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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Departamento de Saúde Comunitária

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Academic year: 2021

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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina

Departamento de Saúde Comunitária

PLANO DE ENSINO DE DISCIPLINA

Ano/Semestre 2017.1

1. Identificação

1.1. Unidade Acadêmica: Faculdade de Medicina 1.2. Curso: Medicina

1.3. Nome da Disciplina: Bioética e Cidadania (DP-5) Código: MF0507 1.4. Professores: Francisco Ursino da Silva Neto, Kelen Gomes Ribeiro.

1.5. Caráter da Disciplina: (X) Obrigatória () Optativa

1.6. Regime de Oferta da Disciplina: (X) Semestral () Anual () Modular

1.7. Carga Horária (CH) Total: 64 h CH Teórica: 24 h CH Prática: 40 h 2. Justificativa

Hoje se denomina Ética um saber originário da cultura grega clássica que reunia duas dimensões: o saber do Ethos concernente ao agir, à conduta e à formação do caráter do homem e o saber do ethos referente aos costumes e hábitos da sociedade. Bioética é um saber contemporâneo proveniente dos EUA buscando questionar a relação existente entre vida e ética. Com este propósito, significados foram postos no seu conteúdo expressando sentidos diversos que se materializaram no ensino de graduação e pós-graduação nos mais variados cursos ao redor do mundo. Dois exemplos desses sentidos: para Van Rensselaer Potter (médico, professor universitário, inventor do neologismo- conceito bioética em 1970), o conhecimento científico contemporâneo já atingira o nível adequado para satisfazer as necessidades vitais da humanidade, dos outros seres vivos e da própria vida do planeta Terra; contudo, isso não ocorria porque faltava uma sabedoria para aplicar tal conhecimento. Segundo ele, a bioética seria justamente o saber que iria suprimir essa lacuna. Outro sentido é decorrente da problematização que incidiu sobre o avanço da tecnociência aplicada à vida humana, pois sua consequência implicava confronto com a moral (o saber do ethos) estabelecida na cultura ocidental.

A Faculdade de Medicina-UFC introduziu Bioética e Cidadania no currículo atual (a partir de 2001) no módulo de Desenvolvimento Pessoal (quinto semestre). O conteúdo na época da sua implantação abordava temas que diziam respeito aos dois sentidos citados. Entretanto, atualmente, desenvolvemos um novo sentido de bioética como ética-da-vida ou aionética. Pertinente à formação humana, problematiza a dimensão ética do modo próprio de ser, do caráter singular de cada um(a)

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articulando-o ao conceito vida. Resgata-se o sentido originário do saber do Ethos questionando a posição niilista contemporânea que nega ou esvazia o sentido da existência do homem na cultura vigente. Portanto, o saber agora elaborado afirma o sentido da vida humana imanente à sua potência, resiste ao biopoder que molda a forma de vida do homem a partir dos interesses do capital e redimensiona o valor do corpo. A “prática” desta bioética é efetuada por intermédio do experimento PensArteCorpo que destaca e valoriza a arte como princípio da reinvenção de si visando constituir uma sabedoria de vida.

3. Ementa

Introdução ao estudo de ética e bioética. Genealogia do conceito bioética: os sentidos originários.

PensArteCorpo: como produzir um saber ético. Problematização: qual é o valor da vida? Bioética com o sentido de ética-da-vida ou aionética. Problematização: como o biopoder molda o indivíduo?

O Ethos do estudante de medicina. Problematização: como o agente ético justifica a sua vida?

Tornar-se o que se é ou a reinvenção de si. A reinvenção de si por intermédio da potência da arte.

Corpo: o si mesmo reinventado. A relação entre o biopoder e a medicina. A forma-de-vida da medicina.

4. Objetivos – Geral e Específicos OBJETIVO GERAL:

- Oportunizar ao(à) estudante o próprio aprendizado de bioética como ética-da-vida ou aionética.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Problematizar os valores morais impostos por meio das instituições da cultura.

- Problematizar o conceito de biopoder.

- Promover a produção do saber ético vinculado ao Ethos e ao coletivo.

- Incentivar a reinvenção de si pela arte como caráter de forma-de-vida.

5. Descrição do Conteúdo/Unidades Carga Horária

Aula 1: Apresentação da Equipe Educadora e do Programa. Introdução ao estudo de Ética e Bioética.

Aula 2: Genealogia do conceito bioética: os sentidos originários.

Aula 3: PensArteCorpo: como produzir um saber ético.

Aula 4: Problematização: qual é o valor da vida?

Aula 5: Bioética com o sentido de Ética-da-vida ou Aionética.

Aula 6: Problematização: como o biopoder molda o indivíduo?

4h

4h 4h 4h 4h 4h

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Aula 7: O Ethos do estudante de medicina.

Aula 8: Problematização: como o agente ético justifica a sua vida?

Aula 9: Tornar-se o que se é ou a reinvenção de si.

Aula 10: A reinvenção de si por meio da potência da arte.

Aula 11: Corpo: o si mesmo reinventado.

Aula 12: A relação entre o biopoder e a medicina.

