Dimensões do método OKA. ...13

Figura 3 - Diagrama dos componentes básicos do método OKA. ...14

Figura 4 – Diagrama que representa o processo de percepção visual. ...19

Figura 5 – Diagrama do olho humano...20

Figura 6 – Exemplo da utilização de um atributo de pré-atenção. ...22

Figura 7 - Atributos de forma...24

Figura 8 - Atributos de cor e posição espacial...24

Figura 9 – Saturação de vermelho com 0% à esquerda e 100% à direita...25

Figura 10 – O brilho onde 0% é totalmente escuro e 100% totalmente claro. ...25

Figura 11 –Variação com utilização de mais de um atributo. ...27

Figura 12 – Contrastes evidentes no atributo versus diferença sutil. ...27

Figura 13 – Mostra cores suaves à esquerda e, à direita, cores saturadas. ...28

Figura 14 – Princípio da Proximidade da Gestalt...30

Figura 15 – Aplicação do princípio da proximidade aplicado às tabelas. ...30

Figura 16 – Princípio da Similaridade da Gestalt...31

Figura 17 – Esses dois exemplos demonstram o princípio da clausura...31

Figura 18 – Exemplo de um contorno ilusório como aplicação do princípio do Fechamento. 32 Figura 19 – Princípio do Fechamento ...32

Figura 20 – Exemplo do Princípio do Fechamento ...32

Figura 21 – Princípio da Continuidade da Gestalt...33

Figura 22 – Princípio da Conexão da Gestalt...33

Figura 23 – Poder das linhas com a aplicação do princípio da conexão. ...34

Figura 24 – Não se percebe o Dálmata...35

(8)

Figura 26 – Modelo de visualização da informação de Burkhard (2005) ...37

Figura 27 – Método Taxa ou percentagem do tipo de redução Razão. ...45

Figura 28 – Análise de padrões pela simples comparação das formas das linhas no gráfico. .46 Figura 29 – Para representação de dados quantitativos...51

Figura 30 - Para representação de categorias ...52

Figura 31 – Gráfico de Relação de Comparação Nominal...54

Figura 32 – Exemplo de gráfico de séries temporais. ...55

Figura 33 – Gráfico de barras representando valores de ranking. ...56

Figura 34 - Os três gráficos representam os mesmos dados...57

Figura 35 – Gráficos que representam valores de desvio...57

Figura 36 - Exemplo de Histograma e polígono de freqüência...58

Figura 37 –Linhas exibindo a distribuição de conjuntos de dados múltiplos em um único gráfico...59

Figura 38 - Exemplos de gráficos de correlação. ...60

Figura 39 – Manipulação em Gráficos. ...63

Figura 40 – Aspectos considerados na definição dos gráficos ...79

Figura 41 – Gráfico tipo spider chart gerado originalmente dos dados do método OKA. ...88

Figura 42 – Gráfico tipo spider modificado conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados...88

Figura 43 – Gráfico de barras verticais utilizando os Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados...89

Figura 44 – Gráfico de barras horizontais utilizando os Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados...89

Figura 45 – Gráfico tipo spider do Elemento Pessoas apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados. ....90

Figura 46 – Gráfico tipo spider do Elemento Processos apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados. ....91

(9)

Figura 48 – Gráfico tipo Barras Verticais do Elemento Pessoas apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos

apresentados...93 Figura 49 – Gráfico tipo Barras Verticais do Elemento Processos apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos

apresentados...94 Figura 50 – Gráfico tipo Barras Verticais do Elemento Sistemas apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos

apresentados...95 Figura 51 – Gráfico tipo Barras Horizontais do Elemento Pessoas apresentando as Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos

apresentados...96 Figura 52 – Gráfico tipo Barras Horizontais do Elemento Processos apresentando as

Dimensões e Métricas conforme Aspectos Cognitivos, Contexto dos Dados e Elementos Gráficos apresentados...97 Figura 53 – Gráfico tipo Barras Horizontais do Elemento Sistemas apresentando as

(10)

Lista de Quadros

Quadro 1 - Classificação das categorias e seus atributos. ...23

Quadro 2. Quais atributos são passiveis de gerar diferenciação quantitativa quando utilizados em gráficos (Few, 2004)...26

Quadro 3 - Principais métodos de redução...44

Quadro 4 - Barras e seus propósitos principais. ...56

Quadro 5 – Tipos de relações e soluções de design associadas...61

Quadro 6 – Princípios visuais genéricos para construção de gráficos...61

Quadro 7 – Atributos visuais para destacar o que é importante. ...62

Quadro 8 – Principais componentes dos gráficos e sua utilização na prática. ...65

Quadro 9 - Diretrizes para análise do contexto dos dados. ...80

Quadro 10. Aspectos propostos aplicados aos dados do OKA. ...86

Quadro 11 – Resumo dos gráficos de maior resultado em cada questão. ...111

Quadro 12 – Resumo dos gráficos de maior resultado em cada questão. ...120

Quadro 13 – Resumo dos resultados obtidos em cada questão. ...125

Quadro 14 – Resultado final consolidado da pesquisa – toda a população...126

Quadro 15 – Resumo dos gráficos de maior resultado em cada questão. ...137

Quadro 16 – Resumo dos gráficos de maior resultado em cada questão. ...146

Quadro 17 – Resumo dos resultados obtidos em cada questão. ...151

(11)

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ...1

1.1. Tema e Contextualização...1

1.2. Estruturação do Trabalho...2

CAPÍTULO 2. DESCRIÇÃO DA PESQUISA ...4

2.1. Suposições ...4

2.2. Justificativa e Relevância do Estudo ...6

2.3. Formulação do Problema e Hipótese...7

2.4. Objetivos...8

2.4.1. Objetivo Geral ...8

2.4.2. Objetivos Específicos ...8

2.5. Delimitação do trabalho...8

CAPÍTULO 3. REVISÃO DE LITERATURA...10

3.1. Método Organizational Knowledge Assessment - OKA...10

3.1.1. Elementos do OKA...11

3.1.2. Método OKA ...12

3.2. Visualização...15

3.2.1. Transferência do Conhecimento...17

3.3. Processamento Visual, Percepção e a Gestalt...18

3.3.1. Atributos do processamento de Pré-Atenção...22

3.3.2. Atributos de Forma...24

3.3.3. Atributos de cor e Atributo de Posição espacial...24

3.3.4. Atributos de pré-atenção e representação quantitativa...25

3.3.5. Limites para Distinção dos Atributos de Pré-atenção ...26

3.3.6. Gestalt para Percepção...29

3.3.7. Percepção...34

3.4. Modelo de Visualização da Informação ...36

3.5. Significado dos números para as representações visuais...40

3.5.1. Relações com Categorias...41

3.5.2. Relações entre Quantidades...43

3.5.3. Redução numérica ...44

3.6. Gráficos ...45

3.7. Por que Gráficos ...46

3.8. Variações de Gráficos...50

3.9. Princípios Visuais baseados na Cognição para a Elaboração de Gráficos ...61

3.10. Manipulação intencional e Gráficos 3-D...62

3.11. O Papel dos Componentes Gráficos nas Representações Quantitativas...64

(12)

