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REFERENCIAIS DE ENFERMAGEM E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

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RESUMO: RESUMO: RESUMO: RESUMO:

RESUMO: Este estudo teve o objetivo de identificar as teorias e/ou referenciais de enfermagem utilizados na produção científica, período 2002-2007, mediante o método descritivo e revisão sistemática, a partir da análise de títulos e resumos de artigos publicados nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Base de Dados de Enfermagem e nas teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Identifi-cou-se 906 artigos e destes apenas 155 apresentaram o objeto deste estudo, conotando reduzida utilização das correntes de pensamento da enfermagem. Teorias mais utilizadas: Autocuidado, Transpessoal, Transcultural e Enfer-magem Humanística. Considera-se necessária a avaliação das diretrizes dos programas acadêmicos que vêm forta-lecendo o embasamento científico em outros referenciais norteadores da produção científica, dificultando a visibili-dade da profissão e a valorização das teorias de enfermagem como forma de fortalecimento do cuidado.

Palavras-Chave Palavras-Chave Palavras-Chave Palavras-Chave

Palavras-Chave: Teoria de enfermagem; enfermagem; cuidado; profissão. ABTRACT

ABTRACT ABTRACT ABTRACT

ABTRACT: : : : : This study aims at identifying nursing theories and frameworks used in scientific production from 2002-2007, through the descriptive method and the systematically review, on the basis of title analysis and abstracts published in Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; Medical Literature Analysis and Retrieval System Online; Base de Dados de Enfermagem; and theses and dissertations of the Graduate Program of the School of Nursing of the Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil. Out of 906 articles identified, only 155 showed the object of this study, pointing to the low use of nursing theories. Leading theories: Self-Care, Interpersonal, Transcultural, and Humanistic Nursing. Evaluations of guidelines to the graduate programs are found to be necessary, since the programs have strengthened scientific basis to other frameworks of scientific production. Visibility of the nursing occupation and the valuing of nursing theories as a way to strengthen care can be compromised otherwise. Palavras-Chave

Palavras-Chave Palavras-Chave Palavras-Chave

Palavras-Chave: Nursing theory; nursing; care; professional occupations. RESUMEN:

RESUMEN: RESUMEN: RESUMEN:

RESUMEN: El objetivo del estudio es identificar las teorías y/o referenciales de enfermería utilizado en la producción científica, en el período 2002-2007, mediante el método descriptivo y revisión sistemática, a partir del análisis de títulos y resúmenes de artículos publicados en las bases de datos Literatura Latinoamericana y de Caribe en Ciencias de la Salud, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Base de Datos de Enfermería y en las tesis y disertaciones del Programa de Postgrado en Enfermería de la Universidad Federal de Santa Catarina-Brasil. Se identificaron 906 artículos, de estos apenas 155 presentaron el objeto de este estudio, mostrando reducida utilización de las corrientes de pensamiento de la enfermería. Teorías más utilizadas: Autocuidado, Transpersonal, Transcultural y Enfermería Humanística. Se considera necesaria la evaluación de las directrices de los programas académicos que vienen fortaleciendo las bases científicas en otros referenciales norteadores de la producción científica, dificultando la visibilidad de la profesión y la valorización de las teorías de enfermería como forma de fortalecimiento del cuidado. Palabras Clave

Palabras Clave Palabras Clave Palabras Clave

Palabras Clave: Teoría de enfermería; enfermería; cuidado; profesión.

R

EFERENCIAISDE

E

NFERMAGEME

P

RODUÇÃODO

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ONHECIMENTO

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IENTÍFICO

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HEORETICAL

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CIENTIFIC

K

NOWLEDGE

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EFERENCIALES

DE E

NFERMERÍA

Y PRODUCCIÓN DEL

C

ONOCIMIENTO

CIENTÍFICO

Luciana Martins da RosaI

Luciara Fabiane SeboldII

María Angélica ArzuagaIII

Viviane Euzébia Pereira SantosIV

Vera RadünzV

IEnfermeira. Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,

Santa Catarina, Brasil. Enfermeira do Centro de Pesquisas Oncológicas – Secretaria Estadual de Saúde, Florianópolis, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidando e Confortando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. E-mail: luciana.tb@hotmail.com.

IIEnfermeira. Doutoranda do Programa de Pós Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Bolsista do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Professora Substituta Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidando e Confortando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. E-mail: fabisebold@gmail.com.

