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Hist. cienc. saudeManguinhos vol.17 número2

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Academic year: 2018

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v.15, n.1, p.73-94, jan.-mar. 2008 283

Caros leitores,

Tenho o prazer de anunciar novo integrante do corpo de editores das seções da revista: Luisa Massarani, investigadora que há muito tempo se dedica ao estudo da divulgação da ciência, atual chefe do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Em seu âmbito, Luisa havia criado o Núcleo de Estudos da Divulgação Científica (http://bit.ly/63zyWY), que tem por objetivo promover a reflexão sobre temas concernentes a essa dimensão tão importante da ciência, antípoda ao encastelamento na ‘torre de marfim’, ao confinamento na linguagem esotérica que circula somente entre pares, no mundo competitivo do ‘publique ou pereça’, mundo muitas vezes alheio às necessidades, racionalidades e linguagens dos grupos sociais que não fazem parte do mundo acadêmico.

História, Ciências, Saúde – Manguinhos já teve uma seção dedicada a museus, que não perdurou, não obstante a presença frequente de artigos dedicados ao tema, inclusive uma edição especial, esgotadíssima – Museus e Ciências (v.12, suplemento de 2005 disponível somente on line, no site da SciELO). Diálogos Entre Ciência e Arte (v.13, suplemento de outubro de 2006) foi outra experiência bem-sucedida da revista, que busca, agora, com a ajuda de Massarani, entronizar de vez, na nossa linha editorial, os estudos sobre a divulgação científica. Eles são importantes para os leitores e colaboradores que já frequentam suas páginas e serão para aqueles que vierem a fazê-lo por força dessa iniciativa. Divulgação científica não constitui uma seção da revista, como foi, por um tempo, Museus. Sua editora incrementará a captação de bons materiais para as seções existentes, estudos – inclusive do tempo presente – sobre a comunicação de temas de ciência e tecnologia através de distintos meios: museus, jornais, internet, televisão, exposições, desenhos animados, filmes, histórias em quadrinhos, eventos de rua, artes plásticas etc.

No Brasil, a divulgação científica vem se aprimorando – cito como exemplo, da melhor qualidade, o Boletim da Fapesp (http://bit.ly/93aU20). Como área acadêmica, tem crescido também. Em 1985 foi defendida apenas uma tese de doutorado sobre o assunto, conforme o banco de dados da Capes; atualmente são cerca de quarenta teses e dissertações a cada ano. Em 2009 a Casa de Oswaldo Cruz, a Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro e o Museu de Astronomia e Ciências Afins, com apoio da Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia da América Latina e do Caribe (Red-Pop), da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência e do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia (Ministério da Ciência e Tecnologia), inauguraram um curso de especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde, que veio se somar a iniciativas educacionais mais antigas, entre elas o Núcleo José Reis, na Universidade de São Paulo, e o programa em Educação, Difusão e Gestão em Biociências do Instituto de Bioquímica Médica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CARTA DO EDITOR

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284 História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro Para mostrar que levamos a coisa a sério, na presente edição da revista reunimos num dossiê três artigos. Em “A ciência na primeira página”, Flavia Natércia da Silva Medeiros, Marina Ramalho e a própria Luisa Massarani analisam as chamadas de capa relativas à ciência e tecnologia veiculadas em 2006 na Folha de S.Paulo, jornal de elite nacional, e em dois jornais regionais: Jornal do Commercio, de Pernambuco, e Zero Hora, do Rio Grande do Sul. “Enquadramentos de transgênicos nos jornais paulistas”, de Danilo Rothberg e Danilo Brancalhão Berbel, trata dos enquadramentos e das agendas construídas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo sobre a segurança de alimentos transgênicos, a fim de avaliar o potencial das informações oferecidas como subsídios à participação política, tendo os autores em mente, especificamente, uma consulta pública a esse respeito, promovida em 2007 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Iara Maria de Almeida Souza e Amanda Muniz Logeto Caitité assinam “A incrível história da fraude dos embriões clonados e o que ela nos diz sobre ciência, tecnologia e mídia”. A partir de notícias publicadas em jornais brasileiros, analisam a fraude cometida pelo cientista sul-coreano Woo Suk Hwang. Habitual-mente a exposição da ciência pela mídia põe em evidência descobertas e promessas de aplicação, mas nesse caso a ciência é mostrada em seu avesso, sendo a sua fabricação desnudada em virtude das tensões entre seus diferentes elementos e dos ilícitos em questão. Os leitores encontrarão, em outra seção da revista, texto que guarda estreita relação com o tema do dossiê Ciência e Mídia. Trata-se da resenhade livro organizado porRegina Maria Marteleto e Eduardo Navarro Stotz, Informação, saúde e redes sociais: diálogos de conhecimentos nas comunidades da Maré, cujos capítulos estão em consonância com a revisão contemporânea dos processos de divulgação científica, analisando com propriedade as dimensões sociais e coletivas da construção do conhecimento.

Esperamos que essa ‘inauguração’ atraia contribuições igualmente valiosas para História, Ciências, Saúde – Manguinhos, e eu, para terminar, desejo aos leitores e colaboradores grandes alegrias e muita fraternidade no transcurso dos emocionantes jogos da Copa do Mundo. Que vençam os melhores!

Jaime L. Benchimol

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