4.1. Classificação da Pesquisa ...66

4.2. Fontes de Informação ...66

4.3. Etapas da Pesquisa...68

4.4. Validação ...69

4.4.1. Pesquisa de Campo...69

4.4.2. Amostragem da População ...69

4.4.3. Técnica de coleta de dados ...71

4.4.4. Elaboração do questionário de pesquisa...71

4.4.5. Pré-teste e validação do questionário de pesquisa...73

4.4.6. Aplicação do questionário de pesquisa...74

4.4.7. Validade e confiabilidade de pesquisa...75

4.4.8. Técnicas estatísticas utilizadas ...77

4.4.9. Problemas enfrentados...78

4.5. Aspectos e Definição dos Tipos Visuais ...79

4.5.1. Arcabouço Conceitual ...79

4.5.2. Contexto dos dados...80

4.5.3. Aspectos Cognitivos ...83

4.5.4. Elementos Gráficos...84

4.6. Quadro resumo dos aspectos utilizados na geração dos gráficos do OKA ...86

4.7. Seleção dos Tipos Visuais ...87

4.7.1. Gráfico tipo spider original – Dimensões...88

4.7.2. Gráfico tipo spider modificado – Elementos e Dimensões ...88

4.7.3. Barras Verticais – Elementos e Dimensões...89

4.7.4. Barras Horizontais – Elementos e Dimensões...89

4.7.5. Gráfico tipo spider – Elemento Pessoas ...90

4.7.6. Gráfico tipo spider – Elemento Processos...91

4.7.7. Gráfico tipo spider – Elemento Sistemas ...92

4.7.8. Gráfico tipo Barras Verticais – Elemento Pessoas ...93

4.7.9. Gráfico tipo Barras Verticais – Elemento Processos...94

4.7.10. Gráfico tipo Barras Verticais – Elemento Sistemas ...95

4.7.11. Gráfico tipo Barras Horizontais – Elemento Pessoas...96

4.7.12. Gráfico tipo Barras Horizontais – Elemento Processos...97

4.7.13. Gráfico tipo Barras Horizontais – Elemento Sistemas ...98

CAPÍTULO 5. RESULTADOS ...99

5.1. Dados demográficos ...100

5.1.1. Sexo ...100

(13)

5.1.3. Grau de escolaridade ...101

5.2. Dados relativos a toda a população pesquisada...102

5.2.1. Aspectos Gerais dos Gráficos...102

5.2.2. Dados relativos aos Aspectos Comparativos – Gradação ...113

5.2.3. Dados relativos aos Aspectos Comparativos – Múltipla Escolha ...122

5.2.4. Consolidação Final – Toda a População pesquisada...126

5.3. Dados relativos à população: Conhecem x Não Conhecem o método OKA ...128

5.3.1. Aspectos Gerais dos Gráficos...128

5.3.2. Dados relativos aos Aspectos Comparativos – Gradação ...139

5.3.3. Dados relativos aos Aspectos Comparativos – Múltipla Escolha ...148

5.3.4. Consolidação Final – População que não conhece versus População que conhece o OKA ...154

CAPÍTULO 6. CONCLUSÕES...156

CAPÍTULO 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PESQUISAS FUTURAS...160

7.1. Considerações sobre o estudo...160

7.2. Sugestões para pesquisas futuras...161

(14)

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1. Tema e Contextualização

A existência de farto material bibliográfico sobre a Gestão do Conhecimento (GC) demonstra a relevância e a atenção que se tem dado ao tema. No entanto, como é possível quantificar e demonstrar de que forma a Gestão do Conhecimento está sendo tratada em uma organização? A resposta a essa pergunta não é simples. A grande quantidade de abordagens envolvendo a noção de GC requer, no mínimo, cautela na busca por esses mecanismos de diagnóstico. O caráter muitas vezes subjetivo do tema não impede que, cada vez mais, as organizações busquem formas para determinar como o conhecimento permeia suas atividades e como é possível visualizar os impactos desse conhecimento na busca pela melhoria contínua de seus processos e produtos e, conseqüentemente, de seu diferencial competitivo em relação a concorrência.

Buscando uma forma de avaliar a capacidade e o nível de preparo de uma organização em relação à Gestão do Conhecimento, Fonseca (2006) apresenta o

método denominado “Avaliação do Conhecimento Organizacional” (Organizational

Knowledge Assessement - OKA). Esse método baseia-se na coleta e análise de

dados em organizações, utilizando elementos da GC como foco da avaliação. O levantamento de dados necessário à viabilização do OKA gera, como em outros métodos de pesquisa quantitativa, um razoável volume de informação. Ao mesmo tempo, é premente a rapidez com que os gestores devem reagir frente à intensa demanda por decisões. Além disso, para que as decisões sejam acertadas, é necessário embasamento em informações precisas e de rápida interpretação no momento de deliberar.

(15)

desenvolvendo no sentido de colaborar para a inovação necessária à sobrevivência no mercado.

Segundo Eppler et al, (2004), “tornar o conhecimento visível para que seja

melhor gerenciado é um objetivo antigo da Gestão do Conhecimento.”

Observando essa necessidade de tornar mais “palpáveis” as informações por intermédio da visualização, o presente trabalho levanta formas de visualização existentes, estuda características cognitivas em tais representações e propõe formas visuais mais aplicáveis aos dados gerados pelo método OKA. Para tanto, foi feita uma pesquisa para confirmação da hipótese apresentada. Buscam-se, assim, meios visuais mais eficazes para a apresentação de informações específicas da GC, caracterizadas nos dados do OKA.

Conforme Zhang (1998, p.1), os “Humanos são criaturas visuais”. Dentro dessa perspectiva, a busca por meios mais eficazes de visualização passa pela análise dos tipos de dados em estudo e por aspectos cognitivos que interferem na percepção visual, ressaltando características de cada forma apresentada sob a ótica dos dados do OKA.

1.2. Estruturação do Trabalho

Este trabalho é composto de sete capítulos. O primeiro capítulo apresenta o tema da pesquisa, contextualiza o trabalho e apresenta sua estruturação.

O Capítulo 2 apresenta a descrição preliminar do trabalho, onde os seguintes tópicos são tratados: suposições consideradas previamente à pesquisa; relevância do estudo e justificativas para a escolha do tema; objetivos gerais e específicos do trabalho e delimitação do estudo.

O Capítulo 3 refere-se à revisão de literatura em que são abordados os conceitos extraídos da bibliografia consultada, bem como apresenta estudos já realizados por outros autores sobre tópicos que contornam o tema do trabalho.

(16)

confiabilidade da pesquisa; e técnicas estatísticas utilizadas. Além disso, descreve a pesquisa efetuada para validação dos aspectos propostos utilizando dados do OKA como fonte para geração dos tipos visuais. Esse capítulo teve como objetivo validar os tipos visuais propostos para a representação dos dados do OKA. Com essa validação pretende-se confirmar a consistência dos aspectos propostos no trabalho, para a especificação e composição dos tipos visuais. Por fim, o capítulo apresenta a proposta do trabalho no que diz respeito à definição dos tipos visuais baseados em aspectos descrevendo uma forma de se optar por um tipo de visualização e seus elementos ao fornecer uma padronização inicial que auxilie na seleção objetiva de um tipo visual mais adequado à representação dos dados que se deseja exibir graficamente.

O Capítulo 5 apresenta os resultados obtidos pela pesquisa e respectivos comentários.