IIIEnfermeira. Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,

Santa Catarina, Brasil. Bolsista do Programa Estudante-Convênio de Pós-Graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Docente da Facultad de Enfermería de la Universidad de Antioquia, Colombia. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidando e Confortando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil e do Grupo de Investigación Salud de las Mujeres de la Facultad de Enfermería de la Universidad de Antioquia, Colombia. E-mail: marzuaga@tone.udea.edu.co.

IVEnfermeira. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa

Catarina, Brasil. Docente do colegiado de Enfermagem da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina/Pernanbuco/Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidando e Confortando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Coordenadora do Grupo de estudos e pesquisas em saúde do adulto e idoso da Universidade do Vale do São Francisco. E-mail: vivi.bnu@terra.com.br.

VEnfermeira. Pós Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento e da Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina,

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As teorias de enfermagem são construções, desde uma prática idealizada, com a finalidade de guiar as ações de enfermagem, a partir de quatro conceitos inter-relacionados: homem ou indivíduo, sociedade ou ambiente, saúde e enfermagem, os quais constitu-em os modelos e concepções filosóficas4, 5.

Dessa forma, são definidas como um conceito articulado e comunicado da realidade, inventada ou descoberta, com o objetivo de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem6.

Dessa forma, as teorias de enfermagem foram con-cebidas com o intuito de organizar e sistematizar as questões que permeiam as atividades profissionais, gerando conhecimentos que as apóiem e subsidiem a própria prática. A teoria é considerada um dos ca-minhos para a explicação de um fenômeno, por meio da sua caracterização, apontando aqueles componen-tes ou características que formam sua identidade6.

A enfermagem ao desenvolver o cuidado pauta-do em seus referenciais teóricos, fomenta novos co-nhecimentos no aperfeiçoamento da profissão. En-tretanto, para que esses saberes sejam transmitidos, é necessário que haja a divulgação científica, possibili-tando a aplicação, a crítica e outros estudos7.

Seguindo este raciocínio, este estudo teve como objetivo identificar as teorias e os referenciais de enfermagem utilizadas na produção científica no período de 2002 a 2007.

R

EFERENCIAL

T

EÓRICO

-M

ETODOLÓGICO

C

omo referencial

teórico-metodológico foram adotados o método descritivo e a revisão sistemática, assim considerando que se constitui um estudo se-cundário, em uma forma de síntese dos resultados de pesquisas relacionadas a um problema específico. As revisões sistemáticas reúnem, de forma organiza-da, grande quantidade de resultados de pesquisas e auxiliam a explicação de diferenças encontradas en-tre estudos primários que investigam a mesma ques-tão. Uma revisão sistemática responde a uma per-gunta específica e utiliza métodos explícitos e siste-máticos para identificar, selecionar, e avaliar critica-mente os estudos e para coletar e analisar os dados dos estudos incluídos na revisão8.

Essa revisão sistemática foi realizada a partir da análise de títulos e resumos de artigos, teses e disser-tações publicadas nas bases de dados Literatura lati-no-americana e do Caribe em ciências da Saúde (LILACS), MEDIars onLINE literatura internacio-nal (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e nos trabalhos (dissertações e teses) apre-sentados no Programa da Pós-Graduação em Enfer-magem (PEN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disponíveis na Biblioteca Univer-sitária da referida instituição.

I

NTRODUÇÃO

R

efletir sobre os

métodos científicos e seus rigo-res é cada vez mais indispensável para o desenvolvi-mento da prática da enfermagem, assim como a capa-cidade de investigar, de questionar o que está posto de forma simples, mas muitas vezes escondidas nos ema-ranhados das relações e dos processos que envolvem o ser humano. Então, surgem as teorias que buscam razões para o conhecimento comum da natureza e da vida através do conhecimento científico desenvolvi-do por poucos e restrito a uma minoria.

A palavra original vem do grego theoria que sig-nifica visão. Com base nessa natureza sensorial, o de-senvolvimento de teorias deve ser encarado como racional e intelectual, conduzindo à descoberta da verdade. A teoria constitui-se em uma forma sistemá-tica de ver o mundo para descrevê-lo, explicá-lo, pre-vê-lo ou controlá-lo1.

