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DIRECTRIZES PARA A ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS (QUANTITATIVOS)

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Academic year: 2021

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DIRECTRIZES PARA A ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS

(QUANTITATIVOS)

GUIDELINES FOR THE WRITING OF QUANTITATIVE SCIENTIFIC PAPERS

J. Vasconcelos-Raposo, C.M. Teixeira

SÉRIE PEDAGÓGICA | PEDAGOGICAL SERIES

J. Vasconcelos-Raposo. Dep. Educação e Psicologia, Universidde de Trás-os-Montes e Alto Douro, INESC TEC., Health and

Human Performance Lab. Vila Real, Portugal.

Carla M. Teixeira. Dept. Educação e Psicologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal.

Endereço para correspondência:José Vasconcelos-Raposo. Dep. Educação e Psicologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto

Douro, Q.ta de Prados, 5001-801 Vila Real, Portugal.

E-mail: jvraposo@inesctec.pt RESUMO

Este manuscrito tem por objectivo apresentar aos estudantes um documento orientador para a elaboração de trabalhos científicos. Visa colmatar um descuido grave no ensino superior que é pretender desenvolver capacidades para a pesquisa científica e sua divulgação, sem que no processo se ensine aos discentes como se escreve um artigo científico.

Palavras-chave: padrões de escrita, métodos de pesquisa, normas APA

ABSTRACT

This manuscript aims to present students with a guiding document for the preparation of scientific papers. It aims to overcome a serious oversight in higher education, which is to develop capacities for scientific research and its dissemination, without teaching the students how to write a scientific article.

Palavras-chave: reporting standards, research methods, APA style

Este relatório técnico foi elaborado com o intuito de proporcionar aos jovens que se iniciam na pesquisa científica e que, de um modo geral, manifestam dificuldades em estru-turar artigos científicos. O documento está concebido de forma a poder guiar os pesqui-sadores mais jovens e menos experientes na tarefa de, passo a passo, aprenderem a escrever artigos científicos. Em cada secção realçamos os aspectos mais relevantes a ter em consideração.

TÍTULO

É, de alguma forma, o elemento principal para atrair o leitor. Deve ser muito elucidativo, preciso e curto. Não deve exceder 12 palavras. A última versão do título deverá ser escrita no final, para que se certifiquem que o mesmo reflecte os conteúdos descrito no manuscrito.

Identificação dos autores

São autores todos os que contribuíram de forma significativa para o produto final do

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trabalho. Todos devem ser capazes de o apre-sentar e defender em qualquer apresentação pública do mesmo. Para além dos nomes deve, também, constar a filiação dos autores e o contacto do pesquisador principal.

RESUMO

Esta componente do trabalho é a peça fundamental para a referenciação do artigo aquando das buscas bibliográficas. Deve ser escrito entre 200 a 250 palavras e deve descrever de forma clara o assunto que é tratado no artigo. A sua estrutura inclui: objectivo, métodos (com breve descrição da amostra e identificação do instrumento), prin-cipais resultados obtidos e conclusões. Deve ser apresentado em português e Inglês.

Palavras-chave / Descritores

São as expressões que identificam o tema do artigo e que servem de base para indexação / catalogação. Para que seja mais fácil identificar o manuscrito nas bases de indexação é recomen-dável que se utilizem os descritores já existentes para as diferentes áreas científicas. No caso das ciências da saúde e psicologia devem consultar os que já estão definidos no seguinte endereço: http://decs.bvs.br/

INTRODUÇÃO

É nesta secção que os autores devem demonstrar que estão conhecedores do conhe-cimento já acumulado e partilhado na forma de publicações. Esta parte do trabalho deve ter em atenção as seguintes questões:

Qual a problemática a ser estudada?

Todos os trabalhos visam responder a ques-tões, resolver um problema, esclarecer dúvidas, devidamente apoiados no conhecimento já acumulado. É nesta parte do trabalho que se explicita a pergunta que se pretende responder. Deverá estar escrita de forma clara e devi-damente sustentada na revisão da literatura descrita no texto. Nesta parte do trabalho deverá

existir a preocupação de definir, de forma clara, quais são as variáveis que vão ser estudadas. O que fundamenta a necessidade do estudo (justificativa)?

O leitor deverá ser esclarecido e convencido da pertinência do estudo que se apresenta. Para isso ao longo do texto desta secção deverão ser explicitados argumentos devidamente susten-tados nos trabalhos já publicados e identifi-cados aquando da revisão da literatura.