No Capítulo 6 são descritas as conclusões obtidas a partir da análise dos resultados da pesquisa. Nesse ponto efetua-se uma análise crítica dos resultados e tecem-se considerações pertinentes aos resultados obtidos.

O Capítulo 7 apresenta as considerações finais sobre o estudo e sugestões para pesquisas futuras.

(17)

CAPÍTULO 2. DESCRIÇÃO DA PESQUISA

Esse capítulo apresenta as suposições iniciais que norteiam a linha teórica da pesquisa. Além disso, descreve a relevância do estudo e sua justificativa, culminando na formulação do problema. Por fim, são apresentados os objetivos que o trabalho espera atingir e a delimitação do escopo da pesquisa.

2.1. Suposições

a) Gestão de Conhecimento requer vasta quantidade de informações. (FONSECA, 2006).

A complexidade e a amplitude que envolvem o tema Gestão do Conhecimento demonstram a importância do levantamento de informações na busca por meios de se avaliar como a GC interfere nos processos de negócio das organizações. Considerando que a GC permeia os processos e, principalmente, as pessoas em uma organização, torna-se relevante identificar e medir as diversas dimensões da GC. Para isso, é praticamente indispensável, dada a abrangência do tema, a criação de instrumentos para levantamento e análise de informações. Entende-se que o produto desses levantamentos acerca da Gestão do Conhecimento gera volumosa quantidade de dados para serem analisados e exibidos. Isso porque a influência da Gestão do Conhecimento nos processos existentes em organizações preocupadas em gerir seus ativos intangíveis se traduz em considerável quantidade de informações. A busca pela caracterização dos diversos elementos que compõem a Gestão do Conhecimento, aliada à complexidade do ambiente externo, constituem fatores que determinam a grande quantidade de informações a serem avaliadas.

b) As informações podem ser representadas de forma sintética por meio da visualização. (Ware, 2005)

(18)

têm a capacidade de resumir grandes quantidades de informação, geralmente na forma numérica, em representações relativamente simples.

Por intermédio de técnicas de visualização, pode-se obter uma representação visual que, por um lado, abstrai detalhes do conjunto de informações e, por outro, propicia uma organização desse conjunto de dados segundo algum critério.

Conforme Freitas (2001, p.2), as técnicas de visualização de informações procuram representar graficamente dados de um determinado domínio de aplicação, de modo que a representação visual gerada explore a capacidade de percepção do homem, e este, a partir das relações espaciais exibidas, interprete e compreenda as informações apresentadas para, finalmente, deduzir novos conhecimentos.

c) O processo de tomada de decisão fica mais rápido utilizando informações visuais. (Few, 2004)

Como conseqüência da capacidade de síntese de informações proporcionada pela visualização, o processo de análise ocorre em um tempo menor. Como a percepção de elementos visuais é intuitiva no ser humano, a identificação de padrões e tendências evidenciados pela visualização auxilia sobremaneira no momento de tomada de decisões.

d) O método OKA expressa adequadamente o estágio da Gestão do Conhecimento em que se encontra uma organização. (FONSECA, 2006)

O método OKA utiliza instrumentos eficazes para levantamento de informações que demonstram o estágio da GC em uma organização. A constatação da eficácia do método OKA na avaliação da GC nas organizações baseia-se na aceitação do método, pelo Banco Mundial, e sua aplicação em diversos países.

(19)

Os processos de visualização de informações são essencialmente cognitivos, isto é, envolvem aquisição de conhecimento por intermédio da percepção. Todavia, essa aquisição do conhecimento se dá, como enfatiza a GC, por intermédio de conhecimentos tácitos, pelo canal de comunicação, por idéias prévias a respeito das coisas. Parte-se, assim, do pressuposto de que a opção por determinada forma de visualização deve, necessariamente, levar em conta aspectos cognitivos do observador e das características dos dados a serem visualizados.

Nesse contexto, ressalta-se que os seres humanos têm um processamento visual denominado pré-atenção. Esse processamento ocorre de maneira extremamente rápida nos estágios iniciais da visão. Tal processamento se dá de maneira automática, não envolvendo raciocínio consciente. Referido processo de pré-atenção é capaz de detectar uma quantidade limitada de atributos que são bastante eficazes para se atrair a atenção sobre determinados aspectos das formas visuais.

2.2. Justificativa e Relevância do Estudo

Com o avanço da tecnologia computacional, tornou-se relativamente simples a geração de grandes massas de informações provenientes de diversas origens e em diferentes formatos. Essa quantidade de informações, aliada à sua natureza, passou a ser requisito importante no momento de se representarem os resultados.

(20)

É na busca desses elementos visuais que impressionam a cognição (atenção) humana e na forma com que esses elementos auxiliam na opção por um tipo visual mais adequado aos dados do OKA que o presente trabalho se justifica.

O método OKA é um instrumento que gera grande quantidade de informações provenientes da aplicação de um questionário, composto por 205 questões1. Cada questão é associada a 84 métricas que buscam medir dimensões (14 tipos), previamente definidas e separadas em três elementos do conhecimento (Pessoas, Processos e Sistemas). Percebe-se, a partir desses dados, que a quantidade de informação gerada pelo método é significativa. O OKA busca estruturar uma forma para avaliar o ambiente de conhecimento de uma organização, a fim de orientar os tomadores de decisão sobre a situação da Gestão do Conhecimento nas suas organizações.

Por fim, a importância de se conhecer os pontos que determinam a forma mais apropriada de visualização das informações baseadas nos aspectos já citados, define a relevância da questão.

2.3. Formulação do Problema e Hipótese

Conforme Freitas (2001, p.12), as técnicas de visualização, em geral, baseiam-se em “implementações experimentais avaliadas de forma empírica e isolada”. Percebe-se, com essa afirmação, que a forma com que se costuma definir o tipo de visualização na representação de informações ainda está no campo da tentativa e erro, ou mesmo, amparada exclusivamente na subjetividade de quem seleciona um tipo visual em detrimento de outro. É interessante questionar a respeito dos porquês de determinada opção. Na maioria das vezes, as respostas estão situadas no campo das suposições ou preferências estritamente pessoais. Destaca-se o OKA é um método que gera grades quantidades de dados e, portanto, não prescinde de formas de visualização para demonstrar seus resultados de maneira objetiva. Mas ainda faltam respostas para a questão: Como minimizar o caráter subjetivo no momento de se optar por uma forma de visualização?

(21)

Partindo dessa problemática, propõe-se, como hipótese, a apresentação de

uma forma objetiva para se identificar a representação visual mais adequada a

determinados tipos de dados com vistas à diminuição da subjetividade no momento

de se optar pelo tipo visual mais adequado de exibição das informações.

O presente trabalho faz um estudo dos elementos visuais que interferem na atenção humana e seus aspectos cognitivos. Esse estudo fornece subsídios à solução da problemática levantada.

2.4. Objetivos

2.4.1. Objetivo Geral

O objetivo geral é, com fundamento nos aspectos cognitivos, contextos dos dados e elementos gráficos propostos na pesquisa, validar formas de visualização adequadas para a apresentação das informações resultantes da aplicação do método OKA.