Com isso, percebe-se que o desenvolvimento de uma teoria constitui-se de uma das principais metas de qualquer trabalho científico e essencial para todas as profissões. A enfermagem também utiliza em suas pesquisas as teorias, como forma de articulação orga-nizada, coerente e sistemática de seu objeto de estudo. No entanto, é clara a necessidade de aprofundar e desenvolver uma base teórica própria, embasada no movimento crescente da busca por esse conheci-mento. Para a concretização dessa base, são funda-mentais alguns conceitos, modelos e teorias específi-cas de enfermagem, os quais estão sendo reconheci-dos e desenvolvireconheci-dos desde a década de 19501.

A partir daí, a enfermagem dedica tempo e esfor-ços para o desenvolvimento das suas teorias, as quais servem de referencial para a prática profissional, direcionando, assim, o cuidado2.

Esse movimento vem se fortalecendo desde então, primeiramente, a necessidade de cuidados com os seres humanos enfermos tem sua base na prática empírico-científica da precursora da enfermagem Florence Nightingale. É considerada por muitos como a primeira teorista de enfermagem, a qual pregava o cuidado ao ser humano como um todo3.

Após 70 anos, a enfermagem começa a refletir sobre suas ações de cuidado, educação e administra-ção, promovendo reformulações nos currículos, no sentido de formar novos profissionais para atuarem não só na assistência, mas também no âmbito educa-cional e na administração dos serviços de saúde4.

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Optou-se por essas fontes por apresentarem bases de dados conhecidas e de ampla divulgação. E as dissertações e teses da PEN por ser esta a institui-ção de origem acadêmica das autoras.

Os critérios para inclusão na amostra foram: apresentar expresso no título e/ou no resumo desta-que a uma teoria ou referencial de enfermagem, e ter sido publicada entre os anos de 2002 e 2007.

A coleta dos dados desenvolveu-se por cataloga-ção dos dados por bases, destacando-se o número de produções que apresentaram nos títulos e/ou resumos o termo teorias de enfermagem e/ou referenciais de en-fermagem. Considerando que os títulos e os resu-mos dão conta dos principais conceitos e referenciais desenvolvidos nas publicações. Foi aplicada a análise estatística dos dados, tendo sido construídas duas ta-belas, as quais demonstram os achados.

R

ESULTADOSE

D

ISCUSSÃO

Ao analisar os dados

encontrados, identificou-se que 906 artigos envolveram teorias de enfermagem, os quais foram escritos nos últimos 5 anos, porém apenas 155 destes apresentaram no título ou as descreveram no resumo. Tal fato demonstra a inclusão reduzida do ter-mo teoria de enfermagem nas pesquisas e publicações da área, conforme mostra a Tabela 1.

Ressalta-se que o estudo de teorias tem sido im-pregnado de mitos, tornando-se complicado e difícil, a ponto desse conhecimento parecer inútil e inaplicável. Em contraponto a este, considera-se a preocupação dos profissionais com a prática, em termos de procedimen-tos de cuidados, restando pouco tempo à reflexão filo-sófica e metodológica contida nas preposições teóricas9 e sua utilização na produção científica.

Uma profissão que não reconhece a importân-cia de suas próprias correntes de pensamento se empobrece, desvinculando o saber fazer do saber pensar10. Por outro lado, é de suma importância ava-liar as diretrizes curriculares dos programas acadê-micos, para verificar se é preciso dar mais ênfase às

teorias de enfermagem, pois, através dos achados deste estudo, foi identificada a aplicação de outros referenciais norteadores da produção científica.

Os referenciais de enfermagem utilizados nas produções científicas investigadas são apresentados na Tabela 2.

Ressalta-se que alguns estudos investigados uti-lizaram mais de uma teoria de enfermagem para com-por o referencial teórico, com-por isso o total — 165(100%) — é superior aos 155(100%) textos examinados.

As quatro teorias que se destacaram na pesqui-sa são analipesqui-sadas a seguir.

Teoria do Autocuidado: Dorothéia E. Orem

A Teoria de Orem está embasada em alguns pres-supostos os quais explicam que o autocuidado é uma necessidade universal dos seres humanos, que é uma ação deliberada, que possui propósito, padrão e sequência na objetivação de resultados e metas. O autocuidado é definido e aprendido pela influência do meio ao qual o indivíduo pertence e pela própria necessidade cultural, sendo que a Enfermagem re-presenta um serviço de ajuda11,12.