Aula 13: A forma-de-vida da medicina.

Aula 14: Prova final escrita.

Observação: Oito horas são reservadas para atividades fora da sala de aula.

4h 4h 4h 4h 4h 4h 4h 4h 8h

6. Metodologia de Ensino

A principal estratégia de ensino-aprendizagem é um experimento que se chama PensArteCorpo.

Trata-se de pesquisar e praticar o saber ético (do Ethos) como sabedoria de vida. Dois movimentos entrelaçados o constituem: a crítica dos valores morais instituídos na cultura contemporânea e a reinvenção de si. O primeiro movimento é desenvolvido por meio da problematização e o segundo é efetivado em atividades de equipe em que os discentes produzem o PensArteCorpo por intermédio das múltiplas linguagens da arte na perspectiva da reinvenção de si. Dinâmicas e multimídias são utilizadas na aula para expressar vivências e conduzir debates. Uma tutoria pedagógica prévia é realizada pelos professores para orientar a tarefa das equipes.

7. Atividades Discentes

- PensArteCorpo como experimento de pesquisa e produção do próprio saber-fazer ético em equipe.

- Participação nas aulas de problematização.

8. Avaliação

I) Acompanhamento formativo:

- Tutoria individual e por equipes.

II) Critérios de Verificação:

1) Nota coletiva (avaliação da experiência do PensArteCorpo por critérios previamente estabelecidos para todas as equipes): 07 pontos

2) Nota individual (avaliação escrita no final do curso): 02 pontos 3) Auto-avaliação (também no final do curso por escrito): 01 ponto

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9. Bibliografia Básica e Complementar TEXTOS DIDÁTICOS

Há um texto didático específico escrito para cada aula.

INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR

AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

AGAMBEN, G. Meios sem fim: notas sobre a política. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

ALVES, R. Variações sobre o prazer: Santo Agostinho, Nietzsche, Marx e Babette. São Paulo:

Planeta do Brasil, 2011.

ALVES, R e BRANDÃO, CR. Encantar o mundo pela palavra. 3º ed. Campinas: Papirus 7 Mares, 2010.

ANDRADE, E. O sujeito do conhecimento. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2012.

ARAÚJO, IL. Foucault e a crítica do sujeito. 2º ed. Curitiba: Ed. da UFPR, 2008.

ARENDT, H. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. 2º ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4º ed. São Paulo: EDIPRO, 2014.

BARRENECHEA, MA. Nietzsche e o corpo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009.

BARROS, M. Exercícios de ser Criança. Rio de janeiro: Salamandra, 1999.

BEDÊ, C; LOPES, J e KENNEDY, R. Perfis de artistas cearenses. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2014.

BERT, J-F. Pensar com Michel Foucault. São Paulo: Parábola, 2013.

COLI, J. O que é arte. 15˚ ed. São Paulo: Brasiliense, 2000.

COURTINE, J-J. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Petrópolis: Vozes, 2013.

CZERESNIA, D. Categoria vida: reflexões para uma nova biologia. São Paulo: Editora Unesp;

Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2012.

DELEUZE, G. Conversações. 2º ed. São Paulo: Ed. 34, 2010.

DELEUZE, G. Espinosa: filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.

DIAS, R. Nietzsche, vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

DIAS, R; VANDERLEI, S; BARROS, T. (Orgs.) Leituras de Zaratustra. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2011.

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DINIZ, D e GUILHEM, D. O que é Bioética? São Paulo: Brasiliense, 2002.

FOUCAULT, M. Arte, epistemologia, filosofia e história da medicina. Ditos e escritos 7. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. 22˚ ed. São Paulo: Graal, 2006.

HEIDEGGER, M. Marcas do Caminho. Petrópólis: Vozes, 2008.

LEVY, TS. A experiência do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

LISPECTOR, C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

MACHADO, R. Deleuze, a arte e a filosofia. 2˚ ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2010.

MADEIRO LEITE, AJ e COELHO FILHO, JM. (Orgs.) Você pode me ouvir, Doutor? Cartas para quem escolheu ser médico. Campinas: Saberes editora, 2010.

MATESCO, V. Corpo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Editora Martin Claret, 2007.

NIETZSCHE, F. Ecce homo: como alguém se torna o que é. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

NOVAES, A. (Org.) A condição humana: as aventuras do homem em tempos de mutações. Rio de Janeiro: Agir; São Paulo: Edições SESC SP, 2009.

NUNES, B. Introdução à filosofia da Arte. 5˚ ed. São Paulo: Ática, 2003.

PELBART, PP. Vida Capital: Ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2009.

PESSOA, F. Obra Poética. Volume único. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

PROJETO PEDAGÓGICO. Curso de Medicina da UFC: um novo Currículo. Fortaleza:

Imprensa Universitária, 2001.

ROSE, N. A política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI. São Paulo: Paulus, 2013.

SILVA, FL. O conhecimento de si. Rio de Janeiro: Casa da Palavra; São Paulo: Casa do Saber, 2011.

SOUSA, MA. Nietzsche: viver intensamente, tornar-se o que se é. São Paulo: Paulus, 2009.

Referências

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