A estrutura teórica e a revisão da litera-tura. Esta componente do trabalho constrói--se com base nos artigos / trabalhos já publi-cados sobre a temática. A construção desta secção deve ter presente que é com base nela que se pode desenvolver uma boa discussão. É com base nos resultados já publicados que podemos, através das comparações e destaque dos aspectos diferenciadores, que poderemos interpretar, eficazmente, os resultados obtidos com a pesquisa realizada. É também nesta secção que se apresentam as definições opera-cionais dos conceitos que vão ser tidos em consideração ao longo do trabalho.

Quais são os objectivos gerais e os objectivos? Não há pesquisa científica sem objectivos específicos. Os objectivos específicos devem ser elaborados de forma clara, bem especifi-cados e, por que emergem da revisão da lite-ratura, têm de ser coerentes com o que está na revisão da literatura. A forma como elabo-ramos os objectivos deverá permitir ao leitor a antecipação dos procedimentos estatísticos que vão ser utilizados. Quando os objectivos estão especificados de maneira clara e precisa, deixa de ser necessário a apresentação da elaboração de hipóteses.

MÉTODOS

Esta secção destaca-se de todas as outras por que nela deve constar toda a informação que possa permitir a réplica do estudo. Aqui, importa ser cuidadoso quanto aos detalhes e

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autores têm de recorrer a instrumentos para recolher dados. Esses instrumentos devem ser descritos e a fonte de validação do mesmo deve estar devidamente referenciada. Nesta secção deve-se incluir informação relativa ao método usado para recolha dos dados, quem fez a recolha, qual foi o período de recolha de dados e que cuidados houve para que tudo corresse como planeado.

Ainda nesta secção deve ser dada particular atenção aos aspectos que se prendem com a validade e confiabilidade do estudo (validade interna vs externa).

Ameaças à validade interna e externa

Estas duas questões devem ser devida-mente acauteladas aquando do delineamento do estudo, principalmente os que são de cariz quantitativo. As principais ameaças à validade interna são: 1- história; 2- selecção; 3- matu-ração e; 4- desistência.

Quais são as principais ameaças à validade interna?

No que se refere à história, importa estar atento e descrever as situação e/ ou contextos em que o estudo decorreu e que, de alguma forma, possam ter influenciado os resultados.

Cuidados a ter com a selecção

A maioria dos estudos recorrem a técnicas de amostragem que não são as aleatórias. Tal facto põe em risco a validade das comparações que se pretende realizar. Deverá existir o cuidado de contemplar um número suficiente de variáveis de controlo que permita minimizar o s efeitos causais de dimensões que não são tidas em consideração, mas que se fazem sentir nos resultados (as variáveis dependentes).

Maturação. Refere-se aos eventos que podem ter ocorrido nos próprios membros da amostra ao longo do tempo em que o estudo de realizou e que se cuidados tidos na realização do estudo, para

que seja possível ao leitor compreender como tudo foi feito, assim como quais as limitações para a interpretação dos dados. Esta secção deverá ter a seguinte estrutura: 1-tipo de estudo; 2- amostra e técnicas deamostragem; 3- instrumentos; 4- procedimentos; 5-Análise de dados; 6- cuidados éticos tidos emconta. Na descrição a fazer nestas subsecçõesdever--se-á ser preciso e objectivo.

Tipo de pesquisa

Na definição do tipo de pesquisa é reco-mendável citar a fonte de onde se obteve a classificação utilizada. Diferentes áreas cien-tíficas tendem a usar a mesma terminologia, mas com pequenas diferenças quanto ao que está verdadeiramente em causa. A tipificação do estudo inclui, não só a dimensão temporal da colheita dos dados (i.e. transversal, longitu-dinal, prospectiva, retrospectiva e suas varia-ções), as finalidades (i.e. comparativa, corre-lacional, levantamentos e outros), assim como o tipo de delineamento utilizado (i.e. quase--experimental, experimental, de resultados e outros). Sempre que se recorra a procedi-mentos menos habituais, os autores devem ter o cuidado de descrever e fundamentar os procedimentos que adoptaram.

Amostra e técnicas de amostragem

A amostra deve ser definida com rigor e de forma suficientemente expandida para que as interpretações possam ser devidamente enqua-dradas e para que da pesquisa se possam tirar ilações que vão para além da amostra estudada. Sem descrever os detalhes, outros estudos não poderão fazer comparações com os resultados do nosso estudo e vice-versa. Deverá existir o cuidado de especificar os critérios de inclusão / exclusão, conforme for o caso.