Os conceitos definidos por Orem colocam o ser humano como um ser biológico, social e simbó-lico, estando seu funcionamento ligado ao ambiente, e este elo se constitui num sistema. O ser humano se distingue dos outros seres vivos pela capacidade de refletir, de simbolizar, de comunicar-se em seu pró-prio benefício ou dos outros11,12, 13.

Então, o autocuidado é a prática de ações inici-adas e desenvolvidas, aprendidas e deliberinici-adas, pelo indivíduo para manutenção da vida, da saúde e do bem-estar, quando atinge um estado de maturidade capaz de realizar uma ação propositada, consistente, controlada e eficaz para a integridade estrutural, fun-cional e do desenvolvimento humano11,12,13.

Diante do exposto, verifica-se que a Teoria do Autocuidado leva a uma reflexão de como somos, de como e porque nos cuidamos e porque quando não conseguimos nos cuidar necessitamos dos outros, sen-do considerasen-do como algo inerente à humanidade.

Por esse motivo, considera-se que esta Teoria foi a mais utilizada como referencial das produções científicas pesquisadas, justamente porque apresenta aquilo que cada ser humano vivencia e necessita desde seu nascimento, morte e até mesmo pós-mor-te. Em estudos que analisaram a produção de acadê-micos de enfermagem, a Teoria de Orem também foi a mais utilizada, principalmente ao abordarem temas como cuidado no domicílio14.

Essa teoria norteia o desenvolvimento de prá-ticas científicas e de reflexões sobre a sociedade, de forma coerente com as exigências de cuidado senti-das por cada indivíduo ou grupo.

Base de Dados Base de DadosBase de Dados

Base de DadosBase de Dados encontradasencontradasencontradasencontradasencontradasPublicaçõesPublicaçõesPublicações PublicaçõesPublicaçõesPublicações PublicaçõesPublicaçõesPublicaçõesPublicaçõesanalisadasanalisadasanalisadasanalisadasanalisadas %%%%%

fffff fffff MedLine 489 36 23,2 LILACS 48 23 14,85 BDENF 158 41 26,45 Teses-UFSC 68 6 3,9 Dissertações-UFSC 143 49 31,6 T TT TTOTOTOTOTOTALALALALAL 9 0 69 0 69 0 69 0 69 0 6 1 5 51 5 51 5 51 5 51 5 5 1 0 01 0 01 0 01 0 01 0 0 T TT

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Enfermagem Humanística: Josephine Paterson

e Loretta T. Zderad

A Enfermagem Humanística trata-se de uma teo-ria da prática, em resposta à experiência fenomenológica. “Derivando da filosofia existencialista, valoriza a expe-riência e a evolução do novo, concebendo a Enferma-gem como uma transação intersubjetiva no contexto humano”9:296.

Para Paterson e Zderad, a enfermagem é um diá-logo vivido, em que a enfermeira e outra pessoa relaci-onam-se de forma criativa, através do encontrar-se, relacionar-se e do estar-presente. Há um encontro entre seres humanos, onde há uma demanda e uma respos-ta; há uma relação sujeito-objeto, em que é possível adquirir-se certo conhecimento sobre a pessoa; há re-lacionamento intersubjetivo, isto é, sujeito-sujeito, tor-nando-se possível o conhecimento de uma pessoa em sua individualidade única; ambas as relações são es-senciais ao processo clínico e constituem-se como ele-mentos integrantes da Enfermagem Humanista15.

As dimensões principais da Enfermagem Humanística derivam da situação humana em que a Enfermagem é vivida. Os elementos do sistema são:

[...] seres humanos (enfermeira e cliente) em um encontro (ser e vir a ser) com um fim determinado (nutrir o bem-estar e o bem-estar - melhor) numa transação intersubjetiva (ser com e fazer com) acontecendo no tempo e espaço (delimitado e vivido pelo cliente e enfermeira) em um mundo de homens e coisas [...] 15:18.

T TT

TTABELAABELAABELAABELAABELA 2: 2: 2: 2: 2: Distribuição dos referenciais teóricos de enfermagem encontrados na produção analisada . Brasil, 2002-2007.