2.4.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

1. Conhecer aspectos cognitivos que afetam a atenção visual humana;

2. Apresentar uma forma objetiva para se identificar a representação visual mais adequada a determinados tipos de dados;

3. Apresentar e validar os tipos visuais (gráficos) mais adequados à representação das métricas do OKA.

(22)

A indicação de tipos visuais mais adequados às representações visuais está embasada em levantamentos feitos na literatura acerca dos aspectos cognitivos humanos na identificação de elementos visuais, nas características dos dados relativos à OKA e em elementos visuais que compõem as representações gráficas.

A pesquisa ficou restrita aos gráficos, por estarem em maior destaque na literatura como sendo os tipos visuais que melhor representam dados quantitativos, como no caso os dados do OKA.

Os aspectos acima citados foram obtidos a partir do levantamento de frameworks de visualização e de taxonomias existentes para diversas representações visuais. O presente trabalho limita-se a descrever as justificativas que indicam um tipo de visualização na representação dos valores das métricas do OKA. A partir dos aspectos cognitivos e dos elementos gráficos descritos obtém-se o tipo visual mais adequado para se representar a informação.

O trabalho restringe-se, ainda, ao método OKA.

(23)

CAPÍTULO 3. REVISÃO DE LITERATURA

O presente capítulo apresenta uma revisão sucinta do que tem sido produzido sobre o tema e seus assuntos correlatos, como também o embasamento teórico da pesquisa, sustentando os tópicos que contornam o tema apresentado.

São descritos: os conceitos do método OKA; os aspectos de percepção sensorial para visualização e os atributos visuais que interferem na interpretação dos tipos visuais.

De acordo com Fonseca (2006), o rápido avanço das tecnologias de comunicação e informação tem transformado as estruturas que impediam a criação e distribuição do conhecimento. Como resultado, a busca pelo conhecimento tornou-se importante ferramenta para o êxito econômico das organizações; gerir estornou-se conhecimento, então, passou a ser essencial para alcançar o sucesso no mercado, a longo prazo.

Nesse sentido, tornou-se quase inevitável o surgimento de mecanismos para avaliar de que forma o conhecimento está sendo gerido em uma organização. É nesse contexto que surgiu o OKA.

3.1. Método Organizational Knowledge Assessment - OKA

O Banco Mundial tem dado atenção ao que a UNESCO (2006) denomina “Sociedade do Conhecimento”. Segundo a UNESCO, as “Sociedades do Conhecimento possuem capacidade para identificar, produzir, processar, transformar, disseminar e utilizar a informação para construir e aplicar conhecimento no desenvolvimento humano. Elas requerem uma poderosa visão social que engloba pluralidade, inclusão, solidariedade e participação.” Para o Banco Mundial, a economia passa a ter o conhecimento como o principal ativo no seu desenvolvimento. Esse conhecimento, no contexto das organizações, torna-se insumo para a inovação, na medida em que gera o diferencial competitivo, ao agregar valor aos produtos.

(24)

Como parte dessa iniciativa, foi criado o KAM – Knowledge Assessment Management que “é uma ferramenta de benchmarking criada [...] para auxiliar os países na identificação de desafios e oportunidades dentro da economia baseada em conhecimento.” (FONSECA, 2006).

Nesse contexto, o Banco Mundial amplia suas ações de busca pela avaliação do conhecimento também para o contexto das organizações. Conforme Fonseca (2006), o método para Avaliação do Conhecimento nas Organizações (OKA), foi desenvolvido como um instrumento para fornecer uma maneira de coletar e estudar informações sobre a gestão do conhecimento nas estruturas organizacionais.

Segundo Fonseca (2006), os objetivos do OKA são:

• Entender o nível de preparo da organização para Gestão do Conhecimento;

• Medir o estado e o progresso no desenvolvimento da Gestão do Conhecimento

na organização;

• Definir um framework único, padronizando o conceito de Gestão do

Conhecimento na Organização, a fim de facilitar a comunicação.

3.1.1. Elementos do OKA

Conforme Fonseca (2006), a Gestão do Conhecimento depende de três elementos que estão presentes em todas as organizações: pessoas, processos e sistemas. Para se obter sucesso na aplicação da Gestão do Conhecimento pela organização, os gestores devem criar condições para que cada um desses elementos possa promover os ativos intelectuais da organização.

(25)

Conhecimento ao redor do mundo. Cada dimensão incluída foi identificada como crítica para a avaliação precisa das práticas de Gestão do Conhecimento em uma organização.” (FONSECA, 2006). A Figura 1 mostra as relações entre as dimensões e os elementos do OKA.

Figura 1 – Elementos e Dimensões do método OKA.

3.1.2. Método OKA

O método OKA viabiliza-se por intermédio de um questionário desenvolvido com base em métricas definidas para medir cada uma das dimensões. Os escores desse questionário são exibidos em diagramas do tipo spider charts (Figura 2).

(26)

Figura 2 Gráfico tipo spider representando as Dimensões do método OKA.

Conforme Fonseca (2006), a fim de orientar o desenvolvimento das questões da pesquisa, métricas específicas foram formuladas para cada dimensão. Cada métrica representa um aspecto de sua respectiva dimensão que foi considerada relevante para a avaliação e mensuração de conceitos da GC. As questões foram, então, elaboradas com referência direta ou indireta às métricas criadas. A Figura 3 resume os principais itens componentes do método OKA.

Fonseca (2006) descreve a construção do OKA com tendo sido desenvolvida por intermédio de um processo “iterativo que utilizou o framework Pessoas-Processos-Sistemas como ponto de partida e, progressivamente, foram sendo identificadas dimensões relevantes em cada área” para a definição posterior das métricas. Fonseca salienta que “pesquisas prévias em Gestão do Conhecimento serviram como base para criação de uma lista inicial de possíveis dimensões.” A partir dessa lista, Fonseca (2006) comenta que “foram feitas revisões de literatura com foco específico em avaliação do conhecimento, conhecimento organizacional e gestão do conhecimento com o objetivo de identificar dimensões adicionais.” Essas dimensões foram refinadas, combinadas e eliminadas “com o auxílio de outros profissionais da Gestão do Conhecimento.” (FONSECA, 2006). As dimensões restantes “representam as áreas-chave da Gestão do Conhecimento as quais

(27)

acredita-se descreverem adequadamente a natureza da Gestão do Conhecimento em uma organização.” (FONSECA, 2006).

Figura 3 - Diagrama dos componentes básicos do método OKA.

(28)

Elementos Dimensões Métricas

Cultura e Incentivos O grau em que a organização oferece atividades de

aprendizado a seus empregados. Identificação e Criação do

Conhecimento A receptividade da organização em relação a novas informações como base para formulação de novos

conhecimentos. Pessoas

Compartilhamento do conhecimento O grau em que a organização compartilha conhecimento explícito.

Liderança e estratégia O grau em que a Gestão do Conhecimento é um valor corporativo.

Processos

Cultura e incentivos O grau em que o negócio consegue articular objetivos concretos.

Tecnologia e Infra-Estrutura para a

Gestão do Conhecimento O ambiente de software, aplicações e comunicação suporta as atividades de Gestão do Conhecimento? Infra-Estrutura de acesso ao

conhecimento.

Facilidade de acesso ao conhecimento implícito da organização.

Sistemas

Gerenciamento de Conteúdo. Qualidade do conteúdo que a organização possui.