Instrumentos

Na maioria dos casos, em estudos que envolvem a dimensão comportamental, os

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fizeram sentir nas variáveis dependentes. Desistência

Deverá existir o cuidado de identi-ficar o número inicialmente envolvido no processo de recolha de dados e quantos desses acabaram por constituir a amostra final. Nesta descrição devem ser conside-rados tanto os sujeitos que abandonaram o estudo, ainda durante a fase de recolha de dados, assim como também aqueles que posteriormente foram eliminados no processo de construção da base de dados final, para o tratamento de dados.

Quais são as principais ameaças à validade externa?

A validade externa prende-se com a possibilidade de se poder generalizar os resultados da pesquisa a outras amos-tras ou contextos em que se podem observar os mesmos comportamentos ou fenómenos. Para isso, importa que os pesquisadores proporcionem informação sobre a confiabilidade e a validade dos instrumentos utilizados na pesquisa. Confiabilidade

Refere-se ao quão estável o instru-mento utilizado se apresenta na litera-tura. Será que o instrumento produz resultados consistentes e coerentes? O instrumento mede, efectivamente, aquilo a que se propõe quantificar, ou há a possi-bilidade de outros aspectos influenciarem as medições por ele realizadas?

Prodecimentos

Nesta secção do trabalho os autores descevem de forma municiosa tudo o que foi feito e como o fizeram durante o processo de recolha de dados. Esta componente do artigo é de particular relevância para a prática cien-tífica, uma vez que é com base na informação aqui proporcionada que os outros estudiosos

poderão duplicar o estudo.

Os aspectos mais relevantes a serem desta-cados são: o contexto e forma como como se procedeu à recolha dos dados, se em grupo ou se individualmente; o tempo que em circuns-tâncias normais leveou cada um dos parti-cipantes a preencher os questionários ou na realizaçção dos procedimentos experimentias; dvem ser assinalados os eventuais incentivos oferecidos aos participantes, ou se na reali-dade nada receberam, para além de um obri-gado pelo seu contributo para o enriqueci-mentos do conhecimento.

Análise de dados

Devem ser explicitados os recursos e os métodos a que se recorreu para tratar os dados. Na descrição que se faz devem ser tornados claros os critérios tidos na selecção dos procedimentos estatísticos.

Considerandos éticos

Sempre que se realizam estudos com humanos, há aspectos de carácter ético que devem ser tidos em consideração e sobre os quais dever-se-á procurar um parecer inde-pendente (Comité de Ética) sobre os proce-dimentos a utilizar. Dependendo do tipo de contacto e variáveis a estudar as noções de invasão diferem e, por essa razão, são exigidos diferentes níveis de intervenção do comité de ética.

RESULTADOS

O investigador deverá iniciar a apresentação dos dados obtidos fornecendo a informação sociodemográfica de forma clara e suficiente sobre os sujeitos. Isto é feito descrevendo as características da amostra populacional em função das análises realizadas (i.e. descrição das médias e dp) e só depois apresentar os restantes dados, ou seja: 1º estatística descri-tiva; 2º- estatística inferencial. Nesta secção não são feitas quaisquer considerações de carácter interpretativo.

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DISCUSSÃO

Sem uma boa revisão da literatura não existe uma boa discussão. A discussão não pode ser uma segunda versão da apresentação de resul-tados. É nesta secção que o autor deve eviden-ciar que conhece o que já está publicado sobre a temática que abordou no seu estudo. Após se relembrar, aos leitores, de forma sumária, os objectivos do estudo, os autores devem apre-sentar as comparações que podem ser feitas entre o que já foi publicado e que consta da revisão da literatura e os resultados que se obteve no estudo. Após fazer as comparações com os dados dos trabalhos que constam da revisão da literatura, o texto que se segue deverá focar (ou destacar) as diferenças encontradas (se alguma) e avançar com interpretações teóricas para essas diferenças. É com a construção desta análise crítica que se consegue dar contributos para o avanço no conhecimento científico.

CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES

As conclusões são, de forma sucinta, as respostas às questões formuladas aquando da definição dos objectivos. As conclu-sões deverão resultar do raciocínio do autor aquando da interpretação que fez dos resul-tados obtidos. Esta secção pode incluir reco-mendações para estudos futuros assim como uma breve identificação das limitações que o estudo pode ter.

BIBLIOGRAFIA

Nesta secção os autores devem ter o cuidado de seguir as normas em vigor na sua área científica. Por exemplo, no caso da psico-logia devem consultar as normas da American Psychological Association (APA) que estão publi-cadas em livro. Na eventualidade de terem dificuldade em ter acesso ao livro podem, sempre, recorrer à página que a APA disponi-biliza em acesso aberto, basta fazer uma busca por APA Style Tutorial.

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Referências

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