Referenciais (*) Referenciais (*) Referenciais (*)

Referenciais (*) Referenciais (*) fffff %%%%%

Teoria do Autocuidado – Dorothéa Orem 24 14,8

Teoria Humanística – Paterson e Zderad 16 9,7

Teoria do Cuidado Transpessoal – Jean Watson 16 9,7

Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural - Madeleine Leininger 16 9,7

Teoria da Adaptação – Sister Callista Roy 12 7,5

Teoria das Relações Interpessoais – Hildegard Peplau 11 6,7

Teoria do Alcance de Metas – Imogene M. King 10 6

Teoria Ambientalista do Cuidado – Florence Nightingale 9 5,6

Teoria do vir-a-ser humano – Rosemarie Rizzo Parse 8 4,8

Teoria Sócio-Humanista – Beatriz B. Capella e Maria Tereza Leopardi 7 4,3

Modelo de Saúde – Margareth A Newman 7 4,3

Seres Humanos Unitários – Martha Rogers 6 3,7

Necessidades Humanas Básicas – Wanda A. Horta 5 3

Teoria de Enfermagem: desenvolvimento e progresso – Afaf Meleis 5 3

Teoria Interacionista - Joyce Travelbee 3 2

Cuidado Transdimensional: um paradigma emergente – Alcione Leite da Silva 3 2

Referencial teórico proposto por Benedet e Bub 2 1

Referencial teórico-metodológico fundamentado em Neves 1 0,5

21 Problemas de Enfermagem – Faye Glenn Abdellah 1 0,5

Teoria do Conforto – Kathy Kolcaba 1 0,5

Análises e Avaliações Teóricas- Jacqueline Fawcett 1 0,5

Teoria da resposta profissional disciplinada – Ida J Orlando 1 0,5

T TT

TTO TO TO TO TO TA LA LA LA LA L 1 6 51 6 51 6 51 6 51 6 5 1 0 01 0 01 0 01 0 01 0 0

(*) Alguns artigos apresentaram mais de um referencial teórico, assim extrapolando o total de

155 artigos examinados.

A Enfermagem Humanística

[...] preocupa-se com a experiência dos indivíduos como fenômenos de suas vidas, nas quais eles têm de fazer escolhas permanentemente, de modo que são intrinseca-mente responsáveis por eles e por seu desenvolvimento. Para elas, o ato de cuidar incrementa a humanidade na situação em que se encontram as pessoas [...]9: 296.

A Teoria da Enfermagem Humanística reconhe-ce as multiplicidades multipotenciais da profissão, uma vez que é uma situação complexa. Reconhece a condição humana da pessoa cuidada, mas também do enfermeiro, os que carregam consigo diversos sen-timentos no aqui e no agora8. Considera que a enfer-magem, como evento humano, constitui uma situa-ção de trocas entre as pessoas envolvidas, de modo que a característica principal do processo é a nutri-ção, ou seja, é uma transação intersubjetiva onde as pessoas intervenientes se nutrem9.

Teoria Transpessoal: Jean Watson

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Os conceitos essenciais e específicos para o mo-delo teórico de Watson são: o cuidado transpessoal, o ego, o campo fenomenológico e o cuidado atual. Para a teórica, o cuidado é o enfoque da enfermagem17.

Foram formulados fatores curativos para a en-fermagem, considerados como centrais para o pro-cesso do cuidado que a enfermeira utiliza com vistas a ajudar o cliente a conservar e alcançar a sua saúde, ou mesmo obter uma morte digna.

A parceria no cuidado é uma experiência que se caracteriza pelo diálogo significativo entre as pes-soas, no qual cada uma sente a disponibilidade, a proximidade e a compreensão da outra. Inclui a ca-pacidade de reconhecer nossa própria obrigação de atuar, isto é, intervir para ajudar aos outros a ajuda-rem a si mesmos, e, para que isto aconteça, é neces-sário que a enfermeira se reconheça como pessoa18. A Teoria de Watson pode ser utilizada nos mais diversos setores da prática de enfermagem, visto que a ciência do cuidado propõe a contribuição para a preservação da humanidade e a sustentação do cui-dado em instâncias em que se façam necessárias, vi-sando o bem-estar da humanidade19.

Teoria Transcultural de Madeleine Leininger

Leininger construiu sua teoria baseada na premissa de que os povos de cada cultura não apenas são capazes de conhecer e definir as maneiras através das quais eles experimentam e percebem o cuidado de enfermagem, mas também de relacionar essas experiências e percep-ções às suas crenças e práticas gerais de saúde17.