Tabela 1 - Elementos, dimensões e métricas do OKA.

3.2. Visualização

Conforme Tergan & Keller (2005), para tornar acessível uma grande quantidade de informação, deve haver uma estruturação dessa informação de modo a auxiliar na visualização de elementos aí contidos. A adequada visualização pode ajudar no entendimento das relações entre os elementos da informação e na procura por conteúdo relevante. Visualizações são necessárias para explicitar o conhecimento, tornando-o melhor utilizável. Ainda de acordo com os mencionados autores, existe uma necessidade por elementos cognitivos que auxiliem no processamento, geração, estruturação e reestruturação, compartilhamento e utilização da informação na formação do conhecimento.

(29)

maneira inadequada os seus dados. Assim, para o autor, “solucionar um problema significa representá-lo de tal forma que torne a solução transparente.” (SIMON, 1981

apud JONASSEN, 2005).

Ware (2005) afirma que a visualização tem a capacidade de potencializar processos cognitivos humanos. De acordo com o autor, o “poder da visualização advém do fato de que é possível se ter uma estruturação de conceitos muito mais complexos representados externamente em um dispositivo visual do que pode ser obtido em memória visual ou verbal”. Tergan & Keller (2005), por sua vez, complementam afirmando que “visualizações são ferramentas que têm o objetivo de dar suporte ao sistema cognitivo do usuário”. A visualização se realiza por intermédio do processo humano automático de identificação de padrões (WARE, 2004). Ware afirma ainda que “combinar um sistema de informação baseado em computador com as capacidades cognitivas flexíveis dos seres humanos, como a identificação de padrões, e utilizando a visualização como interface entre os dois é muito mais poderoso do que os processos cognitivos não auxiliados.”

“As representações visuais podem ajudar a explorar a velocidade e a capacidade de processamento do sistema visual humano.” (PAIGE & SIMON, 1966

apud TERGAN & KELLER, 2005). Sendo assim, “[...] as representações externas

podem expandir a capacidade da memória do indivíduo para lidar com tarefas

cognitivas complexas.” (LARKING, 1989 apud TERGAN & KELLER, 2005).

(30)

3.2.1. Transferência do Conhecimento

Burkhard (2005) define a Gestão do Conhecimento como sendo “uma perspectiva de gerenciamento que oferece teorias, estratégias e métodos para gerenciar visando identificar, acessar, compartilhar e criar conhecimento em organizações com o objetivo de auxiliar essas organizações a serem mais competitivas, sendo mais inovadoras, efetivas e, portanto, mais lucrativas.”

No passado, diversas estratégias de Gestão do Conhecimento foram introduzidas e estabelecidas. Porém, essas estratégias e percepções tornaram-se diferentes umas das outras, dependendo da concepção acerca do conhecimento.

Conforme Burkhard, 2005 se o conhecimento é visto como um objeto, o objetivo da

Gestão do Conhecimento é a construção de repositórios de informação; se o

conhecimento é entendido como um processo, o foco está na otimização dos

processos que envolvem conhecimento para identificar, criar e compartilhar conhecimento; se o conhecimento é visto como uma habilidade, o foco está no

avanço estratégico desse conhecimento para construir competências e criar o capital

intelectual; se o conhecimento é visto como uma condição de acesso à informação,

então a Gestão do Conhecimento é centrada em métodos para identificar, resgatar e acessar a informação. Finalmente, se o conhecimento é visto como um estado de

compreensão e entendimento, a Gestão do Conhecimento apóia os indivíduos para expandir seu conhecimento.

(31)

“A transferência do conhecimento é um processo central na Gestão do Conhecimento, mas de difícil gerenciamento.” (PROBST, RAUB & ROMHRDT, 1997). De acordo com Gupta e Govindarajan (2000), um dos elementos para o sucesso na transferência de conhecimento é a capacidade de absorção de conhecimento pelo receptor, isto é, não só a capacidade de adquirir, mas também de utilizar o conhecimento. Para isso, “[...] o conhecimento deve ser recriado pelo receptor, o que nos leva ao desafio: Indivíduos que precisam transferir conhecimento a um ou mais indivíduos, com bagagem semelhante ou diferente, não necessitam somente transferir o conhecimento relevante, mas fazê-lo no contexto correto, para que seja utilizado e aplicado.” (BURKHARD, 2005).

Assim, “a transferência do conhecimento constitui um processo chave na gestão do conhecimento das organizações. Esse processo se depara com vários problemas. Mas, para esses processos desafiadores, nós, seres humanos, temos uma habilidade poderosa e rara que pode ser explorada: nossa habilidade inata de processar de maneira eficiente as representações visuais.” (BURKHARD, 2005).

3.3. Processamento Visual, Percepção e a Gestalt

Para que se possa compreender os aspectos que determinam a eficiência de um tipo visual em detrimento de outro, é necessário um estudo prévio acerca do funcionamento da visão humana.

Conforme Few (2004), dentre todos os sentidos, a visão é o mais poderoso canal para se receber informações do mundo físico. De acordo com o autor, aproximadamente 70% dos receptores sensoriais de nosso corpo estão dedicados à visão. Existe uma conexão direta entre ver, pensar e entender.

“Os gráficos são um meio de comunicação visual por natureza. Portanto, o poder dos gráficos e o poder da percepção visual estão ligados intimamente.” (FEW, 2004).

(32)

Em resumo, “o processamento visual começa com a existência de luz. Essa luz penetra nos olhos, que contêm células específicas para sua absorção, e se transforma em sinais neurais que são transmitidos, via nervo ótico, ao cérebro. Somente no cérebro essa informação é processada, e o que se vê passa a ter sentido” (FEW, 2004).

Figura 4 – Diagrama que representa o processo de percepção visual.

Ware (2005) ressalta que os olhos funcionam como câmeras. A superfície do olho, chamada córnea, é uma camada protetora. No interior do olho, atrás da córnea, está a iris, um músculo que regula a quantidade de luz que passa pela abertura denominada pupila. Por trás da iris estão as lentes, que se contraem ou relaxam para focar os objetos.

Assim que a luz passa pela pupila, ela é refletida em uma superfície no fundo do olho denominada retina. É na retina que se encontram milhões de células nervosas denominadas cones, responsáveis pelas cores, e os bastonetes, responsáveis pela diferença entre preto e branco. Os cones possuem três especializações para três cores distintas: verde, vermelho e azul.

Conforme Tufte (1983 apud FEW, 2004), no centro da retina existe uma área pequena denominada fóvea, onde existe uma maior concentração dos cones e, por isso, as imagens focadas nessa área são extremamente claras. Quando se quer examinar alguma coisa em detalhe, o ser humano foca os objetos para que a luz passe diretamente e incida na fóvea. Quando se foca dessa maneira em uma página

(33)

impressa, é possível de distinguir uma grande quantidade de detalhamento, da ordem de 625 pontos de tinta em um quadrado de uma polegada (Figura 5).

Os bastonetes e os cones convertem os sinais de luz em sinais nervosos que são transmitidos, via nervo ótico, ao cérebro, onde o processo de percepção ocorre.

Figura 5 – Diagrama do olho humano.

