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Hist. cienc. saudeManguinhos vol.20 número1

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Academic year: 2018

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CARTA DO EDITOR

Entre os artigos que inauguram o primeiro número de 2013 de História, Ciências, Saúde – Manguinhos, o leitor é brindado com o dossiê temático Brasil-Alemanha: relações médico-científicas. Os trabalhos são resultado de simpósio realizado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em março de 2011, como parte das comemorações do Ano de Cooperação Brasil-Alemanha em Ciência, Tecnologia e Inovação, transcorrido entre abril de 2010 e abril de 2011. O simpósio foi organizado pela Casa de Oswaldo Cruz e o Bernhard-Nocht Institut für Tropenmedizin de Hamburgo, com apoio do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde e a Vice-presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz. O presente dossiê reúne trabalhos apresentados então por biólogos e cientistas sociais, inclusive alguns estudantes de pós-graduação. Numa perspectiva interdisciplinar e transnacional, os artigos aqui reunidos analisam redes de atores e instituições que tomaram parte no intercâmbio científico e cultural entre os dois países, e o impacto que esse intercâmbio teve nas relações políticas, diplomáticas e econômicas, abrangendo a circulação de ideias, cientistas, modelos institucionais, agendas de pesquisa, produtos e tecnologias médicas etc.

Um conjunto de textos trata do papel que as revistas científicas e jornais tiveram nas relações médico-científicas entre a Alemanha, América Latina e África: o historiador Stefan Wulf mostra como o periódico Revista Médica de Hamburgo serviu como instrumento da política cultural alemã no entreguerras; Marlom Silva Rolim e Magali Romero Sá abordam as interfaces do intercâmbio intelectual com a indústria farmacêutica a partir de duas publicações médico-farmacêuticas da Bayer; Sílvio Marcus de Souza Correa analisa o significado da imprensa colonial alemã para as comunidades alemãs em ultramar, como importante veículo de divulgação sobre doenças tropicais que acometiam os colonos alemães na África.

Nos outros artigos do dossiê, a historiadora Karen Macknow Lisboa apresenta o tema da insalubridade, da aclimatação e das doenças no Brasil em escritos de viajantes de língua alemã envolvidos com a questão imigratória; René E. Gertz examina as contribuições de médicos imigrantes alemães que se estabeleceram no Rio Grande do Sul entre a proclamação da República e a Segunda Guerra Mundial e os conflitos desencadeados pela sua presença; André Felipe Cândido da Silva observa as relações Brasil-Alemanha a partir da trajetória do médico Henrique da Rocha Lima, importante quadro do Instituto Oswaldo Cruz e do Institut für Schiffs- und Tropenkrankheiten de Hamburgo; Cristiana Facchinetti e Pedro Felipe Neves de Muñoz discutem a apropriação de teorias e práticas de Emil Kraepelin por Juliano Moreira e outros médicos psiquiatras brasileiros, entre 1903 e 1933; Robert Wegner e Vanderlei Sebastião de Souza tratam da aproximação de médicos brasileiros com uma eugenia ‘negativa’, dando ênfase aos papéis conflitantes desempenhados pelo eugenista Renato Kehl e pela Igreja católica no Brasil; Juliana Manzoni Cavalcanti estuda a trajetória do médico vienense Rudolf Kraus entre 1913 e 1923, quando, na América do Sul, dedicou-se à busca de novos produtos biológicos para tratamento de doenças infecciosas de regiões tropicais.

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Ainda neste número, na seção Imagens, Vera Lucia Cortes Abrantes trata da produção fotográfica de Tibor Jablonszky no que diz respeito à representação do trabalho feminino nas décadas de 1950 e 1960; e em Nota de Pesquisa, Patrícia M. Aranha aborda os trabalhos de levantamento topográfico por engenhos militares da Comissão Rondon, e Ana Laura Godinho Lima examina as recomendações a respeito de ‘criança-problema’ feitas por médicos brasileiros em manuais de higiene mental entre 1937 e 1947.

Desejamos aos leitores ótima leitura!

Magali Romero Sá Pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz

Jaime L. Benchimol Editor científico

Referências

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