Para Leininger, o cliente é o foco do cuidado de enfermagem, em que a importância do conheci-mento e da compreensão cultural constitui um pon-to imprescindível, vispon-to que o cuidado, com base cultural é um fator decisivo para a promoção e ma-nutenção eficiente da saúde18.

Leininger considera que não deve haver uma análise diagnóstica por parte das enfermeiras, sem o uso de valores e práticas de cuidados específicos da cultura, os quais devem ser usados como uma pode-rosa direção para a prática de enfermagem10.

Relações entre as Teorias

Comparando e buscando as relações entre sas teóricas, cabe destacar que todas têm como es-sência o cuidado e, em especial, o cuidado de si. A busca pela sensibilização e valoração da promoção da saúde e da prevenção de doenças e/ou complica-ções seja do cuidador e/ou do paciente.

A Teoria de Orem objetiva um maior nível de independência da pessoa à sua condição de saú-de-doença20.

A Teoria de Paterson e Zderard enfatiza o diá-logo e se caracteriza por um relacionamento criativo entre o enfermeiro e a pessoa cuidada21.

A Teoria de Watson, por sua vez, é a prática do cuidado humano em enfermagem, relacionado às experiências vividas, pela pessoa cuidada e objetivando a recomposição da independência do ser e a promo-ção da saúde22.

A Teoria de Leininger, por outro lado, permite a aproximação com o cuidado e o conhecimento cultural/popular23.

Todas contêm fatores imprescindíveis ao cui-dar de enfermagem e ao desenvolvimento da profis-são como ciência e arte, contudo, as pesquisas de en-fermagem têm se baseado em outras ciências, e/ou não valorando suas bases científicas, visto que estas não constam em seus títulos e/ou resumos.

Cabe salientar, ainda, que as teorias de enferma-gem influenciam a prática da profissão e, dessa for-ma, podem contribuir para uma maior autonomia profissional que deve ser sustentada pelo conheci-mento científico produzido pela própria enferma-gem24. Essa construção e reconstrução dos saberes transpassam a atuação do enfermeiro no mundo do trabalho e deve proporcionar um avanço no proces-so de cuidar25.

C

ONCLUSÃO

A

o término deste

estudo percebe-se que apesar de as teorias serem subsídios de suma importância para a construção de novos conhecimentos na en-fermagem e de aparecerem descritas ao longo de mui-tos estudos, seja como teoria ou como conceito para embasar outras definições, cada vez menos aparecem nos títulos dos trabalhos e/ou em seus resumos.

A enfermagem como disciplina é influenciada pela ação de forças de diferentes características, se-jam sociais, culturais, epistemológicas, interligando-se com outros saberes prevalecentes em cada época, as teorias de enfermagem são produtos da reflexão dos profissionais no interior da disciplina, mas também nas discussões e intersecções com o conhecimento científico em geral.

As reflexões sobre os modos de fazer na profissão constituem possibilidades para aperfeiçoar e amadure-cer as teorias existentes em enfermagem, não só valori-zando sua concepção teórica, mas também sua utilida-de prática no exercício profissional, no cuidado, seja ele orientado para o indivíduo ou a comunidade.

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Os desafios são diversos; o primeiro é reflexionar as teorias existentes na área, não só desde os espaços acadêmicos, assim como nos espaços onde se desen-volvem as práticas de enfermagem. O segundo desafio constitui-se em inter-relacionar as reflexões nos di-versos cenários onde o foco é o cuidado de enferma-gem, considerando os espaços acadêmicos, de forma-ção profissional de desenvolvimento de pesquisas e os cenários de liderança da profissão.

E finalmente, o terceiro desafio consiste em su-perar a oralidade e estimular a publicação das experi-ências e reflexões sobre as teorias de enfermagem, de-mandando, assim, a disponibilidade de meios de pu-blicação, resultando no consumo dessa produção, isto é, sua utilização, não só no referente à leitura, como também às reflexões e experiências por ela gerada.

Dessa maneira, este estudo reforça que cada teoria explica os fundamentos de determinado modo de cuidar em enfermagem, que é estruturado a partir deste foco. Porém, nos achados bibliográficos apre-sentados, nem todas as teorias estavam visíveis no título ou no resumo, podendo representar uma fragi-lidade no que diz respeito à sua utifragi-lidade.

Assim, acredita-se que, para aprimorar e dar maior visibilidade à profissão de enfermagem, é im-prescindível que haja maior valorização de suas teo-rias como forma de fortalecimento do cuidado.

R

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