Importante salientar que não se vê as imagens com os olhos, mas sim com o cérebro. Few (2004) descreve que, no cérebro, existem três tipos de memória que processam a informação visual:

• Memória icônica;

• Memória de estágio curto

• Memória de estágio longo

A Memória Icônica é o primeiro estágio por onde os sinais visuais transitam. A informação permanece nessa memória por menos de um segundo antes de passar para a memória de estágio curto. Essa etapa do processo de percepção é automática a inconsciente. Por essa razão, é chamada de processamento de

pré-atenção, ao contrário do processo consciente e cognitivo que ocorre na memória de

estágio curto, denominado processamento de atenção.

(34)

O processamento de pré-atenção é um processo extremamente rápido de reconhecimento, diferentemente do processamento de atenção, que envolve mais tempo e pode resultar em aprendizado, entendimento e lembrança.

O processamento visual de pré-atenção consegue detectar uma quantidade limitada de atributos, como cor e localização no espaço 2-D. Por causa dessa adaptação a determinados tipos de atributos, esses ganham destaque quando utilizados corretamente e funcionam como aspectos extremamente poderosos na percepção visual (FEW, 2004). De acordo com Few, quando se pretende que algo chame a atenção como sendo importante em um gráfico, deve-se utilizar os atributos de pré-atenção, que provocam contraste com as informações circundantes (FEW, 2004).

A informação visual, após a Memória Icônica, passa para a Memória de Estágio Curto, onde o cérebro combina essa informação visual e a converte em elementos visuais com significado. Essa forma de informação visual é utilizada pelo processamento de atenção consciente que ocorre na Memória de Estágio Curto. Duas características fundamentais dessa memória são:

• Ela é temporária e

• Tem capacidade de armazenamento restrita.

Por fim, após o processamento na Memória de Estágio Curto, se a pessoa, consciente ou inconscientemente, decide armazenar aquela informação para uso futuro, a informação é então passada a Memória de Estágio Longo. De acordo com Few (2004), a Memória de Estágio Longo é vital para a percepção visual, porque trata da habilidade humana em reconhecer imagens e detectar padrões significativos, mas não é tão importante para o design de gráficos. O que se deseja, fundamentalmente é saber como se utilizam os atributos visuais de pré-atenção na construção de gráficos para se capturar a atenção dos leitores e facilitar, nos estágios seguintes, a interpretação das informações existentes nos dados.

(35)

3.3.1. Atributos do processamento de Pré-Atenção

O processamento de pré-atenção é o estágio inicial da percepção visual que ocorre antes do nível de consciência a uma velocidade muito rápida. Esse processamento está preparado para detectar alguns atributos visuais específicos. Já o processamento de Atenção ocorre de maneira mais lenta e envolve consciência para sua viabilização. O exemplo seguinte demonstra a diferença entre os dois tipos de processamento e a utilização de um atributo de pré-atenção:

Figura 6 – Exemplo da utilização de um atributo de pré-atenção.

A Figura 6 mostra os dois tipos de processamento citados anteriormente. No primeiro, são necessárias concentração e atenção intencionais para se identificar a quantidade de números cinco. No segundo quadro, foi utilizado o atributo de pré-atenção denominado Cor. Como somente os números 5 estão com a cor preta, eles se destacam do restante dos números. Não é necessário nenhum raciocínio consciente para se detectar a quantidade de ocorrências do número.

Ware (2004) classificou os elementos de pré-atenção em quatro categorias:

• Forma;

• Cor;

• Posição Espacial;

• Movimento.

Few (2004) adicionou atributos às categorias definidas por Ware, listando-os no Quadro 1:

(36)

Categoria Atributo

Forma Orientação

Comprimento da Linha Espessura da Linha Tamanho

Corpo Curvatura

Adição de Marcas Clausura

Cor Matiz

Intensidade

Posição espacial Posição 2-D

Movimento Pisca

Direção

Quadro 1 - Classificação das categorias e seus atributos.

Em cada ilustração da Figura 7, somente um objeto se destaca dos demais, devido à variação dos atributos de forma. Os atributos de forma alteram propriedades que modificam o corpo de um objeto dentro de um grupo, promovendo o destaque instantâneo para o elemento de destaque.

(37)

3.3.2. Atributos de Forma

Figura 7 - Atributos de forma.

3.3.3. Atributos de cor e Atributo de Posição espacial

Figura 8 - Atributos de cor e posição espacial.

A cor é formada por três atributos separados, onde o matiz é um deles. A intensidade se aplica aos outros dois atributos da cor: saturação e brilho. A saturação mede o grau em que um matiz específico exibe toda sua essência. Por exemplo, um vermelho que se desvanece até perder todas sua característica.

Fonte: Few, 2004

(38)

Figura 9 – Saturação de vermelho com 0% à esquerda e 100% à direita.

Por sua vez, o brilho mede o grau em que a cor aparece escura ou clara. Veja o exemplo abaixo:

Figura 10 – O brilho onde 0% é totalmente escuro e 100% totalmente claro.

De acordo com Few (2004), qualquer cor pode ser descrita por intermédio do uso dessas três medidas: Matiz, Saturação e Brilho.

O presente trabalho trata somente de elementos visuais estáticos citados anteriormente e, portanto, não serão discutidos os atributos de movimento.

A partir dessas características apresentadas, os atributos de pré-atenção da percepção visual podem ser utilizados para se destacar aspectos particulares do que se vê. Conforme Few (2004), o entendimento desses atributos permite o desenho de gráficos que podem enfatizar claramente as informações mais importantes, deixando outros elementos visuais em menor destaque em relação aos pontos chave.

3.3.4. Atributos de pré-atenção e representação quantitativa

Few (2004), explica que os atributos podem ser utilizados para representar categorias de informação distintas e dados quantitativos. Contudo, o autor ressalta que a distinção que os humanos fazem entre a percepção visual para aspectos quantitativos e a separação de categorias é relevante. Essa distinção auxilia na definição de quais atributos podem ser utilizados para representação de dados quantitativos e quais podem ser utilizados somente para categorização. A seguir é apresentada uma lista dos atributos de pré-atenção que são úteis na criação de gráficos com indicação de quais podem ser utilizados para expressar dados quantitativos como os originados pelo OKA:

(39)

Tipo Atributo Percebido

Quantitativamente?

Forma Comprimento da Linha

Espessura da Linha Orientação

Tamanho Corpo Curvatura

Adição de Marcas Clausura

Sim

Sim, com limitações Não

Sim, com limitações Não

Não Não Não

Cor Matiz

Intensidade

Não

Sim, com limitações

Posição espacial Posição 2-D Sim

Quadro 2. Quais atributos são passiveis de gerar diferenciação quantitativa quando utilizados em gráficos (Few, 2004).

Todos esses atributos podem ser utilizados para definição de categorias, incluindo os que são percebidos de maneira quantitativa. Conforme Few, o atributo mais eficiente para se representar os dados quantitativos é a Posição 2-D (FEW, 2004).

3.3.5. Limites para Distinção dos Atributos de Pré-atenção

Few (2004) afirma que existe um limite para o número de variações visuais de um atributo para que este possa ser claramente discernido em um gráfico. Ware (2000) discute os limites da habilidade humana na distinção de atributos visuais:

“Os símbolos de pré-atenção tornam-se menos distintos com o aumento da variedade de elementos que provocam desvio de atenção. É simples identificar um falcão em um céu cheio de pombos, mas em um céu com vários tipos de pássaro, o falcão torna-se mais difícil de ser identificado. Uma quantidade de estudos tem demonstrado que a rapidez do processo de pré-atenção diminui com o aumento da variedade de padrões, mesmo que todos os padrões de distração sejam individualmente distintos do alvo.”

(40)

diferentes matizes, quatro diferentes orientações, quatro diferentes tamanhos e todos os demais atributos de pré-atenção limitados a menos que dez valores distintos. Few conclui, em seus estudos, que, à exceção dos atributos do matiz e corpo, é melhor limitar o número de distinções de cada atributo a, no máximo, quatro variações.

Outra limitação ao processamento de pré-atenção diz respeito não a variações do mesmo atributo, mas sim a utilização de mais de um dos atributos no mesmo objeto. Conforme Few, o processamento de pré-atenção consegue tratar somente um atributo visual por vez. O primeiro quadro da Figura 11 abaixo utiliza somente um atributo, brilho, com três variações. Já o segundo quadro da mesma figura, apresenta dois atributos simultaneamente (brilho e forma) com variações de brilho para cada um deles. Importante perceber a diferença entre as duas figuras, no que diz respeito ao esforço para identificar os agrupamentos que, em última análise, representam os dados que se relacionam ou que merecem destaque:

Figura 11 –Variação com utilização de mais de um atributo.

Relevante destacar também que, quando se utilizam variações de um mesmo atributo, é importante que as variações sejam facilmente perceptíveis. Por exemplo, a utilização do brilho em tonalidades muito próximas umas das outras, pode complicar a visualização e identificação das diferenças. Exemplos na Figura 12:

Figura 12 – Contrastes evidentes no atributo versus diferença sutil.

Fonte: Few, 2004

(41)

Para auxiliar no processo de escolha, Ware criou uma lista com os matizes que funcionam de forma satisfatória juntos (WARE, 2004):

1. Vermelho 4. Azul 7. Rosa 10. Laranja

2. Verde 5. Preto 8. Ciano 11. Marrom

3. Amarelo 6. Branco 9. Cinza 12. Púrpura

Partindo dessas cores, é preciso analisar o aspecto psicológico de como as cores afetam a percepção das pessoas. Conforme Tufte (1990 apud FEW, 2004), as cores encontradas na natureza são suaves e mais fáceis para os olhos. O autor afirma que essas cores são úteis em gráficos para serem utilizadas em tudo o que não se quer destacar em relação a outros conteúdos. Por outro lado, os matizes totalmente saturados tendem a demandar mais atenção e, por isso, devem ser usados somente para destacar alguma informação. A ilustração apresentada na Figura 13 mostra a diferença entre os dois tipos de paletas:

Figura 13 – Mostra cores suaves à esquerda e, à direita, cores saturadas.

(42)

3.3.6. Gestalt para Percepção

“A maior parte de nossa atividade cerebral trata do processamento e análise de imagens visuais. Para se entender a percepção, é importante lembrar que nossos cérebros não se diferenciam muito do cérebro de nossos ancestrais, os trogloditas. Naquele tempo, a percepção era utilizada para funções básicas, como caçar (detecção de movimento), procurar comida (detecção de cor) ou utilização de ferramentas (percepção de formas/objetos).” (BURKHARD, 2005a).

Conforme Few (2004), muitos campos do conhecimento científico têm contribuído para o entendimento da percepção visual. Entretanto, nenhum se mostrou tão relevante para o design visual quanto a Gestalt School of Psychology.

A Gestalt School of Psychology foi fundada em 1912, quando um grupo composto por Kurt Koffka, Max Westheimer e Wolfgang Kohler decidiu investigar como as pessoas percebem as formas (ELLIS, 1938; KOFFKA, 1935). O que foi descoberto tem sido muito útil para o entendimento de como o ser humano percebe padrões, formas e organização dos objetos ou partes de objetos. O trabalho dos psicólogos da Gestalt ganha importância, ainda, porque fornece uma descrição clara de vários fenômenos básicos de percepção, conhecidos como as Leis da Gestalt (BURKHARD, 2005a).

O termo alemão Gestalt significa “padrão”. Os criadores da teoria observaram que os seres humanos organizam o que vêem de maneira muito particular em um esforço para que as coisas façam sentido. O resultado da pesquisa foi uma série de princípios (Leis da Gestalt) para percepção. Atualmente esses princípios ainda são respeitados como descrições precisas do comportamento visual. Tais princípios revelam atributos visuais que fazem com que se procure agrupar objetos para serem vistos de uma forma particular (FEW, 2004).

(43)

clássico é a melodia, que representa algo mais do que a junção das notas que a compõem.

As Figuras 14 e 15 apresentam exemplos e comentários extraídos de Few (2004) sobre as leis da Gestalt:

• Princípio da Proximidade

A visão percebe objetos próximos uns aos outros como se pertencessem a um mesmo grupo. Na ilustração apresentada na Figura 14, percebe-se três grupos distintos de dez círculos em função do arranjo espacial em que estão dispostos:

Figura 14 – Princípio da Proximidade da Gestalt.

Esse princípio é especialmente importante no design de tabelas. A Figura 15 mostra a predominância visual entre linhas ou colunas com a aplicação do princípio da proximidade. A diferença de espaçamento entre os elementos faz com que, naturalmente, se agrupem elementos em determinada disposição:

Figura 15 – Aplicação do princípio da proximidade aplicado às tabelas.

Fonte: Few, 2004

(44)

• Princípio da Similaridade

A visão humana tende a agrupar objetos que são similares em cor, tamanho, forma e orientação. A Figura 16 mostra alguns exemplos:

Figura 16 – Princípio da Similaridade da Gestalt.

• Princípio da Clausura

Objetos são percebidos como pertencendo a um mesmo grupamento quando estão encerrados por qualquer elemento visual que defina um limite em torno dos objetos.

Figura 17 – Esses dois exemplos demonstram o princípio da clausura.

A Figura 17 mostra o princípio da clausura por intermédio de áreas que limitam os objetos nos quadros. Esses objetos são destacados à visão de maneira inconsciente.

• Princípio do Fechamento

A visão humana busca as formas fechadas. Objetos que parecem incompletos, abertos ou com formas não usuais são percebidos em suas formas básicas mais simples e como figuras fechadas. Na Figura 18, é muito mais simples e

Fonte: Few, 2004

(45)

direto identificar quadrados, retângulos, elipses e círculos negros cobertos por uma elipse branca do que imaginar várias formas incomuns, dispostas juntas sem a existência de nenhuma elipse.

Figura 18 – Exemplo de um contorno ilusório como aplicação do princípio do Fechamento.

Um outro exemplo mais direto do princípio é mostrado na Figura 19. O quadro da esquerda mostra uma área onde é mais simples identificar um retângulo incompleto do que linhas perpendiculares que formam segmentos de reta. No quadro da direita, a elipse incompleta é clara. Não se imagina uma linha curva na forma oval.

Figura 19 – Princípio do Fechamento

A Figura 20 mostra um exemplo prático do princípio do Fechamento aplicado a um gráfico. A esquerda, percebe-se redução de “peso” no design do gráfico com a utilização do princípio do fechamento, onde somente os eixos X e Y são suficientes para que se perceba a área que limita os elementos visuais.

Figura 20 – Exemplo do Princípio do Fechamento

Fonte: Few, 2004 Fonte: Few, 2004

(46)

• Princípio da Continuidade

Se os objetos estão alinhados uns com os outros ou aparentam possuir continuidade uns com os outros, então a percepção humana interpreta esses objetos como sendo parte de um todo único. Na Figura 21, no primeiro quadro, percebe-se vários objetos compondo uma única imagem com uma linha sinuosa. Se os dois objetos forem separados, a tendência natural é que se obtenha uma figura como a exibida no segundo quadro. Mesmo que exista a possibilidade dos objetos serem representados como no terceiro quadro:

Figura 21 – Princípio da Continuidade da Gestalt.

• Princípio da Conexão

Nós, humanos, percebemos objetos conectados como pertencentes a um mesmo agrupamento. No exemplo apresentado na figura 22, mesmo os círculos estando igualmente espaçados entre si, a linha de conexão faz com que, naturalmente, exista a noção de pares conectados horizontalmente.

Figura 22 – Princípio da Conexão da Gestalt.

Fonte: Few, 2004

(47)

A força do princípio da conexão para a percepção faz das linhas um instrumento útil na utilização em gráficos. Pontos sem linhas em gráficos são muito mais difíceis para os olhos conectarem. A Figura 23 apresenta um exemplo prático do princípio da conexão:

Figura 23 – Poder das linhas com a aplicação do princípio da conexão.

De acordo com Burkhard (2005a), a Teoria de Guestalt se aplica a todos os aspectos do aprendizado humano. Portanto, existe aplicação direta na percepção e na resolução de problemas. Segundo Burkhard, “essas leis fornecem insigths descritivos valiosos no que diz respeito à forma e à percepção de padrões, mas elas oferecem pouca ou nenhuma explicação para esses fenômenos. Para que se entenda como ou por quê nós percebemos formas e padrões, é preciso buscar explicações sobre o funcionamento da percepção.”

3.3.7. Percepção

A percepção é um conjunto de processos por meio dos quais alguém reconhece, organiza e se sensibiliza ante os estímulos oriundos do meio ambiente (GOODALE, 2000, KOSSLYN and OSHERSON, 1995 apud BURKHARD, 2005a).

De acordo com Burkhard (2005a), “está claro que o que nós vemos com nossos órgãos sensoriais não é necessariamente o que percebemos em nossas mentes. A mente deve criar representações visuais de objetos, propriedades ou relações espaciais com base nas informações sensoriais. A forma com que representamos esses objetos depende do nosso ponto de vista em percebê-los.”

(48)

No que diz respeito à percepção, às vezes não se nota o que existe e se percebe o que não existe. Vide Figuras 24 e 25.

Figura 24 – Não se percebe o Dálmata. Figura 25 – Vêem-se objetos inexistentes como o triângulo branco.

Para se explicar a percepção, existem duas abordagens fundamentais: Teoria

bottom-up (percepção direta) e teoria top-down (percepção construtiva). Ambas são

complementares (BURKHARD, 2005a).

Na percepção direta (bottom-up), toda a informação que se precisa perceber

origina-se das impressões sensoriais recebidas pela retina. (BURKHARD, 2005a).

Já na Percepção Construtiva (top-down), segundo Bruner (1957 apud

BURKHARD, 2005a), ao contrário, a percepção de um indivíduo está baseada na combinação de informações sensoriais com conhecimentos e experiências prévias. Esses autores ressaltam que, durante o processo de percepção, várias hipóteses são formadas e testadas com base no que se sabe sobre algo ou no que se pode inferir sobre algo.

No que diz respeito à cognição visual, Burkhard (2005a), a define como “o uso de imagens mentais no pensamento”. Essas imagens mentais podem ser derivadas de memórias ou podem ser imagens mentais de coisas nunca vistas.

Conforme Kosslyn and Koenig (1992 apud BURKHARD, 2005a), as imagens

mentais podem ser utilizadas nas seguintes formas:

(49)

• A geração criativa de imagens pode ser valiosa no raciocínio quando se

combinam elementos familiares sob novas formas;

• O uso de imagens pode auxiliar nas habilidades para o aprendizado;

• Uma imagem mental externalizada pode ser utilizada para compreensão de

descrições verbais, como por exemplo, um mapa para ilustrar instruções sobre como se chegar a algum lugar;

• Imagens podem facilitar o estímulo à descoberta de padrões inesperados,

novos inventos e conceitos criativos.

Não se pretende, com o presente trabalho, detalhar os processos mentais de cognição visual, mas levantar aspectos cognitivos que interferem na interpretação de uma forma de visualização em detrimento de outra.

3.4. Modelo de Visualização da Informação

Conforme Burkhard (2005), representações visuais constituem uma forma eficiente para a transferência e criação do conhecimento. No entanto, a escolha da forma certa demanda tempo e experiência. Burkhard apresenta um modelo conceitual para visualização da informação, com o objetivo de auxiliar no processo de definição de formas de visualização. “O modelo proposto identifica e relaciona características que contribuem para o sucesso na definição de visualizações utilizadas na transferência e criação de conhecimento” (BURKHARD, 2005).

Burkhard (2005) justifica a necessidade da apresentação de um modelo de visualização da informação, primeiramente, porque “os modelos de comunicação são muito genéricos, no que diz respeito ao uso de representações visuais”, e também, porque “os cientistas de visualização não oferecem um modelo holístico para a transferência e criação do conhecimento por intermédio de representações visuais” (GERBNER, 1956; JACOBSON, 1960; LASSWELL, 1948; NEWCOMB,

(50)

O modelo de visualização da informação (Figura 26) proposto por Burkhard (2005), está dividido em três partes principais: um emissor, um meio e um receptor.

Essas três partes estão interligadas em um loop de interação e comunicação.

Conhecimento A: E nv ia F: M o d ifi c a ç õe s C : R e c ria ç ã o D : E xtr a i Atenção Detalhes Contexto Panorama

Opções pa ra agir

Conhecimento’

Modelo Mental do Emissor Visualizações Complementarer (1..n) Modelo Mental do Receptor

1 2 3

B:Visualizações Complementares suportam Aprendizado e Compreenção

E:Visualizações causam má compreenção, má interpretação ou questionamentos

Figura 26 – Modelo de visualização da informação de Burkhard (2005)

O modelo descreve processos de interação pessoal, conforme seqüência a seguir:

1. O processo se inicia com o emissor, que deseja transferir algum conhecimento para um receptor. O modelo mental do emissor em relação a seu conhecimento é externalizado por intermédio de representações visuais complementares, que podem ser divididos em três sub-processos (1, 2 e 3 na Figura 26), seqüenciados no tempo;

2. O emissor precisa da atenção (1) de seu receptor. Utiliza, para isso, “imagens provocativas” (BURKHARD, 2005).

3. Em seguida, o emissor precisa ilustrar o contexto (2), oferecendo um panorama (2), e opções para ação (2).

Imagem

Figura 1 – Elementos e Dimensões do método OKA.
Figura 2 Gráfico tipo spider representando as Dimensões do método OKA.
Figura 3 - Diagrama dos componentes básicos do método OKA.
Tabela 1 - Elementos, dimensões e métricas do OKA.
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